Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina ICF Pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias de junho de 2013
Famílias catarinenses permanecem otimistas com relação às possibilidades de consumo A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) catarinenses apresentou queda anual de 2,6% e alta no mês de 2,6%, chegando ao mês de junho no positivo patamar de 144,7 pontos, isso em uma escala que vai de 0 a 200 pontos. O resultado, em termos absolutos, expressa um otimismo das famílias catarinenses com relação as suas possibilidades de consumo. INDICADOR Mai/13 VARIAÇÃO MENSAL (%) VARIAÇÃO ANUAL (%) Emprego Atual 143,0 2,1-2,8 Perspectiva Profissional 103,8 3,5-2,8 Renda Atual 160,9 4,7 8,6 Acesso ao Crédito 169,1 5,0 1,6 Nível de Consumo Atual 111,9-2,9-10,6 Perspectiva de consumo 145,2 0,3-9,5 Momento para duráveis 179,0 3,6-0,7 ICF 144,7 2,6-2,6
Emprego, renda e consumo atuais Emprego, renda e consumo atual continuam apresentando números muito positivos e indicando que o otimismo dos catarinenses persiste, mesmo frente às incertezas em torno da economia brasileira. Nos indicadores referentes ao emprego e renda atual, houve alta na comparação mensal, enquanto a variação anual apresentou queda para um e alta para outro. A confiança em relação ao emprego atual aumentou 2,1% em comparação com o mês de maio e caiu 2,8% na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Já as expectativas com relação à renda atual apresentaram alta de 4,7% na variação mensal e de 8,6% na variação anual. A destoar dos dois indicadores supracitados, temos o que estabelece um mapeamento da perspectiva do consumo atual. Este indicador aponta que em termos mensais e em termos anuais a avaliação está em declínio, sendo 2,9% no primeiro e 10,6% no segundo. Em termos absolutos, independentemente de algumas quedas mensais, todos os indicadores se encontram acima da barreira dos 100 pontos, o que denota um otimismo dos catarinenses com emprego atual, renda atual e consumo. Os dados em ordem decrescente são: renda atual com 160,9 pontos, emprego atual com 143 pontos e, por fim, nível de consumo atual com 111,9 pontos. Perspectiva profissional Depois de um grande ciclo de dados negativos nas comparações mensais da perspectiva profissional dos catarinenses, este é o segundo mês consecutivo em que há variação positiva do índice no mesmo marco de referência. Na comparação entre junho e maio deste ano, houve alta de 3,5% na forma como os catarinenses avaliam sua perspectiva profissional. Na comparação com junho do ano passado, por sua vez, o índice apresentou queda de 2,8%. Em termos absolutos marca 103,8 pontos, mostrando um pequeno otimismo dos catarinenses com relação à perspectiva profissional, impressão esta sustentada por uma situação de pleno emprego e possibilidades reais de ganhos financeiros. Acesso ao crédito O acesso ao crédito, em termos mensais, apresentou alta de 5%. A variação anual também foi de alta: 1,6%. Em termos absolutos, o índice apresenta 169,1 pontos, o que significa um forte otimismo dos catarinenses com relação ao acesso ao crédito. Entretanto, este resultado pode ser abalado caso o atual ciclo de elevação dos juros brasileiros se manter por muito tempo.
Perspectiva de consumo De forma conectada com todos os outros indicadores, que apresentam avaliação de otimismo dos catarinenses, o indicador de perspectiva de consumo apresenta forte caráter positivo, com 145,2 pontos, alta de 0,3% na comparação mensal e queda de 9,5% na comparação anual. Estes últimos resultados negativos estão intimamente ligados às atuais incertezas da economia brasileira, que encontra um cenário muito menos favorável neste primeiro semestre do que no primeiro semestre do ano anterior. Momento para duráveis O momento para duráveis apresentou queda de 0,7% na variação anual. Na comparação com o mês de maio, o indicador apresentou alta de 3,6%. Em termos absolutos, o índice ainda se encontra em patamares muito positivos (179 pontos), o que revela uma percepção otimista dos catarinenses com relação ao momento para duráveis. As políticas de incentivo ao crescimento adotadas pelo governo federal, direcionadas principalmente para o setor de duráveis, e o patamar atual do emprego, da renda e do crédito continuam sendo suportes de manutenção de uma situação confortável para os consumidores catarinenses neste setor. Os impactos negativos são decorrentes dos mesmos fatores que impactaram os outros indicadores, a saber, as incertezas da economia brasileira, materializadas pelo crescimento progressivo dos preços e a recente alta da taxa de juros, a SELIC. Conclusão O indicador de intenção de consumo das famílias catarinenses apresentou neste mês de junho, em termos absolutos, resultado bastante positivo. Na percepção dos catarinenses, emprego, renda, consumo atual, crédito, perspectiva profissional e compra de bens duráveis se misturam positivamente e criam um otimismo forte com relação ao consumo. O ICF alcançou 144,7 pontos, resultado bastante distante dos 100 pontos que estabelece a barreira entre o otimismo e o pessimismo. Mesmo assim, no mesmo mês de 2012, o ICF era maior, o que mostra uma pequena deterioração na percepção das famílias catarinenses com relação ao momento econômico atual. Esta deterioração na percepção dos consumidores do Estado, por sua vez, é expressão das dificuldades apresentadas no decorrer deste ano na economia brasileira. A preocupação com a inflação, o aumento da taxa básica de juros e as incertezas com relação ao crescimento do PIB são os fatores preponderantes para explicar a queda anual. No entanto, a recuperação mensal do indicador expressa uma recuperação pontual do cenário econômico. A tendência para os próximos meses é de alta no ICF, decorrente principalmente da provável queda dos índices de inflação, fato que deve aumentar o poder de compra dos catarinenses. Além do mais, um maior controle da inflação tende a trazer uma segurança maior para as famílias, o que também contribui para uma melhoria futura do ICF.
Metodologia Foram entrevistados consumidores em potencial, residentes no Município de Florianópolis, com idade superior a 18 anos. Para fixar a precisão do tamanho da amostra, admitiu-se que 95% das estimativas poderiam diferir do valor populacional desconhecido p por no máximo 3,5%, isto é, o valor absoluto d (erro amostral) assumiria no máximo valor igual a 0,035 sob o nível de confiança de 95%, para uma população constituída de consumidores em potencial. Preferiu-se adotar o valor antecipado para p igual a 0,50 com o objetivo de maximizar a variância populacional, obtendo-se maior aproximação para o valor da característica na população. Em outras palavras, fixou-se um maior tamanho da amostra para a precisão fixada. Assim, o número mínimo de consumidores a serem entrevistados foi de 500, ou seja, com uma amostra de no mínimo 500 consumidores, esperou-se que 95% dos intervalos de confiança estimados, com semi-amplitude máxima igual a 0,035, contivessem as verdadeiras freqüências.