Latusa digital ano 4 N 30 setembro de Em direção a uma nova clínica psicanalítica * Marie-Hélène Brousse **

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1 1 Latusa digital ano 4 N 30 setembro de 2007 Em direção a uma nova clínica psicanalítica * Marie-Hélène Brousse ** Chegamos a extrair 1 os quatro elementos constituintes do discurso do mestre atual: o mercado comum, isto é, a universalidade de um imperativo de troca como novo significante-mestre; o procedimento ou protocolo como modalidade do saber ; a rede à medida que vem no lugar do sujeito ; enfim, uma nova modalidade de gozo ligada ao estatuto de dejeto tal como ele define o objeto contemporâneo. É no interior dessas coordenadas que a psicanálise, a partir do momento que consente em acompanhar o movimento do real da época, deve pensar as condições e as conseqüências de seu ato e situar sua aplicação à terapêutica. O discurso do mestre atual, 1,2,3,4 1- Nada nem ninguém mais escapa à troca, que não está mais situada entre grupos ou etnias, mas que é global, universal. Totalmente deslocalizado, o mercado é a forma contemporânea do Um. O lucro permanece como princípio da troca, nenhum domínio dos assuntos humanos se subtrai à sua lei, aí compreendidos o sagrado e o trágico. Seu modo de funcionamento é a abstração pelo cálculo da quantidade, que permite a universalização da troca qual seja, da cotação e da concorrência. Os beneficiários são tão universais quanto os devedores. Não se trata mais, portanto, de um mundo de mestres e escravos, de capitalistas e de proletários, de cidadãos e de cidadãs, mas um mundo de consumidores reais ou virtuais, um mundo de usuários potenciais. Uma nova psicopatologia se forma a partir dessas premissas. * Publicado em Mental n 15. Paris: NLS, ** Marie- Hélène Brousse AME - Membro da ECF, EOL e NLS.

2 2 2. Essas modalidades de troca tornam objeto 2 todo elemento que entra nesse mundo. No Seminário A Angústia, Lacan mostra que a instituição geral do campo do objeto resulta da matriz do imaginário que é o estádio do espelho. Ela se faz pela introdução da mediação de um objeto comum, objeto de concorrência, cujo status decorre da idéia de posse 3. Nessa estrutura, tudo se transforma em objeto, tudo é consumível. A utilidade se define aí mesmo. Aquilo que é consumível é útil. O útil não está mais referenciado ao vital. Tanto o desejo quanto o gozo se encontram afetados. 3. O saber, sob sua forma científica isto é, demonstrado pela resposta do real e sob sua forma de savoir-faire, obedece à mesma exigência de universalidade. Todo dado é, por outro lado, transformado em informação graças à revolução tecnológica do campo da comunicação. Como assinala Jacques-Alain Miller 4 em uma recente entrevista, a informação generalizada é a nova forma de saber absoluto. Ao lado de leis mais probabilistas, os protocolos e os procedimentos são regulamentos válidos para toda ação humana, obedecendo ao objetivo da gestão de massa num mercado global. O saber é hoje totalmente submisso à gestão. Gerem-se estoques, fluxos, fenômenos, catástrofes naturais ou não, populações, meio ambiente, criminalidade, sentimentos, paixões, o sofrimento, o stress ou a violência. O princípio de gestão é válido para todos os domínios dos assuntos humanos. O mundo é um entreposto gigantesco e formam-se almoxarifes advertidos. O mercado das terapias é regido por esse princípio de gestão e os terapeutas são antes de tudo os gestores da saúde pública, tornada ela mesma um elemento constitutivo da ordem pública. 4. O sujeito encontra-se em rede, não estando mais submetido a uma hierarquia. Ele é informado desse fato, não é mais comandado. O direito à informação que lhe é dado tem por contrapartida que toda informação que lhe 1 BROUSSE M.-H., Marchés communs et ségrégations. In: Mental 13. Paris: NLS, N.T.- No original, a autora utiliza objectivisent. 3 LACAN, J.- O Seminário, livro 10: A angústia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, 2005, p MILLER, J.-A. Agência Lacaniana de Imprensa, entrevista de 14 janeiro 2005.

3 3 concerne possa ser conhecida pelo Outro. Concretamente isto quer dizer que ele está submetido a uma informação infinita, sem princípio de ordenamento, na qual pode e em certo momento deve participar como seu produtor. A questão de sua relação com o simbólico se encontra modificada. Os modos de gozo, correlativos desses diferentes pontos, conheceram uma transformação cujas conseqüências aparecem cada vez mais claramente. Modos de gozar transformados: enjoy x Conta uma anedota que Lacan, em viagem aos Estados Unidos, deu de cara com uma gigantesca propaganda luminosa, Enjoy Coca-Cola, e fez notar que não queria que o conceito de gozo que ele desenvolvia fosse traduzido pelo termo inglês enjoyment. A associação com esse objeto trivial de consumo não convinha ao real que ele buscava atingir naquilo que elaborava sob o termo de gozo. Cerca de trinta anos depois, pode-se perguntar se a Coca-Cola não ganhou essa batalha epistemológica. De fato, o modo de gozo próprio ao novo discurso do mestre impôs uma nova definição de gozo, que é estritamente aquela do slogan: uma definição generalista compatível com todo objeto. A fórmula enjoy x, que coloca o supereu nos postos de comando, é uma função que enuncia o tipo de uso do objeto de massa cotável promovido pelo mestre. Quando um objeto resiste a essa função, ele é fútil e condenado a desaparecer. Se Lacan pode dizer que toda formação humana tem por essência (...) refrear o gozo 5, o freio colocado em jogo pelo novo discurso do mestre se diferencia ao não se apresentar como limite, barreira, interdito. Ele se manifesta pelo viés do objeto. Dita um uso do objeto que contribui para definir isto é, para limitar o que deve ser um objeto. Poder-se-ia dizer que 5 LACAN, J.- Alocução sobre as psicoses da criança. In: Outros escritos. Rio de janeiro: Jorge Zahar editor, 2003, p. 362.

4 4 é um freio não pelo interdito, mas pela função: se se pode dele gozar, é um objeto. Paradoxalmente, o freio se apresenta como um imperativo, um empuxo ao enjoy. Desse fato, produz-se um rebaixamento geral do gozo. Todo objeto humano tem sua cotação equiparada à da Coca-Cola. Esse triunfo do enjoyment sobre uma satisfação outra permite deduzir uma expansão das patologias ligadas ao supereu. Em particular as patologias aditivas que se apresentam sob a forma do mais obesidade, bulimia simples, do menos anorexia, bulimia com vômitos, mas também as adições a diferentes substâncias, até mesmo a certas atividades, suscetíveis a entrar na mesma estrutura. Uma orientação terapêutica dada pelo ensino de Lacan se deduz da diferenciação que ele faz na categoria dos objetos, separando os objetos comuns de troca e de concorrência e os objetos que ele denomina objeto a. Quando os objetos a se misturam aos objetos do enjoyment, eles são reconhecíveis pela angústia que produzem. A uniformização generalizante tropeça no limite que esses objetos a constituem. Este limite assinala a diferença absoluta e não é um retorno à função do interdito, de resto impossível, porque obsoleta. A modificação da natureza mesma do limite, bem como de sua função, transforma de maneira radical a clínica de hoje. Veremos como a psicanálise de orientação lacaniana responde a isso. O objeto e o sujeito: uma relação sem véus no lugar da relação sexual Os slogans publicitários são as novas instruções do mestre e participam de seu modo de governo. Por ocasião das liquidações de Janeiro de 2005, uma grande loja londrina afixou os quatro cartazes seguintes: I shop, therefore I am, Buy me, I ll change your life, It s you, it s new, it s everything, it s nothing, You want it, you buy it, you forget it. O consumo como forma atual da relação é explicitado. Dois dos slogans estão do lado do objeto, os dois outros

5 5 do lado do sujeito, num transitivismo indiferenciador it s you, it s new. Não há mais necessidade de procurar pretextos do lado do útil, do Belo ou do Bem. Quando é o objeto que fala, ele se endereça ao sujeito barrado da falta-a-ser e do objeto perdido, prometendo-lhe o gozo de ser ou de mudar a vida. As promessas não engajam evidentemente o objeto. Pode-se aí entrever um neofetichismo. O objeto de consumo não interpela nossa divisão, estremece-a, e se apresenta como o parceiro silencioso que apagará os traços da castração pela linguagem. Do lado do sujeito, o objeto não é mais apresentado como tendo um valor intrínseco, agalmático. Ao contrário, é cinicamente desvelado como tudo e não importa o quê. Seu valor em relação à satisfação se mantém somente pelo fato de que ele está colocado à venda e é, portanto, comprável. Mas seu destino é o esquecimento, a lata de lixo. É um dejeto da função, sua ausência de valor se retém no consumidor, que pode ele mesmo, se converter em dejeto do discurso gestor. Lacan, no Seminário A Ética da psicanálise, já sublinhava que a diferença entre a modernidade e as épocas passadas se marcava pela perda do privilégio do Belo como véu diante da Coisa, isto é, diante do inominável do real. O estatuto de dejeto do objeto aí compreendido o objeto de arte realiza o levantamento do véu. Nossa época é esta do desvelamento. Éric Laurent desenvolveu esse ponto articulando-o ao desaparecimento do sentimento de vergonha. Esses slogans colocam em evidência um novo modo de gozo que repousa sobre a separação do gozo em relação ao desejo, o qual é necessariamente correlato à lei. O que Jacques-Alain Miller 6 mostrou sobre o fim da autoridade do significante paterno na cultura se concretiza nessa desagregação do desejo em relação ao gozo quando eles não estão mais enodados pela lei do S 1. 6 Cf. MILLER J.-A.- Intuitions milanaises. In: Mental 11 e 12. Paris: NLS, dezembro de 2002 e maio de 2003.

6 6 Encontra-se manifesto que nem o véu nem o semi-dizer vêm mascarar a verdade. Estamos num período de apagamento da questão da verdade ou, para dizê-lo como Lacan no Seminário O avesso da psicanálise, de supressão do suspense que introduz no povo a questão da verdade 7. Estamos em um desses períodos de desaparecimento do enigma, que deixa surgir um real anteriormente mascarado pelo véu da fantasia. Qual é esse real? A única relação que se pode escrever é a relação entre quantidades: tal produto, porque lhe dou muito valor afirmava outra propaganda. A relação sexual só se sustentava, como ficção, pela metáfora paterna. Se o significante-mestre não é mais o Um do Nome-do-Pai como exceção o cálculo, quer dizer, o Um do múltiplo e da duplicação, tendo tomado seu lugar, então a fantasia que organiza o gozo pela lei não é mais o único princípio organizador do gozo. Nem todo o gozo está correlacionado ao interdito. Podem existir gozos contingentes produzidos por essa forma mercantil de relação com o objeto. Em face disso, a psicanálise responde pela reintrodução do enigma no discurso e pela transformação do dejeto em efeito de verdade a respeito do que é o objeto da pulsão. Mutação da perversão Parece-me que se pode explicar por aí a profunda mudança do discurso sustentado sobre a perversão, que marca uma mutação da clínica. À época vitoriana, toda uma psicopatologia repousava sobre uma fina classificação das perversões, de que Freud se apropria em sua obra Três ensaios sobre a sexualidade. O discurso sobre a perversão está profundamente simplificado hoje. Ele não se apóia mais na clínica, mesmo objetivante, mas no discurso 7 LACAN J.- O Seminário, livro 17: O avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar editor, 1994.

7 7 jurídico e na extensão do domínio do contrato. A distinção entre perverso e não-perverso se opera a partir de um único critério: duas pessoas maiores e aquiescentes. Se este critério está presente, a prática sexual não pertence ao domínio da perversão, se está ausente, ela lhe concerne. A forma de perversão que é o objeto da maior parte dos artigos contemporâneos é, pois, a pedofilia. Este critério não é evidentemente de um manejo simples. A questão do consentimento se desdobra na perseguição ao abuso, à manipulação, ou à sugestionabilidade. A noção de maior conduz em contraponto a uma categoria heteróclita que agrupa crianças, deficientes mentais, até mesmo animais... As práticas que recentemente pertenciam à perversão não mais o são desde que tenham lugar entre dois adultos que a elas consintam: assim a homossexualidade, até mesmo as práticas de sadismo ou de masoquismo. O gozo sexual é arrancado ao império do significante paterno e não responde mais à sua lei. A cada um seu gozo, à medida que ele se desenrola com um semelhante, isto é, sobre o eixo imaginário. Aí também se chega a um paradoxo: se o campo das práticas sexuais perversas propriamente ditas se reduziu, o campo da perversão se alargou consideravelmente. De fato, todas as formas do viver junto são suscetíveis de serem qualificadas como perversas à medida que ao menos um dos atores recusa seu consentimento: a popularização do termo assédio moral ou sexual o testemunha. Toda forma de poder é passível de entrar na categoria das perversões. Ainda sobre esse ponto, Lacan é profético: no Seminário R. S. I., ele dava uma definição da perversão como versão em direção ao pai que surpreendia muito. Pode-se dizer hoje que toda afirmação de poder hierárquico é suscetível de entrar no campo da perversão, se ela não responde a um consenso. O eixo da clínica é o consenso dos semelhantes. Três nomes do pai

8 8 Lacan se dedicou, na última parte de seu ensino, a pensar as alternativas ao que havia nomeado como metáfora paterna e havia substituído ao mito do Édipo freudiano. O pai do nome, a potência da nomeação e da letra sobre o real do gozo, não lhe parecia mais de natureza a centralizar uma clínica contemporânea, marcada pelo declínio da função paterna propriamente dita. Também propunha uma pluralização daquilo que é passível de fazer função de significante-mestre para um sujeito. Retomando a obra de Freud, Inibição, Sintoma e Angústia, ele faz desses três termos três modos da função nome do pai, três maneiras de fazer borda ao gozo quando não está mais limitado pelo desejo, quer dizer pela lei do significante. Podemos fazer a hipótese de que a angústia é uma manifestação do limite colocado ao imperativo do enjoyment. Na proliferação e na indiferenciação dos objetos propostos, a angústia é o indicador da presença, entre eles, de um objeto de outra natureza, o objeto a. O objeto a ordena essa indiferenciação prolífica. O enjoyment não tem influência sobre ele, o que permite, por conseqüência, ao desejo continuar a insistir. Daí a questão: em quais condições esse objeto pode vir a ocupar o lugar antes ocupado pelo significante, isto é, pelo simbólico? Nesse sentido, poder-se-ia dizer que o limite à grande onda de objetivação pelo cálculo e pela ciência seria constituído pela objetalidade dimensão relevante desse objeto que fora perdido no momento da produção do falasser. A angústia é assim considerada por Lacan como uma nomeação real. Vindo no mesmo lugar que o interdito, ela nomeia um ponto de insuportável para o sujeito. A cura analítica que propõe colocar no comando o objeto segue a veia dessa evolução do laço social, não sem tornar explícito este último. De um sujeito inocentemente tomado de angústia, ele entende fazer um falasser advertido do objeto que determina seu modo de gozo. Assim sublinhava Dominique Laurent 8, uma 8 LAURENT D.- Inhibition, symptôme et angoisse. In: La Cause freudienne n 58. Paris: Navarin, 2004, p

9 9 análise tende a ligar a angústia a um objeto, ou ainda a lhe dar o nome de coordenadas significantes e disso fazer uma bússola. A inibição é outro nome do pai, dessa vez na dimensão do imaginário. O limite colocado por nossa sociedade às perversões, em função de um consenso de semelhantes, desloca a perversão para um mundo virtual que nos lembra o que, em Winnicott, se chamou espaço transicional do qual ele mesmo sublinha sua relação com o fetichismo 9. É por um processo imaginário controle de um pelo outro da ordem da inibição que é freada a perversão em nossa época. A psicanálise se oferece antes a articular a perversão com a fantasia, isto é, a tentar fazer disso sintoma. O terceiro nome do pai, a terceira forma de limite feita ao gozo, é o sintoma que se sustenta no simbólico. Não se pode deixar de lembrar o paradoxo que caracteriza o discurso do mestre atual. De um lado, a ciência não cessa de fazer desaparecer o sintoma quimicamente ou por recondicionamento, com ou sem o consentimento do sujeito. Mas de outro, é a partir dos sintomas que os sujeitos se ordenam nas instituições cada vez menos generalistas, cada vez mais segregativas: instituições especializadas nos problemas alimentares, terapias específicas das fobias, acolhimento para as vítimas, os violentos etc. Pode-se ver aí em marcha a fragmentação do Nome-do-Pai. Por certo, o sintoma é reduzido aos comportamentos inadequados, ele não é encarado como processo de adaptação ou modo de gozo. É a partir dele, no entanto, que o mestre efetua uma gestão segregativa. A cura analítica não considera o sintoma dessa maneira fragmentária, nem classificatória. E sim, como diz Lacan, que o sintoma de um sujeito é o que ele tem de mais verdadeiro. O tratamento que ela propõe visa separar o sujeito de seu Outro traumático, parceiro virtual que, estando incluído no sintoma, daria sentido ao mundo. Ela faz ressoar no sintoma a verdade do modo de laço precocemente encontrado pelo sujeito, no momento inicial em que ele foi 9 WINNICOTT D. W.- Da pediatria à psicanálise. Rio de Janeiro: Imago, 2000.

10 10 marcado pela palavra, abrindo-lhe a possibilidade de uma variação sobre esse laço, de um novo encontro. Uma nova capitonagem 10 do sentido Lacan, aproximando a metáfora paterna edipiana de uma metáfora delirante, vai ainda mais longe e transforma radicalmente o panorama da clínica diferencial psicanalítica: ele cria um novo conceito transestrutural, o sinthoma, como quarta modalidade que faz função de nome. Isso permite uma escuta mais livre de preconceitos do falasser em rede que evocávamos no início, que não é mais o sujeito produzido pela dominação do simbólico sobre as duas outras dimensões do imaginário e do real. A rede põe a questão da capitonagem do sentido de maneira nova em relação ao discurso do antigo mestre. O entrecruzamento das redes, como o multiculturalismo das sociedades modernas, apresenta duas conseqüências contraditórias: uma profusão caótica das identificações simbólicas e imaginárias e, por outro lado, a multiplicação de barreiras, conseqüência da segregação reforçada e ramificada de que fala Lacan em 12 de outubro de 1968, numa nota, no Congresso da Escola Freudiana de Paris ocorrido em Estrasburgo. A diferença entre neurose e psicose se apresenta hoje de um novo modo. O discurso da ciência contribui também para essa orientação, impelindo à objetivação, pela foraclusão sistemática do sujeito que constitui uma de suas condições de possibilidade. A visão tradicional da psicose é, ademais, falseada pelo fato de que ela só aparece como tal quando fracassa. Confrontada a essa subida ao poder da psicose, a psicanálise não está desprovida. A noção de psicose ordinária, desenvolvida por Jacques-Alain Miller em Antibes em 1999, é um esforço em teorizar essa questão 11, abordada a 10 NT: Optamos por utilizar um neologismo com a finalidade de resguardar o conceito referido pela autora com o termo capitonnage para o qual não encontramos em português um termo correspondente. 11 IRMA. La psychose ordinaire, la Convention d Antibes. Paris: Seuil, 1999.

11 11 partir de noções como neodesencadeamento ou ainda sobre ou subidentificação. Da mesma forma o artigo de Dominique Laurent já citado aborda, nessa ótica, a questão das personalidades múltiplas como neodesinibição do eu. A última clínica de Lacan, inspirada na leitura que ele faz de James Joyce e do tratamento ao qual o último submete a linguagem, no Seminário O sinthoma que Jacques-Alain Miller recentemente elucidou em seu curso Peças Avulsas permite à psicanálise seguir essa orientação do sujeito da modernidade, no uso do significante ou naquele do objeto. A linguagem, marcação do corpo As novas vias da clínica analítica repousam sobre a capacidade dos analistas de se deixar ensinar pelas formas atuais de resposta dos sujeitos ao discurso do mestre, de seguir o fio do discurso analisando particularmente quando ele não parece responder à doxa psicanalítica, sem por isso se dispersar do rigor do dispositivo analítico. Esse laço particular, esse novo discurso, repousa sobre as veias da estrutura. Repousa sobre a linguagem não como instrumento de perseguição do sentido, da mestria, modo de comunicação ou de expressão, mas marcação do corpo pelos significantes aleatórios da qual resulta uma perda, sempre reproduzida, que define um modo de gozo, que o sujeito mesmo ignora. É essa marca que uma análise modifica ou busca escrever por um manejo inédito da fala: uma fala ditada pelo real do significante. Tradução: Cristina Duba Revisão: Angela Bernardes

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