VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE LITERATURA E TEOLOGIA ALALITE RIO 2018 Teopoética: Mística e Poesia

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2 VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE LITERATURA E TEOLOGIA ALALITE RIO 2018 Teopoética: Mística e Poesia Caderno de resumos do 7º Congresso Internacional ALALITE Os textos publicados são de responsabilidade de cada autor Associação Latino Americana de Literatura e Teologia Grupo Apophatiké (PUC-Rio/ UFRJ/ UFF/ UFJF) Grupo de Pesquisa Teopatodiceia: Espiritualidade, Cultura e Práxis (PUC-PR/ UNICAMP) Grupo LERTE Literatura, Religião e Teologia (PUC-SP) ISSN alaliterio2018@gmail.com Profa. Dra. Maria Clara Bingemer Presidente da ALALITE Prof. Dr. Alex Villas Boas Vice-Presidente da ALALITE Prof. Me. Lindoberg Campos Secretário Congresso ALALITE Rio 2018 Cátia Oliveira Secretária Cátedra Carlo Maria Martini (PUC-Rio) Comissão Organizadora Congresso ALALITE Rio 2018 Dra. Maria Clara Bingemer (PUC-Rio) Dr. Alex Villas Boas (PUC-PR) Dr. Marcio Cappelli (FABAT-Rio) Dr. Marcus Mareano (FAJE) Dr. René Dentz (ISTA/FAJE) Me. Emerson Sbardelotti (PUC-SP) Me. Lindoberg Campos (PUC-Rio) Ma. Maria Alves Viana (PUC-SP) Comitê Científico Alex Villas Boas (PUC PR) Antonio Cantarela (PUC Minas) Antonio Manzatto (PUC SP) Cecília Avenatti Palumbo (UCA) Cristina Bustamante (PUC Chile) Douglas Rodrigues da Conceição (UEPA) Geraldo de Mori (FAJE) Íris Amâncio (UFF) José Tolentino Mendonça (UCP) Marcos Lopes (UNICAMP) Paulo Nogueira (UMESP) Peter Casarella (NotreDameUniversity) Virgínia Buarque (UFOP) 2

3 APRESENTAÇÃO A Associação Latinoamericana de Literatura e Teologia (ALALITE) se inscreve no marco da convocatória realizada pelo Concílio Vaticano II na ordem de promover o diálogo da Igreja com o mundo da cultura. Este enfoque interdisciplinar possibilitou que alguns teólogos da segunda metade do século XX estabelecessem o estatuto epistemológico e suas possibilidades metodológicas em vistas a estabelecer um intercâmbio necessário, fecundo e eficaz entre fé cristã e cultura. Por sua parte, o campo da literatura é desde o comparatismo discursivo que se está tentando configurar um fundamento epistemológico. O propósito das tarefas que daqui se desprendem busca contribuir para uma evangelização da cultura que, respeitando os âmbitos e competências de cada disciplina e região, lhes insufle o alento divino da esperança, do amor e da comunhão que brotam da fonte perene da beleza. No ano de 2018 a ALALITE tem a alegria de apresentar o VII Congresso Internacional de Literatura e Teologia que será realizado nos dias 25, 26 e 27 de setembro de 2018, na cidade do Rio de Janeiro Brasil,promovido pela ALALITE Seção Brasil e pelos Grupos de Pesquisa Apophatiké - Estudos Interdisciplinares em Mística (PUC Rio/UFRJ/UFF/UFJF), Teopatodiceia: Espiritualidade, Cultura e Práxis (PUC-PR/UNICAMP), LERTE (PUC-SP), e pelo Instituto LANACC (Latin American North American ChurchConcerns) de NotreDameUniversity, EUA. Tendo como tema central Teopoética: mística e poesia, o congresso pretende abordar, de maneira interdisciplinar, as relações entre a mística, a poesia, e a literatura em geral, como elas tocam radicalmente a questão do mistério e projetam-nos numa experiência integral da vida em toda a sua profundidade e amplidão, manifestando, desta maneira, a proximidade que há entre os poetas, místicos e literatos. Entre os problemas fundamentais da pós-modernidade, se encontra o da busca de novas linguagens para dizer o mistério de Deus, do humano e da vida. A mística, a poesia e a literatura de maneiras singulares, mas tangenciando-se, ultrapassam os binarismos que mantém uma perspectiva superficial da existência e recuperam uma gramática integral do humano. Essas linguagens em diálogo com a teologia e as ciências da linguagem religiosa oferecem o marco adequado para a projeção do horizonte de transcendência em conexão profunda com os problemas concretos que afetam o mundo contemporâneo. Reconhecendo que a Literatura pode ser uma mediação hermenêutica forte e eficaz para a Teologia e a Filosofia, nestes últimos doze anos de atuação, a ALALITE reafirma o firme propósito de construir uma sociedade mais tolerante e fraterna, buscando na linguagem e nas ciências humanas o meio eficaz para o diálogo necessário. Isso o demonstra esse conjunto de resumos que aqui apresentamos no qual as diversas áreas do saber se tocam e convidam-nos a um debate profícuo e profundo sobre a humanidade, seus medos, anseios e, sobretudo, suas esperanças. 3

4 Conferências e Paineis 4

5 _ CONFERÊNCIA INAUGURAL AUDITÓRIO RDC, 9h. 25 SET O leitor infinito quando a teoliterária reflete o papel do leitor José Tolentino Mendonça UCP-Lisboa PRIMEIRO PAINEL AUDITÓRIO RDC, 11h. 25 SET "La teopoética latina desde los EE.UU. en y más allá del contexto teopoético norteamericano" Peter CasarellaUniversidade de Notre Dame - EUA Esta charla se dedicará al triálogo entre tres formas distintas de la teopoética. Primero, los teologos latinos de los EE.UU. han desarrollado un pensamiento explicitamenteteopoético a partir de un ensayo de Roberto Goizueta del año 1996: "U.S. Hispanic Popular Catholicism as Theopoetics." Goizueta fue muy consciente de una línea norteamericana forjada por Amos Wilder pero realizó supropuesta a través de la religiosidad popular. Segundo, una revista que se llama Theopoetics y muchos otros trabajos y propuestas confirman la presencia de una línea teopoética norteamericana saliendo de la "ProcessPhilosophy" y sus ideas panenteistas que actualmente convergen con una crítica fuerte del colonialismo (sobre todo en Glissant). Tercero, hay ahora una teopoética emergente en América Latina en la obra de Maria Clara Bingemer, Juan Carlos Scannone y otros autores de ALALITE. La tarea principal de la charla es demonstrar la novedad y actualidad de la propuesta de los latinos de los EE.UU. dentro de este triálogo intercontinental necesario y fructífero. Un salto a lo invisible : poesía y misterio en Dulce María Loynaz María Lucía Puppo Centro de Estudios de Literatura Comparada M. T. Maiorana, Facultad de Filosofía y Letras, UCA, Buenos Aires. CONICET En la poesía de Dulce María Loynaz (La Habana, ) es constante la presenciade la fe católica a través de imágenes, citas y alusiones que remiten a las SagradasEscrituras, la Liturgia, las vidas de los santos, la oración y otras prácticas religiosas.más allá del marco referencial que ofrecen los índices lexicales y temáticos, se hahablado del franciscanismo de esta autora, que celebra las huellas divinas en lanaturaleza y no oculta su predilección por los seres pequeños y desvalidos. En sumadurez, la hablante loynaciana evoca con nostalgia las costumbres de infancia yrealiza una angustiosa profesión de fe en momentos de intenso dolor físico y espiritual.con el fin de adentrarnos en los resortes más profundos de su poética, en este trabajoproponemos examinar algunos puntos de contacto entre poesía y mística que giran entorno a la idea de misterio. Para ello nuestra lectura pondrá en relación dos textos quedifieren en su encuadre genérico: el poema en prosa La novia de Lázaro, recogido enpoemas náufragos (1991), y Mi poesía: autocrítica, el texto de una conferenciadictada por Loynaz en la 5

6 Escuela de Verano de la Universidad de La Habana, en Elementos místicos de la poesía contemporánea Luis Gustavo Meléndez Guerrero Universidad Iberoamericana Ciudad de México Raimon Panikkar ha señalado que, sin la experiencia personal de lo Divino, todas las afirmaciones teológicas serán conceptos sin vida. Y si hablamos de experiencia, podemosdecir que la mística no es sino una experiencia de amor, ese que se da con el nacimiento dedios en el alma. Cómo podemos expresar el sentido de dicho acontecer? Los místicos, alintentar comunicarlo, nos han regalado una serie de textos, cuyo lenguaje, casi siemprepoético, intenta hablarnos de aquella presencia que se escapa y de la cual apenas y se puededar cuenta. Cuáles son algunos de los elementos propios de este lenguaje? Al adentrarnospor los linderos de la poesía contemporánea (José Ángel Valente, Anne Carson),intentaremos encontrar algunos elementos comunes entre mística y poesía: la paradoja, apartir de la cual se pretende nombrar lo indecible; el amor como realidad que une lasdiferencias; el erotismo como la fuerza vital que nos conduce al encuentro con el Misterio. SEGUNDO PAINEL AUDITÓRIO RDC, 17h SET Borges, leitor da religião Paulo Nogueira UMESP O escritor argentino, Jorge Luiz Borges ( ), com sua vasta erudição einventividade fazia das religiões, das mitologias e de tópicos teológicos temas de muitos de seus ensaios e relatos. Desde a cabala até o gnosticismo, da temas bíblicos até o budismo, Borges recriava temas religiosos em muitos dos seus textos. Não é suaerudição religiosa e teológica, no entanto, que nos ocupará neste ensaio. Nossointeresse estará em apresentar Borges como um leitor da religião ao jogar aoextremo às vezes - jogos próprios das linguagens da religião: suas formas narrativaslabirínticas, sua resistência à relação convencional entre linguagem e referente, suasuspensão do tempo, os jogos de memória, a vida como um lembrar de enigmas esenhas secretas. Borges não só domina a erudição religiosa, como parece adotar eexplorar os jogos de escrituras gnósticas e apocalípticas. Num perder-se na linguagemdensa e labiríntica de suas criações literárias o ganha leitor espaços para, suspendendoa realidade, se recriar na ficção. Michel de Certeau: a mística em diálogo com as ciências humanas. Retorno a maio de 1968 Geraldo de Mori FAJE Michel de Certeau se definia como um viajante, sempre em movimento, embora fosse ooposto do homem apressado, disperso. Jesuíta, interessou-se por várias áreas do saber,como a mística, a história, a psicanálise, a linguística. Recusava-se a delimitar um lugarpróprio, preferindo habitar vários, sempre em movimento e diálogo, atento às fronteiras,vistas como lugares de passagem, não como limites (HARTOG, 2001, p. 256). Foi umdos primeiros intérpretes de maio de 68, cujo cinquentenário se comemorou em O tema explorado no painel retoma alguns dos textos de Michel de Certeau escritos em68, colocando-os em diálogo com a leitura sobre a mística, elaborada pelo jesuítafrancês. A exploração da interface entre mística e política no pensamento do autor temcomo intenção levantar questões sobre as configurações desta interface em nosso paísnos últimos 50 anos e sua atualidade na atual mudança de época que é a que vivemos. 6

7 Mística em Desassossego: entre cores e cinzas Geraldo Cantarela PUC-Minas Nomes de cores e outros termos que se podem associar ao mundo da pinturaaparecem quase quinhentas vezes no Livro do Desassossego a obra inacabada defernando Pessoa. Em variados tons, matizes e misturas, as cores e outros elementosdo âmbito da pintura são utilizados para tecer criativas combinações linguísticas,dando origem a substantivos compostos, adjetivos e verbos com significado e funçãoinusitados. Para além do colorido configurado nas classes gramaticais, a paleta literáriade Pessoa desenha um leque que vai da descrição atenta das cores de um pôr do sol àmetaforização da vida como quadro. Nossa leitura propõe-se a destacar algumasdessas construções poéticas do Livro do Desassossego, pautando-se pela pergunta: poderíamos, a partir da obra, falar de uma mística das cores? A perspectiva de leitura escolhida sustenta-se, em suas linhas gerais, na consideração da cor enquantolinguagem da cultura, particularmente naquelas expressões que podem sercompreendidas como abertura ao mistério do mundo. Na atenção às cores irrequietas da obra do poeta, apontam-se correlações entre imagem pictórica e metáfora literária; e entre as cores e cinzas do mundo e as de nossa paisagem interior. SEGUNDA CONFERENCIA AUDITÓRIO RDC, 18h SET Alceu Amoroso Lima & Georges Bernanos - literatura, mística e correspondência Leandro Garcia UFMG O diálogo epistolar entre escritores pode trazer a lume questões e debates escondidos das narrativas canônicas. O movimento de carteação é sempre apoiado na confiança da amizade, na abertura ao próximo, na sinceridade e exposição dos sentimentos. Neste sentido, a correspondência trocada entre o crítico literário brasileiro Alceu Amoroso Lima e o escritor francês Georges Bernanos é singular e farta de debates cruzados entre biografia, literatura, fé, modernidade e mística. Pessoalmente, Bernanos se posiciona numa defesa indelével da Igreja e do Catolicismo, propondo mesmo uma espécie de neo-cristandade como resposta ao mundo moderno do qual ele foi um arguto crítico e antagonista. Na outra ponta do diálogo, temos Alceu Amoroso Lima o Tristão de Athayde considerado o principal pensador leigo católico que o Brasil teve, no século passado, além do nosso mais importante crítico literário modernista. Alceu usava a sua correspondência para pensar e organizar o seu pensamento, e viu em Bernanos não um correspondente ideal, ao contrário, sempre disse que o escritor francês tinha uma personalidade difícil e inflexível. Todavia, a correspondência de ambos foi usada para debater questões religiosas, literárias e ontológicas muito caras a ambos, que exploraram este tipo de diálogo para refletir sobre tais temáticas, especialmente a obra literária e o problema religioso do seu tempo. Esta conferência tem este objetivo: apresentar e compreender parte destas cartas, o porquê de assuntos ligados à mística e à poesia, a amizade epistolar, a epistolografia como locus e oportunidade de se realizar uma harmonia dos contrários a partir do respeito mútuo entre os correspondentes. 7

8 TERCEIRACONFERENCIA AUDITÓRIO RDC, 9h. 26 SET Teologias da distância Marco Luchesi Academia Brasileira de Letras Aproximações da dialética da distânciacomo elemento da reflexão filosófica e teológica. TERCEIRO PAINEL AUDITÓRIO RDC, 10h SET Rejeição antimística e tradição delirante: ontem e hoje Eduardo Guerreiro Brito Losso UFRJ Defendendo a hipótese de que a mística é a base fundamental de uma tradição delirante que atravessa a parte mais significativa da poesia moderna, o artigo discute como que as reações antimísticas à linguagem extravagante de escritores apofáticos e visionários se encontram tanto no controle eclesiástico, no racionalismo iluminista quanto na crítica literária e humanista moderna. A ala antimística traça a abominável estratégia de transformar um acontecimento histórico literário e comportamental extremamente progressista, na maior parte de sua irrupção, em antiquado, reacionário, de modo a ser banido da cultura avançada para, de fato, passar somente a ser apreciado por tradicionalistas. Contra tal deturpação ideológica, o artigo propõe uma retomada do potencial transgressivo da mística a partir da releitura simbolista dela. No princípio era a ilha: eutopia, distopia e outros deslocamentos da temporalidade na poesia de José Tolentino Mendonça José Rui Teixeira UCP-Porto José Tolentino Mendonça (1965) é autor de uma das mais impressivas obraspoéticas contemporâneas, em Portugal. Esta reflexão No princípio era a ilha.eutopia, distopia e outros deslocamentos da temporalidade em Os diascontados de José Tolentino Mendonça procura compreender a origem da suapoética, os seus rudimentos, através de uma leitura hermenêutica do seu primeirolivro. Procura ainda compreender os processos e os instrumentos com que o poetatrabalha a sua poesia: uma ampla caixa de ressonância e um apertadoângulo anagógico. Propõe ainda a leitura da poesia de Tolentino Mendonça emtrês estância: 1. anamnese e analepse; 2. analogia e anagogia; e 3. anagénese. Figuraciones de Dios en la poesía de Marcelo Rioseco Roberto O Nell PUC-Chile La poesía de Marcelo Rioseco es una poesía no confesional que, en conjunto, cabe ser descrita como escéptica y agnóstica, y que pone de manifiesto, sin embargo, el problema de Dios con ironía, desparpajo y dolor, en el primer plano de importantes poemas. En esta ponencia, junto con una descripción general de los cuatro poemarios del autor, se presenta una lectura de poemas representativos de esta temática, que se emprende desde la pregunta de trabajo: Cuál son las figuraciones de Dios que se articulan en los poemas?. Para averiguar la respuesta a esta interrogante, se distinguen dos etapas en la escritura del autor: la primera, marcada por Ludovicos o la aristocracia del 8

9 universo, primer poemario, de 1995; la segunda, por los tres restantes, que exponen una dicción más semejante entre sí, y publicados con más estrecha frecuencia entre 2010 y Las figuras de Dios oscilan entre un Dios sobretrascendente, cuyas marcas son la autoría alegre del cosmos, pero también la ausencia y hasta la indolencia, y un Dios caído, cuyas marcas son la presencia herida y la impotencia. El dinamismo existencial que se verifica entre ambas figuras tiene, por parte del hablante poético, las marcas del reclamo, del sarcasmo, de la interpelación y del anhelo de encuentro. La ponencia contempla una puesta en relación de estos hallazgos con otras poéticas hispanoamericanas y, para su publicación posterior en versión extendida, una puesta en relación con notas sobre la religiosidad popular de América Latina en el marco de un proceso de secularización. QUARTA CONFERENCIA AUDITÓRIO RDC, 9h. 27 SET San Juan de la Cruz y el Islam: una simbología mística compartida Luce Lopez Baralt Universidad de Puerto Rico San Juan de la Cruz es el poeta más sublime de la literatura española, perotambién el más misterioso. Desde las monjas del Carmelo descalzo hasta MenéndezPelayo y Colin P. Thompson, los lectores del santo han admitido su desconcierto anteextrañeza esencial de su arte poético, que ha sonado extranjero y excesivamenteenigmático. Frente a esta perplejidad colectiva, arabistas como Michel FaridGhurayyibleen en cambio las liras del santo sin asombro, mientras que la islamóloga AnnemarieSchimmel insiste en que nunca le asombró san Juan porque siempre lo leyó como sifuera un sufí. La extrañeza de Occidente se vuelve complicidad literaria en Oriente.Et pour cause: san Juan comparte con el Islam una simbología mística que dota asu lírica de un carácter foráneo. En el presente estudio llevo a cabo un cotejo comparativode numerosos símiles que los sufíes medievales consideran propios de su trobarclussecreto, al que solo los iniciados tenían acceso, pero que de alguna manera pasó a losmísticos del Carmelo. Exploraré el caso de símbolos como el vino de la embriaguezmística; la noche oscura del alma; las lámparas de fuego entendidas como los atributos dedios que iluminan el alma interior; la fuente del éxtasis asociada a los ojos del Amado ( ayn en árabe); el pájaro solitario que no tenía determinado color y a la vez conteníatodos los colores; el ruiseñor que canta la llegada del éxtasis; las azucenas deldejamiento; la concentricidad del alma comopozos cada vez más interiores, entre otros. 9

10 QUARTO PAINEL AUDITÓRIO RDC, 11h. 27 SET Teo-poética e imaginación a la luz de Paul Ricoeur Cristina Bustamante PUC-Chile El tema central de este estudio es mostrar algunos presupuestos de la Teopoéticainterrogando, en primer lugar la definición de poética en Ricoeur. Ello nos llevará al tema de la imaginación pues, como veremos, en nuestro autor son dos términos que se requieren mutuamente. El núcleo poético-imaginativo nos asegurará contar con lasbases hermenéuticas fundamentales de un proyecto de teo-poética. Desde aquípodemos presentar algunos autores que han seguido este camino, inscribiendo sustrabajos teológicos en el horizonte de la poética y bajo la herencia de Ricoeur. Elobjetico general de esta propuesta es responder a la pregunta qué significa plantear unaracionalidad teopoética en teología? Algunos objetivos parciales son: mostrar las cartasde ciudadanía teológica de la teopoética a partir de presupuestos hermenéuticos, mostrarla íntima unión entre poética e imaginación, mostrar cómo la teopoética recoge estaunión en algunos teólogos contemporáneos. La hospitalidad de la mirada que recrea. Giro estético y escritura mística en Juan de la Cruz y ChristopheLebreton Cecilia Avenatti de Palumbo UCA/ALALITE El itinerario místico poético de Juan de la Cruz y de C. Lebreton reconoce en la miradade Dios el origen de la acción del amor. El mirar de Dios es amar y hacer mercedes (Cántico 19, 6): para el primero, el mirar del Amado despierta a la Amada recreándolaen incesante donación de sí: cuando hermosea la creación, cuando provoca el éxtasis dela Amada, quien herida sale de sí a buscarlo, cuando acontece la unión. Bienamado,cuando despiertes, mírame hacia Ti! (2017, 44): para el segundo, es Dios quien ha dedespertar mirando hacia, preposición que subraya la fuerza del amor en la másextrema fragilidad. Dos épocas distantes en el tiempo, dos experiencias cercanas en elsímbolo central, la mirada, que las expresa en dos lenguajes poéticos diferentes. En eluno, la visión de la figura como núcleo de la respuesta del hombre al llamado de Dios,cuya mirada recrea en donación kenótica. En el otro, la mirada de Dios que hospedael grito del amor herido, sediento y fragmentado. Visión para la unión transformante yhospitalidad como acogida y vaciamiento recíprocos son claves estéticas y místicas.nuestro propósito es demostrar la urgencia teológica de hospedar el lenguaje poéticomístico, a fin de convertir la mirada y retornar al centro de un logos estético y dramáticoque pueda salir de una inestesia sin afecto y de un nihilismo sin ethos. Herramientas para negociar el racismo de fronteras cerradas: Migraciones y la música de Selena (Tools fornegotiatingtheracism of Closed Borders: Migrations and themusic of Selena) NeomiDeAnda University of Dayton This paper engages the song "Fotos y recuerdos" by Selena Quintanilla to examine issues of racism embedded in structures of immigration to the the United States of America. Three tools are then provided as a response for dealing with these issues of systemic racialization. 10

11 QUINTO PAINEL AUDITÓRIO RDC, 17h SET HOMENAGEM AOS 25 ANOS DA PUBLICAÇÃO DO LIVRO DO PRFO. MANZATTO A salvação que habita na Palavra: um diálogo entre Teólogos e Poetas Alex Villas Boas PUC-PR A questão da salvação e sua recolocação para a cultura contemporânea é feita de modoinsuspeito pelo filósofo e ex-ministro da Educação na Fraça, Luc Ferry, como forma deprodução de sabedoria e interação com a realidade, resgatando exatamente na soteriologia aorigem da ciência ocidental, inaugurando uma compreensão da realidade por meio da busca decorrelação entre causa e efeito, como exercício de salvar do caos por um logos, tarefa nuncaacabada. Para as religiões do Livro, tal salvação enquanto dinamismo existencial habita napalavra, que se esconde no Texto, considerado por isso, Sagrado. Entretanto, a necessidade dereafirmação moderna desta relação entre a oferta da salvação e um Texto Sagrado, consideradopor uma confissão religiosa, seria contudo, para a Literatura Antiga, uma tautologia, uma vezque a possibilidade da mediação de sentido do texto, lido ou narrado, é condição sinequa nonpara se entende-lo como parte de um cânon literário, que é naturalmente religioso. Tal relaçãocompreende a salvação como dinâmica sapiencial. Entretanto, a expulsão dos poetas darepública coincide com a platonização crescente do Cristianismo, e com isso ocorre umdeslocamento da soteriologia presente no tecido existencial por meio de uma escatologização dasoteriologia. Com isso, a soteriologia sapiencial presente nos poetas sofre um deslocamentosemântico a partir da filosofia platônica que impacta em uma salvação política por via do logosque rejeita o papel da soteriologia tematizada pelos poetas. No cristianismo, excessivaescatologização da soteriologia resulta em uma perda do vínculo com a realidade, questão querecebeu críticas severas devido as suas consequências sociais e políticas, bem como pelo acentoexcessivo em um conhecimento objetivo matematizado, e que é cristalizado em formas deteodiceia, que substituemcausas históricas por causas divinas. Deste modo, faz-se necessárioapontar elementos para uma soteriologia sapiencial que possa ser significativa para as questõescontemporâneas, superando uma visão de religião intolerante e dominadora. O tema da salvaçãoaparece desde muito cedo na tentativa Ocidental de modo a ser fundamental na composição deuma semântica do Mistério. O que se pretende aqui é apontar alguns elementos para aressignificação da soteriologia em seu aspecto sapiencial, a começar pelo enfrentamento daquestão transcendental kantiana, de pensar um método teológico indutivo. Tal inversão, críticaao pensamento de representação, abre espaço para a tematização da alteridade, e que nas teologias contextuais, elegem suas alteridades fundamentais, no qual se instala o papel dosentido de se entender como messias do outro, como por exemplo a opção pelos pobres naamérica Latina. Tal resgate coincide com a valorização do papel que a literatura tem nacontemporaneidade, especialmente pela pertinência nos processos de subjetivação e dealargamento da semântica teológica, desde o contexto do leitor. Deste modo, pensar a religiãocomo cultura alternativa, superando pretensões totalitárias e colonizadoras, implica recolocar aquestão do diálogo do cristianismo com a cultura clássica, e nesse sentido recuperar o sentidomais profundo de soteriologia, a de salvar a vida do absurdo, em todas as suas implicaçõescontextuais. 11

12 A mística dos pobres em canções das CEBs Antônio Manzatto PUC-SP A Assembleia do Celam acontecida em Medellin, cujo cinquentenário estamoscelebrando neste ano, engajou a Igreja latino-americana e caribenha em um caminho decompromisso com os pobres, entendendo desta forma a historicização de sua fidelidadeao evangelho de Jesus. A própria Assembleia recomendava o incentivo à formação eorganização das Comunidades Eclesiais de Base por entender que elas eram a formamais apropriada de configuração eclesial para a vivência desse compromisso naquelarealidade histórica. As Cebs tornaram-se o modelo eclesial hegemônico na AméricaLatina e deram um rosto próprio à Igreja do continente. Sua vivência e sua atuaçãoforam animadas e teologizadas em canções que acompanhavam sua caminhada, cançõesque reuniam melodias populares e poemas que manifestavam o compromisso social e aconsciência de fé que formavam a identidade das Cebs. Sobretudo em suas letras, elasmanifestavam uma mística própria na consciência de uma Igreja que se entendiafraterna, comunitária e ao serviço da libertação dos pobres. Esta mística, vivida eafirmada pelos pobres que se tornaram sujeitos de Igreja, tem características próprias eindicam a espiritualidade, a identidade e a forma de as Cebs se posicionarem na Igreja ena sociedade. A proposta aqui é destacar as características essenciais da espiritualidade e da mística das Cebs presentes em canções através dos procedimentos de estudopróprios da relação entre teologia e literatura. Perspectiva comunitária partilha de vidae construção do mundo novo são alguns dessas características, assim como a afirmaçãodo Reino de Deus, a esperança e a confiança no Deus que liberta os pobres. 12

13 Comunicações 13

14 TEXTOS SAGRADOS E LITERATURA Paulo Nogueira (UMESP) Marcus Mareano (FAJE) 25/09 14h-17h AUDITÓRIO DO RDC A experiência do chamado de Deus na tradição bíblica: aproximações psicanalíticas BRUNO ALBUQUERQUE (UFJF/CAPES) Leituras pós-modernas da Redenção: A paixão de Cristo segundo Dalton Trevisan e Frei Betto YAMIL SAMALOT-RIVERA (Universidad de Puerto Rico) A Cabalá e o Cântico dos Cânticos PAULO BLANK (ECO-UFRJ) BÍBLIA FREESTYLE: uma nova linguagem simbólica para o texto sagrado na modernidade MARCOS SIMAS (UMESP) A polifonia da personagem prostituta em Dostoiévski lida através do Evangelho Cristão GABRIELA DIAS DE O. MUNIZ (UMESP/CNPq) A linguagem bíblico-teológica diante da revolução comunicativa e interacional da pósmodernidade: constatações e projeções ERIK DORFF SCHMITZ (UFSC) Da poesia ao mistério divino.o itinerário mistagógico dos hinos do Apocalipse MARCUS MAREANO (FAJE/ALALITE) Jesus e o publicano Zaqueu: a narrativa de um encontro MARIA ALVES VIANA (PUC-SP/ALALITE) El Sacrificio. Deseo, violencia y religión CÉSAR CARBULLANCA NUÑEZ (Universidad Católica del Maule) Abraham sacrifiant: uma tragédia protestante DOUGLAS RODRIGUES DA CONCEIÇÃO (UEPA) Livro de Rute: a narrativa refletindo as questões da mulher e as medidas socioprotetivas CLÁUDIA ANDRÉA PRATA FERREIRA (UFRJ) 14

15 A experiência do chamado de Deus na tradição bíblica: aproximações psicanalíticas Bruno Albuquerque UFJF/CAPES Nossa proposta consiste em abordar a experiência humana do chamado de Deus na tradição bíblica a partir do referencial teórico-clínico da psicanálise. Para isto destacamos, como elemento fundamental nas narrativas fundantes presentes nos textos sagrados desta tradição, a pulsão invocante, conceito elaborado por Jacques Lacan em seu rigoroso retorno aos conceitos de inconsciente e pulsão formulados por Sigmund Freud. Ao indicar que o inconsciente é o discurso do Outro e que a pulsão que mais se aproxima da experiência do inconsciente é aquela sensível à musicalidade da voz, Lacan nos mostrou que a constituição subjetiva é engendrada a partir de uma invocação advinda do campo do Outro, que estrutura o inconsciente, onde um sujeito poderá advir. Seguindo as trilhas abertas por esses autores, o psicanalista francês Alain Didier- Weill empreende uma criativa abordagem analítica dos relatos bíblicos em que evidencia, nos textos fundadores, a experiência do chamado de Deus, que definirá ou transformará radicalmente a orientação dada pelo sujeito à sua vida. Aquele que se sente chamado acolhe esta invocação e passa a invocar a presença que antes o invocou, tentando por em palavras sua experiência inefável. De fato, esse elemento nuclear pode ser encontrado não somente no Antigo Testamento, abordado pelo autor nos relatos da criação de Adão, da vocação de Abraão e da experiência de Moisés com a sarça ardente, mas também no Novo Testamento, em especial nas parábolas de Jesus, no chamado do pescador Pedro e na conversão de Paulo. Nossa hipótese, portanto, é que a psicanálise possibilita aprofundar elementos relativos à dimensão psíquica inconsciente que entram em cena nas experiências religiosas e místicas da tradição judaico-cristã. Leituras pós-modernas da Redenção: A paixão de Cristo segundo Dalton Trevisan e Frei Betto YamilSamalot-Rivera, OP Universidad de Puerto Rico Ambos publicados durante a Ditadura Militar, O vampiro de Curitiba (1965) do contista Dalton Trevisan e A Vida Suspeita do Subversivo Raul Parelo (1979) do escritor e teólogo Carlos Alberto LibânioChristo, Frei Betto, incluem narrações que trabalham a figura de Cristo e a sua paixão. No conto A noite da paixão, Trevisan faz com que o seu antiherói Nelsinho, em uma sorte de reviravolta agônica, encarne os suplícios crísticos quando pretende em plena Sexta-Feira Santa desfrutar de uma noite com uma prostituta. Frei Betto, por sua vez, no conto Tango criou uma fábula na qual um cão vira-lata é massacrado por caçadores de cachorros alegorizando assim o via crucis de Cristo. Neste ensaio tentamos uma leitura pós-moderna da teologia da redenção que, em modos diversos, permitem estas duas estórias. Com uma intertextualidade bíblica profusa, A noite da paixão parodia o relato evangélico conseguindo o que Linda Hutcheon viu na estética pós-moderna a respeito da paródia do passado: toparodyisbothtoenshrinethepastandtoques tion it. Assim, com um uso subversivo do Evangelho, Trevisam afirma uma visão do Cristo crucificado em comunhão com a prosopopeia de Frei Betto cujos personagens caninos padecem em um gólgota citadino consoante com a leitura liberacionista da redenção. E esta leitura, como tem sugerido Eduardo Mendieta, implica uma compreensão pós-moderna da teologia cristã que, especialmente no Tomismo, explicou a redenção como a satisfação por Jesus Cristo do pecado da humanidade (STh III, q. 46, a. 1). Perante 15

16 as atrocidades da repressão ditatorial nas décadas de 1960 e 1970, este trabalho propõe como há contística brasileira que desenvolve de forma pós-moderna a conceção do sofrimento de Cristo na mágoa do povo. A Cabalá e o Cântico dos Cânticos Paulo Blank ECO-UFRJ Desde sua inclusão no cânone bíblico até sua releitura pela ótica da Cabalá espanhola o ShirHashirim - o maior dos cânticos- vem inspirado a tradição judaica. Ao longo deste caminho a mística judaica viria a reinterpretar a visão talmúdica que espiritualizou o encontro do casal através da alegoria da relação entre Deus-Elohim e o Povo de Israel. Ao considerar a presença do feminino e do masculino no divino originário, a Cabalá reintroduz Eros de onde havia sido subtraído. A partir do cabalista Azriel de Gerona o cântico passaria a ecoar em linguagem cifrada tanto a catástrofe cósmica fundadora quanto a participação ativa do casal humano em sua restauração. Ato de reconstrução da unidade primordial (Tikun) em um mundo no qual Elohim e sua presença feminina, a Shehiná, também se encontram exilados e separados. Participação resumida por Charles Mopsic de maneira exemplar: o casal faz do humano um acontecimento divino. JESUS e o publicano Zaqueu: Ipseidade e reconhecimento numa narrativa do encontro a partir de Paul Ricoeur Maria Alves Viana PUC-SP O presente estudo objetiva explicitar o conteúdo da narrativa do encontro de Jesus com o publicano Zaqueu (Lc19,1-10) e seus desdobramentos na perspectiva de participação no banquete/reino. Esta narrativa pode ser compreendida em três momentos: primeiro, a necessidade de Zaqueu em ver Jesus, fato este que se repete em outras narrativas; segundo, a expressão do olhar de Jesus para este pecador dizendo que precisa estar com ele não se importando com as convenções religiosas e sociais da época e, em terceiro, as repercussões deste encontro na vida de Zaqueu, sua radical mudança pessoal e em relação às suas riquezas e aos pobres. O encontro de Jesus com Zaqueu torna-se paradigmático, qualifica a metanóia como resultado imprescindível que vislumbra as exigências para a participação no banquete do Reino. Na perspectiva de Paul Ricoeur, a pessoa redescobre-se e reencontra-se com o seu eu mais profundo, quando no encontro com o Outro refigura a sua existência dando novos rumos a sua vida. O encontro é experiência que deixa marcas; marcas são gravuras existenciais que fazem irromper novos horizontes... Assim foi na vida de Zaqueu. A polifonia da personagem prostituta em Dostoiévski lida através do Evangelho Cristão Gabriela Dias de O. Muniz UMESP/CNPq O presente esboço, tem por objetivo, analisar o tópos literário da figura da prostituta na obra de Dostoiévski em uma releitura da figura da mulherpecadora retratada nos evangelhos cristão. Para tanto partiremos do recorte docapitulo 6 de O Idiota, onde o príncipe Míchkin narra a história da suíça Marie.Já no gênero Cristão a escolha é o texto do Evangelho de Lucas 7, 36 a 49, ondenos é contado sobre uma mulher que lava os pés de Jesus com perfume elagrimas e os seca com seus próprios cabelos. Assim discorreremos sobre auniversalização de um tipo de personagem tão recorrente na literatura dos evangelhos e seus desdobramentos na construção literária de Dostoiévski.Colocaremos em nosso horizonte a relação da figura mediadora de Cristo nosevangelhos e de Míchkin no O Idiota, entre essas mulheres e as sociedades emque vivem. Também lançaremos olhares para outra figura feminina do romance,nastássiafilíppovna, 16

17 e seus possíveis duplos no canônico cristão.metodologicamente triangularemos os textos com a leitura dialógica e polifônicaque Mikhail Bakhtin faz da obra de Dostoiévski, tendo o foco principal a figuramoral e social feminina. A linguagem bíblico-teológica diante da revolução comunicativa e interacional da pós-modernidade: constatações e projeções Erik DorffSchmitz UFSC Diante dos novos contextos de interação humana e social na pós-modernidade, o discurso religioso e teológico constata o desafio de comunicar um ideal éticoconceitual quase estático diante de uma sociedade em constantes mudanças e adaptações. O ser humano pós-moderno e urbano não capta mais essa mensagem como o ser humano do passado e do ambiente rural. No ambiente da metrópole, a atitude blasé é vista como fato normal e até necessário para a mente humana não atomizar-se. Em outros ambientes esta atitude passaria a ser vista como egoísta e fria. A comunicação também se dá de forma mais rápida, resumida e fragmentada. As relações são líquidas e voláteis. Mesmo assim, o discurso religioso ético-conceitual continua a ser transmitido, muitas vezes não atingindo seus fins. Surgem atualmente novas propostas de comunicar esse discurso nas novas formas de interações humanas. Sobretudo nos ambientes virtuais. Conforme afirma AntonioSpadaro há hoje uma ciberteologia, que traz novos desafios para quem discursa, com diferentes receptividades. A Bíblia como obra consolidada em texto escrito, sendo assim obra literária também, ganha novas roupagens, designers, transformações, tanto textuais, como imagéticas e verbais. Diante disso queremos constatar como se dá em alguns aspectos essa revolução comunicativa e interacional, bem como projetar alguns desdobramentos disto para o discurso religioso e para os recebedores de tais conteúdos. Da poesia ao mistério divino O itinerário mistagógico dos hinos do Apocalipse Marcus Mareano FAJE/ALALITE O livro do Apocalipse de São João possui uma beleza singular por sua linguagem simbólica e mensagem de esperança. Na sua parte central (4,1 22,5), há poemas, classificados como hinos, dirigidos a Deus e ao Cordeiro. Eles propõem ao leitor um itinerário mistagógico desde o reconhecimento de Deus (4,8-11) e do Cordeiro (5,9-14); passando pelos seus atributos (7,10-12); a percepção de sua atuação (11,15-18; 12,10-12); o louvor aos seus juízos (15,3-4; 16,5-7); culminando com o Aleluia final (19,1-8), que conclui esse percurso em uma postura reverente a Deus por seu reinado e um convite às núpcias com o Cordeiro. Apresentaremos os hinos inseridos no conjunto da estrutura literária do livro do Apocalipse e a função que eles exercem de síntese poética do drama narrado. Em seguida, abordaremos a mistagogia dos hinos do Apocalipse a fim de compreender como se mostra a ação divina e sua relação com o meio e com a humanidade. Não nos deteremos demasiadamente na análise exegética, mas a presumiremos para uma ênfase mais literária e teológica. Finalmente, consideraremos Deus como mistério fascinante que propõe a comunhão a partir de Cristo, o Cordeiro imolado. BÍBLIA FREESTYLE: uma nova linguagem simbólica para o texto sagrado na modernidade Marcos Simas UMESP Nos propomos nessa pesquisa a analisarmos o texto da Bíblia Freestyle, como literatura sagrada resultante do individualismo, subjetivação e privatização característicos da modernidade atual, e os 17

18 demais elementos resultantes da sociedade em rede globalizada (CASTELLS, 2000), bem como a fragmentação da memória religiosa coletiva autorizada (HERVIEU- LÉGER, 2000), tem afetado de alguma forma o exercício religioso do crente. Entendemos que como resultado prático dessas novas mudanças e conceituações, algo novo surge em termos de relacionamentos e experiências pessoais que produz novas identidades e novas comunidades, sob novas formatações, com características próprias que confronta estruturas estabelecidas, provoca rupturas, e proporciona um ambiente propício para ressignificações, se opondo a sistemas institucionais totalizantes e suas crenças, tradições seculares e polarizações, a partir de uma visão mais simbólica (ASAD, 1993) e menos hierárquica-binária-excludente, aberto a outras formas de religiosidades. Por isso, o fenômeno da vivência religiosa protestante online pode ser um ambiente apropriado e subversivo para que mudanças aconteçam, inclusive através de releituras dos textos sagrados, por suas características que expõem e submetem menos seus partícipes ao sistema de poder hierárquico que domina a igreja institucionalizada. Idealizada e escrita pelos pastores Ariovaldo Jr, líder do site Descrentes.com.br, e Guilherme Burjack, a Bíblia Freestyle é uma proposta de leitura bem-humorada das Escrituras Sagradas que procura interagir primariamente com a cultura pop da geração Y. Segundo os autores, ela não é uma tradução, não possui fins acadêmicos e nem sequer a pretensão de substituir uma leitura bíblica integral. Mas, quem sabe, com um pouco de humor, muitos que nunca tiveram contato algum com o texto bíblico sejam animados a estudar e aprender um pouco mais. El Sacrificio. Deseo, violencia y religión César CarbullancaNuñez Universidad Católica del Maule En el contexto de las muchas definiciones de tratan la relación entre religión y sacrificio. La teoría girardiana del origen violento, sacrificial, de la religión representa ciertamente un problema para cualquier estudio de la religión1. En dos libros, Violencia y lo sagrado (1977) y Cosas escondidas desde la fundación del mundo (1978) intentará dar fundamento a sus reflexiones a través de textos etnológicos y religiosos. Girard responde definiendo lo religioso en relación al sacrificio como mecanismo de violencia, más específicamente como mecanismo del chivo expiatorio: Para Girard el mecanismo sacrificial del chivo expiatorio es propuesto como el origen violento de la cultura y la religión, no sólo en términos diacrónicos sino también sincrónicos: la violencia contra la victima expiatoria (sacrificio) podría ser realmente fundadora no sólo de la religión sino también de la cultura. No faltan textos judíos y cristianos que apuntan a esta dirección. De acuerdo a la interpretación kierkegaardiana de textos como Gn 22,1-18 especialmente del v. 10 Y extendió Abraham su mano, y tomó el cuchillo, para degollar á su hijo muestra, en el cual el filosofo danés habla que la fe representa una suspensión moral, de tal manera que llegar a la fe conlleva el riesgo de volverse un asesino por causa de Dios. Esta relación entre religión/ fe y violencia no es nueva y ya en tiempos del cristianismo primitivo, la relación enigmática entre violencia y fe religiosa se encuentra en la interpretación de la misma muerte de Cristo, por ejemplo, 1 Clemente 5.Tanto en el relato del sacrificio de Isaac Gn 22, 1-18 como en el de la muerte necesaria de Cristo Mc 15 está latente la cuestión del sacrificio de una víctima inocente en beneficio de muchos. En directa relación a la muerte de Cristo en Mc 10,45 y 14,24 se emplea la expresión por todos (anti pollôn) por muchos (uperpollôn), que fue probablemente formulada bajo la influencia de la versión de la LXX de Is 53, Así las cosas, el artículo pretende analizar y polemizar con la teoría girardiana de la violencia como origen de la religión 18

19 intentando mostrar textos bíblicos donde aparecen diversos modelos y no sólo el mentado modelo girardiano, intentando mostrar su sentido y relevancia para una teoría del sacrificio. Para lo cual expondremos el rito de pharmakos griego según textos griegos, luego exponemos la teoría de R. Girard en lo referido a la religión y el mecanismo sacrificial. En el siguiente apartado analizamos textos judíos sobre Abel, José y otros chivos expiatorios con el fin de finalmente sacar nuestras propias conclusiones. Abraham sacrifiant: uma tragédia protestante Douglas Rodrigues da Conceição UEPA A presente proposta de comunicação pretende discutir as ressonâncias da literatura bíblica do AT na tragédia Abraham sacrifiant(1550), que foi escrita pelo poetateólogothéodore de Bèze ( ). Tentaremos demonstrar que a recuperação ostensiva do texto bíblico de Gn 22, 1-19 feita por Bèze, em sua peça, está associada a um determinado código trágico proveniente do ambiente grego antigo. Livro de Rute: a narrativa refletindo as questões da mulher e as medidas socioprotetivas Cláudia Andréa Prata Ferreira UFRJ O predomínio do protagonismo feminino, o ponto de vista da história e a aliança denoemi e Rute personifica uma parceria sororal e solidária, assegurando o pão, a sobrevivência mulheres planejando e executando juntas o próprio futuro. Destacam-se os elementosculturais, religiosos e históricos que apontam para as medidas socioprotetivas. 19

20 A MÍSTICA, A POESIA E A PROFECIA DE D. PEDRO CASALDÁLIGA Antonio Manzatto (PUC-SP) Emerson Sbardelotti (ALALITE) 25/09 15h-17h SALA F402 Roque Dalton y la función profética de la poesía MIGUEL ANTONIO REYES RIVERA (SETECA) Teologia e literatura na obra de AntonioManzatto EMERSON SBARDELOTTI (ALALITE) La Eclesiología de Pedro Casaldáliga en perspectiva Teopoética MICHAEL PATRICK MOORE (Universidad del Salvador) Teopoiesis e Profecia na vida de Dom Helder Câmara IR. RAQUEL CABRAL, MC(PUC-PR) Roque Dalton y la función profética de la poesía Miguel Antonio Reyes Rivera SETECA En el presente trabajo se aborda el uso de la poesía en la elaboración de un discurso profético contextual para América Latina. Para ello se utiliza el concepto Imaginación profética acuñada por Walter Brueggemann, la categorización de dicha imaginación elaborada por David Suazo, y la literatura del poeta/profeta salvadoreño Roque Dalton. Para hablar de la función profética de la poesía, en primer lugar, se define el concepto de imaginación profética ; se conceptualiza las características de dicha imaginación: de-veladora, subversiva, utópica y comunicante; y se traza la relación entre poesía e imaginación profética. En segundo lugar, se ejemplifica el uso de la poesía para la elaboración del discurso profético a través del canon bíblico, siguiendo la categorización de David Suazo. En tercer lugar, se derivan pautas, basadas en los trabajos de Brueggemann y Suazo, para el ejercicio de la función profética a través de la poesía en el contexto latinoamericano y se ejemplifica con la producción literaria de Roque Dalton y la poesía profética hacia su país El Salvador. Teologia e literatura na obra de AntonioManzatto Emerson Sbardelotti ALALITE Antonio Manzatto inaugura no Brasil, em 1994, com a publicação da sua tese doutoral, defendida em 1993 na Universidade Católica de Lovaina - Bélgica: Teologia e Literatura Reflexão teológica a partir da Antropologia contida nos romances 20

21 de Jorge Amado o frutífero diálogo entre Teologia e Literatura. Tal diálogo, segundo o autor, tem sido incentivado nos últimos anos por estudos que se fazem sobre a interface deste relacionamento. Tanto no campo da Literatura quanto no campo da Teologia, e das Ciências da Religião de maneira ainda mais sensível, tais estudos se multiplicam explorando este campo que se constituiu há não muito tempo atrás. A afirmação do sagrado, a presença do mistério e de comportamentos que a isso se relacionam formam um universo que pode estar presente em obras literárias. A partir do pensamento teoliterário de Antonio Manzatto se torna simples pensar a relação entre Teologia e Literatura. O encontro, portanto, com Adolphe Geshé foi determinante para que Manzatto descobrisse a possibilidade de fazer uma reflexão teológica a partir da Literatura; o que parecia ser um desatino mostrou-se epicentro onde, a Teologia, a Literatura e a Humanidade se encontram. Afinal, parafraseando Milton Nascimento: o poeta sonha o que vai ser real! Não foi à toa que o autor tenha trabalhado com as maiores obras de Jorge Amado: os textos são acessíveis e acentuam uma preocupação real com os pobres e deserdados, fazendo uma ponte com a Teologia da Libertação. O diálogo estabelecido entre elas pode ser mais que significativo para a Teologia. Vinte e cinco anos depois, o último parágrafo do livro de Antonio Manzatto continua atual e desafiador: a literatura pode ajudar a teologia a compreender o mistério divino, exatamente porque ela possibilita-lhe uma melhor compreensão do homem. Assim, teologia e literatura, que pareciam tão distantes a princípio, descobrem-se como aliadas. La Eclesiología de Pedro Casaldáliga en perspectiva Teopoética Michael Patrick Moore Universidad del Salvador Dom Pedro Casaldáliga representa, a nuestro juicio, uno de los máximos exponentes contemporáneos de la Teopoética en el ámbito latinoamericano. En efecto: Literatura y teología, poesía y mística ( de ojos abiertos ), profecía y testimonio se unen de manera indisoluble y fructífera en su vida y en su obra. Desde esa convicción y a partir de su obra poética, la presente comunicación se propone hacer emerger su eclesiología no eclesiocéntrica que tiene como punto de partida una correcta articulación del trinomio Jesús- Reino-Iglesia, iluminado desde el horizonte del Misterio, y al cual se asoma el logos poético, anunciando y denunciando. En continuidad con el axioma clásico de una ecclesiasemperreformanda y la invitación hodierna a una iglesia en salida, nuestra propuesta avanza, completando las cuatro notas clásicas de la iglesia -una, santa, católica y apostólica- con otras tantas que emergen de la Teopoética de nuestro autor: reinocéntrica, ptojocéntrica, profética y utópica, y lo habilitan para «Poder decir palabras verdaderas / en medio de las cosas que perecen», / en medio de la vida que perdura! Teopoiesis e Profecia na vida de Dom Helder Câmara Ir. Raquel Cabral, mc. PUC-PR Investiga-se, na vida e profecia de Dom Helder Câmara, o papel da arte poética como forma privilegiada de expressão dos valores que ele viveu e anunciou. Sua opção pessoal de seguimento a Jesus Cristo na luta pela paz e pela justiça universal fizeram com que sua existência se tornasse a mais eloquente crítica a todas as instâncias que ferem a dignidade da vida humana. Como base teórica norteadora da pesquisa estará presente a teopatodiceia e a compreensão de teopoiesis de Villas Boas como uma das possibilidades de aproximação hermenêutica atual para a teologia. A categoria da poiésis, como expressão do pensamento, tem se levantado na contemporaneidade como forte reação às cosmovisões tecnicistas que instrumentalizam o ser humano em função de sistemas desumanizantes que vis 21

22 amlucro e poder. A poética acorda as sensibilidades mais profundas e faz aflorar a pergunta por sentido latente no ser humano a que o cristianismo responde com um conjunto de valores anunciados como Boa Notícia de Saúde e Libertação. Por meio da análise de alguns poemas helderianos buscam-se o alinhamento entre os temas pertinentes de sua trajetória de vida e a mensagem contida especialmente na obra Sinfonia dos dois mundos. A pesquisa pode contribuir com o diálogo interdisciplinar sobre o valor e a adequação da linguagem simbólica para abordar o transcendente que confere sentido à vida e à dignidade do ser humano. 22

23 LITERATURA COMO EXERCÍCIO ESPIRITUAL Alex Villas Boas (PUC PR) Marcos Lopes (UNICAMP) Christian Wehr (Universtät Augsburg) 25/09 14h-17h SALA CATEDRA CARLO MARIA MARTINI - L501/8 Un Cántico lleno de luz en la noche más oscura. Análisis de un poema orante compuesto en un campo de concentración MARÍA INÉS LAGOS(UCA) Teopoética jesuita y poesía barroca: Un Heráclito cristiano de Francisco de Quevedo" CHRISTIAN WEHR(Universidad de Wurzburgo/ALALITE) O Boi e o Pastor e a Mística Zen MONICA GIRALDO HORTEGAS(UFJF) DagHammarskjöld, ChristopheLebreton, Roger de Taizé: heridos, místicos y poetas MARIANO CAROU(Universidaddel Salvador/ALALITE) Las palabras del éxtasis: trasvase vivencial, reescritura literaria y diálogo gnoseológico EMILIO RICARDO BÁEZ RIVERA(Universidad depuerto Rico) Recordar al ausente u olvidar al que me ha olvidado. Memoria e imaginación en la poesía "mística" de Amelia Biagioni ANA RODRÍGUEZ FALCÓN(ALALITE) O leitor e o exercitante diante do mundo do texto: uma aproximação entre a hermenêutica ricoeuriana e a mistagogia inaciana PEDRO BARBOSA LIMA JUNIOR (PUC-CAMPINAS) Un Cántico lleno de luz en la noche más oscura Análisis de un poema orante compuesto en un campo de concentración María Inés Lagos UCA El P. José Kentenich ( ) estuvo preso en el campo de concentración de Dachau ( ). En sus años de cautiverio, no dejó de preocuparse por su Familia espiritual, con la cual mantuvo un contacto epistolar clandestino. Los mensajes que envió, están escritos en verso y, a través de esta poesía hecha oración, Kentenich pudo ofrecer consuelo, guía y nuevas formas de rezar a su joven fundación. En esta ponencia nos concentramos en una oración en particular, el Cántico al Terruño. Este poema es especialmente importante, porque constituye una de las mejores síntesis de la espiritualidad kentenichiana y con él rezan, todavía hoy, miles de personas en todo el mundo. Además, el propio autor destaca que se trata de un 23

24 canto lleno de luz que fue, paradójicamente, compuesto en la época más oscura del cautiverio en Dachau. El análisis se realizará desde una triple mirada. Primero, describiremos el contexto histórico de la génesis de la obra. Esto permitirá explicar el estilo y la temática tratados en ella. Luego analizaremos el poema desde el punto de vista literario: encontraremos un lenguaje rico en símbolos y en expresiones y neologismos propios del autor. En tercer lugar, destacaremos algunas de las verdades teológicas que contiene la obra, las cuales ofrecen no sólo una profunda catequesis, sino que demuestran la fidelidad del autor a la doctrina católica. Finalmente, sintetizaremos los tres enfoques, poniendo de relieve la dinámica que posee la obra. En efecto, se percibe en ella una tensión entre la tierra y el cielo, entre el mundo de los hombres y el reino de Dios. El Cántico al Terruño resume, así, la dinámica propia de la vida de todo hombre que vive en el tiempo anhelando la eternidad. Teopoética jesuita y poesía barroca: Un Heráclito cristiano de Francisco de Quevedo Christian Wehr Universidad de Wurzburgo El orden de los jesuitas renuncia a la vida protegida en el lugar cerrado del monasterio para dedicarse enteramente a sus actividades seculares en la corte, en los colegios y en las misiones. Ignacio de Loyola transforma, no obstante, la disciplina exterior de la clausura mediante sus famosos Ejercicios espirituales (1548), que permiten una identificación continua con el redentor y con las historias bíblicas. Las estrategias de esta interiorización son sumamente literarias: Ignacio utiliza técnicas retóricas de autoafectación para facilitar las evocaciones permanentes del mundo bíblico. Sin embargo, hasta siglo XVII no se llevaría a cabo una adaptación poética de los ejercicios ignacianos: Francisco de Quevedo, el gran poeta barroco que se formó en un colegio jesuita, publicó en al año 1613 su poemario espiritual Un Heráclito Cristiano, en el que combina la teopoética jesuita, de manera sumamente original y sugestiva, con los procedimientos estilísticos del conceptismo. O Boi e o Pastor e a Mística Zen Monica GiraldoHortegas UFJF O Boi e o Pastor é um poema chinês do século XII. Inclui imagens que perfazem a orientação zen budista sobre a meditação e como caminho para a iluminação. Conhecido como um importante texto desta tradição, ele possui diversas variações em número de imagens e texto. A utilizada para este estudo é a de Kaku-naShi-en, monge chinês, com dez imagens. O poema trata sobre um pastor que perde seu boi e o busca até encontrá-lo e reconduzi-lo de volta para casa. A singularidade desta interpretação é que a jornada não se encerra no círculo vazio, como as outras fazem. Ela ultrapassa este estágio e retorna para a simplicidade da natureza e da vida diária. A mística zen budista pode ser vista como uma não-mística ou como uma mística do cotidiano. Após o encontro com o silêncio de Deus, ou melhor, o nada absoluto, o que se expressa é a vida tal como ela é, sem porquês. A partir da análise de Shizuteru Ueda, da Escola de Kyoto, sobre o poema, trabalharei os conceitos si-mesmo e taleidade para compor o entendimento desta mística que se vincula ao fenomênico, ao simples, sem deixar de lado o transcendente e o sagrado. DagHammarskjöld, ChristopheLebreton, Roger de Taizé: heridos, místicos y poetas Mariano Carou Universidad del Salvador/ALALITE DagHammarskjöld, ChristopheLebreton y Roger de Taizé fueron tres personalidades 24

25 que, cada uno en lo suyo, se hicieron eco de las heridas de su tiempo. El primero fue Secretario General de la ONU; el segundo, monje trapense en África; y el tercero, fundador y prior de la Comunidad de Taizé. Los tres aunaron tres características comunes: profunda experiencia de Dios, interés y condiciones para el discurso poético, y consumación del martirio. El haberse dejado atravesar por las heridas de sus hermanos sufrientes se tradujo en movimiento que implicó, por un lado, una kénosisque se manifestó tanto en sus ocupaciones y opciones de vida, como en una producción discursiva peculiar, constituida por diarios y textos poéticos, producción que por otra parte no fue buscada explícitamente. El martirio, en los tres casos, fue el corolario que cerró, literalmente, la herida existencial, y proyectó su legado. Las palabras del éxtasis: trasvase vivencial, reescritura literaria y diálogo gnoseológico Emilio Ricardo Báez Rivera Universidad de Puerto Rico El término «literatura mística» suele designar, en general, el corpus que responde rigurosamente a la experiencia extraordinaria con la Divinidad. Partiendo de esta noción, es posible establecer una triple tipología del discurso literario-místico: el trasvase vivencial o el ejercicio de escribir a modo de testimonio sobre la experiencia misma; la reescritura literaria, que se sirve de modelos textuales de la tradición cultural y/o de la propia recreación artística; finalmente, el diálogo gnoseológico que pretende establecer el denominador común de la experiencia extraordinaria en cantidad de místicos allende las coordenadas culturales particulares. Esta tipología será aplicada a una muestra de autores de la tradición hispánica, desde el Renacimiento hasta hoy. Recordar al ausente u olvidar al que me ha olvidado. Memoria e imaginación en la poesía "mística" de Amelia Biagioni Ana Rodríguez Falcón UCA ALALITE Cómo hacer presente al amado ausente? Cómo olvidarlo cuando su recuerdo hiere? Cómo vivir con la sensación de haber sido olvidados por el amor? La poesía mística, en sus movimientos de presencia y ausencia, de encuentro y desencuentro, cuando es vivida dramáticamente ( cómo si no?), atraviesa los momentos recién mencionados: querer recordar, querer olvidar, sentirse olvidado. Ricoeur, en la primera parte de su obra La memoria, la historia y el olvido, realiza una fenomenología de la memoria y de la reminiscencia. Siguiendo a los griegos ve al recuerdo en sus dos facetas, como algo que aparece involuntariamente (mneme) y como el objeto de una búsqueda activa (anamnesis). Memoria e imagen están íntimamente relacionadas, cómo hablar de la memoria sin recurrir a la imaginación? En la poesía mística, el poeta busca traer a la palabra la experiencia de encuentro con el amado. Acaso hay una forma más fiel de hacer presente el recuerdo de la experiencia del amor que la poesía? Amelia Biagioni ( ), poeta argentina cuya obra atraviesa la segunda mitad del siglo XX, podría incluirse dentro del corpus de poetas místicos contemporáneos o, al menos, de aquellos que han elegido el lenguaje de la mística, sus motivos y símbolos para elaborar su obra. Se trata de una mística particular, la cual, inmersa en su tiempo histórico, acelera los movimientos de búsqueda y profundiza la ausencia, la herida y el silencio del amor que ha partido. El objetivo de este trabajo será ver de qué forma se tematiza en la poesía "mística" de nuestra autora el nombrar la ausencia, el recuerdo deseado y no deseado, el olvido buscado y encontrado. 25

26 O leitor e o exercitante diante do mundo do texto: uma aproximação entre a hermenêutica ricoeuriana e a mistagogia inaciana Pedro Barbosa Lima Junior PUC-Campinas Esta comunicação propõe demonstrar que existe uma relação dialógicaentre a hermenêutica filosófica de Paul Ricoeur, em sua noção de texto e acategoria de mundo do texto, com a mistagogia dos Exercícios Espirituais desanto Inácio de Loyola (EE) que se dá mediante um método próprio de leiturados textos bíblicos.a filosofia hermenêutica ricoeuriana atesta que a leitura dos textosauxilia numa nova configuração da vida do leitor, provocando um mundo depossibilidades o qual, o texto, o convida a entrar. Este é o mundo do texto queé apropriado pelo leitor, que o ajuda a configurar sua própria identidade, seentendendo melhor. Sob essa ótica, procuramos analisar os ExercíciosEspirituais a partir da experiência mística e humana vivida pelo seu autor,inácio de Loyola, ou seja, sua mistagogia que virou escrita. Compreendendo aoriginalidade e a finalidade dos EE, bem como sua dinâmica interna emetodológica, percebe-se que os Exercícios Espirituais propõem elementos para uma leitura e interpretação de si, diante do mundo do texto bíblico.desta forma, o leitor (no sentido ricoeuriano) e o exercitante (leitor-orante, no sentido inaciano) estariam buscando a mesma coisa por métodosdiferentes; realizando uma mesma atividade interpretativa, ou seja, lendo aprópria vida usando técnicas e métodos semelhantes (a leitura), porém, poruma ótica diferente, a saber, uma filosófica e a outra espiritual, mas as duas dentro de um contexto existencial.portanto, é na leitura que se realiza a hermenêutica. É na linguagemnarrativa em que se faz a leitura de si. E se interpretação é hermenêutica, éjustamente aqui que empregamos a filosofia de Ricoeur do mundo do texto,numa aproximação dialógica com os Exercícios Espirituais de Santo Inácio deloyola. 26

27 TEOLOGIA E LITERATURA: A MÍSTICA COMO CRÍTICA Ceci Maria Costa Baptista Mariani (PUC-Campinas) Maria José Caldeira do Amaral (PUC-PR) Breno Martins Campos (PUC-Campinas) 27/09 14h-17h SALA CATEDRA CARLO MARIA MARTINI L501/8 Mística como crítica na poesia militante de Violeta Parra CECI M. C. BAPTISTA MARIANI(PUC-Campinas) Liberdade e finitude na experiência mística: um olhar a partir da hermenêutica filosófica e da literatura de Kahlil Gibran CAMILA BRAGA MEDINA MARÇAL(PUC-Campinas) Paisagem e sabedoria na mística do agora de Nathanaël (1996), de Jean Grosjean. JOSHUA TEIXEIRA TANGI(UNESP/S. J. do Rio Preto) É desse amor que eu sofro - O Inferno: O Sétimo nome do Amor em Hadewijch d Anvers. MARIA JOSÉ CALDEIRA DO AMARAL(PUC-PR/NEMES/PUC-SP) Guimarães Rosa: sou místico TERESINHA VÂNIA ZIMBRÃO DA SILVA(UFJF) Reformar o pensamento teológico: um ensaio em defesa das perguntas e do silêncio numa sociedade dominada por respostas prontas e ruidosas BRENO MARTINS CAMPOS(PUC-Campinas) Espiritualidade mística e secularidade na poesia de Adélia Prado VALMIR RUBIA DA SILVA(PUC-Campinas) Simone Weil: Experiência mística a partir do poema Love de George Herbert, poeta inglês do sec. XVII ANDREIA CRISTINA SERRATO (PUC-PR) Mística como crítica na poesia militante de Violeta Parra Ceci M. C. Baptista Mariani PUC-Campinas Violeta Parra ( ), compositora, cantora e artista plástica chilena, foi uma artista profundamente identificada com a cultura popular e tocada pelo sofrimento do povo pobre. Sua obra poética profundamente crítica, reflete seu compromisso de libertação com a população pobre dos pampas chilenos estreitada por anos de pesquisa em que 27

28 passou recolhendo e compilando música folclórica. Situada no âmbito da pesquisa sobre a relação entre mística e arte e tendo como referência a análise do fenômeno místico por Juan Martín Velasco, especialista que oferece uma compreensão de mística aberta ao âmbito da realidade secular, essa comunicação pretende, através de metodologia teórica, apresentar os elementos de transcendência na poesia dessa artista. Pretende-se demonstrar que as canções de Violeta Parra podem ser compreendidas no quadro de uma mística contemporânea que se desenvolve no contexto de uma sociedade secularizada que possui como característica fundamental a crítica e o compromisso social. Mística contemporânea que se apresenta como uma mística de olhos abertos (cf. J. B. Metz) e em luta pela libertação (cf. G. Gutiérrez). Paisagem e sabedoria na mística do agora de Nathanaël (1996), de Jean Grosjean. Joshua Teixeira Tangi UNESP/S. J. do Rio Preto A presente fala ambiciona discutir a obra do poeta, ex-abade e tradutor francês da Bíblia, Jean Grosjean ( ), mais especificamente o livro de poemas Nathanaël(1996), a fim de investigar sua poesia enquanto palco em que encenam elementos de uma mística do agora. Com tal termo, busco firmar dois eixos balizantes de minha leitura, aparentemente opostos, que estão guardados em mística e o atributo do agora :a mística tem por constituição semântica algo do anúncio, do desvelamento daquilo que permanece insuspeito, portanto seu sentido parece apontar para o porvir; quando o atributo em questão é adicionado, essa revelação é presentificada, isto é, ancora-se no presente. Essa contradição aparente de tempos se resolve na poesia de Jean Grosjean, como já estudou a crítica (MAYAUX, C., 1999), pelo paisagismo de seus poemas e pela intertextualidade com a Bíblia, que, juntos, investem em cada voo de pássaro, cair de maçã ou esgarrar de nuvens, uma anunciação, um valor sagrado e revelatório. Portanto, com o propósito de entrar nessa poética paisagista pela questão da aproximação contida do sagrado que essa mística do agora traz, enveredo pelas discussões poéticas da paisagem, desenvolvidas por Michel Collot desde os anos 80. Assim, a partir do que já se tem discutido sobre o horizonte como elemento estruturante da percepção do mundo (COLLOT, M., 1986, 2005a, 2005b, 2013), que só se arma, para nós, fincado na perspectiva particular de um aqui-agora, e, também, apoiado na Ontologia Fundamental do Ser e Tempo (2014) de Martin Heidegger, proponho, em outros termos, uma leitura da paisagem em Nathanaël enquanto um desvelamento do divino sem a perda de vista do horizonte da temporalidade/finitude constitutivo ao ser do homem (HEIDEGGER, M., 2014). Guimarães Rosa: sou místico Teresinha V. Zimbrão da Silva UFJF Este trabalho comunica resultados de uma pesquisa interdisciplinar que dialoga com dois campos do conhecimento, Literatura e Mística, e tem o objetivo de estudar aspectos místicos da vida e obra de Guimarães Rosa ( ). Na presente comunicação,consideraremos determinadas ideias expostas pelo escritor brasileiro em entrevistas, cartas e prefácios a fim de explicitarmos alguns aspectos místicos da sua relação com a literatura e a linguagem. É desse amor que eu sofro - O Inferno: O Sétimo nome do Amor em Hadewijch d AnversMaria José Caldeira do Amaral PUC-PR/NEMES/PUC-SP Essa Comunicação tem como meta principal apresentar alguns fragmentosda poesia de Hadewijch d Anvers, especialmente, o Poema XVI dos Poemas Completos Os Sete Nomes do Amor - 28

29 desenvolvendo como método hermenêutico uma antologia com outros conteúdos advindos de sua obra (Poemas, Visões e Cartas), conteúdos esses, que no movimento contínuo extraído de sua linguagem apotam para o senso do amor violento e torturante naqueles que estão sob a tempestade do amor tão profundamente que encontram-se totalmente perdidos no inferno. Sob o ponto de vista da Teologia e das Ciências da Religião, nosso objeto de estudo, o amor e o desejo a Minnemedieval, assume contornos delimitados a partir da mística e da teologia medieval cristã, especialmente, a pesquisa no campo da experiência do Amor, na obra de Hadewijch em Anvers, que junto commechthild de Magdeburg e Marguerite Porete, integra um grupo de mulheres beguinas medievais, cujos escritos suplantam algumas características comuns, dentre elas: a presença da experiência carnal e espiritual no caminho para a experiência de união com Deus. Com a experiência de Hadewijch, estaremos dialogando precisamentecom Ricardo de São Vítor Os quatro graus do Amor Violento - no que se refere à posições similares de que a realidade espiritual como realidade amorosa se dá na relação de sentido com a experiência orgânica e visceral da pessoa portadora desse amor, experiência que denuncia, delata, confessa e devolve à razão humana, seus relativismos e seus enganos a ela mesma, sem piedade, utilizando, aqui, as próprias palavras da Beguina de Anvers. Enquanto a tentativa de nomear o amor em Hadewich sustenta uma experiência orgânica na linguagem, em Ricardo de São Vitor essa organicidade se converte em uma fenomenologia humana intensa e direta contida em sensações psicofisiológicas, fonte e efeito corporal e espiritual. E é nesse diálogo que a experiência de Amor equaliza a intenção e o esforço desses dois autores medievais em teopoetizar o curso da força desse mesmo amor que se instala na alma e a conduz à Deus. Liberdade e finitude na experiência mística: um olhar a partir da hermenêutica filosófica e da literatura de Kahlil Gibran Camila Braga Medina Marçal PUC-Campinas/CAPES A partir dos relatos de místicos de diversas religiões, podemos entender a experiência mística como sendo um contato profundo e transformador com o absoluto, um momento em que o mistério da vida se faz presente, em que há um sentimento de compreensão do sentido da existência, ou, ainda, um encontro com a verdade. Tal definição nos leva a crer que ocorre aí uma experiência direta com esse absoluto, um acesso livre, sem intermediários como a tradição, as instituições religiosas, o saber etc. Essa ideia de acesso à liberdade para além da própria finitude parece ser uma questão central na experiência mística, cuja busca muitas vezes é associada à fuga ou à negação do mundo em que se vive. No entanto, se assumirmos uma perspectiva a partir da hermenêutica filosófica, que considera o ser humano um ser de linguagem, circunscrito em um horizonte de compreensão que se dá a partir da tradição e da história, percebemos que não seria possível ao místico acessar essa verdade de maneira completa ou imediata. Tal constatação, longe de significar uma impossibilidade para a experiência de liberdade, permite que ela seja vista de maneira positiva, sendo capaz de propor uma crítica às mediações e ao próprio mundo sem se frustrar ou ceder às limitações inerentes à própria experiência. Uma vez que o processo hermenêutico é sempre dialógico, podemos pressupor, portanto, que a experiência mística somente se dá a partir de uma abertura para o outro ao qual se busca (ou que se manifesta) e não consegue fugir totalmente ou negar todos os pressupostos existentes, mas é capaz, no entanto, de questioná-los e relativizá-los, utilizando-os, inclusive, em prol desse encontro com o absoluto. Para ilustrar tal dinâmica, serão apresentados 29

30 trechos da obra de Kahlil Gibran, escritor libanês cristão maronita, cuja literatura apresenta elementos de profundo misticismo. REFORMAR O PENSAMENTO TEOLÓGICO: um ensaio em defesa das perguntas e do silêncio numa sociedade dominada por respostas prontas e ruidosas Breno Martins Campos PUC-Campinas No final do século passado, a chegada dos cursos de Teologia às universidades brasileiras, com a novidade do reconhecimento pelo MEC, fez-se acompanhar de uma demanda da sociedade e da própria comunidade teológica: reformar o pensamento teológico para que a mentalidade de teólogos e teólogas fosse também reformada. Reformar no sentido proposto por Edgar Morin, também às vésperas do século XXI, para os campos da educação e do pensamento. Noutros termos, reformar para edificar pontes e canais entre os saberes teológicos e a sociedade (em suas múltiplas produções, inclusive, as artes). Passados cerca de 20 anos, esta comunicação oferece um balanço crítico da teologia que se faz no Brasil, tendo o protestantismo histórico como modelo típico, a fim de abordar, como contraponto, a teologia na condição de discurso relevante dentro da sociedade, capaz de debater temas acerca de outro modelo de mundo, marcado hic et nunc pela convivência pacífica e horizontes comuns de sentido. Como resultado de pesquisa bibliográfica, a autocrítica proposta é um convite à teologia: que ela volte a ser construída em caminhada e diálogo. Reformar o pensamento teológico é convidar a comunidade de teólogos e teólogas a ouvir antes de responder, e a construir respostas novas a perguntas novas. Além disso, é propor que a tarefa teológica seja praticada com os sentidos atentos e as intuições abertas à produção artística da sociedade. Metodologicamente, esta comunicação explora alguns dos operadores da complexidade e da transdisciplinaridade com o objetivo principal de superar binarismos reducionistas e colocar em diálogo franco lugar do encontro e confronto em que habita o Mistério a teologia brasileira com representações da música e da literatura do povo brasileiro. Espiritualidade mística e secularidade na poesia de Adélia Prado Valmir Rubia da Silva PUC-Campinas Com base nos conceitos desenvolvidos por Johann Baptist Metz, a partir de sua obra Mística de olhos abertos, de elementos também presentes na obra Ver ou perecer Mística de olhos abertos de Benjamín Gonzáles Buelta, e da análise do fenômeno místico desenvolvida por Juan Martín Velasco, pretende-se elaborar uma análise Teopoética de extratos de poesias de Adélia Prado. Por meio de estudos de revisão bibliográfica, pretende-se em Metz e Buelta analisar a relação entre espiritualidade-mística e secularidade, identificando nas expressões poéticas sinais de transcendência presentes no século que possam caracterizar uma Teopoética na perspectiva Mística. Pretende-se verificar elementos na poesia de Adélia Prado que possam demonstrar que na arte literária da poesia encontram-se sinais de uma vivência no século, sendo nossa hipótese, que se possa encontrar na poesia de Adélia Prado uma mística de olhos abertos. Em meio a uma sociedade onde os valores começam a sofrer um processo de relativização, onde o sujeito pós-moderno parece perdido em busca de um caminho espiritual, este projeto se justifica como uma reflexão sobre a presença de elementos da espiritualidademística no século, ou seja, experimentada e vivida na realidade de nosso tempo atual. É na moldura deste quadro, que desejamos trazer a poesia de Adélia Prado, procurando demonstrar que nos poemas dessa autora existem elementos místicos, pois refletem a necessidade do homem que, através de 30

31 expressões estéticas literárias, resgata seu desejo de buscar a Deus em meio a nossa contemporaneidade. Simone Weil: Experiência mística a partir do poema Love de George Herbert, poeta inglês do séc. XVII Andreia Cristina Serrato PUC-PR Simone Weil foi filósofa, professora, militante, uma grande intelectual esobretudo umamística. Para ela a filosofia se fazia na ação. Tanto que tudo o que pensouintelectualmente experimentou com o próprio corpo. Realizou uma de suas grandesexperiências místicas ao recitar o poema Love (século XVII) do inglês George Herbert. Ela recitava esse poema, pois o conhecia de memória quando sentia em seu corpo asviolentas dores de cabeça. E foi no momento de uma das recitações que faz sua grandeexperiência mística de ser tomada pelo Cristo. Afirma que esse poema tinha a força deuma prece. O objetivo de nosso estudo pretende apresentar a experiência mística desimone Weil ao recitar o poema LOVE. Nosso método será a pesquisa bibliográfica.apresentaremos os relatos místicos da autora a partir da recitação do poema.apontamos então que a partir da recitação de um poema é possível acontecer umaexperiência mística autêntica. No caso de Simone Weil, em meio a dor e a alegria,sentiu-se tomada pelo Cristo. Sendo assim, a partir do relato de sua experiênciapercebemos que o sofrimento, por meio de suas intensas dores de cabeça, e alegria derecitar o poema, lhe permitiram sentir a encarnação, ou melhor, por analogia, a Paixãode Cristo. 31

32 IDADE MÉDIA, IDADE DE DEUS: NARRATIVAS, ATUALIZAÇÕES E PERSPECTIVAS Francisco Gonçalves (UERJ) José Carlos de Lima Neto (PUC-Rio) 27/09 14h-17h MINI AUDITÓRIO DO RDC Teresa de Ávila e a parábola do bicho-da-seda. Encantamento e sedução de uma teopoética em prosa LÚCIA PEDROSA PÁDUA(PUC-RIO) La luz, el castillo y el sueño en la espiritualidad de textos aljamiados MARÍA TERESA NARVÁEZ(Universidad de Puerto Rico) Uma leitura moral da conversão agostiniana MARÍLYA CALDAS BARROS(UEPA) Hacia una conceptualización de la experiencia mística: la narrativa esponsal de Bernardo de Claraval. RODRIGO ÁLVAREZ GUTIÉRREZ, OSB(PUC-CHILE) Abismados por el Misterio. Eckhart, Heidegger y el poeta Mujica en diálogo interdisciplinario SILVIA JULIA CAMPANA (ALALITE/UNSTA/UCA) Mística: experiência, tecitura e leitura FRANCISCO GONÇALVES (FEAP/UFF) JOSÉ CARLOS DE LIMA NETO (PUC-RIO) Teresa de Ávila e a parábola do bichoda-seda. Encantamento e sedução de uma teo-poética em prosa Lúcia Pedrosa Pádua PUC-Rio Estamos no interior de um dos símbolos mais importantes do livro Castelo Interior ou Moradas, de Santa Teresa de Ávila. Literariamente, pode ser lido como uma unidade com valor próprio. Há detalhes de linguagem, diminutivos, palavras que evocam textos bíblicos. A autora encontrase numa encruzilhada narrativa, precisa mostrar que o amor de Deus opera uma transformação interior em direção à liberdade, à beleza e ao amor concreto, aquele vivido nas relações humanas cotidianas. Mas esta metamorfose é também morte, alteração da rota, transformação radical à anterior forma de vida, tão enraizada e apegada a mil coisas. Não é possível seguir adiante sem abrir espaço, deixar algo. São João da Cruz havia expressado esta realidade poeticamente: Matando, trocaste morte por vida. Como expressar esta realidade sem desanimar o/a leitor/a que anela o caminho espiritual profundo. É neste momento da narrativa que Teresa entra em contato com 32

33 um conhecimento inesperado, vindo do mundo da natureza: uma cesta cheia de casulos de bichos-da-seda que a deixa maravilhada com o cosmos e com o milagre da vida. Ali encontra, então, a inspiração para seguir narrando as etapas do seu castelo interior. Descreve a metamorfose da borboleta, com detalhes, mostrando a passagem de uma situação em que ela parece não ter vida ao momento em que, crescida, a lagarta começa a fiar, com sua boca, o seu casulo. E, nele fechada, em seguida o abandona, na forma de graciosa borboletinha branca. A descrição da natureza dá então espaço à descrição da transformação interior que vem da união com Cristo casulo que traz liberdade. A passagem ficou conhecida como uma alegoria batismal, da vida pascal sempre chamada a se renovar no amor divino. Podemos vê-la como um exemplo de prosa que traz em seu interior uma poética teológica envolvente, realizada por uma imagem em movimento. La luz, el castillo y el sueño en la espiritualidad de textos aljamiados María Teresa Narváez Universidad de Puerto Rico En España convergen dos de las grandes tradiciones místicas: la islámica (o sufismo, durante la Edad Media, bajo el periodo andalusí) y la cristiana (durante el siglo XVI). Los moriscos, como se denominaba a los musulmanes bautizados y convertidos al cristianismo y a sus descendientes, participan por derecho propio de ambas tradiciones espirituales. Se han explorado huellas del simbolosmo sufí en la literatura mística de santa Teresa de Jesús y san Juan de la Cruz. Cómo llegan a estos esa simbología musulmana, siglos más antigua? Podrían ser los moriscos el eslabón entre ambas espiritualidades? Esta comunicación explora tres elementos simbólicos presentes en la literatura aljamiada. Esta, redactada en castellano utilizando los caracteres árabes, era el último reducto de resistencia cultural de los moriscos, que la escribían y ocultaban en paredes huecas, alacenas y pisos falsos. En la obra aljamiada de El Mancebo de Arévalo se encuentran pasajes esotéricos plenos de imágenes simbólicas. Estudiamos los motivos de la luz, del alma como castillo y del sueño espiritual, en un intento por trazar su origen sufí. La pervivencia, siquiera menor, de motivos sufíes en la literatura aljamiada da fe de que los moriscos conservaban siquiera parcialmente esta compleja y riquísima tradición de lenguaje místico. Esto puede constituir el vínculo entre la simbología del sufismo y la de los grandes místicos españoles. De otra parte, estos pasajes aljamiados revisten un enorme interés en sí mismos por su belleza y complejidad. Y arrojan luz sobre esta nación morisca, híbrida culturalmente, viviendo públicamente como católicos mientras en secreto preservaban sus señas de identidad islámica. Uma leitura moral da conversão agostiniana Marílya Caldas Barros UEPA O registro da existência humana, o registro do íntimo, do ser enquanto sua complexidade interior, para além dos feitos exteriores, é tema de muitos trabalhos desenvolvidos no campo das Ciências da Religião e da Filosofia, articulando interfaces da Literatura. O presente artigo realiza essa intersecção de saberes a fim de traçar um horizonte interpretativo e revisional da conversão agostiniana sob a perspectiva da autobiografia tomando como base para tal a obra Confissões, do filósofo africano Agostinho de Hipona, sob a ótica de importantes teóricos do gênero confessional. Para tanto, estabelece-se, em breve momento, condições de aproximação entre o discurso literário e o discurso religioso por meio do gênero autobiografia; finalizando-o com o conceito de moral, sob a perspectiva cartesiana, a fim de identificar a sua concepção na obra Confissões a partir da escrita do eu. 33

34 Hacia una conceptualización de la experiencia mística: la narrativa esponsal de Bernardo de Claraval. Rodrigo Álvarez Gutiérrez OSB PUC-Chile San Bernardo de Claraval esquematiza un método simbólico-teológico en su lectura sistemática de la Escritura. Esta metodología se compone de etapas. Estas son: presentación del símbolo, relación del alma con el símbolo y construcción de sentido del mismo. Por ello, el texto bíblico es presentado por el monje cisterciense como una metáfora de la búsqueda humana, como deseo de unión; y en definitiva como un ascenso espiritualsimbólico. Dicha comprensión implica un esfuerzo interpretativo, pues figuras como el pefume, el beso o el abrazo dan cuenta de una nueva relación del Creador y la creatura. Esta es una relatioamoris. La presente comunicación pretende abordar dicha disyuntiva antropológica-teológica: Creador-creatura; mediante la formulación de un concepto de mística relacional, donde la distinción entre ambos protagonistas implique una cierta reciprocidad simbólica y literaria. Abismados por el misterio. Eckhart, Heidegger y el poeta Mujica en diálogo interdisciplinario Silvia Julia Campana ALALITE/UNSTA/UCA Mística y poesía conforman un binomio inseparable y, en estos tiempos de ausencia, develan el hondo deseo del hombre de ir más allá de lo inmediato, lo exitista, lo superficial. El poeta argentino Hugo Mujica abre, desde su decir poético, una puerta hacia el abismo y el desierto, hacia el límite del lenguaje y del silencio. Podemos vislumbrar en su poesía la herencia de Heidegger y, junto al filósofo, es arrastrado también el Maestro Eckhart desde su ir a Dios sin dios. Desde el diálogo interdisciplinario entre filosofía, teología y poesía nos aproximaremos a descifrar esta influencia que transforma el decir del poeta-filósofo y actualiza su palabra en el desierto y nos abisma en el misterio de lo indecible. Mística: experiência, tecitura e leitura Francisco Gonçalves (FEAP/UFF) José Carlos de Lima Neto (Puc-Rio) O místico ou o indivíduo religioso, ao vivenciar a união com a divindade, tem a experiência interior de inteireza e completude. O leitor, ao ter contato com a poesia, por exemplo, além de voltar sua atenção para o sentido, se pode sentir atraído pelo o ritmo, pela cadência do texto, pelas as evocações que ela suscita. Em um determinado momento, de forma surpreendente, este leitor pode vivenciar um tipo de contentamento espiritual, uma sensação de completude que não passa pela racionalidade. Falamos de uma conjugação de experiência mística/ religiosa e experiência estética, ambas provocadoras de abalos e subtração do indivíduo de seu cotidiano, num engendramento contínuo de sensações variadas. O escopo da presente pesquisa, ainda em curso, é variado, contém textos medievais, como o Boosco Deleitoso e obras contemporâneas. Teoricamente, nos baseamos nossas leituras em conceitos de Rubem Alves, Hans UlrichGumbrecht, Maria Clara Bingemer, dentre outros. 34

35 ERÓTICA, MÍSTICA E LITERATURA Marcus Reis Pinheiro (UFF) André Decotelli (PUC-Rio) 27/09 14h-17h AUDITORIO DO RDC Eros e Mística em Plotino MARCUS REIS PINHEIRO (UFF) Habitados por dentro e rodeados por fora : a mística cósmico-unitiva de Ernesto Cardenal ELISÂNGELA APARECIDA DE SOUZA ALVES(UFJF) La Nostalgia y el deseo de Diosen la teología mística de Guillermo de Saint-Thierry EVA REYES GACITÚA(Universidad Católica del Norte. Antofagasta-Chile) Mística e erotismo no pensamento de Georges Bataille CLEIDE MARIA DE OLIVEIRA (CEFET-MG) La Voz como presencia deseante en la poesía de Alberto Szpunberg MERCEDES MARÍA LENNON(SIPLET/UCA) O desejo platônico pelo divino ANDRÉ DECOTELLI (PUC-RIO) Rubem Alves e a releitura erótico- herética do credo EDSON FERNANDO DE ALMEIDA (UFJF) A terceira margem da linguagem. Apontamentos sobre mística e poesia JOSIAS DA COSTA JÚNIOR (UEPA) Eros e Mística em Plotino Marcus Reis Pinheiro UFF O objetivo da apresentação é desenvolver os aspectosprincipais da filosofia de Plotino ressaltando como a noção de eros (desejo erótico sublimado)se vincula aos dois níveis de sua mística. Pode-se dizer que em Plotino há aquela mística emque a hipóstase da Psyché (alma) se unifica com o Intelecto (Nous) e há também uma outramística em que o Intelecto (Nous) se identifica com o Uno/Bem. Nas duas, há sutilizas especiaisque concernem as noções de processão e retorno contemplativo que serão apresentadossempre vinculando-os às noções que perpassam o termo eros em Platão e Plotino. 35

36 Mística e erotismo no pensamento de Georges Bataille Cleide Maria de Oliveira CEFET-MG Georges Bataille é um nome obrigatório para quem quer pensar o erotismo, entendido por ele como um evento intrinsicamente humano que, por isto mesmo, pode nos trazer uma compreensão maior sobre o que seria esse ser adjetivado. A comunicação propõe uma análise do conceito batailliano de erotismo, que ele distingue entre erotismo dos corpos, dos corações e sagrado. Dentre esses nos concentraremos no erotismo sagrado, ou místico, buscando explicitar as especificidades do pensamento batailliano sobre o tema e suas contribuições para compreender esse fenômeno tão complexo como a mística. Habitados por dentro e rodeados por fora : a mística cósmico-unitiva de Ernesto Cardenal Elisângela Aparecida de Souza Alves O objetivo desse trabalho é apresentar uma possibilidade de leitura do último livro de Ernesto Cardenal, publicado no início de 2018 e intitulado Assim na Terra como no Céu, pontuando o fato de que essa publicação é voltada para uma mística que enseja mostrar que todos juntos animais, vegetais e minerais que compõem o (s) universo (s) entoamos um cântico cósmico. A fim de desenvolver essa proposta, será necessária uma breve exposição a respeito da mística singular de Cardenal, pautada em carícias, beijos e abraços, uma mística que usa de imagens eróticas a fim de fazer ver que acessamos o Uno a partir do instante em que nos relacionamos com o outro. Nessa nova obra, o místico nicaraguense continua a apresentar ideias as quais já defendera em outras publicações, como o fato de que somos espelhos que refletem o criador, de que é necessário entendermos estar o Céu tão aguardado por muitos aqui, basta para isso que abramos os olhos e, libertos das amarras do egocentrismo, percebamos essa verdade. Aponta também para a necessidade de termos cuidado com cada ser que compõe o cosmos, uma vez que todos formamos conjuntamente a criação e a união de todos é o que possibilitará à humanidade vislumbrar a face de Deus. Assim, Cardenal defende o fato de que é mister lutar contra a injustiça, a exploração do homem e a destruição do meio ambiente. Dessa forma, estaremos amando a Deus, mesmo se duvidarmos de sua existência. La Nostalgia y el deseo de Dios en la teología mística de Guillermo de Saint-Thierry Eva Reyes-Gacitúa Universidad Católica del Norte. Antofagasta-Chile. Guillermo de Saint-Thierry, teólogo y místico del siglo XII, despliega en un lenguaje de auténticabelleza, la nostalgia y el deseo del hombre por conocer y amar a Dios.Este camino de movimiento ascensional -presente en todos sus escritos- le permite desarrollar unasólida y osada teología, en cuanto el hombre puede llegar a comprender que amar a Dios le posibilitaentrar en la misma Trinidad.Por esta razón, para el abad de Saint Thierry, la nostalgia es una forma del amor que se hace caminoy aspira llegar a la meta del día final que en el Comcant corresponde al Amado salutare Dei. De estemovimiento, el deseo no sólo se reduce a un simple fenómeno psicológico, sino que también se transforma en destino del hombre fruitio Dei, puesto que es a Dios quien se desea como BienSupremo y, por tanto, sólo Él puede colmar.por consiguiente, esta línea de pensamiento se ha de verificar a partir del método teológico delautor, cuyo fundamento bíblico se encuentra a la raíz de sus enunciados. Desde este lugar se abriráel texto hacia la comprensión mística en la reflexión guillerminiana, donde los vocablos: el amor corre, el deseo 36

37 atormenta, gemidos inenarrables, etc; estimulan la riqueza de los enunciadosteológicos y literarios en vista a expresar al Logos allí significado. La Voz como presencia deseante en la poesía de Alberto Szpunberg Mercedes María Lennon SIPLET/UCA Por el camino de la Voz, que llama y hiere en el cuerpo, la poesía del argentino Alberto Szpunberg (1940), protagonista medular de la década del sesenta, abre un espacio de intimidad y accede a la mística como experiencia carnal del enigma del otro en uno mismo. Una Voz que a su vez se derrama en otras voces encarnadas en la historia a las que el poeta les presta su escucha. Escucha que en Szpunberg se convierte en una ética en acto. De este modo sus versos se despliegan entre la plegaria y el manifiesto político, entre la estética y la ética, "todo el mismo grito de corazón".resulta oportuno mencionar en esta instancia de encuentro interdisciplinario, la antología que nuestro poeta dirige en Barcelona, Prosa y poesía mística (1996), fruto del diálogo que aquí establece con la mística española, comprendida entre los siglos VIII y finales del XV y que manifiesta el horizonte de las búsquedas de este "viajero del mundo interior".abordaremos la lectura de su poesía reunida, Como sólo la muerte es pasajera (2013), fundamentalmente, de los poemarios "La encendida calma" (2002) y "La academia de Piatock" (2008) con el horizonte teórico que aporta la poética de la escucha del poeta y lingüista Henri Meschonnic, como asimismo con el sustento teológico- político de Juan Bautista Metz y el acierto de la metáfora "mística de ojos abiertos", con conceptos que llegan de la hermenéutica ricoeuriana tales como la refiguración del sí mismo frente al espejo de las Escrituras bíblicas, la dialéctica entre ipseidad y alteridad y la figura del sí responsivo. O desejo platônico pelo divino André Decotelli PUC-Rio Platão em sua obra apresenta um retrato do filósofo no qual se pode associa-lo tanto à místicacomo ao campo do erótico. Sócrates, o modelo ideal platônico, é um sedutor obcecado pelodivino como o enamorado é por sua amada. Não se dedica a outra atividade que não a buscapelo gozo da contemplação no espetáculo do belo. Ao passo que o filósofo atrai jovens com asedução dos seus discursos belos, hiponitizando-os e levando-os ao êxtase comparado aostranses báquicos, ele também se comporta como um místico portador dos mistérios do amor. Afilosofia se torna uma busca erótica pelo divino cósmico, que se encontra em uma dimensãotranscendente, da esfera do inefável e divino. Rubem Alves e a releitura eróticoherética do credo Edson Fernando de Almeida UFJF Este trabalho tem como objetivo apresentar a compreensão que Rubem empresta àafirmação basilar da tradição cristã: creio na ressurreição do corpo. A ressignificação dapenúltima linha do credo apostólico feita pelo teólogo mineiro espelha a potenciacriativa de sua teopoética. O trabalho está concentrado no livro Creio na ressurreiçãodo corpo: meditações, texto que inaugura uma forma de escrita teológica apropriadaao contexto cultico/devocional e centrada nos sentidos corpóreos do sujeito e dacomunidade. A terceira margem da linguagem. Apontamentos sobre mística e poesia Josias da Costa Júnior UEPA A proposta dessa breve comunicação é fazer alguns apontamentos sobre mística epoesia, tomando como plataforma comum para esses apontamentos a linguagem. 37

38 Oobjetivo é colocar em relevo a centralidade da linguagem nas reflexões e discussõessobre mística e poesia. Nesse sentido, a comunicação parte da ideia segundo a qualmística e poesia compartilham do mesmomodo de uso da linguagem, que secaracteriza, entre outros aspectos, pela busca de uma palavra livre. Com isso, defende-setambém a relevância do enfrentamento do problema da linguagem, através de teóricosoriundos da Linguística e da Filosofia, nos estudos de mística. O percurso será iniciadocom a discussão epistemológica trazida por Platão no diálogo Crátilo, que vaiinfluenciar a tradição filosófica ocidental, continua com as discussões contemporâneas apartir de Ludwig Wittgenstein, e a centralidade que oferece à linguagem e encerra-secom Martin Heidegger e a perspectiva da experiência da linguagem. Finalmente, o títuloda comunicação é inspirado no famoso conto de João Guimarães Rosa, A terceiramargem do rio. 38

39 O LEGADO DE PAUL RICOEUR: CRÍTICA, CONVICÇÃO E POÉTICA René Dentz (ISTA/FAJE) Cristina Bustamante (PUC-Chile) Paulo Faria (PUC-Minas/FAJE) 25/09 14h-17h MINI AUDITÓRIO DO RDC A espiritualidade nos sermões de Paul Tillich ALEX DA SILVA MENDES (PUC-SP) A fenomenologia do tempo no Livro XI das Confissões. Paul Ricœur lê Agostinho CANDICE CARVALHO(UNESP) Jean Nabert e a noção de divino: uma chave conceitual para a antropologia filosófica de Paul Ricoeur CRISTINA AMARO VIANA MEIRELES (UFAL) Paradigmas da Teoria Textual de Paul Ricoeur ESDRAS COSTA BENTHO (FAECAD) Crer para compreender : na teologia, na arte, na ciência PAULO ANTÔNIO COUTO FARIA (PUC-MINAS) La iglesia de todos los días, una lectura poética de GaudiumSpes N 1 ROSA ESTELA YÁÑEZ POBLETE (UNIVERSIDAD CATÓLICA SILVA HENRÍQUEZ) Por uma teopoética do perdão a partir de Paul Ricoeur RENÉ DENTZ(FAJE/ISTA) A espiritualidade nos sermões de Paul Tillich Alex da Silva Mendes PUC-SP Paul Tillich é um dos mais influentes teólogos do século XX. Tillich ( ), é típico da erudição alemã no que ela tem de melhor. Não há nenhum teólogo americano que disponha de tanta riqueza de pesquisa histórica como se vê em Tillich. Como disse o teólogo William E. Hordern: Tillich tem sido chamado, com razão, o teólogo dos teólogos. Suas obras nunca aparecem em linguagem fácil, embora seja muito compensador o esforço que o leitor tem de despender. Apesar de toda sua contribuição acadêmica e ministerial, Tillich teve suas ideias distorcidas por alguns grupos evangélicos conservadores. Como diz o teólogo Calvani: Sempre que se referiam a ele, o faziam criticando a linguagem filosófica de sua teologia e acusando-o de não dar importância às questões ditas espirituais ou à espiritualidade. 39

40 É preciso enfatizar, que Tillich deu muita importância a espiritualidade e a vida devocional. Rollo May que foi aluno e amigo de Tillich, nos fala sobre alguns traços da personalidade e o ser humano por trás do teólogo. May comenta que em várias ocasiões, às vezes até mesmo durante aulas e palestras, a voz de Tillich se embargava e seus olhos lacrimejavam, o que surpreendia a muitos. May nos conta ainda que Tillich, enfrentava alguns momentos de solidão e angústia. Ele pensava que esses momentos eram preciosos para produzir reflexões acerca da criatividade e capacidade humana. A importância desses momentos de solidão é afirmada por Tillich num sermão baseado em Mateus (a narrativa em que Jesus se afasta da multidão e sobe a um monte para orar, em solidão). A FENOMENOLOGIA DO TEMPO NO LIVRO XI DAS CONFISSÕES Paul Ricœur lê Agostinho Candice Carvalho UNESP Existe uma correlação entre a experiência humana do tempo e a narratividade, eis a tese desenvolvida por Paul Ricœur ao longo dos três volumes de Tempsetrécit( ). Um dos pontos centrais das investigações reunidas na obra consiste, por certo, no entabulamento de uma interlocução triangular entre a epistemologia da historiografia, a crítica literária aplicada à narratividade e a fenomenologia da consciência do tempo. O debate direto com o autor das Confissões ocorre em dois momentos estratégicos: na primeira parte da trilogia, intitulada Le cercle entre récitettemporalité, que se consagra a definir as pressuposições que o resto do livro submete à prova; na quarta parte, ou seja, no terceiro tomo, Le tempsraconté, no quadro do capítulo L aporétique de latemporalité, dedicado inteiramente à análise progressiva da fenomenologia do tempo através de Agostinho, figura matricial, Husserl e Heidegger. A ênfase do comentário do Livro XI das Confissões recai expressamente sobre o caráter aporético da experiência humana do tempo e, mediante o confronto com o Livro IV da Física de Aristóteles, sobre a antinomia entre o tempo da alma e o tempo do mundo. Tomando como apoio o texto das Confissões, o propósito desta comunicação consiste em discutir ponto a ponto o teor e o alcance da leitura minuciosa empreendida por Paul Ricoeur de modo a situá-la no quadro geral de sua teoria do nexo entre temporalidade e narratividade. Seguindo o método e o estilo dialógico do próprio filósofo, trataremos na sequência de paralelizar sua abordagem da investigação agostiniana do tempo com outras análises fenomenológicas contemporâneas de expressão francesa, particularmente as de Claude Romano em L événementetletemps (1999). Jean Nabert e a noção de divino: uma chave conceitual para a antropologia filosófica de Paul Ricoeur Cristina Amaro Viana Meireles UFAL Nesta comunicação, pretendemos explorar o pensamento do filósofo Jean Nabert ( ), com foco em sua obra póstuma (inacabada) Le désir de Dieu(1966), bem como no denso e curto artigo Le divinetdieu(1959). O objetivo é buscar esclarecer a noção de divino, de interesse para uma melhor compreensão da antropologia do homem finito-infinito apresentada por Paul Ricoeur ( ) em L Hommefaillible(1960). Se, na visão de Ricoeur, o homem consiste numa perene mediação entre duas dimensões que constituem seu ser a finitude e a infinitude, não podendo ser compreendido por nenhum dos dois polos separadamente, parece que a filiação a Nabert tantas vezes alegada por Ricoeur pode ser verificada ao acompanharmos as reflexões nabertianas sobre a noção de divino. Isso porque, segundo Nabert, o divino não coincide com Deus; antes, o divino é aquilo que circula através das ações e dos pensamentos (Le désir de Dieu, p

41 178). Uma das consequências que daí depreendemos é que, não sendo o divino exclusivamente predicado de Deus, ele pode ser estendido ao homem, o que ilumina a noção ricoeuriana de mediação imperfeita. Aos olhos de Nabert, o divino explica a aproximação entre homem e Deus no seio mesmo da experiência concreta, que é sempre finita. Mas finitude aqui é entendida no sentido ricoeuriano de abertura, tal como desenvolvido em L Hommefaillible, ou seja, englobando fundamentalmente a ultrapassagem da finitude na própria finitude. Para além do que possa nos dizer sobre Deus, parece que a noção de divino tem algo a nos dizer sobre a natureza do próprio homem. Paradigmas da Teoria Textual de Paul Ricoeur Esdras Costa Bentho FAECAD Intérpretes ricœurianos têm empreendido variegados esforços para esboçar uma estrutura que sirva de suporte para a compreensão da hermenêutica textual do filósofo de Valence. Geraldo de Mori observa que a teoria textual de Ricœur se inscreve em um projeto mais amplo: o da hermenêutica do si. Anne-Marie Pelletier afiança que é na textualidade que se enraíza o sentido com o qual o ato hermenêutico tem a ver. Mauricio Beuchot, consigna a noção de texto como a mais importante para o filósofo, uma vez que se trata do objeto da interpretação. Todavia, as três especificações destacadas pelos estudiosos fazem parte de um mesmo projeto ricœuriano que, conforme a questão em debate, é posta pelo autor em relevância mais do que a outra. A compreensão do si, que na hermenêutica romântica ocupara um lugar proeminente, em Ricœur será transferida para o fim, como fator terminal, e não como fator introdutório ou centro de gravidade. Em Ricœur a noção de texto tem um papel condutor, no entanto, é o mundo do texto que se constitui o centro de gravidade da questão hermenêutica, uma vez que o mundo da obra toma o lugar da intenção do autor. Crer para compreender : na teologia, na arte, na ciência Paulo Antônio Couto Faria PUC-MInas Ricoeur abriu varias frentes de pesquisa. Uma das sendas, explorada pelo filósofo e por aqueles que o seguiram, é o diálogo próximo com a teologia e exegese cristãs, chegando mesmo a oportunizar à critica de dirigir-se ao filósofo como um criptoteologo. Ao contrário da crítica, as fontes cristãs da sua obra, forneceram inesgotáveis e profundas questões para a filosofia. Ricoeur identifica na confissão religiosa uma estrutura comum a todo ato de compreensão, estendendo assim o campo semântico do adágio escolástico, crer para compreender. Com base nesse pressuposto é que se pode pensar a poesia, a literatura, a arte em geral, e até as ciências mais rigorosas, como instrumentos poderosos de hermenêutica teológica. Certamente que o crer presente no ato de compreender não possui a mesma natureza sempre, mas a estrutura é a mesma. Isto significa que, a partir de Ricoeur, podemos aproximar um místico de um literato, um teólogo de um cientista, uma confissão de fé de um postulado na ciência. No sentido inverso, isto significa ainda que a teologia, a mística e a literatura possuem um viés de exatidão científica. Toda poesia tem uma métrica, os salmos também a tem. Eles não são medidos unicamente pelas técnicas as quais foram redigidos, mas uma vez que se as identificam, elas contribuem para a boa e sã compreensão. O artigo pretende expor esse entrecruzar de confissão de fé, próprias do discurso teológico e místico, e outras confissões que estão inseridas nos discurso literário até no científico. 41

42 La iglesia de todos los días, una lectura poética de GaudiumSpes N 1 Yáñez Poblete Universidad Católica Silva Henríquez Cómo hablar de la Iglesia?, una propuesta desde la lectura y el discurso Paul Ricoeur en dutexte à l action afirma: si la lectura est posible, c est bien parce que le texten estpasfermé sur lui-même, maisouvert sur une autrechose: lire, c est, en toutehypothèse, enchaîner un discoursnouveauaudiscours du texte. Desde la hipótesis propuesta por Ricoeur, relación discurso-lectura-discurso, el trabajo, que se describirá a continuación, tiene como objetivo establecer una relación, de lectura discurso, entre lo expresado, por el Concilio Vaticano II sobre la presencia de la Iglesia en el mundo GS Nº1 y el poema titulado la Iglesia que yo amo. El poema se inicia con una declaración de amor hacia la Iglesia: La Iglesia que yo amo es la Santa Iglesia de todos los días. Los 190 versos que componen el poema describen la relación mística que vive el creyente con esa comunidad que, finalmente se vive en la cotidianidad del día a día, del camino recorrido, de la procesión diversa. Por uma teopoética do perdão a partir de Paul Ricoeur René Dentz FAJE/ISTA Ricoeur propõe um saber narrativo que fundamente as mudanças da intriga e do enredo e dos diferentes gêneros literários ou variações imaginativas apresentadas em uma Poética. A condição necessária é fornecer suporte à reconfiguração da mímesis, do muthos e da karthasis, os conceitos mais fundamentais da poética. Nesse momento podemos também articular a poética à hermenêutica do si, que tem na figura da identidade narrativa sua mais importante característica. Esse caminho evidencia seu projeto hermenêutico e sua poética da vontade, que, mesmo inacabada, pode ser entendida a partir de sua teoria do agir, sobretudo em Soimêmecommeunautre e em Parcours de lareconaissance. Nesse momento, podemos afirmar um lugar privilegiado do perdão, que estaria em um ponto de convergência entre a lembrança e o luto. Por isso, podemos imaginar uma espécie de cura pelo perdão, por meio de uma vulnerabilidade intrínseca ao humano, iniciando na região da memória e prosseguindo pelo esquecimento. O perdão e o esquecimento possuem uma relação fundamental, pois agrega à lembrança e ao luto a dimensão da generosidade. A lógica da superabundância em Paulo, que se opõe à lógica da equivalência da lei acrescenta elementos que compõem a economia da dádiva que interrompem o esquema dívidapagamento. Ricoeur afirma assim a libertação da teologia da cruz de uma interpretação sacrificial. O perdão, em analogia à Graça, é entendido então como imprescindível à justiça. Os sacrifícios humanos se superam, dissolvendo-se a busca da justiça perante o cumprimento das leis, subvertendo-as. Os sacrifícios perdoam as dívidas que a lei estabelece. Trata-se da flexibilidade da lei mediante a justiça, emanando do amor ao próximo, do reconhecimento do outro, anterior à lei, cujo cumprimento produz justiça. 42

43 TRAVESSIAS ENTRE MITO- E TEO- POÉTICA: A SECULARIZAÇÃO DO TEOLÓGICO E A TEOLOGIA DA SECULARIZAÇÃO NO ADVENTO DA LITERATURA MODERNA André Ricardo do Passo Magnelli (IESP-UERJ/Ateliê de Humanidades) Sebastião Lindoberg da Silva Campos (PUC-Rio/CAPES) 27/09 14h-17h SALA LEANDRO KONDER/CTCH L1156 Honoré de Balzac:a fé na literatura e incompreensibilidade de Deus M. INÊS CANEDO ARIGONI (UFRGS) Lo divino grotesco: García Márquez y el cuento Un señor muy viejo con unas alas enormes LUIS ARÁNGUIZ KAHN (PUC-CHILE) Sem a carne a alma não existe. Uma interlocução contemporânea entre Tertuliano de Cartago(A ressurreição da carne) e Richard Morgan (Carbono alterado) LUIZ ANTÔNIO PINHEIRO (PUC-MINAS/ISTA) El pecado de Caín: silencio y lenguaje en Juan 8,44 y su recepción en la obra literaria El Señor de las Moscas MARÍA DE LOS ANDES VALENZUELA CORALES (UNIVERSIDAD CATÓLICA DEL MAULE) Entre la filosofía y la poesía: Hölderlin y Heidegger M. TERESA STUVEN (PUC-CHILE) Mikhail Bulgákov:As Peripécias Diabólicas em O Mestre e Margarida PATRÍCIA LEONOR MARTINS(UFSC) A profanação do ser da guerra e da guerra do ser: uma releitura da obra O prisioneiro, de Erico Veríssimo, por um viés teológico-literário. RITA DE CASSIA SCOCCA LUCKNER (UMESP/CAPES) Da crise à metanoia - a poética do sagrado em Jorge de Lima e Murilo Mendes SERGIO CARVALHO DE ASSUNÇÃO (UNESA) A Cidade Fictiva e a Lisboa Mística de José Rodrigues Miguéis PAULA VERA-BUSTAMANTE (USP) 43

44 Honoré de Balzac:A fé na literatura e incompreensibilidade de Deus M. Inês Canedo Arigoni UFRGS Honoré de Balzac foi reconhecidamente um autor conservador, para quem o catolicismo e a monarquia formaram uma unidade: dois princípios gêmeos (BALZAC, 1959, p. 15). Ele afirmava que produzia à luz de duas verdades: a religião e a monarquia. As representações da Igreja Católica são numerosas, na Comédia Humana, e possuem certo atrevimento, que faz sentido a alguém que declarou: Politicamente sou da religião Católica [...] e nunca me distanciarei disso (ibid., p. LXIX); apesar de se dizer não ortodoxo e incrédulo na Igreja Romana. Mesmo empreendendo, em sua obra, os homens, as mulheres e as coisas [...] as pessoas e a representação material que elas dão de seu pensamento (ibid., p. 12), Balzac, adverte: Ao ver-me amontoar tantos fatos e pintá-los tais quais são, [...], algumas pessoas imaginam, erroneamente, que eu pertencia à escola [...] materialista (ibid., p. 19). Então, seria histórico sem ser materialista? A provocação é propícia à reflexão sobre uma espécie de materialismo espiritualista balzaquiano que não recusa o aspecto histórico e essencialmente afirma o artístico. Séraphîte e La Peau de chagrin são obras que permitem esta reflexão: a primeira evidencia um delírio romântico com forte influência religiosa; a segunda, um mergulho em um universo irracional que transita do material ao imaterial registros em que se observam as tendências místicas de Balzac. Ao transitar da materialidade do texto literário ao sistema estético imaterial de sua genialidade, o que se revela inabalável é sua fé na literatura, uma mística que procura ideias puras de religiosidade somadas à incompreensibilidade de Deus. Lo divino grotesco: García Márquez y el cuento Un señor muy viejo con unas alas enormes Luis AránguizKahn Universidad Católica de Chile Entre los cuentos de Gabriel García Márquez, hay algunos que son de especial interés desde una perspectiva de análisis teológico o religioso. Un señor muy viejo con unas alas enormes escrito en 1968, aparece publicado en el libro La increíble y triste historia de la cándida eréndira y de su abuela desalmada y cuenta la historia de un ángel decrépito que cae repentinamente en un pueblo característico del estilo realista mágico del autor, y cuyo origen divino es puesto en duda por el sacerdote del pueblo. En esta ponencia proponemos una lectura hermenéutica que da cuenta de una tensión entre la iglesia católica y lo divino. Se mostrará cómo la figura del sacerdote representa (o encarna) a la religión católica en cuanto estructura institucionalizada que opera como gestora de lo divino, en tensión con el ángel, quien no obstante su apariencia, es una manifestación de lo divino que escapa de la racionalidad institucional de la iglesia y que, por ello, representa la resistencia de lo divino a la gestión religiosa.si bien en este caso no es posible sostener una espiritualización de lo sagrado fuera de los márgenes de la iglesia católica como ocurría en el modernismo, lo que sí es posible es sostener que asistimos a una resignificación grotesca de lo divino que opera en tensión con el peso histórico y litúrgico de la institucionalidad y el sacerdocio. Sem a carne a alma não existe Uma interlocução contemporânea entre Tertuliano de Cartago (A ressurreição da carne) e Richard Morgan (Carbono alterado) Luiz Antônio Pinheiro PUC-Minas/ISTA 44

45 As produções do universo fantástico, particularmente as distopias, tematizam de forma instigante a condição do ser humano no mundo contemporâneo. Estamos habituados com robôs, biônicos, androides, seres fantásticos, alienígenas de mundos diversos, nas mais diversas configurações, que, em última análise, são representações do ser humano na busca por sentido e realização. As intersecções entre matéria, carne, corpo, alma, espírito, mente, aparecem nessas obras nas mais bizarras conjunções. O romance Carbono alterado, de Richard Morgan, é uma das mais recentes aparições do gênero distopia ou ficção científica. A Ressurreição da carne, de Tertuliano de Cartago, é uma obra antológica da teologia cristã. Ao colocar em diálogo estes dois autores de tempos tão díspares, procuraremos abordar a ineludível questão do sentido último do ser humano. Tertuliano, teólogo dos albores do cristianismo, defende o cerne da fé cristã fundamentada na encarnação e ressurreição de Jesus Cristo, para a qual importa a íntima conexão corpo-alma, constitutiva do ser humano. Morgan, escritor deste novo milênio, constrói uma ficção ambientada no século XXV, em que a consciência da pessoa pode ser armazenada num cartucho, na base do cérebro, e baixada para um novo corpo, quando o atual parar de funcionar. Para a esperança cristã, que assume o mistério da morte, a ressurreição afirma a transformação do homem todo, corpo-alma, totalmente transfigurado, cuja carne verá a Deus. Nessa distopia, onde a morte nada mais é que uma falha no sistema, o reencapamento possibilita a continuidade da consciência, em corpos reaproveitados, cuja carne pouco importa. Em ambas as obras, no entanto, há uma interrogação fundamental acerca do que constitui o ser humano, seus anseios, buscas e realização. Carbono alterado é um sério questionamento aos rumos que o mundo vem tomando. A ressurreição da carne é um renovado apelo aos rumos que o mundo pode tomar. El pecado de Caín: silencio y lenguaje en Juan 8,44 y su recepción en la obra literaria El Señor de las Moscas María de Los Andes Valenzuela Corales Universidad Catpolica del Maule La investigación que sigue, se centrará en el estudio de Jn 8, 44, analizando de modo particular la expresión Este era homicida desde el principio, a fin de dilucidar cuál es el principio aludido por el cuarto evangelio, en el entendido de que la figura paradigmática de Adán, y el principio que éste representa, constituye una isotopía en diversos escritos judíos y cristianos. No obstante lo anterior, cabe preguntarse si la literatura joánica siguió este paradigma o tuvo otro en mente. El estudio que se plantea, pretende constatar que en razón a la cantidad de citas alusivas a Adán y el contexto de las mismas, el cuarto evangelio pareciera estar centrado en un paradigma distinto, de marcados rasgos dualistas, y centrado en el pecado de Caín, primer homicida de la humanidad primigenia. A partir de tal antecedente, el objetivo de la presente investigación es elaborar una reflexión en torno al paradigma de la violencia, presente en la fundación de la cultura, y la recepción estética de dicho modelo en la obra literaria El Señor de las moscas, escrita por William Golding. Entre la filosofía y la poesía: Hölderlin y Heidegger M. Teresa Stuven PUC-Chile La obra Ser y tiempo (1927) de Martin Heidegger revoluciona el ambiente intelectual de la época, al intentar el renacimiento del pensamiento filosófico acerca del ser, indicando que la ontologíá tradicional había planteado mal la pregunta por el ser y, por tanto, no había llegado a una solución correcta. El filósofo de Friburgo denuncia, además. en esa obra la pérdida de la esencial vinculación del hombre con lo que verdaderamente es, lo 45

46 cual conduce a una existencia inauténtica. Después de Ser y tiempo, desde los años 30, Heidegger publica varios escritos en que reflexiona sobre el quehacer poético y su referencia al ser. Es Holderlin, quien con sus versos, le abre un camino para develar la esencia de la poesía. Por qué él y no otro? Porque él es el poeta de los poetas : poetiza expresamente la misma esencia de la poesía. Se pregunta Heidegger qué es el lenguaje? No es un mero instrumento del hombre para comunicarse: es un bien que él ha recibido para atestiguar aquello que esencialmente constituye su existencia: su encuentro en medio de lo abierto del ser. La palabra poética es fundación del ser. La poesía no recibe el lenguaje como su material, sino que empieza por hacer posible el lenguaje.el lenguaje, por otro lado, se actúa auténticamente en el diálogo, sobre el cual nosotros nos unimos a través de la palabra esencial y a través del cual el poeta nombra a los dioses, que vienen en la palabra sólo cuando nos interpelan. Este trabajo intenta indagar acerca de la modalidad específica en que el poeta realiza la esencial apertura al ser a través de su oficio y cómo ésta se refleja en su manera de habitar el mundo. Para ello se analizarán los textos Hölderlin y la esencia de la poesía y Poéticamente habita el hombre de Martin Heidegger. Mikhail Bulgákov:As Peripécias Diabólicas em O Mestre e Margarida Patrícia Leonor Martins UFSC A cultura ocidental tem como um de seus alicerces o cristianismo, personagens cristãos são constantes na literatura e o Diabo é um deles. Assim, a Bíblia, como livro sagrado cristão, constitui-se em uma fonte rica para que possamos entender as origens do Diabo e tentar compreender essa personagem que tanto tem influenciado autores ao longo dos séculos. A proposta de trabalho tem como objetivo central desenvolver reflexões sobre a personagem do Diabo na obra O Mestre e Margarida, de MikailBulgákv, escrita ao longo de doze anos, entre os anos de 1928 e 1940, que fora publicada integralmente só após a morte do autor. Inicialmente far-se-á uma breve apresentação sobre o autor e sua obra, cujo Livro fora proibido por satirizar o totalitarismo e a censura às artes do regime soviético a partir de uma fábula sobre a visita de Satanás a Moscou. Uma obra que sobreviveu por mais de duas décadas e se tornou um fenômeno de vendas, entrando para o rol dos livros mais importantes do século XX.O foco da discussão estará centrado na personagem do diabo, sua carga teológica e a teoria satírica utilizada para dar voz à personagem do diabo em plena Moscou dos anos A ironia como mote para a comicidade também será explorada. Para tanto, utilizar-se-á autores como: Linda Hutcheon, MattehewHodgart, Mikhail Bakhtin.. Bem como apresentar uma breve síntese dos apontamentos de autores que trabalham com o diabólico na literatura, como: Karl-Josef Kuschel, Robert Muchembled; Henry Ansgar Kelly; Salma Ferraz e Giovanni Papini. A profanação do ser da guerra e da guerra do ser: uma releitura da obra O prisioneiro, de Erico Veríssimo, por um viés teológico-literário Rita de Cassia ScoccaLuckner UMESP/CAPES O escopo deste trabalho é apontar o texto literário como um dispositivo-lúdicoprofanatório, por meio da análise teológicoliterária da obra O Prisioneiro, de Erico Veríssimo (1967), cujo intuito é destacar elementos relacionados ao comportamento do ser humano que se encontra capturado em diversos níveis pelo poder. A partir dos conceitos de dialogismo e polifonia, de Mikhail Bakhtin, de iluminação profana, de Walter Benjamin e de dispositivo, de Giorgio Agamben, busca-se discorrer sobre a queda da linguagem, que se apresenta monológica (sacralizada) pelos excessos, para então ascender e se revelar dialógica (profana), com o intuito de ressaltar a função transformadora da literatura pelo 46

47 jogo que faz com as palavras, por meio dos ditos e não-ditos que fazem da linguagem reveladora de realidades e como meio de renovação e crescimento humano. Em O Prisioneiro, o autor apresenta um personagem ambíguo, confuso entre o remorso e a impenitência, conflitos cunhados pelo sistema que faz do indivíduo um instrumento de interesses econômicos e políticos. Se o sistema dita e desdita as regras, a literatura quebra o silêncio imposto ao ser que foi afastado de verdades importantes para o restabelecimento do conhecimento e retomada de posição crítica e ativa. Por intermédio da simbologia da obra, percebese o jogo cujas peças são expostas pela linguagem literária como caminho para a profanação dos dispositivos. Da crise à metanoia - a poética do sagrado em Jorge de Lima e Murilo Mendes Sergio Carvalho de Assunção UNESA Durante as primeiras décadas do século XX, no auge da modernidade industrial, o ocidente viveu um período de grande euforia desenvolvimentista no âmbito da ciência, da tecnologia e dos meios de comunicação. Paralelamente, diante das guerras, do colapso socioeconômico e da eclosão do nazi fascismo, o sujeito se viu mergulhado em uma crise que o esvaziava psíquica e espiritualmente, minando suas expectativas com relação ao futuro. Enquanto os valores culturais eram transformados em bens de consumo pela macroestrutura econômica e pelo materialismo da lógica industrial, ao retornar sua consciência sobre si, este mesmo sujeito viu seu papel social ser reduzido a uma função meramente maquínica. Além do empobrecimento da experiência cultural, o homem teve sua sensibilidade e psiquismo esboroados pelo desencanto e angústia, assinalando uma descrença espiritual e um esvaziamento dos sonhos e afetos, agravados pelas guerras e pela iminência da destruição atômica, o que o levou a um profundo malestar. Em face dessa perturbadora realidade, considera-se que o cultivo da poesia moderna se afirmou como um lugar crítico, proporcionando ao sujeito uma experiência de reinvenção da realidade através da linguagem. Assim, ao ressignificar seu espaço e reinventar sua perspectiva para além da experiência estética, o cultivo da poesia assumiu-se, efetivamente, como uma experiência ética de resistência e transgressão contra a lógica industrial e a alienação moral do capital, além da experiência de transformação espiritual (metanoia) do sujeito. Nesse sentido, este artigo propõe abordar a poesia de tonalidade espiritual em Jorge de Lima e Murilo Mendes, examinando o modo pelo qual suas respectivas poiesis foram movidas essencialmente pelo mal-estar do sujeito moderno no início do século XX, através da tensão permanente entre a negatividade profana e a espiritualidade cristã, experimentadas ao nível do corpo e no plano da poesia. A Cidade Fictiva e a Lisboa Mística de José Rodrigues Miguéis Paula Vera-Bustamante USP A cidade fictiva é aquela que nasce da criação estética literária. Um de seusparadigmas é a cidade mística ou cidade da redenção, que se caracteriza pelo vínculocom as cidades sagradas celestes e, portanto, possui um elo determinante com a divindade. Ela também está relacionada ao mito de Sophia e da Nova Jerusalém,retratados no Apocalipse de São João, que simboliza a iniciação do ser, segundo ognosticismo de Jung e a antroposofia de Rudolf Steiner.Mas, além de compreender a cidade mística como uma iniciação com estágiosou vias (purgativa, epifânica e unitiva) que visa à redenção dos homens, emerge, emcontrapartida, uma cidade profana, a 47

48 tecnópolis ou cidade da posse, que anula oshomens em função do ter, da ambição e da individualidade, e os escraviza perante osavanços tecnológicos, o crescimento desmedido da urbe e as profundas injustiçassociais, criando uma megalópole que busca aniquilar o princípio do bem comum dosprimórdios.o escritor português José Rodrigues Miguéis, ciente dessa oposição entre umalisboa tecnocrata e uma Lisboa mística, aborda em seu conto A bota a possibilidadeda restauração do bem-estar perdido. Nele, o protagonista Joaquim vive um processo de autognose, que o leva à contemplação de si mesmo e de Lisboa para superar a perda danamorada, que o abandonara numa noite de Natal, devido à sua falta de dinheiro. Assim,a cidade fictiva se transforma em uma experiência cognitiva na diegese, atingindo aconsciência do ser e da cidade em que habita. 48

49 SAGRADO, MODERNIDADE E REVOLTA Wiliam Alves Biserra (UnB) Victor Hugo Pereira de Oliveira (UnB) Werbson Azevedo Laurentino (UnB) 25/09 14h-17h SALA FÉLIX PASTOR L1158 O mal a partir dos protagonistas de A inocência do padre Brown, de G. K. Chestertone de Um crime, de G. Bernanos. HEITOR BENETTI (UNESP/CNPq) Alegria: a experiência estética como experiência transcendente em C. S. Lewis JOÃO LUCAS ALVES DOS SANTOS (UNEB) Mística e Literatura Fantástica. Uma abordagem das obras de C. S. Lewis MARCIO SIMÃO DE VASCONCELLOS(PUC-Rio) La mística de la luz en Pavel Florenski. Vínculos con FiodorDostoiesvki y la iconografía MARISA MOSTO (UCA/ALALITE) Epifania n O Aleph de Jorge Luis Borges NICOLAS LIMA PEIXOTO (UFRJ/CAPES) A Fenomenologia do Mal em Os Demônios de FiódorDostoiévski VICTOR HUGO PEREIRA DE OLIVEIRA (UnB/CAPES) Teologia para a paz: a responsabilidade das religiões nos conflitos à luz da obra Guerra e Paz,LlievTolstói JOSÉ DIÓGENES DIAS GONÇALVES (PUC-Rio) O mal a partir dos protagonistas de A inocência do padre Brown, de G. K. Chestertone de Um crime, de G. Bernanos Heitor Benetti UNESP/CNPq O objetivo deste trabalho é apresentar uma análise comparativa das personagens protagonistas de Ainocência do Padre Brown (1911), de Gilbert Keith e de Um Crime (1935), de Georges Bernanos visando compreender a temática do malpresente nessas obras. Analisei as semelhanças e distinções no campo técnico da composição estrutural do romance policial no que se refere às figura de detetive e criminoso para compreender como tais aspectos afetam a temática do mal. Como suporte teórico e metodológico, adotei a noção de literatura comparada de Machado e Pageaux (1988), pois oferece uma proposta de comparação de temas, e o instrumental teórico do romance policial oferecido por Todorov (2006) e Boileau- 49

50 Narcejac (1991). Para a compreensão do mal na literatura recorri a Bataille (1989). Pude constatar que as obras apresentam diferentes concepções de mal a partir do modo como a figura do protagonista é construída. Em A inocência do padre Brown, o protagonismo e a função de detetive cabem ao padre Brown, o qual soluciona os enigmas não com o objetivo de restabelcer a ordem e a justiça, mas sim de trazer a verdade à luz a medida que combate o crime entendido enquanto pecado. Observei que isso faz com que o mal apareça como um inigmigo passível de ser derrotado pelabusca da verdade. Já em Um crime, o protagonista apresenta a dupla função de detetive e de criminiso pois, ao longo da narrativa, descobre-se que era uma mulher assassina fingindo ser um padre recém chegado na aldeia. Nesse livro o mal, representado pelas escolhas da protagonista,é capaz de desencadear cada vez mais morte e destruição e se torna indestrutível. Enfim, constatei que no livro de Chesterton, o protagonista enfrenta e vence o mal enquanto no livro de Bernanos, a protagonista faz do mal um poder incontrolável e indestrutível. Alegria: A experiência estética como experiência transcendente em C. S. Lewis João Lucas Alves dos Santos UNEB O escritor, teólogo e crítico de literatura C. S. Lewis é considerado um dos principais pensadores cristãos do século XX, destacando-se, principalmente, por seus escritos apologéticos e por seu livro infantil As crônicas de Nárnia. Mesmo não tendo construido formalmente uma doutrina estética é possível encontrarmos, fragmentada na extensão da sua obra, diversas abordagens próprias ao caráter de uma filosofia da arte. O objetivo desse trabalho é apresentar algumas dessas abordagens e sistematizá-las em um argumento teórico que, nos parece, expressa sua maneira de ver a questão: a experiência estética como experiência transcendente. Para isso, pomos em diálogo a voz de Lewis a outras vozes da tradição filosofica e literária, especialmente a de Schopenhauer em sua metafísica do belo. A experiência estética como experiência transcendente em C. S. Lewis vêm contribuir para a discursão do papel da arte e da literatura na contemporâneidade. Mística e Literatura Fantástica Uma abordagem das obras de C. S. Lewis Marcio Simão de Vasconcellos PUC-Rio A proposta da comunicação é relacionar mística cristã, que é o fundamento da própria teologia, e literatura fantástica compreendendo esta como lugar tanto da teologia como da experiência mística. O que há em comum entre as definições desses conceitos é a dimensão do mistério que ambos compartilham. Pois, por um lado, a mística nos lembra da inefabilidade divina, diante da qual toda expressão da linguagem, embora necessária à sistematização da fé, revelase insuficiente, uma vez que a experiência de Deus ultrapassa os limites do conhecimento racional-lógico da realidade. Por outro lado, a literatura fantástica introduz no mundo cotidiano a dimensão do insólito, do fantástico, do maravilhoso que enriquece a própria vida. A literatura fantástica é usada para organizar a estrutura fundamental da representação e para transmitir de maneira forte e original experiências inquietantes à mente do leitor. Estas experiências inquietantes estão intimamente vinculadas à dimensão teológica e mística da existência. Por isso, a literatura fantástica é capaz de transmitir experiências profundamente humanas, incluindo as experiências teológicas e místicas. A partir dessa relação, o objetivo é investigar as obras ficcionais do escritor irlandês C. S. Lewis a fim de perceber como, nesses textos, Lewis aborda questões vinculadas à mística cristã e à teologia por meio do uso da literatura fantástica. 50

51 La mística de la luz en Pavel Florenski. Vínculos con FiodorDostoiesvki y la iconografía Marisa Mosto UCA/ALALITE En la carta cuarta de La columna y el fundamento de la verdad, titulada, La luz de la verdad Pavel Florenski desarrolla un profundo planteo metafísico en el que describe la comunión de las Personas divinas y humanas en la intersección de la Verdad, el Amor y la Belleza. La teología de la luz y las energías divinas de Gregorio Palamas, de raíces en parte platónicas, funciona como telón de fondo de un universo espiritual en el que Fiodor Dostoievski, Soloviov y la tradición de la iconografía aparecen hermanandos al pensamiento de Florenski. Epifania n O Aleph de Jorge Luis Borges Nicolas Lima Peixoto UFRJ/CAPES No conto O Aleph, de Jorge Luis Borges, após a morte da personagem Beatriz Viterbo, o narrador-personagem Borges passa a visitar a casa de sua família a cada aniversário da falecida, para cumprimentar seu pai e seu primo-irmão, Carlos Argentino Daneri. Com o passar do tempo, desenvolve-se uma relação de rivalidade literária entre Borges e Daneri, onde este busca mostrar sua perícia e engenho literários. Assim, Daneri revela a Borges o que seria a fonte de sua arte: havia um Aleph em seu porão. O Aleph, o ponto onde se encontram todos os demais pontos, um instante gigantesco, o microcosmo dos alquimistas e cabalistas, todas as imagens condensadas em uma só, ou poderíamos dizer: a epifania por excelência. De acordo com Olga de Sá, a epifania corresponde à aparição ou manifestação da divindade, ou ainda, a irrupção de Deus no mundo, revelando assim a origem religiosa desse fenômeno. Borges, sempre interessado em filosofia em teologia, parece incluir no conto O Aleph justamente essa revelação própria do momento epifânico, uma autêntica experiência mística. Deste modo, este trabalho busca compreender o fenômeno epifânico presente no conto, além de investigar a experiência mística vivenciada pelo Borges narradorpersonagem no momento da visão do Aleph. A Fenomenologia do Mal em Os Demônios de FiódorDostoiévski Victor Hugo Pereira de Oliveira UnB/CAPES O objetivo deste trabalho é investigar a maneira como o literato russo FiódorDostoiévski abordou a problemática do mal no seu antepenúltimo livro intitulado Os Demônios. O problema do mal começara a ser discutido na chamada Idade Subapostólica do cristianismo, que consistiu no desenvolvimento teológico e filosófico desta religião a partir do contato de alguns dos discípulos dos Apóstolos do Cristo com grupos heterodoxos. E, uma vez que Deus, no cristianismo, é visto como o Sumo Bem, a resposta que os primeiros e teólogos cristãos, especialmente Santo Agostinho, deram ao mal ficou conhecida como Teodicéia, apontando para uma resposta cristã à problemática do mal moral e metafísico. Além disso, sabendo que Dostoiévski foi bastante próximo do cristianismo ortodoxo russo, pode-se pensar que o literato tivesse a pretensão de mesclar ao seu estilo literário as ideias mais diversas do cristianismo, em especial a Ortodoxia Russa. Valentin Tomberg, filósofo e autor das Meditações Sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô, ao propor uma meditação para o Arcano Maior XV (O Diabo), menciona, brevemente, a maneira como Dostoiévski abordou a problemática do mal em Os Demônios. Para Tomberg, a abordagem mais saudável a ser feita do mal é através da fenomenologia que, de acordo com a definissão de E. Husserl, consiste numa reflexão sistemática de um fenômeno que aparece e age na 51

52 consciência. Desta forma, este trabalho pretende investigar, à luz da teodicéia e da fenomenologia, a problemática do mal na obra Os Demônios de FiódorDostoiévski. Teologia para a paz: a responsabilidade das religiões nos conflitos à luz da obra Guerra e Paz,LlievTolstói José Diógenes Dias Gonçalves PUC-Rio O presente trabalho é uma reflexão do potencial de paz da teologia na obraguerra e Paz. A convergência dos discursos das religiões a favor da paz contrasta com asua presença no centro dos grandes conflitos mundiais. Cabe perguntar se asdeclarações pacifistas das autoridades e dos fiéis se limitam ao discurso. Porém se realmente a intenção existe, como se efetiva a redução de conflitos com a intervençãodas religiões? O clássico russo Guerra e Paz é o eixo do argumento. Neste romancehistórico, LievTolstói, apresenta as batalhas do general Kutùzov, evidenciando oincontestável horror da guerra, mas o que prevalece é o esforço em fazer o bem,personificado no bondoso Pierre Bezùkov. A trama se desenvolve nos campos debatalha para deixar evidente que a busca pela paz não tem limites. A primeira vista aobra é uma odisseia de guerra, porém trata-se da celebração de paz, fruto do empenhopela verdade e pela bondade na humanidade. Qual seria a responsabilidade dosteólogos, religiosos e seus líderes neste esforço? Trata-se de uma pesquisa bibliográficaque objetiva apresentar a contribuição efetiva que as comunidades religiosas possuemem evitar ou diminuir as crises. A combinação dos conceitos Religião e Conflito possuimais espaço midiático que Religião e Paz, pouco destaque é dado ao aspecto positivopossivelmente o incremento de parcerias da sociedade civil com as comunidadesreligiosas possa mudar este quadro, inobstante a crescente pluralização e o aumento dasecularização, o resultado é a paz em destaque ao invés da guerra. 52

53 DE MULHERES E OUTRAS VOZES Ana Claudia da Silva (UnB) Verônica Bemvenuto de Abreu e Silva (UnB) 27/09 14h-17h SALA FÉLIX PASTOR L1158 Figurações do feminino em Há dois mil anos, de Emmanuel ANA CLAUDIA DA SILVA (UnB) La mística y la poesía del nosotros en Chiara Lubich RICARDO GONZÁLEZ HIDALGO(PUC-CHILE) Comunión y conciencia de sí en espera del Otro en Bajo las estrellas del Invierno de Héctor VielTemperley ESTRELLA ISABEL KOIRA (UCA) Figuras poéticas de la mística del testimonio en una poesía de Rafaela Pinto HERNÁN PABLO FANUELE (UCA) A relação entre a Literatura e o Sagrado na obra de Paulo Coelho TIAGO JOSÉ FONTOURA (UFJF) Brasil na visão de Humberto de Campos e a literatura espírita VERÔNICA BEMVENUTO DE ABREU E SILVA (UnB) Figurações do feminino em Há dois mil anos, de Emmanuel Ana Claudia da Silva UnB Na teia do romance mediúnico Há dois mil anos, de Emmanuel (1939) com psicografia de Francisco Candido Xavier, encontramos figuradas mulheres que traçam diferentes percursos do mundo material ao imaterial, as quais evocam, em sua condição narrativa, diferentes mitos do feminino: a velha sábia transparece nos conselhos de Calpúrnia e da serva Ana, enquanto Flávia representa a criança sagrada. Chama-nos a atenção, porém, as personagens antagonistas Fúlvia e Lívia, que representam respectivamente, no plano mitológico, os perfis paradigmáticos de Lilith e Maria. A trama romanesca, que recompõe episódios do primeiro século do Cristianismo, tem no senador romano PubliusLentulusCornelius o seu protagonista; é, porém, na relação com as mulheres que o orgulhoso Lentulus tem a oportunidade de encontrar o caminho da sua redenção. Em linhas gerais, a tarefa das personagens masculinas refere-se à vida material, enquanto a das mulheres liga-se à vertente espiritual. Embora Jesus apareça como personagem secundário de cuja convivência privam os escravos das casas aristocráticas e, veladamente, também algumas damas, um breve encontro com ele bastará para transtornar o rumo das principais personagens femininas, 53

54 Lívia e Ana, promovendo sua libertação no seio da sociedade patriarcal. La mística y la poesía del nosotros en Chiara Lubich Ricardo González Hidalgo PUC-Chile La experiencia mística y su expresión poética en la Iglesia católica, tradicionalmente han sido vivenciadas y significadas de un modo estrictamente individual y personal. Chiara Lubich, una gran carismática de nuestro tiempo, nos introduce y nos propone una nueva mística, la del nosotros, una mística comunitaria y trinitaria. La intención de esta comunicación es destacar uno de los aspectos fundamentales de la mística y de la poesía de Lubich, nacida del carisma de la unidad y de la experiencia colectiva de la presencia de Jesús en medio de la comunidad (Mt. 18,20) como lo es la mística y la poesía del nosotros. En la mística tradicional cada persona se relaciona con el Dios trinitario, presente en su propia interioridad, de forma individual, por ejemplo a través de la oración y de la Eucaristía. La mística que el Espíritu Santo propone para nuestro tiempo, como desarrollo de la anterior y como respuesta a los Signos de los Tiempos, según Lubich, es comunitaria. Lubich propone un cambio de paradigma místico basado en las siguientes convicciones: 1. Así como Dios habita en mí, también habita en el corazón de los hermanos. 2. Si Dios es Trinidad, es comunión de personas, el uno con el otro juntos, Padre Hijo y Espíritu Santo y ésta es modelo de toda vivencia para la humanidad. 3. Si Jesús vino a la tierra trayendo la vida de la Trinidad, estamos llamados a amar al prójimo como a nosotros mismos, a amarnos unos a otros. 4. La experiencia mística surge del mirar y amar a los demás, del volverse a los otros, porque en todos y en cada uno habita la Trinidad. El propósito de la presente comunicación es desentrañar del pensamiento de Chiara Lubich la mística y la poesía del nosotros, que nace de una experiencia espiritual comunitaria. Comunión y conciencia de sí en espera del Otro en Bajo las estrellas del Invierno de Héctor VielTemperley Estrella Isabel Koira UCA Héctor VielTemperley es un poeta argentino que ha construido su poesía en torno a la experiencia de un Dios vivo, cercano y palpable. Al alcanzar su madurez poética, publica Legión extranjera (1978), donde la presencia del prójimo es figura central definiendo escenas, accesos a la trascendencia y, concretamente, una profunda mirada sobre sí mismo del sujeto enunciativo que debe atravesar en espera una noche fría y oscura, pero con estrellas. Esa manifestación de la espera expectante del Otro a partir de mirada de los otros y en comunión con ellos se advierte en el poema Bajo las estrellas del invierno, texto que se ubica en el centro del conjunto de poemas. Figuras poéticas de la mística del testimonio en una poesía de Rafaela Pinto Hernán Pablo Fanuele UCA Dentro del poemario Tu, la luz, de la poeta y abogada argentina Rafaela Pinto, el poema Cansancio presenta un elenco saturado de figuras que expresan al anhelo sostenido entre la esperanza de lo perfecto y la realidad de los grises cotidianos. Desde esa situación de estado intermedio ella canta poéticamente el quebranto de la voz que la llama y la vida que la retiene. Es en la tensión de la consideración de las horas de cada día donde el testimonio se ilumina como martirio, como cuesta arriba, como lucha frente al que convoca, a uno mismo y al entorno poco favorable. La autora, paciente creadora del lenguaje en soneto y galardonada en sus poesías místicas, presenta en esta obra la 54

55 quebradura de su estado incompleto, como peregrina y andante entre Dios y los hombres. Desde la propuesta de una mirada enriquecida por la interdisciplinariedad dejaremos que la palabra poética nos conduzca al sentido amplificado. La humanidad sentida en el poema, bien carnal y terrena, convertida en universal poético, nos invita y hermana para asomarnos estética y teológicamente, y llegar así a responder, en la recepción empática, a la invitación del decir. A relação entre a Literatura e o Sagrado na obra de Paulo Coelho Tiago José Fontoura UFJF A contemporaneidade tem apresentado diferentes formas de relação entre o indivíduo e o sagrado, percebe-se uma tendência crescente de difusão religiosa, de práticas pouco convencionais de espiritualidade e um número de indivíduos que optam por um contato mais íntimo com o divino. Ocorre, nesse sentido, uma expansão desse mercado de indulgências pós-moderno, no qual diversos produtos são ofertados àqueles que desejarem enveredar pela seara espiritualista e mesmo os saberes que outrora não faziam parte diretamente desse movimento passaram a integrá-lo, como a Literatura que viu emergir uma substancial gama de textos sobre o assunto. Os textos que mesclam espiritualidade e autoajuda vêm ganhando mais espaço nas prateleiras das livrarias e seus autores tornaram-se campeões de venda. No que se refere a esse tipo de literatura, um exemplo, tanto nacional como internacional, é o literato Paulo Coelho e sua recepção entre leitores de diferentes contextos. Coelho emprega em seus textos elementos que transitam entre as tradições ocidental e oriental, num compilado de temáticas que se equilibra entre a espiritualidade e a autoajuda disseminando a ideia de que o sujeito deve estar atento aos sinais subjetivos, advindos do mundo espiritual, que o levaria a descobrir o real sentido de sua vida ou, nas palavras do escritor, a chamada lenda pessoal. O presente trabalho tem como objetivo tecer uma relação entre a Literatura e o Sagrado a partir da obra de Paulo Coelho. Para tal análise, o estudo contará com apontamentos sobre literatura espiritual contemporânea e o processo de secularização literária. O Brasil na visão de Humberto de Campos e a literatura espírita Verônica Bemvenuto de Abreu e Silva UnB O trabalho aqui apresentado almeja, dentro do campo da literatura brasileira, discutir as colaborações do médium Francisco Candido Xavier no campo da literatura espírita no Brasil e analisar o romance histórico Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho (1938) - de Humberto Campos, seu impacto no campo da literatura e do movimento espírita no seu período de publicação e ainda verificar qual a visão de Brasil que a obra apresenta. Pode ser que se estranhe falar de literatura espírita nesse contexto, mas no caso brasileiro deve-se lembrar que o aspecto da religiosidade é tão importante em nossa sociedade que as crenças acabam por influenciar umas às outras. A literatura espírita é um tipo de literatura consumida por pessoas de todas as religiões e que esteve por muito tempo à margem da crítica literária e dos estudos em literatura. Tornase relevante avaliar como essa obra impactou o movimento espírita brasileiro visto que até hoje é bastante lida no Brasil. 55

56 TEOLOGIAS E LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA Alessandro Rocha (PUC-Rio) Marcio Cappelli(FABAT-Rio 27/09 14h-16h SALA L510 Guerra Junqueiro e as caricaturas de Deus HENRIQUE MANUEL PEREIRA (UCP-Porto) O lugar da intimidade imaginada no dizer poético da morte: aproximação teológica a Homens imprudentemente poéticos (Valter Hugo Mãe) JOSÉ PEDRO LOPES ANGÉLICO (UCP-Porto/ALALITE) Cosmogonia e cosmologia: Gregório Duvivier e a palavra poética contemporânea DANILO MENDES(UFJF) In Nomine Hominem: Voz de Deus e Imaginação Humana Teologia e Literatura em Saramago. UIPIRANGI FRANKLIN DA SILVA CÂMARA (UNIOPET) Aprender o corpo: a redenção do eros na teologia ficcional de José Saramago MARCIO CAPPELLI (FABAT-Rio/ALALITE) Guerra Junqueiro e as caricaturas de Deus Henrique Manuel Pereira UCP-Porto Guerra Junqueiro ( ) Poeta e persona poliédrica, foi porventura a mais controvertida figura da história da modernidade portuguesa. Girando em torno dele, a comunicação agora apresentada tem por base dois pressupostos: a sua extraordinária recepção no Brasil e a visibilidade expressiva e sintomática do seu anticlericalismo no quadro da cultura portuguesa e brasileira, relevando-se, neste último, A Velhice do Padre Eterno (1885), com manifesto prolongamento em Pátria (1896).Nestas duas obras em particular viram alguns críticos o evangelho do anticlericalismo em Portugal. A crítica desenvolvida em torno do poeta raramente é da ordem da prova. Extremada entre a apoteose e o repúdio, poucas vezes é verdadeira e raramente é honesta. Parte substancial do que muitos sustentaram por escrito, de forma aparentemente especializada e isenta, tem por base a superficialidade e a coerção de questiúnculas políticas e religiosas. Julgamentos circunstanciais, aparentemente efémeros e simplistas, deitaram, não raro, raízes na posteridade. Esquecido o contexto em que emergiram, atribuiu-se-lhes valor de dado adquirido ou irrefutável. Também por via disso, Guerra Junqueiro foi sendo erodido quase até ao esquecimento. Instaurar posições de equilíbrio no estudo da obra e seu autor, há 56

57 décadas singularizado como nome de Guerra, é tudo menos fácil. Por via da sua obra edita, e com recurso a entrevistas, dispersos e epistolografia ainda inédita, procuraremos provar o seu cristianismo exacerbado, apontado as caricaturas de Deus como alvo das suas invetivas. O lugar da intimidade imaginada no dizer poético da morte: aproximação teológica a Homens imprudentemente poéticos (Valter Hugo Mãe) José Pedro Lopes Angélico UCP-Porto/ALALITE Homens imprudentemente poéticos é um romance de Valter Hugo Mãe, publicado em Nele encontramos um mundo muito distante, personagens que nos desinstalam pela forma como se dispõem na vida e se expõem à morte, e lugares tão interiores que só uma linguagem paradoxalmente aberta é capaz de os dizer. Ao longo do romance, encontramos a densidade, por vezes angustiante, do que é ser-se humano no espaço e no tempo de uma vida: os grandes nós existenciais (Leonardo Boff) estão aí e devem ser lidos, também, em chave teologal. Sendo uma obra que não se situa necessariamente no âmbito de uma teologia literária, é contudo um texto tecido com o mesmo respeito sacro com que se tecem as obras espirituais. Cosmogonia e cosmologia: Gregório Duvivier e a palavra poética contemporânea Danilo Mendes UFJF O presente trabalho tem por objetivo apresentar uma proposta de a-cosmogonia religiosa a partir de dois poemas de Gregório Duvivier, jovem poeta brasileiro contemporâneo: e eis que e gênese II. Enquanto a interpretação do primeiro apresenta uma interessante discussão sobre cosmogonia, na qual o sujeito indeterminado faz do difícil factíl(neologismo do autor), transformando este sujeito (que para a teologia tem sempre S maiúsculo) em condição de possibilidade de ser, em vez de afirmação ou determinação metafísica; a interpretação do segundo poema aponta para uma cosmologia na qual o sujeito, agora minúsculo, está em constante luta com o verbo, uma vaga voz no universo, gerando seus erros de concordância. Apontando neste sentido, esta comunicação se inicia pela interpretação dos poemas com referência, principalmente, a estudos contemporâneos de religião apresentando como a cosmologia, a partir de Duvivier, encontra na religião ressonância na medida em que não só fundamenta mundos por meio da cosmogonia, mas também desenraiza por meio de a-cosmogonias. Por fim, este desfundamento que surge da interseção entre poesia e teologia pode ser apontado como um caráter essencial do pensamento religioso, que se encontra em sua constituição como tal: o potencial de ruptura. O pensamento de Gianni Vattimo e de Mark C. Taylor são, aqui, referência para pensar a religião enquanto desfundamento e as cosmologias que surgem da palavra poética contemporânea. In Nomine Hominem: Voz de Deus e Imaginação Humana Teologia e Literatura em Saramago. Uipirangi Franklin da Silva Câmara UNIOPET A relação entre Teologia e Literatura permite, talvez pela fluidez de suas fronteiras, um dinâmico trânsito entre portavozes oficiais e proscritos da voz de Deus, das imaginações humanas, mesmo de seus desejos. Os registros possibilitam não apenas um retrato do que pode ser aceito como Teologia, mas também, do que se rejeita em suas construções. A presente comunicação pretende apresentar de forma introdutória compreensões de José Saramago como lugar de encontro privilegiado para um diálogo entre Teologia e Literatura. Saramago, se constitui como um dos principais interlocutores do que se 57

58 pode chamar de contra teologia, conceito entendido aqui, como um desafio à ideia predominante de que o fiel é o mediador ideal das coisas que se dizem sobre Deus. Saramago consegue transitar por essas "ruelas" porque se sente livre para escrever já que não impõe a si próprio nenhuma limitação. A estrutura elaborada para essa introdução pauta-se pela pressuposição de que o leitor precisa ter diante de si um mapa que o localize diante das temáticas escolhidas por Saramago quando toca o ambiente da teologia com as luvas da literatura. Foge-se aqui da apropriação crítica da crítica de Saramago ao discurso oficial da Teologia sobre Deus, sobre a Igreja, dogmas e verdades próprias. Essa decisão é necessária, pois, no caso desse autor, é a literatura que tem o que dizer o que precisa ser escutado sem o silêncio imposto do claustro institucional. Aprender o corpo: a redenção do eros na teologia ficcional de José Saramago Marcio Cappelli FABAT-Rio/ALALITE A comunicação procurará mostrar como José Saramago elabora em seu universo romanesco, especialmente, n O Evangelho segundo Jesus Cristo, uma teologia "no fio da navalha" que, ao mesmo em que critica a moral religiosa repressora engendra um "novo sagrado". Assumindo a secularização como pano de fundo, percebemos que o escritor inverte os polos sagrado-profano, isto é, através da apropriação crítico-criativa dos textos sagrados que possibilita acentuar características nos personagens como a erotização, por exemplo, sacraliza o homem-jesus dessacralizando o Jesus- Deus. Para chegar a essa finalidade, de ver a literatura saramaguiana como espaço de recuperação da cidadania da sexualidade e de reinvenção do humano, é preciso evidenciar, portanto, o potencial teológico que o gênero romanesco enquanto ficção possui frente a teologia conceitual, constituindo-se como verdadeira teologia ficcional ; além de desvendar os procedimentos da escrita ficcional de José Saramago que no re-uso secularizado da linguagem, das imagens e dos personagens da Bíblia, confere a eles novos sentidos. Dessa maneira, acreditamos que a boanotícia saramaguiana se revelará incontornavelmente como a possibilidade do desejo realizado na concretude dos corpos tornar-se promessa de uma abertura sempre maior ao outro. 58

59 "O PROBLEMA DE DEUS" NO MODERNISMO BRASILEIRO TENSÕES Leandro Garcia (UFMG) 25/09 15h-17h SALA F410 Tragédia e Catolicismo na obra de Octávio de Faria ALESSANDRO GARCIA DA SILVA (IFF) Deus e diabo na escrita: Haroldo de Campos e a questão do sublime ANDRÉ LUIS VALADARES DE AQUINO (UFPA) MÁRIO DA SILVA SANTOS NETO(UFRJ) O sagrado na crônica brasileira contemporânea ANGELA MARIA PELIZER DE ARRUDA (PUC-PR) Poesia, sagrado e corporeidade: leituras de Murilo Mendes EDSON MUNCK JR. (UFJF/CAPES) Notas biográficas e metáfora religiosas na poesia de Jorge de Lima FLÁVIO FERREIRA DE MELO (Colégio São Tomaz de Aquino-PR) Augusto dos Anjos e uma teologia a partir das vítimas. IRENIO SILVEIRA CHAVES (UNIVERSO) Quando o vazio amedronta. Um paralelo entre o Evangelho demarcos e A terceira margem do rio WELDER LANCIERI MARCHINI (PUC-SP) Tragédia e Catolicismo na obra de Octávio de Faria Alessandro Garcia da Silva IFF Octávio de Faria ( ) foi um escritor católico que iniciou sua trajetória com ensaios políticos nos quais defendia o fascismo. Rapidamente migrou para os romances, sendo sua principal obra A Tragédia Burguesa. A tragédia, como gênero literário, e o trágico são fundamentais tanto para sua produção estética quanto para sua relação com a Igreja. No trágico de Octávio de Faria, há o reconhecimento de uma contradição entre o catolicismo e a modernidade. Em toda construção literária do autor há referências constantes a Nietzsche, Leon Bloy, Pascal, Kierkegaard e Dostoievski; é em diálogo constante com esses autores que o escritor constrói sua percepção daquilo que considera a tragédia do catolicismo no mundo moderno, que é continuar fiel a Deus em um tempo onde Ele está morto. Embora se mova nos limites da ortodoxia, há em Octávio de Faria uma forte crítica aos projetos políticos e intelectuais dos católicos que julgam poder vencer a 59

60 modernidade. No contexto da intelectualidade católica da primeira metade do século XX, essa crítica dirige-se ao Centro Dom Vital e a seu presidente Alceu Amoroso Lima, de quem Octávio de Fara foi cunhado. Tal posição faz que os romances e ensaios octavianos sejam férteis para conhecer a variedade interna à produção católica brasileira, em especial aquela que orbita o Centro fundado por Jackson de Figueiredo. Além disso, a posição trágica de Octávio de Faria parece não se alinhar nem com tradicionalista nem com progressistas, o que ajuda a problematizar perspectivas dicotômicas tão frequentemente utilizadas para pensar tanto o catolicismo de ontem quanto o de hoje. Deus e diabo na escrita: Haroldo de Campos e a questão do sublime André Luis Valadares de Aquino (UFPA) Mário da Silva Santos Neto(UFRJ) Na obra de Haroldo de Campos, o tema da transcendência da poesia e do segredo cósmico (a obsessão pelas galáxias, pelo infinito e pela viagem sem fronteira), o caráter profético (uma espécie de profecia da forma no projeto do Concretismo), a procedimento de recriação do barroco (num sentido de profanação), a dialética deus e diabo são tópicas que parecem apontar para uma experiência do sublime. O sublime, nesse sentido, ocorre como uma encarnação ou um arrebatamento da escrita, de modo especial da forma da poesia, produzido pela tensão da construção e da desconstrução, do domínio da criação e do desconcerto, do concreto e do intangível e ininteligível. Nessa perspectiva, a ideia do sublime é um motor do processo crítico, tradutório e poético haroldiano. O sagrado na crônica brasileira contemporânea Angela Maria Pelizer de Arruda PUC-PR A presença do sagrado sempre esteve na cultura dos povos, com mais ou menos força, de acordo com as concepções vividas em determinados momentos da história. A literatura pode ser considerada como um espelho da sociedade. Não se pode pensar a arte dissociada de seu contexto social. Nesse sentido, toma-se aqui a crônica como um documento histórico que, por sua efemeridade e pelas constantes publicações semanais, são capazes de delinear como nenhum outro gênero a face da cultura e dos pensamentos que permeiam o momento em que é escrita. O objetivo do presente artigo é apresentar algumas visões e concepções do sagrado na era contemporânea a partir da percepção de alguns cronistas. Assim, por meio de pesquisa bibliográfica, esse trabalho trará leitura de algumas crônicas de autores contemporâneos com temas relacionados às concepções de sagrado, suas nuances, semelhanças e perspectivas. Dessa forma, será possível compreender um pouco das concepções de Deus e do sagrado na cultura contemporânea por meio da leitura dessas crônicas e perceber mais uma função da literatura: o registro da história social concomitante ao acontecimento, sendo, por consequência mais próximo da realidade. Poesia, sagrado e corporeidade: leituras de Murilo Mendes Edson Munck Jr UFJF/CAPES Na diversidade da produção lírica de Murilo Mendes, a criação de imagens poéticas envolvendo o corpo figura como um elemento que aciona o vigorproblematizador de seus textos. Nos poemas do autor concernentes ao sagrado cristão, por exemplo, não é rara a inserção de referências à corporeidade a fim de se estabelecer o estranhamento diante da tradição religiosa e a evocação de um novo olhar sobre temas antigos. O crítico José Guilherme Merquior via nessa tendência do modernista um aspecto que diferenciava a poesia muriliana das demais que, no Modernismo, lidaram com o sagrado. Desse modo, o presente trabalho propõe uma leitura analítica dos poemas O poeta na 60

61 igreja, Jandira e Ecclesia, dado que, nesses textos, a tematização do religioso se faz em conexão com a corporeidade. Notas biográficas e metáfora religiosas na poesia de Jorge de Lima Flávio Ferreira de Melo Colégio São Tomaz de Aquino-PR O trabalho dissertativo que apresentamos, o qual intitulamos de Notas biográficas e metáforas religiosas na poesia de Jorge de Lima teve início com a produção do compêndio e fortuna crítica que escrevemos ainda no latto sensu, onde tínhamos como principal preocupação a análise de diversos textos críticos sobre a obra jorgiana. Hoje, porém, já com a bibliografia levantada com a produção dessa fortuna crítica, desviamos nosso olhar para a terceira fase do poeta Jorge de Lima, terceira fase essa dedicada ao catolicismo, a poesia convertida e a restauração da poesia em Cristo, ao lado do poeta mineiro Murilo Mendes. O trabalho em questão irá discutir a importância de Jorge de Lima para a poesia nacional e a vertente católica da mesma, a partir disso, e para isso, iremos confrontar momentos poéticos e bíblicos ao longo de uma seleta específica escolhida para ilustrar o corpo da dissertação. Augusto dos Anjos e uma teologia a partir das vítimas Irenio Silveira Chaves UNIVERSO A obra poética de Augusto dos Anjos ( ) é marcada por uma originalidade quando se compara ao contexto da literatura brasileira em geral e especificamente as do período do simbolismo, estilo literário marcado por temas subjetivos e carregados de elementos da mística. Ela marca uma ruptura com a tradição literária e oferece caminhos para a compreensão do que viria se constituir o movimento modernista. Na análise dos Versos íntimos, um dos sonetos do único livro que publicou Eu, é possível encontrar os dilemas vividos em um tempo de transformações e a crítica à realidade social e histórica do país. O texto é marcado por uma percepção da ambiguidade e da fragilidade humanas diante das contradições e tudo aquilo que transcende à própria condição humana. Fazendo um paralelo com a teologia bíblica que é encontrada no Eclesiastes, a poesia augustiana propõe um retorno a si, como uma reclusão, uma escuta de si, diante das amarguras da desumanidade. Quando o vazio amedronta Um paralelo entre o Evangelho de Marcos e A terceira margem do rio WelderLancieri Marchini PUC-SP Diante da ausência, o ser humano busca significados. Na tentativa de encontrar sentido para a vida humana surgem tanto os textos religiosos como os textos literários. Esta pesquisa busca fazer um breve estudo comparado entre a ausência de Jesus no túmulo descrita no Evangelho de Marcos (16,1-7) e a ausência do pai no conto A terceira margem do rio de Guimarães Rosa. Ambos textos são construções dogmáticas no sentido do conceito construído por Juan Luis Segundo. Para tanto buscaremos ler o evangelho não como texto revelado, mas constructo humano, e o conto roseano como texto que adentra o âmbito religioso, por indicação do próprio autor. Assim, podemos lê-los com equiparidade. O conceito do dogma de Segundo será o critério do estudo comparado de ambos os textos, traçando paralelos e intersecções dogmáticas, visto que os dois textos apontam para o ser humano que busca transcender o momento da ausência, construindo uma verdade, nos dois casos, de cunho existencial. 61

62 ARTE E TEOLOGIA: DIÁLOGOS Wilma Steagall De Tommaso (PUC-SP) 25/09 14h-16h SALA L510 Os "Retalhos" de uma experiência: a religião em "Blankets", de Craig Thomspon HELOIZA MONTENEGRO BARBOSA (UFPE) Quadrinhos e religião: As três principais religiões monoteístas representadas no universo Marvel. WAGNER ASSEN (UERJ) NATANIEL GOMES (UEMS) O cinema de Peter B. Hutton Glória e Criação YURI RAMOS FERREIRA (PISDC-Rio) MENSAGENS DO ALÉM-TÚMULO: A formação de um imaginário sobre a vida após a morte através da análise dos epitáfios e mausoléus da Roma Antiga CARLOS EDUARDO DE ARAÚJO MATTOS (UMESP/CAPES) A arte como expressão do sagrado: uma meditação sobre a liturgia e arte sacra. WILMA STEAGALL DE TOMMASO (PUC-SP) Os "Retalhos" de uma experiência: a religião em "Blankets", de Craig Thomspon Heloiza Montenegro Barbosa UFPE Publicada em 2003, Blankets - traduzida para o português como "Retalhos", publicada pela Companhia das Letras em é uma graphic novel escrita pelo americano Craig Thompson: uma autobiografia de sua infância e adolescência, na região rural de Wisconsin. A história perpassa as diversas relações de Craig: com os pais, irmão, escola, paixões e, especialmente, a igreja e religião. Podese considerar Retalhos como um romance comingof age, uma novela de formação, que, segundo A GlossaryofLiteraryTerms, de M. H. Abrams, aborda o desenvolvimento da mente e do personagem do protagonista, na passagem desde a infância através de experiências variadas (ABRAMS, 1999, p. 193 tradução da autora). Fazendo uso desse conceito, o presente trabalho pretende criar uma conexão da história de Craig com a religião o Cristianismo como parte essencial do desenvolvimento do personagem e como fio condutor da experiências retratadas na graphic novel, além de espaço onde a narrativa acontece (o próprio espaço da igreja, o acampamento cristão para onde Craig vai nas férias, a escola dominical). Para isso, serão apresentados trechos da graphic novel, além de conceitos sobre novelas de formação e a religião na sociedade americana. 62

63 Quadrinhos e religião: As três principais religiões monoteístas representadas no universo Marvel Wagner Assen(UERJ) Nataniel Gomes (UEMS) Transpondo as barreiras entre cultura pop e a chamada alta cultura, interligando histórias em quadrinhos e religião autores como Frank Miller, Roy Thomas e Stan Lee, trazem em suas narrativas pictóricas, temas de crucial identificação por parte dos leitores, dentre eles a fé. Lee cria Magneto um anti-herói judeu, Thomas faz de Miss Marvel mulçumana militante e por fim Miller, que apesar de ateu, dá vida ao um herói católico, o Demolidor. O universo Marvel e os quadrinhos em geral, abordam dentre outros temas características impares em seus heróis. A religião está presente no HQs desde a criação de Super-Homem, interligando diferentes gêneros textuais como fez Lewis e Tolkien, bem como questões de reflexão filosófica e a incansável luta do bem versus o mal. Seja de forma sutil ou não, a religião é cerne nas mais diversas criações. Magneto, Miss Marvel e Demolidor trazem no bojo de suas personalidades três das maiores religiões monoteístas da atualidade. O presente estudo é um desdobramento de pesquisas realizadas pelo Núcleo de pesquisas em Quadrinho o NUPEQ da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul, coordenado pelo prof. Dr. Nataniel Gomes e tem como objetivo observar como se dá as manifestações de cada religião em cada personagem, analisando assim as influências da doutrina professa por cada herói na narrativa em quadrinho. O cinema de Peter B. Hutton Glória e Criação Yuri Ramos Ferreira PISDC-Rio A comunicação pretende verificar um importante elo entre o cinema experimental de Peter B. Hutton e a teologia acerca da Glória de Deus e de como esta se verifica em sua Criação. Deste modo, utilizaremos, como base para tal ligação, a análise de obras do referido cineasta, estabelecendo um percurso de maturação do artista desde suas primeiras influências. Iniciaremos por relatar sua experiência na feitura de documentários sobre a retratação de seu próprio quotidiano, em sua fase inicial, para posteriormente discernirmos como o diretor molda sua percepção estética peculiar em relação ao mundo (e, portanto, em relação à Criação). A partir daí, tornaremos possível a afirmação de Hutton como um cineasta que percebe a transcendentalidade do criado a partir da beleza que dele dimana. Faremos, então, uma breve explanação que confirme este olhar em relação ao mundo como uma perspectiva completamente singular, mesmo no ambiente cinematográfico, onde a atitude da visão e da retratação da beleza de espaços, paisagens, retratos, seja bastante comum. Em continuidade, iluminaremos o entendimento destes dados presentes na obra retratada a partir da compreensão do conceito de Glória presente na obra, também intitulada Glória, do teólogo Hans UrsvonBalthasar. Por último, verificaremos de modo claro a relação entre esta teologia e a percepção estética do cinema de Peter B. Hutton. MENSAGENS DO ALÉM-TÚMULO: A formação de um imaginário sobre a vida após a morte através da análise dos epitáfios e mausoléus da Roma Antiga Carlos Eduardo de Araújo Mattos UMESP/CAPES Este paper pretende demonstrar o imaginário do Mundo Antigo a respeito do Mundo dos Mortos e da vida após a morte através da análise e apresentação da iconografia dos túmulos, estelas mortuárias e mausoléus da Roma Antiga dos primeiros séculos a Era Comum. Com uma aproximação das pinturas e relevos que enfeitavam as esquifes dos mortos ilustres da Roma desse período, a grandeza de seus mausoléus e necrópoles e até mesmo 63

64 pela simplicidade de urnas funerárias das classes mais baixas é possível perceber que os romanos desse período, quer pobres ou ricos, acreditavam na continuidade da vida após a experiência da morte. Acreditavam que seus entes queridos continuavam a exercer atividades conscientes numa outra esfera da vida e mais: os falecidos tinham, em determinadas ocasiões especiais, a oportunidade de retornarem e usufruírem de presentes deixados para eles nos locais do descanso de seus restos mortais. A julgar pelas descrições ilustrativas que enfeitavam os esquifes, retratando as procissões de enterro dos mortos ilustres, é possível perceber que os rituais de morte eram muito importantes para a cultura romana no mundo antigo. Longos eventos, com festividades, momento de lamentos, músicos e carpideiras profissionais faziam parte dos atos funerários de pessoas das classes altas de Roma, garantindo que tais mortos fossem honrados e tivessem paz na continuidade da vida além- túmulo. Mais do que isso: enfeites, flores, relíquias e utensílios cotidianos eram garantidos para os mausoléus, acompanhando os falecidos. Grandes banquetes eram realizados anualmente em honra dos que se foram, também com a preocupação de que os mortos permanecessem em seus descansos e, quando retornassem de suas atividades e prazeres no outro mundo, ficassem em suas tumbas e não assombrassem os vivos. Assim, nossa proposta nesse paper é compreender como tal relação do mundo romano antigo com a forma de sepultar seus mortos, o respeito a eles delegados e os cuidados referentes ao processo posterior à morte moldaram o entendimento desse mundo sobre a vida após a morte e em que medida isso pode ter sido recebido ao longo de toda extensão do Império em suas relações com os mortos e em especial, com o rompimento de fronteiras entre estes mundos: as festividades dos romanos para honrar os falecidos tinham a intenção de mantê-los em seus espaços, longe do mundo dos vivos porque acreditavam que, caso não fossem honrados em seus sepultamentos, eles poderiam retornar e os assombrar. A arte como expressão do sagrado: uma meditação sobre a liturgia e arte sacra Wilma Steagall De Tommaso PUC-SP Pelo Concílio Ecumênico Vaticano II somos convidados a nos inspirar na arte e na arquitetura dos cristãos do Primeiro Milênio. Sob a premissa de que o simbolismo do templo cristão repousa na analogia que há entre o templo e o Corpo de Cristo, a comunicação tem como objetivo entender como os cristãos, a partir do século IV, após o Edito de Milão em 313, conceberama arquitetura e a arte nas paredes de seus templos. No Antigo Testamento (Êxodo 25), Moisés recebe de Deus a ordem de construir duas tendas, as duas são separadas por um véu, a Carta aos Hebreus (Hb8,9,10), retoma o pedido feito ao profeta, interpreta e explica toda a liturgia segundo a qual nasce o templo. A partir dai, demonstrar com citações e slides como eram decoradas interiormente as igrejas do Primeiro Milênio e entender sua coerência teológica tendo como base, textos bíblicos e conciliares, cartas dos papas Pio XII, Paulo VI, João Paulo II e Bento XVI. Expor a arte e a obra literária de dois artistas sacros contemporâneos: o brasileiro Cláudio Pastro ( ) e o esloveno Marko Ivan Rupnik (1957-), colocar em foco as atribuições necessárias aos artistas da atualidade que se propõem a realizar esse trabalho nas igrejas. 64

65 TEOPOÉTICA, MÚLTIPLOS OLHARES Alessandra Serra Viegas (PUC-Rio/UFRJ) 25/09 14h-16h SALA LEANDRO KONDER/CTCH L1156 Entre-lugar, distância e ascese em Dario Vellozo e GilkaMachado BÁRBARA PEREZ (UFRJ) MARIA JÚLIA SANTANA VALÉRIO (UFRJ) O herói da Bíblia: Jesus e sua jornada GABRIELLY PADILHA FERREIRA SANT ANNA (REFIDIM) O corpo como sede mística na poesia adeliana LETÍCIA ALVES (FAECAD) O sagrado nas epígrafes de A duração do dia, de Adélia Prado MARTA BOTELHO LIRA (UFAM) Modalidades de desprendimento: leitura de um poema de Alberto Caeiro RAFAELA LIMA DE OLIVEIRA SANTANA (UFRJ) Jerusalém, Realidade e Metáfora Proposta de análise literário-teológica de Isaías 54, 1-10 DAVINA MOSCOSO DE ARAUJO (PUC-RIO) Entre-lugar, distância e ascese em Dario Vellozo e GilkaMachado Bárbara Perez (UFRJ) Maria Júlia Santana Valério (UFRJ) Há, na interação entre distância partilhada e ascese individual, uma dinâmica intensamente dialética, ambas podendo atuar como entre-lugar, construindo-se e reconstruindo-se a si mesmas e uma a outra constantemente. O trabalho em questão trata da explanação dessa dialética, tendo, como base para essa discussão, a mística do simbolismo brasileiro. Mais especificamente, serão trabalhadas duas obras em que figuram a distância e a ascese em concepções bastante distintas e, ao mesmo tempo, complementares: Ramo de Ouro, de Dario Vellozo, e Poema de Amor, de Gilka Machado. Dario Vellozo, simbolista do final do século XIX e início do XX, dedica parte de sua obra à explanação de sua doutrina: o neopitagorismo. Um livro que figura fortemente as ideias neo-pitagóricas é Hôrto de Lisis, no qual Vellozo escreve uma sequência chamada Ramo de Ouro, subtitulada Estâncias ao Peregrino Efêmero, em que o autor descreve a chegada de Ahasverus, o judeu peregrino, à essência, construindo um manual ascético por excelência: ascese como um hábito bem definido de busca espiritual, a superação de uma longa e árdua distância, o caminho da perfeição. 65

66 Gilka Machado, poetisa do início do século XX, pioneira da poesia feminina brasileira, dedica diversos poemas à questão do amor etéreo, espiritual, que encena uma dialética espacial de proximidade e distância entre as almas amorosas envolvidas. As ideias que servem como base a este trabalho, estão presentes, principalmente, no Poema de Amor em Estados de Alma, de Em ambos os casos, a busca poética envolve anseios de elevação espiritual e esforço solitário. Porém, enquanto Vellozo escreve um manual para a ascese, Gilka trata a ascese como algo quase natural da experiência humana. Dessa forma, os poemas ascéticos da poetisa estão voltados para o caminho em si e os do neopitagórico, para o ponto de chegada, de modo que um esclarece o outro. O herói da Bíblia: Jesus e sua jornada Gabrielly Padilha Ferreira Sant Anna REFIDIM A presente comunicação tem por objetivo construir a figura de Jesus como um herói, preservando os elementos e passos pertinentes ao arquétipo a partir da assimilação de sua jornada, visto que o arquétipo do herói e os seus 12 passos, sistematizados pela primeira vez por Joseph Campbell, são conhecidamente ferramentas narrativas eficazes para gerar uma identificação e empatia com o leitor. Tal abordagem é possível pois a narrativa é um estilo literário pertinente no texto bíblico, através da qual princípios podem estruturados em um roteiro contendo elementos como arquétipos, crise, clímax e resolução, que podem ser sistematizados na jornada do herói especialmente no que diz respeito aos relatos sobre Jesus, o protagonista de toda a bíblia. Para tanto, se faz necessário primeiramente compreender os Evangelhos como gênero literário e estabelecer ao personagem de Jesus como o protagonista de sua narrativa. Desse modo será possível correlacionar os relatos da vida de Cristo com os 12 passos da jornada do herói de Joseph Campbell, em especial, os textos a respeito de seu ministério presentes nos evangelhos sinóticos. O corpo como sede mística na poesia adeliana Letícia Alves FAECAD O objetivo deste trabalho é apresentar o corpo como a sede da mística na literatura adeliana, tendo por base a sua poesia. Assim sendo, encontraremos a inter-relação que ocorre entre a mística e a literatura na poesia adeliana. Adélia Prado é uma escritora brasileira do interior de Minas Gerais que foi descoberta por Affonso Romano de Sant Anna e impulsionada por Carlos Drummond de Andrade, tendo seu primeiro livro, Bagagem, publicado em A forma de escrita das poesias de Adélia Prado não segue um padrão de metrificação e falam abertamente sobre assuntos que para a época, principalmente, poderiam escandalizar a quem lesse, pois tratava-se de uma mulher. Contudo, Adélia Prado tem a experiência mística e a experiência poética como uma única experiência, e é no corpo que se pode experimentá-las. Em Adélia Prado o corpo é janela para a transcendência. Desta maneira, esta comunicação pretende trazer a importância do corpo na experiência mística fazendo uso da experiência poética de uma poetisa ávida, mística e cristã, apresentando em suas poesias a sua relação mística. O sagrado nas epígrafes de A duração do dia, de Adélia Prado Marta Botelho Lira UFAM A poesia de Adélia Prado reinventa o cotidiano com uma linguagem análoga à da empregada na vida diária, próxima à da prosa, em que se destacam os espaços dos quintais, da casa, da cidade, as conversas entre amigos e o amor (CITELLI, 2009, p.116). Assim, ela torna temas que 66

67 poderiam ser considerados não poéticos em objeto de profunda reflexão, pois neles mostra a complexidade da vida (BESSA, p. 37). O modo de Adélia tratar o cotidiano remete à ideia de Agnes Heller de que a vida cotidiana é uma organização e produção do homem nacomunidade que torna os desejos e os pensamentos em ações responsáveis pela manutenção da língua pela qual são transmitidos os costumes e as crenças e das quais o indivíduo se apropria para se relacionar socialmente. Inter-relacionado com os temas do cotidiano, verifica-se a presença do sagrado na obra de Adélia Prado, sendo este entendido conforme o pensamento de Rudolf Otto de que determinadas ações da comunidade estão relacionadas a um contexto religioso (2007, p. 33) no qual a racionalidade do homem é indissociável da sua espiritualidade. Este banner visa discorrer sobre o diálogo do sujeito do poema com algumas passagens de textos da Bíblia na estrutura do livro A duração do dia (2010), de Adélia Prado, para destacar o tratamento dos temas sobre a coexistência do sagrado na vida cotidiana especificamente nas epígrafes que introduzem os poemas em cada uma das nove partes do citado livro da poetisa. Para a análise crítica são empregadas as ideias de Agnes Heller sobre a cotidianidade e de Rudolf Otto sobre o sagrado. Modalidades de desprendimento: leitura de um poema de Alberto Caeiro Rafaela Lima de Oliveira Santana UFRJ Uma das interpretações críticas mais relevantes para aproximação entre Oriente e Ocidente foi feita por Leyla Perrone Moisés em seu livro Fernando Pessoa Aquém do eu, além do outro, onde ela estabelece um paralelo entre Alberto Caeiro, um dos heterônimos de Fernando Pessoa, e o Zen budismo. Nesta obra, a autora busca demonstrar as semelhanças entre os principais aspectos presentes entre os dois póloscomparativos, pretendendo nos fornecer uma visão mais ampla das implicações de suas semelhanças e diferenças. O presente trabalho pretende fazer uma leitura do livro O guardador de rebanhos, de Alberto Caeiro, mais especificamente o poema Deste modo ou Daquele modo, no qual Caeiro expressa de maneira mais clara o aspecto do desprendimento presente em sua (anti) filosofia ao propor um não pensar e sim sentir, como nos trechos Procuro dizer o que sinto/ Sem pensar em que o sinto/ Procuro despir-me do que aprendi,/ Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,/ E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos. O desprendimento é um estado no qual o indivíduo se liberta do apego aos bens materiais e de qualquer sentimento, vontade, pensamento, isto é, desvencilhase do ego, característico do ser pensante. Com isso, a dicotomia entre sujeito-objeto seria anulada. Dessa forma, com base na bibliografia crítica de Perrone Moisés, no livro Mística: cristã e budista de Daisetsu Suzuki e outros, o trabalho pretende demonstrar a existência de uma relação colateral entre o desprendimento da filosofia de Caeiro e do Zen budismo, levando naturalmente em consideração não só as afinidades, mas também as diferenças entre uma obra poética e uma tradição religiosa. Jerusalém,Realidade e Metáfora Proposta de análideliterárioteológica de Isaías 54, 1-10 Davina Moscoso de Araújo PUC-Rio A referida perícope do Segundo Isaías, conhecido como o profeta da Consolação nosdá a possibilidade de análise literária sem necessariamente vê-lo apenas como textoteológico, ao mesmo tempo que nos leva a sentir a presença de Deus.O profeta Isaías Segundo estava no exílio da Babilônia e procurava animar seu sofridopovo ao mesmo tempo que mantinha acesa em seu Deus, YHWH.O referido texto nos fala de uma relação amorosa com final 67

68 feliz, apesar dos muitossofrimentos, mas vamos percebendo isso aos poucos. Na leitura tomamos conhecimento dealguns episódios de vida em comum, do que aconteceu e de quem são os dois amantes. Com referência a este último ponto, aliás, note-se que sabemos quem são eles deforma bastante diferenciada: é dito quem ele é e o que faz; ela só é referida por situaçõesexistenciais pelas quais passou e vive. Dele conhecemos o nome, dela não:- o esposo é YHWH o Criador, Deus dos exércitos, Santo de Israel, Deus de toda a terra - a esposa é chamada por adjetivos: estéril, abandonada, envergonhada, humilhada,confundida, repudiadao esposo começa a falar na primeira pessoa a partir do versículo 7; do 1ao 6 fala porintermédio de um mensageiro.como agem tais personagens? Aparentemente não é um texto de ação nempropriamente uma narrativa, já que é um discurso apaixonado do esposo para a mulherabandonada e repudiada.surge o drama em três tempos passado, presente e futuro. Para a perícope quedescrevemos,propomos uma divisão em quatro momentos: - existencial (v.1) - espacial (vv.2 e 3) - temporal (vv. 4 e 5) - relacional (vv. 6 a 10) Voltamos ao título, Jerusalém, realidade e metáfora. Jerusalém sofrida e humilhadasob o domínio babilônico e a mulher da época que era estéril, também sofrida e humilhada. Nota: é de se destacar que Isaías segue-se imediatamente ao célebre texto conhecido comoservo Sofredor sofrido maltratado humilhado e que salva. 68

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