UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CLENE MARIA NUNES DA SILVA GONÇALVES



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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CLENE MARIA NUNES DA SILVA GONÇALVES UM OLHAR DIFERENTE DO EDUCADOR E DO EDUCANDO DIANTE DO BULLYING. Projeto de intervenção apresentado como exigência parcial para a Conclusão do Curso de Pósgraduação em Coordenação Pedagógica sob orientação da Profª. Mcs. Alessandra Camargo. Natividade TO 2011

Ensina a Criança no caminho em que deve andar, e ainda quando for velho não se desviará dele. (Provérbios 22:6)

SUMÁRIO I INTRODUÇÃO I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...06 1.1- O bullying...06 1.1.1- Formas do bullying...06 1.2. Os figurantes...07 1.2.1. Agressor...07 1.2.2. Vítima...07 1.2.3. Testemunha...08 1.3. As consequências do bullying...08 2. O PAPEL DA ESCOLA...09 3. TRILHAS DA PESQUISA...10 3.1. A Instituição, sujeitos da pesquisa e instrumento utilizado...10 3.2. Análise de Dados...10 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS...14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANEXOS

INTRODUÇÃO Infelizmente, neste século, vive-se um crescimento da violência, principalmente nas escolas. Dados obtidos pela Cemeobes indicam que em 2000, os índices apontavam que 7 a 24% dos alunos estavam envolvidos. Hoje os índices mostram o envolvimento de 5% a 35%. Mas esta situação não é de agora, ela vem se arrastando por várias décadas. Todavia, foi em 1972 e 1973 que pesquisas feitas na Escandinávia mostraram que o bullying é diferente de uma brincadeira normal de crianças e adolescentes. O primeiro a relacionar essas brincadeiras ao nome bullying foi Dan Olweus (1978 a 1993), pesquisador e educador da Universidade de Bergen, na Noruega. Segundo o autor, os critérios básicos para identificar as condutas de bullying são: ações repetitivas com a mesma vítima, desequilíbrio de poder e ausência de motivos. ( OLWEUS, 1999). No Brasil, as primeiras pesquisas registradas sobre o bullying foi ao final da década de 90, com Marta Canfield (1997), professora da Universidade Federal de Santa Maria-RS. Para realizar seu trabalho de pesquisa utilizou o questionário de Olweus de forma adaptada. Um programa pioneiro de combate ao bullying, elaborado e desenvolvido em São José do Rio Preto-SP, pela doutora em Ciências da Educação Cleo Fante (2002 e 2003), iniciou com 26% vitimas e após um semestre de implantação do programa, a vitimização caiu para 10% e, depois de dois anos, para 4%. Como pode notar, ações de prevenção e combate ao bullying o inibiram consideravelmente. Iniciativas como as citadas vêm proporcionando um mapeamento da violência escolar no Brasil. De acordo com (CHALITA, 2008), os dados disponíveis ainda são incipientes, mas é possível estimar que o bullying praticado por crianças e jovens atinja 45% dos estudantes brasileiros de Ensino Fundamental. Nas escolas o bullying é um fenômeno complexo, muitas vezes ignorados por educadores e confundido com brincadeiras entre adolescentes e/ou indisciplina. Os professores que deveriam ajudar a combatê-lo tem imensa dificuldade para lidar com problemas de maus tratos ou violência que ocorrem na

sala de aula. Segundo (CHALITA, 2008), o bullying é uma violência que cresce com a cumplicidade de alguns, com a tolerância de outros e com a omissão de muitos. Atitudes assim vêm trazendo consequências trágicas com a tragédia que ocorreu em 2011, na qual um jovem de 23 anos entrou em sua antiga escola do bairro do Realengo e assassinou a tiros doze crianças e depois suicidou-se. Conforme (VEJA, 2011) o autor não guardava boas recordações da escola onde estudou. Ele não tinha amigos e era alvo de piadas e humilhações. Aos dez anos foi lançado em uma lixeira pelos colegas, ou seja, era vitima de bullying e se tornara autor naquele momento. Diante do exposto, o Colégio Estadual Dr. Quintiliano da Silva, no município de Natividade, Estado do Tocantins, ao receber um bilhete de um aluno pedindo socorro apos inúmeras agressões, decorrente o seu problema na fala, desenvolveu o projeto BULLYIG NÃO, queremos paz. O objetivo do projeto é minimizar comportamentos violentos psicológicos e físicos, através do envolvimento dos professores e alunos em ações que promovam a paz, o respeito à dignidade humana e a valorização às diferenças. Alunos da 2ª fase do Ensino Fundamental e do Ensino Médio participaram do projeto que obteve resultados positivos com apenas seis meses de implantação. Os professores passaram a ter uma atitude mais dinâmica diante de caso de bullying na sala de aula e algumas vítimas e testemunhas passaram a falar abertamente sobre as agressões sofridas ou presenciadas. Com este trabalho de conclusão de curso, pretende-se deixar claro a importância da comunidade escolar conhecer o bullying e suas consequências. É necessário que a escola reconheça a existência do bullying e através do conhecimento adquirido trabalhe a prevenção e o combate deste problema que assola a maioria das escolas.

6 1-FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1- bullying O termo bullying não possui tradução literal para o português. Bully é a expressão, em inglês, para valentão, e pode ser traduzido por intimidação. Na língua portuguesa, os termos utilizados para referir-se ao bullying são maus tratos entre pares ou vitimização entre pares. O bullying caracteriza-se por atos intencionais e repetidos de intimidação, humilhação, agressão verbal e física, provocando situações onde existam alunos frequentemente excluídos, ameaçados, extorquidos, insultados ou apelidados de forma pejorativa. Se essas ações acontecerem repetidamente com a mesma pessoa, podemos considerá-lo como vitima de bullying, um problema mundial que atinge as escolas primárias e/ou secundárias, públicas e/ou privadas, rurais e/ou urbanas. Segundo (FANTE, 2005), o bullying escolar se resume em insultos, intimidações, apelidos constrangedores, gozações que magoam profundamente, acusações injustas, atuações em grupos que hostilizam e ridicularizam a vida dos outros alunos, levando-os à exclusão, além de danos físicos, psíquicos, danos na aprendizagem. O National School Safety chama o bullying de o problema mais duradouro e subestimado nas escolas dos estados Unidos. Até 8% dos alunos perdem um dia de aula por mês por medo de sofrer bullying, e, em uma pesquisa nacional, 43% das crianças disseram ter receio de ir ao banheiro por medo de ser assediadas (MULRINE, 1999). Essa forma sutil de violência, que geralmente envolve colegas da mesma sala de aula, pode se constituir de maneira direta ou indireta. 1.1.1- A formas do bullying O bullying direto é mais comum entre agressores meninos. As atitudes mais frequentes identificadas nessa modalidade violenta são xingamentos, tapas, empurrões, murros, chutes e apelidos ofensivos repetidos.

7 O bullying indireto é mais comum entre o sexo feminino e crianças menores. Envolve uma forma mais sutil de vitimização. As estratégias utilizadas são difamações, boatos cruéis, intrigas e fofocas. Chalita (2008), faz comentário: Os meios de comunicação costumam ser eficazes na prática do bullying indireto, pois propagam, com rapidez e dimensões incalculáveis, comentários cruéis e maliciosos sobre pessoas públicas. A perversidade virtual é conhecida como ciberbullying e realizam-se por meio de mensagens de correio eletrônico, torpedos, blogs, fotoblogs e sites de relacionamentos, sempre anonimamente. (CHALITA,2008,p.83) 1.2- Figurantes São vários os personagens envolvidos no bullying. Identificá-los é fundamental, mas com cuidado para não rotular os estudantes, evitando assim que sejam estigmatizados pela comunidade escolar, o que também seria uma violência. (CHALITA, 2008) Os figurantes do bullying dividem-se em agressores ou bullies, em vítimas ou alvos, em seguidores ou testemunhas e aqueles que são ao mesmo tempo vítima e agressor ou bully-victims. 1.2.1- Agressor Os agressores normalmente são [...] alunos populares, que precisam de plateia para agir. Reconhecidos como valentões, oprimem e ameaçam suas vitimas por motivos banais, apenas por impor autoridade. Sentem-se realizados e reconhecidos com o feito. Mantem um grupo em torno de si, com o qual dividem a responsabilidade e por quem se sentem apoiados e fortalecidos. Aqueles que gravitam ao redor do líder ou líderes também são agressores. (CHALITA, 2008, P.86) Segundo (CHALITA, 2008) esses agressores representam um problema muito sério para a sociedade, pois são raras as vezes que não se envolvem em situações que os colocam vítimas do álcool, drogas, álcool, tabaco e brigas. Ainda que não haja estudos conclusivos sobre o assunto, as pesquisa revelam que os valentões, quando não orientados adequadamente, tornam-se adultos com comportamentos violentos e até mesmo criminosos. 1.2.2 As vítimas São alunos que geralmente apresentam características físicas ou psicológicas que diferem dos demais. Segundo (CHALITA, 2008), os alvos do bullying são personagens escolhidos, sem motivo evidente, para sofrer ameaças,

8 humilhações, intimidações. O Comportamento, os hábitos, a maneira de se vestir, a falta de habilidade em algum esporte, a deficiência física ou aparência fora do padrão de beleza imposto pelo grupo, o sotaque, a gagueira, a raça podem ser motivos para a escolha de uma vítima. 1.2.3- As testemunhas São educandos que não estão envolvidos diretamente nas agressões do bullying, porém convivem em um ambiente onde ele ocorre e por medo se de tornarem a próxima vítima ficam calados. Pesquisadores comprovam que quando há intromissão de outras pessoas em defesa da vítima, os casos de intimidação reduzem consideravelmente. As testemunham se tornam vítima também porque elas se sentem impotentes e por esse motivo guardam a cena vista e ouvida por muito tempo causando lhe culpa por não ter agido contrário ao ato de violência. Quem garante que esse indivíduo não se tornará um portador de problemas psicológicos. A verdade é que todos direto ou indiretamente são afetados pelas consequências do bullying. 1.3-As consequências do bullying O bullying pode trazer consequências como: transformação da testemunha em agressor, gastrite nervosa, bulimia, depressão ou até mesmo suicídio das vítimas. O que se vê na trajetória da história do bullying é uma necessidade de todos engajarem no combate a ele, seja educador ou não, mas enquanto os outros não percebem essa violência, a escola deve ser o palco das discussões e da luta ao combate deste vilão. A respeito disso (Fante, 2005) comenta As consequências para as vitimas desse fenômeno são graves e abrangentes, promovendo no âmbito escolar o desinteresse pela escola. Logo, todos os sofrimentos causados pela prática do bullying devem ser interrompidos. Cabe à escola analisar suas necessidades, trabalhar um Currículo que busca a valorização e o respeito ao ser humano e crie ações no combate ao bullying, que alcance todos os alunos: vítimas, agressores e testemunha.

9 2- O PAPEL DA ESCOLA Se pararmos para pensar, todos nós já fomos vítimas de um bully em algum momento de nossa vida. Os valentões não estão somente nas escolas, eles podem ser encontrados em qualquer segmento da sociedade. Os bullies juvenis também crescem e serão encontrados em versão adulta ou amadurecidos (ou melhor, apodrecidos), (SILVA, 2005). A maioria dos estudiosos afirma que o bullying é tão antigo quanto a escola e que grande parte dos casos de bullying acontecem na sala de aula, na presença do professor. Diante de tal afirmação a Unidade Escolar objeto de pesquisa deste trabalho precisa acordar para essa realidade e tomar providências. Em se tratando disso, Os PCNs (Paramentos Curriculares Nacionais) trás uma importante reflexão sobre o papel do professor diante do bullying. [...] deve ser feito um destaque para preconceitos e desrespeitos frequentes entre os alunos: aqueles que estigmatizam deficientes físicos ou simplesmente os gordos, os fios, os baixinhos etc., em geral traduzidos por apelidos pejorativos. Nesse caso o professor não deve admitir tais atitudes [...] não se trata de punir os alunos, trata-se de explicar-lhes com clareza o que significa dignidade do ser humano, demonstrar a total impossibilidade de se deduzir que alguma raça é melhor que a outra, trata-se de fazer os alunos pensarem e refletirem a respeito de suas atitudes [...] (PCNs, 1998). Ao analisar tal afirmação, nota-se que a escola precisa promover formações continuadas para que melhore as práticas pedagógicas em prol do combate ao bullying, levando o educador a ater-se para sinais de violência, procurando neutralizá-las para que no futuro a sociedade seja melhor.

10 3 TRILHAS DA PESQUISA 3.1- A instituição, sujeitos da pesquisa e instrumento utilizado. O Colégio Estadual DR. Quintiliano da Silva, está situado à Rua A Quadra 14 nº 21 Setor Ginasial, desde o ano de 1934 tem contribuído para a formação cultural e acadêmica dos alunos do então norte goiano, hoje, Tocantins. Atualmente é um dos maiores colégio da Diretoria Regional de Ensino de Porto Nacional com oitocentos e setenta e três alunos. A escola contempla a segunda fase do Ensino Fundamental e Ensino Médio, se e encontra em ótimo estado de conservação, possui uma quadra poliesportiva, quatro blocos de sala de aula, num total de 12 salas, 01 sala de professores, 01 secretaria, 01 banheiro feminino e 01 banheiro masculino, 01 cantina, 01 sala de vídeo, 01 biblioteca e 02 laboratórios de informática. São considerados sujeitos desta pesquisa nove professores, sendo 4 professores da área de Código e Linguagem, 3 na área de Ciências da Natureza e Matemática e 3 na área de Ciências Humanas e suas Tecnologia. Com o objetivo de analisar a ação do professor diante do bullying na sala de aula e ajudá-lo a criar ações que fortaleça o respeito e a paz entre os integrantes da comunidade escolar, foi aplicado o questionário 1 com 6 (seis) questões, sendo: 05 questões fechadas e 1 aberta e os resultados serão apresentados em forma de tabela. O modelo do questionário respondido pelos noves professores está em anexo no final do relatório. 3.1.1- Análise de dados De acordo Ludke e André (1986) a pesquisa quantitativa é de abordagem naturalista, ou seja, a fonte direta dos dados pesquisados é o ambiente natural do sujeito a ser pesquisado. Assim o pesquisador é o condutor da pesquisa, cujos resultados serão apresentados abaixo.

11 Questionário I- aplicado aos professores para identificar quando houve prática de bullying na sala de aula. Ordem Questões Respostas/Porcentagem 01 02 Na sua sala de aula já aconteceu ou acontece casos de bullying? Sim/100% Não/o% - Com que frequência esses casos acontecem? 03 Você acha que a prática de bullying traz consequências ruins para os alunos envolvidos? 04 06 Como você acha que deve ser a reação do professor diante do bullying? Que ações a escola deveria trabalhar para ajudar os alunos que são vítimas do bullying? Raramente/20% Sim/100% Dar uma bronca e continuar a ministrar a aula/30% Palestras, leituras de textos, peça teatral/80% Frequentemente/80% Não/0% Encaminhar para a coordenação/20% Produção de parodias, confecção de cartazes, vídeos e debates/20% - Interferir e conversar com a turma/50% Tabela 1 - Visão dos professores diante do bullying na sala de aula. Fonte: Formulário aplicado aos professores do Colégio Estadual Dr. Quintiliano da Silva, município de Natividade Tocantins em março de 2011. Nas questões 1 e 2 percebe-se que os professores têm consciência sobre o bullying e sabem com que frequência ele acontece na sala de aula. Mas isso não demostra que ele tenha uma postura correta diante do fenômeno. E como diz (Chalita 2008), a qualidade da educação também inclui proteção, cuidado e responsabilidade com as crianças e os jovens expostos à violência. O corpo docente precisa saber como lidar com essa violência. Na questão 3 nota-se que os professores sabem das consequências, todavia ao observar o cotidiano escolar, nota-se que os professores conhecem o bullying de maneira superficial e não possuem material que os ajudem em sua prática pedagógica. Na questão 4 os professores afirmam que realizam intervenção, alguns de maneira superficial, como: dar bronca, encaminhar o aluno à sala da coordenação e outras. Assim, denota certa falta de preparo do docente, enquanto isso o aluno está sujeito às várias manifestações de bullying. Então é bom lembrar o que dizem os filósofos da educação deste século escola não é apenas para ensinar a ler, escrever e fazer cálculos. Ela deve ser um local acolhedor que leva em conta as necessidades pessoais, sociais e afetivas do aluno. Na questão 5 é aberta e buscou saber se atitudes do professor podem gerar bullying na sala de aula. Como foi possível constatar 100% responderam afirmativamente. Isto demonstra que eles têm consciência de atitudes que -

12 manifestam o bullying. Para confirma a afirmação anterior, veja o que diz um dos professores questionado Sim, o professor pode usar de autoridade para amedrontar e humilhar os alunos. O professor tem grande responsabilidade na ação de combate ao bullying, mas atitudes autoritárias, que expõe o aluno podem afetá-lo psicologicamente e levá-lo a abandonar a escola. Na questão 06 buscou verificar ações que a escola deve trabalhar para ajudar os alunos que são vítimas de bullying. Os números levantados revelaram que 80% sugeriram um projeto anual com as seguintes ações: palestra informativa e educativa, leitura e socialização de textos sobre bullying, peça teatral, 20% dos professores responderam as seguintes questões: produção de paródias, confecção de cartazes e folders, vídeos e debates. Através das sugestões dos professores reestruturaram-se as ações para o projeto de intervenção BULLYING NÃO, queremos paz. No dia vinte e cinco do mês de março de 2011, nas dependências do Colégio Estadual Dr. Quintiliano da Silva, o projeto foi apresentado. Todos concordaram com a importância de se ter um projeto como este na unidade de ensino referida acima. Ao analisar as ações a equipe de professores sugeriu que na culminância do projeto O dia D contra a violência fossem apresentadas: peça teatral, paródia, músicas e coreografias momento em que foram distribuídos folders produzidos pelos alunos do Ensino Médio a todos os alunos do colégio. Ordem 01 Questionário II aplicado aos alunos para identificar quando foram vítimas de bullying e quando praticaram. Questões Você já sofreu algum tipo de intimidação, agressão ou assédio?onde isso aconteceu? 02 Onde isso aconteceu? 03 Você já intimidou, agrediu ou assediou alguém? Respostas/Porcentagem Sim /70% Não /30% - - Indo para escola /10% Sim/30% No pátio da escola /30% Não/70% Na sala de aula Em outro local /50% /10% - - Tabela 2 - Visão dos alunos quando e prática de bullying na escola Fonte: Formulário aplicado aos alunos do 6º ano 02, 8º ano 08 e 9º ano 12 do Colégio Estadual Dr. Quintiliano da Silva, município de Natividade Tocantins em março de 2011.

13 O questionário foi aplicado a trinta alunos das seguintes séries: 6º ano 02 8º ano 08 e 9º ano 12. O resultado obtido na questão 01 demonstra uma grande porcentagem de alunos que sofrem algum tipo de agressão. Isto só comprova a suspeita do grande índice de bullying na escola. A respeito disso (Silva, 2009), comenta: O Bullying ocorre em todas as escolas, independente de sua tradição, localização ou poder aquisitivo dos alunos. Na questão 02, o local de ocorrência de bullying é variado: indo para escola, no pátio da escola, na sala de aula e em outro local. Todavia as pesquisas apontam a sala de aula com maior porcentagem de ocorrência de bullying. Isso se justifica ao observar os encaminhamentos de alunos à coordenação pedagógica. Elas mostram que essas agressões iniciam com pequenos conflitos verbais e se agravam por omissão de alguns professores. Na questão 03, nota-se um índice 30% de alunos que admitiram agredir o colega. No entanto este índice pode ser maior, pois muitos agressores não admitem o erro, porque não sentem culpa pelos atos cometidos. De acordo com (FANTE, 2005), o que falta no autor do bullying é afeto pelos outros [...] Nesse caso, as manifestações de desrespeito, ausência de culpa e remorso pelos atos cometidos contra os outros podem ser observados desde cedo [...] Abaixo estão as ações que foram elaboradas e executadas no Colégio Estadual Dr. Quintiliano da Silva, com a colaboração de toda equipe escolar. AÇÃO OBJETIVO RESULTADO Mostrar aos educadores sobre as origens e desenvolvimento da violência e sobre os procedimentos para a sua prevenção principalmente entre os jovens. 01.Exibição de DVD violência ( Içami Tiba) e entrega do manual do professor. O2. Apresentação do projeto por meio de teatro O3.Palestra informativa sobre o bullying. Mobilizar a escola coletivamente. Informar a comunidade escolar sobre o bullying e suas consequências. Posicionamento seguro e consciente diante do assunto por parte do docente. Esclarecimento de dúvidas e um despertar para o papel do professor no combate ao bullying. Envolvimento da comunidade escolar. Maior informação sobre o bullying. 04-Confecção de cartazes promovendo a paz com alunos de 6º e 7º ano. 05-Pesquisa no LABIM, sobre o bullying. (Turma Ens. Médio) 07-Produção de paródia sobre o combate à violência. 08- Dia D contra a violência ( bullying) Informar através da arte visual as diferentes formas do bullying. Incentivar os alunos a buscar informações através das tecnologias. Oportunizar momentos de descontração, valorizando a manifestação cultural e religiosa. Promover momentos de descontração e interação entre a comunidade escolar. Valorização do diálogo, do respeito à opinião e aceitabilidade do trabalho em grupo. Maior informação sobre o bullying. Maior interação aluno/aluno e aluno/professor. Valorização à cultura e à religião. Superação das dificuldades de relacionamento de alunos de diferentes turmas e aumento de respeito á diversidade.

14 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao término da realização do projeto de Intervenção, nota-se grandes mudanças no ambiente escolar. Os professores estão mais seguros para resolver problemas de bullying em sala de aula e diminuiu consideravelmente o encaminhamento de alunos para a Orientação Educacional. Antes do projeto 30% dos alunos procuravam a orientação/coordenação para reclamar de maus tratos, e quando eram indagados sobre a atitude dos professores, 15% diziam que eles não faziam nada. Hoje, este percentual caiu para 10% e na maioria das vezes o professor já aconselhou e orientou a turma sobre as atitudes dos agressores. Os alunos falam abertamente sobre o assunto, vítimas e testemunhas estão denunciando quando são agredidas ou veem atos de violência. Os pais já à instituição quando recebem reclamações dos filhos vitimados de bullying o que propicia à escola fazer as intervenções necessárias. Isto é fruto de informação que alunos e pais receberam através de ações consistentes realizadas através do Projeto BULLYING NÃO, queremos paz. No entanto, ainda não é suficiente para erradicar esse mal. É preciso criar laços estreitos de amizade e respeito entre aluno/aluno e aluno\professor. O segredo está na continuidade de ações favoráveis a não violência na escola, nesse sentido e para isso o projeto foi implantado no Projeto Político Pedagógico da escola e será executado nos próximos anos com algumas alterações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia Sagrada Antigo e Novo Testamento. Traduzida em Português por João Ferreira de Almeida. Editora Sociedade Bíblica do Brasil. Barueri SP. 2000. AMADRID, José Ramiro e CASTRO, Denílson Barbosa. Dialogo sobre a violência contra crianças e adolescentes. [S.I:s.n.] BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS. Brasília: MEC/SEF. 1998. v.8. CHALITA, Gabriel. Bullying o sofrimento das vítimas e dos agressores. São Paulo. Editora Gente, 2008. FANTE, Cléo. Fenômeno Bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2 ed. Campinas: Verus,2005. MIDDELTON-MOZ, Jane e ZAWADSKI, Mary. Bullying estratégias de sobrevivência para crianças e adultos. São Paulo, Artemed Editora S.A,2002. SILVA, Ana Beatriz Barbosa. Mentes perigosas nas escolas bullying. Rio de janeiro, 2010. Editora Objetiva Ltda. Sites: www.abrapia.org.br www.bullying..com.br www.bullying.pro.br www.kidscape.org.uk http://www.fc.unesp.br/upload/pedagogia/tcc%20luciana%20pavan%20- %20Final.pdf Jornais / Revistas Jornal Mundo Jovem. Violência na escola uma doença a ser tratada. Agosto/2006. Pag11. Veja. O monstro mora ao lado. Editor Abril. Edição 2212 ano 44-nº 15. Abril/2011.

ANEXOS CURSISTAS: Clene Mª Nunes da Silva Gonçalves Josina José Gonçalves Oliveira Brincadeira de mau gosto como chamar o colega de baleia, feio, dentuço, ou seja, brincadeira que de alguma forma tendem a ofender seus receptores psicologicamente ou fisicamente é conhecida como Bullying. Diante disso resolvemos elaborar um questionário para saber se este tipo de brincadeira ocorre na escola e se ocorre qual é o papel do professor diante do bullying na sala de aula. QUESTIONÁRIO 1 1 QUESTÃO 1: Na sua sala de aula já aconteceu ou acontece casos de bullying? ( ) sim ( ) não QUESTÃO 2: Com que frequência estes casos acontecem? ( ) frequentemente ( ) raramente QUESTÃOS 3: Você acha que esse tipo de comportamento, ou seja,o bullying, pode trazer consequências para os alunos envolvidos? Justifique. ( )sim ( )não QUESTÃO 4:Como você acha que deve ser a reação do professor diante do bullying? ( ) Dá uma bronca e continua a ministrar o conteúdo. ( ) Encaminhar para a coordenadora pedagógica. ( ) Grita e ameaça os agressores. ( ) Finge que não ouviu e continua a aula. ( ) Interferir e conversar com a turma fazendo-os refletir. QUESTÁO 5: Você acha que atitudes por parte do professor podem gerar bullying na sala de aula? Justifique. QUESTÃO 6: Que ações a escola deveria trabalhar para ajudar os alunos que são vitimas do bullying? ( ) Palestras informativas e educativas. ( ) Produção e encenação de peça teatral. ( ) Leitura e socialização de textos sobre bullying. ( ) Confecção de cartazes e folder. ( ) Vídeos e debates. ( ) Produção de parodia. ( ) Outros. 1 Adaptado: http://www.fc.unesp.br/upload/pedagogia/tcc%20luciana%20pavan%20-%20final.pdf

QUESTIONÁRIO 2 2 Questionário fechado aplicado aos alunos do Ensino Fundamental, com a função de coletar dados que nos mostre o índice de ocorrência de bullying na escola e os locais mais prováveis. QUESTÃO 1: Você já sofreu algum tipo de intimidação, agressão e/ou assedio? ( ) sim ( ) não QUESTÃO 2: Onde isso acontece? ( ) indo para escola ( )no banheiro ( ) no pátio da escola ( )na sala de aula QUESTÃOS 3: Você já intimidou, agrediu e/ou assediou alguém? ( )sim ( )não 2 www.kidscape.org.uk