Resíduos de agrotóxicos e fármacos veterinários em alimentos
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- Catarina Varejão Madeira
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1 Resíduos de agrotóxicos e fármacos veterinários em alimentos Prof. Dr. Felix G.R. Reyes DCA / FEA / UNICAMP E mail: reyesfgr@fea.unicamp.br Grupo de Toxicologia de Alimentos e Fármacos
2 Resíduos de agrotóxicos e fármacos veterinários em alimentos Sumário: Introdução (necessidade de uso, mercado) Considerações sobre a avaliação de risco Considerações sobre o gerenciamento de risco Ações de vigilância sanitária (determinação de resíduos nos alimentos) Conclusões
3 População em expansão Maior produtividade agropecuária Maior demanda por recursos de produção Métodos novos de produção de alimentos Maior uso de Agrotóxicos Medicamentos Veterinários Maior utilização de produtos químicos RESÍDUOS NOS ALIMENTOS Princípio ativo e metabólitos
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6 MEDICAMENTOS VETERINÁRIOS Faturamento do Mercado Veterinário 3,00E+09 2,50E Bilhões 2,00E+09 1,50E+09 1,00E+09 R$ US$ 5,00E+08 0,00E Fonte: Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), 2011 Referência: Susanne Rath
7 Mercado Nacional (R$) Classe Terapêutica , , ,00 Mercado Veterinário por Classe Terapeutica , , , ,00 ANTIMICROBIANOS ANTIPARASITÁRIOS BIOLÓGICOS OUTROS , , ,00 0, Fonte: Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) Referência:
8 Mercado Nacional (R$) Espécie Animal , , , , , ,0 RUMINANTES AVES PETS SUÍNOS EQUINOS , , ? Fonte: Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) Referência:
9 Avaliação do risco e seu papel na análise do risco Análise de risco Processo que consta de três componentes Avaliação de risco Gerenciamento do risco Comunicação do risco Prof. Felix G.R. Reyes
10 JECFA Joint Expert Committee on Food Additives JMPR Joint Meeting on Pesticide Residues OMS Expert Group Aspectos toxicológicos Estabelece Parâmetros Toxicológicos para garantia da saúde humana (IDA, IDT) em base: Pontos de Partida (POD) (NOAEL, BMK) Aos quais são aplicados fatores incerteza FAO Panel of Experts Aspectos de identidade e pureza Química e composição Uso Exposição Prof. Felix G.R. Reyes
11 Avaliação do Risco É o procedimento utilizado para avaliar a inocuidade (aceitabilidade) da presença de substâncias químicas (agrotóxicos e fármacos veterinários) nos alimentos. Prof. Felix G. R. Reyes E mail: reyesfgr@fea.unicamp.br
12 Etapas da Avaliação do Risco IDENTIFICAÇÃO DO PERIGO CARACTERIZAÇÃO DO PERIGO (Avaliação dose-resposta) CARACTERIZAÇÃO DO RISCO AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO Prof. Felix G.R. Reyes
13 AVALIAÇÃO DO RISCO Á SAÚDE PELA EXPOSIÇÃO A UMA SUBSTÂNCIA QUÍMICA OBJETIVOS Determinar o potencial tóxico Identificar efeitos adversos Estabelecer a inocuidade de uso com base em dados científicos disponíveis na avaliação Prof. Felix G.R. Reyes
14 Caracterização do composto AVALIAÇÃO DO RISCO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Informações preliminares Objetivo: conhecer a substância que será submetida aos estudos de toxicidade. Especificações sobre a substância a ser avaliada Pureza Características físicas e químicas (cor, odor, pontos de fusão e ebulição, densidade, viscosidade, estabilidade e volatilidade). Níveis de exposição Toxicidade esperada (estrutura química). escolha de doses apropriadas Prof. Felix G.R. Reyes
15 Caracterização do composto Informações preliminares Especificações Resíduos de fármacos veterinários Distribuição dos resíduos que resultam de cada modo de aplicação em cada espécie Depleção dos resíduos em tecidos comestíveis ou em alimentos de origem animal. Identificação de um resíduo marcador (composto original ou metabólito) que é encontrada na concentração mais alta por um período mais longo. A relação entre esse resíduo marcador e o resíduo total do fármaco é determinado. Prof. Felix G.R. Reyes
16 Prof. Felix G.R. Reyes
17 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO PERIGO AVALIAÇÃO DO RISCO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Perfil farmacocinético Rota, velocidade e grau de absorção da substância Nível de acúmulo em diferentes orgãos e tecidos Metabolismo e natureza dos metabólitos Rota e velocidade de eliminação Balanço metabólico com identificação dos metabólitos Efeito de diferentes doses no metabolismo. Prof. Felix G.R. Reyes
18 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO PERIGO AVALIAÇÃO DO RISCO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Estudos Toxicológicos Mutagenicidade Carcinogenicidade Neurotoxicidade Comportamento pós-natal Reprodução e teratogenicidade Prof. Felix G.R. Reyes
19 AVALIAÇÃO DO RISCO DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Dados Biológicos Observações em humanos Prof. Felix G.R. Reyes
20 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO PERIGO Ensaios de Toxidade Aguda Algumas substâncias podem desencadear efeitos agudos à saúde após períodos curtos de administração JECFA: fármacos veterinários. Quando apropriado, a possibilidade de efeitos agudos em indivíduos sensíveis. JMPR: para todos os agrotóxicos que o Comitê avalia. Dose de referência de toxicidade aguda (ARfDs) Estimativa da quantidade de uma substância no alimento e/ou na água potável que pode ser ingerida em um período igual ou menor do que 24 horas, sem risco apreciável à saúde do consumidor, com base em todos os fatos conhecidos no momento da avaliação Prof. Felix G.R. Reyes
21 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO PERIGO O conjunto de dados disponíveis deverá ser adequado para determinar um ponto de referência para a caracterização do perigo Ponto de partida / (POD Point of Departure) endpoint mais relevante na espécie mais relevante Efeitos considerados como tendo um limiar NOAEL: nível de efeito adverso não observado LOAEL: o nível mais baixo de efeito adverso observado BMD Benchmark dose: dose que produz uma resposta adversa baixa, mas mensurável. BMDL: Limite inferior do intervalo de confiança da BMD Prof. Felix G.R. Reyes
22 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO PERIGO Derivação de Parâmetros Toxicológicos para garantia da saúde humana (IDA, IDT) Fatores de incerteza. JECFA / JMPR: tem adotado um fator de 100. CSAFs (chemical-specific adjustment factors): modelo que permite extrapolação baseados em diferenças na toxicocinética e na toxicodinâmica entre humanos e os animais de experimentação, e na variabilidade entre diferentes indivíduos. Prof. Felix G.R. Reyes
23 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO PERIGO Parâmetros Toxicológicos para garantia da saúde humana Níveis de exposição humana considerados sem risco apreciável à saúde IDA: usada nos casos em que a exposição pode ser controlada IDT: contaminantes (metais pesados, contaminantes ambientais como dioxinas e micotoxinas, solventes usados no processamento de alimentos, substâncias formadas durante o processamento de alimentos, etc) Prof. Felix G.R. Reyes
24 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO PERIGO Parâmetros Toxicológicos para garantia da saúde humana (Resíduos de agrotóxicos e de fármacos veterinários) IDA = POD (NOAEL, BMDL) / Fator de incerteza Prof. Felix G.R. Reyes
25 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO PERIGO Parâmetros Toxicológicos para garantia da saúde humana (Resíduos de fármacos veterinários) IDA não especificada JECFA conclui que o uso do composto não representa perigo alimentar à saúde humana e que, portanto, não é necessário estabelecer um valor numérico de IDA. Prof. Felix G.R. Reyes
26 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO PERIGO Valores de orientação baseados em saúde (aditivos alimentares, resíduos de praguicidas e de fármacos veterinários nos alimentos) IDA temporária JECFA ou o JMPR consideram que o uso é seguro por um período de tempo relativamente curto exigido para a obtenção e avaliação de dados adicionais sobre segurança Não seguro por um período vitalício Aguarda-se a submissão de dados apropriados para resolver o problema de segurança em um prazo definido. Prof. Felix G.R. Reyes
27 IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO PERIGO Parâmetros Toxicológicos para garantia da saúde humana (Resíduos de agrotóxicos e de fármacos veterinários) IDA de grupo Substâncias que produzem efeitos tóxicos similares ou que compartilham um metabólito tóxico comum As substâncias deverão ter um modo de ação similar e uma faixa similar de potência tóxica. Prof. Felix G.R. Reyes
28 Os LMR são destinados a fornecer garantia que, quando um agrotóxico ou medicamento veterinário for utilizado apropriadamente, a ingestão de resíduos do agrotóxico ou do fármaco presente nos alimentos não deverá exceder o valor da IDA. LMR Toxicidade da substância Quantidade de alimento consumida Método analítico Avaliação toxicológica Dados exposição Susanne Rath
29 92 fármacos avaliados
30 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO Avaliação da exposição via dieta a substâncias químicas presentes em alimentos Dados sobre consumo de alimentos são combinados com os dados de concentração das substâncias químicas nos alimentos. A estimativa da exposição resultante pode, então, ser comparada com o parâmetro toxicológico (IDA) ou com o POD toxicológico (NOAEL; BMDL) para a substância química presente no alimento, como parte da caracterização do risco. Prof. Felix G.R. Reyes
31 AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO Avaliação da exposição via dieta a substâncias químicas presentes em alimentos Podem ser conduzidas avaliações para exposições agudas ou crônicas. As avaliações da exposição via dieta devem cobrir a população em geral, bem como grupos críticos vulneráveis ou cuja exposição é esperada ser significativamente diferente daquela da população em geral (bebês, crianças, mulheres gestantes, idosos, vegetarianos). Prof. Felix G.R. Reyes
32 Caracterização do risco Integra informações da caracterização do perigo e da avaliação da exposição para gerar recomendação científica aos gestores do risco Prof. Felix G.R. Reyes
33 Avaliação do Risco JECFA e JMPR baseiam suas avaliações em princípios científicos e garantem a consistência necessária nos processos de avaliação do risco. ANVISA adota o resultado das avaliações Gerenciamento do Risco CAC, e seus respectivos comitês, são responsáveis, pelas decisões finais sobre o estabelecimento de limites para resíduos de agrotóxicos (CCPR) e de fármacos veterinários (CCRVDF) nos alimentos. Assim como sobre a adoção de medidas relacionadas. ANVISA adota as recomendações
34 Confiabilidade dos resultados na determinação de resíduos Um país que se preocupe com a saúde da sua população e que queira exportar alimentos deve ter um programa de controle de resíduos, com laboratórios de infraestrutura adequada e com pessoal devidamente treinado NBR/17025 FAO-1997
35 Controle de resíduos de agrotóxicos e FV em alimentos MÉTODOS ANALÍTICOS Características desejadas: Exatos Precisos Sensíveis Baixos LOD e LOQ Reprodutíveis *Simples, rápidos e econômicos!
36 Caracterização Química Métodos analíticos e Desenvolvimento de Especificações Métodos analíticos: validação
37 Brasil Resíduos de FV em alimentos Plano Nacional de Controle de Resíduos em Produtos de Origem Animal (PNCRC) Portaria Ministerial nº. 51, de 06 de maio de 1986 e adequado pela Portaria Ministerial nº. 527, de 15 de agosto de Planos setoriais: Carnes (bovinos, suínos e frangos), ovos, mel, pescado Programa de Análise de Resíduos de Medicamentos Veterinários em Alimentos de Origem Animal (PAMVet) RDC 253, de 16 de setembro de 2003.
38 Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes (PNCRC) Alimentos analisados carnes bovina, suína, equina e de aves, leite, ovos, mel e pescado Nos últimos 5 anos em torno de amostras/ano (99,8 %) Número de amostras Número de substâncias Mais de 120
39 LEITE
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42 Peixes
43 Resíduos de agrotóxicos - PARA / ANVISA Nota Técnica para divulgação dos resultados do PARA de 2008, Brasília, 15/04/2009
44 Resíduos de agrotóxicos PARA / ANVISA /06/2010
45 Resíduos de agrotóxicos nos alimentos cultivados no Brasil PARA / ANVISA
46 Resíduos de agrotóxicos nos alimentos cultivados no Brasil PARA / ANVISA
47 Efeito do processamento e do tratamento culinário na redução dos níveis de resíduos de agrotóxicos em alimentos Lavagem de frutas e hortaliças Descascamento Eliminação das folhas externas de hortaliças Cozimento / Aquecimento Reduzem os níveis residuais de agrotóxicos
48 CONCLUSÕES Uso/Mercado: tendência global de minimizar uso (preço e fatores de saúde humana e ambiental). Avaliação de risco: Brasil adota as recomendações do CCA. Inocuidade alimentar: dados indicam disponibilidade de alimentos mais seguros para consumo do que no passado. Pontos críticos: Ações de vigilância sanitária: dados de exposição. Falta de condições analíticas disponíveis como de pessoas qualificadas para realizar as análises. Susanne Rath
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