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Transcrição:

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CADEIRA N!2 15 PATRONO: CAPISTRANO DE ABREU Francisco SADOC DE ARAÚJO, filho de Galdino Orlando de Araújo e de Rita Albuquerque de Araújo, nasceu em Sobral, no dia 17 de dezembro de 1931. Depois de concluir o curso primário no Externato São José e o secundário no Seminário de Sobral, veio para a Capital do Estado, onde fez o Curso de Filosofia no Seminário de Fortaleza. Depois, fez o Curso de Teologia (Licenciatura e Mestrado) na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1976), tendo ainda um Curso de Pós-graduação em Psicologia na Faculdade Cristo Rei de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Ao retornar ao Brasil, depois de sua ordenação sacerdotal na Basílica de São João Latrão, em Roma, inicia-se no magistério, em colégios de sua cidade natal e no Seminário de Sobral, passando para o ensino superior como professor de Psicologia da Educação na Faculdade de Filosofia Dom José. Deve-se à sua iniciativa a criação da Fundação Universidade Vale do Acaraú, hoje Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), da qual foi Reitor. Foi também Diretor do Instituto de Filosofia e Teologia da Arquidiocese de Olinda e Recife. É membro do Conselho de Educação do Ceará, sócio efetivo do Instituto do Ceará e da Academia Sobralense de Estudos e Letras. É ainda sócio correspondente de várias entidades culturais, como o Colégio Brasileiro de Genealogia, do Rio de Janeiro, e o Instituto Genealógico Brasileiro, de São Paulo. Possui os títulos de Professor Emérito da Faculdade de Filosofia Dom José, de Sobral, e o de Cônego Honorário da Basílica de São Pedro, Vaticano, e é portador da Medalha Justiniano de Serpa, do Governo do Estado do Ceará, da Medalha do Educador, do Sindicato dos Professores Particulares do Ceará, e da Medalha do Mérito do Rotary Club de Fortaleza-Alagadiço. Obras publicadas: Cronologia Sobralense, em cinco volumes (1974 a 1988), A Ciência Criadora (1976), História da Cultura Sobralense (1978), Estudos /biapabanos 164

(1979), História Religiosa da Meruoca (1979), Ceará: Homens e Livros (1981), Traços Biográficos de Dom José Tupinambá da Frota (1982), História Religiosa da lbiapina (1983), Cordeiro de Andrade, Jornalista Perdido na Ficção (1985), Dicionário Biográfico de Sacerdotes Sobralenses (1985), História Religiosa de Gruaraciaba do No11e (1988), e Raízes Portuguesas do Vale do Acaraú (1991). É vasta sua colaboração, com artigos, em jornais e revistas não somente de Sobral, mas também de Fortaleza e do Recife, sendo também considerável o número de prefácios e introduções a livros de outros autores. Ao recebê-lo no Instituto do Ceará, disse J. C. Alencar Araripe: "Cônego Sadoc apresenta uma bagagem literária riquíssima, quando alcança a categoria de sócio efetivo do Instituto do Ceará. (... ) O simples enunciado dos livros convence-nos da extensão da bibliografia. Quanto à qualidade, não se discute. O autor é meticuloso e, por isso mesmo, a informação ganha foros de precisão e autenticidade. Uma das chaves do seu sucesso é a disponibilidade com que abraça uma causa ou executa um projeto. (... ) Sobral tem história. O cronista sabe pinçar os fatos importantes e curiosos. Projeta o lado bom e o negativo em tela panorâmica que arma diante do leitor." 165

POESIA E MÍSTICA A poesia pura, no dizer de Henri Brémond, reside essencialmente na plenitude da intuição estética, manifestada na imagem lírica e expressa na totalidade da experiência espiritual do homem, e se torna a mais próxima vizinha da contemplação mística e da comunhão com Deus. É bem certo que a mística e a poesia são realidades distintas em si mesmas, dentro de seus respectivos domínios, já que a primeira refere-se especificamente à intuição afetiva ou especulativa do princípio transcendente dos seres como totalidade, enquanto a segunda se relaciona com a intuição criadora da beleza na singularidade dos seres. Embora distintas entre si, poesia e mística nascem do mesmo centro da alma e se alimentam do mesmo mistério da contemplação. A poesia é a alma interior das artes e a mística é a arte interior das almas. O conhecimento poético natural e o conhecimento místico sobrenatural envolvem o mesmo objeto, mas enquanto o místico se recolhe no silêncio da contemplação interior, o poeta expressa na palavra a beleza de sua subjetividade intuída criativamente no contacto com o mundo sensível. O místico encontra a criação já feita e nela se delicia com a presença sentida.. do Criador. O poeta cria o poema, obra de sua intuição estética, e participa ativamente da própria criação tornando-a mais bela para o homem. Ambos se tornam abertos ao Absoluto e se deliciam no reconhecimento desta abertura. A mística é o silêncio aberto à palavra e a poesia é a palavra aberta ao silêncio. Ets por que tanto a poesia quanto a mística se colocam na fronteira entre o silêncio e a palavra. O poeta escuta a palavra das coisas e a profere em forma de poema no silêncio dos homens. O místico escuta a Palavra de Deus e a guarda no silêncio da contemplação. Por isso é que somente o poeta é "capaz de ouvir e de entender estrelas", como Bilac, e somenfe o santo é capaz de ouvir e de entender a voz de Deus que ressoa no silêncio da "noite escura", de que nos fala São João da Cruz. O poeta percebe que a palavra humana pode expressar a 166

beleza escondida no silêncio ontológico das coisas e o místico percebe que o silêncio das coisas pode expressar a beleza da Palavra Criadora. Em ambos, há uma busca de plenitude de ser até atingir as profundidades da abstração metafísica, onde o ser, o homem se arrebata, se recolhe e se extasia. Esta profunda experiência do belo é tão Intensa que não poderá ser reprimida, e o homem sente a incontrolável necessidade de expressá-la pela arte. Na criação artística realiza-se a síntese entre o sujeito e objeto, a comunhão do eu com o mundo, a harmonia d espírito com a matéria. Diante do belo, o poeta começa a falar e o místico começa a contemplar. Nasce a poesia e brota a oração. E o ser aparece em seu maior esplendor. Na experiência estética, como na mística, verifica-se uma iluminação interior, comum ao objeto e ao sujeito, fazendo com que ambos participem de uma unidade comum. O belo se torna assim, na expressão de Jacques Maritain, o esplendor de todos os transcendentais reunidos. Se todos os seres são belos no nível da própria perfeição,, nem todos contudo aparecem como tais ao olhar desprevenido. E função da arte recriar a linguagem de tal modo que se manifeste a beleza de cada ser na sua singularidade intransferível. Toda arte é linguagem, cuja forma fundamental é a palavra. O ser só se realiza plenamente quando é manifestado pela palavra, "a casa do ser" na feliz definição de Martin Heiddeger. Em verdade, a poesia é expressão de beleza por meio da palavra a casa do ser sujeita ao rigor do ritmo artístico a exigir reta medida e ajustada cadência. Um dos objetivos da Poesia é acrescentar um novo mundo ao mundo, descobrir ou provocar o encanto da beleza onde quer que esteja. Por isso, o seu campo é infinito, abraça todo o universo existente e todos os mundos possíveis que a imaginação possa criar. Daí porque o poeta é também vidente e profeta, intérprete e porta-voz das multidões. Cabe também a ele riesmascarar atitudes pedantes, o farisaísmo, a injustiça social, hipocrisia, a violação dos direitos humanos e toda uma vasta gama de mazelas objeto de uma "gaia ciência.., não no sentido demolidor de Nietzsche, mas na linha da denúncia faceta e jovial expressa com a beleza do dizer. A espontaneidade é a fonte nutriz da poesia, já produto livre da imaginação criadora, mas é também suprema expressão da arte. Daí ser necessário que a razão dirija-lhe o vôo, sem lhe cortar 167,. - -- r " o '

as asas. Para tanto é imprescindível que os caprichos da fantasia sejam orientados na tentativa de manifest r o belo pelas melhores palavras na melhor ordem possível. E bem verdade que a linguagem, na arte poética, é apenas um veículo de transmissão, pois em si mesma a poesia é imaterial e a metrificação não lhe é essencial. No entanto, os versos não comunicarão beleza se não obedecerem a um plano de unidade na variedade, ensejando vários graus de perfeição. Ao contrário da prosa, a poesia é pluridimensional, tendo o símbolo como predominância na forma alusiva e elusiva do dizer. Inspira invenção do espírito, esquisita emoção, indefinível encanto. Sugere outro espaço e outro tempo, em contínua tensão dialética entre a ausência e a presença, entre a palavra e o silêncio. Satisfaz uma necessidade da natureza humana e fala diretamente à alma. A poesia é substa-ntiva, vive em si mesma. As outras chamadas belas-artes, porém, não poderiam existir sem ela. A poesia, alma de todas as manifestações artísticas, utiliza a plasticidade de todas as artes: os traços e a policromia da pintura, o ritmo e a melodia da música, o escultural das estatuária, a unidade harmoniosa da arquitetura. O apóstolo João, o evangelista místico, nos revela que.. no princípio era a Palavra, e esta se fez carne e habitou entre nós... Cristo, como Palavra proferida pelo Pai no amor do Espírito, é o modelo perfeito da poesia de Deus. Cristo, o místico por excelência, se torna a revelação radical da vivência cristã da poesia, porque por ele tudo foi feito e nele nós vivemos, nos movemos e existimos. Poesia e mística são irmãs gêmeas que fincam raízes nos segredos originais da própria criação universal. A arte do poeta e a contemplação do místico alimentam-se da mesma Palavra Criadora, guardada no significado de todas as palavras. Elas nos revelam a beleza da existência humana. Texto fornecido pelo autor. 168