AVALIAÇÃO DAS MALOCLUSÕES DENTÁRIAS MAIS COMUNS PRESENTES NA DENTIÇÃO DECÍDUA: Papel dos pais e responsáveis junto à Odontopediatria



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Transcrição:

1º Ten Al CHRISTIANE GUIMARÃES DA SILVA MENEZES AVALIAÇÃO DAS MALOCLUSÕES DENTÁRIAS MAIS COMUNS PRESENTES NA DENTIÇÃO DECÍDUA: Papel dos pais e responsáveis junto à Odontopediatria RIO DE JANEIRO 2008

1º Ten Al CHRISTIANE GUIMARÃES DA SILVA MENEZES AVALIAÇÃO DAS MALOCLUSÕES DENTÁRIAS MAIS COMUNS PRESENTES NA DENTIÇÃO DECÍDUA: Papel dos pais e responsáveis junto à Odontopediatria Trabalho de conclusão de curso apresentado à Escola de Saúde do Exército como requisito parcial para aprovação no Curso de Formação de Oficiais do Serviço de Saúde, especialização em Aplicações Complementares às Ciências Militares Orientador(a): Liliane Menezes Salles de Miranda RIO DE JANEIRO 2008

1º Ten Al CHRISTIANE GUIMARÃES DA SILVA MENEZES AVALIAÇÃO DAS MALOCLUSÕES DENTÁRIAS MAIS COMUNS PRESENTES NA DENTIÇÃO DECÍDUA: Papel dos pais e responsáveis junto à Odontopediatria RIO DE JANEIRO 2008 1º Ten Al CHRISTIANE GUIMARÃES DA SILVA MENEZES

AVALIAÇÃO DAS MALOCLUSÕES DENTÁRIAS MAIS COMUNS PRESENTES NA DENTIÇÃO DECÍDUA: papel dos pais e responsáveis junto à Odontopediatria Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Saúde do Exército, como requisito parcial para aprovação no Curso de Formação de Oficiais do Serviço de Saúde, Especialização em Aplicações Complementares às Ciências Militares. Orientador: Liliane Menezes Salles de Miranda RIO DE JANEIRO 2008

Menezes, Christiane Guimarães da Silva. Avaliação das maloclusões dentárias mais comuns presentes na dentição decídua: papel dos pais e responsáveis junto à Odontopediatria /. Christiane Guimarães ds Silva Menezes. - Rio de Janeiro, 2008. 20 f. ; 30 cm. Orientador: Liliane Menezes Salles de Miranda Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) Escola de Saúde do Exército, Programa de Pós-Graduação em Aplicações Complementares às Ciências Militares.) Referências: f.19-20. 1. Exército. 2. Serviço de Saúde. I. Liliane Menezes Salles de Miranda. II. Escola de Saúde do Exército. III. Título. CDD 355.345

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...5 2 PREVENÇÃO DE MALOCLUSÕES DENTÁRIAS 2.1 IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO...7 2.2 SUCÇÃO DE CHUPETA, DO POLEGAR OU OBJETOS...7 2.3 DEGLUTIÇÃO ATÍPICA...10 2.4 BRUXISMO...12 2.5 DIAGNÓSTICO...13 2.6 TRATAMENTO...14 3 DISCUSSÃO...15 4 CONCLUSÃO...17 REFERÊNCIAS...18

RESUMO Maloclusões dentárias podem ser minimizadas ou, até mesmo, totalmente resolvidas se houver ao tempo certo uma eficaz prevenção ou interceptação feita pelo Odontopediatra, de modo que possa ser simplificado ou evitado um futuro tratamento ortodôntico. Em muitos casos, os pais dos pacientes infantis têm importância crucial no processo preventivo, pois grande parte das maloclusões é decorrente de hábitos parafuncionais, que acarretam problemas na conformação óssea e neuromuscular do aparelho estomatognático. A informação ostensiva aos pais e responsáveis faz-se necessária, posto que muitas vezes o primeiro contato com o odontólogo é feito tardiamente, quando muitas alterações dentárias já se encontram instaladas. Uma eficaz prevenção e interceptação feita pelo Odontopediatra pode simplificar ou evitar um futuro tratamento ortodôntico. Isto é um dado muito interessante no aspecto logístico e econômico de um sistema de saúde abrangente, visto que uma etapa preventiva envolve menos custos e recursos humanos do que um tratamento corretivo, além de oferecer ao paciente uma simplificação do trabalho proposto, reduzindo também o tempo gasto no consultório odontológico. Palavras chave: Hábitos bucais deletérios. Maloclusões.

ABSTRACT Dental malloclusions may be reducted and even completelly exterminated if an efficient prevention or interception were applicated by the dentist, simplifying a possible orthodontical treatment in the future. Little patients parents have crucial importance in preventive treatment, once parafunctional habits result in malloclusions which bring disturbs in orofacial muscles and bones. Ostensive informations to parents are terrific, since frequently the first dentist s aid is too late. Efficient prevention or interceptation may simplify an orthodontical treatment in the future. It s very interesting by logistic and economical view, once preventive therapy is less expensive than orthodontical treatment. Key words: Bad mouth habits. Malloclusions.

1 INTRODUÇÃO A Odontopediatria, além das atribuições referentes à própria clínica em si, tem como um de seus objetivos verificar e intervir no processo de desenvolvimento da oclusão normal de seu paciente. A prática da odontopediatria preventiva é responsabilidade tanto do odontopediatra como do ortodontista, cabendo muitas vezes ao primeiro, devido ao contato mais precoce com o paciente, observar o estado dos dentes e oclusão das crianças sob seus cuidados. Muitas vezes os ortodontistas só recebem o paciente para tratamento numa idade avançada na idade ortodôntica quando estão irrompidos todos os dentes permanentes, podendo o paciente apresentar maloclusão instalada. É evidente a necessidade do conhecimento da dinâmica do processo de transformação natural dos arcos dentários.detectar um desvio deste desenvolvimento é tarefa complexa. O exame clínico é essencial, pois os fatores que podem levar à instalação de uma maloclusão são visíveis ou ocultos à visão. Irregularidades na oclusão são freqüentemente observadas em crianças de idade pré-escolar, crianças na fase de dentição mista e adolescentes. Estas condições compõem um conjunto de alterações funcionais e estéticas, como crescimento anormal do complexo ósseo craniofacial e má função da neuroestrutura envolvida que, isoladamente ou em combinação, podem causar quaisquer das situações a seguir: mastigação debilitada, estética facial desagradável, disfunção da articulação têmporo-mandibular, suscetibilidade à doença periodontal, suscetibilidade á cárie dental, dicção prejudicada pelo mau posicionamento dos dentes e baixa auto-estima. Tanto na fase da dentição mista quanto na fase da dentição decídua, o tratamento ortodôntico preventivo deve ser realizado visando remover os obstáculos ao desenvolvimento favorável da face e da oclusão. É importante o estudo das relações existentes entre os hábitos bucais nocivos e maloclusões. Há divergências entre pesquisadores acerca da etiologia e tratamento, mas são unânimes em afirmar que a forma do arco dentário depende de um equilíbrio harmonioso entre todos os tecidos moles que o circundam e que toda e qualquer alteração nesse equilíbrio muscular pode acarretar, junto com as demais causas, uma maloclusão, principalmente quando este equilíbrio se estabelece através de um mau hábito bucal. Neste momento, o papel dos pais ou responsáveis na atenção inicial ao problema é fundamental, conforme Aragone & Vicente no que se refere à observação de atitudes muito comuns presentes em crianças, como sucção do polegar, sucção de chupeta, deglutição atípica e bruxismo.

2 PREVENÇÃO DAS MALOCLUSÕES DENTÁRIAS 2.1 IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO MATERNO O aleitamento materno, além de alimentar o bebê, tem a função de satisfazer a sucção, devido ao esforço exercido pela musculatura perioral. Sua exclusividade até os seis meses de vida é considerada indispensável, tanto para um bom desenvolvimento físico como intelectual (Walter 1996), prevenindo a instalação de hábitos viciosos e promovendo o crescimento e desenvolvimento normal das estruturas da face. São muitas as vantagens da amamentação: nutrição, carinho, aconchego, afeto, relação mãe/ filho, imunidade, respiração. O aleitamento materno, além de alimentar o bebê, tem a função de satisfazer a sucção, devido ao estímulo dos músculos exercidos durante a mamada. A não-satisfação das necessidades psicoemocionais devido ao tempo

inadequado de amamentação natural, leva a criança a supri-las usando chupetas ou o próprio polegar. Distúrbios emocionais como ciúmes, rejeição ou ansiedade, ou qualquer estímulo que desequilibre o senso da criança também pode levar ao aparecimento desses hábitos (Sousa, 2004). Os hábitos se instalam com maior freqüência em crianças que não tiveram amamentação natural, pois o impulso neural da sucção está presente desde a vida intra-uterina e é normal na criança, garantindo a sua sobrevivência e sendo até mesmo considerada como a primeira fase da mastigação. Quando a criança tem a alimentação por mamadeiras, o fluxo de leite é bem maior que a amamentação natural, portanto a criança se satisfaz bem mais rapidamente (Serra-Negra et al,1997). A necessidade fisiológica da sucção cessa entre nove e doze meses de idade podendo a necessidade psicológica permanecer por um tempo maior, por exemplo nos momentos de angústia da criança (Camargo,1988). 2.2 SUCÇÃO DE CHUPETA / SUCÇÃO DIGITAL Antes de tentar corrigir hábitos bucais nocivos, deve-se analisar o papel do hábito em questão na etiologia da maloclusão. O odontopediatra deve preocupar-se com o controle dos hábitos bucais nocivos à oclusão,visto que hábitos bucais indesejáveis que não afetem a oclusão podem ser tratados de maneira mais adequada por profissionais de outras áreas, como por exemplo, o psicólogo. Uma avaliação fonoaudiológica e psicológica são imprescindíveis na ajuda para remover qualquer hábito nocivo, uma vez que o fator emocional está intimamente relacionado, bem como alterações musculares. Deve ser lembrado que o fundamento do tratamento para remover hábitos deve ser fisiológico e não apenas mecânico, pois um reflexo está envolvido. Há a necessidade de reaprendizagem muscular para o sucesso do tratamento. As maloclusões podem ser definidas como a disposição dos dentes no arco dentário e a relação destes com as bases ósseas e estruturas relacionadas de forma desarmônica, que se estabelecem tanto na dentição decídua quanto na permanente. Geralmente, são causadas por uma interação de fatores hereditários, congênitos, adquiridos de ordem geral ou local, assim como pela presença de hábitos bucais deletérios. Inicialmente, o hábito é visto como uma atitude consciente, mas com a repetição automatiza-se, tornando-se inconsciente. No entanto, o hábito de sucção, no primeiro ano de vida, é um dos mais importantes reflexos para o desenvolvimento da criança. No ventre materno, o ser humano já começa a exercer sucção dos dedos, língua e lábios, numa atitude instintiva dos mamíferos. Quando nasce, o bebê apresenta a função de sucção completamente desenvolvida e por meio desta adquirirá o nutriente necessário para a vida. A sucção é um reflexo inato que proporciona ao recém nascido a sobrevivência e estabelece vínculo afetivo com a mãe durante a amamentação. Os hábitos bucais deletérios são considerados fatores etiológicos das maloclusões de caráter muscular, esquelético ou dentário, podendo ou não estar associados ao crescimento ósseo anormal, más posições dentárias, distúrbios respiratórios e dificuldades na fala; podendo estar relacionados ou não à sucção.

Segundo Valença et al. (2001) os principais hábitos que suscitam deformidades na oclusão são: onicofagia, bruxismo, respiração bucal, interposição lingual, morder objetos, morder lábios, além dos mais típicos hábitos deletérios de sucção de dedo, chupeta e mamadeira. Estes últimos são de fácil aquisição e tendem a perdurar, principalmente em crianças que não receberam, ou mesmo obtiveram de forma insatisfatória uma amamentação natural. Com uma amamentação inadequada, a criança geralmente se apega a hábitos de sucção de chupeta, dedos ou objetos, os quais, se mantidos, principalmente após os quatro anos de idade, trazem prejuízo ao reflexo sistêmico, com gravidade variando de acordo com a duração, freqüência e intensidade do hábito (Tríade de Graber). Segundo Almeida et al. (2000), a chupeta ou dedo durante a sucção, interpõe-se entre os incisivos superiores e inferiores, restringindo a irrupção destes dentes, enquanto os dentes posteriores continuam a desenvolver-se no sentido vertical. Conseqüentemente, determina-se uma mordida aberta, quase sempre restrita à região anterior dos arcos dentários, de forma circular e bem circunscrita para a sucção da chupeta, enquanto que para a sucção digital há uma inclinação dos incisivos superiores para vestibular, caracterizando uma sobressaliência acentuada. O contato do objeto com o palato desaloja a língua que se mantêm numa posição mais inferior, afastando-se do contato com os dentes póstero-superiores, e somado à força de sucção do músculo bucinador, ocasiona a atresia do arco dentário superior, culminando na mordida cruzada posterior uni ou bilateral. Portanto, hábitos deletérios são facilmente adquiridos por crianças no ato contínuo de sucção digital e de chupeta, e aleitamento com mamadeiras, as quais não oferecem todas as vantagens de uma correta amamentação no seio. Esses hábitos podem gerar maloclusões graves e, em muitos casos, de difícil correção, principalmente quando há persistência, o que dificulta sua eliminação. A dentadura decídua é fundamental para um correto estabelecimento da permanente, uma vez que, o conhecimento da normalidade das características dentofaciais na primeira dentição possui grande importância, pois a prevenção precoce proporciona o impedimento do surgimento de várias anormalidades no desenvolvimento dos dentes e da oclusão (Moyers,1991). De uma forma simplificada, as características mais observadas nos pacientes portadores do hábito de sucção do polegar são: protrusão da maxila; protrusão de incisivos superiores; retroinclinação de incisivos inferiores; deformidade no palato duro; inibição da erupção de incisivos superiores e inferiores com mordida aberta anterior; língua inadequadamente posicionada no assoalho da boca e na superfície dos dentes, com tendência a hipotonicidade e deglutição atípica; arco superior estreito; relação molar de classe II; mordida cruzada posterior; diastema nos incisivos superiores e inferiores; lábio superior hipotônico e lábio inferior hiperativo, pois pode ser elevado por contrações anormais do músculo orbicular durante a deglutição, para uma posição entre os incisivos superiores mal posicionados.

Segundo Massler, nem sempre o hábito de sucção do polegar causa maloclusão, pois para isto é necessário uma intensidade e duração prolongadas, associadas à predisposição genética do paciente. No entanto, as crianças com o hábito de sucção de dedo em associação com perfil convexo e face longa, apresentam alto risco em desenvolver uma maloclusão. 2.3 DEGLUTIÇÃO ATÍPICA A deglutição é um mecanismo de ações musculares onde todos os músculos relacionados com a cavidade oral entram em função. Quando esta sinergia é quebrada, podem ocorrer várias anomalias no processo e assim aparece a deglutição atípica ou deglutição infantil. A posição irregular e o desvio do movimento considerado normal durante a deglutição há muito tempo vem sendo associado com a mordida aberta anterior e a protrusão dos incisivos superiores. De acordo com Proffit três grandes problemas estão associados ao posicionamento anterior da língua, que é também designado língua protruída, deglutição atípica, deglutição visceral ou deglutição infantil. Esses problemas são a mordida aberta anterior, a protrusão dos incisivos e a gagueira. A deglutição infantil regular caracteriza-se por uma forte atividade muscular labial para prender o bico do seio, pela colocação da ponta da língua contra o lábio inferior abaixo do mamilo e pelo relaxamento dos músculos elevadores da mandíbula, de modo que a boca fique bem aberta. À medida que a função oral amadurece, ocorre ação gradual dos músculos elevadores da mandíbula, sendo esta elevada até que ocorra o contato oclusal dos dentes. O padrão da deglutição madura, caracterizado pelo relaxamento dos lábios e colocação da língua atrás dos incisivos inferiores não é normalmente observado antes de a criança completar quatro a cinco anos de idade. Então, a deglutição é um processo de ações mecânicas onde todos os músculos relacionados com a cavidade oral agem em conjunto. Quando esse processo sofre uma interferência podem ocorrer várias anomalias no processo e assim aparece a deglutição atípica ou deglutição infantil. 2.3.1 Causas da deglutição atípica - desequilíbrio do controle nervoso (problema neurológico); - respirador bucal; - pode ser adquirido em conseqüências de problemas crônicos como amigdalite ou faringite, que forçam o posicionamento da língua para a frente, principalmente durante a deglutição para aliviar a dor; - macroglossia; - anquiloglossia; - mordida aberta anterior; - perdas precoces de dentes decíduos na região anterior;

- desarmonias entre as bases ósseas; 2.3.2 Características da deglutição normal a) Deglutição infantil normal: 1. observada apenas antes da erupção dos dentes decíduos. 2. durante adeglutição a língua permanece entre os rebordos gengivais e a mandíbula é estabilizada por fortes contrações dos músculos faciais. 3. o músculo bucinador é particularmente potente na deglutição infantil. b) Deglutição madura normal: 1. É caracterizada pela ausência de atividade dos lábios e da bochecha, contração dos músculos elevadores da mandíbula, que leva à oclusão dos dentes e à acomodação da língua na cavidade bucal. c) Tipos de deglutição atípica com interposições labial e lingual Para corrigir o problema, é necessário o trabalho conjunto do otorrinolaringologista, fonoaudiólogo, odontopediatra e ortodontista. Placas reeducadoras e impedidoras (grade lingual) podem auxiliar no tratamento da interposição lingual. Didaticamente, a deglutição pode ser dividida em três fases: 1. fase bucal 2. fase faríngea 3. fase esofágica 1. Na fase bucal há a apreensão do alimento, sua trituração e formação do bolo alimentar, este é centrado no sulco longitudinal da linguagem por sucção, a ponta da língua toca a papila palatina, os dentes estão em oclusão, há um vedamento anterior da cavidade bucal feito pelos lábios e a língua leva o bolo alimentar até a faringe através de movimentos ondulatórios. 2. Na fase faríngea há um vedamento pela epiglote, evitando-se uma possível passagem de alimento para o nariz, bem como a proteção à aspiração de alguma partícula para os pulmões. Fecham-se as trompas de Eustáquio e a bucofaringe. Ocorre nesse ponto a elevação do osso hióide, uma dilatação da faringe e daí o bolo alimentar é levado ao esôfago. 3. Na fase esofágica há movimentos musculares involuntários, peristálticos, de modo que o bolo alimentar é levado ao estômago. Dessas três fases interessam a fase bucal, que é totalmente consciente e voluntária, onde encontramos uma disfunção na qual podemos atuar. Neste ponto, poderemos caracterizar a existência da deglutição normal quando há o preenchimento de certos padrões principais: a) Língua toca a papila;

b) Dentes ocluídos; c) Sucção da língua contra o palato; d) Vedamento suave de lábios sem mímica perioral exagerada. Sinais da Deglutição Atípica - mastigação anterior ou bilateral simultânea; - interposição lingual ou labial ao deglutir; - participação indevida da musculatura perioral; - sopro em lugar da sucção do alimento; - respiração bucal em vez de respiração nasal O padrão de mastigação também está alterado, a criança mastiga de um modo feio (boca aberta), a língua se projeta para frente impulsionando o alimento, em vez de sugá-lo para trás. Os lábios não se posicionam adequadamente, o movimento da língua também está alterado, ocasionando muitas vezes problemas na fala e na posição dos dentes. A principal maloclusão decorrente de deglutição atípica é a mordida aberta anterior. 2.4 BRUXISMO Bruxismo é um hábito noturno, caracterizado pelo apertar ou ranger os dentes, em que as forças sobre a musculatura mastigatória são excessivas, produzindo dores de cabeça, problemas gengivais, desgaste do esmalte ou mobilidade dental e problemas de disfunção, na articulação temporomandibular, entre outros sintomas. A origem do nome bruxismo advém da crença de que esse problema era causado por bruxaria; até faziam-se uma abertura na calota craniana para que, numa vã tentativa, de que esse feitiço pudesse sair através dessa abertura e o paciente parasse de ranger os dentes. Mc Donald afirma que trata-se de um modo de trituração não-funcional dos dentes, sendo que 15% das crianças e adultos jovens de um grupo estudado apresentavam um certo grau de bruxismo. Este distúrbio pode acarretar desgastes mais ou menos intensos das superfícies oclusais dentárias. Esse desgaste poderá ser apenas inicial, caso o hábito seja detectado precocemente, pelos pais ou responsáveis pela criança, de modo que o odontopediatra possa intervir a tempo de evitar alterações patológicas, como perda da dimensão vertical, exposição dentária, pericementite traumática, modificação da linha do sorriso e mobilidade dental precoce. O hábito do bruxismo geralmente piora os problemas dos portadores dos sintomas de ATM, sendo essa a causa da maioria dos sintomas dos pacientes, que tem por hábito apertar ou ranger os dentes. As causas que levam os pacientes, em alguns casos, a terem sintomas de bruxismo é devido ao organismo, que está tentando desgastar os dentes, a fim de reaver a posição de equilíbrio dentário (nos casos quando os dentes, não se encontram na posição de conforto ideal, para o paciente). Esse problema, associado ao estresse do dia a dia, gera grandes problemas de desconforto e dor para o paciente.

2.5 DIAGNÓSTICO De uma forma simplificada, as características mais observadas nos pacientes portadores do hábito de sucção do polegar são: protrusão da maxila; protrusão de incisivos superiores; retroinclinação de incisivos inferiores; deformidade no palato duro; inibição da erupção de incisivos superiores e inferiores com mordida aberta anterior; língua inadequadamente posicionada no assoalho da boca e na superfície dos dentes, com tendência a hipotonicidade e deglutição atípica; arco superior estreito; relação molar de classe II; mordida cruzada posterior; diastema nos incisivos superiores e inferiores; lábio superior hipotônico e lábio inferior hiperativo, pois pode ser elevado por contrações anormais do músculo orbicular durante a deglutição, para uma posição entre os incisivos superiores mal posicionados. Segundo MASSLER, nem sempre o hábito de sucção do polegar causa maloclusão, pois para isto é necessário uma intensidade e duração prolongadas, associadas à predisposição genética do paciente. No entanto, as crianças com o hábito de sucção de dedo em associação com perfil convexo e face longa, apresentam alto risco em desenvolver uma maloclusão. No caso da deglutição atípica, para um perfeito diagnóstico Mc Donald recomenda analisar a possibilidade de problemas nasais ou faríngeos na respiração. Ressalta que o tecido linfóide cresce rapidamente nas crianças e, também, que tonsilas grandes são muito comuns na infância. Quanto ao bruxismo,o mesmo autor afirma que, como muitas vezes a criança chega no consultório sem que o responsável faça uma referência ao problema, deve ser verificada a presença de desgaste excessivo nas superfícies oclusais dos dentes decíduos. 2.6 TRATAMENTO A primeira atitude que deve ser tomada pelo profissional é solicitar ao paciente e aos pais que observem cuidadosamente e tomem conhecimento da presença do hábito em si: como e em que situações ocorre, qual a frequência, como se sentem a respeito e se os pais e a criança observam as consequências do hábito (Modesto,1997). A princípio, deve-se diagnosticar se o hábito é significativo ou não, ou seja, se existe um fator psicológico ou emocional associado. Muitas vezes, o hábito pode surgir em consequência de problemas que a criança apresenta no ambiente familiar, como por exemplo maus tratos, separação dos pais, nascimento de um irmão, negligência dos pais, carência afetiva, etc. ou no ambiente escolar, tais como competição ou discriminação pelos colegas, maus tratos pelos educadores e funcionários, etc(modesto, 1997). Se o profissional, no entanto, verifica a existência de um hábito não significativo, a terapia de escolha será de ordem odontológica e miofuncional, baseada na correção dentária em associação com a terapia miofuncional.

Alguns profissionais utilizam impedimentos mecânicos através de aparelhos para obterem a eliminação do hábito de sucção como: arcos linguais com extensões soldadas, placa vestibular, grade palatina etc. (1975). No caso do bruxismo, podem ser feitas placas de silicone para uso noturno pela criança, conforme Proffit

3 DISCUSSÃO Segundo Mc Donald, o relacionamento é a maior diferença que existe entre o tratamento de crianças e o de adultos. Em geral, o tratamento de adultos envolve um tipo de relação um para um, que é o modo como se relacionam o dentista e o paciente. Entretanto, ao tratar uma criança se estabelece uma relação um para dois: o dentista, o paciente infantil, e seus pais ou responsáveis. O tipo de relacionamento conhecido como triângulo do tratamento odontopediátrico mostra a criança no ápice do triângulo, sendo o foco da atenção, tanto da família quanto da equipe odontológica. Embora já se tenha demonstrado que as atitudes das mães parecem afetar significativamente o comportamento de seus filhos no consultório odontológico, o papel dos familiares tem mudado e é preciso considerar todo o ambiente familiar. Quanto à amamentação, para Finochi, o aleitamento natural ou artificial parece não ter influência significante no aparecimento do hábito de sucção do polegar. Black, entretanto, discorda dessa afirmativa uma vez que observou que bebês alimentados com mamadeira, freqüentemente exibiam hábitos de sucção indesejáveis, principalmente quando a mamadeira era usada como dispositivos para acalmá-los ou induzi-los ao sono. Dessa forma esses bebês tendiam a apresentar sucção digital após o desmame. Serra-Negra constatou que há forte associação entre aleitamento natural com a não instalação de hábitos deletérios, pois 86,1% das crianças apresentando oclusão normal foram amamentadas por no mínimo seis meses, ao passo que as crianças com hábitos deletérios de sucção em quase toda sua totalidade tinham tido aleitamento artificial. Referente à sucção de polegar, dedo ou objetos, Massler afirma que nem sempre o hábito de sucção do polegar causa maloclusão, pois para isso é necessária uma intensidade e duração prolongadas, associadas à predisposição genética do paciente. No entanto,as crianças com hábito de sucção de dedo em associação com perfil convexo e face longa, apresentaram alto risco de desenvolver uma maloclusão. Proffit e Mason, citados por Mc Donald e Avery, acreditam que vários fatores participam no progresso do padrão de deglutição. Uma criança com hábito de sucção digital pode atrasar a fase de transição para a deglutição normal adulta e pode ser acusada de projeção da língua nos primeiros anos de dentição mista. Geralmente o padrão de deglutição adulta não ocorre enquanto o hábito de chupar o dedo não for corrigido, mas algumas vezes a mudança se dá espontaneamente. Segundo Mc Donald, os problemas de bruxismo têm como causa o medo ou ansiedade da criança, já que esta muitas vezes não consegue verbalizar o sofrimento.

4 CONCLUSÃO 1. O odontopediatra deve conduzir o pequeno paciente a um tratamento efetivo, principalmente no que se refere a hábitos bucais. Sendo assim,obtém-se um crescimento e desenvolvimento dentofacial favorável. 2. O diagnóstico precoce de maloclusões dentárias muitas vezes é feito dentro de casa, pelos próprios pais dos pacientes infantis, ao observar nestes a presença de hábitos bucais deletérios. 3. É impossível estabelecer uma idade para o início do tratamento preventivo de maloclusões. O momento oportuno varia de indivíduo para indivíduo, de acordo com o desenvolvimento da criança e a gravidade do caso. 4. Para que seja alcançada a excelência no diagnóstico precoce de maloclusões dentárias e seus fatores predisponentes, é necessário que os responsáveis sejam conscientizados da importância de conduzir as crianças ao consultório dentário, com a periodicidade específica para cada caso, sendo a primeira consulta realizada tão logo haja a erupção do primeiro dente decíduo.

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