ESTRANGEIRISMOS, NACIONALISMO E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA

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1 ESTRANGEIRISMOS, NACIONALISMO E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA Vanderlei José ZACCHI (Faculdades Campo Real) Resumo Em 1999 o deputado Aldo Rebelo apresentou projeto de lei (nº. 1676/99) para regulamentar o uso de estrangeirismos e proteger a língua portuguesa, gerando uma série de debates. Lingüistas e jornalistas têm questionado o tratamento dado à língua e ao nacionalismo. Este trabalho discute essas questões e sua relação com o ensino de língua inglesa. Palavras-chave: ensino de língua inglesa; empréstimos lingüísticos; nacionalismo; globalização 1. Introdução Há alguns anos o deputado Aldo Rebelo apresentou à Câmara dos Deputados o projeto de lei nº. 1676/99, que Dispõe sobre a promoção, a proteção, a defesa e o uso da língua portuguesa (Rebelo, 2002: 177). Uma das medidas propostas era regulamentar o uso de estrangeirismos no país. Muitas foram as reações contrárias ao projeto, oriundas principalmente da imprensa e do meio acadêmico (Cf. Faraco, 2002a; Ribeiro, 2004). Ambos os grupos questionam basicamente os mesmos aspectos, mas com ênfases diferentes. Para os lingüistas, a proposta do deputado revela um discurso conservador e autoritário, ao tentar regular por meio de lei algo que é de uso geral e irrestrito: a língua nossa de cada dia. Para os jornalistas, o projeto de lei fecha o país à cultura universal, já que apresenta um discurso fortemente nacionalista. A tentativa de banimento de estrangeirismos no Brasil não é fato recente. O que mudou é o idioma em que se origina grande parte dessas palavras. Em outros tempos foi o francês, hoje é o inglês a fonte da maioria desses termos não só no Brasil, mas em todo o mundo. Essa mudança se explica pelo fato de que é a língua inglesa a mais diretamente relacionada a tecnologia e cultura de massa, características típicas de nossa época. O debate, portanto, supera o âmbito da lingüística e incorpora elementos sociopolíticos e históricos, em especial temas como nacionalismo e globalização, uma vez que a disseminação do inglês pelo mundo tem uma estreita relação com questões de poder, soberania e identidade. A grande maioria das críticas ao projeto de lei apresenta como alternativas medidas relacionadas ao ensino de português no Brasil. Este trabalho propõe que é preciso, além disso, uma política de ensino para as línguas estrangeiras, principalmente o inglês, que leve em consideração aspectos como o relacionamento desigual entre as línguas no Brasil e no mundo. Serão apresentadas também opiniões de professores de inglês do ensino médio e fundamental sobre o uso de estrangeirismos pelos brasileiros, sua regulamentação e sua relação com o português. 2. Estrangeirismos e nacionalismo Para os lingüistas e jornalistas que criticam a proposta do deputado, o projeto de lei é equivocado por tentar impor ao falante, através da regulação, um modelo de língua

2 ideal sem levar em consideração que toda língua viva é dinâmica e está em constante transformação, de acordo com o uso que dela é feito pelos seus falantes. E que os estrangeirismos são portanto essenciais para que haja esse dinamismo. De certa forma, essas expressões acabarão sendo assimiladas pela língua alvo, enriquecendo seu léxico. Alguns professores entrevistados também apresentaram argumentos semelhantes. Hélio, 1 por exemplo, acredita não haver necessidade de uma lei para regulamentar a questão dos estrangeirismos, embora admita que existe um certo abuso. E acrescenta: mas nada contra o fato da gente usar palavras vindas de outros idiomas, isso não. Até porque a língua se forma dessa forma mesmo. Conforme aponta Carvalho (1989: 53), entre o século XVIII e as primeiras décadas do XX a França era o modelo mundial de civilização, língua e literatura. Nosso vocabulário português reflete até hoje essa influência, em palavras como chique, bistrô, mal do século e lilás. Se hoje essas palavras não causam qualquer estranheza, esses galicismos na época eram vistos como um mal a ser extirpado. A essa influência, seguiu-se a da língua inglesa. O inglês estadunidense é atualmente a origem da grande maioria de estrangeirismos não só no Brasil, mas no mundo todo. Esses empréstimos lingüísticos, no entanto, não vêm sós. Eles vêm acompanhados de uma visão de mundo característica também do país de onde se originam. Essa visão de mundo hoje está fortemente relacionada a modernas tecnologias de ponta, uma poderosa rede de cultura de massa e um sólido sistema financeiro internacional, que têm como pólo irradiador principalmente os Estados Unidos. Segundo Carvalho (1989: 62), É de lá que nos vem o dinheiro sob a forma de empréstimo, é de lá que nos vêm as palavras sob a mesma forma. Essa inter-relação entre aspectos lingüísticos, socioculturais e políticos foi o que provavelmente moveu o deputado a elaborar o projeto de lei. E é justamente a esses anglicismos atuais que ele se opõe. Embora as intenções do deputado possam parecer justificáveis, os efeitos tendem a ser contraditórios. Para Faraco (2002b: 45), Há, no projeto, um indisfarçável desejo de controle social da pior espécie, daquele que, ignorando a heterogeneidade e a dinâmica da vida cultural, quer impor o homogêneo e o único. Para Rajagopalan, a política lingüística sempre imperou no mundo inteiro, em diferentes momentos da sua história, e sempre houve quem pleiteasse intervenções sistemáticas a fim de salvar certas línguas dos possíveis descaminhos. Mais ainda: como sempre acontece nesses casos, tais intervenções são feitas, via de regra, ou com propósitos nobres e justificáveis, como os de unir povos ou de fazer a paz entre povos que não se entendem ou, ao contrário, para semear o ódio entre povos e pescar proveito político nessas águas turvas. (Rajagopalan, 2003: 104) Fiorin, por sua vez, considera que uma política lingüística não diz respeito apenas às funções comunicativas de uma língua, mas muito mais às suas funções simbólicas. Mais do que as necessidades reais de comunicação, são as considerações políticas, sociais, econômicas e religiosas que pesam na definição de uma política lingüística. É devido a essas funções simbólicas que uma língua pode ser vista como fator de unidade nacional ou como ponta de lança da invasão cultural (2002: 110). Com efeito, o discurso de defesa da língua vem normalmente acompanhado de um discurso de fundo nacionalista, patriótico e até mesmo purista. A língua nacional 1 Essas entrevistas foram realizadas como uma das etapas para minha dissertação de mestrado. No total, foram entrevistados oito professores de inglês do Ensino Médio e Fundamental em duas escolas municipais de Belo Horizonte. Os nomes são fictícios. Para informações mais detalhadas sobre esses professores, consultar Zacchi (2003: ), de acordo com a seguinte nomenclatura: Hélio = P4; César = P2; Rosana = P5; Cristina = P6.

3 precisaria ser mantida pura e livre de ameaças externas. Uma língua única, para um só povo, uma só nação. Görlach afirma que os conceitos de estado-nação e de uma língua nacional correspondente foram altamente importantes na história moderna da Europa, embora tenham assumido simultaneamente um caráter destrutivo, já que o nacionalismo e a identidade nacional formaram uma conexão geralmente explosiva (1997: 2) entre os dois conceitos. Essas tensões se tornaram virulentas a partir do século XIX, apesar de que as raízes do nacionalismo lingüístico podem ser encontradas em períodos bem anteriores. Hall (2003) considera que as noções de nação e cultura nacional são manifestações tipicamente modernas. Em sociedades mais tradicionais, a identificação se dava no âmbito da tribo, do povo ou da religião. Aos poucos, ela foi sendo transferida, nas sociedades ocidentais, à cultura nacional, que generalizou uma única língua vernacular como o meio dominante de comunicação em toda a nação, criou uma cultura homogênea e manteve instituições culturais nacionais, como, por exemplo, um sistema educacional nacional (2003: 49-50). Dessa forma, as diferenças de gênero, classe ou raça entre seus membros foi colocada em segundo plano, pois uma cultura nacional busca unificá-los numa identidade cultural, para representá-los todos como pertencendo à mesma e grande família nacional (2003: 59). Hall no entanto contesta essa suposta unidade e homogeneidade, afirmando que as nações são sempre compostas de diferentes classes sociais e diferentes grupos étnicos e de gênero. Foi através da supressão forçada da diferença cultural, ou seja, através de um longo processo de conquista violenta, que ocorreu a unificação de culturas separadas no interior da maioria das nações. É o caso do Brasil, em que a língua portuguesa foi imposta em detrimento de todas as línguas locais que existiam anteriormente à invasão lusitana. E principalmente pelo fato de que não é uma variante qualquer que foi adotada, mas aquela correspondente à do grupo dominante. Hall (2003: 61-62) pensa as culturas nacionais não como unificadas, mas como constituindo um dispositivo discursivo que representa a diferença como unidade ou identidade. Elas são atravessadas por profundas divisões e diferenças internas, sendo unificadas apenas através do exercício de diferentes formas de poder cultural. São portanto culturas híbridas. Com o processo atual de globalização, essa convivência das diversidades tende a se tornar mais comum, agora em escala global. Há de um lado o perigo de uma homogeneização cultural e lingüística, mas há também, em resposta, um fortalecimento dos valores locais. De qualquer maneira, o poder de penetração da língua inglesa nos últimos tempos tem se intensificado. Bagno (2002: 82) afirma que não existe língua pura, pois o vocabulário é o resultado de muitos anos de intercâmbio entre povos, línguas e culturas. Como esses intercâmbios estão cada vez mais intensos e velozes, lutar contra os empréstimos lingüísticos é uma luta desde já perdida. A despeito de toda essa discussão, Aldo Rebelo, em sua justificativa ao projeto, questiona a necessidade, e até mesmo obrigação, do brasileiro de saber certas expressões estrangeiras que estão presentes no nosso dia a dia. Expressões como on sale, 50% off ou personal banking esta última utilizada por uma instituição federal, o Banco DO BRASIL (Rebelo, 2002: 182) podem truncar a comunicação e prejudicar o cidadão comum. Essa situação se torna ainda mais problemática quando percebemos que, para esses casos específicos, existem equivalentes no português. O próprio Banco do Brasil acabaria por trocar o termo em inglês por uma expressão em português. Duas implicações ao menos, esse uso de estrangeirismos pode acarretar: a exclusão daqueles que não entendem as expressões estrangeiras e um certo pedantismo por parte de

4 camadas sociais que fazem uso dessas expressões, na maioria das vezes desnecessariamente, para demonstrar um status pretensamente mais elevado. Essas questões foram bastante abordadas também pelos professores entrevistados. César afirma que o cliente, seja ele analfabeto ou doutor, não é obrigado a saber inglês para usar o caixa eletrônico. [...] Às vezes ele nem consegue usar. Então eu sou contra nesses casos, é desnecessário, né. Por que colocar personal banking e não banco pessoal?. Há aí portanto a preocupação com a exclusão de pessoas, de qualquer nível de educação, que não entendam o idioma de origem dos estrangeirismos, nesse caso específico o inglês. E também com o fato de que em geral essas expressões são desnecessárias, como também aponta Rosana: se nós temos liquidação, para que sale? Se nós temos entrega em domicílio, para que delivery? Eu acho pedantismo e acho que não acrescenta nada. Para ela, é ridículo o que se fez na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde o inglês foi adotado em anúncios e placas espalhadas pelo bairro. Para Cristina, estrangeirismo é bobeira de brasileiro, que adora isso. Adora endeusar a ponto de usar. As falas desses professores indicam que suas opiniões praticamente coincidem com o conteúdo do projeto de lei, ainda que a maioria deles tivesse afirmado desconhecê-lo e ser contra o uso da lei para a regulação do uso de estrangeirismos. Com relação aos equivalentes, Schmitz (2002: 93) faz uma diferenciação entre palavras e termos. Palavras têm equivalências em português e são desnecessárias, como é o caso das citadas acima pelos entrevistados. Termos não têm equivalência e portanto ingressam com muita facilidade no idioma. Ele cita como exemplos termos como tiebreak e match point, relacionados ao jogo de tênis, que caso deixe de ser um esporte elitista muito provavelmente proporcionará termos mais nacionalizados, como no caso do futebol. No entanto, É preciso considerar que, se do ponto de vista do sistema, certas formas estrangeiras têm correspondentes exatos em português, do ponto de vista do uso, a língua não tem formas vernáculas ou emprestadas que sejam correspondentes perfeitos. Assim, o uso de determinadas expressões estrangeiras conota modernidade, requinte etc., conotações que as correspondentes vernáculas não possuem. [...] Os nomes em francês conotam elegância, refinamento; os nomes em inglês, modernidade, aventura, juventude; os nomes em português, objetividade e neutralidade da informação. Esse caso demonstra que, do ponto de vista do uso, não há equivalências perfeitas. (Fiorin, 2002: 120) No que se refere à exclusão de certas camadas da sociedade pelo uso de estrangeirismos, Garcez e Zilles consideram esse raciocínio lingüisticamente preconceituoso (2002: 31). Para os autores, o uso de estrangeirismos é uma das maneiras menos eficazes de se fazer exclusão pelo uso da linguagem, já que é um mecanismo bastante evidente. Bem mais eficaz é a exigência de uso da variedade da língua falada pelas classes dominantes como única forma legítima de acesso à mobilidade social e ao poder (2002: 31-32). Um dos poucos a defender o projeto de lei, o filósofo Renato Janine Ribeiro afirma, por outro lado, que A verdadeira razão para exigir que anúncios sejam escritos em português é garantir a todos os nossos cidadãos a compreensão do que é exposto no lugar público. Por lugar público, entendo tanto o logradouro público físico quanto a ágora, já ela virtual, da TV e do rádio. O problema é que a adoção indiscriminada de termos estrangeiros, muitos deles por mero esnobismo (sale, off), deixa boa parte dos brasileiros sem entender o que está sendo oferecido a eles, repito, em público. (Ribeiro, 2004: 46)

5 Para ele, o que está em jogo portanto é uma questão de cidadania, e não de nacionalismo, já que as relações de consumo, regidas pelo direito, devem ser pensadas como relações de cidadania. Assim o problema central do projeto não está em sua concepção de língua, mas em sua visão de política, uma vez que a questão da língua não deve ser de soberania nacional, em nome da qual tantos crimes se cometeram (2004: 46). Ela deve se dar, de fato, em termos de uma soberania popular, alicerçada nos direitos humanos. 3. Estrangeirismos e ensino de línguas As críticas a Aldo Rebelo se referem, em muitos casos, ao fato de que, ao procurar defender o português de influências externas e promover a soberania nacional, ele fecha os olhos para as diferenças e conflitos internos e para o status privilegiado que a variante padrão da língua portuguesa ocupa em nosso país. Embora se possa concordar com a idéia de que o uso da língua não precisa de legislação, é mais difícil aceitar simplesmente que a língua é um sistema auto-regulador, que dá conta de suas próprias carências e necessidades (Bagno, 2002: 82), selecionando o que é e o que não é necessário. O fato é que os estrangeirismos estão aí e indicam que outras questões, mais amplas, estão em jogo. A atual hegemonia mundial do inglês aponta para as relações desiguais entre as línguas que sempre existiram, de acordo com os contextos sociopolíticos e culturais de cada época. Talvez não seja de fato necessária uma lei para regulamentar o uso de estrangeirismos, como também apontaram vários dos professores entrevistados. Mas também não se pode ignorar essa desigualdade de relações, como se a língua fosse uma entidade abstrata que se adaptasse às circunstâncias por si só, sem qualquer interferência externa. Tampouco se pode afirmar com segurança que as pessoas têm plena liberdade para fazer uso ou não dos estrangeirismos. Sem uma conscientização, o uso tende a ser meramente reprodutivo, sob enorme influência dos meios de comunicação de massa e dos apelos comerciais de um mercado que necessita estar sempre atualizado. Conforme apontou Cristina, uma das professoras entrevistadas, o uso faz quem quer, mas cabe à escola a conscientização sobre o contexto em que ele é feito. Não se trata de uma postura crítica, mas ao mesmo tempo doutrinadora, como talvez possa ser considerada a proposta do deputado Aldo Rebelo. Trata-se, sim, de uma postura crítica dialógica, que inclui um estudo e um exame completo de vários pontos de vista (Benesch, 1999: 576). Nessa mesma linha, Hélio, outro entrevistado, comenta: Eu acho que uma das primeiras coisas que o professor faz é tá mostrando para os alunos de que forma o inglês está presente no dia a dia dele, o que significa tal coisa. O que que poderia ser substituído por outra palavra. É uma abordagem que se pode adotar tanto no ensino de português quanto no de uma língua estrangeira, mas em especial o inglês. No caso do ensino de português, reconhecer a existência de variedades não-prestigiosas e promovê-las não excluem a necessidade de se aprender a variante culta. Privar uma pessoa de aprendê-la é privá-la de uma necessidade básica, de uma ferramenta que, usada de maneira crítica, pode provocar a transformação tanto individual quanto social. O ensino da variante culta da língua portuguesa não precisa ser necessariamente usado para fins integrativos e alienantes, mas pode ser usado também para a transformação de mundo. Guedes (2002) faz uma discussão interessante a esse respeito. Ele comenta uma afirmação de Lula, que diz que, se antes ele falava menas, agora aprendeu a falar concomitantemente. Lula assim não renega o dialeto em que aprendeu a se expressar, já que ele não afirma que

6 deixou de dizer menas". Mas, ao aprender a dizer concomitantemente, agregou aos seus recursos expressivos uma palavra que não fazia parte daquele repertório, aumentando o seu poder de percepção e de expressão da realidade (Guedes, 2002: 132). Assim, é papel da escola tratar o aprendizado da língua escrita como um direito do povo brasileiro aos recursos expressivos historicamente constituídos na língua portuguesa por todos os que falaram e escreveram na língua portuguesa (2002: 132). O mesmo se aplica ao ensino de uma língua estrangeira. O projeto trata da promoção e proteção da língua portuguesa, e muitos lingüistas que o criticaram também apresentam propostas para a melhoria do ensino da língua materna (Cf. Fiorin, 2002: 124). Mas quase não se fala do ensino da língua estrangeira. Em sua justificativa ao projeto, Aldo Rebelo (2002) faz muitas menções à invasão de anglicismos. No contexto atual, é preciso levar em consideração a importância da língua inglesa em âmbito tanto local quanto mundial, sem deixar de abordar a desigualdade de relações entre as línguas. É fundamental uma política educacional que enfatize essa importância, o que não descarta a necessidade de inclusão no currículo de outras línguas estrangeiras. se o uso do grego foi útil para os romanos, se não podemos deixar de reconhecer a inegável circunstância histórica de que o português foi, efetivamente, o veículo da civilização, da cultura, da religião, da organização política para as populações que habitavam o Brasil quando da chegada dos colonizadores, por que deveríamos renunciar a usar o inglês? Não é o inglês o veículo da civilização e da cultura tecnológica contemporânea? Não seria bom para nós dominarmos essa civilização e essa cultura? Não teríamos ao inglês (e ao francês e ao alemão e ao espanhol e ao russo e ao japonês, e ao árabe e ao chinês e ao...) o mesmo direito que temos ao português, que é o direito que temos à cultura e à civilização? Precisamos do inglês não para a fazeção de entortar a língua para simular uma autêntica pronúncia californiana, mas para ler a respeito de tudo o que está escrito em inglês e interessa para nós. (Guedes, 2002: grifos no original) 4. Considerações finais Não se trata portanto de abrir mão do inglês, como uma presença indesejável. É preciso que todos tenham acesso ao seu aprendizado, não com fins integrativos, mas, uma vez mais, de ampliação do poder de percepção e transformação da realidade. Para isso é necessária uma política de ensino da língua inglesa no país que seja de qualidade e que provoque no aprendiz uma postura crítica. Não apenas para que ele possa fazer uma escolha consciente entre o uso ou não de estrangeirismos, mas para que tenha também acesso aos diversos discursos em língua inglesa ao redor do mundo. Não há como não pensar aqui na abordagem que Aldo Rebelo (2002: 181) faz do simples homem do campo, não afeito às palavras e expressões importadas, em geral do inglês norte-americano, que dominam nosso cotidiano. Uma visão romântica do trabalhador rural, sem dúvida. A de um trabalhador isolado em seu trecho de terra, distante dos acontecimentos no mundo e intocado na sua cultura local. Muito diversa da imagem de um trabalhador rural militante e pertencente a algum movimento político, como o MST. Com a globalização, não são apenas as grandes corporações e instituições financeiras que se comunicam através das fronteiras. Também os movimentos populares ao redor do mundo se comunicam entre si, trocando idéias, fazendo denúncias, articulando ações. Mas em que idioma? Certamente a língua materna apenas não seria suficiente. Essa deve ser a razão por que a página do MST na internet esteja disponível em seis idiomas diferentes. Talvez possamos pensar num trabalhador rural não como uma pessoa isolada em seu pedaço de terra, vítima de multinacionais que lhe vendem produtos com nomes

7 estranhos e manuais de instrução em língua estrangeira. Mas como um cidadão atuante no mundo: local ou global. O que obviamente se estende a todos os outros cidadãos deste país. Talvez assim alcancemos o que o próprio deputado propõe: É preciso agir com espírito de abertura e criatividade, para enfrentar com conhecimento, sensibilidade e altivez a inevitável, e claro que desejável, interpenetração cultural que marca o nosso tempo globalizante. Esse é o único modo de participar de valores culturais globais sem comprometer os locais. (Rebelo, 2002: 183) Referências bibliográficas BAGNO, M Cassandra, Fênix e outros mitos. IN: C.A. FARACO (org.) Estrangeirismos: guerras em torno da língua. 2. ed. Parábola. BENESCH, S Thinking critically, thinking dialogically. Tesol Quarterly, 33.3: CARVALHO, N Empréstimos lingüísticos. Ática. FARACO, C.A. 2002a Apresentação. IN: C.A. FARACO (org.) Estrangeirismos: guerras em torno da língua. 2. ed. Parábola. 2002b Guerras em torno da língua questões de política lingüística. IN: C.A. FARACO (org.) Estrangeirismos: guerras em torno da língua. 2. ed. Parábola. FIORIN, J.L Considerações em torno do projeto de lei nº. 1676/99. IN: C.A. FARACO (org.) Estrangeirismos: guerras em torno da língua. 2. ed. Parábola. GARCEZ, P.M. & ZILLES, A.M.S Estrangeirismos desejos e ameaças. IN: C.A. FARACO (org.) Estrangeirismos: guerras em torno da língua. 2. ed. Parábola. GÖRLACH, M Language and nation: the concept of linguistic identity in the history of English. English World-Wide, 18.1: GUEDES, P.C E por que não nos defender da língua? IN: C.A. FARACO (org.) Estrangeirismos: guerras em torno da língua. 2. ed. Parábola. HALL, S A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva, Guacira Lopes Louro. 7. ed. DP&A. RAJAGOPALAN, K A polêmica sobre os estrangeirismos e o papel dos lingüistas no Brasil. IN: K. RAJAGOPALAN. Por uma lingüística crítica. Parábola. REBELO, A Projeto de lei nº de IN: C.A. FARACO (org.) Estrangeirismos: guerras em torno da língua. 2. ed. Parábola. RIBEIRO, R.J A lei da nossa língua. Cult, 85: SCHMITZ, J.R O projeto de lei nº. 1676/99 na imprensa de São Paulo. IN: C.A. FARACO (org.) Estrangeirismos: guerras em torno da língua. 2. ed. Parábola. ZACCHI, V.J Discurso, poder e hegemonia: dilemas do professor de língua inglesa. Dissertação (Mestrado em Lingüística Aplicada) Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas.

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