ESCOLAS DO CAMPO NO ESTADO DO PARANÁ: IDEB, PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Maria Antônia de Souza Universidade Tuiuti do Paraná



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Transcrição:

1 ESCOLAS DO CAMPO NO ESTADO DO PARANÁ: IDEB, PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Maria Antônia de Souza Universidade Tuiuti do Paraná Resumo O objetivo deste trabalho é caracterizar as escolas públicas localizadas no campo no estado do Paraná; apresentar elementos da prática pedagógica e discutir a formação de professores. Os procedimentos metodológicos adotados foram: estudo dos dados apresentados na Plataforma do INEP, em especial os que dizem respeito ao Índice de Desenvolvimento da Educação (IDEB); observação direta nas escolas municipais e estaduais localizadas no campo, bem como participação nas atividades de formação continuada realizadas nessas instituições. Parte-se de uma análise quanti-qualitativa com o intuito de constatar as mudanças que têm ocorrido nas escolas do campo, nas salas de aulas e os desafios que ainda permanecem no que diz respeito à formação dos professores e às políticas locais de valorização das escolas públicas. Constata-se a forte ruralidade do estado do Paraná e a relevância da permanência das escolas no campo. No âmbito das práticas pedagógicas notam-se pequenas modificações nas escolas, a exemplo das iniciativas de estudo, reelaboração dos Projetos Político-Pedagógicos e interesse no aprofundamento de temas relacionados ao trabalho na terra e cultura. Quanto ao IDEB, o que se constata é que os resultados indicam fragilidades das políticas locais que levam à precarização do trabalho do professor e impactos na aprendizagem dos alunos, como é o caso dos inúmeros dias sem aulas, devido ausência de transporte escolar. Por fim, a formação de professores tem ficado por conta da iniciativa privada no estado do Paraná, haja vista a política governamental atual de mudança da nomenclatura das escolas e de aumento da pontuação dos professores que possuem especialização em educação do campo, para fins de ingresso e ascensão no quadro dos profissionais da educação. Palavras-chave: educação do campo, escolas públicas, políticas, práticas educacionais. INTRODUÇÃO O estado do Paraná vivenciou entre os anos de 2003 a 2010 um intenso debate da educação do campo e da realidade das escolas públicas, particularmente as escolas estaduais localizadas no campo. Nesse período foi criada a Coordenação da Educação do Campo (2003), as diretrizes curriculares da educação do campo (2006) e uma Resolução versando sobre a identidade das escolas do campo (2010). Foram desencadeados processos de formação continuada, por meio de articulação entre o governo estadual e os povos organizados do campo. Os 31 núcleos regionais de educação, excetuando o núcleo da região de Curitiba, foram articulados para um amplo Livro 1 - p.003118

2 debate estadual, durante dois anos, para definição da política de educação do campo, bem como intensificação de diversos processos de formação continuada, a exemplo dos grupos de estudos, simpósios, seminários, conferências entre outros. A partir de 2011 o estado do Paraná adentra num processo político de desmonte da educação do campo, mediante o falso discurso político da continuidade das ações do governo anterior e do diálogo com os movimentos sociais. Foram divulgados editais que valorizam o vínculo do profissional com a escola do campo e a sua formação, especialização em educação do campo. Entretanto, essa política não vai ao encontro das iniciativas de formação continuada no estado. Os professores têm buscado desesperadamente o acesso a cursos de especialização, em grande parte efetivados pelas instituições privadas que investem na especialização lato sensu. Estamos em concordância com a afirmação de Munarim (2011), de que o movimento nacional da educação do campo parece vivenciar um processo de refluxo e crise na sua dimensão política. Ou seja, ao adentrar as instâncias governamentais a concepção da educação do campo, tal como gerida nos movimentos sociais, sofre modificações. No estado do Paraná, a conjuntura política atual, conservadora, facilita o desenvolvimento da ideologia da educação rural, em oposição à ideologia da educação do campo que estava em construção. A primeira evidência dessa mudança é a transformação da Coordenação da Educação do Campo em Coordenação Escolar da Educação do Campo. A segunda evidência é a ausência de processos de formação continuada. A terceira evidência é que a educação do campo tem adentrado todas as escolas localizadas no campo como se fosse algo totalmente novo, sem a história coletiva que lhe é essencial. Essas e outras questões têm sido discutidas na pesquisa sobre a realidade das escolas do campo, vinculada ao Observatório da Educação do Campo. Temos analisado o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) nas escolas do campo e aspectos do cotidiano escolar e da sala de aula. O estudo desenvolve-se com base nos dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos INEP sobre o IDEB, e com base em trabalhos de campo realizados colaborativamente com os professores das escolas públicas do campo. Neste texto serão apresentados dados do IDEB e reflexões que nos levam a analisar as práticas pedagógicas e a formação de professores. Além do estudo sobre todas as escolas localizadas no campo, estão envolvidas diretamente e colaborativamente no projeto de pesquisa Observatório da Educação, seis Livro 1 - p.003119

3 escolas públicas municipais da região metropolitana de Curitiba. Os municípios envolvidos são Araucária, Campo Magro, Fazenda Rio Grande, Quitandinha e Tijucas do Sul. Foram escolhidos os municípios que tiveram as escolas com menor IDEB registrado no estado do Paraná. Com essas escolas estão sendo efetivadas ações colaborativas para identificar os principais problemas no âmbito pedagógico e no letramento dos professores, haja vista que a intenção futura, no projeto de pesquisa, é desencadear um processo de intervenção direcionado à análise do letramento do professor. Neste texto são discutidos três temas centrais da educação do campo no estado do Paraná, a saber: a caracterização do IDEB das escolas localizadas no campo; a identificação de elementos da prática pedagógica a partir da análise do cotidiano da escola e da sala de aula e indicações sobre avanços que são necessários à formação de inicial e continuada dos professores. Do ponto de vista teórico, compreendemos a educação do campo como um processo sociopolítico e pedagógico não reduzido à educação escolar, em concordância com as reflexões de Miguel Arroyo, Bernardo Fernandes; Mônica Molina, Roseli Caldart, entre outros estudiosos e participantes efetivos da construção política dessa concepção de educação e de projeto de campo para o Brasil. Sobre a prática pedagógica, compreendemos, como afirma Ilma Veiga em sua produção bibliográfica que ela é uma dimensão da prática social, e possui intencionalidade política, bem como está articulada a diversos elementos a exemplo do planejamento, do conteúdo, avaliação, relação professor alunos entre outros. Nos trabalhos realizados com os professores da escola do campo, no contexto da pesquisa do Observatório da Educação, temos dado atenção especial ao Projeto Político Pedagógico da escola, ao conteúdo e à relação entre professor e alunos. Por fim, da ótica da formação continuada, compreendemos, em concordância com Joana Romanowski, que a mesma pode ocorrer em diferentes modalidades, a exemplo dos cursos de especialização, grupos de estudos, núcleos de pesquisa etc. Na sequência apresentamos as características das escolas públicas localizadas no campo, segundo o que foi possível levantar na plataforma do INEP, sobre o IDEB. SOBRE O IDEB DAS ESCOLAS DO CAMPO NO PARANÁ O estado do Paraná possui 1.094 escolas municipais localizadas no campo, segundo dados levantados pelo Núcleo de Pesquisa em Educação do Campo, Livro 1 - p.003120

4 Movimentos Sociais e Práticas Pedagógicas, NUPECAMP, da Universidade Tuiuti do Paraná, em março de 2012. São 614 escolas estaduais no campo, segundo dados fornecidos pela Secretaria de Estado da Educação (SEED/PR), em 2012. Entretanto, o levantamento de dados junto ao INEP revela a existência de 1.543 escolas somando as municipais e estaduais localizadas no campo. Somente 276 das escolas têm IDEB, conforme é possível visualizar no Quadro 1. As demais não são incluídas na avaliação nacional que gera o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Esse fato gera inquietações, afinal o baixo IDEB é consequência da fragilidade do poder público nas localidades. Também, cabe destacar a permanente circulação dos professores nas escolas, pois a grande maioria é tem contrato de trabalho temporário. Todos esses fatores, aliado às características da prova nacional realizada nas escolas, são geradores de impactos na sala de aula e na aprendizagem escolar. Das escolas que possuem IDEB, nota-se a variação do índice conforme demonstrado no Quadro 2. São vários os fatores que levam ao baixo IDEB, sendo alguns deles: fragilidade na formação de professores; alta rotatividade de professores nas escolas do campo; dificuldades com o transporte escolar tanto de alunos quanto de professores, o que impacta no número de dias letivos, presença marcante da ideologia da educação rural nas práticas educativas. Aos poucos o debate da educação do campo adentra o cotidiano escolar, como é o caso das experiências em desenvolvimento junto ao Observatório da Educação do Campo no período que vai de 2011 a 2015. PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NAS ESCOLAS LOCALIZADAS NO CAMPO: REGISTROS A PARTIR DO OBSERVATÓRIO DA EDUCAÇÃO Diversas reflexões têm sido desenvolvidas no âmbito do Observatório da Educação com os professores, alunos da universidade e os professores das escolas do campo. Dentre os temas debatidos destacam-se a identidade da escola do campo; a busca de alternativas de trabalho pedagógico para a melhoria da aprendizagem, alfabetização e letramento; a reformulação dos Projetos Político-Pedagógicos das escolas do campo envolvidas no projeto; estudo das diretrizes curriculares da educação do campo e ampliação da reflexão sobre os documentos estaduais e nacionais nas escolas. Os estudos têm possibilitado a articulação entre teoria e prática e ampliação do olhar sobre as possibilidades de trabalho dos profissionais da educação nas escolas do campo, bem como a ampliação da visão de mundo. Livro 1 - p.003121

5 Nota-se que a educação do campo chega a esses municípios por meio das atividades do Observatório da Educação, pois alguns professores nunca tinham ouvido falar em educação do campo, embora trabalhando em escola localizada no campo e morando na comunidade local. Uma coordenadora pedagógica de uma escola localizada no campo assim se refere ao trabalho junto ao Observatório da Educação: O trabalho do Observatório vem proporcionando outro olhar para nós, professores e pedagogos da Escola Rui Barbosa. O estudo realizado na escola e na universidade levou-nos a refletir sobre a verdadeira identidade da nossa Escola. Quanto ao projeto, veio a contribuir para que a escola busque alternativas de trabalho, para melhoria do índice de aprendizagem em relação a alfabetização, língua portuguesa e matemática. Fez com que nós percebêssemos que é necessário trabalhar não só o conteúdo geral, mas também a especificidade do campo. (Coordenadora Pedagógica, Escola Rural) Constata-se que o debate sobre a identidade da escola do campo não existia no estado do Paraná. Houve um longo processo de discussão sobre qual é a identidade das escolas do campo, até a elaboração de uma resolução do Conselho Estadual de Educação que define a identidade como relacionada aos sujeitos que frequentam a escola e à sua relação com terra e trabalho. Desse modo, foge-se da delimitação por perímetro urbano e rural; trabalha-se com o critério demográfico e cultural. A partir do observatório, tive acesso a leituras que me fizeram refletir sobre a importância da identidade rural, das características sócio culturais do lugar onde vivo e trabalho. Com isso consegui perceber que o Projeto Político-Pedagógico da Escola Rural Municipal Vilson Hasselmann não valorizava o próprio contexto rural. Com as leituras conseguiremos reverter esta situação e fazer um Projeto que valorize e absorva em seu currículo as Diretrizes Curriculares para a Educação do Campo. (Coordenadora Pedagógica, Escola Rural) Verifica-se a necessidade de problematizar o projeto político-pedagógico existente nas escolas localizadas no campo. A maioria deles é reprodução do projeto político-pedagógico elaborado para as escolas urbanas. E, com isso as particularidades do campo, da identidade dos povos do campo, do trabalho e vida na terra ficam esquecidos nos planejamentos, na gestão escolar e nos planos municipais de educação. O que se constata é que a prática pedagógica para ser modificada necessita de um processo de desacomodação da rotina e da cultura da escola. Os professores sentem-se Livro 1 - p.003122

6 valorizados quando estão estudando os textos da educação do campo e fazem relações com o cotidiano vivido na escola e na sala de aula. No primeiro momento eles dizem que a escola do campo em nada se diferencia da cidade. Entretanto, depois de estudarem e debaterem diversos textos sobre educação, campo e políticas públicas, eles constatam que a ideologia predominante na escola pública que está no campo é a ideologia urbana. Comecem a indagar a própria prática, o projeto político-pedagógico, o plano municipal de educação e os livros didáticos. Ou seja, os professores vêm demonstrando que a prática pedagógica pode ser modificada mediante a problematização fundamentada da realidade vivida na escola que se manifesta na gestão, no planejamento do ensino, na relação do professor com os alunos e com a comunidade, na seleção e função sociopolítica dos conteúdos. relatam que: Os alunos da universidade que participam do projeto Observatório da Educação A participação no projeto do observatório me possibilitou levantar as reais dificuldades e também visualizar perspectivas de trabalho junto às escolas públicas localizadas no campo. A inserção no cotidiano da escola e a interação com os alunos e docentes, proporcionaram troca de conhecimentos e informações importantes para a pesquisa, permitindo estabelecer a relação teoria e prática. Na escola e na secretaria municipal de Educação do Município a pesquisa tem sido valorizada, recebendo o apoio da equipe, que demonstra expectativas positivas com relação ao resultado do projeto. (Professora e Mestranda em Educação) Estão demonstrando que a articulação entre universidade e escola pública indica dois caminhos importantes para a modificação da própria prática: um deles é a articulação teoria-prática, possibilitada pelo contato direto na escola, pela vivência dos reais problemas que afetam o cotidiano da sala de aula. O depoimento anterior é de uma aluna que trabalha colaborativamente com a professora de uma escola multisseriada. As duas fizeram revisão do planejamento do ensino e articularam discussões sobre jogos no contexto da aprendizagem, mediante valorização do contexto sociocultural dos alunos que vivem no campo e acompanham a rotina de trabalho na terra. O projeto Observatório da Educação enriqueceu minha experiência profissional pelo processo de pesquisa articulado entre professores e acadêmicos da pós-graduação, da graduação e professores da educação básica. Permitiu a partir desta interlocução o estudo, a aproximação e o reconhecimento da realidade das escolas e da problemática mais ampla da educação do campo. Esta dinâmica já revela o quanto o projeto poderá contribuir para a melhora da prática Livro 1 - p.003123

7 pedagógica dos professores e da aprendizagem dos estudantes do campo.(professora e Doutoranda em Educação). Outra professora assinala que a articulação da universidade com a escola pública permite verificar a melhora da prática pedagógica, haja vista que há uma aproximação dos professores da escola com a concepção da educação do campo e com atividades de problematização da própria prática. São vários os impactos, penso que o de caráter mais amplo e que influenciou a Secretaria Municipal de Tijucas do Sul, é que a educação do campo chega ao município pelo projeto do Observatório da Educação/UTP. A partir disso, o município desperta um pequeno olhar para as discussões da educação do campo nas suas escolas, bem como sinaliza possibilidades para 2012 de modificações na sua proposta pedagógica e uma possível inserção desse debate dessa proposta. (Professora e Mestranda em Educação) Um dos aspectos analisados com os professores e gestores da escola é a identidade dos povos do campo e os conteúdos escolares. Os conteúdos trazidos pelos livros didáticos raramente explicitam as possibilidades de articulação entre os conhecimentos escolares e as experiências da vida. Os professores quando provocados para pensarem tal situação indicam diferentes possibilidades de trabalho nas escolas, pois muitos deles conhecem a rotina de trabalho das famílias com a produção agrícola. Porém, somente quando provocados é que despertam para a necessidade de mudanças curriculares, pois até então a rotina escolar segue normal, tal qual afirma Penin (1989), marcada por hierarquia, homogeneidade e fragmentação. Superar essa rotina tem sido a tarefa do grupo do Observatório quando articula graduação, pós-graduação e professores das escolas públicas. FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO CONTEXTO DAS AÇÕES DO OBSEVATÓRIO DA EDUCAÇÃO O acesso dos professores aos processos de formação de educação continuada é bastante desigual. Os professores vinculados à Secretaria de Estado da Educação tiveram maior oportunidade de participar dos eventos organizados pela Coordenação da Educação do Campo, no contexto do Departamento da Diversidade, e pelos Núcleos Regionais de Ensino, no período de 2008 a 2010. Já, os professores vinculados às Secretarias Municipais de Educação participam das iniciativas empreendidas em alguns municípios. Livro 1 - p.003124

8 Os apontamentos anteriores sobre IDEB e prática pedagógica nos levam a pensar a formação de professores e o quanto ela é enriquecida quando acontece no interior da própria escola. É ali que os professores relatam o que e o como fazem as atividades pedagógicas. Após o estudo de textos que problematizam o campo no Brasil, os professores começam a indagar a própria prática e esse é o momento em que pedem colaboração para a organização de uma prática pedagógica que seja de fato emancipatória. Trazem conteúdos dos livros didáticos e pedem apoio na organização de aulas que possam ir além daquele instrumento didático. Dessa forma, constata-se que o processo dialógico e o estudo orientado de textos desenvolvidos com os professores no ambiente escolar propiciam a desacomodação de situações didáticas e escolares. Os impactos na escola, na professora e diretora são muitos, a visão de mundo desses profissionais foi modificada, como exemplo, a professora Lúcia disse que o projeto abriu minha visão, oportunizou novas relações, conhecimentos e propiciou condições materiais, porque ela adquiriu um computador com a bolsa do projeto. Essa visão de mundo traz modificações no contato com a comunidade escolar e na prática pedagógica, porque a leitura do conteúdo vai ser mais problematizadora e dialógica, mesmo que esses profissionais não percebam essas relações entre o trabalho que desenvolvemos juntos com o projeto e a prática da sala de aula. Creio que todo esse arcabouço contribui no ensino e na aprendizagem dos alunos, principalmente porque problematiza a identidade dos educandos e passa a ter um pouco mais de significado e sentido. (Professora, Mestranda em Educação) Um dos pontos fundamentais que se observa na escola pública é que os professores foram historicamente deixados à margem dos processos de formação ou que tais processos eram norteados por única ideologia a do Brasil urbano. Uma das desconstruções que os professores fazem ao estudar textos que caracterizam a identidade da escola do campo o que problematizam a realidade rural, é perceber que tanto o Brasil quanto o estado do Paraná, são menos urbanos do que se calcula, parafraseando o subtítulo do livro do professor Eli da Veiga (2003). Posso dizer que com o projeto, o trabalho de campo, toda a teoria se esclarece. É possível ver a precariedade das escolas, a condição de trabalho do professor, as contradições todas que tanto se ouve e se fala: contradição cultural, social e econômica na sociedade (...) Para além do aprofundamento teórico com o projeto, o contato com as pessoas, as relações humanas, p/ mim foi o maior impacto. Primeiro, o trabalho em grupo: conviver, aceitar, discutir as opiniões de pessoas totalmente diferentes, com experiências ricas, mas muito diferentes no grupo e com essas experiências enriquecer e rever Livro 1 - p.003125

9 as próprias opiniões. Segundo: o exercício da disciplina e do estudo: eu preciso ler, preciso estudar para poder debater tal tema, isso foi difícil no inicio. Terceiro ponto, e o principal é o contato com a escola, oportunizado pelo projeto, aquela escola precária, isolada, multisseriada, dos livros e artigos que tanto se leu. O contato com aqueles que estão lá no dia a dia da escola, os relatos dos professores, as expectativas dos pais, e a expectativa das crianças, para quem a escola é tudo, e na realidade essa escola é muito pouco do que deveria ser. Esse contato com a escola remexe as coisas da gente, faz ter outra percepção do cotidiano e é uma motivação, ao mesmo tempo sem duvida, motivação para fazer melhor (...). (Professora, Doutoranda em Educação). Constata-se que a formação inicial e continuada de professores adquire estreita relação quando as atividades de estudo e de problematização da própria prática acontecem na própria localidade. No período de 2008 a 2010 o estado do Paraná desenvolveu, nas escolas públicas estaduais, os grupos de estudos sobre escola, campo e educação do campo. Com isso, a grande maioria dos professores das escolas públicas, que são efetivos, conhece o referido debate e desenvolve experiências pedagógicas levando em conta a identidade da escola segundo os sujeitos que nela estudam. Entretanto, a maioria das escolas no estado está sob a responsabilidade do poder municipal e, por sua vez, é aí que residem os principais desafios. A maior parte dos professores nunca ouviu falar em identidade da escola do campo e desconhece material pedagógico diferente do livro didático, a não ser as revistas do Programa Agrinho, integrante das ações do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural SENAR. Portanto, a problematização da formação inicial nos cursos de licenciatura e os processos de formação continuada carecem de maior ênfase às ruralidades brasileiras e à análise do que está por trás das estatísticas que indicam a existência de um Brasil urbano e demonstram a importância do avanço do agronegócio excludente. CONSIDERAÇÕES FINAIS Constata-se por meio das pesquisas junto ao Observatório da Educação do Campo a dúbia realidade pedagógica das escolas localizadas no campo. De um lado existem políticas e práticas pedagógicas marcadas pelo ensino tradicional e desarticuladas das experiências vinculadas ao trabalho, terra, cultura e identidade. De outro existem iniciativas no âmbito da formação continuada e da organização do trabalho pedagógico nas escolas que indicam o avanço da concepção da educação do campo. Livro 1 - p.003126

10 É possível verificar que o baixo Índice de Desenvolvimento da Educação está atrelado às frágeis políticas governamentais em relação às escolas públicas localizadas no campo. A escola é rural e, a escola é do campo no estado do Paraná. É preciso reconhecer essa realidade contraditória para fazer avançar uma prática educativa dialógica tanto na formação inicial, quanto na continuada; na prática educativa fora do ambiente escolar, quanto na prática escolar. É preciso reconhecer a existência da escola rural justamente para planejar a sua superação, por meio da valorização dos sujeitos que nela estão; da valorização de um projeto político-pedagógico transformador, concomitante a um projeto de campo que fortaleça a cultura, identidade, o trabalho e a organização social. REFERÊNCIAS ARROYO, M. G.. Prefácio. In: KOLLING, E. J.; NERY, Ir.; MOLINA, M.C. Por uma educação básica do campo. Volume 1. Brasília: Fundação Universidade de Brasília, 1999. (p. 7-12) CALDART, R. S.. Sobre Educação do Campo. In: SANTOS, Clarice Aparecida dos (org.). Por Uma Educação do Campo: Campo - Políticas Públicas Educação. Brasília: INCRA/MDA, 2008, v. 7, p. 67-86. FERNANDES, B. M.. Primeira Conferência Nacional Por uma Educação Básica do Campo. In: ARROYO, M. G.; CALDART, R. S.; MOLINA, M. C.. (Org.). Por uma educação do campo. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 19-64. FRIGOTTO, G.. Projeto Societário contra-hegemônico e educação do campo: desafios de conteúdo, método e forma. In: MUNARIM, A. et al. (Org.). Educação do campo: reflexões e perspectivas. Florianópolis: Insular, 2010. p. 19-46. MUNARIM, A. Educação do campo e políticas públicas: controvérsias teóricas e políticas. In: MUNARIM, A.; BELTRAME, S. A. B.; CONDE, S. F.; PEIXER, Z. I. (orgs.). Educação do Campo: políticas públicas, territorialidades e práticas pedagógicas. Florianópolis: Insular, 2011. PENIN, S. Cotidiano e escola: a obra em construção. São Paulo: Cortez, 1989. RIBEIRO, M. Movimento camponês: trabalho e educação, liberdade, autonomia, emancipação: princípios/fins da formação humana. São Paulo: Expressão Popular, 2010. Livro 1 - p.003127

11 ROMANOWSKI, J. P. Formação e profissionalização docente. Curitiba: IBPEX, 2006. VEIGA, J. E. da. Cidades Imaginárias: o Brasil é menos urbano do que se calcula. 2. Ed. Campinas/SP: Autores Associados, 2003. VEIGA, I. P. A. A prática pedagógica do professor de Didática. 2. Ed. Campinas/SP: Papirus, 1992. QUADRO 1 IDEB DAS ESCOLAS DO CAMPO NO ESTADO DO PARANÁ DADOS ESTADUAIS DO IDEB REGIÃO ESCOLAS COM IDEB ESCOLAS SEM IDEB CENTRO OCIDENTAL 3 30 CENTRO ORIENTAL 31 94 CENTRO SUL 48 214 NOROESTE 4 20 METROPOLITANA DE CURITIBA 68 254 NORTE PIONEIRO 11 95 OESTE 29 122 SUDESTE 45 190 SUDOESTE 23 133 NORTE CENTRAL 14 115 TOTAL DE ESCOLAS 276 1267 TOTAL DE ESCOLAS LOCALIZADAS NO CAMPO NO ESTADO DO PARANÁ 1543 Organização: Poliana Pardal. Projeto Observatório da Educação do Campo, Núcleo UTP, 2011. QUADRO 2 IDEB DAS ESCOLAS DO CAMPO ESCORE NO IDEB REGIÃO 2,0-2,99 3,0-3,99 4,0-4,99 5,0-5,99 6,0-6,99 7,0-7,99 CENTRO OCIDENTAL 0 0 1 2 0 0 CENTRO ORIENTAL 0 4 15 12 0 0 CENTRO SUL 1 13 25 8 1 0 NOROESTE 0 0 3 1 0 0 METROPOLITANA DE CURITIBA 1 14 36 15 1 1 NORTE PIONEIRO 0 2 6 2 1 0 OESTE 0 0 10 14 5 0 SUDESTE 0 1 21 22 1 0 SUDOESTE 0 0 8 11 4 0 NORTE CENTRAL 0 2 8 2 2 0 TOTAL ESCOLAS POR REGIÃO 2 36 133 89 15 1 TOTAL ESCOLAS NO ESTADO 276 Organização: Poliana Pardal. Observatório da Educação, Núcleo UTP, 2011. Livro 1 - p.003128