*Quem opta por este sistema é obrigado a pagar juros de mora que são de
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1 *Quem opta por este sistema é obrigado a pagar juros de mora que são de 6,112% ao ano* Por *Sónia Peres Pinto* O fisco já permitia o pagamento das dívidas em prestações. E é o montante da dívida que determina o pagamento em prestações. Além disso, para dívidas fiscais até 2500 euros não é exigida qualquer garantia. É o caso, por exemplo, da existência de uma hipoteca. O parcelamento vai da prestação única até seis prestações mensais. Até / 15
2 euros de dívida, o contribuinte deve cumprir a sua obrigação fiscal de uma só vez. Já acima dos 355 euros e abaixo dos 533 euros o cumprimento pode ser feito em duas vezes. Entre os 534 e os 711 euros a dívida pode ser dividida por três prestações. O contribuinte pode pagar em quatro vezes se a dívida fiscal estiver entre os 712 e os 889 euros, em cinco vezes se o montante em falta preencher o intervalo de 890 a 1067 euros e em seis prestações se as suas obrigações fiscais ultrapassarem os 1068 euros e estiverem abaixo de 2500 euros. No entanto, para quem tem dívidas fiscais e quer cumprir um plano de prestações antes do processo executivo, não podem existir montantes em falta relativos a outros impostos ou taxas. 2 / 15
3 Quem opta por pagar em prestações terá de contar com juros de mora e a taxa que vigora actualmente é de 6,112%. Isso significa que cada prestação fica mais pesada no montante dos juros calculados desde o fim do período normal de pagamento voluntário do imposto até ao momento do cumprimento da prestação. Para recorrer a esta medida, o contribuinte terá de fazer o pedido de faseamento da dívida num prazo até 15 dias após o final do período normal e voluntário de pagamento, remetendo aos serviços de Finanças um requerimento para o efeito (não existe um impresso oficial), por via electrónica ou num balcão de atendimento da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), a minuta que faz o pedido deve conter a identificação do 3 / 15
4 contribuinte e a natureza da dívida em causa. Confirmado este requisito num prazo de 15 dias receberá uma resposta do chefe do serviço de Finanças. Perdão fiscal. Regime só compensa para dívidas superiores a 2500 euros *Para valores mais baixos, o fisco já aceita pagamentos a prestações e dispensa todo o trabalho burocrático de aprovação* 4 / 15
5 *Sónia Peres Pinto* Para quem tem dívidas elevadas ao Fisco e à Segurança Social e com verba para regularizar a sua situação, o perdão fiscal concedido pelo governo até dia 20 de Dezembro pode ser visto como uma boa medida. Pelo menos é esta a opinião do fiscalista da Associação de Defesa do Consumidor (Deco), Ernesto Pinto. "Este perdão extraordinário é vantajoso acima de tudo para contribuintes, tanto individuais como empresas, com dívidas superiores a 2500 euros e há centenas de casos de contribuintes individuais com dívidas ao Fisco 5 / 15
6 superiores a um milhão de euros", revela ao *i*, aquele responsável da associação. A explicação é simples: os contribuintes com dívidas na ordem dos 2500 euros podem recorrer aos planos de pagamentos a prestações. Recorde-se que o governo estima encaixar, ainda este ano, uma receita adicional que pode chegar aos 700 milhões de euros, e que será usada para compor o défice deste ano. Esta medida surge antes de entrar em vigor um agravamento do regime de crimes fiscais, que será implementado a partir de 1 de Janeiro de 2014, ao mesmo tempo que surgirão "outras medidas de reforço do combate à fraude e evasão fiscal". 6 / 15
7 *DISPENSA DE JUROS* A verdade é que este perdão fiscal é vantajoso se pagar a totalidade do que deve ao fisco e à Segurança Social, uma vez que fica isento do pagamento de juros de mora (actualmente calculados à taxa de 6,112% ao ano), de juros compensatórios (actualmente calculados à taxa de 4% ao ano) e das custas do processo de contra-ordenação ou de execução fiscal. Além disso, obtém um desconto de 90% na coima, sendo que o valor a pagar não pode ser inferior a 10 euros. "Há casos em que os juros de mora, os juros compensatórios e as custas do processo ultrapassam e muito o montante da dívida", alerta Ernesto Pinto. 7 / 15
8 No entanto, caso opte pelo pagamento parcial da dívida, só será dispensado dos juros de mora e compensatórios no montante que pagar, ou seja, continuarão a incidir juros sobre a parcela não regularizada. Ao contrário dos pagamentos integrais, nos parciais não tem direito à coima reduzida e o processo de execução fiscal relativamente à parte remanescente da dívida não é suspenso. Isso significa que, se proceder ao pagamento parcial do capital em dívida irá beneficiar de uma dispensa de juros compensatórios, de juros de mora e de custas proporcional ao montante do capital pago. Feitas as contas, se dever ao Fisco 50 mil euros e só pagar 10 mil, nos restantes 40 mil euros vai continuar a pagar os juros devidos. *PAGAMENTOS* Não se esqueça que terá de pagar mesmo que queira reclamar ou 8 / 15
9 recorrer para os tribunais. Por exemplo, se houver um erro no cálculo do montante do IRS a pagar. "O facto de aderir a este plano de regularização não o impede de accionar os meios tradicionais, como a reclamação graciosa ou o recurso directo aos tribunais. Se lhe for dada razão, beneficiará da taxa anual de 4% de juros indemnizatórios a aplicar sobre os montantes que lhe forem devolvidos", lembra a Deco. Só pode pagar a dívida com dinheiro, pois o fisco não aceita a entrega de bens - a chamada dação em pagamento. Faça--o através do Portal das Finanças. Já para pagar as dívidas à Segurança Social, deve pedir o documento de pagamento através da Segurança Social Directa ou numa das suas 9 / 15
10 tesourarias. Se a dívida já tiver originado um processo de execução fiscal, o documento único de cobrança deve ser solicitado através da Segurança Social Directa. É de referir que, os devedores em causa serão notificados por sobre esta oportunidade de regularizarem a sua situação. Ernesto Pinto lembra que, este sistema não é novo. Em 1994, Eduardo Catroga criou um plano para pagar dívidas sem penalizações adicionais. No governo de António Guterres foi criado o "plano Mateus" que permitia pagamentos em prestações e, mais tarde, também Manuela Ferreira Leite permitiu três meses de regularização de dívidas. Além disso, já foram criadas três versões de 10 / 15
11 RERT (Regime Especial de Regularização Tributária), que permite a declaração de patrimónios existentes no estrangeiro e pagamento de taxas mais reduzidas. *Saiba como funciona o regime excepcional de regularização de dívidas* *Quem pode aceder a este regime? * Todos os contribuintes (individuais ou empresas) com dívidas cujo prazo legal de pagamento tenha terminado até 31 de Agosto e cujo pagamento (total ou parcial) seja feito, por iniciativa dos mesmos, até dia 20 de Dezembro. 11 / 15
12 No caso de dívidas cuja existência não seja conhecida da Autoridade Tributária (AT) e dependam da sua liquidação prévia, a obrigação declarativa terá de ser cumprida até 15 de Novembro. Isto porque este regime se aplica a dívidas já em execução fiscal, àquelas cujo prazo de pagamento voluntário ainda decorre e ainda às dívidas que não sejam do conhecimento da AT. *Como é feito o acesso?* A adesão ao regime é automática com o pagamento dos impostos ou das contribuições em dívida por iniciativa do contribuinte. 12 / 15
13 *Quais as vantagens deste regime?* Os contribuintes ficam isentos dos pagamentos de juros de mora, compensatórios e eventuais custas, no caso da dívida estar já em processo de execução fiscal (caso a dívida não seja paga na totalidade a redução nestes custos será proporcional ao pagamento efectuado). A coima aplicada à infracção pelo não pagamento de imposto é reduzida para 10% do mínimo legal ou do valor aplicado, consoante o processo de contra-ordenação esteja em curso ou a coima esteja já a ser cobrada em processo de execução. Também é reduzido para 10% do mínimo legal o valor da coima associada à infracção 13 / 15
14 por incumprimento do dever acessório. Em qualquer um dos casos, o montante mínimo da coima será de 10 euros. Além disso ficam extintos os processos de execução fiscal. *Caso tenha pago a dívida antes da entrada em vigor do regime posso beneficiar da redução na coima, mesmo que esta já esteja em execução fiscal?* Sim. Nesse caso, pode efectuar apenas o pagamento de 10% da coima fixada, ficando dispensado dos encargos com as custas de execução fiscal e dos encargos do processo de contra-ordenação. Neste caso, a coima tem de ser paga até 20 de Dezembro. 14 / 15
15 *Os fiadores que tenham sido accionados em processos por dívidas podem beneficiar deste regime?* Sim, este regime prevê o pagamento de dívidas por terceiros. Caso o façam, extinguem-se eventuais processos e ficam com direito à sub-rogação sobre a totalidade da dívida. ividas-superiores-2500-euros/pag/-1 *Jornal i * 15 / 15
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