LAUDO PERICIAL. São quesitos a serem respondidos ao Ministério Público de Minas Gerais, ofício Nº 136 / 2007, de 17 de Abril de 2007:



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Transcrição:

LAUDO PERICIAL A Empresa Universalis Consultoria, Projetos e Serviços Ltda, atendendo solicitação da Prefeitura Municipal de Timóteo, Secretaria Municipal de Obras e Habitação / Divisão de Meio Ambiente, realizou visitas e levantamentos técnicos em área de propriedade da Sra. Maria Auxiliadora da Silva, região do Alegre, município de Timóteo - MG; com o objetivo de avaliar situação relatada no BO Nº 220699. São quesitos a serem respondidos ao Ministério Público de Minas Gerais, ofício Nº 136 / 2007, de 17 de Abril de 2007: 1) Qual a natureza do material carreado ao referido curso d água? Foi observado o carreamento de solo e sub-solo natural, assim como, de um agregado que é o produto final de beneficiamento da escória (metal metalúrgico gerado de fusão do aço inoxidável e de ferro cromo). Esse agregado é resultado do beneficiamento da escória para a retirada dos metais que são reciclados e possui características de produto para uso agrícola como corretivo de solo, rico em SI, Ca e Mg, regulamentado pelo Ministério da Agricultura, conhecido comercialmente como Agrosilicio. O Agrosilicio (silicato de cálcio) é um produto bastante solúvel no solo, assim como, hidrossolúvel. 2) A atividade em questão (aterramento de erosão) é considerada modificadora / degradadora do meio ambiente? Justificar. Na verdade, é considerada uma ação reparadora, todavia deve obedecer alguns critérios técnicos. Como exemplo citamos critérios a serem considerados:

a) Tipo de material utilizado para aterramento e conformação do novo relevo; b) Sistemas de drenagem pluvial; c) Utilização de contenções à jusante do ponto de intervenção, como rip-rap, paliçadas, caixas de areia, outros; d) Ações de estabilização, como compactação e plantio de gramíneas; e) Execução das obras fora do período de chuvas. 3) A mencionada atividade é potencialmente causadora de danos à saúde humana ou pode provocar a mortandade de animais ou destruição significativa da flora? Justificar. Desenvolvida com critérios técnicos, a atividade tem por objetivo a reabilitação de um ambiente degradado. Em alguns casos onde é evidenciada a presença de ambiente arbóreo, onde ocorre o risco iminente de quedas, que estejam diretamente ligadas aos danos à saúde humana e que de certa forma possam agravar o dano ambiental, recomenda-se a retirada das árvores antes de promover a reabilitação. No caso da área objeto da intervenção não é identificada a presença de cobertura arbustiva e ou arbórea nativa. Quanto a mortandade de animais, nesse caso, peixes; é muito difícil de afirmar que as mortes estejam ligadas ao material utilizado na reabilitação. Podendo haver duas considerações: A primeira é a afirmação dos vizinhos que os peixes se encontravam à margem do curso d água. Esta informação reforça o fato de que a forte chuva ocorrida na data (cerca de 60mm), fez com que o material carreado e o grande volume de água pluvial extrapolasse a calha do curso d água, lançando os animais para fora do córrego; com o retorno à vazão normal, após a chuva, alguns animais ficariam presos à vegetação e vieram a perecer.

A segunda é de que sendo o agrosilicio um material hidrossolúvel, seu carreamento da área reabilitada pela água das chuvas, possa ter reduzido a demanda biológica de oxigênio do curso d água à jusante, e com isto os animais perecessem por falta do mesmo. Todavia em virtude do tamanho da microbacia e do volume precipitado, é pouco provável que a demanda biológica de oxigênio tenha chegado a níveis que comprometessem a vida no recurso hídrico. Essa informação somente poderá ser comprovada através da análise da água coletada no momento do fato; comparada a uma análise testemunha. O agrosilicio, como agregado, tem um excelente poder de conformação e compactação e vem sendo muito utilizado em processos de reabilitação. 4) A Atividade é passível de licenciamento / autorização ambiental? O Licenciamento e a Autorização Ambiental de Funcionamento, são requisitos para empreendimentos e atividades listadas na Deliberação Normativa COPAM Nº 74, de 09 de Setembro de 2004. A intervenção para efeito de reabilitação de área degradada (aterramento de erosão) não é passível de licenciamento pelo Órgão Ambiental Estadual Competente (Conselho Estadual de Política Ambiental COPAM). A citada atividade, também não se enquadra no Art. 5º, Item III, do Decreto 44.309/2006 e nem mesmo no Art. 60, da Lei 9.605/98, como relatado no BO Nº 220699. Todavia, possuindo o município de Timóteo, um Conselho de Meio Ambiente CODEMA, o proprietário deveria ter solicitado uma autorização municipal.

5) A empresa Comercio Eurides Maia Ltda obteve a licença / autorização necessária para tornar legítima a intervenção? Caso negativa a resposta, apontar as providências necessárias à regularização do empreendimento, mencionando a necessidade de interrupção das atividades. Foi constatado que a empresa Industria e Comercio Eurides Maia Ltda - ICEM, não é a proprietária do empreendimento ou da conceituada recuperação de área degradada. Embora a sócia proprietária da empresa Sra. Maria Auxiliadora da Silva, qualificada como envolvido nº 5, no Boletim de Ocorrência, trata-se de atividade em área de propriedade rural da família em nome da Sra. Maria de Paula e Silva, não havendo ligação com a razão social da empresa ICEM. A empresa Industria e Comercio Eurides Maia Ltda é proprietária de caminhões e maquina (pá carregadeira) utilizados na realização da atividade. Tratando-se de módulo rural, quanto à autorizações para legitimação da atividade, seria interessante, que um projeto de reabilitação tivesse sido elaborado e solicitado uma vistoria técnica por parte da Administração Municipal e do Conselho Municipal de Meio Ambiente CODEMA, com a finalidade de viabilizar autorização municipal para a atividade. É constatado que para a conclusão efetiva da atividade, este projeto (Projeto Recuperação de Áreas Degradadas) seja elaborado, mensurando a necessidade de intervenções, especificando as estruturas de contenções necessárias, assim como, a recomposição paisagística da área. Não foi identificado atividades na área. 6) A área da intervenção se tornou imprópria à ocupação humana?

Foi constatado o carreamento de material em área interna da propriedade, em ponto da ravina imediatamente à jusante da intervenção, Não sendo observado a presença deste no curso d água principal. 7) A atividade em questão causou poluição atmosférica, que provocasse a retirada dos habitantes da área afetada ou que causasse danos diretos à saúde da população? Não existe a possibilidade de poluição atmosférica em virtude dos fatos ocorridos. 8) A atividade em questão causou poluição hídrica que tornasse necessária a interrupção do abastecimento público de água de uma comunidade? Não é evidenciado abastecimento público utilizando-se do curso d água. O curso d água, em data de vistoria, apresenta-se com características naturais, e segundo informações, não houve interrupção de sua utilização como fonte de dessedentação de animais. 9) A atividade em questão ocorreu por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou regulamentos? Para a atividade de reabilitação ambiental de área erodida (voçoroca) foi utilizado material inerte (solo e sub-solo) proveniente de áreas vizinhas da intervenção, assim como, foi utilizado o aglomerado de agrosilicio, com a finalidade de maior compactação

e conformação da voçoroca. Em virtude de chuva forte ocorrida e da localização da voçoroca - em ponto imediatamente inferior a quatro ravinas naturais; o grande volume de água carreou material, uma vez que as contenções efetuadas não foram suficientes. De forma geral, o material carreado não atingiu o curso d água principal, ficando porém distribuído em área da ravina. O curso d água provavelmente foi atingido pelo grande volume de água transportando material dissolvido. 10) A empresa responsável pela atividade em questão deixou de adotar medidas de precaução, em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível, exigidas palas autoridades ambientais competentes? Foi observado,que houve a construção de uma paliçada, para controle do material carreado, assim como, houve construção de barreiras para a redução da velocidade de escoamento nas ravinas à montante. Estas estruturas não foram suficientes para conter o volume pluvial e a velocidade de escoamento. Como a atividade não possui projeto, não foi possível dimensionar as estruturas implementadas. Dado o ocorrido, fica claro a necessidade de adequações as propostas de conformação da área reabilitada. 11) Qual a extensão do dano ambiental causado? A proposta da atividade é de reparação e não de geração de dano ambiental. O ocorrido, não caracteriza a intenção de provocar o dano e sim a vontade de reabilitar uma voçoroca que crescia a cada período de chuvas. Tem-se por entendimento técnico, que ocorrido o carreamento de material e a morte de peixes; fica evidente a busca de correlação entre os dois fatos. A princípio, não possui correlação a não ser com a própria chuva. É extremamente comum no meio rural, as pessoas saírem à busca de peixes em áreas de pastagens logo após uma forte chuva.

Pelo ocorrido ser próximo a uma área urbana, recebendo o pequeno córrego diferentes dejetos, inclusive os sanitários; onde não se evidencia nenhuma proteção ciliar, sendo suas margens constituídas de vegetação de pastagens e o gado (bovino, eqüino, outros) efetuar um constante pisoteio de suas nascentes e leito sazonal, atribuir e mensurar a responsabilidade de dano fica subjetivo. Considerando ainda, o quesito de ser pequena a propriedade, da vontade de acerto com a reabilitação ambiental e ainda considerando as questões sazonais (período de secas); fica reduzida a probabilidade de ocorrência de novos danos em virtude do carreamento de material nesse período. Podemos mensurar o dano como sendo uma intervenção de baixo impacto ambiental. 12) quais são as medidas adequadas à eficaz reparação do dano ambiental em questão? Em primeiro Plano, elaborar um projeto técnico e viabilizar uma autorização / licença junto ao CODEMA para a intervenção. O projeto deverá especificar: a) Material utilizado para aterramento e conformação do novo relevo; b) Sistemas de drenagem pluvial; c) Utilização e tipo de contenções à jusante do ponto de intervenção; d) Estruturas de estabilização da área de aterro e de taludes conformados; e) Revegetação das áreas de intervenção; f) Período e /ou cronograma de execução; g) Responsabilidade Técnica. 13) Na hipótese de impossibilidade de mitigação / reparação dos danos ambientais causados, quais as medidas podem ser aplicadas a título de compensação ambiental?

Existem possibilidades de mitigar e reparar os impactos ambientais negativos. Todavia, a compensação ambiental eventualmente aplicada, segundo o contexto legal, seria de compensar reabilitando em dobro a área da intervenção - em mesma microbacia. Este é o Laudo Pericial, salvo melhor juízo. Timóteo, 14 de Maio de 2007. Elmo Nunes - CREA: 57.856/D Universalis Consultoria Projetos e Serviços Ltda - CREA: 31.420 Timóteo MG