Segundo a UNCTAD, em 2014 os investimentos diretos mundiais alcançaram US$ 1,2 trilhão, devendo crescer nos próximos anos. Desse total, os fluxos destinados aos países em desenvolvimento alcançaram US$ 681 bilhões e superaram os recursos transferidos aos países desenvolvidos (US$ 498 bilhões). Os países da América Latina e Caribe, por sua vez, receberam em 2014 US$ 160 bilhões em investimentos estrangeiros diretos. Nesse contexto o Brasil apresenta desempenho notável como captador de investimento estrangeiro: entre 2003 e 2013, passou de 14º para a 5º posição entre os maiores receptores mundiais de investimento direto estrangeiro, atraindo 35% do IED total destinado à América Latina e o Caribe.
Source: WIR 2015 UNCTAD
Força de trabalho com bom nível de qualificação: entre 2006 e 2014 o número de estudantes cresceu 60%; Mercado consumidor grande e com classe média crescente; Estabilidade macroeconômica; Tratamento igualitário (idêntico ao concedido ao capital nacional, sendo vedadas quaisquer discriminações). Liberdade de movimentação (O retorno do capital é feito sem qualquer espécie de autorização prévia); Salvo algumas exceções, compras públicas, incluindo concessões de serviço público, são contratadas por meio de processo de licitação pública, sem discriminar o licitante estrangeiro estabelecido;
O Regime de IED brasileiro é considerado mais aberto que muitos países-chave da OCDE. Source: OECD 2013
Registro no Banco Central (Registro Declaratório Eletrônico RDE) como investimento externo direto de: a) capitais estrangeiros que ingressarem no País sob a forma de investimento direto ; b) remessas feitas para o exterior com o retorno de capitais ou como rendimentos desses capitais; c) reinvestimentos de lucros dos capitais estrangeiros; d) outros.
O capital estrangeiro que ingressa no país destinado a investimento direto externo, não sofre qualquer tributação, exceto pelo IOF à alíquota de 0,38%. Nas transferências ao exterior não há incidência do imposto de renda na fonte, se o montante for igual ao registrado na entrada. Se o valor for superior àquele registrado no BACEN, é considerado ganho de capital e está sujeito à retenção de imposto de renda na fonte à alíquota de 15% (que é a mesma tributação pelo imposto de renda para os residentes ou domiciliados no País). No caso de haver acordo, há reciprocidade de tratamento. Assim, o imposto pago no Brasil pode ser deduzido do valor a ser pago no destino (e vice-versa);
Nova Abordagem do Brasil nos APPIs : Texto adaptável Principais objetivos do ACFI: Foco em negócios e inclusão de PMEs; Solução amigável entre as partes: menos disputas judiciais; Promover relacionamento de longo prazo entre as partes.
Principais seções do ACFI: Escopo de aplicação e definições; Medidas de regulamentação e mitigação de riscos; Governança Institucional e Prevenção de Conflitos; Agenda Temática para uma maior cooperação e facilitação do investimento.
Cobertura: somente IED; Cooperação por meio de reuniões bilaterais de Comitês Mistos; Facilitação por meio de Pontos de Contato Nacionais e Agenda Temática sobre questões do dia a dia de investimentos: transferências, vistos, normas ambientais e técnicas, logística etc. Conjunto de Princípios: condução responsável da negociação; Solução de Controvérsias Estado-Estado.
Diferentemente dos antigos APPI (BIT, em inglês), são estruturados sob a ótica da prevenção de controvérsias, buscando, por meio de Comitê Conjunto bilateral e pontos de contatos, a criação de um canal de diálogo constante entre autoridades dos dois países. Os ACFIs contam com cláusulas que oferecem condições de proteção, como Direito de Admissão, Trato Não Discriminatório, Proteção para Expropriação Direta, Compensação por Perdas em Casos de Conflitos, Transparência requerida do governo receptor e Transferências. O Brasil já assinou esse modelo de acordo com Colômbia, México, Angola, Moçambique e Maláui, e há negociações em curso com países como Argélia, Chile, Marrocos e Peru.