As Representações Sociais em Torno das Favelas
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- Ana Luísa Coimbra Gorjão
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1 Introdução Objetivo: propiciar reflexões em torno das políticas sociais em favelas cariocas, no contexto do programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).
2 As Representações Sociais em Torno das Favelas Os precursores das favelas: os cortiços (Século XIX) A origem da favela: o morro de Favella (Fim do século XIX) A expansão das favelas, a partir dos anos 1950 As favelas como espaços precários, marcados por ausências A favela no singular A invenção da favela As favelas como territórios de violência (Década de 1980)
3 As Intervenções Estatais em Favelas As favelas como espaços as margens do Estado As políticas públicas voltadas para a favela no singular Padrão de políticas públicas, durante o século XX: remoções, durante governos autoritários; políticas de urbanização, em períodos democráticos Abertura para serviços públicos, durante o governo Brizola (Década de 1980) A favela como território de violência e o paradigma da integração O destaque para a segurança pública na agenda política
4 O Programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) Objetivo do Programa: retomada dos territórios perdidos para o tráfico Inauguração da primeira UPP, na favela Santa Marta, em novembro de 2008 O processo de pacificação : planejamento, comunicação, ocupação e instalação A formação dos policiais das UPPs As UPPs como um novo modelo de segurança pública O papel social dos policiais das UPPs A abertura das favelas para outros programas e políticas: UPP Social e Territórios da Paz
5 O Estado enquanto um Campo de Poder
6 O Capital Social Capital Social Relações de Amizade Conflitos Relações Harmoniosas Afastamentos Forçados - Confraternizações; - Conselhos pessoais; - Confidências pessoais - Encaminhamento de demandas; - Pedidos de ajuda formal; - Presença em reuniões; - Acesso à base do programa. - Evitação de acesso à base do programa; - Ausência de cumprimentos; - Ausência em reuniões. - Agressões físicas; - Xingamentos; - Retaliações; - Diálogos agressivos.
7 O Capital Informacional Capital Informacional Informações sobre princípios básicos de convivência na comunidade Informações formais, vinculadas ao objetivo do programa - Regras informais de convivência; - Nível de instrução dos moradores; - Horários mais adequados para as reuniões. - Índices criminais; - Problemas nas obras; - Demandas em geral;
8 Relação entre Capital Social e Informacional Capital Social Capital Informacional
9 O Capital Econômico Capital Econômico Equipamentos Recursos disponíveis para as realizações das atividades Efetivo de Funcionários Salários - Computadores; - Celulares; - Armamentos; - Veículos - Número de policiais; - Número de agentes de campo; - Tamanho das equipes; - Número de territórios por equipes. - Aumento de salários; - Gratificações; - Benefícios; - Atrasos salariais. - Recursos financeiros; - Lanches; - Disponibilidade de espaço.
10 O Capital Espacial Capital Espacial Dimensão de Territorialidade (Ocupação do território) Dimensão de Materialidade (Apresentação de resultados materiais ou transformações materiais no espaço) - Base física dos agentes; - Circulação dos agentes pelo espaço; - Baseamento no território. - Invisibilidade de tiros, armas e drogas; - Obras; - Bolsa família.
11 Relação entre Capital Econômico, Capital Espacial e Capital Simbólico Capital Simbólico Capital Econômico Capital Espacial
12 Marcando Posições Capital Simbólico Capital Econômico Capital Social Capital Informacional Capital Espacial Incumbentes Desafiadores UPP PAC CRAS UPP Social Territórios da Paz
13 A Baixa Legitimidade das Políticas Sociais, no Contexto da Pacificação O que acontece, foi aquilo que falei, quem tem estrutura física dentro do território, é a UPP que está aqui pintada de azul e branco e todo mundo tem como referência. Quem está fardado na rua com a bandeira do Estado no ombro? É o policial, então ele acaba sendo referência, enquanto que de repente a UPP Social e o Território da Paz vêm e executam o trabalho deles, mas não acabam se tornando referência, porque não estão aqui presentes 24 horas (Representante da UPP 3, Favela da zona Sul). É, como nós não somos finalistas, eu não diria que o nosso efeito de trabalho é físico, o que muitas vezes dificulta até a gente explicar o que que é a UPP Social. Mas o que vocês fazem, né? Qual é a proposta? E aí, o que vocês já fizeram? Está tudo documentado. Está tudo produzido, mas é informação. Informação não se mede, né? (Representante da UPP Social 1, Geral) E por isso mesmo, a gente teve um problema de visibilidade porque a gente, enquanto outros projetos e propostas botavam, assinavam o nome X, Y, a gente não assinava. Isso prejudicou um pouco nossa visibilidade (Representante do Territórios da Paz 2, Geral) a UPP Social, a muito tempo se fala de levantamento de dados, que ela tá dando encaminhamento, isso e aquilo, mas eu não vi nada de concreto. (Morador 10, Favela da zona Sul). O Territórios da Paz aqui não tem muito, eu não vejo muita coisa deles, não. Não sei nem na realidade o que eles estão fazendo. O que eles fazem (Morador 16, favela da zona Sul).
14 Padrões nas Políticas Sociais em Favelas Influência do campo político no campo burocrático: as descontinuidades nas políticas sociais A lógica burocrática e os padrões de lentidão nas políticas sociais As disputas do campo burocrático do Estado: dispersões e sobreposições nas políticas sociais A administração da pobreza e a maquiagem do espaço
15 Considerações Finais Até que ponto políticas sociais em favelas devem estar a serviço das políticas de segurança? Onde estão as políticas sociais em favelas? Como fortalecer as políticas sociais em favelas? Até que ponto o termo favela ainda faz sentido?
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