X Conferência RELOP Cooperação e Integração nos Mercados de GN e Petróleo

Documentos relacionados
Aprofundamento do mercado interno de energia. Vitor Santos, Presidente da ERSE The Golden Age of Gas, de Outubro de 2012

A Regulação do Sector Energético

VI Conferência Anual da RELOP

ERSE e CNE finalizam proposta de funcionamento do MIBGAS

As Experiências de Regulação de Energia nos Países de Língua Oficial Portuguesa

Comunicado. Novos regulamentos do setor do gás natural

A regulação do setor energético em Portugal e os seus desafios

A harmonização regulatória do MIBEL e o novo enquadramento europeu (3º Pacote)

A transição energética e o papel crucial do Gás Natural

Portugal e a integração dos Mercados Elétricos europeus

QUE TARIFAS DE GÁS NATURAL SÃO REGULADAS PELA ERSE NO ANO GÁS ?

Mestrado Profissionalizante

Audição Pública sobre a proposta de regulamentação do sector do gás natural. Aspectos chave dos comentários da Endesa Portugal

Tarifas de gás natural de outubro de 2019 a setembro de 2020

Conferência Parlamentar sobre Energia. Sustentabilidade Financeira. Vitor Santos, ERSE

MIBEL ASPECTOS DE GOVERNAÇÃO E HARMONIZAÇÃO REGULATÓRIA

Proposta de tarifas de gás natural de outubro de 2019 a setembro de 2020

A Regulação do Sector Energético

Eletricidade e Energias Renováveis em Portugal

A Regulação do Gás Natural em Portugal

ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS. Abril 2015

- um ponto de situação -

Tarifas Extraordinárias a vigorarem a partir de 1 de Setembro de 2007

Novos desafios para a participação dos consumidores no mercado de energia. Eduardo Teixeira Lisboa, 11 de novembro de 2016

Os desafios do mercado da energia

O SISTEMA ENERGÉTICO: A MUDANÇA NO HORIZONTE As interligações e o mercado europeu de energia

Comunicado. Tarifas de gás natural de julho de 2017 a junho de 2018

Comunicado. Proposta de tarifas de gás natural de julho de 2017 a junho de 2018

Compreendendo Gás Para Crescer: Objetivos jurídicos e regulatórios, regime fiscal, transporte e uma nova situação de mercado

Comunicado. Tarifas e preços de gás natural de julho de 2016 a junho de 2017

Mercado do Gás Natural na Peninsula Ibérica Visão de um operador. Out I Encontro Anual AGN. Pedro Furtado Director

COMENTÁRIOS DA GOLDNERGY À PROPOSTA DE ALTERAÇÃO REGULAMENTAR APRESENTADA PELA ERSE EM DEZEMBRO 2012

Energia nuclear no mercado de eletricidade

Desafios para a manutenção da qualidade e independência regulatória

Empoderamento dos Consumidores no sector elétrico

Tarifas de gás natural de julho de 2018 a junho de 2019

Relatório sobre o fornecimento de Gás Natural à Indústria em Portugal Q&A

Proposta de tarifas de gás natural de julho de 2018 a junho de 2019

Comunicado. Proposta de tarifas de gás natural de julho de 2016 a junho de 2017

V Conferência Anual da RELOP Sessão de Abertura. Vítor Santos, ERSE. Caro Prof. Edvaldo Santana, Presidente da RELOP, Estimados colegas reguladores,

28 de novembro de 2016

SERVIÇOS PÚBLICOS ESSENCIAIS

Comunicado de Imprensa Tarifas e preços para o gás natural e outros serviços regulados para o ano gás

PLANO DE ATIVIDADES E ORÇAMENTO

Comunicado. Tarifas de gás natural de julho de 2014 a junho de 2015

Liberalização das utilities e reguladores sectoriais A liberalização dos antigos serviços públicos prestacionais factores político-ideológicos ideológ

ANÁLISE DOS COMENTÁRIOS RECEBIDOS À CONSULTA PÚBLICA SOBRE A PROPOSTA DE HARMONIZAÇÃO E RECONHECIMENTO MÚTUO DAS LICENÇAS DE COMERCIALIZAÇÃO NO MIBGAS

RELATÓRIO DE ATIVIDADES CONSELHO DE REGULADORES DO MIBEL

PROPOSTA DE ALTERAÇÃO DO REGULAMENTO TARIFÁRIO DO SECTOR DO GÁS NATURAL «MAIOR FLEXIBILIDADE TARIFÁRIA»

O que muda no enquadramento legal do sector eléctrico

Proposta de Revisão Regulamentar do Setor do Gás Natural

Sessão de lançamento do livro A Regulação da Energia em Portugal no âmbito das Comemorações dos 20 anos de atividade da ERSE

Perspectivas do Gás Natural no Rio de Janeiro

AUDIÇÃO PÚBLICA. Proposta de Revisão dos Regulamentos do Gás Natural (Lisboa, 12 de dezembro de 2012)

As interligações de energia e o mercado interno de energia europeu

MINISTÉRIO DA ECONOMIA E DO EMPREGO

Comunicado. Proposta de Tarifas e Preços para a Energia Elétrica em 2012

IMPORTAÇÃO, RECEÇÃO E ARMAZENAMENTO DE GÁS NATURAL

RELATÓRIO MERCADO LIBERALIZADO DE ELECTRICIDADE PONTO DE SITUAÇÃO DO 1º TRIMESTRE DE 2009

2. O desenvolvimento do MIBGAS

ESTUDO DAS TROCAS OPERACIONAIS NO SEGMENTO DO TRANSPORTE DE GÁS NATURAL NO BRASIL. Juliana Meza Vega. Prof.: Marcelo Colomer Ferraro. GEE/IE/UFRJ.

INTERLIGAÇÕES. Valor na Competitividade e na Proteção do Ambiente. XX Congresso da Ordem dos Engenheiros João Afonso*

ENERGIA O MERCADO DAS INFRA-ESTRUTURAS PDIRT. e Investimento da Rede de Transporte. Redes Energéticas Nacionais, SGPS

RELATÓRIO ANUAL PARA A COMISSÃO EUROPEIA

Mobilidade elétrica: novos desafios para a Regulação. Vitor Santos Rio de Janeiro, 25 de outubro de 2013

Regulação, Sustentabilidade e Eficiência Energética. O PPEC (Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia Eléctrica)

CLEAN ENERGY Energia Limpa para todos os Europeus

Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor

MIBEL Mercado Ibérico de Electricidade

Experiencias de Cooperação e Integração nos Mercados Elétricos

Revisão do Manual de Procedimentos de Acesso às Infraestruturas do SNGN. Documento de comentários

Mercado Liberalizado da Electricidade

Proposta de alteração do. Regulamento do Acesso às Redes e às Interligações

REDES ENERGÉTICAS NACIONAIS

Comentários à Proposta de Regulamento do Sector do Gás Natural

Integração da PRE no MIBEL

EDP Serviço Universal. Proposta de Revisão Regulamentar do Setor Elétrico Audição Pública. 21 de Junho, 2011

O MIBEL na prática das autoridades de concorrência

Relatório de Actividades CONSELHO DE REGULADORES DO MIBEL

INTERLIGAÇÕES & EXPORTAÇÕES

Consulta Pública n.º 73

Desafios do Mercado de Gás Natural no Brasil

TARIFAS E PREÇOS DE ELETRICIDADE E GÁS NATURAL de janeiro de 2018

ALTERAÇÕES apresentadas pela Comissão da Indústria, da Investigação e da Energia

Painel: Gás Natural e a Competitividade da Indústria. Brasília, 23 de abril de 2018.

INSTITUTO REGULADOR DOS DERIVADOS DO PETRÓLEO (IRDP) PERSPECTIVA DA REGULAÇÃO DOS DERIVADOS DOS PETRÓLEOS EM MATÉRIA DE LEGISLAÇÃO

BALANÇO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS Energia. 22 de junho de 2018

Grandes Desenvolvimentos Regulatórios nos Países de Língua Oficial Portuguesa

DIREITO DOS MERCADOS PÚBLICOS REGULAÇÃO ECONÓMICA 2017/ º Semestre

NOTA INFORMATIVA. Dezembro 2010 ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS

TARIFAS E PREÇOS DE GÁS NATURAL PARA O ANO GÁS E PARÂMETROS PARA O PERÍODO DE REGULAÇÃO

Proposta de Tarifas e Preços de Energia Eléctrica e Outros Serviços a vigorarem em 2008

ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS

TARIFAS E PREÇOS DE GÁS NATURAL PARA O ANO GÁS

TARIFAS E PREÇOS DE GÁS NATURAL PARA O ANO GÁS

ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS DIRETIVA N.º 5/2014. Alteração do Regulamento Tarifário do setor do gás natural

PLANO NOVAS ENERGIAS (ENE 2020)

Aspectos regulatórios envolvendo o Gás para Crescer: Distribuição e Comercialização

DMIF II Inducements e acordos de partilha de comissões. Impactos. Da execução de ordens à consultoria. 27 de outubro de 2016

Transcrição:

X Conferência RELOP Cooperação e Integração nos Mercados de GN e Petróleo 25 Out 2017

AGENDA MERCADO ÚNICO EUROPEU O CASO DO MERCADO IBÉRICO CONCLUSÕES

Mercado Único Europeu Mercado de GN na Europa antes da 1ª Diretiva Europeia - 1998 Mercado desenvolvido por país : opção pela independência nacional, na cadeia de produção, aprovisionamento, infraestruturas e comercialização Existência de Operador Histórico verticalmente integrado Monopólio Natural: Produção/Importação Transporte Distribuição Comercialização Contratos de fornecimento de longo prazo com países terceiros Consumo de 400 bcm/a, satisfeito em cerca de 65% via importação Capacidades limitadas de interligação (cross-border), impedindo o desenvolvimento de mercados grossistas supranacionais Fornecedor único para todos os clientes, associado ao Operador Histórico 3

Mercado Único Europeu Desenvolvimento e Propósitos Objetivo Criação de espaço único de mercado, cobrindo toda a UE, incrementando a Segurança de Abastecimento e Concorrência, com reforço das Obrigações de Serviço Público Separação das atividades em monopólio natural (operação das infraestruturas) das realizáveis em regime de mercado (produção, aprovisionamento e comercialização) Proibição de disposições restritivas em contratos de aprovisionamento, limitantes da concorrência no mercado grossista (por ex. destino, duração, revendas) Estabelecimento de regras de acesso, operação e tarifário das infraestruturas a utilizar pelos comercializadores transparentes, objetivas e não discriminatórias Fomento da concorrência e incentivo à entrada de novos players no mercado grossista Abertura dos mercados nacionais na comercialização retalhista - consumidor doméstico 4

Mercado Único Europeu O Edifício Regulatório - Diretivas Europeias de Energia 1998 1ª Diretiva (98/30/EC) 2003 2ª Diretiva 2003/55/EC 2009 3ª Diretiva 2009/73/EC Separação das atividades Transporte unbundling acionista: proprietário não pode exercer atividades de produção, importação ou comercialização Distribuição - unbundling societário, funcional e contabilístico: operação independente se integrada em grupo vertical (supervisão acionista do Plano de Negócios e Endividamento) Produção, Importação e Comercialização em regime de mercado Acesso às infraestruturas - Transporte, Terminais GNL, Armazenagem e Distribuição Regime de acesso a terceiros, com tarifas reguladas Recusa de acesso a infraestruturas fundamentais apenas em casos excecionais: ligação a produção, recuperação de investimentos, contratos take-or-pay pré-existentes Reforço dos Poderes dos Reguladores Nacionais e Europeu (ACER) 5

AGENDA MERCADO ÚNICO EUROPEU O CASO DO MERCADO IBÉRICO CONCLUSÕES

O Caso do Mercado Ibérico Implementação das Directivas Europeias em Portugal e Liberalização do Mercado 1997 2006 - Início da Comercialização de Gás Natural em Portugal - Transposição para a Legislação Portuguesa da 2ª Diretiva Europeia do GN - Venda dos Ativos de Transporte, Terminal GNL e Armazenamento da Galp à REN (unbundling acionista) 2007 2008 - Início do processo de Abertura do Mercado de GN em Portugal (UTE) - Primeira Aprovação de Tarifas Reguladas pelo Regulador (ERSE) Transporte, Terminal GNL e Armazenamento - Início da operação unbundled da Distribuição e Comercialização Retalhista, com aplicação de Tarifas Reguladas 7 2010 - Conclusão do Processo de Abertura do Mercado - clientes domésticos podem escolher o comercializador - ERSE mantém Publicação de Tarifas Reguladas até à completa migração dos clientes (>75% clientes; >90% volume)

O Caso do Mercado Ibérico Caraterísticas específicas sugeriam integração facilitada num Mercado Ibérico único Dois mercados já com alguma maturidade: Portugal - 15 anos; Espanha - 30 anos Isolados geograficamente das redes europeias (Pirinéus) Aprovisionamento por GNL elevado face à Europa (>50%) em ambos os países Interligações com capacidade disponível - Gasoduto do Magrebe desenvolvido conjuntamente Transposição dos Regulamentos Europeus para Legislações Nacionais praticamente completada Experiência prévia positiva de integração do mercado elétrico (MIBEL) - criação de hub para o mercado grossista, com acoplamento da produção (pool com ordem de mérito) Primeira Consulta Pública sobre Modelos de Organização do MIBGAS em 2007 8

O Caso do Mercado Ibérico mas têm ocorrido dificuldades na implementação 9 Tarifas e Remuneração dos Operadores: quem paga o quê? Tarifas na Interligação por harmonizar (Consulta Pública em 2012) limita efetividade do Entry-Exit Planos de Investimento insuficientemente compatibilizados prioridades nacionais? Integração dos Mercados Nacionais Modelo proposto (Consulta Pública em 2014) foi o de 1 zona de mercado / 2 zonas de balanço maior complexidade para as operações de balanceamento dos comercializadores Hub para transações grossistas em operação desde 2016; apenas efetivo no Mercado Espanhol, aguarda desenvolvimentos legislativos em Portugal retira liquidez ao mercado grossista Questões Administrativas não harmonizadas Gestão conjunta de Reservas Estratégicas, Reconhecimento mútuo das Licenças de Comercialização, IVA Mas a liberalização e abertura dos mercados é um facto, medida pela migração de clientes para Mercado Livre (PT>75%; ESP>80%) Os desenvolvimentos promovidos pelo esforço do Mercado Livre são mais efetivos que os conduzidos administrativamente pela Legislação / Regulação?

AGENDA MERCADO ÚNICO EUROPEU O CASO DO MERCADO IBÉRICO CONCLUSÕES

Conclusões Regulação Europeia (RE) criada num ambiente de mercados separados com interligações reduzidas: relevância do Aprovisionamento por Importação superior à da Produção própria Unbundling dos Ativos de Infraestruturas assumido na RE como basilar à não discriminação nas atividades de aprovisionamento e comercialização Experiência ibérica de unbundling da Distribuição e Mercado Retalhista é positiva, na abertura do mercado e incremento da concorrência Condições e Tarifários de Acesso às Infraestruturas assumem uma relevância especial Regras objetivas, transparentes e não discriminatórias para Reserva de Capacidade e Resolução de Congestionamentos Tarifário deve seguir princípios de estabilidade e previsibilidade, com cenários de procura robustos, garantindo recuperação dos proveitos dos operadores (evitar Défices Tarifários) Abertura do Mercado faseada (Mercado Grossista => Grande Indústria => PMEs => Doméstico) tem sido seguida na Europa, com especial sucesso na Ibéria 11

Conclusões Programas de Investimento nas Infraestruturas Fundamentais Planeamento coordenado e quadro remuneratório estável e previsível cria condições favoráveis ao investimento Subinvestimento prejudica desenvolvimento de mercado, mas sobreinvestimento não cria consumos, apenas ativos ociosos com impacte tarifário negativo Regulador deve ser independente e possuir poderes suficientes para garantir atuação e supervisão efetivas Atuação sob um quadro transparente e objetivo, definidor dos limites de intervenção e zonas reservadas ao poder político (eleito) Promover Harmonização Legislativa, Regulatória e Fiscal Estabelecer Tarifários e Remuneração dos Ativos estáveis e previsíveis Possuir Poderes de Arbitragem e Decisão em situações de conflito keep it simple evitar que regulamentação cresça para dimensão burocráticaadministrativa pesada e desnecessária 12

X Conferência RELOP Cooperação e Integração nos Mercados de GN e Petróleo 25 Out 2017