EMBALAGENS E RESÍDUOS DE EMBALAGENS
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- Pedro Lucas Quintão Duarte
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1 EMBALAGENS E RESÍDUOS DE EMBALAGENS SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA Amadora, Janeiro de 2011 Departamento de Fluxos Especiais e Mercado de Resíduos Divisão de Entidade Gestoras e Mercado de Resíduos
2 A Diretiva n.º 94/62/CE, de 20 de dezembro, alterada pela Diretiva 2004/12/CE, de 11 de fevereiro abrange todas as embalagens colocadas no mercado da Comunidade e todos os resíduos de embalagens (RE), sejam eles utilizados ou produzidos a nível da indústria, do comércio, de escritórios, lojas ou serviços, a nível doméstico ou a qualquer outro nível, e independentemente do material utilizado. De forma a dar cumprimento ao previsto na Decisão da Comissão n.º 97/138 de 3 de fevereiro, posteriormente alterada pela Decisão 2005/270/CE, de 22 de março, Portugal remete anualmente à Comissão Europeia os quantitativos nacionais de embalagens e resíduos de embalagens (E&RE). Nos quadros e figuras seguintes, apresentam-se os dados apurados a nível nacional nos últimos 7 anos ( ) por material. De referir que os dados referentes ao ano de 2010 são ainda provisórios. Através da tabela 1 é possível constatar-se que em 2010 foram produzidos cerca de mil toneladas de resíduos de embalagens, verificando-se, face a 2004, um aumento de cerca de 2 na produção. É também possível apurar, através da mesma tabela, que 2008 foi o ano em que se registou maior produção de RE, entre 2004 e Em termos de análise por material, a maior produção verificou-se nos resíduos de embalagem de papel/cartão que representam cerca de 41% dos RE, verificando-se que, desde 2004, a produção deste tipo de RE tende a aumentar, sendo que o único ano em que se verificou um decréscimo foi entre 2006 e Ainda assim, desde 2004, a produção de RE de papel e cartão sofreu um aumento de 3. Material Vidro Plástico Papel/Cartão Metal Madeira Outros Total Tabela 1 - Resíduos de embalagens produzidos por material (toneladas) 1
3 Através da figura 1 é possível observar-se o peso dos RE por cada material, constatando-se, como já foi referido, que o papel e cartão é o material com um peso mais significativo, tendência essa que se verifica desde Resíduos de embalagens produzidos por material % 41% % Vidro Plástico % Papel/Cartão Metal % 44% 5% Madeira % Outros Figura 1 Distribuição por material dos resíduos de embalagens produzidos Fazendo uma análise às capitações, a produção de resíduos de embalagens verificada em 2010 equivale a 162 kg/hab, correspondendo a um aumento de 26 kg/hab face a 2004, o que equivale a aproximadamente ½ kg de RE por dia. No ano de 2008, o ano com maior produção de RE, a produção foi de 168 kg/hab. Em temos de capitações por material, em 2010 a produção de RE de papel e cartão foi de 67 kg/hab. A tabela 2 mostra as capitações, no total e por material, desde Material Vidro 34,8 36,3 37,1 38,1 40,6 39,5 40,0 Plástico 32,7 33,7 35,6 35,6 36,5 35,5 35,5 Papel/Cartão 49,4 49,7 71,9 65,7 67,5 66,8 66,8 Metal 10,1 10,1 10,3 10,6 10,4 9,4 9,6 Madeira 8,7 11,8 8,2 11,0 13,0 10,4 10,0 Outros 0,1 0,2 0,3 0,3 0,0 0,0 0,0 Total 135,8 141,7 163,5 161,4 168,0 161,6 161,9 Tabela 2 Capitação dos resíduos de embalagens por material (kg/hab) 2
4 Em termos de quantidades de valores de material reciclado, o total de RE 2010 cifrou-se em toneladas, o que comparativamente com 2004, significa um aumento de 81%, tal como mostra a tabela 3. Material Vidro Plástico Papel/Cartão Metal Madeira Outros Total Tabela 3 Total de resíduos de embalagens reciclados por material (toneladas) Fazendo uma análise comparativa em termos relativos, é possível concluir que, desde 2004, o material aumentou substancialmente a sua taxa de reciclagem foi o plástico (com um aumento de 15, que corresponde a toneladas), seguido do plástico, com um aumento de 10, correspondendo a toneladas). Total de resíduos de embalagens reciclados por tipo de material % % 55% % 5 Vidro Plástico Papel/Cartão Metal Madeira % % Outros Figura 2 Resíduos de embalagens reciclados por material 3
5 Em termos das capitações dos RE reciclados, observado a tabela 4, concluímos que 2008 foi o ano com uma maior capitação em temos de quantidades de RE reciclados, uma vez que também foi o ano que apresentou uma maior produção de RE. Material Vidro Plástico Papel/Cartão Metal Madeira Outros Total Tabela 4 Capitação dos resíduos de embalagens reciclados por material (kg/hab) Relativamente aos RE valorizados (incluindo reciclagem e valorização energética), a tabela 5 apresenta os quantitativos apurados a nível nacional nos 7 anos em análise. Salienta-se que entre 2004 e 2010 houve um aumento de 6 no total de RE valorizados, sendo que, mais uma vez, a maior quantidade de RE valorizados registou-se em Material Vidro Plástico Papel/Cartão Metal Madeira Outros Total Tabela 5 Total de valorização e incineração em incineradores de resíduos com valorização energética Na figura 3 é possível observar as percentagens de RE reciclados, por ano. Em termos percentuais, os RE de papel e cartão foram os que tiveram um maior crescimento, quando comparado com 2004 (95%), seguido do plástico com 6. 4
6 Resíduos de embalagens valorizados (incluindo reciclagem e valorização energética) por tipo de material % % 1 12% 1 55% 5 Vidro Plástico Papel/Cartão Metal Madeira % 4 11% Outros % 12% Figura 3 Resíduos de embalagens valorizados (incluindo reciclagem e valorização energética) por tipo de material Em termos de capitações, a tabela 6 mostra que, mais uma vez, 2008 foi o ano com maior capitação em termos de valorização, a um nível global. Material Vidro Plástico Papel/Cartão Metal Madeira Outros Total Tabela 6 Capitação dos resíduos de embalagens valorizados (incluindo reciclagem e valorização energética) por material (kg/hab) No período analisado ( ) assistiu-se a um aumento da quantidade de resíduos de embalagens produzidas entre 2004 e 2006, ano a partir do qual a produção apresentou uma tendência para a estabilização. Em 2010, tal como já foi referido, registou-se uma produção de cerca de mil toneladas de RE. A figura 4 mostra com clareza essa tendência à estabilização. 5
7 Toneladas Produção de resíduos de embalagens face às quantidades recicladas e valorizadas energeticamente Resíduos de Embalagens Produzidos (t) Total de Embalagens Recicladas Total de Embalagens Valorizadas Figura 4 Quantitativos totais nacionais apurados Fazendo uma análise comparativa através das metas impostas, é possível observar, através da figura 5, que neste último ano a taxa de reciclagem de RE atingiu os 62%, valor superior aos 6 verificados no ano precedente, tendo ultrapassado a meta prevista para 2011 (55%) desde Taxa de reciclagem global 70, 60, 51,4% 56,5% 61, 6 62% 55, 50, 41, 44,3% 40, 30, Taxa de Reciclagem (total) Meta de Reciclagem (2011) Figura 5 Quantitativos totais nacionais apurados Em termos setoriais, todos os materiais apresentam uma taxa de reciclagem superior a meta imposta para 2011, com exceção do vidro, que inclusive apresentou uma redução de 2009 para Os RE de papel e cartão alcançaram a maior taxa de reciclagem, com 85% em 2010, 6
8 superando largamente a meta proposta (6). No caso das embalagens metálicas, a meta estabelecida de 5 foi sempre superada, desde 2004, sendo que em 2010 estes resíduos apresentavam uma taxa de reciclagem de 6. 70, 60, 50, 40, 30, Taxa de reciclagem do vidro 60, 51, 55% 53% 46, 45, 38, 40,5% 30, 25, 20, 15, 10, 5, 0, Taxa de reciclagem do plástico 25% 25% 22,5% 19,1% 15, 15,4% 15,3% 10,5% Vidro Meta de reciclagem de vidro (2011) Plástico Meta de reciclagem do plástico (2011) 90, 60, Taxa de reciclagem do papel/cartão 87, 81, 8 68,2% 59, 55, 85% 60, 70, 60, 50, 55,1% Taxa de reciclagem do metal 60,4% 61,5% 62,5% 64, 64% 6 50, 40, 30, Papel/Cartão Meta de reciclagem de papel e cartão (2011) 30, Metal Meta de reciclagem de metal(2011) Taxa de reciclagem da madeira 80, 60, 40, 66,1% 58,4% 73,3% 71, 64,5% 65% 6 20, 0, 15, Madeira Meta de reciclagem da madeira (2011) Figura 6 Quantitativos totais nacionais apurados, por material 7
9 Por seu lado, a taxa de valorização alcançou os 6 em 2010, tendo ultrapassado desde 2008 a meta prevista (6 ate final de 2011). 70, 65, 60, 55, 50, 45, 40, 35, 30, Taxa de valorização global 66, ,1% 60, 50, 48, 55, Taxa de valorização (total) Meta de Valorização 2011 Figura 7 Quantitativos totais nacionais apurados Em 2010, Portugal cumpriu as metas definidas pela Diretiva 94/62/CE, de 20 de dezembro no que se refere à reciclagem e valorização, como se pode observar nas figuras 5 e 7, encontrando-se igualmente a concretizar já as metas estabelecidas para 2011 com exceção do vidro. Considera-se que a manter-se o crescimento apresentado nos anos anteriores e as ações desenvolvidas, Portugal irá dar cumprimento às metas estabelecidas para 2011 em todos os materiais. 8
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