O ROCK COMO CONTEÚDO NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA DE PONTA GROSSA - PARANÁ



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Transcrição:

O ROCK COMO CONTEÚDO NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA DE PONTA GROSSA - PARANÁ Palavras-chave: Música, Educação, Rock. Resumo: Lucas Lino Fogaça 1 O presente trabalho parte da obrigatoriedade do ensino de música nas escolas de educação básica, com a aprovação da Lei 11769/2008. O Rock é um gênero musical apreciado em todo o mundo, mas, muitas vezes é desconhecido por algumas pessoas devido a grande influência da mídia que não nos traz uma variedade de gêneros, tornando-o menos acessível para alguns, e por este motivo deve ser abordado como um conteúdo nas escolas de educação básica. Um dos objetivos deste estilo musical como um conteúdo nas instituições de ensino é o de oportunizar uma ampliação no repertório musical dos alunos. Esta pesquisa teve como enfoque analisar práticas musicais de escolas de educação básica do município, mais especificamente as que envolvem o Rock, e saber se as mesmas podem acrescentar e possibilitar uma melhor apropriação do conhecimento musical específico. A análise utiliza também como base o cotidiano dos estudantes de duas escolas de educação básica da cidade de Ponta Grossa Paraná. A proposta de investigação enquadra-se na perspectiva qualitativa que considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. Esta análise foi realizada por meio de levantamento de referencial teórico, tendo como instrumento de pesquisa a pesquisa-ação, por ter um caráter participativo, com a finalidade de promover ações para a transformação nas abordagens dos conteúdos da disciplina de Arte em escolas do município. Acredita-se que os resultados obtidos nesta pesquisa possam auxiliar para que o Rock se encontre definitivamente efetivado como conteúdo nas escolas do município na disciplina de Arte e em consonância com outras disciplinas, envolvendo práticas significativas, bem como, conteúdos atuais e relacionados às vivências musicais dos alunos. Justificativa: 1 Universidade Estadual de Ponta Grossa/Departamento Artes/Ponta Grossa, PR. Curso: Licenciatura em Música lino_belc_tkd@hotmail.com Orientador: Felipe Augusto Vieira.

Com base em minha experiência em sala de aula, nota-se que a música está presente na vida da grande maioria das pessoas de diversas maneiras, porem, ainda não é inserida devidamente como um conteúdo nas escolas de públicas de educação básica, minha prática em sala de aula, pôde me aproximar desta realidade das instituições públicas de ensino e indicar que gestores, professores, pais, alunos, enfim, todos os envolvidos na comunidade escolar devem buscar um mesmo ideal, assim, poderemos realmente ter a tão falada interdisciplinaridade. Os professores licenciados em música são os profissionais com formação ideal para trabalhar com o Rock na escola, assim como, todos os outros conteúdos musicais. Na escola o Rock não tem por objetivo formar músicos e sim o objetivo principal é de ampliar o repertório dos alunos e desenvolver seus conhecimentos sobre os gêneros musicais. Por conta disso, torna-se importante conhecer porque as instituições de ensino não trabalham com o Rock como conteúdo na escola. Nesta pesquisa foram acrescentados dados de uma pesquisa realizada em um distrito de Ponta Grossa Paraná, o distrito de Itaiacoca, com o objetivo de investigar através de quais meios de comunicação eles tem contato com a música e de que forma. Acredita-se que os resultados obtidos nesta pesquisa, possam auxiliar a música e o Rock em sua inserção como conteúdo nas escolas de educação básica do município de Ponta Grossa Paraná. Introdução: O Rock é um gênero musical que surgiu na década de 50 nos Estados Unidos, teve uma forte influência de alguns estilos musicais, entre eles esta o Blues, o rhythm and blues, música Country, o Jazz. Este estilo era inovador, diferente de tudo que já se tinha ouvido até então. Com letras de simples assimilação e ritmo muito dançante, o Rock conquistou rapidamente as pessoas. A mídia hoje é um elemento que esta entre os principais veiculadores da música para os jovens, sendo que, as rádios mais especificamente, têm influenciado fortemente e conduzido os seus ouvintes a escutar sempre coisas novas, porém, quando se fala em coisas novas, trata-se de uma diversidade musical cada vez menor, por exemplo..., e o Rock vêm sido deixado de lado pelas emissoras de rádio, mas, mesmo com este impasse, não deixa de ser ouvido pelos fãs e admiradores do gênero, contudo não chega

tão facilmente àquelas pessoas que só tem acesso à rádio por exemplo. Um exemplo de se ter somente acesso as emissoras de rádio, são os moradores do assentamento no distrito de itaiacoca, pertencente ao município de Ponta Grossa Paraná. Os moradores do assentamento tem energia elétrica a menos de 10 dias, até então, eles só ouviam música se eles mesmos tocassem instrumentos e cantassem, em seus carros ou rádio de pilha. Eles possuem escola para Educação de Jovens e Adultos em uma APED () do CEBJA UEPG. A partir destes dados nota-se a importância das aulas de música em todas as escolas públicas na disciplina de arte. A partir do mês de agosto de 2011, com a aprovação da Lei 11.769/2008, à música tornou-se um conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do ensino de arte nas escolas de educação básica do país (BRASIL, 2008). A música esta presente nas escolas de diversas maneiras, mas, não esta inserida como um conteúdo, área que possui conhecimentos específicos, como por exemplo, o Rock que deve ser abordado como um conteúdo na disciplina de ARTE, na área de música, pois o mesmo é um gênero apreciado em todo o mundo pelas mais variadas classes da sociedade e tem uma grande importância na história da música mundial. A educação musical não tem por objetivo a formação de músicos profissionais, mas, lógico que seria de imensa alegria para qualquer professor dar este inicio a carreira profissional de seu aluno, independente de qual seja sua área de ensino. Hentschke e Del Ben (2003, p. 181) afirmam que esta: [...] não visa à formação do músico profissional. Objetiva, entre outras coisas, auxiliar crianças, adolescentes e jovens no processo de apropriação, transmissão, e criação de práticas músico-culturais como parte de construção de sua cidadania. A música na escola na maioria das vezes tem um sentido funcional, servindo sempre como auxílio para outras disciplinas, tornando-as mais interessantes, sendo empregada também em momentos cívicos e festas. Ainda que esse emprego da música não possa ser negado, essas práticas são muito reduzidas e não visam obter os verdadeiros objetivos da música como conteúdo. Para vários professores sem formação específica, diretores e pedagogos nas escolas a música tem funções de auxilio na aprendizagem, terapia, (ARAÚJO, 2001, p. 10) afirma que [...] a música tem estado presente nas escolas brasileiras de diversas

maneiras, porém são poucas aquelas que compreendem claramente o que é educação musical e qual o seu papel na formação do indivíduo Muitas vezes é como uma especialidade que serve de auxílio para outras disciplinas, em momentos cívicos, em datas comemorativas, mas, não é reconhecida como uma área de conhecimento com conteúdos específicos. Segundo FOGAÇA (2012): As concepções sobre a música como conteúdo evidenciam-se por meio das funções atribuídas a ela pelas pedagogas. São apontadas funções de auxílio na aprendizagem, terapia e desenvolvimento integral do educando. Percebe-se que nenhuma das respostas é relacionada diretamente à música enquanto área com conhecimentos específicos, apesar da relação com a formação integral dos alunos estar prevista como objetivo da educação musical (FOGAÇA, 2012, p.3) Esta presença tão reduzida da música como conteúdo nas escolas é diretamente ligada falta de professores licenciados em música, pois, cada disciplina possui suas especificidades e diferentes objetivos em relação ao aprendizado do educando por isso a formação específica é extremamente importante para o ensino de qualquer disciplina, pois não é qualquer um que ensina música. Sobre o ensino de música e a formação específica, (DEL BEN, 2003, p. 31) afirma que para ensinar música [...] não é suficiente somente saber música ou somente saber ensinar. Conhecimentos pedagógicos e musicológicos são igualmente necessários, não sendo possível priorizar um em detrimento do outro. Metodologia: A proposta de investigação da presente pesquisa enquadra-se na perspectiva qualitativa que considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A análise da presente pesquisa foi realizada por meio de levantamento de referencial teórico, tendo como instrumento de pesquisa a pesquisa-ação, por ter um caráter participativo, com a finalidade de promover ações para a transformação nas abordagens dos conteúdos da disciplina de Arte em escolas do município de Ponta Grossa PR. A pesquisa acabou sendo ampliada e foram realizadas entrevistas estruturadas em uma APED da Educação de Jovens e Adultos em um distrito da cidade de Ponta

Grossa, o distrito de itaiacoca, com o objetivo de investigar como é o acesso deles as tecnologias. Desenvolvimento: Primeiramente cabe a todo educador musical fazer uma reflexão sobre sua prática docente. Nos dias de hoje com todos os tipos de tecnologias existentes, não fica tão simples trabalharmos conteúdos que não fazem parte do cotidiano da maior parte dos educandos, este avanço tecnológico faz com que os alunos já cheguem na escola com uma vivência musical, e por este motivo, torna-se extremamente importante que as vivências musicais dos alunos e suas concepções sobre a música sejam consideradas pelo professor. Sobre isto Hentschke e Del Bem (2003, p. 181) afirmam que existe: Necessidade de conhecer a realidade dos nossos alunos e compreender como eles se relacionam com a música fora da escola em quais situações, sob que formas, por quais processos e procedimentos, com que objetivos, com quais expectativas e interesses -, para qual sejam possível construir práticas pedagógicos-musicais significativas dentro das salas de aula, práticas essas que, ao incorporar as experiências musicas extra-escolares dos alunos, possam ser ampliadas e aprofundadas. Para trabalharmos o Rock na escola assim como qualquer outro conteúdo, não podemos entrar em sala de aula e praticar algo parecido com abram o livro na página 14 hoje e trabalharemos o Rock, pois muitas vezes os alunos apresentam uma certa resistência a determinados conteúdos, principalmente a música de velho, por isso devemos de uma forma imperceptível, fazer com que os alunos tenham curiosidade de aprender, procurar mais sobre o assunto, despertando este interesse, tudo fica mais fácil, pois temos assim, a mídia a nosso favor, nos dias de hoje encontramos quase tudo na internet. Nos parágrafos seguintes serão descritas as práticas pedagógicos-musicais em sala de aula. A prática número 1 e o interesse por querer trabalhar com o Rock como conteúdo surgiu da fala de um aluno. Prática 1: Um dia um aluno falou que não gostava de Rock aí eu perguntei Você já ouviu o Rock, qual Rock você não gosta? e ele respondeu que já e tinha ouvido todos. Rs Então a partir disso, resolvi mudar completamente a aula que eu havia preparado e começamos a ouvir uma música que faz parte do cotidiano de todos os alunos daquela

turma, a música atirei o pau no gato, em uma versão que é uma paródia da música Another Brick In The Wall da banda Pink Floyd. Aí ouvimos 3 versões desta música, eles gostaram muito mais da original, nesta aula eles me pediram para enviar a música por Bluetooth, e enviei. Outro aluno me disse que achava massa, mas, não gostava de música de orquestra aí eu já voltei para a casa pensando em como usar o Rock para trabalhar a música de Orquestra, desta forma o Rock além de conteúdo, servia como auxílio. Prática 2: Esta prática pedagócico-musical ocorreu já na aula seguinte, comecei trabalhando com o Rock que os alunos já estavam quase familiarizados com o estilo musical porque gostaram muito e se interessaram pelo gênero. Esta foi uma das práticas musicais mais utilizadas nas aulas, pois ela foi uma prática que era apropriada a todas as idades, desde o 6º ano até no EJA (Educação de Jovens e Adultos) aconteceu com a música We Will Rock You (Música executada pela banda Queen na década de 70), esta é uma musica cuja a prática musical já faz parte do cotidiano dos alunos nas escolas de Ponta Grossa, mas, não com o objetivo de fazer música e sim de fazer baderna quando o professor sai da sala de aula, partindo disso, surgiu a ideia de fazer uma aula sobre música e silêncio. Para a grande maioria dos alunos a música é somente som e o silêncio não faz parte da mesma. Então, esta prática foi realizada através da utilização de símbolos, eram símbolos simples, mas que ajudavam eles na decodificação simbólica e ajudavam a manter a prática organizada. Os símbolos eram quadrado, triangulo, e circulo bolinha. Quadrado os alunos batem na carteira, triangulo batem palma, circulo eles fazem silêncio. Estes símbolos podem ser alternados. Inicialmente a ordem era: Quadrado, quadrado, palma. 3x Palma, palma, quadrado. 3x Quadrado, palma, palma. 3x Quadrado, quadrado, silêncio. 3x

Um dos objetivos desta prática musico-pedagógica era trabalhar com o Rock envolvendo músicas que conhecidas, pela grande maioria dos alunos. Outro objetivo desta prática é trabalhar som e silêncio, porque para os alunos música é somente som barulho, a música combina sons e silêncio, por isso o silêncio também faz parte da mesma. Nos anexos estão alguns exemplos de figuras que podem ser utilizadas para esta prática pedagógico-musical, estes exemplos de figuras, foram utilizados em sala de aula. Prática 3: Esta aula foi dada com base na fala de um aluno que afirmou gostar de Rock, mas, não gostava de música de Orquestra, então, resolvi mostrar pala os alunos que os modos de fazer música são inúmeros, que se pode ter o Rock com orquestra e outros estilos também, assim como se pode transformar o Rock em outro estilos e vice-versa. Nesta aula o Rock foi trabalhado como conteúdo também, mas, não era o conteúdo principal, ele serviu como auxilio para trabalhar música orquestral. Perguntei a este aluno se ele gostava de Scorpions, ele disse que sim, então eu mostrei o DVD Moment Of Glory da banda Scorpions, este DVD foi gravado com a Orquestra Filarmônica de Berlim. A banda Scorpions é uma banda de Rock que foi criada pelos irmãos Michael Schenker e Rudolf Schenker, em 1965 na Alemanha. Este aluno ficou impressionado, não tirava o olho do computador e me disse nossa que massa professor, assim eu nunca tinha visto. Esta aula foi encerrada com a apreciação da quinta sinfonia de Gustav Mahler, foi um dos compositores mais importantes do romantismo.

Anexos: Bater na carteira Bater Palma Fazer silêncio Bater na carteira Bater palma

Fazer silêncio Podem ser utilizadas figuras musicais, números, letras, enfim, as formas de realizar a prática número 2 podem ser variadas. Considerações Finais: A partir do levantamento do referencial teórico e das práticas pedagógicomusicais aplicadas em sala, percebe-se que a música em muitos lugares não é aplicada como conteúdo e sim usada como uma disciplina de auxílio para outras disciplinas, por isso, quase não existe diferença musical entre os alunos de 6º ano até alunos de ensino médio, pois, infelizmente a grande maioria dos educandos não são musicalizados, talvez esta seja uma realidade em grande parte das escolas, um dos motivos é a falta de professores licenciados em música. Notou-se que muitos alunos, já traziam o Rock para a escola, a forma mais conhecida entre eles, é através de jogos de vídeo game, como por exemplo o jogo Guitar Hero. Os resultados obtidos nas aulas trabalhando o Rock foram muito além do esperado, pois, além de conseguir trabalhar este conteúdo de forma proveitosa para os alunos, também foi despertado um interesse imenso em aprender música, ouvir Rock, tocar Rock. Agradecimentos: Primeiramente a Deus por todas as portas por ele abertas. Agradeço também ao meu orientador, Felipe Augusto Vieira pelo trabalho realizado, mesmo que em cima da hora. Agradeço também a minha noiva pela compreensão. Agradeço a todos os organizadores do Congresso Internacional do Rock. Referências: BRASIL. Lei 11.769/08 (2008). Altera a Lei n o 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica: promulgada em 18 de agosto de 2008. 2008a. Disponível

em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11769.htm> Acesso em 3 de maio de 2013. FOGAÇA, L, L. CONCEPÇÕES DE PEDAGOGAS NA CONDIÇÃO DE GESTORAS SOBRE A MÚSICA COMO CONTEÚDO EM ESCOLAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA DE PONTA GROSSA-PR. HENTSCHKE, L.; DEL BEN, L. Aulas de música: do planejamento e avaliação à prática educativa. In. (Orgs.). Ensino de música: propostas para pensar e agir em sala de aula. São Paulo: Moderna, 2003, p. 176-189. MERRIAM, Alan. The Antropology of music. U.S.A: North West University Press, 1964. PENNA, Maura. Não basta tocar? Discutindo a formação do educador musical. Revista da ABEM, Porto Alegre, v. 16, 49-56, mar. 2007. ROSSI, D. Atividades musicais extracurriculares e aulas de artes nas escolas estaduais de ensino médio do município de Curitiba: 2006, 235f. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Federal do Paraná PR. 2006. SEBBEN, E. E. Concepções e práticas de música na escola na visão de alunos de 8ª série do Ensino Fundamental: as contradições entre o legal e o real. 2009, 167f. Dissertação (Mestrado em Educação) Universidade Estadual de Ponta Grossa PR. 2009. SUBTIL, M. J. O consumo musical midiático e a construção de sentidos por crianças de 9 a 12 anos. Comunicação, mídia e consumo, São Paulo, vol. 7, n. 20, p. 257-274, nov. 2010.