ação das águas do escoamento superficial, sendo-lhes atribuída baixa suscetibilidade à erosão laminar.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ação das águas do escoamento superficial, sendo-lhes atribuída baixa suscetibilidade à erosão laminar."

Transcrição

1 ação das águas do escoamento superficial, sendo-lhes atribuída baixa suscetibilidade à erosão laminar. Por outro lado, sua estrutura macroporosa laterítica pode colapsar, isto é, ruir em decorrência do adensamento do solo quando saturado, sendo, por isso, esses solos porosos denominados de colapsíveis. O principal problema geotécnico associado ao colapso estrutural dos solos que ocorrem na área do empreendimento é o potencial recalque do terreno de fundações rasas, tendo como consequências mais comuns a danificação de edificações e de obras de infraestrutura (sistema viário, rede de água e esgotos etc.). Esse processo pode ser intensificado em áreas urbanas por vazamentos na rede de abastecimento de água e, particularmente, na rede de esgoto, pois os efluentes, que normalmente contêm NaOH, atuam não só na saturação do solo, mas na dispersão das argilas, facilitando a quebra da microestrutura do solo. A concentração de água nesses solos pode gerar sulcos na superfície, os quais rapidamente evoluem para ravinas que, ao atingirem o lençol freático formam voçorocas, caracterizando um processo erosivo de difícil controle. Outro aspecto prejudicial à natural estabilidade desses solos argilosos porosos é a facilidade da sua compactação superficial sob condições intensas de uso, comprometendo a capacidade de infiltração da água e gerando processos de degradação permanentes. Cabe ainda mencionar que é comum nesses solos porosos, quando saturados e neles estabelecido um gradiente hidráulico elevado, o desenvolvimento concomitante de transporte da fração mais fina do solo, formando piping (cavidade em forma de tubos), que potencializa o recalque da superfície. 8.2 Meio Biótico FLORA TERRESTRE Introdução No contexto da classificação da vegetação mundial, o Cerrado é considerado uma Savana Tropical Úmida e apresenta fisionomias e flora próprias (Eiten, 1994). A sazonalidade na precipitação, a drenagem e a fertilidade do solo, a profundidade do lençol freático, a ocorrência de fogo, as variações climáticas no quaternário e os fatores antrópicos foram salientados como determinantes da vegetação do Cerrado (Ribeiro & Walter, 2008). No Brasil, o Cerrado ocupa área de aproximadamente 2 milhões de km² ou cerca de 23% do território, extensão esta superada apenas pela Floresta Amazônica com 3,5 milhões de km² (Ribeiro & Walter, 1998). O Cerrado está entre as mais ricas dentre as savanas do mundo (Ribeiro & Walter, 1998). Devido à riqueza e ao elevado grau de destruição atual, o bioma Cerrado foi incluído na lista dos 34 hot spots da biodiversidade mundial (Mittermeier et al., 2005). Riqueza esta listada por Mendonça et al. (1998) em e por Walter (2006) em espécies vasculares, distribuídas em formações florestais, savânicas e campestres (Ribeiro & Walter, 1998). O cerrado sentido restrito, em ampla variação de latitude, altitude e classes de solo, ocupa cerca de 65% da área total da formação do Cerrado (Haridasan, 2007). É caracterizado por árvores baixas, tortuosas, inclinadas, com ramificações irregulares e retorcidas, frequentemente com evidências de queimadas (Ribeiro & Walter, 1998). Essa formação vegetal também se caracteriza por apresentar um estrato arbóreo de até 8m de altura formado por árvores retorcidas, variando em cobertura de 10 a 60% (Felfili & Silva Júnior, 2001), e é composta também por um estrato herbáceo dominado principalmente por 127

2 gramíneas. Atualmente, resultado do contínuo desmatamento ocorrido nas últimas décadas, restam poucos remanescentes desta vegetação, que se tornaram focos de muitas pesquisas. Estudos florísticos, fitogeográficos e ecológicos nestes remanescentes procuram dar suporte técnico para seleção de áreas prioritárias para conservação e para a recuperação de áreas degradadas (Felfili et al., 2007). Áreas degradadas referem-se a ecossistemas alterados, onde perdas ou excessos são as formas mais comuns de perturbações e degradações ambientais. A retirada da cobertura vegetal, dependendo da intensidade, pode ser considerada uma degradação ou uma perturbação ambiental. Caso o ambiente não se recupere, diz-se que está degradado e necessita de intervenções, mas, se mantém sua capacidade de regeneração, diz-se que o ambiente está perturbado e intervenções poderão acelerar o processo de recuperação (Corrêa & Melo, 1998). A cobertura vegetal atua como elemento responsável pela estruturação do solo por meio do sistema radicular. O sistema radicular das matas, por sua vez, constitui-se em uma malha densa de raízes que confere, à porção superficial do solo, uma defesa eficiente contra a ação erosiva da água, defesa esta que se manifesta na forma de resistência à erosão e aumenta proporcionalmente, com a densidade das raízes (Prandini et al., 1982) Objetivo O estudo em tela teve como objetivo identificar e quantificar as espécies arbóreas e arbustivas conforme preconiza o Decreto Distrital nº /93, bem como descrever qualitativamente as gramíneas presentes no local. O inventário florístico foi realizado dentro da poligonal destinada ao Centro Metropolitano de Taguatinga Metodologia O inventário florístico foi realizado na área destinada ao Centro Metropolitano de Taguatinga, com aproximadamente 159 hectares, onde se observou, em quase toda a poligonal, áreas degradadas e poucas manchas de Cerrado sentido restrito. No presente trabalho utilizou-se como metodologia o censo florestal (ou inventário 100%), em função da supressão de todas as árvores compreendidas na área do Centro Metropolitano de Taguatinga (AID). O censo foi feito tanto na área de Cerrado sentido restrito como na pequena borda da mata de galeria inserida dentro da poligonal. A coleta de dados consistiu em registrar todas as árvores nativas do Cerrado inseridas na poligonal do Centro Metropolitano de Taguatinga, com CAS (Circunferência a Altura do Solo) a 30 cm, igual ou superior a 20cm de circunferência, conforme preconiza o Decreto Distrital nº /1993, art 5º parágrafo 2º. A obtenção dos dados foi realizada da seguinte maneira: 01 (um) anotador munido de uma lista de espécies do Cerrado, 01 (um) identificador de árvores e 01(um) assistente de campo. As espécies cujo nome era desconhecido foram coletadas amostras dos ramos e principais características dendrológicas e identificadas no Herbário do Instituto de Biologia (IB) da Universidade de Brasília (UnB) Vegetação Arbórea A poligonal do Centro Metropolitano de Taguatinga possui atributos que a caracterizam como uma área antropizada, como por exemplo, as ocupações em seu interior, representadas pelo estádio Serejão, pela subestação da Companhia Energética de Brasília (CEB), pela Rodoviária de Taguatinga e pela linha do Metrô, além de algumas chácaras próximas ao ribeirão Taguatinga, pertencentes ao Núcleo Rural Taguatinga. 128

3 Figura 44 - Aspecto geral de toda área destinada ao parcelamento de solo A vegetação antropizada está presente em cerca de 95% da Área de Influência Direta - AID e encontra-se com alto grau de perturbação, onde se pode observar a predominância de gramíneas exóticas consorciadas com árvores nativas e não nativas do Cerrado (Figura 45). A proximidade das chácaras do Núcleo Rural Taguatinga é causa provável da infestação de gramíneas exóticas na área de estudo, tendo como consequência o comprometimento do desenvolvimento de espécies herbáceas e arbóreas nativas. 129

4 Figura 45 - Parte da poligonal do inventário florístico onde há associação de gramíneas e árvores exóticas Na Tabela 21 estão inseridas todas as espécies arbóreas, nativas e exóticas, identificadas no inventário florístico realizado na área do Centro Metropolitano de Taguatinga, conforme preconiza o Decreto Distrital nº. 14/783/93. Foram catalogadas árvores, distribuídas em 50 famílias. Todas estas famílias contemplam um total de 112 espécies nativas e exóticas. Tabela 21 - Espécies arbóreas identificadas dentro da poligonal do Parcelamento de Solo do Centro Metropolitano de Taguatinga Espécie Família Nome Popular Quantidade Acosmium dasycarpum Leguminosae Chapadinha 58 Aegiphila lhotzkyana Verbenaceae Corticeira 10 Agonandra brasiliensis Opiliaceae Pau-marfim 4 Alchornea irucurana Euphorbiaceae Tapiá 6 Alibertia macrophylla Rubiaceae Marmelada 4 Anadenanthera sp. Leguminosae Angico 1 Andira paniculata Leguminosae Angelim 13 Annona coriacea Annonaceae Araticum 6 Annona crassiflora Annonaceae Araticum 6 Aspidosperma tomentosum Apocynaceae Peroba-do-cerrado 1 Bauhinia sp. Leguminosae Pata-de-vaca 31 Byrsonima crassifolia Malpighiaceae Murici 2 Byrsonima verbascifolia Malpighiaceae Murici 1 Calophyllum brasiliensis Clusiaceae Landim 5 Caryocar brasiliense Caryocaraceae Pequi 6 130

5 Espécie Família Nome Popular Quantidade Casearia rupestre Salicaceae Guassatonga 1 Casearia sylvestris Flacourtiaceae Erva-de-teiú 13 Cecropia sp. Cecropiaceae Embaúba 17 Cheiloclinium cognatum Celastraceae Bacupari-da-mata 2 Connarus suberosus Connaraceae Galinha-choca 8 Copaifera langsdorffii Leguminosae Copaíba 3 Cupania vernalis Sapindaceae Camboatá-vermelho 5 Cybistax antisyphilitica Bignoniaceae Ipê-verde 3 Dalbergia miscolobium Leguminosae Jacarandá-do-cerrado 46 Davilla elliptica Dilleniaceae Sambaibinha 9 Dimorphandra mollis Leguminosae Faveira 6 Diospyros burchellii Ebenaceae Olho-de-boi 61 Diospyros hispida Ebenaceae Bacupari-bravo 1 Emmotum nitens Icacinaceae Aderno 3 Enterolobium gummiferum Leguminosae Tamboril 9 Eriotheca pubescens Bombacaceae Painera-do-cerrado 20 Erythroxylum daphnites Erythroxylaceae Fruta-de-pomba 1 Erythroxylum suberosum Erythroxylaceae Cabelo-de-negro 23 Erythroxylum tortuosum Erythroxylaceae Muxiba-comprida 5 Eucalyptus sp.* Myrtaceae Eucalipto 21 Eugenia dysenterica Myrtaceae Cagaita 3 Euterpe edulis Palmae Palmiteiro 5 Faramea cyanea Rubiaceae Cafézinho 1 Guapira graciliflora Nyctaginaceae Maria-mole 2 Guapira noxia Nyctaginaceae Pau-de-lepra 10 Guazuma ulmifolia Sterculiaceae Mutamba 1 Heteropterys byrsonimifolia Malpighiaceae Murici-macho 16 Himatanthus obovatus Apocynaceae Pau-de-leite 1 Hymenaea stigonocarpa Leguminosae Jatobá-do-cerrado 5 Inga cylindrica Leguminosae Ingá 1 Jacaranda sp. Bignoniaceae 1 Kielmeyera coriacea Guttiferae Pau-santo 41 Lafoensia pacari Lythraceae Pacari 11 Leucaena leucocephala* Mimosaceae Leucena 157 Machaerium opacum Leguminosae Jacarandá 11 Mangifera indica* Anacardiaceae Manga 4 Matayba guianensis Sapindaceae Camboatá-branco 4 Miconia albicans Melastomataceae Folha-branca 7 Micropholis venulosa Sapotaceae Curupixá 1 Mimosa caesalpiniaefolia Leguminosae Sansão-do-campo 2 Mimosa claussenii Leguminosae 43 Muntigia calabura Elaeocarpaceae Calabura 1 131

6 Espécie Família Nome Popular Quantidade Myrcia rostrata Myrtaceae Folha-miúda 2 Myrcia sellowiana Myrtaceae Vermelhão 1 Myrcia tomentosa Myrtaceae Goiaba-brava 3 Myrsine guianensis Myrsinaceae Cafézinho 50 Neea theifera Nyctaginaceae Caparrosa-branca 6 Ochroma pyramidale* Malvaceae Pau-de-balsa 1 Ormosia arborea Leguminosae Olho-de-cabra 1 Ouratea hexasperma Ochnaceae Vassoura-de-bruxa 13 Palicourea rigida Rubiaceae Bate-caixa 15 Pelthophorum dubium* Leguminosae Canafistula 4 Pera glabrata Peraceae Cinta-larga 7 Persea americana* Lauraceae Abacate 4 Piper arboreum Piperaceae Jaborandi 8 Piptocarpha macropoda Asteraceae Cambará-preto 3 Piptocarpha rotundifolia Compositae Coração-de-negro 29 Plenckia populnea Celastraceae Marmelo-do-cerrado 14 Pouteria ramiflora Sapotaceae Curriola 3 Pouteria torta Sapotaceae Curiola 13 Psidium myrsinoides Myrtaceae Goiabinha-do-campo 68 Psidium warmingianum Myrtaceae Araçá 2 Pterodon emarginatus Leguminosae Sucupira-branca 1 Pterodon pubescens Leguminosae Sucupira-branca 18 Qualea dichotoma Vochysiaceae Pau-jacaré 2 Qualea grandiflora Vochysiaceae Pau-terra 3 Qualea multiflora Vochysiaceae Pau-terra 3 Qualea parviflora Vochysiaceae Pau-terra 14 Ricinius communis* Euforbiaceae Mamona 84 Roupala montana Proteaceae Carne-de-vaca 2 Sapium glandulatum Euphorbiaceae Leiteiro 3 Schefflera macrocarpa Araliaceae Mandiocão 63 Sclerolobium paniculatum Leguminosae Carvoeiro 1 Siphoneugena densiflora Myrtaceae Guamirim 1 Solanum lycocarpum Solanaceae Lobeira 11 Spathodea campanulata* Bignoniaceae Espatódia 4 Strychnos pseudoquina Loganiaceae Quina 6 Stryphnodendron adstringens Leguminosae Barbatimão 16 Styrax ferrugineus Styracaceae Laranjinha-do-campo 11 Syzygium cumini* Myrtaceae Jamelão 17 Tabebuia ochracea Bignoniaceae Caraibínha 12 Tabebuia sp. Bignoniaceae Ipê 2 Tapirira guianensis Anacardiaceae Pombeiro 16 Tecoma sp. Bignoniaceae 9 132

7 Espécie Família Nome Popular Quantidade Tibochina candolleana Melastomataceae Quaresmeira 12 Tibouchina sp. Melastomataceae Quaresmeira 7 Tocoyena formosa Rubiaceae Jenipapo-bravo 3 Vellozia squamata Velloziaceae Canela-de-ema 10 Vernonia condensata Asteraceae Boldo-africano 26 Virola sebifera Myristicaceae Ucuúba-do-cerrado 3 Vochysia elliptica Vochysiaceae Pau-doce 5 Vochysia pyramidalis Vochysiaceae Gomeira-de-macaco 2 Vochysia thyrsoidea Vochysiaceae Gomeira 23 Vochysia tucanorum Vochysiaceae Fruta-de-tucano 2 Xylopia aromatica Annonaceae Pimenta-de-macaco 3 Zanthoxylum rhoifolium Rutaceae Maminha-de-porca 1 Total 1382 A família Leguminosae é representada por 270 indivíduos arbóreos distribuídos em 19 espécies, enquanto a família Mimosaceae é a que obteve o segundo maior quantitativo de árvores (157) dentre todas as identificadas no estudo (Gráfico 1). As leguminosas constituem uma das maiores famílias botânicas com aproximadamente espécies em mais de 650 gêneros. Quase todas suas espécies apresentam simbiose de raízes com bactérias Rhizobium, sendo fundamentais na ciclagem de nutrientes para fixação do nitrogênio no solo. Esta característica é de suma importância para o equilíbrio do solo (Côrrea, 2005). Gráfico 1 - Distribuição de espécies arbóreas por famílias botânicas Dentre as 112 espécies arbóreas, nativas e exóticas, identificadas na poligonal de estudo observou-se que a Leucaena leucocephala (Leucena) obteve predominância entre as outras espécies. Esta representa, com 157 árvores, 11% de todas as espécies. A árvore com o segundo maior quantitativo de indivíduos foi outra exótica, a Ricinius communis (mamona), representando 6% do total. Psidium myrsinoides (goiabinha-do-campo) obteve o terceiro maior número de indivíduos e também foi a espécie nativa mais abundante com 68 árvores. Logo em seguida vem outra espécie nativa, Schefflera macrocarpa (mandiocão) representando 5% do total com 63 árvores (Gráfico 2). 133

8 Gráfico 2 - Distribuição das espécies arbóreas identificadas no estudo Leucaena leucocephala, leguminosa exótica originária do México, é encontrada em toda a região tropical. Esta espécie se mantém verde durante a estação seca, perdendo somente os folíolos em secas muito prolongadas ou com geadas fortes. A planta apresenta um sistema radicular profundo, com pequeno número de raízes laterais, que ocorrem próximas à superfície do solo (Souza Filho, 2000). Suas folhas são forrageiras para o gado e a madeira pode ser utilizada como lenha. Tem como impacto ecológico quando formam densos aglomerados, excluindo todas as outras plantas e impedindo a circulação da fauna. A leucena foi plantada para servir como forrageira, mas tomou proporções maiores se tornando em muitas vezes uma invasora incômoda. Leucena Figura 46 - Leucaena leucocephala (Leucena) misturada a espécies arbóreas e gramíneas exóticas em local próximo ao estádio Serejão 134

9 Ricinius communis (mamona) é um arbusto com altura média de 2,5m, caule ramificado, coloração verde ou avermelhada (Figura 47). Esta espécie é originária da Ásia meridional e foi introduzida em quase todo o mundo, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais. É largamente difundida por todo o Brasil, não havendo praticamente terreno baldio, mata ou lavoura abandonada onde ela não cresça. Em vários países a mamona é cultivada para a extração do óleo das sementes, o óleo de rícino, cujo principal emprego é na lubrificação de motores de alta rotação, como é o caso dos motores de aviões. O óleo de rícino também é usado como purgativo, na fabricação de tinta, verniz e plástico, enquanto a torta de mamona, subproduto da extração do óleo, é usada como adubo (Beltrão, 2002). Apesar da alta toxicidade das sementes de mamona, o óleo de rícino não é tóxico, visto que a ricina, proteína tóxica das sementes, não é solúvel em lipídios, ficando todo o componente tóxico restrito à torta. Figura 47 - Presença de mamona junto com gramíneas exóticas na poligonal do estudo Psidium myrsinoides (araçá) é uma espécie da família Myrtaceae. Sua ocorrência se dá em Cerrado sentido restrito, sendo também comum em Cerrado rupestre e em áreas de encostas. Sua floração ocorre de novembro a dezembro e sua frutificação de novembro a fevereiro. Seus frutos, in natura, alimentam a fauna e o homem, sendo apresentado na forma de iguarias regionais como doces e geléias. Em virtude de sua linda folhagem possui potencial para o paisagismo, sendo também útil para a recuperação de áreas degradadas, por atrair aves dispersoras de sementes de outras espécies. Mais conhecida como Mandiocão ou Mandioca-brava, Schefflera macrocarpa é uma árvore hermafrodita de até 10 metros de altura. Seu período de floração é de janeiro a março, e a frutificação é de março a outubro. É uma árvore melífera (Brandão & Ferreira, 1991) com potencial ornamental, podendo ser utilizada na arborização de praças e estradas devido ao seu porte alto e esguio, com fuste reto, sendo de crescimento rápido. 135

10 Gráfico 3 - Distribuição das espécies exóticas identificadas no estudo Leucaea leucocephala e Ricinius communis foram as espécies mais abundantes em todo o estudo e também entre as exóticas. Outras duas espécies apresentaram números significativos de árvores são: Eucalyptus sp. (Eucalipto) com 21 e Syzygium cumini (Jamelão) com 17 árvores (Gráfico 3). Com poucos indivíduos arbóreos as espécies Mangifera indica (Mangueira), Spathodea campanulata (Espatódea), Persea americana (Abacate), Phelthophorum dubium (Canafístula) tiveram 4 árvores identificadas cada e Ochroma pyramidale (Pau-de-balsa) com apenas 1. O total de espécies exóticas no estudo é de 296 árvores. Gráfico 4 - Espécies nativas do cerrado identificadas na poligonal do estudo 136

11 As espécies nativas representam, com árvores distribuídas em 103 espécies nativas, 76% de todas as árvores do censo florestal realizado na poligonal do Centro Metropolitano de Taguatinga. Dentre elas, Psidium myrcinoides (68) e Schefflera macrocarpa (62) foram respectivamente, a terceira e quarta, em número de árvores de todo o estudo. Essas também foram as duas mais numerosas entre as nativas. Seguida delas Diospyros burchellii (61), Acosmium dasycarpum (58), Myrsine guianensis (50) e Dalbergia miscolobium (50) foram as que apresentaram maior número de indivíduos arbóreos nativos no estudo (Gráfico 4). Mais conhecida como Olho-de-boi, Diospyrus burchellii é uma espécie da família Ebenaceae. Sua distribuição ocorre desde o cerrado Sentido restrito até o Campo sujo. Sua floração ocorre de julho a outubro e trata-se de uma planta dióica, com flores masculinas e femininas em plantas distintas. A frutificação é de novembro a junho. É uma espécie pertencente ao mesmo gênero do caqui e, por isso, também é conhecida como caqui-docerrado. Sua polpa saborosa de cor creme-amarelada é muito consumida pelo homem e pela fauna. Acosmium dasycarpum é também conhecida como Chapadinha. Costuma ocorrer em Cerradões do Planalto do Brasil. Sua madeira, devido às pequenas dimensões disponíveis, é indicada apenas para marcenaria leve e confecção de objetos decorativos. Possui altura de 4 a 6 metros, sendo dotada de uma copa pequena e rala. Por ser uma árvore de pequeno porte, é indicada para arborização de ruas estreitas e sob redes elétricas. Também é recomendada para a composição de reflorestamentos heterogêneos destinados a fins preservacionistas (Lorenzi, 2008). Myrsine guianensi (Cafezinho) é uma espécie da família Myrsinaceae. Ocorre em cerrado Sentido restrito, Cerradão, Campo sujo e Campo cerrado. É uma espécie sempre verde, dióica, seu período de floração é de setembro a dezembro e de frutificação é de outubro a março. Seu potencial é para o paisagismo e também para recuperação de áreas degradadas. Seus frutos são apreciados por pássaros e outros animais devendo assim ser priorizada em projetos de replantio. Na medicina popular é usada para picadas de cobras, tumores e feridas. Pertencente a família das leguminosas, Dalbergia miscolobium é muito conhecida como jacarandá-do-cerrado ou cabiúna-do-cerrado. Pode ocorrer em Cerradão distrófico, cerrado Sentido restrito, Cerrado denso e ralo. Árvore hermafrodita com uso ornamental pela sua folhagem verde-azulada. Através do processo de cocção, a casca fornece tinta de cor preta, usada em tinturaria para o tingimento de fios. Em artesanato, os frutos são empregados como parte dos arranjos das flores do planalto comercializados nas feiras da torre e da catedral de Brasília (Ferreira, 1794). Planta perenifólia, pioneira e possui características do Cerrado com distribuição agregada Vegetação herbácea A vegetação herbácea e subarbustiva do Cerrado é formada por espécies predominantemente perenes, que sobrevivem com o auxílio de estruturas subterrâneas de resistência à seca e ao fogo como xilopódios, bulbos, etc. As partes aéreas são anuais, crescendo ao longo da estação úmida e morrendo durante a estação seca. Dessa maneira, há a formação de uma camada de material seco inflamável, contribuindo para a ocorrência e propagação de incêndios. As raízes são superficiais, normalmente não ultrapassam 30 cm de profundidade, porém são densamente distribuídas nessa camada. A vegetação herbácea e subarbustiva da poligonal em estudo apresenta-se degradada em quase toda sua totalidade. Entre as causas de degradação destaca-se a competição causada pela invasão de gramíneas exóticas na vegetação nativa. Essas gramíneas, a 137

12 maioria de origem africana, foram introduzidas no Brasil para o fornecimento de forragem para a pecuária e tiveram uma ampla distribuição por todos os biomas do país. As áreas perturbadas possuem uma suscetibilidade maior à invasão de gramíneas exóticas de difícil controle, em decorrência da menor biodiversidade e, consequente, do surgimento de nichos ecológicos não ocupados. Nesse contexto, essas gramíneas têm condições favoráveis para o estabelecimento e produção de sementes viáveis, aumentando a área ocupada sobre a vegetação herbácea nativa. As gramíneas exóticas introduzidas no Brasil têm em comum a grande capacidade de produção de biomassa, mesmo em solos com baixa disponibilidade de nutrientes e que apresentam restrições físicas à penetração das raízes. A grande produção de biomassa pelas gramíneas produz uma camada inflamável muito maior que a produzida pela vegetação nativa, alterando a dinâmica da propagação de incêndios, principalmente na duração e intensidade das chamas. Esse aumento na intensidade e duração das chamas tem consequência direta na sobrevivência da fauna e flora nativas pelo aumento da temperatura e tempo de incidência do fogo. Herbáceas exóticas: Braquiária (Brachiaria decumbens) gramínea africana introduzida no Brasil na década de 60 para o fornecimento de forragem para a pecuária. Devido às condições muito semelhantes de solo e clima entre o local de origem e o Cerrado, adaptou-se muito bem, chegando a tornar-se, em muitos casos, de difícil controle e constitui umas das principais invasoras exóticas nas áreas de conservação no Cerrado. Apresenta crescimento perene em touceiras que chegam a 1 m de altura e, mesmo em condições de sobrepastejo e solos degradados, apresenta uma boa capacidade de cobertura do solo. A produção de sementes é muito abundante e ocorre durante os dias mais longos de verão, sendo as mesmas de fácil dispersão. Estima-se que 1 Kg de sementes contenha sementes. Na área de estudo foi encontrada em aproximadamente 40% da superfície de forma contínua e em diversos pontos em touceiras isoladas, principalmente nas áreas mais perturbadas por ações antrópicas (Figura 48). 138

13 Figura 48 - Pastagem degradada formada por braquiária Andropogon (Andropogon guayanus) gramínea originária da região tropical da África onde predominam solos pobres em nutrientes e temperaturas altas. Cresce bem em solos de baixa fertilidade natural com impedimentos para o crescimento radicular, como os solos demasiadamente arenosos e pedregosos. Apresenta crescimento perene em touceiras que chegam a 2 m de altura e uma grande produção de biomassa. Na poligonal de estudo ocorre em pequenas touceiras isoladas em grande parte da superfície, principalmente na extremidade leste da área. 139

14 Figura 49 - Ilustração do aspecto de pastagem de Andropogon sp. durante a seca Colonião (Panicum maximum) gramínea exótica de origem africana melhorada através de cruzamentos e seleções para o uso na produção de forragem para a pecuária. Apresenta crescimento perene em touceiras de até 3 m de altura. Cresce bem em solos de fertilidade alta e apresenta rendimento inferior em solos pobres em nutrientes. Nas áreas degradadas está sempre associada à disponibilidade de nutrientes fornecidos pela incorporação de matéria orgânica e resíduos em decomposição. Na área objeto deste estudo ocorre na porção central do terreno, sempre associada aos depósitos de entulho e lixo. 140

15 Figura 50 - Ilustração de uma touceira de capim-colonião Perícia ambiental A avaliação técnica-ambiental concentrou-se suas atividades no interior da poligonal do Centro Metropolitano de Taguatinga. Para esta atividade foi necessário fazer um caminhamento onde foram observados todos os aspectos que interferem sobre o meio biótico. Como é possível observar na Figura 51 e na Figura 52, a estrutura da vegetação do local situado entre o estádio de futebol Serejão e a via que liga Taguatinga a Samambaia é muito degradada. Nesta área está sendo realizada uma obra ao lado da via, acarretando a supressão de indivíduos arbóreos. Na parte mais interna da poligonal, próxima ao estádio Serejão, existem algumas famílias que invadiram a área (Figura 53). Em função desta invasão é possível observar a existência de um número maior de espécies exóticas como mangueira, leucena, abacateiro e Jamelão. A Figura 54 mostra um local próximo à área invadida onde há predominância da espécie exótica. Ao sul do empreendimento, paralelo a este, está localizado o ribeirão Taguatinga. Algumas grotas contribuintes deste ribeirão têm início no interior da poligonal de estudo. Grande parte da vegetação dessas grotas está degradada, com exceção de alguns pontos (Figura 55). 141

16 Figura 51 - Área próxima à via que liga Taguatinga a Samambaia Figura 52 - Aspecto da vegetação próxima à via que liga Taguatinga a Samambaia Figura 53 - Área invadida no interior da poligonal próxima ao limite da Mata de galeria Figura 54 - Local dominado por espécie exótica próximo ao estádio Serejão Figura 55 - Aspecto geral da vegetação do limite entre Mata de galeria e a poligonal do empreendimento Na região próxima a Rodoviária de Taguatinga é possível observar áreas com cerrado quase totalmente invadidas por gramíneas exóticas (Figura 56 e Figura 57). Neste local foram identificados pontos onde há predominância de cerrado Sentido restrito mesclado com gramíneas exóticas e espécies arbóreas em regeneração (Figura 58). Nos locais com 142

17 predominância de cerrado típico há um elevado nível de espécies nativas regenerando (Figura 63). Figura 56 - Área próxima à Rodoviária de Taguatinga com pouca vegetação nativa Figura 57 - Área próxima à Rodoviária de Taguatinga com predominância da gramínea exótica braquiária 143

18 Figura 59 - Presença de lixo na área Figura 60 - Moradores de rua Figura 61 - Erosão próxima à CEB Figura 62 - Aspecto geral da erosão próxima à CEB Figura 63 - Aspecto geral do cerrado próximo à CEB 144

19 Em área contígua ao extremo oeste da poligonal está sendo construída uma via que ligará as cidades de Ceilândia e Samambaia (Figura 64). Neste local há um grande canteiro de obras, com circulação de máquinas e movimentos de terra (Figura 65). Figura 64 - Extremo oeste da poligonal com vistas para a via que ligará Ceilândia e Samambaia Figura 65 - Aspecto geral da vegetação no extremo oeste da poligonal Compensação ambiental O cálculo ora apresentado para a determinação da quantidade de mudas a serem compensadas está de acordo com o que preconiza o Decreto Distrital nº /1993: Art. 8 - Nos casos de impossibilidade técnica de t ransplantio, adotar-se-ão medidas de compensação de cada espécimen suprimido 2 - A erradicação de um espécimen nativo acarret ará o plantio de 30 (trinta) mudas de espécies nativas. 3 - A erradicação de um espécimen exótico acarre tará o plantio de 10 (dez) mudas de espécies nativas De acordo com o Censo florístico realizado na área destinada ao Parcelamento de Solo do Centro Metropolitano de Taguatinga foram identificadas árvores, sendo nativas e 296 exóticas. Portanto, a quantidade total de árvores a serem compensadas é de árvores nativas do cerrado (Tabela 22). Tabela 22 - Quantitativo de espécies a serem compensadas. Árvores Árvores a serem suprimidas Árvores a serem compensadas Compensação total Nativas Exóticas De acordo com o Decreto Distrital nº /1993, as espécies tombadas como Patrimônio Ecológico do Distrito Federal só poderão ser suprimidas com autorização do órgão ambiental competente. O mesmo ainda elenca que as árvores situadas em zona urbana só poderão sofrer corte raso depois de parecer técnico expedito pela NOVACAP. O Decreto Distrital nº /2003, que altera dispositivos do Decreto Distrital nº /1993, prevê no Art. 1º, 2º, a critério do órgão ambiental, a diminuição em 50% na quantidade de mudas a serem plantadas, se atendidas as seguintes condições: 145

20 I a redução será autorizada pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos mediante compensação; II a compensação de que trata o Inciso I, será revertida em benefício do meio ambiente, dos Parques Ecológicos e de Uso Múltiplo e das Unidades de Conservação do Distrito Federal na forma de prestação de serviço, doação de equipamento e/ou execução de obras por intermédio de acordo formal; III a contrapartida será prestada em valores que se igualem ao custo total do plantio das mudas não compensadas considerando para tal, a aquisição das mudas, a abertura das covas, adubação e acompanhamento até 02 (dois) anos depois do plantio; IV 03 (três) orçamentos do plantio das mudas praticados por empresas especializadas e legalmente constituídas no Distrito Federal serão submetidos à apreciação e à aprovação da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos e, somente depois de definido seu valor, será firmado acordo escrito para efetivar a compensação na forma prevista no inciso II Considerações finais A vegetação da AID do Centro Metropolitano de Taguatinga encontra-se degradada em sua maior parte. Foi possível observar algumas manchas de cerrado, porém, invadidas por gramíneas exóticas. A área que compreende até a Rodoviária de Taguatinga encontra-se em um estágio mais avançado de antropização, com poucos indivíduos arbóreos nativos. Já a porção oeste da área, onde se observou a erosão, é o local com maior nível de conservação do cerrado Sentido restrito. As espécies Peroba-do-cerrado (Aspidosperma tomentosum), Pequi (Caryocar brasiliense), Copaíba (Copaifera langsdorffii), Cagaita (Eugenia dysenterica), Sucupira-branca (Pterodon pubescens), Gomeira (Vochysia thyrsoidea), Fruta-de-Tucano (Vochysia tucanorum), Jacarandá-do-cerrado (Dalbergia miscolobium) e Ipês (Tabebuia ochracea e Tabebuia sp) são tombadas como Patrimônio Ecológico pelo Decreto Distrital n /93, portanto, a supressão destas dependem de autorização expressa do órgão ambiental competente. Nenhuma espécie foi encontrada na lista oficial de espécies ameaçadas de extinção do IBAMA. Com o intuito de manter a sustentabilidade ecológica da área, sugere-se a adoção de um programa de educação ambiental que oriente os vizinhos e demais pessoas da redondeza quanto à deposição de lixo, queimadas, extrativismo vegetal desordenado e inserção de restos de poda. Estas foram às principais deficiências diagnosticadas, no entanto, demais medidas mitigadoras podem ser adotadas FAUNA TERRESTRE Introdução O Brasil é o mais rico dentre os 17 países de Megadiversidade, isto é, que juntos possuem 70% das espécies mundiais. O território brasileiro possui de 10 a 20% da diversidade biológica do planeta e é também o primeiro do ranking considerando os endemismos. É o país com o maior número de espécies de peixes de água doce, plantas superiores e mamíferos, inclusive com mais de 27% do total de espécies conhecidas de primatas (MMA, 1998). Ocupa também a segunda colocação em relação aos anfíbios, terceira em relação às aves e a quinta posição em relação aos répteis, possuindo ainda de 10 a 15 milhões de insetos (MMA, 1998). 146

21 O país possui também a maior área de savana dentro de um país: o Cerrado, ocupando ¼ do seu território, que apesar de ser considerada como a mais rica dentre as savanas de todos os continentes, está entre os 25 ecossistemas mais críticos do planeta ( hotspots ), ou seja, regiões com uma alta riqueza biológica e grande nível de ameaça (Myers et al., 2000), já tendo perdido mais de 40% da sua vegetação nativa devido à pressões antrópicas. A fauna de vertebrados do bioma Cerrado é uma das mais ricas e pouco conhecida do planeta, onde constantemente estão sendo registradas novas espécies, especialmente em relação aos animais de pequeno porte (Heyer, 1988; Glaw e Kohler, 1998). Alguns estudos caracterizam a fauna do Cerrado como sendo de formações abertas e de baixo endemismo (Vanzolini, 1963; Sick, 1965), enquanto outros a caracterizam como uma fauna rica e adaptada às savanas. Na verdade, a fauna do Cerrado está fortemente associada às suas várias fitofisionomias e distribuida regularmente de maneira heterogênea, em geral próxima às que ocorrem em outros biomas brasileiros, como a Amazônia, a Mata Atlantica e a Caatinga (Alho 1983). O Cerrado apresenta uma herpetofauna de grande diversidade, sendo conhecidas 120 espécies de anfíbios, 107 serpentes, 47 lagartos, 15 anfisbenas, 10 quelônios e cinco jacarés, o que representa cerca de 20% das espécies de anfíbios e 50% das espécies de répteis do Brasil (Brandão e Araujo, 2001; Colli et al., 2002). Dentre estas espécies, uma parcela considerável é endêmica do bioma (50% das anfisbenas, 26% dos lagartos, 10% das serpentes e 15% dos anfíbios), enquanto outras são tipicamente da Mata Atlântica ou Amazônia, ocorrendo ao longo das matas de galerias (Colli et al., 2002; Brandão et al., 2006). A avifauna do Cerrado representa a terceira maior riqueza dentre os biomas brasileiros, representando aproximadamente 50% da avifauna brasileira (Marini & Garcia, 2005). Para o Bioma são reconhecidas cerca de 837 espécies distribuídas em 64 famílias (Silva, 1995), das quais aproximadamente 30 são endêmicas e 281 são exclusivas de matas de galerias (Macedo, 2002). As famílias mais ricas dentro dessa Classe são Tyrannidae (111 spp), Emberezidae (87 spp), Formicariidae (58 spp), Furnariidae (41 spp), Trochillidae (36 spp) e Psittaceidae (33 spp). As matas de galeria atuam, para a avifauna, como verdadeiros corredores entre os grandes biomas brasileiros, apresentando 198 espécies com centros de origem na Floresta Amazônica e 77 espécies oriundas da Floresta Atlântica (Negret e Negret, 1981; Silva, 1996). Os mamíferos do Cerrado ocorrem em uma grande variedade de ambientes, onde 54% das espécies ocupam tanto ambientes abertos como florestais; 16,5% são exclusivos de áreas abertas e 29% exclusivos de florestas (Marinho-Filho e Reis, 1989). O grupo possui de 194 a 222 espécies representantes no Cerrado (Fonseca et al., 1999; Marinho-Filho et al., 1994, Alho et al, 2002), distribuídas em 30 famílias e nove ordens, sendo pelo menos 23 endêmicas. Os animais com menos de 3 kg representam cerca de 78% das espécies, principalmente das ordens Rodentia, Didelphimorphia e Chiroptera (Fonseca et al., 1999; Alho, 1981; Alho et al., 2002; Marinho-Filho, 1996; Marinho-Filho et al, 1997, Marinho-Filho et al., 2002). Atualmente, os principais impactos sobre a fauna silvestre brasileira é o uso do solo e dos recursos naturais de forma não sustentável, causando perda e fragmentação dos habitats naturais nativos (Saunders et al., 1991; Meffe e Carrol, 1992). Os fragmentos são mais suscetíveis aos riscos de perdas demográficas e genéticas, devido ao pequeno tamanho das populações remanescentes, ao efeito de borda, além dos perigos enfrentados pelos organismos ao se moverem entre eles. A magnitude de tais efeitos depende da extensão e da forma do fragmento, de seu número, da distância entre eles e da paisagem do entorno. 147

22 Entretanto, ressalte-se que para a conservação dessa importante biodiversidade é fundamental a preservação da maior diversidade possível de ambientes nativos, com tamanhos suficientes para comportar populações de médios e grandes animais. Além disso, o mosaico de fragmentos de vegetação nativa dentro da paisagem deve possuir conectividade (corredores ecológicos ou de fauna), de forma a garantir o fluxo gênico entre as populações (Burkey, 1989; Hansky e Gilpin, 1997), lembrando que mesmo paisagens alteradas são capazes de manter espécies silvestres ou servir de locais de deslocamento e dispersão. Portanto, a conservação de habitats naturais de cerrado em ambiente urbano é imprescindível para manter alguns componentes da comunidade faunística da região. Neste aspecto, as matas de galeria dentro do Bioma Cerrado, além de possuírem a maior riqueza e diversidade de espécies dependentes ou utilizadores deste habitat, também possuem um papel fundamental como corredores naturais do fluxo gênico e/ou refúgio mésico e de incêndios florestais (Marinho-filho e Reis, 1989). A expansão descontrolada do agronegócio (agricultura e pecuária de grande escala) e a ocupação humana (urbanização) não planejadat são as principais causas geradoras dessa degradação ambiental, gerando perda e fragmentação de áreas naturais. Efeitos indiretos destas atividades antrópicas como a poluição dos recursos hidricos, do solo e do ar, a caça (oportunista ou comercial), o tráfico de animais para criação doméstica, a intesificaçao de incêndios florestais, as solturas de espécies exóticas ao ambiente, a interação com espécies domesticadas (predação, competição e disseminação de doenças) e os atropelamentos, também contribuem para o depauperamento da fauna nativa em escala local e regional. O Distrito Federal, apesar de possuir grande parte do seu território contemplado em alguma categoria de unidade de conservação, possui a expansão do agronegócio e principalmente urbana como o principal fator de pressão sobre os ambientes naturais remanescentes, restringindo e isolando cada vez mais as populações de animais silvestres nas poucas áreas naturais efetivamente protegidas. Nos últimos anos, o Distrito Federal tem sofrido com a expansão urbana, principalmente, no eixo nordeste-sudeste, e com a expansão agrícola na sua porção leste, onde já são notáveis os efeitos negativos sobre a fauna silvestre dessas regiões Caracterização da Área de Influência Indireta (AII) O Distrito Federal localiza-se em posição geográfica singular, pois possui três das principais bacias hidrográficas brasileiras. Na sua porção meridional apresenta rios pertencentes às bacias do Paraná (rios São Bartolomeu e Descoberto) e São Francisco (rio Preto) e na orla setentrional ao sistema hidrográfico da Amazônia: Tocantins/Araguaia (rio Maranhão) (Sick, 1958), podendo ser considerado, conjuntamente com a heterogeneidade de recursos ecológicos, como um dos fatores que torna o Distrito federal privilegiado sob o ponto de vista biogeográfico. Apesar do levantamento da fauna do Distrito Federal ser relativamente recente e a cada dia novas espécies serem acrescidas às listas, os números atuais já comprovam a alta biodiversidade da região, onde são conhecidas aproximadamente 48 espécies de anfíbios e 45 de répteis (25 de lagartos), o que corresponde a 40% e 25% da herpetofauna do Cerrado (Brandão e Araújo; 2001, Colli et al., 2002, Colli e Oliveira, 2001). Entretanto, várias espécies têm sido descritas recentemente, e muitas estão aguardando estudos adequados. Com relação à avifauna são registradas 454 espécies, correspondendo a 58% do total de espécies reconhecidas para o Cerrado (Bagno & Marinho-Filho, 2001). Das 32 espécies endêmicas do bioma (Silva, 1995; Cavalcanti, 1999), 22 estão presentes no Distrito Federal, correspondendo a 69% desse grupo, além disso, também estão presentes 17 espécies migratórias da América do Norte e seis do sul da América do Sul (Bagno & Marinho-Filho, 2001). No que diz respeito à mastofauna, Marinho-Filho e Guimarães (2001) registraram um total de 78 mamíferos que utilizam as matas de galeria do Distrito Federal. Entretanto, a 148

23 esse número pode-se adicionar pelo menos mais 20 espécies que ocorrem nas demais fitofisionomias, ou que não foram incluídos no estudo, chegando a cerca de 50% das espécies de mamíferos do bioma. A Área de Influencia indireta (AII) do Centro Metropolitano de Taguatinga adotada para a caracterização da fauna terrestre foi definida como a Área de Relevante Interesse Ecológico Juscelino Kubitscheck (ARIE PARQUE JK). A caracterização baseou-se em dados secundários (bibliográficos). Para tanto, foi considerado principalmente o estudo faunístico realizado no âmbito do Plano de Manejo da Área de Relevante Interesse Ecológico JK (NCA, 2006). O resultado do referido estudo demonstrou que a ARIE Parque JK já se apresentava bastante alterada, devido à retirada e substituição da vegetação nativa por espécies exóticas, principalmente por gramíneas como a brachiária e das formações florestais por campestres. Inicialmente, estes impactos foram causados por atividades agrícolas e de pecuária (ocupação por chácaras), sendo nos últimos anos substituídos por um processo de ocupação para habitação (loteamento). Aliado a este fator, o crescimento e avanço da malha urbana adjacente (Ceilândia, Taguatinga e Samambaia) sobre a Unidade de Conservação em tela, têm provocado outros impactos negativos importantes como a exploração irregular do solo (retirada de cascalho e areia), da vegetação nativa remanescente (lenha, cerca, construção de moradia), dos animais silvestres por meio da caça (espécies cinegéticas), da captura (animais de estimação - aves) ou do seu extermínio (espécies repugnantes - serpentes), além da prática regular (pelo menos anual) de queimadas em toda a área verde remanescente e da introdução e deposição de material exótico, tanto inorgânico como orgânico (lixo e entulho), atraindo espécies exóticas nocivas e domésticas, que além de competirem com as espécies silvestres por recursos como alimentação e abrigo, podem também atuar como predadores ou na disseminação de doenças. Portanto, a fauna silvestre registrada para a ARIE JK no estudo era composta por 41 espécies da herpetofauna, sendo doze de anfíbios e 29 de répteis (anexo 1), incluindo uma espécie exótica de lagarto, encontrada principalmente nas áreas antropizadas (instalações urbanas). O estudo também apontou para uma riqueza de 126 espécies de aves (Anexo 2), onde 20 espécies (17%) foram consideradas como bioindicadoras, incluindo ameaçadas de extinção, endêmicas (do Brasil e do Cerrado), exclusivas de ambientes específicos, de valor cinegético ou visadas pelo tráfico de animais silvestres e sensíveis a impactos ambientais de relativa importância ecológica: nectarívoras e frugívoras (polinizadores, dispersores), piscívoras e carnívoras (animais de topo de cadeia alimentar). Em relação à mastofauna foram registradas 40 espécies de mamíferos na área de estudo, representando oito ordens e 15 famílias, sendo que a ordem mais representada neste levantamento foi a dos roedores, com 15 espécies, seguida dos quirópteros e carnívoros com 10 e cinco espécies, respectivamente. A única espécie semi-aquática registrada foi a capivara (Hydrochaeris hydrochaeris) e nenhuma se encontra na lista dos mamíferos brasileiros ameaçados de extinção (MMA, 2003) ou é endêmica do DF ou do Bioma Cerrado (Anexo 3). Paisagem Caracterização da Fauna na ADA e AID do Empreendimento A ADA do empreendimento possui relevo plano e grande parte do local já se encontra alterado e degrado. A porção mais próxima à rodovia está ocupada por equipamentos urbanos, como o estádio Serejão, o terminal Rodoviário, uma subestação da CEB, um posto de gasolina, a Academia de Policia Civil, parte da linha do Metrô e o campus avançado da UnB da Ceilândia (Figura 66). O restante da área vem sendo utilizado como local de 149

24 deposição de entulho e lixo (Figura 67), sendo que a vegetação remanescente é majoritariamente composta por braquiária e mamona (Figura 68). Figura 66 Campus da UNB em construção Figura 67 Deposição de entulho e lixo no interior da poligonal 150

25 Figura 68 Vegetação exótica A parte da ARIE entre o empreendimento e o ribeirão Taguatinga (AID) possui relevo em declive e também já se apresenta parcialmente alterada e degradada, principalmente devido a sua utilização em atividades antrópicas rurais, como pecuária (criação de gado) e agricultura (hortaliças). Entretanto, ainda é possível encontrar fragmentos de vegetação nativa de campo limpo, campo sujo, campo cerrado e de matas de galeria, além de algumas nascentes, principalmente na porção sudoeste da área. A mata de galeria encontra-se bastante fragmentada, especialmente na margem direita do ribeirão Taguatinga. Metodologia Após o levantamento dos dados secundários (dados bibliográficos) sobre a fauna silvestre regional (DF) e da área de influência indireta (AII), no intuito de atualização das informações obtidas por meio do levantamento secundário, foi realizado no início do período chuvoso (setembro/outubro de 2009), estudo in loco para coleta dos dados primários, tendo como grupos-alvo a mastofauna, avifauna e herpetofauna. No estudo de campo a principal metodologia utilizada foi a de censo em transectos e/ou procura ativa, onde o pesquisador percorre e vasculha a área (pontos de amostragens) efetuando o registro das espécies presentes, através de observação direta (avistamento), assim como pelo encontro de indícios da sua ocorrência, como pegadas, fezes, tocas, ninhos, carcaças, vocalização, entre outros (observação indireta). Como metodologia complementar, foram consideradas as informações obtidas através de entrevistas com moradores e usuários locais. O principal grupo utilizado no presente estudo para quantificar a fauna silvestre local foi a ornitofauna, por apresentar maior abundância e riqueza de espécies e facilidade de amostragem (animais majoritariamente diurnos, não crípticos e que utilizam da vocalização), o que permite uma boa avaliação do grupo em pouco tempo de amostragem e sem a necessidade da utilização de armadilhas, pois a grande presença humana no local foi um 151

26 fator limitante na utilização da armadilhagem, devido à falta de segurança em relação aos equipamentos, pesquisadores e aos próprios animais. Portanto, o levantamento da ornitofauna foi mais intenso e utilizado nas análises de similaridade e diversidade da área de estudo. O estudo específico deste grupo foi realizado por meio de censos em transectos de amostragens, onde foram feitas observações focais auxiliadas por binóculo e gravações para identificação através de zoofônia (Develey, 2006). As amostragens foram realizadas nos períodos diurno e noturno, em pontos variados, na tentativa de registrar o maior número possível de espécies. Também foi utilizado o método de play back, para atração dos animais e auxiliar na identificação das espécies. Como material de apoio foi utilizado câmera fotográfica digital (objetiva mm). Os pontos de amostragem foram selecionados a partir da qualidade de conservação da vegetação, dando-se preferência às áreas nativas como o campo sujo e a mata ciliar, e abrangeram praticamente toda a Área de Influência Direta (AID) e Diretamente Afetada (ADA) do Centro Metropolitano de Taguatinga. Na amostragem por censo da avifauna foram amostrados intensamente quatro sítios, dois em campo sujo e dois em mata de galerias (Tabela 23). Tabela 23 - Sítios amostrados de forma padronizada para avifauna durante a campanha de coleta de dados primários e suas respectivas coordenadas Ponto Ambiente Coordenadas CS1 Campo Sujo 22 L / CS2 Campo Sujo 22 L / MG3 Mata de Galeria 22 L / MG4 Mata de Galeria 22 L / A localização dos sítios é ilustrada a seguir. 152

27 Figura 69 Localização dos sítios de amostragem de avifauna A similaridade entre os ambientes foi avaliada através do Coeficiente de Similaridade Binário de Sorensen (Ss = 2A/(2A + B + C)), onde: A é o número de espécies comuns a ambas as áreas; B é o número de espécies presentes na área 1, mas ausentes na área 2; C é o número de espécies presentes na área 2, mas ausentes na área 1. O índice varia de 0 (dissimilaridade máxima) a 1 (similaridade máxima). A diversidade foi avaliada através do índice de diversidade específica de Shannon-Wiener, (H = (pi) (logn pi), onde: i =1), que pondera espécies raras, variando de acordo com o número de exemplares de cada espécie na comunidade (abundância), além do número de espécies. Onde, H = Índice de diversidade de espécies, n = número de espécies, pi = proporção de espécies i pertencente à amostra total. O método de estimativa da eficiência amostral utilizado foi a curva de coletor (curva de acumulação de espécies), que considera a relação acumulativa dos registros das espécies por tempo de amostragem (horas). A identificação das espécies de aves foi realizada com auxílio de guias de campo (Souza, 2004; Ridgely & Tudor, 1994; Ridgely & Tudor, 1989; Sick, 1997; Sigrist, 2006 e Sigrist, 2007), além de bancos de cantos de aves, para identificações comparativas dos registros sonoros. Para os demais grupos utilizou-se a seguinte bibliografia: mastofauna - Emmons, 1997; Eisenberg e Redford, 1999; Becker e Dalponte, 1997 e herpetofauna - Colii e Oliveira, 2001; Kwet e Di-Bernardo, Para o grupo dos mamíferos seguiu-se a classificação taxonômica utilizada por Wilson & Reeder, 2005, e para aves a classificação utilizada pela Sociedade Brasileira de Ornitologia (CBRO, 2005). No caso da herpetofauna adotou-se a classificação da Sociedade Brasileira de Herpetologia, tanto para os répteis (SBH, 2007a) como para os anfíbios (SBH, 2007b), sendo que para os últimos seguiu-se a atualização taxonômica proposta por Frost,

28 Resultados O esforço de amostragem de campo foi de 27 horas de censo e mais oito de observações oportunísticas para a avifauna e doze horas de procura ativa para a mastofauna e herpetofauna, além das entrevistas. Em relação às metodologias com utilização de armadilhas foram considerados os estudos efetuados na ARIE Parque JK (dados secundários), com 190 armadilhas de queda-dia (herpetofauna e pequenos mamíferos nãovoadores), 36 horas-redes (quirópteros) e 200 armadilhas-noite para pequenos mamíferos não-voadores. Herpetofauna Das aproximadamente 41 espécies da herpetofauna consideradas para a Área de Influência Indireta (AII) (ARIE Parque JK), 26 foram registradas na Área de Influência Direta (AID) e Diretamente Afetada (ADA), o que corresponde a 63% do esperado (Tabela 29). As sete espécies de anfíbios registradas no atual estudo estão distribuídas em quatro famílias, sendo a maioria de espécies comuns e de ampla distribuição dentro do Cerrado (Tabela 26). Dentre os répteis foram registradas 19 espécies, pertencentes a três ordens e 10 famílias, sendo uma exótica (Hemidactylus mabouia lagartixa-de-parede) e quatro cinegética (Leptodactylus ocellatus rã-manteiga, Leptodactylus labyrinthicus rã-pimenta, Tupinambis merianae - teiú e Phrynops geoffroanus cágado-de-barbixa), Tabela 26. A mata de galeria foi o ambiente com a maior riqueza de espécies da herpetofauna (22), seguido do campo sujo com 19 espécies e da área antropizada, que registrou apenas sete espécies incluindo uma exótica invasora (Tabela 26). Avifauna Durante as amostragens de campo, foram registradas 72 espécies de aves, considerando observação direta (avistamento), observação indireta (vocalização) e informações (Tabela 27). Esse número representa aproximadamente 57% do total de espécies esperadas para a região de estudo (AII), obtidas no levantamento secundário (126 espécies), sendo sete de novos registros para a ARIE Parque JK (Tabela 30). A estabilização da curva acumulação (espécies por horas de observação) de comunidades avifaunísticas (Figura 70), como constatada em estudos de longa duração (Vasconcelos & Straube, 2006), é demorada. Portanto, um maior esforço de amostragem e principalmente cobrindo a sazonalidade da região sempre poderá incrementar novas espécies à lista. Entretanto, o resultado encontrado pode ser considerado como significativo e próximo da riqueza real da região, visto a dimensão territorial do empreendimento e as características ambientais presentes na área de estudo e seu entorno imediato, além do seu nível de degradação, principalmente em relação à mata ciliar do ribeirão Taguatinga. 154

29 Figura 70 - Curva acumulativa de espécies de aves por horas de amostragem As espécies registradas estão distribuídas em 41 famílias, sendo as mais representativas Tyrannidae e Columbidae, com seis e cinco espécies cada, respectivamente, seguidas de Emberizidae e Psittacidae com quatro espécies e Thraupidae e Falconidae com três espécies (Tabela 27). Além dessas, a região ainda apresenta uma serie de espécies domésticas de criação como galinha, galinha-da-angola, peru, ganso e pato-doméstico. O índice de diversidade específica de Shannon-Wiener pondera espécies raras, variando de acordo com o número de exemplares de cada espécie na comunidade (abundância), além do número de espécies (riqueza). Os resultados encontrados (Tabela 24) sugerem que os sítios MG1 e CS1 são os mais importantes do ponto de vista de manutenção da diversidade biológica da área de estudo, sendo que o sítio MG1 apresentou maior diversidade (H = 1,2735), seguido pelo sítio CS1, enquanto o CS2 apresentou a mais baixa diversidade (H = 1,1336). Tabela 24 - Apresentação dos resultados dos cálculos de diversidade dos quatro sítios amostrados para a avifauna CS1 CS2 MC1 MC2 Shannon H' 1,2163 1,1336 1,2735 Shannon Hmax 1,4314 1,415 1,3424 1,175 1,2788 Equitabilidade 0,8497 0,8012 0,9486 0,9189 Em relação à similaridade foi verificada uma maior similaridade entre os sítios de campo sujo (CS) do que entre os sítios de mata de galeria (MG), indicando uma maior diferença na composição da comunidade faunística entre os fragmentos de mata de galeria, do que entre os de campo (Tabela 25). 155

30 Tabela 25 - Similaridade encontrada entre os sítios de amostragem, após duas campanhas de amostragem CS 1 CS2 MG1 MG2 ANT CS 1 * 56, , , CS2 * * 16, , ,1628 MG1 * * * 30 15,3846 MG2 * * * * 22,8571 ANT * * * * * Além disso, também foi verificada uma boa similaridade entre áreas antropizadas e as formações campestres (aproximadamente 51%), indicando o quão alterada se encontra a área diretamente afetada pelo empreendimento (Figura 71). Figura 71 - Dendrograma de similaridade entre as regiões de estudo em relação à avifauna Durante o levantamento primário não foram registradas espécies ameaçadas de extinção, com base no livro vermelho de espécies ameaçadas de extinção do Ministério do Meio Ambiente (2008). Apenas duas espécies endêmicas do Cerrado, dentre as 14 identificadas como possíveis de ocorrerem na região de estudo, foram registradas: Cyanocorax Cristatellus e Antilophia galeata (Tabela 27). A maioria das espécies registradas foi categorizada como de baixa sensibilidade (n=51) totalizando cerca de 70% das espécies, seguido por 19 espécies na categoria de média sensibilidade e apenas duas espécies consideradas como de alta sensibilidade a distúrbios antrópicos (Aramides cajanea e Ara ararauna), o que demonstra a quão descaracterizada encontra-se a avifauna local (Figura 72). 156

31 Figura 72 - Porcentagem das espécies de aves em relação à sensibilidade aos distúrbios antrópicos Das espécies que realizam movimentos migratórios, sejam visitantes do hemisfério Sul, do hemisfério Norte e migrantes locais, eram esperadas 17 espécies com ocorrência para a região de estudo (dados secundários), sendo que durante o presente estudo de campo foram registradas oito espécies que realizam movimento migratório, sendo elas: Bubulcus ibis, Amazonetta brasiliensis, Elanus leucurus, Eupetomena macroura, Vireo olivaceus, Stelgidopteryx ruficollis, Progne chalybea e Tyrannus savana (Tabela 27). Das 33 espécies esperadas para a área do empreendimento com valor cinegético, que são aquelas silvestres que de alguma forma são utilizadas pelo homem, seja como xerimbabo (estimação) ou caçadas para alimentação, ainda foi possível o registro de 22 espécies, apesar da alteração dos ambientes naturais da região (Tabela 27). Como exemplos de espécies utilizadas para alimentação humana têm o inhambu (Crypturellus pavirostris), a perdiz (Rhynchotus rufescens), a marreca (Amazonetta brasiliensis), algumas pombas e rolinhas (Patagioenas spp. e Columbina spp.), e como alvos do comércio ilegal a arara (Ara ararauna), o papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva), o tucano (Ramphastos toco), além de sabiás (Turdus spp.), sanhaço (Thraupis sayaca) e coleiros (Sporophila spp.). Essas espécies sofrem com a pressão predatória seja pelo consumo de sua carne, pela melodia de seus cantos ou mesmo pela beleza estética. Informações de moradores locais indicam, ainda, a existência da atividade de caça e captura de animais na região. Os sítios com áreas de vegetação nativa das fitofisionomias campo sujo e a mata de galeria, demonstraram a maior riqueza, com 43 e 38 espécies respectivamente, sendo as áreas antropizadas representadas apenas por dez espécies. A maior riqueza do ambiente de campo é um reflexo do alto grau de alteração e fragmentação da mata de galeria na região, normalmente o habitat com maior número de espécies (Tabela 27). Mastofauna Dentre os 40 mamíferos esperados para a região do estudo, por dados secundários, foram registradas 26 espécies, pertencentes a oito ordens e 18 famílias (Tabela 31). Dessas, cinco espécies são domésticas e duas são exóticas invasoras (Tabela 28). Não foi registrada a presença de nenhuma espécie considerada como ameaçada de extinção (MMA, 2003) ou endêmica do Cerrado. Entretanto, foram registradas cinco 157

32 espécies consideradas como cinegéticas e duas como atualmente raras no Distrito Federal, a lontra (Lontra longicaudis) e o furão (Galictis cuja), Tabela 28. A maioria das espécies que ainda habitam a área é de pequeno porte (pequenos mamíferos), mas ainda foi possível o registro de animais de médio e grande porte como, capivara, cutia, furão, cachorro-do-mato e a lontra, sendo que quase todas possuem forte associação com o habitat de mata de galeria. O registro da lontra na área de estudo, um animal morto ano passado por atacar tanque de piscicultura, que não tinha sido identificado durante a elaboração do Plano de Manejo da ARIE JK, provavelmente deve-se à melhoria na qualidade da água do ribeirão Taguatinga, que deve estar permitindo a recolonização da região por espécies semi-aquáticas. Isso também é comprovado pelo aumento de grupos de capivara na região. A mata de galeria foi o ambiente com a maior riqueza de espécie (16), seguido pelo campo sujo com 10 espécies e a área urbana com apenas quatro, sendo duas exóticas invasoras (Tabela 28) Compensação Ambiental Toda a compensação ambiental deverá ser utilizada na implantação do Plano de Manejo da ARIE JK, principalmente nas ações de recuperação e proteção da UC, a critério do IBRAM Conclusão A Área Diretamente Afetada pelo empreendimento (ADA) já se apresenta bastante alterada e degradada em relação à paisagem. Sua fauna associada é composta por poucas espécies de pequeno porte, comuns de área aberta e que toleram ou se beneficiam de alterações e da presença humana, incluindo espécies exóticas invasoras e domésticas. Na prática, grande parte do local atua como expansão do território de alguns espécimes ou populações residentes na ARIE JK. Entretanto, a ARIE PARQUE JK, que apesar de também apresentar um elevado nível de degradação, reflexo do tipo de utilização efetuado nas últimas décadas na região, ainda apresenta, de forma geral, uma fauna silvestre associada representativa do Bioma Cerrado, onde as espécies habitantes dos remanescentes de vegetação nativa refletem uma condição do que ocorria no passado. Portanto, os resultados dos estudos são um forte indicativo de que a UC ainda possui condições e potencial para abrigar uma boa riqueza e diversidade biológica, considerando a recuperação da vegetação nativa, principalmente da mata de galeria, das nascentes e do ribeirão Taguatinga (corredor ecológico). 158

33 Relatório Fotográfico da Avifauna Figura 73 Tyrannus savana Figura 74 Falco sparverius Figura 75 Athene cunicularia Figura 76 Tyto alba Figura 77 Galbula ruficalda Figura 78 Saltator similis 159

34 Tabela 26 - Herpetofauna registrada na ADA (Centro Metropolitano de Taguatinga) e AID (ARIE Parque JK), por ambiente amostrado. Status: ( º ) = espécie exótica, (^) = espécie cinegética Nome do Táxon Nome Comum Campo Mata de galeria Área urbana AMPHIBIA (07) Bufonidae (01) Rhinella schneideri sapo-cururu X X X Hylidae (03) Dendropsophus minutus pererequinha X X Hypsiboas albopunctatus perereca-cabrito X X Scinax fuscovarius perereca-de-banheiro X X X Leptodactylidae (02) Leptodactylus labyrinthicus ^ rä-pimenta X Leptodactylus ocellatus ^ rã-manteiga X Leiuperidae (01) Physalaemus cuvieri sapo-cachorro X X Subtotal anfíbios REPTILIA (19) LACERTILIA (06) Tropiduridae (01) Tropidurus torquatus calango-preto X X X Teiidae (03) Ameiva ameiva calango-verde X X X Cnemidophorus ocellifer calanguinho-verde X Tupinambis merianae ^ teiú X X Polychrotidae (01) Polychrus acutirostris lagarto-preguiça X 160

35 Nome do Táxon Nome Comum Campo Mata de galeria Área urbana Gekkonidae (01) Hemidactylus mabouia º lagartixa-de-parede X AMPHISBAENIA (01) Amphisbaenidae (01) Amphisbaena alba cobra-de-duas-cabeças X X X OPHIDIA (11) Boiidae (03) Eunectes murinus sucuri X Boa constrictor jibóia X X Epicrates cenchria salamanta X X Colubridae (06) Chironius bicarinatus cobra-cipó X Erythrolamprus aesculapii falsa-coral X X Liophis poecilogyrus cobra-d água X Oxyrhopus rombifer falsa-coral X X Philodryas nattereri cobra-corre-campo X X Sibynomorphus mikanii dormideira X X X Elapidae (01) Micrurus frontalis Cobra-coral-verdadeira X X Viperidae (01) Bothrops neuwiedi jararaca-pintada X CHELONIA (01) Chelidae (01) Phrynops geoffroanus ^ cágado-de-barbixa X Subtotal répteis Total geral herpetofauna

36 Tabela 27 - Avifauna registrada na ADA (Centro Metropolitano de Taguatinga) e AID (ARIE Parque JK), por ambiente amostrado CS = campo sujo, MC = mata ciliar, Ant = antrópico. Status: (Ex) = espécie exótica, (c, xe) = espécie cinegética ou xerimbabo, (^) = espécie endêmica do CE, (#) = espécie doméstica, (+) = espécie migratória, (*) = espécie ameaçada MMA Sensibilidade (A = alta, M = média, B = baixa). Registro: A = avistamento, V = vocalização, I = informação. Nome do Táxon Nome Comum Registros Ambientes Status Sensib. Tinamiformes (02) Tinamidae (02) Crypturellus parvirostris inhambu-chororó A CS R, c B Rhynchotus rufescens Perdiz I CS R, c M Anseriformes (01) Anatidae (01) Amazonetta brasiliensis pé-vermelho I MC R, c, + M Ciconiiformes (02) Ardeidae (02) Bubulcus ibis garça-vaqueira V CS-MC R-M, + B Syrigma sibilatrix maria-faceira AV CS R M Cathartiformes (01) Cathartidae (01) Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta V VS-MC R B Falconiformes (05) Accipitridae (02) Elanus leucurus gavião-peneira V CS R-M, + B Rupornis magnirostris gavião-carijó AV CS-MC R B Falconidae (03) Caracara plancus caracará V CS, ANT R B Milvago chimachima carrapateiro AV CS R B Falco sparverius quiriquiri V CS R B 162

37 Nome do Táxon Nome Comum Registros Ambientes Status Sensib. Gruiformes (03) Rallidae (02) Aramides cajanea saracura-três-potes A MC R A Gallinula chloropus frango-d'água-comum I MC R, c M Cariamidae (01) Cariama cristata Seriema I CS R M Charadriiformes (01) Charadriidae (01) Vanellus chilensis quero-quero AV CS-ANT R B Columbiformes (05) Columbidae (05) Columbina talpacoti rolinha-roxa AV CS-MC R, c M Columbina squammata fogo-apagou AV CS R, c B Columba Lívia pombo-doméstico V ANT # B Patagioenas picazuro Pombão, Asa-branca AV CS-MC R, c M Leptotila verreauxi juriti-pupu A MC R, c B Psittaciformes (04) Psittacidae (04) Brotogeris chiriri periquito-de-encontro-amarelo AV CS-MC R, Xe M Ara ararauna arara-canindé I MC Xe A Aratinga aurea Periguito-rei I CS-MC Xe M Amazona aestiva papagaio-verdadeiro I CS-MC Xe M Cuculiformes (03) Cuculidae (03) Piaya cayana alma-de-gato V MC R B Crotophaga ani anu-preto AV CS, ANT R B Guira guira anu-branco AV CS, ANT R B 163

38 Nome do Táxon Nome Comum Registros Ambientes Status Sensib. Strigiformes (02) Tytonidae (01) Tyto alba coruja-da-igreja AV CS R B Strigidae (01) Athene cunicularia coruja-buraqueira AV CS,ANT R M Caprimulgiformes (01) Caprimulgidae (01) Nyctidromus albicollis bacurau A CS R B Apodiformes (03) Apodidae (01) Tachornis squamata tesourinha AV MC R B Trochilidae (02) Phaethornis pretrei rabo-branco-acanelado V MC R B Eupetomena macroura beija-flor-tesoura V MC R-M, + B Coraciiformes (01) Alcedinidae (01) Chloroceryle amazona martim-pescador-verde V MC R B Galbuliformes (01) Galbulidae (01) Galbula ruficauda ariramba-de-cauda-ruiva AV MC R B Piciformes (02) Ramphastidae (01) Ramphastos toco tucanuçu AV CS-MC R, Xe M Picidae (01) Colaptes campestris pica-pau-do-campo AV CS R B Passeriformes (34) Thamnophilidae (01) Thamnophilus pelzelni choca-do-planalto A CS R, E B 164

39 Nome do Táxon Nome Comum Registros Ambientes Status Sensib. Dendrocolaptidae (01) Lepidocolaptes angustirostris arapaçu-de-cerrado V MC R M Furnariidae (02) Furnarius rufus joão-de-barro AV CS-MC R B Lochmias nematura joão-porca A MC R M Tyrannidae (06) Elaenia flavogaster guaracava-de-barriga-amarela AV CS R M Myiozetetes cayanensis bentevi-de-asa-ferrugínea AV MC R B Pitangus sulphuratus bem-te-vi AV CS-MC, ANT R B Megarynchus pitangua neinei AV MC R B Tyrannus melancholicus suiriri AV CS R B Tyrannus savana tesourinha AV CS R, + B Pipridae (01) Antilophia galeata soldadinho A MC R, ^ M Vireonidae (02) Cyclarhis gujanensis pitiguari AV CS R B Vireo olivaceus juruviara AV CS-MC R-M, + B Corvidae (01) Cyanocorax cristatellus gralha-do-campo AV CS R, Xe, ^ M Hirundinidae (02) Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora V CS R-M, + B Progne chalybea andorinha-doméstica-grande AV CS, ANT R-M, + B Troglodytidae (01) Troglodytes musculus corruíra AV MC R B Turdidae (01) Turdus leucomelas sabiá-barranco AV MC R, Xe B Mimidae (01) 165

40 Nome do Táxon Nome Comum Registros Ambientes Status Sensib. Mimus saturninus sabiá-do-campo AV CS R B Coerebidae (01) Coereba flaveola cambacica V MC R B Thraupidae (02) Thraupis palmarum sanhaçu-do-coqueiro V MC R, Xe B Dacnis cayana saí-azul AV MC R, Xe B Tachyphonus rufus pipira-preta A MC B Emberizidae (04) Zonotrichia capensis tico-tico V CS R B Ammodramus humeralis tico-tico-do-campo AV CS R B Volatinia jacarina tiziu AV CS,ANT R B Sporophila nigricollis baiano V CS R, Xe B Cardinalidae (01) Saltator similis trinca-ferro-verdadeiro AV MC R, Xe B Parulidae (02) Parula pitiayumi mariquita V MC R M Basileuterus culicivorus pula-pula AV MC R M Icteridae (02) Gnorimopsar chopi graúna AV CS-MC R, Xe B Molothrus bonariensis vira-bosta AV CS R B Fringillidae (01) Euphonia chlorotica fim-fim AV MC R, Xe B Estrildidae (01) Estrilda astrild bico-de-lacre AV CS Ex, Xe B Passeridae (01) Passer domesticus pardal AV ANT Ex B Espécies de aves 72, sendo 43 (CS), 38 (MC), 10 (ANT) 166

41 Tabela 28 - Mastofauna registrada na ADA (Centro Metropolitano de Taguatinga) e AID (ARIE Parque JK), por ambiente amostrado Status: ( º ) = espécie exótica, (^) = espécie cinegética, (#) = espécie doméstica, (*) = espécie rara no DF. Nome do Táxon Nome Comum Campo Mata de galeria Área urbana MARSUPIALIA (03) Didelphidae (03) Didelphis albiventris gambá, saruê X X X XENARTHRA (03) Dasypodidae (02) Dasypus septemcinctus ^ tatu-galinha X X CHIROPTERA (10) Phyllostomidae (08) Artibeus lituratus morcego-fruteiro X Carollia perspicillata morcego-furteiro-comum X X Desmodus rotundus morcego-vampiro X X Glossophaga soricina morcego-beija-flor X X Platyrrhinus lineatus morcego-fruteiro X Sturnira lilium morcego X Vespertilionidae Myotis nigricans morcego X X Molossidae Molossus molossus morcego X X X PRIMATA (01) Callitrichidae (01) Callithrix penicillata ^ mico-estrela X CARNIVORA (05) Canidae (02) Canis familiaris# cachorro-doméstico X X X 167

42 Nome do Táxon Nome Comum Campo Mata de galeria Área urbana Cerdocyon thous cachorro-do-mato X Mustelidae (02) Lontra longicaudis * lontra X Galictis cuja * furão X Felidae (01) Felis catus # gato-doméstico X X X PERISSODACTYLA (01) Equidae (01) Equus caballus # cavalo X X ARTIODACTYLA (02) Suidae (01) Sus scofra # porco-doméstico X X Bovidae (01) Bos taurus # bovino X X RODENTIA (15) Muridae (02) Mus musculus camundongo X Rattus norvegicus º ratazana X Cricetidae (09) Necromys lasiurus ratinho-do-cerrado X Calomys callosus ratinho-do-mato X Caviidae (01) Cavia aperea ^ preá X X Dasyproctidae (01) Dasyprocta azarae ^ cutia X Hydrochaeridae (01) Hydrochaeris hydrochaeris ^ capivara X Total de espécies (5#) 18 (2#) 09 (5#) 168

43 Tabela 29 - Lista das espécies da Herpetofauna registradas durante o estudo de elaboração do plano de manejo da ARIE PARQUE JK (dados secundários) Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIE JK) Dados primários Bufonidae (02) AMPHIBIA (13) Rhinella schneideri sapo-cururu X X Rhinella rubensces sapo-cururu X Mycrohylidae (01) Elachistocleis ovalis pererequinha X Hylidae (04) Dendropsophus minutus pererequinha X X Hypsiboas albopunctatus perereca-cabrito X X Scinax fuscovarius perereca-de-banheiro X X Scinax squalirostris perereca X Leptodactylidae (04) Leptodactylus labyrinthicus rä-pimenta X Leptodactylus ocellatus rã-manteiga X X Leptodactylus furnarius Rãnzinha X Leptodactylus fuscus rãnzinha X Leiuperidae (02) Physalaemus cuvieri sapo-cachorro X X Odontophrynus salvatori sapinho X LACERTILIA (11) Subtotal anfíbios REPTILIA (30) 169

44 Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIE JK) Dados primários Tropiduridae (02) Tropidurus torquatus calango-preto X X Tropidurus itambere calango-preto X Teiidae (03) Ameiva ameiva calango-verde X X Cnemidophorus ocellifer calanguinho-verde X X Tupinambis merianae teiú X X Gymnophtalmidae (01) Micrablepharus atticolis largartinho-de-rabo-azul X Polychrotidae (02) Neurops sp. papa-vento X Polychrus acutirostris lagarto-preguiça X X Gekkonidae (01) Hemidactylus mabouia lagartixa-de-parede X X Scincidae (01) Mabuya nigropunctata lagarto-dourado X Anguidae (01) Ophiodes striatus cobra-de-vidro X AMPHISBAENIA (01) Amphisbaenidae (01) Amphisbaena alba cobra-de-duas-cabeças X X OPHIDIA (16) Boiidae (03) Eunectes murinus sucuri X X Boa constrictor jibóia X X Epicrates cenchria salamanta X X 170

45 Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIE JK) Dados primários Colubridae (09) Chironius bicarinatus cobra-cipó X X Erythrolamprus aesculapii falsa-coral X X Liophis poecilogyrus cobra-d água X X Mastigodryas bifossatus jararacuçu-do-brejo X Oxyrhopus rombifer falsa-coral X X Philodryas nattereri cobra-corre-campo X X Philodryas olfersii cobra-cipó-verde X Sibynomorphus mikanii dormideira X X Waglerophis merremii boipeva X Elapidae (01) Micrurus frontalis cobra-coral-verdadeira X X Viperidae (03) Bothrops moojeni jararacuçu X Bothrops neuwiedi jararaca-pintada X X Crotalus durissus cascavel X CHELONIA (02) Chelidae (02) Phrynops geoffroanus cágado-de-barbixa X X Trachemys scripta tartaruga-de-áquario X Subtotal répteis Total geral herpetofauna

46 Tabela 30 - Lista das espécies da Avifauna registradas durante o estudo de elaboração do plano de manejo da ARIE PARQUE JK (dados secundários) Dados secundários Dados Nome do Táxon Nome Comum (ARIEJK) primários Tinamiformes Tinamidae Crypturellus parvirostris inhambu-chororó X X Rhynchotus rufescens perdiz X X Nothura maculosa codorna-amarela X Anseriformes Amazonetta brasiliensis marreca-de-pé-vermelho X Pelecaniformes Phalacrocoracida e Phalacrocorax brasilianus biguá X Ciconiiformes Ardeidae Butorides striata socozinho X Bubulcus ibis garça-vaqueira X Ardea alba garça-branca-grande X Syrigma sibilatrix maria-faceira X Threskiornithidae Mesembrinibis cayennensis coró-coró X Theristicus caudatus curicaca X Cathartiformes Cathartidae 172

47 Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIEJK) Dados primários Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha X X Coragyps atratus urubu-de-cabeça-preta X X Falconiformes Accipitridae Elanus leucurus gavião-peneira X X Heterospizias meridionalis gavião-caboclo X Rupornis magnirostris gavião-carijó X X Buteo albicaudatus gavião-de-rabo-branco X Falconidae Caracara plancus caracará X X Milvago chimachima carrapateiro X Herpetotheres cachinnans acauã X Falco sparverius quiriquiri X X Gruiformes Rallidae Aramides cajanea saracura-três-potes X X Pardirallus nigricans saracura-sanã X Gallinula chloropus frango-d'água-comum X Cariamidae Cariama cristata seriema X Charadriiformes Charadriidae Vanellus chilensis quero-quero X X Columbiformes Columbidae 173

48 Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIEJK) Dados primários Columbina talpacoti rolinha-roxa X X Columbina squammata fogo-apagou X X Columba Lívia # pombo-doméstico X X Patagioenas picazuro pombão X X Leptotila verreauxi juriti-pupu X Leptotila rufaxilla juriti-gemedeira X Psittaciformes Psittacidae Ara ararauna arara-canindé X X Aratinga leucophthalma periquitão-maracanã X Aratinga aurea periquito-rei X X Forpus xanthopterygius tuim X Brotogeris chiriri periquito-de-encontroamarelo X X Alipiopsitta xanthops papagaio-galego X Amazona aestiva papagaio-verdadeiro X X Amazona amazonica curica X Cuculiformes Cuculidae Piaya cayana alma-de-gato X X Crotophaginae Crotophaga ani anu-preto X X Guira guira anu-branco X X Taperinae 174

49 Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIEJK) Dados primários Tapera naevia saci X Strigiformes Tytonidae Tyto alba coruja-da-igreja X X Strigidae Megascops choliba corujinha-do-mato X Athene cunicularia coruja-buraqueira X X Caprimulgiformes Nyctibiidae Nyctibius griseus mãe-da-lua X Caprimulgidae Nyctidromus albicollis bacurau X X Apodiformes Apodidae Tachornis squamata tesourinha X X Trochilidae Phaethornis pretrei rabo-branco-acanelado X Trochilinae Eupetomena macroura beija-flor-tesoura X X Colibri serrirostris beija-flor-de-orelha-violeta X Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vermelho X Amazilia fimbriata beija-flor-de-garganta-verde X X Coraciiformes Alcedinidae Megaceryle torquata martim-pescador-grande X 175

50 Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIEJK) Dados primários Chloroceryle amazona martim-pescador-verde X X Galbuliformes Galbulidae Galbula ruficauda ariramba-de-cauda-ruiva X X Bucconidae Nystalus chacuru joão-bobo X Piciformes Ramphastidae Ramphastos toco tucanuçu X X Picidae Picumnus albosquamatus pica-pau-anão-escamado X Veniliornis passerinus picapauzinho-anão X Colaptes melanochloros pica-pau-verde-barrado X Colaptes campestris pica-pau-do-campo X X Passeriformes Thamnophilidae Taraba major choró-boi X Thamnophilus pelzelni choca-do-planalto X Herpsilochmus atricapillus chorozinho-de-chapéu-preto X Dendrocolaptidae Lepidocolaptes angustirostris arapaçu-de-cerrado X X Furnariidae Furnarius rufus joão-de-barro X X 176

51 Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIEJK) Dados primários Synallaxis frontalis petrim X Phacellodomus rufifrons joão-de-pau X Lochmias nematura joão-porca X X Tyrannidae Todirostrum cinereum ferreirinho-relógio X Elaenia flavogaster guaracava-de-barrigaamarela X X Elaenia cristata X Elaenia chiriquensis chibum X Camptostoma obsoletum risadinha X Suiriri islerorum suiriri-da-chapada X Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta X Fluvicolinae Myiophobus fasciatus filipe X Xolmis cinereus primavera X Colonia colonus viuvinha X Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro X Tyranninae Myiozetetes cayanensis guaracava-de-topeteuniforme bentevizinho-de-asaferrugínea X X Pitangus sulphuratus bem-te-vi X X Philohydor lictor gritador X Megarynchus pitangua neinei X X 177

52 Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIEJK) Dados primários Empidonomus varius peitica X Griseotyrannus aurantioatrocristatu s peitica-de-chapéu-preto X Tyrannus melancholicus suiriri X X Tyrannus savana tesourinha X X Casiornis fuscus caneleiro-enxofre X Myiarchus swainsoni irré X Myiarchus ferox maria-cavaleira X Pipridae Antilophia galeata soldadinho X X Vireonidae Cyclarhis gujanensis pitiguari X X Vireo olivaceus juruviara X X Corvidae Cyanocorax cristatellus gralha-do-campo X X Hirundinidae Pygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa X Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora X X Progne chalybea andorinha-doméstica-grande X X Troglodytidae Troglodytes musculus corruíra X X Cantorchilus leucotis garrinchão-de-barrigavermelha X 178

53 Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIEJK) Dados primários Donacobiidae Donacobius atricapilla X Polioptilidae Polioptila dumicola balança-rabo-de-máscara X Turdidae Turdus rufiventris sabiá-laranjeira X Turdus leucomelas sabiá-barranco X X Turdus amaurochalinus sabiá-poca X Turdus albicollis sabiá-coleira X Mimidae Mimus saturninus sabiá-do-campo X X Coerebidae Coereba flaveola cambacica X X Thraupidae Thlypopsis sordida saí-canário X Tachyphonus rufus pipira-preta X X Ramphocelus carbo pipira-vermelha X Thraupis sayaca sanhaçu-cinzento X Thraupis palmarum sanhaçu-do-coqueiro X X Tangara cayana saíra-amarela X Tersina viridis saí-andorinha X Dacnis cayana saí-azul X X Hemithraupis guira saíra-de-papo-preto X Emberizidae Zonotrichia capensis tico-tico X 179

54 Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIEJK) Dados primários Ammodramus humeralis tico-tico-do-campo X X Sicalis citrina canário-rasteiro X Volatinia jacarina tiziu X X Sporophila nigricollis baiano X X Paroaria dominicana galo-da-campina X Cardinalidae Saltator similis trinca-ferro-verdadeiro X Parulidae Parula pitiayumi mariquita X X Geothlypis aequinoctialis pia-cobra X Basileuterus culicivorus pula-pula X Basileuterus leucophrys pula-pula-de-sobrancelha X Icteridae Gnorimopsar chopi graúna X X Molothrus bonariensis vira-bosta X X Fringillidae Euphonia chlorotica fim-fim X Estrildidae Estrilda astrild º bico-de-lacre X X Passeridae Passer domesticus º pardal X X Total de espécies

55 Tabela 31 - Lista das espécies da Mastofauna registradas durante o estudo de elaboração do plano de manejo da ARIE PARQUE JK (dados secundários) Status: (º ) = espécie exótica, (#) = espécie doméstica. Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIE JK) Dados primários MARSUPIALIA (03) Didelphidae (03) Didelphis albiventris gambá, saruê X X Gracilinanus agilis catita-de-máscara-arborícola X Monodelphis domestica catita-cinza-terrestre X XENARTHRA (03) Dasypodidae (02) Dasypus septemcinctus tatu-galinha X X Euphractus sexcinctus tatu-peba X Myrmecophagidae (01) Tamandua tetradactyla tamanduá-mirim X CHIROPTERA (10) Phyllostomidae (08) Anoura caudifer morcego-beija-flôr X Anoura geoffroyi morcego-beija-flôr X Artibeus lituratus morcego-fruteiro X X Carollia perspicillata morcego-furteiro-comum X X Desmodus rotundus morcego-vampiro X X Glossophaga soricina morcego-beija-flor X X Platyrrhinus lineatus morcego-fruteiro X X Sturnira lilium morcego X X Vespertilionidae Myotis nigricans morcego X X 181

56 Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIE JK) Dados primários Molossidae Molossus molossus morcego X X PRIMATA (01) Callitrichidae (01) Callithrix penicillata mico-estrela X X CARNIVORA (05) Canidae (02) Canis familiaris# cachorro-doméstico X X Cerdocyon thous cachorro-do-mato X X Procyonidae (01) Procyon cancrivorus mão-pelada X Mustelidae (02) Lontra longicaudis lontra X Galictis cuja furão X X Felidae (01) Felis catus # gato-doméstico X X PERISSODACTYLA (01) Equidae (01) Equus caballus # cavalo X X ARTIODACTYLA (02) Suidae (01) Sus scofra # porco-doméstico X X Bovidae (01) Bos taurus # bovino X X RODENTIA (15) Muridae (02) Mus musculus camundongo X X 182

57 Nome do Táxon Nome Comum Dados secundários (ARIE JK) Dados primários Rattus norvegicus º ratazana X X Cricetidae (09) Bolomys lasiurus rato-do-cerrado X X Calomys callosus rato-do-mato X X Calomys tener rato-do-mato X Oligoryzomys sp ratinho-do-mato X Oryzomys megacephalus rato-do-mato X Oryzomys subflavus rato-do-mato X Oryzomys bicolor rato-do-mato X Oxymycterus roberti rato-do-mato X Rhipidomys mastacalis rato-do-mato-arborícola X Cavidae (01) Cavia aperea preá X X Dasyproctidae (01) Dasyprocta azarae cutia X X Hydrochaeridae (01) Hydrochaeris hidrochaeris capivara X X Echimyidae (01) Thrichomys apereoides punaré, rabudo X Total de espécies (5#) 26 (5#) FLORA AQUÁTICA Os canais dos cursos d água presentes na bacia do ribeirão Taguatinga/Melchior apresentam, em geral, baixa presença de macrófitas aquáticas. Especificamente com relação às 4 seções amostradas (Figura 80) no ribeirão Taguatinga, não foi identificada a presença de indivíduos da flora aquática. O leito do ribeirão é formado principalmente por pedras, cascalho, areia e argila (Figura 79). Pôde-se comprovar que a vegetação marginal alagada é representada por plantas terrestres enraizadas nos barrancos. A quantidade limitada dessas plantas, aliada a pouca presença de apus e folhas nos canais oferece condições apenas razoáveis de abrigos para a fauna aquática (ver item de Fauna), que se refugia principalmente em matacões, pedras e buracos nos barrancos e no leito. 183

58 Dados levantados durante campanha de campo realizada no âmbito do estudo do Zoneamento Ambiental e Plano de Manejo da Área de Relevante Interesse Ecológico Parque Juscelino Kubitschek - ARIE Parque JK ratificam a situação descrita anteriormente. Figura 79 Detalhe do leito do ribeirão Taguatinga ICTIOFAUNA Para a caracterização da ictiofauna localizada na Área de influencia AI do empreendimento foi realizada amostragem no ribeirão Taguatinga, com o objetivo de avaliar as condições atuais da vida aquática e do meio em que vivem Metodologia Foram selecionadas 4 seções do ribeirão (Figura 80) e escolhidos 11 pontos de amostragem (Figuras 76 a 79) num trecho de aproximadamente m de extensão ao longo do seu curso. 184

59 Figura 80 - Ribeirão Taguatinga dividido em 4 seções onde foram realizadas as amostragens Figura 81 - Seção A com os pontos 01 a

60 Figura 82 - Seção B com os pontos 06 e 07 Figura 83 - Seção C com o ponto

61 Figura 84 - Seção D com os pontos 09 a 11 Todos os pontos foram georeferenciados (Tabela 32), fotografados e caracterizados de acordo com suas características ambientais (estado da margem, cobertura vegetal, tipo de sedimento, correnteza, conservação e etc.). Tabela 32 - Pontos georeferenciados de amostragem da ictiofauna Seção Ponto Coordenadas UTM A B P / P / P / P / P / P / P / C P / D P / P / P / As coletas foram realizadas com auxílio de diferentes artes de pesca (Figura 85) para ampliar as possibilidades da amostragem. Desta forma, para a pesca passiva, que consiste em esperar pela queda acidental dos peixes no material foram utilizadas duas redes de espera de malha 10 mm entrenós e duas redes de espera de malha 30 mm entrenós, enquanto que para a pesca ativa, que consiste em procurar efetivamente pelos peixes foram utilizados um puçá de malha 30 mm entrenós e uma rede de mão (peneira). As espécies coligidas foram acondicionadas em baldes, fotografadas, os exemplares 187

62 contabilizados por tipo de arte de pesca para uma avaliação quantitativa e posteriormente, todos os exemplares foram devolvidos ao ribeirão. Figura 85 - Equipamentos de amostragem da ictiofauna. Da esquerda para a direita, rede de espera de malha 10 mm entrenós; rede de espera de malha 30 mm entrenós; puçá 30 mm entrenós e rede de mão (peneira) Além da caracterização dos peixes, tem-se neste trabalho um breve relato sobre a identificação in loco da fauna aquática associada (notadamente a entomofauna) e da avifauna avistada, uma vez que a presença destes pode fornecer informações indiretas sobre o status da própria ictiofauna no local. Associado à coleta de dados primários e para uma melhor compreensão da área de estudo e da caracterização da ictiofauna, foram utilizados dados secundários extraídos do 188

63 Zoneamento Ambiental e Plano de Manejo da Área de Relevante Interesse Ecológico Parque Juscelino Kubitschek - ARIE Parque JK. O referido trabalho considerou a amostragem da ictiofauna em três períodos distintos, (1993, 1998 e 2003). O acesso ao ribeirão foi realizado em ponto localizado ao lado da ponte da Via de Ligação entre as cidades de Taguatinga e Samambaia, próximo ao encontro dos córregos Cortado e Taguatinga, formadores do ribeirão Taguatinga. Neste local estão sendo realizadas obras de adequação da pista, como parte da construção do viaduto da QNL, no cruzamento que liga Samambaia, Ceilândia e Taguatinga (Figura 86). Por conta disso, o local de acesso contém apenas uma estreita faixa de vegetação marginal, estando bastante modificado (Figura 87) em relação ao cenário apresentado na Figura 80. A partir do ponto inicial, os demais pontos amostrais foram alcançados através do próprio ribeirão, no sentido de montante para jusante. Figura 86 - Obras ao lado da ponte de ligação entre as cidades de Taguatinga e Samambaia e vegetação marginal remanescente 189

64 Figura 87 - Vista do acesso ao ribeirão Taguatinga Resultados Segundo o trabalho intitulado Zoneamento Ambiental e Plano de Manejo da Área de Relevante Interesse Ecológico Parque Juscelino Kubitschek - ARIE Parque JK, de um modo geral, o habitat aquático nos cursos d água que integram a bacia do ribeirão Taguatinga/Melchior apresentam Estrutura que variam de razoável a bom. A largura média dos formadores varia entre 1 a 3 metros nas cabeceiras, entre 4 e 7 metros no curso inferior dos afluentes e, superior a 9 metros ao longo do canal principal. Ainda no referido trabalho, a profundidade média do trecho percorrido esteve em torno de 50 cm, variando entre 20 cm e 100 cm nos formadores e afluentes e, 1,5 m ao longo do canal principal e em alguns pontos nas margens. Poços (20%) e corredores (35%) são menos frequentes que em outras bacias do Distrito Federal, e as corredeiras são o habitat predominante (45%). Informações extraídas do Zoneamento Ambiental e Plano de Manejo da ARIE JK e confirmadas in loco (vide fotos a seguir) durante o levantamento de campo do presente estudo ambiental, revelaram o substrato mais importante ser formado por cascalho e pedras (Figura 88), que aparecem com frequência superior a 50% em quase todos os ambientes amostrados. Argila e areia (Figura 89) são também comuns em muitos ambientes, enquanto grandes matacões aparecem com certa frequência no curso inferior de alguns tributários e, especialmente no canal principal. Apesar do referido trabalho destacar uma boa diversidade de condições físicas para a fauna aquática do ribeirão Taguatinga, de fato, foi constatado que, em diversos trechos, esses sedimentos estão expostos em ilhas de areia e cascalho, revelando o visível assoreamento do ribeirão. 190

65 Figura 88 - Vista do ribeirão. Diferentes sedimentos como pedra, cascalho, areia e argila. Formação de ilhas fruto do assoreamento Figura 89 - Idem anterior Quanto à vegetação, apesar da ARIE JK ainda conter remanescentes de vegetação natural, que são importantes para a manutenção de diversos processos ecológicos, há a presença de diversas espécies exóticas, comumentes associadas à presença humana. Poucos 191

66 trechos estão sombreados com uma boa cobertura vegetacional e as margens do ribeirão em geral estão expostas, com pouca vegetação associada. Figura 90 - Diferentes condições da vegetação nas margens do ribeirão Taguatinga A condição degradante constatada no ribeirão Taguatinga já era esperada, devido aos dados históricos que comprovam a grande ocupação urbana na região de estudo, que se apresenta como a mais populosa e densamente povoada do Distrito Federal. São quatro as cidades satélites que ali se encontram: Taguatinga, Ceilândia, Samambaia e Águas Claras. De fato, o ribeirão encontra-se bastante modificado de suas condições originais e certamente bastante comprometido em relação à qualidade ambiental de suas águas, margens e cobertura vegetal. Apesar da relativa transparência da água, alguns pontos apresentaram mau cheiro e presença de óleo na coluna d água (Figura 91), o que indica o lançamento de efluentes poluentes no local. Ainda, a presença de resíduos sólidos de todos os tipos nas margens, remansos e nos trechos assoreados é outro impacto observado no local. 192

67 Figura 91 - Detalhe do Ponto 04 onde foi observada a presença de óleo na coluna d água O diagnóstico ambiental elaborado para a ARIE JK destaca que, embora a unidade de conservação apresente um elevado nível de degradação, as espécies ocorrentes nos remanescentes de vegetação são um indicativo de que a ARIE ainda abriga riqueza florística e diversidade biológica, que refletem uma condição que ocorria no passado. O trabalho do Zoneamento Ambiental e Plano de Manejo da ARIE JK, que realizou estudos na área em três períodos distintos (1993, 1998 e 2003), relata que as condições de qualidade da água apresentam-se inadequadas à sobrevivência de algumas espécies. Foram registradas apenas 27 espécies em toda a bacia (Figura 92), menos da metade encontrada no Distrito Federal em rios do mesmo porte na bacia do alto rio Paraná. Ainda de acordo com o trabalho, moradores da região informaram que antes do adensamento populacional e do grande aporte de esgotos na bacia, esses canais suportavam grandes quantidades de peixes, notadamente cardumes de piaus, piaparas, pirapitingas e dourados. A situação mais grave aconteceu ao longo de todo o canal principal do ribeirão Taguatinga/Melchior, onde nenhuma espécie de peixes foi encontrada (Figura 92). Nos formadores do ribeirão Taguatinga (córregos Taguatinga e Cortado), apenas duas espécies foram coletadas (tilápia e barrigudinho), conferindo situação muito grave a toda a ARIE JK. Nos afluentes localizados logo à jusante da ARIE JK, córregos do Meio e Capão da Lagoinha, foram registradas apenas seis espécies nativas: Astyanax scabripinnis paranae e Rhamdia quelem, especialmente nos poços e corredores dos canais, Microlepidogaster sp nas plantas aquáticas e, Hypostomus spa, spb e spc, nas corredeiras e corredores com fundo de pedras. Todas as demais 19 espécies nativas só foram registradas nos afluentes da margem direita do baixo rio Melchior, a jusante da ARIE Parque JK, notadamente no córrego Salta Fogo. 193

68 Figura 92 - Tabela de espécies retirada do diagnóstico ambiental do Plano de Manejo da ARIE JK Nos 11 pontos amostrados no presente estudo foram contabilizados um total aproximado de 210 exemplares (coligidos + observados) de peixes distribuídos em 5 espécies, 4 famílias e 3 órdens (Gráfico 5). A espécie de peixes conhecida como barrigudinho, Poecilia reticulata, da ordem Perciforme (Figura 93) foi a mais representativa com 159 exemplares (muitos outros foram observados nos remansos). Além desta, a espécie Astyanax bimaculatus, da ordem Characifrome, foi amostrada com 28 exemplares, seguidos de 16 exemplares da outra espécie de barrigudinho, Xiphophorus hellerii (Figura 95 e Figura 96), 6 exemplares do Siluriforme (bagre) Rhamdia quelem, e por último, um único exemplar de tilápia, Tilapia rendalli (Figura 94), um Cichlidae africano introduzido no Brasil, e hoje muito comum nos rios brasileiros. 194

69 Tabela 33 - Espécies amostradas no presente estudo ORDEM FAMÍLIA ESPÉCIE NOME POPULAR Characiformes Characidae Astyanax bimaculatus Lamabari Siluriformes Heptapteridae Rhamdia quelen Bagre Poecilia reticulata Barrigudinho Poecilidae Perciformes Xiphophorus hellerii Barrigudinho Cichlidae Tilapia rendalli Tilápia Interpretando a abundância amostrada através da análise da Abundância Relativa que se leva em consideração o número de registro para espécie i (ni), dividido pelo número total de registros (nt); (Ar = ni/nt), Temos os seguintes resultados: 3% 8% 13% 0,5% 76% T. rendalli P. reticulata X. hellerii R. quelem A. bimaculatus Gráfico 5 - Representatividade das 5 espécies coligidas nos 11 pontos de amostragem no ribeirão Taguatinga Em geral, esses representantes da ictiofauna coligidos são espécies mais tolerantes aos estresses físico-químicos, não ameaçadas de extinção (MMA, 2008), e, portanto, comuns em ambientes antropizados, o que reforça a situação preocupante da qualidade ambiental do ribeirão Taguatinga. Os exemplares da ordem Perciforme (barrigudinhos e a tilápia) são espécies de peixes exóticas, introduzidas nos rios brasileiros com diferentes finalidades, e hoje muito comuns, principalmente em ambientes impactados. A espécie de barrigudinho Poecilia reticulata é o selvagem do Guppie e foi introduzida em todo o Brasil com a finalidade de controle de pragas, principalmente mosquitos, e hoje constitui ameaça aos demais Poecilídeos por competirem com eles (MMA, 2008). 195

70 Figura 93 - Poecilia reticulata, espécie mais representativa nas coletas, presente em todas as tentativas de coletas com rede de mão. Uma Fêmea e dois machos de coloração mais vistosa Já a tilápia (Tilapia rendalli) foi introduzida com objetivos comerciais e figura hoje em dia como um dos principais peixes da pesca comercial e de subsistência em diversos rios brasileiros. Segundo Oportoni & Latini (2005), as espécies importantes economicamente para pesca e aquicultura somam juntas, 47% dos casos de introdução de espécies exóticas no mundo todo. No Brasil, existem muitos casos de introdução de peixes, já que se produz em torno de 65% de peixes exóticos contra 33% de peixes nativos. Assim como acontece com a espécie Poecilia reticulata, exemplares de tilápia podem figurar como agentes ameaçadores da fauna local por serem mais resistentes (MMA, 2008) e competidoras pelos mesmos nichos das espécies nativas. 196

71 Figura 94 - Único exemplar coligido da espécie Tilapia rendalli Sobre as espécies exóticas, em geral, atualmente, a presença delas em ambientes invadidos tem sido tratada como um dos principais fatores para a perda da biodiversidade, sendo a segunda causa da extinção de peixes no planeta e a primeira na América do Norte (OPORTONI & LATINI, 2005) O barrigudinho, Xiphophorus hellerii, conhecido como espada, veio ao Brasil através do interesse comercial pela aquarofilia, impulsionado pelo seu colorido ornamental e pelo dimorfismo sexual visível nos machos (cauda longa e amarelada). Figura 95 - Barrigudinhos da espécie Xiphophorus hellerii. Respectivamente, fêmea coligida em rede de espera de malha 10 mm entrenós e macho coligido com rede de mão 197

72 Figura 96 - Variação melânica da fêmea de Xiphophorus hellerii Figura 97 - Comparação das duas espécies de barrigudinhos, a maior, X. hellerii e dois exemplares de Poecilia reticulata Mesmo a presença das espécies nativas de rios brasileiros, como o lambari Astyanax bimaculatus (Figura 98 e Figura 99) e o bagre Rhamdia quelem (Figura 100), demonstram a degradação em que se encontra o ribeirão Taguatinga, uma vez que são espécies resistentes aos impactos ambientais. 198

73 Figura 98 - Astyanax bimaculatus Figura 99 - A. bimaculatus coligidos com rede de espera malha 10 mm entrenós Figura Rhamdia quelem coletadas em diferentes pontos de amostragem Além da ictiofauna, diversos exemplares da entomofauna foram coligidos acidentalmente no método ativo de coleta com a rede de mão. Dentre os principais estão: exemplares de Coleópteras (Besouros) da família hydrophilidae (Figura 101), odonatas (libélulas) das famílias Libellulidae (Figura 102) e Coenagrionidae, bem como indivíduos de Belastomatidae (baratas d água) e larvas da ordem Díptera da família Chironomidae coletadas nas margens. Exemplares da ordem Megaloptera (formiga leão) (Figura 103) foram coligidos junto às pedras, bem como alguns moluscos (Gastrópodes) (Figura 104). Além desses, um girino e diversas aves aquáticas que se alimentam da ictiofauna foram avistadas diversas vezes ao longo de todo o percurso. Foram elas: a Garça branca, Curicaca-preta, Martim-pescadoranão e uma espécie de socó. A presença da fauna associada é também um indicador de que a ictiofauna está estabelecida no local, já que desempenham relações ecológicas de predador-presa e etc. 199

Nosso Território: Ecossistemas

Nosso Território: Ecossistemas Nosso Território: Ecossistemas - O Brasil no Mundo - Divisão Territorial - Relevo e Clima - Fauna e Flora - Ecossistemas - Recursos Minerais Um ecossistema é um conjunto de regiões com características

Leia mais

Cap. 26 De norte a sul, de leste a oeste: os biomas brasileiros. Sistema de Ensino CNEC Equipe de Biologia. Bioma

Cap. 26 De norte a sul, de leste a oeste: os biomas brasileiros. Sistema de Ensino CNEC Equipe de Biologia. Bioma Cap. 26 De norte a sul, de leste a oeste: os biomas brasileiros Sistema de Ensino CNEC Equipe de Biologia Bioma Conjunto de vida, vegetal e animal, constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação, condições

Leia mais

BIOMA. dominante. http://www.brazadv.com/passeios_ecol %C3%B3gicos_mapas/biomas.asp

BIOMA. dominante. http://www.brazadv.com/passeios_ecol %C3%B3gicos_mapas/biomas.asp BIOMAS DO BRASIL BIOMA Definição: Bioma, ou formação planta - animal, deve ser entendido como a unidade biótica de maior extensão geográfica, compreendendo varias comunidades em diferentes estágios de

Leia mais

Prof. MSc. Leandro Felício

Prof. MSc. Leandro Felício Prof. MSc. Leandro Felício Ecossistema: Sistema integrado e auto funcionante que consiste em interações dos elementos bióticos e abióticos e cujas dimensões podem variar consideravelmente. Bioma: Conjunto

Leia mais

B I O G E O G R A F I A

B I O G E O G R A F I A B I O G E O G R A F I A BIOMAS BRASILEIROS 2011 Aula VII BRASIL E VARIABILIDADE FITOGEOGRÁFICA O Brasil possui um território de dimensões continentais com uma área de 8.547.403 quilômetros quadrados. 4.320

Leia mais

NASCENTE MUNICIPAL MODELO DE SOROCABA

NASCENTE MUNICIPAL MODELO DE SOROCABA NASCENTE MUNICIPAL MODELO DE SOROCABA Por meio do Projeto de Georreferenciamento e Diagnóstico das Nascentes de Sorocaba, a equipe da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMA) selecionou a Nascente

Leia mais

ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS

ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS ANEXO CHAMADA III DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES PARA GESTÃO E AVALIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO ESTADUAIS OBJETIVO Esta chamada tem por objetivo financiar projetos relacionados a ações de gestão e avaliação

Leia mais

Resolução SMA - 44, de 30-6-2008 Define critérios e procedimentos para a implantação de Sistemas Agroflorestais

Resolução SMA - 44, de 30-6-2008 Define critérios e procedimentos para a implantação de Sistemas Agroflorestais Resolução SMA - 44, de 30-6-2008 Define critérios e procedimentos para a implantação de Sistemas Agroflorestais O Secretário do Meio Ambiente, considerando: A necessidade de regulamentação da utilização

Leia mais

www.tiberioge.tibe o.c rioge om.br o.c A Ge G og o r g afi f a Le L va v da d a Sério

www.tiberioge.tibe o.c rioge om.br o.c A Ge G og o r g afi f a Le L va v da d a Sério 1 FLORESTA AMAZÔNICA 2 Características Localiza-se: Região Norte; parte do norte do Mato Grosso e Goiás; e parte oeste do Maranhão; O maior bioma brasileiro ocupa, praticamente, um terço da área do País.

Leia mais

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013

Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013 Colégio São Paulo Geografia Prof. Eder Rubens - 2013 CAP. 02 O território brasileiro e suas regiões.( 7º ano) *Brasil é dividido em 26 estados e um Distrito Federal (DF), organizados em regiões. * As divisões

Leia mais

LEGISLAÇÃO FLORESTAL APLICADA. Docentes Eng. Ftal. Irene Tosi Ahmad Eng. Agr. Renata Inês Ramos

LEGISLAÇÃO FLORESTAL APLICADA. Docentes Eng. Ftal. Irene Tosi Ahmad Eng. Agr. Renata Inês Ramos LEGISLAÇÃO FLORESTAL APLICADA Docentes Eng. Ftal. Irene Tosi Ahmad Eng. Agr. Renata Inês Ramos Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Cerrado no Estado de São Paulo Artigo 1º

Leia mais

O Estado da Biodiversidade Brasileira: Genes, Espécies e Biomas

O Estado da Biodiversidade Brasileira: Genes, Espécies e Biomas O Estado da Biodiversidade Brasileira: Genes, Espécies e Biomas Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA Diretoria de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais DIRUR Eixo Temático: Sustentabilidade

Leia mais

PROJETO DE LEI N o 1.847, DE 2003

PROJETO DE LEI N o 1.847, DE 2003 COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PROJETO DE LEI N o 1.847, DE 2003 Institui o Programa Nacional de Apoio aos Produtos Nativos do Cerrado e dá outras providências. Autor: Deputado

Leia mais

Climas e Formações Vegetais no Mundo. Capítulo 8

Climas e Formações Vegetais no Mundo. Capítulo 8 Climas e Formações Vegetais no Mundo Capítulo 8 Formações Vegetais Desenvolvem-se de acordo com o tipo de clima, relevo, e solo do local onde se situam.de todos estes, o clima é o que mais se destaca.

Leia mais

FERNANDA ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO

FERNANDA ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO Aluno (a): Disciplina GEOGRAFIA Curso Professor ENSINO MÉDIO FERNANDA ROTEIRO DE ESTUDOS DE RECUPERAÇÃO E REVISÃO Série 1ª SÉRIE Número: 1 - Conteúdo: Domínios morfoclimáticos - estudar as interrelações

Leia mais

TERCEIRÃO GEOGRAFIA FRNTE 8 A - aula 25. Profº André Tomasini

TERCEIRÃO GEOGRAFIA FRNTE 8 A - aula 25. Profº André Tomasini TERCEIRÃO GEOGRAFIA FRNTE 8 A - aula 25 Profº André Tomasini Localizado na Região Centro-Oeste. Campos inundados na estação das chuvas (verão) áreas de florestas equatorial e tropical. Nas áreas mais

Leia mais

Complete com as principais características de cada bioma: MATA ATLÂNTICA

Complete com as principais características de cada bioma: MATA ATLÂNTICA Atividade de Ciências 5º ano Nome: ATIVIDADES DE ESTUDO Complete com as principais características de cada bioma: MATA ATLÂNTICA FLORESTA AMAZÔNICA FLORESTA ARAUCÁRIA MANGUEZAL PANTANAL CAATINGA CERRADO

Leia mais

Biomas Brasileiros. 1. Bioma Floresta Amazônica. 2. Bioma Caatinga. 3. Bioma Cerrado. 4. Bioma Mata Atlântica. 5. Bioma Pantanal Mato- Grossense

Biomas Brasileiros. 1. Bioma Floresta Amazônica. 2. Bioma Caatinga. 3. Bioma Cerrado. 4. Bioma Mata Atlântica. 5. Bioma Pantanal Mato- Grossense Biomas Brasileiros 1. Bioma Floresta Amazônica 2. Bioma Caatinga 3. Bioma Cerrado 4. Bioma Mata Atlântica 5. Bioma Pantanal Mato- Grossense 6. Bioma Pampas BIOMAS BRASILEIROS BIOMA FLORESTA AMAZÔNICA

Leia mais

Sumário. 1 Características da propriedade 2 1.1 - Cobertura vegetal 2. 1.2 Hidrografia 2. 1.3 Topografia 2. 1.4 - Área de reserva florestal legal 3

Sumário. 1 Características da propriedade 2 1.1 - Cobertura vegetal 2. 1.2 Hidrografia 2. 1.3 Topografia 2. 1.4 - Área de reserva florestal legal 3 Sumário Pág. 1 Características da propriedade 2 1.1 - Cobertura vegetal 2 1.2 Hidrografia 2 1.3 Topografia 2 1.4 - Área de reserva florestal legal 3 1.5 Acesso 3 2 Objetivo Geral 4 3 Metodologia 5 3.1

Leia mais

DIVERSIDADE DE CLIMAS = DIVERSIDADE DE VEGETAÇÕES

DIVERSIDADE DE CLIMAS = DIVERSIDADE DE VEGETAÇÕES FORMAÇÕES VEGETAIS - Os elementos da natureza mantém estreita relação entre si. - A essa relação, entendida como a combinação e coexistência de seres vivos (bióticos) e não vivos (abióticos) dá-se o nome

Leia mais

B I O G E O G R A F I A

B I O G E O G R A F I A B I O G E O G R A F I A BIOMAS DO MUNDO SAVANAS E DESERTOS 2011 Aula VI AS PRINCIPAIS FORMAÇÕES VEGETAIS DO PLANETA SAVANAS As savanas podem ser encontradas na África, América do Sul e Austrália sendo

Leia mais

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DE FLORESTA

RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DE FLORESTA RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DE FLORESTA Londrina, 19 de janeiro de 2012 INTRODUÇÃO A proposta de trabalho desenvolvida em 2011 voltada a realização de compensação de emissões de CO 2 por meio do plantio

Leia mais

A origem, evolução e diversidade da vegetação do Bioma Cerrado. Vânia R. Pivello Dept. Ecologia - IB/USP

A origem, evolução e diversidade da vegetação do Bioma Cerrado. Vânia R. Pivello Dept. Ecologia - IB/USP A origem, evolução e diversidade da vegetação do Bioma Cerrado Vânia R. Pivello Dept. Ecologia - IB/USP Sumário Conceituação, definições Classificações da vegetação do Cerrado Condições ambientais Origem

Leia mais

Aula 14 Distribuição dos Ecossistemas Brasileiros Floresta Amazônica Mais exuberante região Norte e parte do Centro Oeste; Solo pobre em nutrientes; Cobertura densa ameniza o impacto da água da chuva;

Leia mais

Caatinga: exclusivamente brasileira

Caatinga: exclusivamente brasileira Caatinga: exclusivamente brasileira Ministério do Meio Ambiente Secretaria de Biodiversidade e Florestas Departamento de Conservação da Biodiversidade Parque Nacional da Serra da Capivara - PI Caatinga:

Leia mais

FORMAÇÃO VEGETAL BRASILEIRA. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS Aziz Ab`Saber. Ipê Amarelo

FORMAÇÃO VEGETAL BRASILEIRA. DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS Aziz Ab`Saber. Ipê Amarelo FORMAÇÃO VEGETAL BRASILEIRA DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS Aziz Ab`Saber Ipê Amarelo Fatores que influenciam na distribuição das formações vegetais: Clima 1. Temperatura; 2. Umidade; 3. Massas de ar; 4. Incidência

Leia mais

B I O G E O G R A F I A

B I O G E O G R A F I A B I O G E O G R A F I A FLORESTA AMAZÔNICA 2011 Aula XII O bioma Amazônia representa aproximadamente 30% de todas as florestas tropicais remanescentes do mundo e nele se concentra a maioria das florestas

Leia mais

As Questões Ambientais do Brasil

As Questões Ambientais do Brasil As Questões Ambientais do Brasil Unidades de conservação de proteção integral Existem cinco tipos de unidades de conservação de proteção integral. As unidades de proteção integral não podem ser habitadas

Leia mais

PROF. JEFERSON CARDOSO DE SOUZA

PROF. JEFERSON CARDOSO DE SOUZA PROF. JEFERSON CARDOSO DE SOUZA UFRGS 2012 São fatores limitantes dos biomas: Umidade: ausência ou excesso; Solo: tipo de nutrientes e tempo de intemperismo; Temperatura: Amplitude Térmica; Luz solar:

Leia mais

Domínio do Cerrado em Minas Gerais. José Roberto Scolforo Universidade Federal de Lavras

Domínio do Cerrado em Minas Gerais. José Roberto Scolforo Universidade Federal de Lavras Domínio do Cerrado em Minas Gerais José Roberto Scolforo Universidade Federal de Lavras Cerrado Brasileiro INTRODUÇÃO - Extensão de 204,7 milhões de ha, - Flora com mais de 10.000 espécies de plantas,

Leia mais

Biomas Brasileiros I. Floresta Amazônica Caatinga Cerrado. Mata Atlântica Pantanal Campos Sulinos ou Pampas Gaúchos

Biomas Brasileiros I. Floresta Amazônica Caatinga Cerrado. Mata Atlântica Pantanal Campos Sulinos ou Pampas Gaúchos Biomas Brasileiros I Floresta Amazônica Caatinga Cerrado Mata Atlântica Pantanal Campos Sulinos ou Pampas Gaúchos Floresta Amazônica Localizada na região norte e parte das regiões centro-oeste e nordeste;

Leia mais

Bioma é um conceito estabelecido para classificar ambientes com base na

Bioma é um conceito estabelecido para classificar ambientes com base na 1 Bioma é um conceito estabelecido para classificar ambientes com base na composição predominante da vegetação. O padrão climático (temperatura e precipitação) representa o principal aspecto utilizado

Leia mais

3º BIMESTRE 2ª Avaliação Área de Ciências Humanas Aula 148 Revisão e avaliação de Humanas

3º BIMESTRE 2ª Avaliação Área de Ciências Humanas Aula 148 Revisão e avaliação de Humanas 3º BIMESTRE 2ª Avaliação Área de Ciências Humanas Aula 148 Revisão e avaliação de Humanas 2 Tipos de vegetação Vegetação é caracterizada como o conjunto de plantas de uma determinada região. Em razão da

Leia mais

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural PROJETO FIP-ABC. Produção sustentável em áreas já convertidas para o uso agropecuário (com base no Plano ABC)

Serviço Nacional de Aprendizagem Rural PROJETO FIP-ABC. Produção sustentável em áreas já convertidas para o uso agropecuário (com base no Plano ABC) Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Serviço Nacional de Aprendizagem Rural PROJETO FIP-ABC Produção sustentável em áreas já convertidas para o uso agropecuário (com base no Plano ABC) Descrição do contexto

Leia mais

A diversidade de vida no planeta. Que animais selvagens você conhece? Em que ambiente natural e continente você acha que eles tem origem?

A diversidade de vida no planeta. Que animais selvagens você conhece? Em que ambiente natural e continente você acha que eles tem origem? A diversidade de vida no planeta Que animais selvagens você conhece? Em que ambiente natural e continente você acha que eles tem origem? Domínios naturais terrestres São extensas áreas geográficas com

Leia mais

BIODIVERSIDADE E MANEJO SUSTENTÁVEL DA FLORESTA TROPICAL 1 BIODIVERSIDADE

BIODIVERSIDADE E MANEJO SUSTENTÁVEL DA FLORESTA TROPICAL 1 BIODIVERSIDADE BIODIVERSIDADE E MANEJO SUSTENTÁVEL DA FLORESTA TROPICAL 1 João Artur Silva 2 Márcio Ribeiro² Wilson Junior Weschenfelder² BIODIVERSIDADE Modelos de Diversidade A diversidade biológica varia fortemente

Leia mais

Em quais LINHAS ESTRATÉGICAS atuar para a conservação da biodiversidade? Como garantir a EFETIVIDADE DOS RECURSOS aplicados em conservação?

Em quais LINHAS ESTRATÉGICAS atuar para a conservação da biodiversidade? Como garantir a EFETIVIDADE DOS RECURSOS aplicados em conservação? Em quais LINHAS ESTRATÉGICAS atuar para a conservação da biodiversidade? Como garantir a EFETIVIDADE DOS RECURSOS aplicados em conservação? Como escolher uma AÇÃO EFETIVA para a conservação da biodiversidade?

Leia mais

Biomas, Domínios e Ecossistemas

Biomas, Domínios e Ecossistemas Biomas, Domínios e Ecossistemas Bioma, domínio e ecossistema são termos ligados e utilizados ao mesmo tempo nas áreas da biologia, geografia e ecologia, mas, não significando em absoluto que sejam palavras

Leia mais

Ação 14- Indicação de Áreas Protegidas para Criação de Unidades de Conservação (incluindo nascentes e trechos de cursos de água com Classe Especial)

Ação 14- Indicação de Áreas Protegidas para Criação de Unidades de Conservação (incluindo nascentes e trechos de cursos de água com Classe Especial) 180 SUB-PROGRAMA 7 USO DO SOLO Áreas Protegidas Este Sub-Programa contempla uma única ação, que trata da Indicação de Áreas Protegidas para Criação de Unidades de Conservação (incluindo nascentes e trechos

Leia mais

BIOMA: deriva do grego bio vida e ama grupo, ou conjunto.

BIOMA: deriva do grego bio vida e ama grupo, ou conjunto. BIOMAS BRASILEIROS BIOMA: deriva do grego bio vida e ama grupo, ou conjunto. Bioma é uma área do espaço geográfico, com dimensões até superiores a um milhão de quilômetros quadrados, representada por

Leia mais

AVALIAÇÃO RÁPIDA ESTRATÉGICA (ARE) PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

AVALIAÇÃO RÁPIDA ESTRATÉGICA (ARE) PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO AVALIAÇÃO RÁPIDA ESTRATÉGICA (ARE) PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO Informações do Processo: Nome do Interessado: Nº do Processo: Data / de 20 Município: Localidade: Vistoria: Data: / / 20 Técnicos

Leia mais

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 25 O PANTANAL, A MATA DE ARAUCÁRIAS E AS PRADARIAS

GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 25 O PANTANAL, A MATA DE ARAUCÁRIAS E AS PRADARIAS GEOGRAFIA - 1 o ANO MÓDULO 25 O PANTANAL, A MATA DE ARAUCÁRIAS E AS PRADARIAS Como pode cair no enem? (FUVEST) Estas fotos retratam alguns dos tipos de formação vegetal nativa encontrados no território

Leia mais

Centro de Conhecimento em Biodiversidade Tropical - Ecotropical

Centro de Conhecimento em Biodiversidade Tropical - Ecotropical Centro de Conhecimento em Biodiversidade Tropical - Ecotropical Realização: Instituto Energias do Brasil Endereço: Rua Bandeira Paulista, 530 11º andar CEP: 04532-001 São Paulo São Paulo, Brasil. Responsável:

Leia mais

Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Cerrado no Estado, e dá providências correlatas

Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Cerrado no Estado, e dá providências correlatas LEI Nº 13.550, DE 02 DE JUNHO DE 2009 Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Cerrado no Estado, e dá providências correlatas O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: Faço saber que

Leia mais

Universidade Federal do Paraná

Universidade Federal do Paraná * Universidade Federal do Paraná * *O que são Biomas? *Bioma é uma unidade biológica ou espaço geográfico caracterizado de acordo com o macroclima, a fitofisionomia (aspecto da vegetação de um lugar),

Leia mais

Questões. O que é risco. Sistemas de análise de risco. O que é análise de risco 25/06/2012. Oportunidades de controlar espécies invasoras

Questões. O que é risco. Sistemas de análise de risco. O que é análise de risco 25/06/2012. Oportunidades de controlar espécies invasoras PROTOCOLOS DE ANÁLISE DE RISCO PARA ESPÉCIES EXÓTICAS Oportunidades de controlar espécies invasoras 1. Prevenção à introdução 2. Detecção precoce e resposta imediata Sílvia R. Ziller Eng. Florestal, Dr.

Leia mais

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS BIOMAS BRASILEIROS

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS BIOMAS BRASILEIROS DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS BIOMAS BRASILEIROS Creative Commons/Nao Iizuka Bioma Amazônia ou Domínio Amazônico Heterogêneo Perene Denso Ombrófila Três estratos Influenciado pelo relevo e hidrografia Bacia

Leia mais

Biodiversidade em Minas Gerais

Biodiversidade em Minas Gerais Biodiversidade em Minas Gerais SEGUNDA EDIÇÃO ORGANIZADORES Gláucia Moreira Drummond Cássio Soares Martins Angelo Barbosa Monteiro Machado Fabiane Almeida Sebaio Yasmine Antonini Fundação Biodiversitas

Leia mais

Erosão e Voçorocas. Curso: Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Estudos Ambientais Professor: João Paulo Nardin Tavares

Erosão e Voçorocas. Curso: Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Estudos Ambientais Professor: João Paulo Nardin Tavares Erosão e Voçorocas Curso: Arquitetura e Urbanismo Disciplina: Estudos Ambientais Professor: João Paulo Nardin Tavares O que é erosão? A erosão caracteriza-se pela abertura de enormes buracos no chão pela

Leia mais

Termo de Referência para Elaboração do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) TR GERAL

Termo de Referência para Elaboração do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) TR GERAL Termo de Referência para Elaboração do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD) TR GERAL ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS (PRAD) ATENÇÃO O DOCUMENTO DEVE CONTER,

Leia mais

METODOLOGIA E ESTRATÉGIAS PARA A FLORESTAIS: BIOMA CERRADO

METODOLOGIA E ESTRATÉGIAS PARA A FLORESTAIS: BIOMA CERRADO METODOLOGIA E ESTRATÉGIAS PARA A RESTAURAÇÃO DE ECOSSISTEMAS FLORESTAIS: BIOMA CERRADO Prof. Dr. Israel Marinho Pereira imarinhopereira@gmail.com Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri

Leia mais

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/00. 1. Conceitos Básicos

UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/00. 1. Conceitos Básicos UNIDADES DE CONSERVAÇÃO lei 9.985/00 1. Conceitos Básicos a) unidade de conservação: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes,

Leia mais

6 - Áreas de Influência... 1. 6.1 - Delimitação das Áreas de Influência... 2. 6.1.1 - Área de Influência Direta (AID)... 2

6 - Áreas de Influência... 1. 6.1 - Delimitação das Áreas de Influência... 2. 6.1.1 - Área de Influência Direta (AID)... 2 Índice 6 -... 1 6.1 - Delimitação das... 2 6.1.1 - Área de Influência Direta (AID)... 2 6.1.2 - Área de Influência Indireta (AII)... 2 Índice de Quadros Quadro 1 - Lista dos Municípios da Área de Influência

Leia mais

Formações de Santa Catarina. Profa. Elisa Serena Gandolfo Martins Março/2015

Formações de Santa Catarina. Profa. Elisa Serena Gandolfo Martins Março/2015 Formações de Santa Catarina Profa. Elisa Serena Gandolfo Martins Março/2015 O Estado de Santa Catarina está totalmente inserido dentro do Bioma Mata Atlântica. A Mata Atlântica "O espaço que contém aspectos

Leia mais

VII Reunião de Atualização em Eucalitptocultura

VII Reunião de Atualização em Eucalitptocultura VII Reunião de Atualização em Eucalitptocultura Planejamento da Propriedade Agrícola (APP e RL) Eng o. F tal. Msc. João Carlos Teixeira Mendes Dept o. Ciências Florestais ESALQ/USP Estação Experimental

Leia mais

Fitogeografia do Brasil.

Fitogeografia do Brasil. Fitogeografia do Brasil. Profº Me. Fernando Belan Alexander Fleming Introdução Devido as grandes dimensões territoriais, estabelecemse muitas formações vegetais características de alguma região do Brasil.

Leia mais

FLORESTAS PLANTADAS E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO BRASIL

FLORESTAS PLANTADAS E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO BRASIL FLORESTAS PLANTADAS E CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NO BRASIL Uma posição institucional conjunta de: Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais Sociedade Brasileira de Silvicultura Departamento de Ciências

Leia mais

A FLORESTA HOJE Cobertura Vegetal Natural do Estado de São Paulo

A FLORESTA HOJE Cobertura Vegetal Natural do Estado de São Paulo A FLORESTA HOJE Cobertura Vegetal Natural do Estado de São Paulo Importância da Floresta Proteção e conservação do solo e da água; Produção de madeira (casas, barcos, carvão; etc); Produção de alimentos

Leia mais

CADERNO DE EXERCÍCIOS

CADERNO DE EXERCÍCIOS GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO Disciplina: Ecologia de Ecossistema e da Paisagem

Leia mais

Implantação de espécies nativas em área de preservação no IFMG - Câmpus Bambuí José Augusto Melo de RESENDE¹; Maria Carolina Gaspar BOTREL²;

Implantação de espécies nativas em área de preservação no IFMG - Câmpus Bambuí José Augusto Melo de RESENDE¹; Maria Carolina Gaspar BOTREL²; Implantação de espécies nativas em área de preservação no IFMG - Câmpus Bambuí José Augusto Melo de RESENDE¹; Maria Carolina Gaspar BOTREL²; ¹ Aluno do curso de Agronomia e bolsista do Programa Institucional

Leia mais

RELATÓRIO DE PLANTIO E VISTORIA

RELATÓRIO DE PLANTIO E VISTORIA Propriedade: Parque Ecológico Rio Formoso Código: 03/2011 Número de mudas plantadas: 150 (Cento e cinquenta) Data do plantio: 22/03/ 2011 Data da vistoria 01: 15/05/ 2011 Patrocinadores: Agência Ar - Hotel

Leia mais

BACIA DO RIO DAS VELHAS

BACIA DO RIO DAS VELHAS BACIA DO RIO DAS VELHAS A bacia hidrográfica do rio das Velhas está localizada na região central do estado de Minas Gerais, entre as coordenadas 17 o 15 e 20 o 25 S - 43 o 25 e 44 o 50 W, apresentando

Leia mais

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - SNUC

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO - SNUC - SNUC PREVISÃO LEGAL Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e àcoletividade

Leia mais

Terminologia Vegetal

Terminologia Vegetal Terminologia Vegetal Aciculifoliadas folhas em forma de agulha; Latifoliadas folhas largas e grandes; Perenes nunca perdem as folhas por completo; Caducas (decíduas) perdem as folhas antes de secas ou

Leia mais

ÍNDICE. 7 - Conclusão... 1/3. 2818-00-EIA-RL-0001-00 Janeiro de 2015 Rev. nº 00. LT 500 KV ESTREITO FERNÃO DIAS Estudo de Impacto Ambiental - EIA 1/1

ÍNDICE. 7 - Conclusão... 1/3. 2818-00-EIA-RL-0001-00 Janeiro de 2015 Rev. nº 00. LT 500 KV ESTREITO FERNÃO DIAS Estudo de Impacto Ambiental - EIA 1/1 2818-00-EIA-RL-0001-00 LT 500 KV ESTREITO FERNÃO DIAS ÍNDICE 7 - Conclusão... 1/3 Índice 1/1 2818-00-EIA-RL-0001-00 LT 500 KV ESTREITO FERNÃO DIAS 7 - CONCLUSÃO A implantação da LT 500 kv Estreito Fernão

Leia mais

6 Exploração florestal ATENÇÃO!

6 Exploração florestal ATENÇÃO! 6 Exploração florestal 6.1 O que depende de autorização ambiental? Uso alternativo do solo Toda intervenção na cobertura vegetal nativa (ou seja, desmatamento com ou sem destoca, raleamento ou brocamento

Leia mais

EMENDA AO PLDO/2003 - PL Nº 009/2002-CN ANEXO DE METAS E PRIORIDADES

EMENDA AO PLDO/2003 - PL Nº 009/2002-CN ANEXO DE METAS E PRIORIDADES Emenda Nº: 656 0468 CIENCIA E TECNOLOGIA PARA A GESTÃO DE ECOSSISTEMAS 4134 DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS SOBRE FRAGMENTAÇÃO NA MATA ATLANTICA PESQUISAS REALIZADAS 20 Para conservar biodiversidade precisamos,

Leia mais

Biomas Brasileiros. www.tiberiogeo.com.br A Geografia Levada a Sério

Biomas Brasileiros. www.tiberiogeo.com.br A Geografia Levada a Sério Biomas Brasileiros FLORESTA AMAZÔNICA Solos com limitações quanto à fertilidade natural. Características Localiza-se: Região Norte; parte do norte do Mato Grosso e Goiás; e parte oeste do Maranhão; O maior

Leia mais

Mestre não é quem ensina, mas quem, de repente, aprende.

Mestre não é quem ensina, mas quem, de repente, aprende. Imagem do Museu da Língua Portuguesa (Estação da Luz - São Paulo, SP). Mestre não é quem ensina, mas quem, de repente, aprende. João Guimarães Rosa Política Estadual de Mudanças Climáticas e o Pagamento

Leia mais

B I O G E O G R A F I A

B I O G E O G R A F I A B I O G E O G R A F I A CAATINGA 2011 Aula XI O bioma Caatinga é o principal ecossistema existente na Região Nordeste, estendendo-se pelo domínio de climas semi-áridos, numa área de 73.683.649 ha, 6,83%

Leia mais

Manejo Sustentável da Floresta

Manejo Sustentável da Floresta Manejo Sustentável da Floresta 1) Objetivo Geral Mudança de paradigmas quanto ao uso da madeira da floresta, assim como a percepção dos prejuízos advindos das queimadas e do extrativismo vegetal. 2) Objetivo

Leia mais

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS. Elaborado por: Aziz Ab Saber Contém as seguintes características: clima relevo Vegetação hidrografia solo fauna

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS. Elaborado por: Aziz Ab Saber Contém as seguintes características: clima relevo Vegetação hidrografia solo fauna DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS Elaborado por: Aziz Ab Saber Contém as seguintes características: clima relevo Vegetação hidrografia solo fauna Domínio Amazônico Clima equatorial Solos relativamente pobres Relevo

Leia mais

A BIOSFERA DO BRASIL (I) AULAS 34 E 35

A BIOSFERA DO BRASIL (I) AULAS 34 E 35 A BIOSFERA DO BRASIL (I) AULAS 34 E 35 OS BIOMAS DO BRASIL: (Aziz Ab Saber) O que se leva em consideração nesses domínios morfoclimáticos? Clima. Relevo. Solo. Vegetação. Vida. História da Terra e da ocupação

Leia mais

A interdependência entre os elementos na BIOSFERA.

A interdependência entre os elementos na BIOSFERA. A interdependência entre os elementos na BIOSFERA. A biosfera contém inúmeros ecossistemas (conjunto formado pelos animais e vegetais em harmonia com os outros elementos naturais). Biomas: conjuntos dinâmicos

Leia mais

Dr. Sergius Gandolfi sgandolf@esalq.usp.br - LERF/LCB/ESALQ/USP

Dr. Sergius Gandolfi sgandolf@esalq.usp.br - LERF/LCB/ESALQ/USP Conferência 09 Dinâmica de Florestas e Recuperação de Áreas Degradadas 19º. Congresso de Biólogos do Conselho Regional de Biologia - 01 30/07/2009 (11:00 12:00h) São Pedro, SP. Dr. Sergius Gandolfi sgandolf@esalq.usp.br

Leia mais

Licenciamento Ambiental Manejo Arbóreo na cidade de São Paulo

Licenciamento Ambiental Manejo Arbóreo na cidade de São Paulo Licenciamento Ambiental Manejo Arbóreo na cidade de São Paulo Engº Agrº José Daniel Barbosa de Barros Conceitos e Definições Meio Ambiente: conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem

Leia mais

Reconhecer as diferenças

Reconhecer as diferenças A U A UL LA Reconhecer as diferenças Nesta aula, vamos aprender que os solos são o resultado mais imediato da integração dos processos físicos e biológicos na superfície da Terra. A formação e o desenvolvimento

Leia mais

GRUPO X 3 o BIMESTRE PROVA A

GRUPO X 3 o BIMESTRE PROVA A A GERAÇÃO DO CONHECIMENTO Transformando conhecimentos em valores www.geracaococ.com.br Unidade Portugal Série: 6 o ano (5 a série) Período: MANHÃ Data: 27/10/2010 PROVA GRUPO GRUPO X 3 o BIMESTRE PROVA

Leia mais

Domínios Florestais do Mundo e do Brasil

Domínios Florestais do Mundo e do Brasil Domínios Florestais do Mundo e do Brasil Formações Florestais: Coníferas, Florestas Temperadas, Florestas Equatoriais e Florestas Tropicais. Formações Herbáceas e Arbustivas: Tundra, Pradarias Savanas,

Leia mais

PRÁTICAS SILVICULTURAIS

PRÁTICAS SILVICULTURAIS CAPÍTULO 10 PRÁTICAS SILVICULTURAIS 94 Manual para Produção de Madeira na Amazônia APRESENTAÇÃO Um dos objetivos do manejo florestal é garantir a continuidade da produção madeireira através do estímulo

Leia mais

Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires

Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires Colégio Policial Militar Feliciano Nunes Pires Professor: Josiane Vill Disciplina: Geografia Série: 1ª Ano Tema da aula: Dinâmica Climática e Formações Vegetais no Brasil Objetivo da aula: conhecer a diversidade

Leia mais

Moacyr Bernardino Dias-Filho Embrapa Amazônia Oriental www.diasfilho.com.br Importância das pastagens na pecuária brasileira A maioria (> 90%) do rebanho é criado a pasto Pastagem é a forma mais econômica

Leia mais

Secretaria do Meio Ambiente

Secretaria do Meio Ambiente Secretaria do Meio Ambiente PORTARIA SEMA n 79 de 31 de outubro de 2013. Reconhece a Lista de Espécies Exóticas Invasoras do Estado do Rio Grande do Sul e demais classificações, estabelece normas de controle

Leia mais

TOMO II SUMÁRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA

TOMO II SUMÁRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA TOMO II SUMÁRIO DO ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL EIA 5. IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 5.1 5.1. METODOLOGIA 5.1 5.2. IDENTIFICAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS 5.3 5.3. DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS

Leia mais

Diagnós(co Ambiental e Plano de. Restauração Florestal da ZPEC - Suape

Diagnós(co Ambiental e Plano de. Restauração Florestal da ZPEC - Suape Diagnós(co Ambiental e Plano de Coordenação geral: Prof. Dr. Ricardo Ribeiro Rodrigues Prof. Dr. Felipe Melo Eng. Agr. Dr. André Gustavo Nave Biólogo Michel Metran da Silva Restauração Florestal da ZPEC

Leia mais

Município de Colíder MT

Município de Colíder MT Diagnóstico da Cobertura e Uso do Solo e das Áreas de Preservação Permanente Município de Colíder MT Paula Bernasconi Ricardo Abad Laurent Micol Julho de 2008 Introdução O município de Colíder está localizado

Leia mais

Efeitos da mudança do uso da terra sobre a biodiversidade local. Marlúcia B. Martins Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG)

Efeitos da mudança do uso da terra sobre a biodiversidade local. Marlúcia B. Martins Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) Efeitos da mudança do uso da terra sobre a biodiversidade local Marlúcia B. Martins Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) Atualmente maioria dos ecossistemas mundiais vêm sendo rapidamente destruídos dos

Leia mais

IMPLANTAÇÃO DO ACEIRO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS

IMPLANTAÇÃO DO ACEIRO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS IMPLANTAÇÃO DO ACEIRO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS E OUTRAS INFRA-ESTRUTURAS NO SAPIENS PARQUE Florianópolis, 23 de julho de 2008 1. OBJETIVO DESTE DOCUMENTO Este documento busca informar a comunidade

Leia mais

INSTRUÇÃO NORMATIVA N 5, de 08 de setembro de 2009.

INSTRUÇÃO NORMATIVA N 5, de 08 de setembro de 2009. INSTRUÇÃO NORMATIVA N 5, de 08 de setembro de 2009. Dispõe sobre os procedimentos metodológicos para restauração e recuperação das Áreas de Preservação Permanentes e da Reserva Legal instituídas pela Lei

Leia mais

Cientistas incompetentes dizem que o Código Florestal é santo Ciro Siqueira

Cientistas incompetentes dizem que o Código Florestal é santo Ciro Siqueira Cientistas incompetentes dizem que o Código Florestal é santo Ciro Siqueira Metzger é um biólogo que adora o Código Florestal e constrói hipóteses apenas para provar aquilo que ele quer que seja provado

Leia mais

Classificação dos processos sucessionais

Classificação dos processos sucessionais SUCESSÃO ECOLÓGICA A SUCESSÃO ECOLÓGICA PODE SER DEFINIDA COMO UM GRADUAL PROCESSO NO QUAL AS COMUNIDADE VÃO SE ALTERANDO ATÉ SE ESTABELECER UM EQUILÍBRIO. AS FASES DISTINTAS DA SUCESSÃO ECOLÓGICA SÃO:

Leia mais

Bioma : CERRADO. Alessandro Mocelin Rodrigo Witaski Gabriel Kroeff Thiago Pereira

Bioma : CERRADO. Alessandro Mocelin Rodrigo Witaski Gabriel Kroeff Thiago Pereira Bioma : CERRADO Alessandro Mocelin Rodrigo Witaski Gabriel Kroeff Thiago Pereira Dados Geográficos - Segunda maior formação vegetal da América do Sul - Abrange os estados do Centro-Oeste(Goiás, Mato Grosso,

Leia mais

SECRETARIA MUNICIPAL DA AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E MEIO AMBIENTE

SECRETARIA MUNICIPAL DA AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E MEIO AMBIENTE Página 1 de 6 SECRETARIA MUNICIPAL DA AGRICULTURA, DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E MEIO AMBIENTE A Secretaria Municipal da Agricultura, Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, através do Departamento de

Leia mais

EXERCÍCIOS DE REVISÃO - CAP. 04-7ºS ANOS

EXERCÍCIOS DE REVISÃO - CAP. 04-7ºS ANOS EXERCÍCIOS DE REVISÃO - CAP. 04-7ºS ANOS LEIA AS INFORMAÇÕES, CONSULTE O LIVRO PARA ADQUIRIR MAIS CONHECIMENTO E RESPONDA OS EXERCÍCIOS EM SEU CADERNO. 1- Quente e frio: um país de extremos O Brasil é

Leia mais

Luciana Scur Felipe Gonzatti Eduardo Valduga Ronaldo Adelfo Wasum

Luciana Scur Felipe Gonzatti Eduardo Valduga Ronaldo Adelfo Wasum Luciana Scur Felipe Gonzatti Eduardo Valduga Ronaldo Adelfo Wasum Restinga é um termo bastante discutido, tanto por sua origem, se portuguesa, espanhola ou inglesa, quanto por seus conceitos. Várias definições

Leia mais

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT

Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Dúvidas e Esclarecimentos sobre a Proposta de Criação da RDS do Mato Verdinho/MT Setembro/2013 PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO 1. O que são unidades de conservação (UC)?

Leia mais

Instituição executora do projeto: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN) Coordenador Geral: Felipe Pimentel Lopes de Melo Coordenador

Instituição executora do projeto: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN) Coordenador Geral: Felipe Pimentel Lopes de Melo Coordenador Instituição executora do projeto: Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (CEPAN) Coordenador Geral: Felipe Pimentel Lopes de Melo Coordenador Técnico: Maria das Dores de V. C. Melo Coordenação Administrativa-Financeira:

Leia mais

ATE XXII. Índice. 12 - Conclusões... 1. LT 500 kv Marimbondo II - Campinas e Subestações Associadas Conclusões do Empreendimento 1/1

ATE XXII. Índice. 12 - Conclusões... 1. LT 500 kv Marimbondo II - Campinas e Subestações Associadas Conclusões do Empreendimento 1/1 Índice 12 - Conclusões... 1 Índice 1/1 12 - ATE XXII A Linha de Transmissão (LT) 500 kv Marimbondo II Campinas e Subestações Associadas é um empreendimento da ATE XXII Transmissora de Energia S.A a ser

Leia mais

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO. Prof. Dr. Israel Marinho Pereira imarinhopereira@gmail.com

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO. Prof. Dr. Israel Marinho Pereira imarinhopereira@gmail.com ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO PRAD Prof. Dr. Israel Marinho Pereira imarinhopereira@gmail.com ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DO PRAD O Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), deverá

Leia mais

ecoturismo ou turismo. As faixas de APP que o proprietário será obrigado a recompor serão definidas de acordo com o tamanho da propriedade.

ecoturismo ou turismo. As faixas de APP que o proprietário será obrigado a recompor serão definidas de acordo com o tamanho da propriedade. São as áreas protegidas da propriedade. Elas não podem ser desmatadas e por isso são consideradas Áreas de Preservação Permanente (APPs). São as faixas nas margens de rios, lagoas, nascentes, encostas

Leia mais