CARTILHA PARA A COLETA SELETIVA DO LIXO PÚBLICO: Uma proposta para o gerenciamento dos resíduos sólidos
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- Liliana Candal Mendes
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1 1 CARTILHA PARA A COLETA SELETIVA DO LIXO PÚBLICO: Uma proposta para o gerenciamento dos resíduos sólidos Vânia Montalvão 1 Joelma Alves de Oliveira 2 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)-DEDC XII-Guanambi (BA) Grupo de Pesquisa: Grupo em Educação e Desenvolvimento Socioambiental Linha de Pesquisa: Gestão Ambiental RESUMO O projeto Planeta Sustentável, através de pesquisas, palestras e eventos, busca conhecer a realidade ambiental local e contribuir para uma melhor qualidade de vida da população. O presente artigo objetiva contribuir para o gerenciamento dos resíduos sólidos em Guanambi, através de direcionamentos para a Coleta Seletiva (CS). A partir de entrevistas com os gestores da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (SEAMA), e questionários aplicados à transeuntes do centro da cidade e UNEB foi possível conhecer intenções/ações desse órgão e a percepção de parte da população quanto ao quantitativo de lixo gerado por cada um. Conscientizar e preparar a população para o início de um processo de mudança de hábitos é fator importante para o bom gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos. A cartilha apresentada propõe informar a população sobre as vantagens da CS bem como incentivar a mudança de postura e adoção de procedimentos adequados para sua separação. Palavras-chave: Qualidade de vida. Resíduos sólidos. Coleta seletiva. INTRODUÇÃO É notório que o avanço da tecnologia acelera os processos de produção onde uma infinidade de produtos é colocada no mercado diariamente, evidenciando a relação direta entre tecnologia e recursos naturais. Diante da oferta rápida verificam-se o consumo descontrolado e o descarte rápido, marcas registradas da sociedade moderna do século XXI. Tais atitudes trazem consequências drásticas para o planeta, mostrando a redução acelerada dos recursos naturais e a poluição do solo, água e ar, além da redução dos biomas e da biodiversidade, tão necessários para a reprodução da vida no planeta. As fabricam utilizam variados recursos em sua produção, tanto renováveis quanto não renováveis, sendo que os renováveis depois de utilizados continuam disponíveis, devido aos ciclos naturais como, por exemplo, a biomassa. Já os não renováveis, depois de utilizados uma vez não podem mais ser reaproveitados, como os combustíveis fósseis. O Relatório Nosso Futuro Comum, da norueguesa Gro Brundtland, fez um alerta mundial em 1994 sobre os padrões insustentáveis de consumo do ocidente. Por isso, ¹Professora do Departamento de Educação Campus XII da universidade do Estado da Bahia (UNEB). Coordenadora do Projeto Planeta Sustentável-UNEB/CAMPUS XII. Linha de Pesquisa: Gestão Ambiental. vmontalvao@uneb.br ²Estudante do curso de Administração do Departamento de Educação de Guanambi Campus XII/UNEB. Monitora Bolsista do Projeto Planeta sustentável-uneb/camps XII. Joelma_cba2009@hotmail.cm
2 2 muitas empresas adequam seus processos industriais para conciliar interesses empresariais e ambientais. Mas, a tecnologia, que catalisa processos industriais, pode também ser vista como oportunidade de negócio que permite a prevenção/redução da geração de poluentes. Prova disso é a empresa americana Minnesota Mining and Manufaturing (3M), que produz produtos como fitas isolantes e post-it, sendo um exemplo bem-sucedido da incorporação de variáveis ambientais aos negócios e de acordo com Callenbach (1999, p.57) apud Andrade & Chiuvitte, (2004, p. 175) a empresa se orgulha de ter um dos mais antigos programas de prevenção de lixo dos Estados Unidos, baseada na premissa de que existe ligação entre proteção ao ambiente e solidez financeira. O Programa 3P da 3M, prevenir a poluição dá lucro, permitiu à empresa empreender mudanças de processos e economizar milhões de dólares, com economia de energia, mostrando ao universo empresarial que ecologia faz parte de suas estratégias, como a reutilização de resíduos de suas atividades usados como matériaprima para a fabricação de outros produtos, ou seja, convertendo sucata da sua linha de produção em mini antenas. Observa-se, pois, a importância da reutilização de resíduos sólidos, onde a coleta seletiva tem papel primordial no processo, através da separação dos materiais recicláveis de outros não recicláveis, sendo necessário direcionar a população para que cada um faça sua parte, atuando como parte da solução de um problema que é de todos. A NBR apud Braga et al (2005, p.147) define como resíduos sólidos resíduos nos estados sólido e semissólido, resultantes de atividades da comunidade de origem industrial, doméstica, comercial, hospitalar, agrícola ou de varrição. Assim, os resíduos sólidos apresentam constituição diversa e volume variado. A Lei , de , instituiu a Politica Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que se tornou um marco da gestão ambiental (GA) no país, expressando a responsabilidade compartilhada para a gestão final do lixo urbano, entre governo, empresariado e população. Todos devem estar conscientes de que é preciso optar pela mudança de atitudes, base forte para a operacionalização e eficácia dos programas pertinentes, que compreende os princípios da PNRS, entre eles o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania (BRASIL, 2010). Por isso, a cartilha aqui proposta, com indicativos e procedimentos necessários para a coleta seletiva, visa contribuir para o gerenciamento dos resíduos sólidos no município, bem como estimular o exercício da cidadania e da
3 3 Educação Ambiental (EA), através da separação do lixo gerado por cada um. METODOLOGIA Indica o caminho trilhado pelo pesquisador para alcançar os objetivos propostos na pesquisa. De acordo com Daher e Oliveira (2007, p. 06), a metodologia inclui as concepções teóricas de abordagem da realidade e o conjunto de técnicas que possibilitam sua construção. Desta forma, o estudo, de abordagem qualitativa, iniciouse a partir de uma pesquisa bibliográfica, que, segundo VERGARA (2005), permite ao pesquisador examinar o assunto através de uma nova ótica. Quanto aos meios, tem a forma de pesquisa de campo, onde as visitas in loco aos gestores da SEAMA, secretário e diretor de recursos hídricos, permitiu conhecer detalhes quanto à operacionalização da coleta seletiva. Já os questionários, com quatro questões fechadas, aplicados de forma rápida aos transeuntes do centro da cidade e UNEB, possibilitaram conhecer a percepção de parte da população quanto ao lixo gerado e a intenção de colaborar no processo, sendo os informantes: três donas de casa-centro, cinco proprietários do comércio-bairro, oito dentistas, nove médicos, oito professores e 48 alunos universitários, 10 donas de casa-bairro, 16 proprietários do comércio-centro, 35 trabalhadores do comércio. 250 questionários foram distribuídos e 142 respondidos, entre e Os critérios de inclusão da pesquisa basearam-se na acessibilidade e disponibilidade de resposta dos sujeitos, quando abordados em seus recintos de trabalho, estudos ou na rua e pelo quantitativo de pessoas de diferentes bairros que por lá transitam. RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se que: com exceção dos professores, alunos e donas de casa bairro, onde 80% afirmou produzir até 1 kg de lixo/dia, a maior parte do restante dos pesquisados, disse que produz de 2 a 3 kg de lixo por dia. Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2010) a média per capita é de 1.2 kg de lixo/dia, estando a maioria dos pesquisados acima da média. Quanto ao destino final, 60% dos médicos acreditam que o lixo vai para aterro; a maioria dos dentistas e proprietários comércio-centro para longe da cidade e 85% dos informantes restantes, disseram que vai para o lixão. 100% dos questionados veem a coleta seletiva como algo positivo, se prontificando a cooperar. A cartilha apresenta conhecimentos necessários para a separação do lixo produzido, o qual seguirá para a
4 4 coleta seletiva e depois para o centro de reciclagem através da Cooperativa de Trabalho dos Agentes Ecológicos de Guanambi (COOTAEG), que dirige as atividades dos envolvidos na seleção, triagem e comercialização de materiais recicláveis desde A previsão de implantação é para meados de junho/2016. O primeiro passo é sensibilizar a comunidade, via mídias e escolas, para que se sinta motivada a fazer parte dessa caminhada. O segundo é cuidar para que cada um inclua, em sua agenda cotidiana, a prática da separação do lixo gerado em suas atividades. Abaixo, a cartilha:
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7 7 CONCLUSÃO À guisa de conclusão, é importante ter responsabilidade na gestão de resíduos, pelas contrapartidas apresentadas: preservação do ambiente, como ambiental, e oportunidade de condições dignas de trabalho aos catadores de recicláveis, contrapartida social. Além disso, permite a cada um praticar a cidadania, item importante da EA. Como instrumento da GA a EA viabiliza a articulação de ações e potencializa resultados, ao mesmo tempo em que impulsiona a mudança de valores e atitudes, tanto individuais quanto coletivos. Nesse prisma, a cartilha para EA desempenha o papel de estimular a aderência das pessoas à mudança de paradigmas, do social para o novo paradigma, ou seja, de uso infinito dos recursos para o Desenvolvimento Sustentável, o que permite o redirecionamento da conduta humana, de reeducação da sociedade em busca do resgate de valores (DIAS, 2004). Assim, a cartilha é imprescindível para a operacionalização e sucesso do programa de gerenciamento de resíduos sólidos, através da coleta seletiva, onde a Universidade desenvolve seu papel social, através de parcerias, com atividades que viabilizam a transformação da realidade em prol do bem coletivo. É o início das contribuições individuais necessárias à sustentabilidade do planeta. REFERÊNCIAS ANDRADE, T. C. S. de; CHIUVITE, T. B. S. Meio ambiente: um bom negócio para a indústria práticas de gestão ambiental. São Paulo: Tocalino, BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental: o desafio do desenvolvimento sustentável. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, BRASIL. Lei nº , de 02 de agosto de Institui a Politica Nacional de Resíduos Sólidos. Disponível em: < Planalto. gov.br/ccivil_03/_ato2007>. Acesso em: 01 maio DIAS, G. F. Educação ambiental: princípios e práticas. 9. ed. São Paulo: Gaia, OLIVEIRA, Ricardo Daher; DAHER, Poliana Maris. Metodologia científica: orientações metodológicas. Vila Velha: VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. 6 ed. São Paulo: Atlas S.A., 2005.
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