A UNIFICAÇÃO ITALIANA E ALEMÃ. Direitos Autorias: Prof. Ronaldo Queiroz de Morais



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Transcrição:

A UNIFICAÇÃO ITALIANA E ALEMÃ Direitos Autorias: Prof. Ronaldo Queiroz de Morais

SÍNTESE DO PROCESSO O nacionalismo foi a ideologia [ideia motivadora] que justificou a unificação; O Estado-nação se apropriou do nacionalismo a fim de construir a identidade nacional; A escola moderna e o exército foram as instituições que contribuíram com a construção da identidade nacional;

A unificação da Itália foi semelhante à da Alemanha: as primeiras tentativas de ambas, fracassadas, foram em 1848, e as duas só conseguiram a unificação em 1870-1871; a da Itália deu-se em torno de Piemonte-Sardenha, enquanto a da Alemanha foi liderada pela Prússia.

1. A maior interessada na unificação italiana era a alta burguesia, pois a unificação garantiria a continuidade de desenvolvimento interno e lhe permitiria concorrer no mercado exterior. a) Para a alta burguesia italiana a unificação tinha um significado apenas liberal: o nacionalismo servia-lhe somente instrumento. b) A média burguesia e o proletariado urbano que iriam em Estado nacional democrático: preferiam que a unificação fosse feita em termos republicanos.

2. Depois do Congresso de Viena e Itália ficou sob a tutela do Império Austríaco, dividida em sete Estados, sendo o mais importante o Reino de Piemonte-Sardenha, governado pela casa de Savóia. a) Em 1848, deu-se a primeira tentativa de unificação: Carlos Alberto, rei de Piemonte- Sardenha, declarou guerra à Áustria mas foi derrotado. Sucede-o seu filho Emanuel II e o ideal da unificação continuou forte.

b) Em 1849, Cavour e Napoleão III, da França, fizeram um acordo secreto: Napoleão apoiaria o Piemonte (Cavour era ministro desse reino) numa guerra contra a Áustria, recebendo em troca os condados de Savóia e Nice, pertences ao Piemonte, enquanto que Piemonte receberia a Lombardia-Veneza, em poder da Áustria. c) Em 1859, baseado nesse acordo, Cavour declarou guerra à Áustria. Napoleão III recuou e o Piemonte recebeu apenas a Lombardia. No tratado que se seguiu ficou estabelecida a formação de uma confederação dos Estados italianos, sob a presidência do papa, o que era contra os interesses de Cavour.

d) Em 1860, Garibaldi, com a convivência de Cavour, invadiu a Sicília apoderando-se dela, e na volta passou com sua tropa em Nápoles, pondo em fuga o Rei Francisco II. As tropas piamontesas, ao mesmo tempo, invadiram Estados papais os únicos do centro da Itália que ainda não tinham sido integrados. Quando Cavour morreu, em 1861, quase toda a Itália estava dominada pelo Piemonte.

e) A Itália aliou-se à Prússia, conseguiu anexar Veneza. f) Em 1867, Garibaldi tentou tomar Roma, mas foi impedido pelo imperador da França. g) Em 1870, a Prússia invadiu e venceu a França, e disso se aproveitaram os italianos que tomaram Roma, depois de ocuparem os restantes Estados pontifícios. O problema criado com o papa só seria resolvido em 1929, com o Tratado do Latrão, firmados entre Mussolini e Pio XI, criando o Estado de Vaticano.

3. O desenvolvimento econômico e social dos Estados germânicos foi o principal fator da unificação alemã. a) Esse desenvolvimento deu-se graças ao Zollverein liga aduaneira dos Estados germânicos -, e apesar das pressões contrarias da Áustria. b) Na Prússia, o mais desenvolvido dos estados germânicos, a burguesia tentou controlar as despesas reais, o que provocou violento conflito político, que só acabou quando o Rei Guilherme I convocou Bismarck para ser seu ministro.

4. Bismarck era antiliberal, mas partidário da unificação, que segundo ele deveria ser realizada militarmente. a) Como a burguesia se negasse a colaborar com sua política, Bismarck, com o apoio apenas da Câmara dos Nobre, começou a governar despoticamente. b) explorando as contradições internacionais, Bismarck conseguiu, por etapas, unificar seu país.

5. Os ducados de Scheleswig e Holstein, apesar de terem uma população predominante germânica, estavam sob o domínio da Dinamarca. a) Bismarck, com apoio da Áustria, uniu-se aos príncipes, desses dois ducados e derrotou a Dinamarca. b)derrotando em seguida a Áustria, a quem Bismarck negara um dos ducados, foi feita a unificação dos Estados alemães do Norte.

6. Napoleão III, que foi conivente com Bismarck no início da Guerra Austro-Prussiana, pensando tirar vantagens, viu-se em má situação com a rápida vitória de Bismarck, pois a unificação alemã punha em risco a supremacia da França na Europa. a) Em 1870, Bismarck conseguiu armar uma intriga contra Napoleão III e fazer com que a França declarasse guerra à Alemanha.

b) A vitória alemã foi fulminante: o Império de Napoleão III desapareceu, surgindo em seu lugar a III Republica Francesa. c) Ao mesmo tempo despontava o Império Alemão, proclamando na Sala dos Espelhos do palácio de Versálhes, em 1871. d) Começava a hegemonia da Alemanha na Europa continental; a França foi obrigada a aceitar o humilhante Tratado de Frankfurt e perdeu a Alsácia-Lorena.