As vacinas são muito superiores às imunoglobulinas (Tabela 1).
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- Vinícius Morais Fraga
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1 Roberta Ferlini Elza Daniel de Mello Introdução É notória a iportância da iunização através de vacinas, dada a sua capacidade e erradicar, controlar surtos e prevenir diversas doenças. No Brasil, o Prograa Nacional de Iunizações (PNI), criado e 1973, disponibiliza grande parte das vacinas recoendadas pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SNP). Definições Vacinação: adinistração de qualquer vacina (todo ou parte do organiso) ou toxóide (produto odificado do organiso). Iunização: ação de indução de iunidade artificial, através da adinistração de antígenos ou anticorpos específicos. - Iunização ativa: processo no qual o sistea iunológico é estiulado a produzir defesas iunológicas (anticorpos e resposta iune celular) contra infecções futuras, através da adinistração de vacinas ou toxóides. As vacinas são copostas de icroorganisos vivos atenuados ou inativados, podendo produzir iunidade copleta ou parcial. - Iunidade passiva: processo no qual é oferecida proteção teporária a ua doença, através da adinistração de anticorpos produzidos exogenaente. Soroconversão: surgiento de anticorpos específicos, secundários à vacinação ou à doença. Vacina cobinada: vacina coposta por antígenos de vários agentes infecciosos diferentes, que são aplicados nua só adinistração. Vacina conjugada: vacina coposta por u antígeno polissacarídeo unido a u derivado protéico co o objetivo de auentar sua capacidade iunogênica. Vacina recobinante: vacina produzida por engenharia genética, na qual o gene do icroorganiso responsável pela produção do antígeno a ser utilizado para produção da vacina é introduzido e u icroorganiso. As vacinas são uito superiores às iunoglobulinas (Tabela 1). Tabela 1 Coparação entre vacina e iunoglobulina Propriedade Vacina Iunoglobulina Duração da proteção Longa Transitória Proteção após aplicação Após alguas seanas Iediata Eliinação de portadores sãos Possível Ipossível Erradicação de doenças Possível Ipossível Custo Variável, e geral baixo Geralente alto Calendário de Iunizações Vários são os calendários vacinais, que varia de acordo co os aspectos epideiológicos, a resposta iunológica e a operacionalidade. Aqui, abordareos os 30
2 calendários do PNI (Tabela 2), deterinado pelo Ministério da Saúde, e da Sociedade Brasileira de Pediatria (Tabela 3). Tabela 2 Calendário de vacinação do Ministério da Saúde (2008) Idade Vacinas Doses Doenças evitadas Foras graves de BCG - ID Dose única tuberculose Ao nascer Vacina contra hepatite 1ª dose Hepatite B B (1) Vacina contra hepatite 1 ês 2ª dose Hepatite B B 2 eses 4 eses 6 eses 9 eses Vacina tetravalente (DTP + Hib) (2) VORH (vacina oral de rotavírus huano) (3) Vacina tetravalente (DTP + Hib) VORH (Vacina Oral de Rotavírus Huano) (4) Vacina tetravalente (DTP + Hib) Vacina contra hepatite B Vacina contra febre aarela (5) 1ª dose 1ª dose 1ª dose 2ª dose 2ª dose 2ª dose 3ª dose 3ª dose Difteria, tétano, coqueluche, eningite e outras infecções causadas pelo Haeophilus influenzae tipo b Diarréia por Rotavírus Difteria, tétano, coqueluche, eningite e outras infecções causadas pelo Haeophilus influenzae tipo b Diarréia por Rotavírus Difteria, tétano, coqueluche, eningite e outras infecções causadas pelo Haeophilus influenzae tipo b 3ª dose Hepatite B Dose inicial 12 eses SRC (tríplice viral) Dose única 15 eses 4-6 anos 10 anos DTP (tríplice bacteriana) DTP (tríplice bacteriana). SRC (tríplice viral) Vacina contra febre aarela Reforço 1º reforço 2º reforço Reforço Reforço Febre aarela Sarapo, rubéola e caxuba Difteria, tétano e coqueluche Difteria, tétano e coqueluche Sarapo, rubéola e caxuba Febre aarela 31
3 Observações: 1. A prieira dose da vacina contra a hepatite B deve ser adinistrada na aternidade, nas prieiras 12 horas de vida do recé-nascido. O esquea básico se constitui de 03 (três) doses, co intervalos de 30 dias da prieira para a segunda e de 180 dias da prieira para a terceira dose. 2. O esquea de vacinação atual é feito aos 2, 4 e 6 eses de idade co a vacina Tetravalente e dois reforços co a Tríplice Bacteriana (DTP). O prieiro reforço aos 15 eses e o segundo entre 4 e 6 anos. 3. É possível adinistrar a prieira dose da Vacina Oral de Rotavírus Huano a partir de 1 ês e 15 dias a 3 eses e 7 dias (6 a 14 seanas de vida). 4. É possível adinistrar a segunda dose da Vacina Oral de Rotavírus Huano a partir de 3 eses e 7 dias a 5 eses e 15 dias de idade (14 a 24 seanas de vida). O intervalo ínio preconizado entre a prieira e a segunda dose é de 4 seanas. 5. A vacina contra a febre aarela está indicada para crianças a partir dos 09 eses de idade, que resida ou que irão viajar para área endêica (estados: AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR, AM, PA, GO e DF), área de transição (alguns unicípios dos estados: PI, BA, MG, SP, PR e RS) e área de risco potencial (alguns unicípios dos estados: BA, ES e MG). Se viajar para áreas de risco, vacinar contra a Febre Aarela 10 (dez) dias antes da viage. Tabela 3 Calendário de vacinação da Sociedade Brasileira de Pediatria (2008) Idade Vacinas Ao nascer Hepatite B x x x BCG-id x Rotavírus x x DTP ou DTPa x x x x x Dt ou dtpa Hib x x x x VOP ou VIP x x x x x Pneuoccoco conjugada x x x x Influenza x x SCR x x Varicela x x Hepatite A x x Meningoccoco conjugada x x x Febre aarela Observações: 7 12 A partir dos 9 eses de idade anos anos 1. A vacina contra hepatite B deve ser aplicada nas prieiras 12 horas de vida. A segunda dose pode ser feita co u ou dois eses de vida. Crianças co peso de nasciento igual ou inferior a 2 Kg ou co enos de 33 seanas de vida deve receber o seguinte esquea vacinal: 1ª dose ao nascer; 2ª dose u ês após; 3ª dose u ês após a 2ª dose; 4ª dose 6 eses após receber a 1ª dose (esquea 0, 1, 2 e 6 eses). 2. Os resultados dos estudos realizados no país para avaliação do efeito protetor da segunda dose da vacina BCG deonstrara que esta dose adicional não ofereceu proteção adicional. E junho de 2006, a aplicação da segunda dose da x 32
4 vacina BCG foi suspensa do Calendário Nacional de Iunização. A indicação fica antida apenas para os counicantes doiciliares de hanseníase independente da fora clínica, co intervalo ínio de 6 eses após a prieira dose. 3. A 1ª dose da vacina contra rotavírus deve ser aplicada aos dois eses de idade (idade ínia de 6 seanas até no áxio 14 seanas) e a 2ª dose aos 4 eses (idade ínia de 14 seanas até no áxio 25 seanas). 4. A vacina DTP (células inteiras) é eficaz e be tolerada. Quando possível, aplicar a DTPa (acelular) devido a sua enor reatogenicidade. 5. Coo alternativa à vacina dt, pode ser adinistrada a vacina dtpa (tríplice acelular tipo adulto) aos 15 anos. Esta vacina apresenta proteção adicional para coqueluche. 6. Se usada ua vacina cobinada Hib/DTPa (tríplice acelular), ua quarta dose da Hib deve ser aplicada aos 15 eses de vida. Essa quarta dose contribui para evitar o ressurgiento de doenças invasivas a longo prazo. 7. Recoenda-se que todas as crianças co enos de cinco anos de idade receba VOP nos Dias Nacionais de Vacinação. A vacina inativada contra a polioielite (VIP) pode substituir a vacina oral (VOP) e todas as doses, preferencialente nas duas prieiras doses. 8. A vacina contra Influenza está recoendada dos seis eses aos dois anos para todas as crianças. A partir daí, passa a ser indicada para grupos de aior risco, confore indicação do Centro de Iunobiológicos Especiais. A priovacinação de crianças co idade inferior a nove anos deve ser feita co duas doses co intervalo de u ês. A dose para aqueles co idade entre seis eses e 36 eses é de 0,25l e depois dos três anos de idade é de 0,5 l / dose. A partir dos nove anos é adinistrado apenas ua dose (0,5 l) anualente. A doença é sazonal e a vacina é indicada nos eses de aior prevalência da gripe, estando disponível apenas nessa época do ano, sendo desejável a sua aplicação antes do início da estação. 9. A segunda dose da SCR (contra sarapo, caxuba e rubéola) pode ser aplicada dos quatro aos seis anos de idade, ou nas capanhas de seguiento. Todas as crianças e adolescentes deve receber ou ter recebido duas doses de SCR, co intervalo ínio de u ês. Não é necessário aplicar ais de duas doses 10. A vacina de varicela e dose única protege contra foras graves da doença. Recoenda-se ua segunda dose e crianças enores de quatro anos de vida que recebera apenas ua dose da vacina e apresente contato doiciliar ou e creche co criança co a doença. A vacina pode ser aplicada até 96 horas após o contato. O intervalo entre a prieira e segunda dose deve ser de três eses. 11. A vacina contra febre aarela está indicada para os residentes e viajantes para as áreas endêicas, de transição e de risco potencial. A aplicação desta vacina deve ser feita a partir dos nove eses. 12. Recoenda-se duas doses da vacina conjugada contra Meningococo C no prieiro ano de vida, e ua dose de reforço entre 12 e 18 eses de idade. Após os 12 eses de vida, deve ser aplicada e dose única. Os dois calendários são diferentes, pois o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) tê funções diferentes. O Ministério da Saúde te o dever de assegurar o forneciento gratuito de todas as vacinas do seu calendário nos posto de saúde. Por isso, antes de disponibilizar a vacina, precisa analisar os aspectos epideiológicos, relação custo-benefício, efeitos adversos, segurança e eficácia. No 33
5 entanto, a SBP te coo função inforar os pediatras e a população a existência de novas vacinas, desde que seguras e eficazes. Reações Adversas As vacinas são os produtos biológicos ais seguros, entretanto diversos eventos adversos pode ocorrer após a sua aplicação. A incidência de tais reações varia de leves, coo dor local, febre, edea e eritea, a graves, coo convulsões febris e anafilaxia. Na aioria das vezes, as anifestações são benignas e transitórias. Apesar dos riscos, os sintoas causados pelas vacinas são sepre enores do que os da doença correspondente. O Ministério da Saúde acopanha a ocorrência de eventos adversos secundários à iunização através do Sistea Nacional de Vigilância Epideiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação. Os eventos adversos pode ser esperados, de acordo co as características iunobiológicas, ou inesperados. Os inesperados são aqueles nunca antes identificados ou os relacionados à qualidade dos produtos utilizados na fabricação da vacina. Das vacinas do calendário do Ministério da Saúde, a DTP é a ais reatogênica, podendo causar febre, choro inconsolável, convulsões e episódio hipotônicohiporresponsivo. O coponente pertussis é o principal responsável por estas reações. A vacina BCG, apesar de bastante segura, pode causar eventos adversos locais regionais ou sistêicas. Os dois prieiros, na aioria das vezes, resulta da técnica incorreta de aplicação da vacina. Entre os sintoas locais, pode-se citar úlcera aior que 1c, abscesso subcutâneo e linfadenopatia regional. As lesões disseinadas, coo as osteoarticulares, são ais raras. A vacina tríplice viral raraente é acopanhada de reações adversas. Ardência no local da injeção, eritea e hiperestesia pode ocorrer, as são incouns. Apesar de incou, a vacina oral contra a polioielite pode causar polioielite aguda associada co a vacina, que se caracteriza quadro agudo febril, déficit otor flácido e ausência de diinuição da sensibilidade, co elhora após alguns dias. A vacina contra hepatite B pode cursar co abscessos, dor e enduração no local da injeção. A vacina contra a febre aarela é be tolerada, raraente cursando co eventos adversos. Apesar do risco de eventos adversos, a aplicação das vacinas te sido u dos principais étodos de prevenção de doenças. Contra-indicações É de fundaental iportância o conheciento dos eventos adversos de cada vacina e das características de cada indivíduo a ser vacinado, para elhor aproveitaento da vacina. As principais contra-indicações são infecções agudas febris, alergia grave a ua dose prévia da vacina, alergia grave a u coponente da vacina, iunodeficiência adquirida ou congênita, neoplasias alignas, uso de corticosteróides e altas doses ou de outros iunossupressores. Constitue otivos de adiaento da vacinação, doença febril grave, trataento co iunossupressores ou altas doses de corticosteróides, devendo-se esperar 3 eses do térino do trataento, e transfusões sangüíneas ou de heoderivados nas últias 6 a 8 seanas, pelo risco dos anticorpos neutralizare o efeito da vacina. São consideradas contra-indicações falsas, tosse, coriza, doença de pele, diarréia, desnutrição, uso de antiicrobiano, vacinação contra raiva, doença neurológica 34
6 pregressa ou estável, trataento curtos e co baixas doses de corticosteróides, baixo peso ao nasciento (exceto BCG) ou preaturidade e internação hospitalar, história ou diagnóstico clínico pregresso de hepatite B, tuberculose, tétano, difteria, coqueluche, sarapo, caxuba, rubéola, polioielite. Gestação Por precaução, as gestantes só deve ser vacinadas se a vacina for coprovadaente segura e se a containação pela doença causar risco para ãe ou para o feto. Afora essas situações, recoenda-se que a vacinação seja feita antes da gestação ou logo após o parto. As vacinas contra tétano e difteria deve ser aplicadas 20 dias antes do parto para evitar containação do recé-nascido pelo cordão ubilical. A vacina contra rubéola deve ser evitada, principalente no prieiro triestre de gestação, pelo risco, eso que teórico, de alforação fetal. A aaentação não constitui contraindicação para a vacinação. Referências Bibliográficas 1. Lopez, FA; Júnior, DC. Tratado de Pediatria. 1ª edição. São Paulo: Editora Manole ltda, Duncan, BB; Schidt, MI; Giugliani, ERJ. Medicina Abulatorial: Condutas de Atenção Priária Baseadas e Evidências. 3ª edição. Porto Alegre: Arted, Ferreira, JP. Pediatria, Diagnóstico e Trataento. 1ª edição. Porto Alegre: Arted, Portal do Ministério da Saúde: 5. Portal da Sociedade Brasileira de Pediatria: 6. Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde, Centro Nacional de Epideiologia. Manual de Vigilância Epideiológica dos Eventos Adversos Pós-Vacinação Disponível e: 7. Centro de Vigilância Epideiológica, Coissão Peranente de Assessoraento e Iunizações, Secretaria do Estado de São Paulo. Nora do Prograa de Iunização Disponível e: ftp://ftp.cve.saude.sp.gov.br/doc_tec/nora_iu1411.pdf 35
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