: u PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO DE FERRO DOS REJEITOS DO DESDOBRAMENTO DE ROCHAS ORNAMENTAIS EM TEARES MULTILÂMINAS



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Transcrição:

V SHMMT XV ENTMME- 2001 -Rio de Janeiro/Brazil PROPOSTA DE RECUPERAÇÃO DE FERRO DOS REJETOS DO DESDOBRAMENTO DE ROCHAS ORNAMENTAS EM TEARES MULTLÂMNAS Hamilcar Tavares Vieira Júnior 1, Luis Carlos Bosi Tubino 2, Júlio Cézar de Souza 3, Carlos Hoffmann Sampaio 4 1 UFRGS/LAPROM- Tavares@ct.ufrgs.br 2 SENA-RS - tubino@maua.senai.br 3 DEMNAS/ UFPE- jcsouza@npd.ufpe.br 4 UFRGSLAPROM- Sampaio@ufrgs.br RESUMO No processo de desdobramento dos blocos de granito c basalto, os teares utilizam granalha de ferro/aço como abrasivo, gerando grandes quantidades de material fino a base dos minerais constituintes das rochas serradas, junto com granalha cominuída, em função do atrito que ocorre entre as lâminas de aço, a mistura abrasiva e o bloco de rocha. Este trabalho tem por objetivo caracterizar o rejeito da lama abrasiva (fração < 0,42 mm), oriundo do processo de desdobramento dos blocos de granito c basalto em teares multilâminas à granalha enfatizando, principalmente os aspectos físic os (morfológico e granulométrico) que caracterizam esta lama. Está caracterização serú realizada tanto em amostras indi vid uais, processadas no desdobramento de uma determinada rocha, como em amostras coletadas diretamente nos tanques de decantação provenientes da serragem de diferentes tipos litol ógicos. Este estudo, busca também, quantificar o volume produzido de rejeito pelas principais empresas de desdobramento do sctor, bem como, o provável aproveitamento cconômico, através de métodos de separação mineral apropriados, de modo que se determine uma rota viável na ordem técnica e cconômica. NTRODUÇÃO No processo de desdobramento de rochas ornamentais cm teares multilftminas it granalha é importante analisar o comportamento dos materiais presentes, tanto cm seus parfunctros físico-químicos, como também, as composições químicas, mineralógicas e morfológicas dos materiais c minerais presentes na lama abrasiva. Esta lama é operada cm circuito fechado, que com o constante atrito de corte acaba sofrendo um desgaste, sendo ncccss{tria sua constante reposição (granalha ativa) c descarte da fraç ão não ativa < 0,42 mm, objeto deste trabalho. Esse material, com cerca de 40% de água em peso, é armazenado em pequenas bacias de sedimentação, tendo como características o alto teor de Fe e ph em torno de 11-12. Outro aspecto relevante é observar a distribuição granulométrica e densimétrica destes componentes em todas suas fases, de acordo com o t1uxogramã de beneficiamento proposto e com as necessi~ade s operacionais do sistema. PROCEDMENTO EXPERMENTAL As amostras foram coletadas junto à Empresa CGRAMAR Granitos e Mármores Ltda., situada no município de Soledade-RS. Este trabalho enfatiza os aspectos granulométricos do rejeito de lama abrasiva nas frações magnética e mineral < 0,42 mm (3 5 #), através de um jogo de peneiras adequado, onde foram avaliadas as percentagens em peso p<tra cada fr ação, bem como, as relações de sólidos em peso e volume. As peneiras utilizadas na separação granulométrica foram as de abertura 0,42 mm (35#), 0,25 mm (60 #), O, 149 mm (l 00 #), 0,074 mm (200 #)e 0,0371 (400 #). Também foi elaborado um, t1uxograma de beneficiamento com os equipamentos pertinentes ao processo, buscando desenvolver uma metodologia para separação da fração sólida metálica da fraç ão mineral e a recuperação da água presente nestas etapas. Através destas etapas foram feitas algumas estimativas de geração de ct1uentes, buscando dar um panorama quantitativo tanto no aspecto local, quanto no regional.!i l l : u r 13

Hamilcar Tavares Vieira Junior; Luis Carlos Bosi Tubino; Júlio César da Costa; Carlos Hoffmann Sampaio RESULTADOS E DSCUSSÃO Peso bruto: 16.934 g Peso do recipiente: 442 g A amostragem para análise granulométrica da lama Peso líquido: 16.492 g foi coletada na Empresa CGRAMAR Granitos e Volume: 9,5 lt Mármores Ltda., situada no município de Soledade - RS. Esta análise busca verificar as tendências das Densidade do material: 1.736 gflt frações dominantes no processo de expurgo de um tear. Tabela - Distribuição granulométrica Abertura Fração Fração (mm) Magnética (g) Magnética(%) 0,42 66,13 98,18 0,25 47,04 0,149 91,92 0,074 670,50 0,037 812,82 Suhtotal 1.688,41 < 0,037 1.081,65 Total 2.770,06 Percentagem de sólidos em peso: 90,99 77,38 76,06 68,99 73,52 15,00 29,14 Fração Fração Mineral Peso Total Mineral (g) (%) (g) 0,21 1,82 66,34 4,66 9,01 51,70 26,87 22,62 118,79 210,99 23,94 881,49 265,43 31,01 1.178,25 608,16 26,48 2.296,57 6.129,35 85,00 7.211,00 6.737,51 70,86 9.507,57 Tabela O - Fluxograma inicial de beneficiamento 9.507,57 g = 57,65% 16.492g Percentagem de sólidos em volume: 2.749.48ml = 28, 25 % 9.733,91m/ Águ<r 16.492 g - 9.507,57g = 6.984,43g => 6.984,43 mi.. O ) 6.737,51g Minerais (d = 3, g/ml : 3,0glml = 2. 2 45,84 m Ferro (d = 7,0 g/ml): 2 770,0 6 g = 396,72 ml 7,0g ml Vol. total: 2.641,56 + 6.984,43 = 9.625,99 mi Densidade recalculada: 16.492 g = 1.713,28 gllt Através da análise das frações pode-se observar uma quantidade considerável de sólidos presentes, representando quase 60% do peso da amostra. Para as frações até 0,0371 mm constata-se um predomínio do material de natureza magnética, enquanto que, nas frações < 0,0371 mm ocorre a dominância do material mineral (pó de rocha). " Cort~:11.2'i lrjh fraçiu Mae.nética MinerR Total O ~2mm 66 J_g o 21 & 66 34!! n 2~mm 47,04 & 4 66_&. 51,711..!_ Total 113,71 4,&7g 118 04 g Total: 118,04 & ""'> 9S$7o/. macnétiu + 4,JJ'Y. mineral. 1.~v,... Trurr v TrJ ' Jf Fra<io M~ca Mineral To!B ()~149nun 91.92g 26 87g 118 79,11 n.074mm 670,52 g 210 99...11. &81,4~ 0.037mm 8128~ 3~54~ Ll7!,2 5.s Tcul u7n4 & 603 29 g 2.1H53g TotaL 2.178,.531 => 72,J'Yo ma~tnéiica + 27,69"/e min~nl Levando-se em conta que a granalha deixa sua fase ativa quando < 0,42 mm, procurou-se elaborar duas etapas de corte para o material, objeti vando complementar a tabela supracitada. Novamente, constata-se o predomínio do material magnético sobre o mineral para as frações mais grosseiras, observando-se o decréscimo deste, quanto menor for a fração. Baseado no comportamento deste rejeito (expurgo), foi elaborado uma rota de beneticiamento na tentativa de viabilizar a separação do material magnético do mineral (pó de rocha), conforme tigura 1. 14

V SHMMT XV ENTMME- 2001 -Rio de Janeiro!Brazil [Alimentação). ciclone des/amador 9S.76% f- [ separ<h~- ão granulométric.a 0.25nun] -+ 1.24% [ fraç.ão grossa +0. 25nun] [fi aç.iío fina -0.25nun] espirais mesa co ~tce11tradora cicl deslamador [separ/\çi\o granalha/miner<ll] 22.9 1% (-[sep. gra.mtl 0.0371 nnn]~ 74.61% [granalha ) minerais) (A-0.25 +0.037nun) (B -0.25 + 0.371nun) (1) con centr mo.rley espirais (2) (sep.~ranul./min e. ) -> (3) [gran.] (mine.) (1) (2) (1) (2)!septrrador ma~r.:nético (minerais) cone reichert mesa wiltley <-- (sep. granul. mine.] [granul.] [mine.] () (2) {limpeza granalha l --+(3).reparador eletro.rtático.j, flotação [ separaç~o quartzo/fe1dspato) --> (3) ( granalha)!seca ~em] [quartzo).j, filtro prensa (suo( fsiloj [silo] (1) -)(es pessamen ro ultrafu1os] -+ [bacia de deposiçi\o) água recuperada (A)- fração intermediária; (B)- fração ultrafina [feldspato).j, filtro pren:ra (J) fração pe.'ada (magnética); (2) fração leve (mineral); (3) rejeito Figura 1 - Fluxograma de beneficiamento e balanço de massa da!ração magnética Na tentativa de visualizar melhor este tluxograma, sugere-se também, alternativas tecnológicas para o processo de beneficiamento de rejeitos, como segue nas figuras 2 e 3: [fração grossa +0.25rrun) [sep. Gran.,lha/mineral) mesa concentradora espirais de hurrçhreys concentrador JTX>sley cone reichert ciclone aut6geno [irrpeza granalha] separador magnético (A) - fração intermediária (B) -fração ultrafina [silo] [fanque condicionamento] [Ciclonagem 0.25rrun] [fração fona -0.25mm[ [cic!onagem0.0371rrun] [A - 0.25 +0.037mm) [B -0.037lmm). [ sep. Grana lha/min.] [sep. Granalha/min.) ciclone autógeno eh.ttriador elutriador concentrador mosley concentrador mosley!separação quartzo/feldspato] separador eletr05tático notação Figura 3 -Alternativas tecnológicas para processamento do rejeito Como visto, o estudo proposto objetiva salien!.ilr a viabilidade econômica da separação do material magnético (ferro) do mineral (pó de rocha), sabendo-se que, atualmente no Brasil existem aproximadamente 1.500 teares multilâminas envolvidos no desdobramento de rochas ornamentais. Em cima destes aspectos foi elaborada uma estimativa de geração de rejeito, buscando quantificar a recuperação provável do material expurgado. Estimativa de recuperação do material expurgado: Cada serrada de bloco em tear multilâminas padrão no Brasil (tear tipo 02, com capacidade de desdobramento de aproximadamente 9 m 3 com obtenção de chapas de 2mm) 9 m 3 de bloco X 33 m 2 /m 3 de chapa _ 300 m 2 de chapas produzidas. Geração de pó de rocha: 9m 3 X 30% = 2,7 m 3 de desgaste de rocha. 2,7 m 3 X 2,7 (densidade dos minerais) t/m 3 = 7,29 t de minerais. Ciranalha Rejeito final ( m á tico~ e ultralinn~) Figura 2- Esquema de coleta c processamento de lamas Consumo de granalha e lâminas: Granalha: 2,5 kg/m 2 X 300m 2 = 750 kg/m 2 = 0,75 t Utminas:,2 kg/m 2 X 300 m 2 = 360 kg/m 2 = 0,36 t Total = 1,11 tdc ferro/aço 15

Hamilcar Tavares Vieira Junior; Luis Carlos Bosi Tubino; Júlio César da Costa; Carlos Hoffmann Sampaio Resumo: 1 serrada produz 7,29 t de minerais e 1,11 t de ferro/aço da lama abrasiva. Veriticando uma produção média de 2,5 serradas/mês no estado Rio Grande do Sul temos que: as 3 principais empresas de desdobramento possuem aproximadamente 20 teares X 2,5 serradas/mês = 50 serradas/mês X 11 meses= 550 serradas/ano. Geração de minerais: 550 serradas/ano X 7,29 t de minerais= 4.010 t/ano Geração de granalha: 550 serradas/ano X 1,11 t de granalha = 611 t/ano Granalha: 611 t/ano Minerais: 4010 t/ano Estimando os preços de venda para os subprodutos de ferro/aço, possíveis de serem recuperados de ctlucntc da serraria, tem-se os valores potenciais de venda desses como segue: Granalha: 611 t/ano Partindo-se do pressuposto que a quantidade de granalha > O, 1 mm representa (30 a 35%) = 214 t/ano X R$ 150,00/t (preço estimado)= R$ 32.100,00/ano. Da mesma forma, < 0,1 mm (65 a 70%) = 397 t/ano X R$ 1.000,00/t =R$ 397.000,00/ano. Total: R$ 429.100,00/ano. O resultado esperado para 20 teares - Valor potencial total de ferro/aço: R$ 429.100,00 +V A (V A = valor a ser agregado pela fração mineral a ser obtido em função da quantidade e qualidade das características dos minerais separados (principalmente quartzo c feldspato ), que dependerá da aplicação (venda ou reaproveitamento pelas empresas). Estimando 1500 teares atualmentc em atividade no Brasil, este subproduto de ferro/aço poderá atingir valores recuperáveis da ordem de R$ 32.180.000,00 + VA. Vale ressaltar também que, atualmente o rej eito do processo de desdobramento de blocos ornamentais são acumulados em pequenas baci as de decantação, sem controle operacional ou ambiental efetivo. Após o esgotamento dessas bacias são descartados em aterros próximos às empresas ou nos "lixões" c aterros das prefeituras municipais, sem o devido tratamento e gerando uma agressão ao meio ambiente, uma vez que se trata de material com elevado percentual de sólidos, ph em torno de 12 e basicamente formado por ferro/aço e minerais como quartzo, fe ldspatos c opacos. A pesquisa direcionada a otimização dos parftmetros operacionais do processo produtivo de desdobramento de blocos de rochas ornamentais, aliado ao beneficiamento do expurgo vem complementar às necessidades das empresas do setor de rochas ornamentais, seja equacionando os danos ambientais decorrentes do descarte direto desse expurgo, scj a gerando subprodutos rentáveis. Acredita-se, desta forma, que o reaproveitamento do material de rejeito (lama), pode se tornar viável se elaborada uma rota de beneficiamento compatível com o processo de desdobramento, bem como, a disponibilidade de recursos das Empresas empreendedoras do sctor no sentido de implantar a metodologia apresentada. CONCLUSÕES Através da caracterização aqui apresentada, associada à estimativa da qu antidade de rejeito produzida nos teares no processo de desdobramento de rochas ornamentais, pode-se concluir que a separação do material magnético (granalha) do material mineral (pó de rocha), deve ser analisada sobre os seguintes aspectos: Aspecto econômico: Aproveitamento de material que está sendo descartado no ambiente gerando poluição dos mananciais hídricos; Obtenção de concentrado de granalha fina para utilização no polimento de aços planos ou reutilizados na fabricação de granalha de corte; Obtenção de concentrado de minerais para utilização como argamassa de assentamento de rochas ornamentais ou no rejunte de pisos, podendo substituir a utilização de areia nessas ap licações; Obtenção de concentrado de quartzo/feldspato para utilização na indústria de vidro ou de cer~unica de revestimento. Aspecto ambiental: Evitar a agressão ao meio ambiente (contaminação de rios, lençol freático e aterros- ph be:ísico. Evitar assoreamento dos rios c córregos com material ultrafino (granalha c minerais); 16

V SHMMT XV ENTMME- 2001- Rio de Janeiro/Brazil Evitar a oxidação dos aterros (granalha de aço/ferro); Reduzir a quantidade de etluente a ser depositada e obter um et1uente não agressivo (ph estabilizado, controle dos metais); Gerar nas empresas do setor de desdobramento uma cultura de operação sem poluição dentro da filosofia de tecnologia limpa com o aproveitamento de todos os produtos e subprodutos possíveis de serem obtidos. Faz-se necessário então, o aprofundamento dos estudos em todos estes aspectos, visando efetivamente viabilizar o aproveitamento econômico destes materiais, em conjunto com medidas mitigadoras de controle ambiental. RE:FERÊNCAS Gross, M.; Novaes, L.E.S.M.; & Azevedo, M.M. "O Setor de Rochas Ornamentais no Estado do Rio Grande do Sul". Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Assuntos nternacionais do Estado do Rio Grande do Sul. Câmara Setorial da Construção civil. Porto Alegre, 1997. Souza, J.C. "Diagnóstico do Setor de Mármores e Granitos no Estado do Rio Grande do Sul". Relatório interno do Serviço Nacional de Aprendizagem ndustrial, Departamento Regional do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1997. 17