CLEAN ENERGY Energia Limpa para todos os Europeus
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1 CLEAN ENERGY Energia Limpa para todos os Europeus Conferência Descarbonização da Economia Centro de Congressos de Lisboa, 17 Março 2017
2 Directivas Regulações O pacote Energia Limpa para todos os Europeus endereça as principais áreas de política energética europeia com diversas propostas legislativas Propostas legislativas Mercado Interno de Electricidade Mercado Interno de Electricidade Energias Renováveis (RES) Agência para a Cooperação de Reguladores de Energia (ACER) Eficiência Energética Modelo de Governo Desempenho Energético de Edifícios Preparação para o Risco Principais áreas de acção Eficiência Energética RES Desenho de Mercado Segurança de Abastecimento Modelo de Governo do Sector 1
3 As propostas da Comissão Europeia (CE) reforçam a ambição de se conseguir uma transição energética centrada nos consumidores Pilares de acção Destaques das propostas da CE Consumidores Promoção da participação activa dos consumidores nos mercados de energia Aumento do poder de escolha dos consumidores Preocupação com os consumidores vulneráveis Eficiência energética RES e desenho de mercado Reforço da ambição para 2030 com a proposta de um objectivo europeu vinculativo de redução de consumo de 30% Aprofundamento das medidas de eficiência energética para os edifícios Reforço das medidas de ecodesign e labelling Aprofundamento da integração dos mercados de electricidade Reforço da ambição de a Europa ser um líder mundial de RES Evolução para uma lógica mais regional e europeia do desenho de mercado e da regulação 2
4 No entanto, há pontos fundamentais das propostas da CE que deviam ser revistos para garantir o cumprimento eficiente dos objectivos europeus Principais pontos de melhoria face às propostas da CE Mercados de capacidade Investimento em RES Estrutura tarifária de retalho Tarifa social Governance Visão de mercados de capacidade como elementos estruturais do desenho de mercado que garantem segurança de abastecimento Referência a mecanismos de contratação de longo prazo que promovam os investimentos necessários em RES Alinhamento de estruturas tarifárias com estruturas de custos do sistema que elimine distorções económicas e sociais Financiamento das tarifas sociais via Orçamentos de Estado ou socialização de custos por todos os consumidores mas nunca via empresas do sector energético Plano claro e pré-definido de distribuição de esforço pelos Estados Membros para se atingir o objectivo europeu de RES 3
5 1 O serviço de backup que garante a segurança de abastecimento não é adequadamente remunerado no mercado energy-only Horas de operação das centrais a gás (CCGT) Horas, Spread de gás necessário para cobrir os custos fixos de uma CCGT ( /MWh vs. horas anuais equiv.) As renováveis substituem a geração térmica convencional, mas não evitam a necessidade de capacidade firme de backup, sendo este um serviço prestado pelas tecnologias térmicas convencionais Nos mercados energy-only, a capacidade de backup só se remunera com picos de preços inaceitáveis Fonte: Reuters, REN, OMEL, EDP 4
6 1 Os mercados de capacidade deviam ser aceites como componentes estruturais do desenho de mercado Propostas de melhoria face ao pacote da CE Definição de critérios de referência na regulação do mercado que facilitasse a introdução de mercados de capacidade na Europa Revisão do papel dos adequacy assessments na introdução de mercados de capacidade Devem apenas determinar a quantidade de capacidade firme que é necessária para garantir a segurança de abastecimento Não devem ser o factor determinante da introdução de mercados de capacidade Os assessments Europeus devem complementar, e não sobrepor-se, aos assessments que são feitos a nível nacional Eliminação do limite de emissões para a capacidade elegível para os mercados de capacidade por causar distorções no mecanismo próprio de mercado de redução de emissões - EU ETS Garantir a estabilidade de contratos que tenham sido estabelecidos ao abrigo de mecanismos de capacidade já existentes 5
7 2 O preço da pool não promove o investimento em qualquer tecnologia, sendo necessária previsibilidade de preço Custos nivelados de produção de electricidade no Sul da Europa 1 16 /MWh, 2016 Backup 2 Fixo Variável 108 Preço grossista 79 CCGT 88 Carvão Nuclear 86 Hídrica 69 Eólica onshore 75 Solar PV 96 Eólica offshore O preço grossista não remunera os custos totais de nenhuma tecnologia Convencional Renováveis As renováveis hoje não precisam de subsídios, mas de previsibilidade, com preços fixos definidos por concorrência ex-ante 1. Assume 5.000h anuais equivalentes para CCGT e Carvão. Números referem-se a uma central cujo investimento ficou operacional em Custo de backup considera os seguintes custos das CCGT: Capex 650 /kw; FOM+ATR fixo = 26 /kw, TIR = 8%. São também considerados 2,6 /MWh de custo de reforço da rede, 1 /MWh de Serviços de Sistema; 7 /MWh de Shaping das Eólicas e -4 /MWh de Shaping do Solar Fonte: Análise EDP 6
8 3 Há um forte desalinhamento entre a estrutura de custos e de receitas no setor eléctrico Estrutura de custos e de receitas do setor eléctrico por país 1 (% dos M ) 100% 80% Fixo 60% 40% Variável 20% 0% Custos Receitas Custos Receitas Custos Receitas 1. Dados de Espanha referem-se a 2015 e são provenientes da BCG; Receitas para Portugal referem-se a todos os níveis de tensão; Dados de custos e receitas em Portugal referem-se a 2016; em Itália, a estrutura de receitas considera apenas clientes domésticos Fontes: BCG, Eurelectric, Comissão Europeia, análise EDP 7
9 3 que origina diversas distorções de índole económica e social Criação de défice por redução de consumo: é gerado um défice de receitas sempre que há uma redução do consumo à rede Distorções Sobre-incentivo à geração distribuída: investimentos em tecnologias que reduzem o consumo à rede são sobre-incentivados, aumentando artificialmente a atractividade da geração distribuída vs centralizada Penalização da electrificação do consumo: desincentivando assim a eficiência energética que ocorre por esta via Subsidiação cruzada: clientes com maior utilização da potência estão a subsidiar os clientes com reduzidos load factors 8
10 4 A tarifa social deveria estar a cargo do OE ou ser financiada pelos consumidores não elegíveis, numa lógica de solidariedade social Tarifa Social de Eletricidade Gastos do Estado em habitações sociais % do PIB Apesar de, em média, a eletricidade representar 2,5% da despesa das famílias, em Portugal existe uma tarifa social para as famílias economicamente vulneráveis UK FR 0,8% 1,4% A tarifa social tem um desconto de 34% face à tarifa BTN 815 mil famílias portuguesas (~20% do total) beneficiam deste desconto FI DE DK 0,5% 0,6% 0,8% A tarifa social é injustamente financiada pelos produtores de eletricidade em regime ordinário, contrariando as boas práticas de políticas sociais SE NL ( ) 0,5% 0,5% PT 0,1% Fonte: ERSE, OCDE 9
11 5 O modelo de governo da União Energética devia clarificar as medidas que serão tomadas para se atingir o objectivo europeu de RES Propostas de melhoria face ao pacote da CE Clarificação das medidas a tomar para se atingir o objectivo europeu de RES caso as medidas nacionais não sejam suficientes para se atingir o objectivo de RES, devem ser criados mecanismos comunitários de financiamento de leilões europeus de RES Carácter vinculativo dos planos nacionais de energia e clima devia existir maior obrigatoriedade de cumprimento destes planos pelos Estados Membros para se criar maior previsibilidade para os investimentos 10
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