MARINA UIEARA : Ceramista. Aniger de Oliveira Passos e Anete Amado George /

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Pedro Henrique Sintra Bugalho
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1 MARINA UIEARA : Ceramista Aniger de Oliveira Passos e Anete Amado George anigerpassos@gmail.com / anetegeorge@gmail.com Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC Esta comunicação pretende abordar o trabalho da artista/ceramista catarinense Marina EmiUieara. Marina realiza trabalhos que se caracterizam pela beleza e excelente fatura, tendo participado de diversas exposições. Sendo a cerâmica fundamental na história da arte japonesa, ela vem se destacando como representante da arte nipo -catarinense. Seus trabalhos reúnem cerâmica utilitária e vasos de grande impressão artística, além de outros, surpreende e encanta os espectadores por seus detalhes perfeitos, criatividade e cores diferentes. A artista formou-se em química e atuou na área acadêmica por 30 anos, sendo assim a química serviu como base para seu estudo em cerâmica. Estimulada pela curiosidade e descoberta da transformação da matéria realiza os trabalhosotimizando o trânsito entre a concepção e a realização da obra. Frequentou cursos de cerâmica em Hamilton e no BurlingtonArts Centre no Canadá, além de outras oficinas no Brasil. Seus trabalhos após moldados são submetidos a duas queimas de diferentes temperaturas chegando a 1260 C. A artista prepara seus esmaltes a partir de diversas matérias primas e baseadas em formulações da literatura e modificadas para atingir as expectativas da ceramista e condições de queima. Neste semestre pudemos visitar seu ateliê na Barra da Lagoa em Florianópolis, e conhecer seu processo de criação, produção e queima. Nós estudantes do curso de Artes Visuais acreditando que conhecimentos e descobertas podem e devem ser compartilhados, nesta comunicação buscamos apresentar o que pudemos aprender e observar no tempo de convivência com a artista, apresentando algumas produções e informações da artista e suas técnicas.... Marina nasceu em São Paulo capital, e embora tenha se apaixonado pelos assuntos de exatas sempre gostou de fazer trabalhos manuais, como pintura, desenho e costura. Assim que chegamos ao seu ateliê localizado na Barra da Lagoa, situada no norte da Ilha em Florianópolis ela nos contou um pouco de sua história, disse que tinha uma irmã que era ceramista e sempre a incentivou a entrar na arte da cerâmica.

Sua paixão pela cerâmica começou ao ver as possibilidades e desafios proporcionados nessa arte, e então começou a experimentar fazendo

2 Ela estudou Química na Universidade Federal de São Carlos e fez doutorado em Química Orgânica na UniversityOf Bristol no Reino Unido. Por mais de 20 anos foi professora de Química na Universidade Federal de Santa Catarina. Sua paixão pela cerâmica começou ao ver as possibilidades e desafios proporcionados nessa arte, e então começou a experimentar fazendo utensílios, e fabricando seus esmaltes. Em 2004quando sentiu o desejo de aprender mais sobre a cerâmica decidiu procurar um curso e assim estudou torno e cerâmica em Hamilton BurlintonArts Centre no Canadá.

3 Marina estudou química orgânica, e a cerâmica envolve a química, mas na verdade química inorgânica, então o desafio se tornou mais interessante. A artista que não se considera artista e se diz uma curiosa de plantão faz diversos experimentos para criar as cores de seus esmaltes. Diz que seu conhecimento em Química foi um facilitador porque contribuiu para suas aventuras no mundo da fabricação de esmaltes. Gosta de fazer várias anotações sobre seus experimentos, também tem livros com recortes de revistas de artistas dos quais ela admira a arte como François Ruegg, Hideko Honma, Kimi Ni e outros. Ela passa cerca de 7 horas por dia no seu ateliê e faz seus experimentos, buscando novos desafios e percepções. Gosta muito da forma como a cerâmica vem crescendo no Brasil, apaixonada por fazer utilidades em suas peças, ela vê que cada vez mais as pessoas procuram peças especiais para suas cozinhas e casas. Sua inspiração parte especialmente da curiosidade, ela tem um forno próprio e só coloca para funcionar quando está lotado, então ela faz enumeras peças experimentando as modificações feitas a partir de diferentes matérias-primas para criar seus esmaltes, e gosta de ver o resultado. E os resultados que ela obtém são fantásticos, cores metalizadas, azuis de diferentes tons e peças cheias de cores, que as vezes ela revela não conseguir mais repetir tal tonalidade.

Como dica para quem quer ser ceramista e

5 Como dica para quem quer ser ceramista e quer aprimorar o acabamento das peças, ela diz que o ideal é entrar em ação e fazer com dedicação, buscar informações sobre técnica e artistas. Afirma que faz grande diferença quando se tem conhecimento sobre

os artistas, pois ela mudou toda a sua visão quando foi a busca de artistas e diferentes técnicas. Nesse sentido o importante é despertar o olhar para o processo.

Quando suas peças saem do forno a primeira coisa que ela gosta de ver são as amostras, pois estas apresentam o processo.

6 os artistas, pois ela mudou toda a sua visão quando foi a busca de artistas e diferentes técnicas. Nesse sentido o importante é despertar o olhar para o processo. Diz que está sempre curiosa e sua curiosidade move suas mãos, gosta muito de dar uma utilidade para suas peças, ao mesmo tempo que as faz com tanta atenção aos detalhes e perfeição. Quando suas peças saem do forno a primeira coisa que ela gosta de ver são as amostras, pois estas apresentam o processo. Ao finalizar o trabalho, suas obras se apresentam em utensílios diferentes e surpreendentes. Está sempre pronta para tentar novamente, dizendo que se algo não ficou bom o suficiente é uma oportunidade para fazer novamente. Ela usa um forno que vai até 1300 C, mas fica muito atenta com qual prateleira vai colocar as peças, pois sabe a diferença de temperatura em cada prateleira, e que isso pode alterar o resultado na cor da peça.

Prepara todos os seus esmaltes com a exceção de um, mas diz qualquer um pode fazer isso, Marina gosta de fabricá-los e fica feliz em ver a transformação da matéria.

Tornando assim tudo mais harmônico, singular e simétrico. Com um cuidado especial nas peças que possuem tampas.

7 Prepara todos os seus esmaltes com a exceção de um, mas diz qualquer um pode fazer isso, Marina gosta de fabricá-los e fica feliz em ver a transformação da matéria. A ceramista faz o uso de ferramentas que ajudam na precisão de tamanhos, alturas e extensão das peças, tomando grande cuidado com a medida de contração feita na queima. Tornando assim tudo mais harmônico, singular e simétrico. Com um cuidado especial nas peças que possuem tampas. Régua e um compasso são duas das ferramentas que ela mostrou, e afirmou que facilitam nesse trabalho de simetria. E com tanta experiência muitas vezes ela sabe o tamanho do orifício e da tampa apenas através do som da peça. Além de pesar a argila que será usada para fazer o objeto. Algumas de suas ferramentas são feitas por ela mesma, vendo a necessidade do uso para o momento. E as vezes costuma usar materiais do cotidiano como colheres de pau ou batedores.

Ela faz diversos jogos de pratos, e considera eles o calcanhar de Aquiles do ceramista, pois fazer a peça não é exatamente a dificuldade e sim estar preparada para as várias alterações

A argila começa a trabalhar acima de 1220 C e nesse momento a aba do prato cai e o meio sobe, sendo assim a partir dessa observação ela faz pratos um pouco mais grossos e o meio mais

8 Ela faz diversos jogos de pratos, e considera eles o calcanhar de Aquiles do ceramista, pois fazer a peça não é exatamente a dificuldade e sim estar preparada para as várias alterações sofridas na peça em alta temperatura. A argila começa a trabalhar acima de 1220 C e nesse momento a aba do prato cai e o meio sobe, sendo assim a partir dessa observação ela faz pratos um pouco mais grossos e o meio mais fundo. Quando Marina faz alguma encomenda, prepara mais peças além do número pedido para garantir o padrão ideal, realizando assim vários testes de formato e esmaltes. Seus pedidos de materiais são feitos com grande especificidade, exigindo materiais de alto padrão para realização de seus trabalhos. Utilizando predominantemente argila branca.

9 A conversa com outros artistas e ceramistas, cursos e idas em eventos de cerâmica estendeu seus conhecimentos e informações. Dedicada aos seus experimentos a ceramista afirma estar sempre envolvida nos seus processos, muito mais preocupada com o processo do que com a finalização. Todas suas peças são vendidas, embora ela não se preocupe com a venda em si. A ceramista anota tudo o que faz e enumera todos os testes já realizados, no total já foram mais de 160 testes para confecção de esmaltes. Afirma também que consulta diversas bibliografias para realizar as modificações a partir de matérias primas. Técnicas para fazer chaleira: Fazer o bico um pouco mais lato que a tampa, porque a queima vai fazê-lo cair um pouco. Medir a altura da chaleira do chão até o orifício com uma régua, e medir a largura do orifício com um compasso (de acrílico). E partir dessas informações fazer a tampa, usar o lado contrário do compasso para medir a tampa, e depois e diferença entre a medida da largura e do compasso será espaço entre a parede e a tampa. Em teste: Fazer um furo embaixo do bico para última gota. Técnicas para prato: Fazer o meio mais fundo, deixar a peça um pouco mais grossa. Técnica para medir contração de queima: Faz um risco em diagonal na argila de por exemplo 10 cm e ao sair do forno poderá se verificar o índice de contração. No torno ( peças grandes) : Sem base e sem fundo só levanta o cilindro, após corta e vai costurando e a base uma placa. Peças em cones: Todas ocas, fez dois cones e o cone debaixo é mais pesado. Segue link do vídeo:

10 Exposições realizadas pela artista:

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