A NATAÇÃO * A natação é a arte de transladar-se na água mantendo um nível de flutuação que permita a respiração.
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- Fernando Alcântara Braga
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1 A NATAÇÃO * 1 INTRODUÇÃO A natação é um esporte que, ao longo dos últimos anos, experimentou um avanço espetacular como conseqüência do aumento, também assombroso, do número de praticantes. Em opinião de muitos, a natação é um dos esportes mais belos e mais completos dos que se praticam na atualidade. Não obstante, é também uno dos que requerem maiores sacrifícios, força de vontade e dedicação. A superação constante do nadador e a luta titânica que mantêm entre eles tratando de superar os recordes, outorgam a este esporte a categoria de segundo esporte olímpico, por trás do atletismo. 2 EVOLUÇÃO DOS ESTILOS A natação é a arte de transladar-se na água mantendo um nível de flutuação que permita a respiração. Segundo se desprende de ilustrações e gravuras antigas, o homem tratava de defender-se da água nadando de uma forma rudimentar, que muito bem poderia ser a origem do estilo crawl. De fato, a palavra crawl (reptar) indica a forma mais natural de nadar do ser humano na que, intuitivamente, pensa que mantém a flutuação. 2.1 O Crawl No princípio deste século, depois de que ao movimento alternativo dos braços se lhe adicionam diferentes movimentos com as pernas (primeiro o de braça e depois o golpe de tijera horizontal), aparece o estilo crawl. * Artigo disponível on line via: Tradução Leonardo Delgado
2 Em 1802 aparece o crawl australiano, cuja variação consistia no golpe vertical de tesoura. Não obstante, este estilo não acaba de consolidar-se até 1912, quando se cria o crawl de seis tempos, cuja utilização supõe uma revolução nas marcas do estilo livre. Com o passo do tempo, o crawl se foi aperfeiçoando, ao adequar os movimentos das pernas à anatomia de cada indivíduo, aperfeiçoar o controle da respiração e tomar uma posição no água que favorece o melhor deslizamento do nadador. 2.2 O Peito O estilo mais difundido, a exceção feita do anterior, é o de peito. Nasceu em Europa e teve uma diversidade de modalidades muito ampla. O peito consiste, fundamentalmente, na imitação dos movimentos naturais que realizam os animais no água. Apesar de seu «naturalidade», este estilo apresenta certos problemas de flutuação e respiração. A braçada de peito tem estado evoluindo desde o século XVI. Num princípio era um método muito irregular. Sua normalização veio com o início das competições em Inglaterra. Um fato fundamental na história deste estilo foi a travessia do Canal da Mancha, realizada por Mattew Webb, a braça. Até 1952 a braça de peito e a borboleta foram consideradas como modalidades paralelas que podiam utilizar-se, indistintamente, numa mesma carreira. Se ambos estilos não tivessem sido separados, parece evidente que a braça de peito teria desaparecido como estilo competitivo. Neste estilo estava permitido nadar sob a água em qualquer momento da carreira, no entanto, em 1956 se proibiu o nado sob o água, a exceção de uma só braçada e um batido prolongado depois da saída e as viradas. Em 1961 apareceu um novo estilo para nadar a braça de peito, que conseguiu rebaixar todos os recordes do mundo. Este sistema estava baseado, fundamentalmente, na tração dos braços, num batido de pernas tipo trallazo relativamente pouco amplo e num movimento vertical, dc aporta a abaixo, da cabeça, que permitia uma melhor respiração.
3 2.3 O Borboleta Este estilo teve seus começos para o ano 1934 e se lhe deu o nome de borboleta pelo movimento dos braços, que recorda o bater das asas deste lepidóptero. Os braços são os principais elementos de propulsão e seu movimento se realiza de forma conjunta. Por sua vez, as pernas atuam, preferencialmente, como sustentadoras, relegando a um segundo plano sua função de avanço. A fase de reciclado de braços vai acompanhada por um pontapé estilo braça. O estilo borboleta foi aperfeiçoando-se até que, em 1952, como já adiantamos, foi separado da braça pela Federação Internacional de Natação Amateur (FINA). Paralelamente a esta separação de estilos, começa a aparecer um novo: o golfinho. 2.4 O Estilo Golfinho Ainda que, de fato, é uma variação da borboleta, conseguiu desbancá-la por completo, implantando-se de maneira majoritária em todos os países. O movimento dos braços é idêntico ao realizado no estilo anterior, ainda que existem diversas técnicas que podem adaptar-se a cada indivíduo. Se lhe denomina estilo golfinho pelo movimento que fazem as pernas, de acima abaixo, ambas ao mesmo tempo e que supõe a principal variação com respeito ao estilo borboleta, no que as pernas atuavam com golpes de braço. Cada ciclo de braços se corresponde com dois golpes de pernas, o que requer uma melhor especialização técnica do nadador. Os resultados obtidos com este moderno estilo são muito superiores aos conseguidos com o borboleta. 2.5 As Costas O sistema de nadar sobre as costas teve duas variantes principais: - A braça de costas, que consistia em realizar um movimento giratório dos braços, de forma simultânea, junto com um movimento de pernas de braça. - O crawl de costas, que é o estilo que perdura na atualidade e que consistia nuns movimentos de braços e pernas muito parecidos aos realizados no estilo crawl.
4 Por conseguinte, o crawl de costas, cuja evolução foi sempre emparelhada com a de estilo livre, consiste em manter uma perfeita estabilidade sobre o dorso enquanto as pernas esticadas realizam um batido em sentido ascendente e com os braços uma braçada superficial e muito ampla. As variações que ao longo dos anos sofreu esta modalidade são escassas, ainda que o estilo de costas atuais melhorou notavelmente o trabalho de tração de braços. 2.6 A Piscina A piscina é uma instalação de estancamento de água, especialmente desenhada para a prática da natação. A piscina desportiva é aquela piscina, coberta ou ao ar livre, especialmente preparada para a natação competitiva. As características fundamentais de uma piscina desportiva são: - Qualidade excelente da água, não só quanto a sua temperatura e composição química, senão em transparência e clareza, isto é, a visibilidade dentro dela. - Iluminação perfeita, tanto interior como exteriormente. - Sinalização correta da cuba. - Ondulação mínima na superfície. - Formação mínima de redemoinhos. 3 ETAPAS DA APRENDIZAGEM Para introduzir-se no mundo da competição, ou a prática desportiva, têmse de ter uns conhecimentos prévios conseguidos com uma adequada aprendizagem. Este tem de perseguir alguns objetivos fundamentais, que comportam as diferentes etapas deste período. 3.1 Familiarização com a Água Em primeiro lugar, se deverá conseguir que a pessoa que deseja aprender a nadar se familiarize com o novo meio. Isto se pode obter mediante jogos aquáticos. Por exemplo, aos meninos se lhes pode propor o exercício de fazer borbulhas submergindo-se no água. Com isso conseguimos que o menino se familiarize com a água e aprenda a expelir o liquido num meio que mostra mais resistência do que o
5 ar. Outro exercício consiste em abrir e fechar os olhos para conseguir que a aprendizagem não tenha problemas ao pôr em contato os olhos com a água. Freqüentemente, pensa-se que o menino deve fazer o que deseje no água, para que assim se familiarize «naturalmente» com ela. No entanto, isso pode resultar perigoso, e da mesma maneira que a um menino pequeno não se lhe deixará baixar uma brincar muito pronunciada, ao calouro não se lhe deverá permitir imprudências. Existem duas razões fundamentais para tomar esta atitude: - A primeira consiste numa simples prevenção de acidentes. - A segunda consiste em evitar os nefastos efeitos sociológicos que podem produzir estes acidentes. Quando uma pessoa que começa a nadar sofre um acidente, a parte das conseqüências traumáticas, pode ocasionar-lhe uma prevenção psicológica com a água. Existem casos de pessoas que não voltaram a introduzir-se no água porque se atemorizaram por causa de um pequeno acidente. Por outra parte, têm-se de evitar os chamados «terrores de natação». Em ocasiões, deixa-se a um calouro no água sem vigilância evidente, pensando que reagirá por si só e aprenderá a boiar. No entanto, o que pode ocorrer é que ao encontrar-se indefeso, aterrorize-se e tome verdadeiro pânico na água. 3.2 A Respiração Uma vez se conseguiu que o calouro perca completamente o medo da água e mantenha um nível de flutuação aceitável, lhe ser deve ensinar a respirar, tomando o ar pela boca e exalando-o pela boca e o nariz sob a água. Para o calouro, a melhor forma de aprender a respirar sob a água é a que se indica no exercício seguinte: - Situar-se de pé, com as mãos sujeitas ao rebosadero. - Tomar ar pela boca e flexionar as pernas para que entre a cabeça dentro da água. - Expulsar todo o ar pelo nariz de uma maneira continuada. - Sacar a cabeça da água e tomar ar novamente.
6 Mediante este exercício, o aluno aprenderá que ao introduzir-se no interior da água, deve realizar uma leve pressão para expulsar o ar e evitar a entrada de água nos condutos respiratórios. 3.3 Movimentos de Avanço Quando o aluno já não teme a água, sabe boiar e conhece a forma adequada de respirar, tem-se de iniciar o ensino dos movimentos de braços e pernas para deslocar-se e avançar no água. Estes movimentos de tração de braços e batido de pés se lhe ensinarão mediante exercícios adequados, para que o aluno possa nadar uma distância mínima. Uma vez que conhece os movimentos corretos, se lhe ensinará a zambullirse, a atirar-se a água com zambullida desde o exterior e seguir nadando até o extremo oposto da piscina. Quando o calouro possui todos estes conhecimentos pode considerar-se acabada a fase de aprendizagem da natação. 3.4 A Flutuação As razões principais para a flutuação consistem em que o corpo humano tem seu peso especifico superior a água. Este peso específico varia com a quantidade de ar que se tenha nos pulmões e segundo o peso de cada pessoa. Se os músculos estão descontraídos e respiramos normalmente, a flutuação é possível Exercícios de Flutuação Para ensinar as Diversas formas de flutuação se praticam os seguintes exercícios: BOIAR DE BRUÇOS - Numa zona onde o água não cubra, o aluno se situa de pé, estende os braços para diante e inclina o corpo para essa direção, enquanto inspira o máximo possível de ar. - Mediante um impulso, introduz-se a cara no água, agüentando a respiração. - Esta posição se mantém até notar-se florar e quando já não se pode suportar a falta de ar, expulsa-se pelo nariz o que se tem nos pulmões.
7 - Ao final, flexionam-se as pernas e se impulsiona com as mãos para voltar à posição inicial. «O FERRO» Ou BOIAR BOCA ACIMA - Situados também de pé, na zona que o água não cobre e com os braços ao longo do corpo, vai-se jogando a cabeça para atrás e os braços para diante, até que o corpo fica boiando boca acima. - Esta posição não oferece nenhuma dificuldade de respiração, pelo que pode manter-se o tempo desejado. - Para retornar à posição inicial, pressionam-se as mãos para abaixo, levanta-se a cabeça e se flexionam as pernas. Este exercício só tem o inconveniente de que o aluno, se o realiza demasiado rapidamente, pode introduzir-se um pouco de água no nariz. BOIAR ENCOLHIDO - Estando de pé, dobra-se o corpo para diante, encolhem-se as pernas até que os braços rodeiem às joelho e se toma o máximo de ar. - Como conseqüência destes movimentos, a cabeça se afunda no água e a cara esta muito próxima aos joelhos. Retém-se o ar ao máximo tempo possível enquanto o corpo bóia nesta estranha posição. - Quando não se resista mais, solta-se o ar pelo nariz, abrem-se os braços para do que as pernas se estiquem e o corpo se eleva até recuperar a posição. - Uma vez o calouro realizou em suficientes ocasiões estes exercícios, se dará conta de que não resulta tão difícil sustentar-se no água Exercícios Respiratórios Estes exercícios são fundamentais para a natação, já que facilitam o desenvolvimento da caixa torácica, ajudando à introdução de ar nos pulmões. A prática de exercícios respiratórios pode começar em idade muito tempana, por exemplo, aos cinco anos. Alguns exercícios respiratórios são: O nadador se senta com as pernas retas e juntas. Os braços esticados para acima e as mãos juntas colocadas por trás da cabeça. Inspira-se o ar, sempre, pelo nariz e ao mesmo tempo se esticam o tronco e os braços. Retém-se um momento o ar e se expulsa identicamente pelo nariz. Lentamente, retorna-se à posição inicial.
8 Sentado com as pernas cruzadas e os braços levantados, de tal maneira que as mãos se toquem pela ponta na nuca. Os cotovelos estão à altura dos ombros orientados para diante. Ao tomar ar se tem de inflar o peito e fazer que os cotovelos retrocedam. Quando se exala, os cotovelos retornam a sua situação anterior. Pertencente a Junior Rodríguez Barreda japmalaga@star.com.pe
9 ÍNDICE 1 INTRODUÇÃO EVOLUÇÃO DOS ESTILOS O Crawl O Peito O Borboleta O Estilo Golfinho As Costas A Piscina ETAPAS DA APRENDIZAGEM Familiarização com a Água A Respiração Movimentos de Avanço A Flutuação Exercícios de Flutuação Exercícios Respiratórios... 7
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