1 Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela exaustão, assim a pedra retornava à base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta cotidiana dos deficientes auditivos brasileiros, os quais buscam ultrapassar as barreiras as quais os separam do direito à educação. Nesse contexto, não há dúvidas de que a formação educacional de surdos é um desafio no Brasil o qual ocorre, infelizmente, devido não só à negligência governamental, mas também ao preconceito da sociedade. A Constituição cidadã de 1988 garante educação inclusiva de qualidade aos deficientes, todavia o Poder Executivo não efetiva esse direito. Consoante Aristóteles no livro "Ética a Nicômaco", a política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, logo se verifica que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil à medida que a oferta não apenas da educação inclusiva, como também da preparação do número suficiente de professores especializados no cuidado com surdos não está presente em todo o território nacional, fazendo os direitos permanecerem no papel. Outrossim, o preconceito da sociedade ainda é um grande impasse à permanência dos deficientes auditivos nas escolas. Tristemente, a existência da discriminação contra surdos é reflexo da valorização dos padrões criados pela consciência coletiva. No entanto, segundo o pensador e ativista francês Michel Foucault, é preciso mostrar às pessoas que elas são mais livres do que pensam para quebrar pensamentos errôneos construídos em outros momentos históricos. Assim, uma mudança nos valores da sociedade é fundamental para transpor as barreiras à formação educacional de surdos. Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema. Cabe ao Ministério da Educação criar um projeto para ser desenvolvido nas escolas o qual promova palestras, apresentações artísticas e atividades lúdicas a respeito do cotidiano e dos direitos dos surdos. - uma vez que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador - a fim de que a comunidade escolar e a sociedade no geral - por conseguinte - conscientizem-se. Desse modo, a realidade distanciar-se-á do mito grego e os Sísifos brasileiros vencerão o desafio de Zeus.
2 Na obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, o realista Machado de Assis expõe, por meio da repulsa do personagem principal em relação à deficiência física (ela era coxa), a maneira como a sociedade brasileira trata os deficientes. Atualmente, mesmo após avanços nos direitos desses cidadãos, a situação de exclusão e preconceito permanece e se reflete na precária condição da educação ofertada aos surdos no País, a qual é responsável pela dificuldade de inserção social desse grupo, especialmente no ramo laboral. Convém ressaltar, a princípio, que a má formação socioeducacional do brasileiro é um fator determinante para a permanência da precariedade da educação para deficientes auditivos no País, uma vez que os governantes respondem aos anseios sociais e grande parte da população não exige uma educação inclusiva por não necessitar dela. Isso, consoante ao pensamento de A. Schopenhauer de que os limites do campo da visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo que a cerca, ocorre porque a educação básica é deficitária e pouco prepara cidadãos no que tange aos respeito às diferenças. Tal fato se reflete nos ínfimos investimentos governamentais em capacitação profissional e em melhor estrutura física, medidas que tornariam o ambiente escolar mais inclusivo para os surdos. Em consequência disso, os deficientes auditivos encontram inúmeras dificuldades em variados âmbitos de suas vidas. Um exemplo disso é a difícil inserção dos surdos no mercado de trabalho, devido à precária educação recebida por eles e ao preconceito intrínseco à sociedade brasileira. Essa conjuntura, de acordo com as ideias do contratrualista Johm Locke, configura-se uma violação do contrato social, já que o Estado não cumpre sua função de garantir que tais cidadãos gozem de direitos imprescindíveis (como direito à educação de qualidade) para a manutenção da igualdade entre os membros da sociedade, o que expõe os surdos a uma condição de ainda maior exclusão e desrespeito. Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que a Escola promova a formação de cidadãos que respeitem às diferenças e valorizem a inclusão, por intermédio de palestras, debates e trabalhos em grupo, que envolvam a família, a respeito desse tema, visando a ampliar o contato entre a comunidade escolar e as várias formas de deficiência. Além disso, é imprescindível
que o Poder Público destine maiores investimentos à capacitação de profissionais da educação especializados no ensino inclusivo e às melhorias estruturais nas escolas, com o objetivo de oferecer aos surdos uma formação mais eficaz. Ademais, cabe também ao Estado incentivar a contratação de deficientes por empresas privadas, por meio de subsídios e Parcerias Público-Privadas, objetivando a ampliar a participação desse grupo social no mercado de trabalho. Dessa forma, será possível reverter um passado de preconceito e exclusão, narrado por Machado de Assis e ofertar condições de educação mais justas a esses cidadãos.
71% dos brasileiros têm os serviços públicos de saúde como referência As UBS foram apontadas como principal porta de entrada da população ao SUS. Dados mostram também que o Farmácia Popular ampliou o acesso a medicamentos A maioria dos brasileiros procura pelas unidades públicas quando apresenta algum problema de saúde. Pesquisa do Ministério da Saúde, realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que 71,1% da população foram a estabelecimentos públicos de saúde para serem atendidos. Deste total, 47,9% apontaram as Unidades Básicas de Saúde como sua principal porta de entrada aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados também apontam que as políticas públicas cumprem papel fundamental no acesso a medicamentos. Do total de entrevistados, 33,2% conseguiram pelo menos um dos medicamentos no SUS e 21,9%, por meio do Programa Farmácia Popular. Na avaliação do perfil dos usuários da rede pública de saúde, o estudo mostra que os serviços chegam a quem mais precisa. A proporção de indivíduos que mais tiveram acesso a medicamentos nos serviços públicos sobe para 41,4% na população sem instrução ou com fundamental incompleto e para 36,7% entre os de cor parda. O mesmo acontece com o Programa Farmácia Popular, ou seja, quem mais utiliza este serviço são as pessoas de menor escolaridade. O estudo destaca o papel do SUS na promoção da equidade e os resultados do esforço do governo federal em expandir os serviços a toda a população, destacou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Depois das Unidades Básicas de Saúde, os serviços públicos mais procurados pela população são os de emergências, como as Unidades de Pronto Atendimento Público ou Emergência de Hospital Público (11,3%), seguidos pelos hospitais e serviços especializados: do total, 10,1% da população vão até um Hospital Público ou Ambulatório quando têm um problema de saúde e 1,8% vão aos Centros de Especialidades e Policlínicas Públicas. Os consultórios e clínicas particulares atraem 20,6% dos brasileiros e 4,9% buscam emergências privadas.
Pesquisa Nacional de Saúde Os dados integram o segundo volume da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) feita em 64 mil domicílios em 1.600 municípios de todo o País entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014. O estudo é considerado o mais completo inquérito de saúde do Brasil e traz dados inéditos sobre vários aspectos, entre eles, acidente no trânsito, acesso aos serviços de saúde (atendimento e medicamentos) e violência. A pesquisa serve de base para que o Ministério da Saúde possa traçar suas políticas públicas para os próximos anos. Durante o levantamento, foram coletadas informações sobre toda a família a partir de entrevistas com cerca de 205 mil indivíduos em domicílio, escolhidos por meio de sorteio entre os moradores da residência para responder ao questionário. Uma terceira fase da pesquisa trará informações resultadas dos exames de sangue, urina e aferição da pressão arterial dos brasileiros. Saúde da Família chega a 112 milhões de brasileiros Os números também demonstram expansão na cobertura da estratégia Saúde da Família. Ao todo, 112,5 milhões de brasileiros, o equivalente a 56,2% da população, estão cadastrados neste programa. Se compararmos com os resultados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios/IBGE), realizada em 2008, a iniciativa atingia 96,5 milhões de pessoas. Comparando os dois estudos, em cinco anos, cerca de 16 milhões de pessoas passaram a ser atendidas pelo Saúde da Família. Os dados da PNS mostram ainda que o serviço tem chegado principalmente às pessoas de menor escolaridade. Já no recorte por região, é o Nordeste (64,7%) quem mais conta com domicílios cadastrados no Saúde da Família e o Sul (56,2%) também registra índice acima da média nacional. Essa expansão do Saúde da Família também é observada nos números do Ministério da Saúde. Entre 2010 e 2014, houve um crescimento de 19,8% do total de equipes, passando de 31.660 para 37.944 no período. Os investimentos federais na atenção básica mais que dobraram crescimento de 106% nos últimos quatro anos, chegando a R$ 20 bilhões em 2014. Esta é uma área de atenção prioritária para o governo, uma vez que consegue resolver até 80% dos problemas de saúde sem necessidade de encaminhamento do paciente para um hospital ou unidade especializada, tornando a assistência em toda a rede mais eficiente.
Criado há 25 anos, SUS ainda enfrenta desafios na qualidade de atendimento Para garantir saúde pública de qualidade a toda população, o Brasil ainda precisa percorrer um longo caminho. Mas, se de um lado tem desafios como a carência de médicos em muitas regiões, a distribuição irregular dos profissionais em seu território e a falta ou inadequação da estrutura de atendimento em diversas unidades, do outro tem o mérito de ser o único país com mais de 100 milhões de habitantes que assumiu o compromisso de contar com um sistema universal, integral, igualitário e gratuito de saúde. Para conhecer melhor a realidade da saúde pública, a Agência Brasil enviou uma equipe de reportagem ao Amazonas, Maranhão e Piauí. Durante sete dias, os repórteres percorreram capitais e cidades do interior dos três Estados das regiões Norte e Nordeste para conhecer a realidade dos moradores e de indígenas que dependem da saúde pública. Também foram mobilizadas equipes do Distrito Federal, de São Paulo e do Rio de Janeiro. No Maranhão, a dona de casa Graça Mendes, 56 anos destacou a importância de a população local poder contar com o atendimento integral e gratuito. Segundo ela, embora não tenha nenhum vínculo empregatício, pode recorrer a um posto de saúde ou a um hospital quando precisa de atendimento. Nem sempre foi assim: há algumas décadas, somente pessoas formalmente empregadas e seus dependentes podiam utilizar a rede de saúde mantida pelo Estado, por meio do antigo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (Inamps). Os outros brasileiros, que quisessem ou precisassem de atendimento, deveriam pagar diretamente por ele. "A saúde pública, claro, poderia e deveria melhorar, mas é melhor a gente ter esse direito do que ficar sem ele. Temos que cobrar melhoria dos serviços e lutar por isso", disse Graça, que é usuária da rede pública há três anos, desde que ficou viúva e não teve mais como pagar o plano de saúde.
A Constituição Federal de 1988 instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS), que tem sua origem no movimento conhecido como Revolução Sanitária, nascido nos meios acadêmicos na década de 1970. Seu principal pilar era a defesa da saúde como direito de todos. O movimento teve como marco a 8º Conferência Nacional de Saúde, em 1986, que, além de ajudar a propagá-lo, produziu um relatório final que serviu de base para os debates na Assembleia Constituinte. Defensores da reforma, como o sanitarista Sérgio Arouca, que foi presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), tiveram grande destaque à época e ajudaram o Brasil a implantar o modelo de atenção à saúde como conhecemos hoje. A lavradora Raimunda Ferreira de Oliveira, de 79 anos, que nunca trabalhou com carteira assinada, lembra como era a saúde antes da criação do SUS. "A gente tinha que pagar para ver o médico. Aqui, em Rosário - município maranhense -, tinha um médico só e a gente ia na casa dele para ser atendida quando acontecia alguma coisa", contou. Na estratégia adotada pelo SUS não há hierarquia entre os níveis de governo, mas cada uma das esferas - federal, estadual e municipal - tem competências distintas. O principal financiador da saúde pública no país é a União que, também, tem a responsabilidade de formular políticas na área. Essas políticas devem ser implementadas por Estados e municípios. Cabe aos governos estaduais organizar o atendimento em seu território e aos municípios gerir as ações e os serviços ofertados à população. Eles - os municípios - são os principais responsáveis pela saúde de seus habitantes. Se um município não tem todos os serviços, deve pactuar com cidades vizinhas o encaminhamento das demandas a outras localidades onde eles são encontrados. Atualmente, segundo dados do Ministério da Saúde, são feitos, a cada ano, na rede do SUS, 3,7 bilhões de procedimentos ambulatoriais, 531 milhões de consultas médicas e 11 milhões de internações. O Sistema Único de Saúde também é considerado o maior sistema público de transplantes de órgão do mundo, além de responder por 98% do mercado de vacinas e por 97% dos procedimentos de quimioterapia. Entre os anos de 2010 e 2012, foram feitos 32,8 milhões de procedimentos oncológicos por meio do SUS.
Diante da dimensão do SUS, para que a rede funcione em harmonia, a porta de entrada deve ser a atenção básica, formada pelos postos e centros de saúde, além das unidades do Programa Saúde da Família. Estudos demonstram que esse estágio de atendimento é capaz de resolver aproximadamente 80% dos problemas de saúde. Somente após passar pela atenção básica, o paciente deve ser encaminhado, se necessário, a outros serviços de maior complexidade, como hospitais e clínicas especializadas, onde são feitos exames, consultas e algumas cirurgias (média complexidade) e procedimentos que envolvem tecnologia mais avançada, como os de traumato-ortopedia, cardiologia, terapia renal substitutiva e oncologia (alta complexidade). Um dos principais problemas na implantação do SUS, segundo especialistas, autoridades e profissionais, é que a atenção básica não dá conta desse papel inicial, de funcionar como porta de entrada do sistema, e as unidades de média e alta complexidade acabam sobrecarregadas. Muitas vezes, as doenças dos pacientes encaminhados aos hospitais poderiam ser evitadas, com ações mais efetivas na área da prevenção ou tratadas em estágio inicial. Nesse primeiro nível de atenção à saúde, segundo o modelo brasileiro, a população tem acesso a especialidades básicas: clínica geral, pediatria, obstetrícia e ginecologia.
Conheça os 9 maiores problemas de saúde pública no Brasil Você provavelmente já deve ter ouvido sobre o caos que define como está a saúde pública no Brasil. São exames que demoram, filas de esperas gigantescas, médicos que estão na escala, mas que não aparecem no dia do plantão marcado. Basta pegar um jornal ou uma revista que esses e outros problemas estarão lá, o que indica que os problemas de saúde pública estão presentes diariamente. Por conta disso, muitas pessoas acabam optando por pagar um plano de saúde ou tirar do próprio bolso o dinheiro para uma consulta particular. O objetivo é ter um atendimento mais digno, sem esperas infinitas e, acima de tudo, ser respeitado não só como paciente, mas também como indivíduo. Portanto, se você tem uma clínica, um consultório médico ou um hospital, preste atenção nos 9 problemas de saúde pública que listaremos abaixo e que nunca em nenhuma hipótese podem estar presentes em estabelecimentos particulares. 1. Quadro de profissionais desqualificados Apesar de hoje termos mais acesso à educação, principalmente devido aos recursos de ensino a distância (EAD), ainda existem muitos profissionais desqualificados com destaque para aqueles que se preparam em faculdades que não oferecem o suporte educacional e equipamentos necessários. Por isso, em sua clínica ou seu hospital, certifique-se muito bem antes de contratar um profissional. Verifique o seu currículo, pesquise o nível de qualidade das instituições de formação e se elas são reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC). Assim, você estará garantindo um atendimento de qualidade para os seus clientes. 2. Falta de médicos O problema não está só no fato de os profissionais não terem uma boa formação. Para complicar ainda mais a situação,
eles estão mal distribuídos pelo Brasil e, em muitas cidades especialmente do interior faltam médicos de várias especialidades. Conforme os dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) existe 1 médico para cada 470 habitantes. Porém, nas regiões Norte e Nordeste, a quantidade é muito menor e chega a 1 médico para cada 953,3 e 749,6 brasileiros, respectivamente. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), há aproximadamente 17 médicos para cada 10 mil habitantes no Brasil, enquanto na Europa esse número chega a 33. Isso mostra o quanto o nosso país está despreparado frente às nações desenvolvidas para prestar um atendimento de saúde para a sua população. 3. Longo tempo de espera Uma pesquisa realizada pelo Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) mostrou que 39,8% dos entrevistados resolveram contratar um plano de saúde para se livrar do longo período de espera do Sistema Único de Saúde (SUS). 4. Desperdício de tempo Os hospitais acabam gastando muito tempo sem necessidade. Há, também, uma grande falta de controle na distribuição de profissionais por paciente. Assim, é preciso determinar muito bem o horário de serviço a ser aplicado por cada profissional para prestar atendimentos. Isso otimiza todo o processo e ajuda a reduzir filas. 5. Falta de leitos Ao chegar em um hospital público, muitos indivíduos se deparam com todos os leitos ocupados. Como última opção, resta apenas a possibilidade de receber alguma forma de atendimento em uma maca pelos corredores. Essa condição é desumana e eleva os riscos de complicação e até óbito dos pacientes. Em 2017, o CFM, em pesquisa pelo Datafolha, declarou que o aumento do número de leitos é a terceira necessidade mais citada pelos entrevistados entre os problemas de saúde pública que precisam ser resolvidos pelo governo. Um exemplo muito claro dessa condição é a quantidade de leitos para recém-nascidos no SUS. O recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é de 4 leitos para cada mil nascidos vivos. No nosso sistema público, esse número é de 1,5
6. Má administração financeira De acordo com o economista Paulo Feldmann, a administração do sistema público é uma tragédia. Já não há muitos recursos financeiros para prover tudo o que uma saúde de qualidade precisa e a má gestão ainda desperdiça o pouco que tem. Segundo Oswaldo Yoshimi Tanaka, diretor da Faculdade de Saúde Pública da USP, o SUS está subfinanciado e não recebe dinheiro suficiente para atender a sua demanda, situação que é agravada ainda mais pela crise política e econômica no país. 7. Atendimento pouco humanizado O indivíduo chega ao hospital porque está com dor ou alguma doença o que já o deixa fragilizado, não apenas fisicamente, mas também no nível emocional. É nesse ponto que entra a humanização e capacitação dos profissionais durante o atendimento, desde a recepção até a alta do paciente. O problema é a presença de pessoas despreparadas e incapacitadas para prestar esse atendimento ao público de forma adequada. Muitos deles se acomodam e passam anos sem fazer cursos de atualização ou uma especialização em suas áreas para elevar a qualidade dos atendimentos. 8. Escasso atendimento na emergência As emergências costumam ser os postos mais procurados pela população e exigem um atendimento rápido e de qualidade. Isso possibilita que a vida de uma pessoa seja salva, no entanto, não é isso o que acontece no SUS, o que praticamente declara de forma muito negativa como está a saúde pública no Brasil. Não é raro ler notícias sobre pacientes que precisam esperar diversas horas para receber um primeiro atendimento emergencial ou ser encaminhado para unidades especializadas. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a avaliação dos serviços de urgência e emergência recebeu mais de 31% de avaliações negativas. 9. Alto número de mortes Quando a má administração da saúde pública no Brasil é somada com o quadro de profissionais desqualificados, falta de leitos e problemas no atendimento emergencial, o resultado é um crescimento do número de mortes sobretudo por
infarto. A falta de agilidade e o despreparo para um atendimento que deve ser feito em até duas horas (período de maior possibilidade de sobrevivência após o evento cardíaco) são os grandes problemas no momento de atender aos pacientes com problema no coração. Com pequenas mudanças e melhorias na estrutura, é possível reduzir o número de óbitos de forma definitiva nesses casos.