MULHER (ES) NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO: ENTRE ENCOBRIMENTOS E RUPTURAS

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1 MULHER (ES) NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO: ENTRE ENCOBRIMENTOS E RUPTURAS Twig Santos Lopes 1 Camila Kulkamp 2 Resumo: Esta pesquisa explora a categoria do Outro latino-americano, em especial, as mulheres do sul global, tendo como referencial teórico autores e autoras feministas e decoloniais. Objetiva-se analisar as narrativas em torno da objetificação do sujeito feminino o qual foi construído discursivamente desde a perspectiva andro e eurocêntrica como inferior e sem racionalidade e quais as permanências desses discursos se apresentam nos dias atuais. A colonização na América latina é encobridora da alteridade feminina porque a tornava coisa, totalizada como ente dominado. A este fenômeno simbolizado na conquista como dominação e alienação, construiu-se o não ser. A mulher, no projeto do colonizador, era algo sobre o que se tinha direito de conquista, algo à mão para saciar a pulsão em termos sexuais e de dominação. Tal contexto amplia a compreensão de que a hegemonia do sistema-mundo engendrou o domínio entre os gêneros existentes, pois foi responsável por estabelecer uma relação assimétrica onde o mundo do outro, foi excluído de toda a racionalidade, de tal maneira que, sobre as mulheres, esta alienação pesou duplamente: pela sua condição nativa, de selvagem somada ao fato de ser mulher.acredita-se que a autonomia e emancipação política das mulheres de hoje, bem como o reconhecimento de seus direitos, dependem do desvelar e da superação das narrativas responsáveis por gerar opressão, estigma e desumanização destes sujeitos, pois há tempos conformam racionalidades encobridoras. Palavras-chave: Encobrimento do outro; Mulheres; Abuso sexual. 1 INTRODUÇÃO Neste artigo analisamos os discursos acerca da objetificação do sujeito feminino latinoamericano. Para tanto, inicialmente, trazemos apontamentos sobre o pensamento decolonial e sobre as teorias feministas decoloniais, como forma de contextualizar o tema. Em seguida, abordamos as reflexões acerca da categoria outro em María Lugones. Na sequência, apontamos como as teorias de Gayle Rubin e Judith Butler se contrapõem com as reflexões produzidas sobre o contexto das mulheres latino americanas, a partir da crítica de Lugones. Em conclusão, defendemos que a 1 Estuda mestrado no Programa de Pós- graduação em Direito da Universidade Federal do Pará (PPGD/UFPA). Integrante do grupo de pesquisa Questão Criminal, coordenado pela Profa. Dr. Ana Cláudia Bastos de Pinho. Integrante do Grupo Cabano de Criminologia.Bolsista CAPES. Advogada. 2 Estuda mestrado no Programa de Pós-graduação em Ciência Política e licenciatura em Filosofia da Universidade Federal do Pará. Especialista em Filosofia da Educação (UFPA). Graduada em Direito. 1

2 autonomia e emancipação política das mulheres, bem como o reconhecimento de seus direitos, dependem do desvelar e da superação das narrativas responsáveis por gerar opressão, estigma e desumanização destes sujeitos. A intenção do presente estudo é demonstrar que, partindo do reconhecimento da colonização do saber e do poder, há uma colonização dos corpos das mulheres de cor, em especial, referimo-nos aqui, das mulheres indígenas (ameríndias). Ainda que esta esteja associada à colonização do ser, carecem estudos que explicitem a relação entre territórios, corpos e subjetividades como marcas da violência colonial na América Latina. Para tanto, realizamos levantamento bibliográfico acerca dos estudos decoloniais e das produções de teóricas feministas decoloniais. 2 ESTUDOS CONSTITUTIVOS SOBRE DECOLONIALIDADE E FEMINISMO DECOLONIAL Os estudos decoloniais ganharam consistência nos anos de 1990, e se diferem dos estudos pós-coloniais e dos estudos subalternos (BALLESTRIN, 2013). Os estudos subalternos, por volta dos anos 1970, formaram-se no eixo sul asiático, e foram encabeçados(as) por Ranajit Guha, Gayatri Spivak, Partha Chatterjee e Dipesh Chakrabarty. Enquanto que os estudos pós-coloniais, influenciados pelos estudos literários e culturais, ganharam força nos anos 1980 nos Estados Unidos e Inglaterra, e tem como principais expositores Albert Memmi, Aimé Césarie e Fanz Fanon. Somente na década de 1990, surgiu o Grupo latino-americano de estudos subalternos, que foi desintegrado por divergências teóricas (principalmente no que tange a utilização ou não de fontes eurocentradas) em 1998, para, posteriormente, formar o Grupo Modernidade/Colonialidade. Este último, é que propriamente leva adiante os estudos decoloniais, consolidando-se com inúmeras publicações e congressos na América Latina. Seus principais expositores(as) são Enrique Dussel, Edgardo Lander, Walter Mignolo, Fernando Coronil, Arthuro Escobar, Aníbal Quijano, entre muitos(as) outros(as) autores participantes ou contribuintes (BALLESTRIN, 2013). As influências teóricas predominantes do Grupo M/C 3 são: a filosofia da libertação, a análise dos sistemas-mundo de Immanuel Wallerstein, a teoria da dependência, os estudos subalternos e os pós-coloniais, as teorias feministas, a filosofia africana, os estudos de ciências 3 Grupo Modernidade/Colonialidade 2

3 sociais latino-americanos, a pedagogia do oprimido, entre outros, ainda ligados amplamente com os movimentos dos povos indígenas, afrodescendentes e de mulheres. Walter Mignolo diferencia os estudos decoloniais dos estudos pós-coloniais ao apontar que este último parte das heranças coloniais do Império Britânico no Sul Asiático, enquanto que o primeiro advém da colonialidade enquanto legado espanhol, inglês e norte-americano na América Latina (CASTRO-GOMEZ; GROSFOGUEL, 2007, tradução nossa). Acerca desta herança colonial na América Latina, Enrique Dussel, na obra 1492 El encubrimiento Del otro: Hacia El origen del mito de la modernidade (1993), situa a invasão da América Latina como sendo o ponto de partida da modernidade europeia, fincada na dominação e exploração da população nativa e dos recursos naturais existentes naqueles territórios ocupados. Dussel (1993) considera que a modernidade aparece quando a Europa se afirma como centro de uma História Mundial que a inaugura, e por isso a periferia é parte de sua própria definição (p.7). Com a ideia de emancipação via racionalidade, desenvolve-se o mito da modernidade, que encobre sua irracionalidade, a violência através da negação do outro, o nãoeuropeu. A modernidade, para este autor, nasceu quando a Europa pode confrontar-se com o Outro, aquele que se encontra fora e distante dos horizontes do mundo Europeu, o índio assassinado por genocídio, o africano sequestrado, escravizado e mercantilizado, a mulher subjugada e vilipendiada como objeto sexual (DUSSEL, 1995, p. 47). Este Outro, na medida em que foi controlado, vencido e violentado, irrompeu o ego do descobridor, conquistador, colonizador, como alteridade a outra face - constitutiva da mesma modernidade. Desde essa concepção, não existe modernidade sem colonialidade; ambas são faces da mesma moeda. É como se Dussel quisesse nos perguntar Modernidade pra quem?, pois o extermínio dos povos latino-americanos choca-se com a ideia de descobrimento, revelando, na verdade, um processo de en-cobrimento do não-europeu (1993, p. 8) que forma o ego conquistador e colonizador para dar vazão ao ego cogito. Desta forma, o coletivo M/C desenvolve estudos que alertam para o mito de que vivemos num mundo moderno descolonizado ou pós-colonial. Ballerstrin (2013) sintetiza algumas das principais contribuições tratadas por este grupo: (...) (a) a narrativa original que resgata e insere a América Latina como o continente fundacional do colonialismo, e, portanto, da modernidade; (b) a importância da América 3

4 Latina como primeiro laboratório de teste para o racismo a serviço do colonialismo; (c) o reconhecimento da diferença colonial, uma diferença mais difícil de identificação empírica na atualidade, mas que fundamenta algumas origens de outras diferenças; (d) a verificação da estrutura opressora do tripé colonialidade do poder, saber e ser como forma de denunciar e atualizar a continuidade da colonização e do imperialismo, mesmo findados os marcos históricos de ambos os processos; (e) a perspectiva decolonial, que fornece novos horizontes utópicos e radicais para o pensamento da libertação humana, em diálogo com a produção de conhecimento. (BALLERSTRIN, 2013, p. 110) Como exposto, um dos eixos das análises elaboradas pelo grupo M/C refere-se à colonialidade do poder, do saber e do ser. A primeira refere-se a inter-relação entre formas modernas de exploração e dominação. A colonialidade do saber aborda o papel da epistemologia e as funções gerais da produção do conhecimento na reprodução de regimes de pensamento coloniais. E a colonialidade do ser analisa a experiência da colonização e seu impacto na linguagem (CASTRO-GOMEZ; GROSFOGUEL, 2007, p. 130, tradução nossa). Assim, a colonialidade não se confunde com colonização, pois enquanto esta tenha sido superada pelas lutas de independência do século XIX, possibilitando a emancipação e formação de estados nacionais, verifica-se que nas sociedades latino-americanas ainda hoje subsiste uma lógica de controle e dominação por parte da Europa e dos EUA, responsáveis por ditarem as regras sobre a divisão internacional do trabalho e circulação de capitais em escala global (LERMA, 2010). Outrossim, o Grupo M/C explora debates acerca da matriz colonial de poder, mas de forma diferente das correntes neoliberais e marxista (MIGNOLO, 2008), pois entende que o nível econômico é fundamental, porém, não é o único. Existe a necessidade de analisar também o controle do conhecimento, da subjetividade, da autoridade, e, com as contribuições feministas, do gênero e da sexualidade. Diante deste contexto, algumas autoras começam a se destacar no cenário do debate decolonial, ampliando-o para abarcar as considerações sobre as condições das mulheres latinoamericanas, incorporando debates sobre gênero e sexualidade. María Lugones, é uma das integrantes do mencionado grupo, que critica a análise de Aníbal Quijano acerca da colonialidade do poder, afirmando que esta pressupõe uma compreensão patriarcal e heterossexual das disputas pelo controle do sexo e seus recursos e produtos (LUGONES, p.78, 2008, tradução nossa). Mas o feminismo decolonial vai além das críticas feitas aos estudos decoloniais. Segundo Yuderkys Espinosa Miñoso, em entrevistada dada a Barroso (2014), o feminismo decolonial recorre às epistemologias das chamadas elites intelectuais das academias, mas também prima por saberes 4

5 populares, comunitários no intuito de revisar o conceito universal de mulher desde reflexões anticoloniais, antimperialistas, anticapitalistas. Suas principais influências recorrem aos estudos das mulheres de cor, negras, indígenas, não-brancas, estudos populares e comunitários, tendo a interseccionalidade como viés necessário para os recortes de raça, gênero, classe, etnia, nacionalidade, não apenas mostrando a fragmentação do sujeito, mas criando aportes para superar esta fragmentação e disputar por uma interpretação das opressões (MIÑOSO in BARROSO, 2014). A crítica feminista decolonial se dirige à linearidade histórica da modernidade e também atinge a reprodução de muitas ideias feministas de bem-estar frutos da modernidade, as quais defendem estratégias políticas que perpetuam o modelo imposto pelo estado moderno colonial e que somente abarcam o sujeito branco burguês. Essa critica ao feminismo ilustrado, que enxerga na emancipação moderna a liberdade da mulher, se fundamenta na constatação de que na America Latina, a imposição eurocêntrica do sujeito racional liberal moderno não condiz com a realidade multicultural e nem com uma política voltada aos problemas das mulheres subalternas. Parte do pressuposto que, um grupo de mulheres atingiu um reconhecimento satisfatório no espaço público, enquanto outras ficaram marginalizadas (MIÑOSO in BARROSO, 2014). O feminismo decolonial apresenta, assim, além da crítica às insuficiências dos estudos decoloniais e das ideologias modernas, um projeto simultâneo com dois objetivos centrais: fazer uma crítica interna aos feminismos hegemônicos e formular estratégias teóricas, práticas e políticas que atendam às mulheres situadas no chamado terceiro mundo, em encontram-se: América Latina, África e Ásia. Trata-se de um projeto de desconstrução negativa e após, de construção positiva (MOHANTY, 2008). Esta dimensão conceitual nos permite fazer oposição ao que foi construído sob os domínios da razão ilustrada cuja pretensão de objetividade, universalidade e neutralidade, não revela a diversidade epistemológica e de relações de poder sexual de gênero, racial e etc., que não se encaixem na matriz do pensamento moderno. 3 O OUTRO DESDE O FEMINISMO DECOLONIAL DE MARÍA LUGONES Apresentamos aqui a perspectiva da filósofa argentina, María Lugones, que, com suas teorias sobre feminismo decolonial, dialoga com os pensadores do Grupo M/C, introduzindo uma importante crítica sobre os estudos de colonialidade e gênero. 5

6 Antes importa mencionar que Aníbal Quijano (2005), sociólogo peruano, desenvolve o conceito de colonialidade do poder 4 em que explicita que as relações de colonialidade nos âmbitos econômico e político não se encerram após o colonialismo, pois mesmo depois de extinta as relações entre metrópoles e colônias, ainda subsistem formas de dominação e controle produzidas pelo sistema capitalista moderno. Nesse sentido, nas regiões consideradas periféricas, como é o caso da América Latina, observa-se a manutenção de situações coloniais mesmo que não haja subordinação às administrações coloniais. Quijano argumenta que raça, gênero e trabalho foram os principais eixos que constituíram o capitalismo mundial colonial e moderno. Para María Lugones, em artigo intitulado Colonialidad Y Géreno (2008), a colonialidade do poder é inseparável da colonialidade de gênero. Esta autora sustenta que é necessário entender o patriarcado a partir das nossas comunidades (latinas), perspectiva que desenvolve de maneira diversa da apresentada pelos feminismos ocidentais. A filósofa argentina nos convida a entender a cartografia do poder global desde o que chama de Sistema Moderno/Colonial de gênero, atestando que esta categorização nos permite ver a imposição colonial, desde a sua profundidade histórica e seu alcance destrutivo em todos os âmbitos de nossa existência. (LUGONES, p. 77, 2008) Lugones parte da análise de colonialidade do poder de Quijano, o qual entende que o poder capitalista eurocentrado e global organiza-se a partir dos eixos: colonialidade do poder e modernidade, para criticá-lo. Enquanto para aquele autor, estes eixos são responsáveis por ordenar as disputas e controle de cada uma das áreas da existência, para Lugones a concepção baseada em eixos estruturais não é suficiente. Para ela, é preferível trabalhar com a noção de interseccionalidade, pois as categorias raça, classe, gênero e sexualidade não podem ser analisadas separadamente, mesmo que girem em torno de um mesmo eixo, isto, porque estão entrelaçadas. 4 Colonialidade do poder refere-se, pois, a um código conceitual fundamentado no qual a ideia de civilização ocidental legitima a si mesma por meio de atores, instituições, linguagens como controladora não só da economia e da autoridade, mas também da subjetividade e do conhecimento de povos e etnias não ocidentais. A desumanização de habitantes não europeus do globo foi necessária para justificar o controle de tais seres humanos inferiores. O racismo como o conhecemos hoje foi estabelecido àquela época. Racismo não é biológico, mas sim epistêmico; é a classificação e a hierarquização de umas pessoas por outras que controlam a produção do conhecimento, que estão em posição de atribuir credibilidade a tal classificação e hierarquização e que estabelecem a si mesmas como o padrão: os humanos todos os demais são apenas diferentes graus de quase ou semi-humanos. Colonialidade é, portanto, constitutiva de modernidade. (PINTO; MIGNOLO, 2015 P. 383) 6

7 O pensamento interseccional é importante na medida em que evita a separação das categorias dadas pelo pensamento categorial e nos mostra o que se perde entre. Por exemplo, ao categorizar mulheres e negros, oculta-se a mulher negra, precisamente porque nem mulher nem negro as inclui. Para Lugones, a construção da categoria mulher nos remete historicamente às mulheres brancas burguesas heterossexuais, excluindo da análise as mulheres racializadas. Do mesmo modo a categoria negro, a qual remete-nos aos machos heterossexuais negros. A perspectiva interseccional, portanto, revela os vazios que o pensamento categorial oculta. É necessário apontar que, em entrevista dada em 2014 para Abellón Pamela, María Lugones afirma que prefere adotar os termos opressões interligadas ou entrelaçadas, visto que o termo interseccional foi criado por Kimberlé Crenshaw para os estudos das mulheres negras. De modo similar, Lugones entende a interligação ou entrelaçamento das categorias que incidem sobre as mulheres de cor (não-brancas). Tal crítica surge, então, como uma tentativa teórica e metodológica de preencher o vácuo analítico causado pela imposição de categorias definidas a partir do Estado colonial patriarcal cuja perspectiva está calcada em assimetrias de poder e binarismos, conformando uma visão hierárquica acerca das representações sociais e do mundo. Segundo Lugones, podemos afirmar que nas sociedades pré colombianas e pré cabralinas, não existia organização social baseada no sistema sexo/gênero, responsável por hierarquizar as relações e a atribuir papéis diferenciados a homens e mulheres. Assim, a consideração baseada no gênero é fruto de uma imposição colonial oriunda do Ocidente. Seguindo esta proposição, podemos questionar até que ponto a imposição deste sistema de gênero foi tanto constitutiva da colonialidade do poder como a colonialidade do poder foi constitutiva desse sistema de gênero, bem como de raça e sexo. O mesmo processo que carategorizou e reduziu fêmeas a mulheres as desqualificado para papéis de liderança, tornou a mulher uma categoria reconhecível, definida anatomicamente e subordinada aos homens em todos os tipos de situação. Essa dinâmica resultou, em parte, a partir da imposição de um estado colonial patriarcal. Logo, as concepções de gênero, sexo e raça consolidaram-se com o avanço do projeto colonial da Europa, construindo marcadores responsáveis por difereciar humanos e selvagens, superiores e inferiores, puros e impuros; em suma, o Outro se constituiu em contraposição ao Eu, objetificado, cuja alteridade foi completamentre negada. Nesse sentido: 7

8 O pensamento feminista, em seus termos mais generalizados, tem sido confrontado pelo feminismo negro, indígena e popular. A elaboração geral do patriarcado tem sido quase sempre a do primeiro mundo, convertendo-a em uma concepção etnocêntrica que pretende medir as relações de gênero em todas as culturas. Sem eliminar o etnocentrismo, gênero e patriarcado se convertem em formas de subsumir e subordinar as cosmogonias dos outros mundos (indígenas, negros, etc.) ao universo (ocidental) conhecido. (Lozano, 2010, p. 13 apud WALSH, 2015, p. 170) Importante, portanto, considerar, desde a perspectiva da colonialidade do poder, que a invenção de raça, como elemento da colonização produz discriminação e desigualdade ao longo da história. Além da raça, a introdução do formato colonial de patriacado e a captura das hierarquias pre-coloniais, desencadearam, também, consequências históricas de dominação e subjugação das mulheres latino-americanas. De acordo com Lugones, para que possamos romper com essa arbitrariedade é imprescindível contestar a história hegemônica, aquela que foi produzida pelo Ocidente, responsável por engendrar opressão e objetificação das mulheres. Desestabilizar os discursos hegemônicos e as grandes narrativas acerca da superioridade e da pureza do homem branco, ocidental cristão, é condição necessária para analisar a ordem social e simbólica que se instituiu sobre a dominação e negação do Outro, e que, sobre as mulheres ameríndias, pesou duplamente: pelo fato de serem consideradas selvagens além de serem mulheres. 4 O FEMINISMO DE GAYLE RUBIN E JUDITH BUTLER E O DESAFIO EM CONTEMPLAR AS MULTIPLICIDADES Sob a classificação das teorias hegemônicas, colocamos aqui duas contribuições que podem ser entendidas como uma contraposição com as perspectivas teóricas levantadas pelo feminismo decolonial, apesar de existirem, hoje, diversos trabalhos que tentam aproximar tais correntes. Inicialmente, podemos citar as obras da norte-americana Gayle Rubin, The traffic in woman (1975) e Thinking sex (1984). Na primeira obra, Rubin foi pioneira nos seus estudos acerca do sistema sexo/gênero, ao interrogar a naturalidade da heterossexualidade das relações traçadas pela análise de parentesco de Levi-Strauss (1980). Na segunda obra supracitada, Rubin, sob outra perspectiva, apresenta que o feminismo não deveria partir de uma análise de identidades de gênero unitárias, com base no binarismo homem/mulher, levando em consideração, assim, sexualidades alternativas. Outra teórica do Norte Global, Judith Butler, em Problemas de gênero (2015), influenciada pelos estudos de Rubin, entende que as feministas que defendem uma política de 8

9 identidade fazem uma repetição parodística do gênero, com exibição hiperbólica do natural, que restringem e limitam as possibilidades do seu movimento, pois, não partem do pressuposto do status performativo do natural, que nega o binarismo e a heterossexualidade compulsória. Para esta autora, pensar a partir de um sujeito culturalmente construído é criar um sujeito global que renega sua própria localização e condições de intervenções locais (p. 255). María Lugones entende que Gayle Rubin e Judith Butler trabalham com a ideia de que as pessoas são indivíduos, na medida em que não estão conectados, e que não são seres comunais. Lugones defende que esta é uma visão que não está de acordo com a história da colonização da América Latina, quando muitos povos indígenas e africanos não possuíam uma concepção individualista, e sim, cosmologias onde tudo está ligado e as pessoas são seres comunais. A realidade de Abya Yala não era dicotômica, como uma relação entre indivíduos isolados que se juntam para ter um ato heterossexual separadamente do resto da vida (2014). Em sua concepção, essa noção de gênero foi introduzida nas colônias, reduzindo e tratando os seus povos como meros animais. Estas perspectivas mais fluídas do sujeito, que podem ser consideradas como pósmodernas, Lugones considera como fundadas em um anglocentrismo que, quando transplantado para o contexto latino-americano, não encaixa, pois são análises que desconsideram a colonialidade, o entrelaçamento entre raça, etnia e gênero e os conhecimentos populares. Lugones defende que não é só o sujeito que está fraturado, mas a própria realidade, que é concebida, criada e mantida pelo poder. As teorias enunciadas pelas feministas brancas, portanto, fazem parte de um projeto importante e considerável para a desconstrução de muitos cânones científicos modernos, ao introduzirem novas e revolucionárias perspectivas de análise, contudo, são narrativas que não contemplam a diversidade, as multiplicidades e as contingências das mulheres situadas em outros contextos geopolíticos. Insistir em universalizar determinadas categorias, de forma a-histórica e a- temporal, desconsiderando os processos de colonização e o peso permanente das colonialidades, pode desencadear processos de exclusão de narrativas outras, perpetuando os perversos efeitos do Estado capitalista e liberal. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Conforme enunciado ao longo do estudo, a história e o legado de conquistas coloniais e violências, reverbera no presente, conformando uma cultura de subjugação e assujeitamento dos 9

10 corpos femininos e de suas subjetividades. Essa dinâmica desencadeia o enfraquecimento das relações entre sujeitos, acarretando consequências desastrosas na vida individual e coletiva das mulheres. Ainda hoje, subsistem os estereótipos em torno das mulheres de cor, como sendo as místicas ; as sensuais. Esse imaginário reflete na vulnerabilização e marginalização das mulheres indígenas, negras, ribeirinhas e quilombolas, as quais continuam sendo os maiores alvos de vitimação e violência de ordem sexual, moral e econômica em relação às mulheres brancas no contexto latino-americano. Aquelas, são as que assumem os piores postos de trabalho; recebem remuneração inferior e engrossam as fileiras do desemprego, por não terem mão de obra qualificada e capital intelectual legitimado para terem seus trabalhos valorizados no atual sistema capitalista neoliberal. A esse processo de desumanização desses sujeitos, que teve origem no período colonial, consideramos haver um continuum de violências, que, de uma forma ou de outra, serviu a muitos objetivos em determinados contextos de outrora, mas que se expressam ainda nos dias atuais. A violência sexual, expressão da colonialidade do ser, pôde servir como instrumento de guerra para forçar confissões, promover gravidezes para alteração de linhas étnicas e controlara reprodução. Essa forma de violência foi uma medida consciente para dominar comunidades inteiras, expressão do passado que ainda hoje subsiste. O feminismo decolonial, nesse sentido, nos ajuda a confrontar o pensamento hegemônico eurocêntrico e a desvelar esses movimentos de colonialidade e colonialismo, presentes, inclusive, nos discursos proferidos pelas feministas do Norte Global. Não que as teóricas situadas no sistema-mundo não tenham gestado categorias importantes para romper determinadas estruturas de dominação (a exemplo do patriarcado e gênero), contudo conforme demonstrado ao longo deste estudo, existem implicações por estar na zona do não-ser, que só podem ser enunciadas, porque vividas e experenciadas. Essas são, portanto, as contribuições das mulheres do sul. 6 REFERÊNCIAS BALLESTRIN, Luciana. América Latina e o giro decolonial.rev. Bras. Ciênc. Polít.[online]. 2013, n.11, pp Disponível em: Acesso em: 02 de junho de BARROSO, J. M. Feminismo decolonial: una ruptura conlavisión hegemónica eurocéntrica, racista y burguesa. Entrevista conyuderkys Espinosa Miñoso. Iberoamérica Social: revistared de estudiossociales (III), pp , Disponível em: 10

11 Acesso em: 02 de junho de BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Rio de janeiro: civilização brasileira, CASTRO-GÓMEZ, Santiago; MENDIETA, Eduardo. Introducción: latranslocalización discursiva de Latino América em tiempos de La globalización. In: CASTRO-GÓMEZ, Santiago; MENDIETA, Eduardo (coords.).teorías sin disciplina:latinoamericanismo, poscolonialidad y globalizaciónen debate. México: Miguel Ángel Porrúa, DUSSEL, Enrique. 1942: o encobrimento do outro: a origem do mito da modernidade: Conferências de Frankfurt. Tradução Jaime A. Clasen. Petrópolis, RJ: Vozes, LERMA, Beth Ruth Lozano. [2010] El feminismo no puede ser uno porque lãs mujeres somos diversas: aportes a um feminismo negro decolonial desde La experiencia de lãs mujeres negras del Pacífico colombiano. In: Tejiendo de outro modo: Feminismo, epistemologia y apuestas decoloniales em Abya Yala. Editorial Universidade Del Cuaca: Colombia, LÉVI-STRAUSS, Claude. A Família, origem e evolução. Porto Alegre: Editorial Villa Marta, LUGONES, María. Colonialidad Y Género. Tabula Rasa. Bogotá - Colombia, n.9. pp , julio-diciembre, Disponível em: n9/n9a06.pdf&gws_rd=cr&ei=buk0wfdphsgdwqsxvziocg. Acesso em 07 de maio de MIGNOLO, Walter. Género y descolonialidad.2 ed. Buenos Aires: Del signo, MOHANTY, Chandra Talpade. Bajo los ojos de Occidente: Feminismo académico y discursos coloniales. In: NAVAZ, Liliana Soárez; CASTILLO, Rosalva A. H (eds). Descolonizando El feminismo: Teorías e prácticas desde los márgenes. Editora Catedra, PAMELA, Abellón. María Lugones, una filósofa de frontera que ve el vacío: Entrevista a María Lugones. Buenos Aires, vol. 20, n.2 pp Disponível em: Acesso em: 02 de junho de PINTO, Júlio Roberto de Souza; MIGNOLO, Walter D. A modernidade é de fato universal?reemergência, desocidentalização e opção decolonial. Dossiê: América Latina como lugar de enunciação. Civitas, Porto Alegre, v. 15, n. 3, pp , jul.-set Disponível em: Acesso em 04 de jun QUIJANO, Aníbal. Colonialidade do poder, Eurocentrismo e América Latina. In: A colonialidadedo saber:eurocentrismo e ciências sociais. Perspectivas latino-americanas. 11

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13 generating oppression, stigma and dehumanization of these subjects, since for a long time they have been composing concealed rationalities. Keywords: Concealment of the other; Women; Sexual abuse. 13

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