RELATÓRIO TÉCNICO FINAL

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1 Levantamento da ictiofauna e caracterização da pesca comercial na área do reservatório e a jusante da Usina Hidrelétrica de São Simão Vista de jusante da barragem da UHE São Simão rio Paranaíba (MG/GO) RELATÓRIO TÉCNICO FINAL BIO-AMBIENTAL 2006

2 SUMÁRIO Item Página APRESENTAÇÃO... 1 INTRODUÇÃO... 1 OBJETIVOS... 2 ÁREA DE ESTUDOS... 2 METODOLOGIA... 5 RESULTADOS... 9 Composição de Espécies... 9 Ictiofauna do Rio Paranaíba Ocorrência de Espécies Ameaçadas Áreas Prioritárias para Conservação em Minas Gerais Distribuição das Espécies Dados Biométricos Riqueza, Diversidade e Similaridade Ictiofaunística Capturas por Unidade de Esforço Aspectos da Reprodução das Espécies Diagnóstico da Pesca no Rio Paranaíba Medidas de Segurança Contra o Mexilhão-Dourado CONCLUSÕES BIBLIOGRAFIA EQUIPE TÉCNICA ANEXO 1 CÓPIA DA LICENÇA DE COLETA... 47

3 APRESENTAÇÃO O presente relatório é parte do contrato celebrado entre a Cemig Geração e Transmissão S.A., através da Gerência de Ações e Programas Ambientais, e a Bio-Ambiental Consultoria Ltda. O contrato foi registrado na Gerência de Aquisição de Serviços e Imóveis sob o nº MS/AS O objeto do referido contrato é o monitoramento da ictiofauna e pesca profissional na área do reservatório e a jusante da Usina Hidrelétrica de São Simão. Este trabalho faz parte de um estudo mais amplo que abrange as Usinas de Emborcação e São Simão. Por esse motivo, os dados gerais da ictiofauna do rio Paranaíba e da pesca na região serão equivalentes. INTRODUÇÃO O monitoramento visa o atendimento às necessidades de conhecimento técnico e a formação de um banco de dados sobre a ictiofauna e pesca profissional no rio Paranaíba, a montante e a jusante das Usinas de São Simão e Emborcação, bem como o atendimento aos programas e projetos estabelecidos no Sistema de Gestão Ambiental das instalações. A partir da década de 1980, a legislação brasileira inseriu a exigência da elaboração de estudos ambientais como condicionante para o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, conforme previstas na Lei nº 6.803/80 e nas Resoluções 001/86, 011/86, 009/90 e 010/90 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA). A legislação federal acima citada, corroborada por instrumentos legais dos Estados, prevê o monitoramento dos empreendimentos potencialmente impactantes e o licenciamento ambiental corretivo dos mesmos, ao término do prazo concedido para exploração de bens públicos, como a água dos rios para geração de energia elétrica. 1

4 OBJETIVOS O trabalho desenvolvido teve por objetivos: Determinar a ocorrência e distribuição das espécies de peixes na área de influência da UHE São Simão, através de amostragens quantitativas e qualitativas; Caracterizar a riqueza e a diversidade de espécies nas estações de coleta; Determinar a similaridade da composição da fauna presente nas estações de coleta, com base na presença e ausência de espécies; Analisar a abundância das espécies através da Captura por Unidade de Esforço (CPUE); Analisar parâmetros da atividade reprodutiva de espécies selecionadas; Monitorar a pesca profissional na área de estudo. ÁREA DE ESTUDOS A UHE São Simão situada no município de São Simão (GO), dista cerca de 280 quilômetros de Uberlândia, com o reservatório abrangendo os municípios de Bom Jesus de Goiás, Cachoeira Dourada, Gouvelândia, Inaciolândia, Paranaiguara e Quirinópolis (GO) e Cachoeira Dourada, Capinópolis, Gurinhatã, Ipiaçu, Ituiutaba e Santa Vitória (MG). A pesca experimental foi realizada em 4 pontos na área de influência da UHE São Simão, assim distribuídos: SSI-01 No rio Paranaíba, no terço final do reservatório, representando o trecho lótico de montante, próximo à barragem de Cachoeira Dourada, no município de mesmo nome. Coordenadas: 18º28 38 S e 49º30 16 W; altitude aproximada: 399,8 m. (Fotografia 1); 2

5 SSI-02 No corpo do reservatório, em seu terço médio, no braço formado pelo rio Tijuco, próximo à travessia de balsa entre os municípios de Ipiaçu e Santa Vitória. Coordenadas: 18º46 44 S e 49º58 37 W; altitude aproximada: 395,4 m. (Fotografia 2); SSI-03 No corpo do reservatório próximo à barragem, no município de São Simão. Coordenadas: 19º00 59 S e 50º29 01 W; altitude aproximada: 395,0 m. (Fotografia 3); SSI-04 No rio Paranaíba, imediatamente a jusante da barragem, no município de São Simão. Coordenadas: 19º01 09 S e 50º29 49 W; altitude aproximada: 320,2 m. (Fotografia 4) Fotografia 1 Fotografia 2 Fotografia 3 Fotografia 4 Fotografia 1 ponto EMB -01; Fotografia 2 ponto EMB -02; Fotografia 3 ponto EMB -03; Fotografia 4 ponto EMB -04 3

6 Na Figura 1, o mapa da região de São Simão é apresentado com os pontos de amostragem plotados, segundo as suas coordenadas geográficas. Figura 1. Mapa da região de estudo na área de influência da UHE São Simão. Na Figura 2, os mesmos pontos são apresentados em imagem de satélite, dando uma melhor visão sobre a região, uso do solo e topografia. 4

7 Figura 2. Imagem de satélite da área de influência da UHE São Simão. METODOLOGIA Foi realizada coleta de campo utilizando redes de espera com malha de 3 a 16 cm, medidos entre nós opostos, com 10 e 20 m de comprimento e altura aproximada de 1,60 m, para as amostragens quantitativas. As redes foram armadas à tarde (Fotografia 5) e retiradas na manhã seguinte (Fotografia 6), permanecendo expostas na coluna d água por aproximadamente 14 horas. O esforço de pesca empregado é apresentado na Tabela 1. Todos exemplares coletados foram separados por ponto de coleta e tamanho de malha, etiquetados (Fotografia 7) e fixados em formalina a 10%. As coletas qualitativas, cujos objetivos são o de complementar o levantamento através da captura de espécies de pequeno porte e de capturar 5

8 jovens de espécies maiores (comprovação de recrutamento), utilizaram redes de arrasto de tela mosqueteira 2 mm nas margens rasas dos reservatórios (Fotografia 8), peneiras e tarrafas (Fotografia 9). As tarrafas foram utilizadas em remansos e locais de menor profundidade e as peneiras junto à vegetação das margens do rio ou macrófitas flutuantes dos reservatórios. Ainda em campo foram separados por ponto de coleta e também fixados em formalina a 10%. Fotografia 5 Fotografia 7 Fotografia 6 Fotografia 8 Fotografia 9 Fotografia 5 amostragens quantitativas com redes de emalhar (armação de redes); Fotografia 6 retirada de redes; Fotografia 7 peixes etiquetados; Fotografia 8 utilização de redes de arrasto; Fotografia 9 amostragem qualitativa com tarrafa. 6

9 Tabela 1. Esforço de pesca empregado no rio Paranaíba, na área de influência da UHE São Simão, em outubro/2005 (em m 2 ). Malha Locais de Amostragem (cm) SSI-01 SSI-02 SSI-05 SSI-06 TOTAL TOTAL Os peixes coletados foram fotografados em campo, para caracterização das espécies com sua coloração natural. Ao final do documento, serão apresentadas as fotografias das espécies mencionadas no texto ou apenas registradas em campo. Em laboratório todos os peixes coletados foram lavados, para retirada do formol. Posteriormente foram determinados taxonomicamente, contados, pesados e medidos. Após todos esses procedimentos foram transferidos para álcool 70º GL. Todo o material coletado será mantido, após as análises previstas, no Laboratório de Ictiologia do Departamento de Zoologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. A lista das espécies está atualizada de acordo com Reis et al. (2003): Checklist of the Freshwater Fishes of South and Central America. A identificação foi realizada de acordo com a bibliografia disponível, tendo sido consultados os seguintes trabalhos: A identificação definitiva das espécies foi realizada com base nos seguintes trabalhos científicos: Britski (1970), Britski et al. (1988), Britski et al. (1999), Burgess (1989), Castro (1990), Garavello (1979), Garutti & Britski (2000), Gosline (1947), Gosse (1975), Kullander (1983), Pavanelli (1999), Silfvergrip 7

10 (1996), e páginas da Internet até 30/03/ e O cálculo da diversidade das espécies foi ser feito com os dados quantitativos, ou seja, obtidos através da captura com rede de emalhar, usandose o índice de Shannon-Weaver. Os valores de diversidade foram calculados para cada um dos pontos de coleta separadamente. Para o cálculo da similaridade entre os pontos de amostragem, foi feita a análise de agrupamento para duas matrizes de dados: Uma baseada na presença e ausência das espécies e outra formada pelos dados percentuais das CPUE s totais em número para cada uma das espécies, distribuídas através dos pontos amostrados. Os dados quantitativos da ictiofauna foram analisados através da Captura por Unidade de Esforço (CPUE), em número e biomassa, com base nos dados obtidos através das redes de espera. São apresentadas comparações entre os valores das CPUE s em número e biomassa e de diversidade das espécies por locais. Pelo fato dos dados se referirem a uma única campanha, não é possível a realização de comparações temporais e o cálculo de médias por estação, espécie e campanha. Dados dos estágios de maturação gonadal (EMG) diagnosticados em campo, foram confirmados em laboratório. Exemplares de espécies selecionadas foram dissecados para determinação do sexo e diagnóstico macroscópico dos EMG; sempre que necessário esta análise foi confirmada através de estereomicroscópio e microscópio. Os dados obtidos foram tabulados e expressos sob a forma de freqüência relativa e distribuídos pelos estágios diagnosticados. Para caracterização da Pesca Comercial, exercida por pescadores profissionais, cujo objetivo é obter dados sobre a pesca nos reservatórios, foi identificada a existência de colônias de pescadores, mercados e peixarias que são abastecidos com pescado proveniente do reservatório, além da obtenção de dados secundários desta atividade junto às colônias de Pesca e ao Instituto Estadual de Florestas. 8

11 RESULTADOS Composição de Espécies Foram registradas 41 espécies de peixes, distribuídas em 4 Ordens e 14 Famílias, na amostragem realizada em outubro de 2005, na área de influência da UHE São Simão (Tabela 2). Esse número pode ser considerado pequeno, se comparado com a fauna conhecida para a toda a bacia do rio Paranaíba (será comentado adiante no item: Ictiofauna do Rio Paranaíba ). Tabela 2. Lista das espécies coletadas nas amostragens qualitativas e quantitativas na área de influência da UHE São Simão, em outubro de 2005, com respectivos nomes populares. Ordem / Família / Espécies Ordem CHARACIFORMES Família Parodontidae 1. Apareiodon piracicabae (Eigenmann, 1907) Canivete Família Curimatidae 2. Cyphocharax gillii (Eigenmann & Kennedy, 1903) Sagüiru Família Prochilodontidae Nome Popular 3. Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) Curimatá, curimba Família Crenuchidae 4. Characidium aff. zebra Eigenmann, 1909 Canivete Família Cynodontidae 5. Rhaphiodon vulpinus Agassiz, 1829 Cachorra Família Anostomidae 6. Leporellus vittatus (Valenciennes, 1850) Solteira 7. Leporinus elongatus Valenciennes, 1849 Piapara 8. Leporinus friderici (Bloch, 1794) Piau, Piau-três-pintas 9. Leporinus octofasciatus Steindachner, 1915 Flamenguinho 10. Leporinus sp. Timburé 11. Schizodon nasutus Kner, 1858 Taguara 12. Schizodon borellii (Boulenger, 1900) Piava Família Erythrinidae 13. Erythrinus erythrinus (Bloch & Schneider, 1801) Jeju 14. Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) Traíra (continua) 9

12 Tabela 2. (continuação) Ordem / Família / Espécies Família Characidae 15. Aphyocharax cf. anisitsi Eigenmann & Kennedy, 1903 Pequira BIO-AMBIENTAL Nome Popular 16. Astyanax altiparanae Garutti & Britski, 2000 Lambari-do-rabo-amarelo 17. Astyanax fasciatus (Cuvier, 1819) Lambari-do-rabo-vermelho 18. Brycon orbignyanus (Valenciennes, 1850) Piracanjuba 19. Charax cf. leticiae Lucena, 1987 Peixe-cachorro 20. Hemigrammus marginatus Ellis, 1911 Piaba 21. Metynnis maculatus (Kner, 1858) * Pacu 22. Salminus hilarii Valenciennes, 1850 Tabarana 23. Serrasalmus spilopleura Kner, 1858 Pirambeba Família Loricariidae Ordem SILURIFORMES 24. Hypostomus sp. 1 Cascudo 25. Hypostomus sp. 2 Cascudo 26. Hypostomus sp. 3 Cascudo 27. Hypostomus sp. 4 Cascudo 28. Hypostomus sp. 5 Cascudo 29. Liposarcus cf. anisitsi (Eigenmann & Kennedy, 1903) Cascudo-abacaxi 30. Megalancistrus parananus (Peters, 1881) Cascudo-abacaxi Família Heptapteridae 31. Rhamdia quelen (Quoy & Gaimard, 1824) Bagre Família Pimelodidae 32. Hemisorubim platyrhynchos (Valenciennes, 1840) Bico-de-pato 33. Pimelodus maculatus Lacepède, 1803 Mandi-amarelo 34. Pinirampus pirinampu (Spix & Agassiz, 1829) Barbado Família Doradidae 35. Rhinodoras dorbignyi (Kner, 1855) Mandi-serrudo, serrudo Família Cichlidae Ordem PERCIFORMES 36. Astronotus ocellatus (Agassiz, 1831) * Apaiari 37. Cichla sp. * Tucunaré 38. Crenicichla sp Geophagus surinamensis (Bloch, 1791) * Acará 40. Satanoperca pappaterra (Heckel, 1840) * Zoiúdo Família Sciaenidae 41. Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) * Corvina * = Espécies consideradas exóticas à bacia do rio Paranaíba. 10

13 Foram encontradas pelo menos seis espécies consideradas exóticas à bacia do rio Paranaíba: o pacu (Metynnis maculatus), o apaiari (Astronotus ocellatus), o tucunaré (Cichla sp.), o acará (Geophagus surinamensis), o zoiúdo (Satanoperca pappaterra) e a corvina (Plagioscion squamosissimus). O acará e o zoiúdo foram considerados exóticos no relatório do Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Paranaíba (Dergam et al. 1999). Merece ainda destaque a presença do barbado (Pinirampus pirinampu), espécie dos trechos baixos da bacia do Paraná, que tem ampliado a sua área de distribuição provavelmente através de atos de pescadores amadores ou dos procedimentos de manutenção de máquinas nas usinas. Em outras épocas, os peixes aprisionados durante as paradas de máquina e manutenção de rotina eram transportados para o reservatório, supostamente por ali se encontrarem com o objetivo de migrarem rio acima. A distribuição natural de algumas dessas espécies era limitada por barreiras naturais, hoje aproveitadas para geração de energia hidrelétrica. Trabalhos antigos que abrangem a bacia não registram a ocorrência dessas espécies na região (Fowler, 1950 e 1951) e no alto Paraná (Britski, 1971). Na parte baixa da bacia, a espécie ocorre em maior proporção, apesar de sua presença ser recente. São exemplos disso as capturas crescentes em Itumbiara (G. B. Santos, com. pes.) e no rio Araguari (observação pessoal). O pescador profissional entrevistado em Grupiara, área do reservatório da UHE Emborcação, relata a ocorrência desta espécie a partir de A captura é esporádica e geralmente são pescados indivíduos jovens. Ictiofauna do Rio Paranaíba O rio Paranaíba é um dos formadores do rio Paraná (Cetec, 1983), com uma área de drenagem km 2, nos estados de Minas Gerais e Goiás. Estudos sobre a ictiofauna da bacia são relativamente recentes, iniciados no final da década de 1970 e início da década de Com a necessidade de estudos de levantamento da ictiofauna ligados aos processos de licenciamento de grandes empreendimentos e a necessidade de Planos Diretores para as bacias hidrográficas brasileiras, um maior volume de informações têm sido gerados. 11

14 Na Tabela 3 é apresentada uma lista das espécies registradas no rio Paranaíba, em vários trechos. Godinho et al. (1991), em estudo sobre a eficiência de mecanismo de transposição para peixes no rio Tijuco, afluente da margem esquerda do Paranaíba, em Minas Gerais, apresentaram uma lista com 41 espécies. No mesmo ano, Bazzoli et al. (1991) apresentaram uma lista para o trecho superior do rio Paranaíba, onde estava projetada a UHE Bocaina (a montante da atual UHE Emborcação). Em 1997, a Cemig realizou levantamento no trecho do reservatório e jusante da UHE Emborcação (Alves & Santos, 1997). Em 1999 foi concluído o Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paranaíba (PDBHRP), a cargo da Universidade Federal de Viçosa (UFV) (Dergam et al., 1999) e, no mesmo ano em estudo dos reservatórios de Furnas, Santos (1999) apresenta dados inéditos da área da UHE Itumbiara. Três anos depois, Vono (2002) conclui amplo levantamento de dados no rio Araguari, um dos principais afluentes da margem esquerda do rio Paranaíba, no estado de Minas Gerais. Somados aos trabalhos acima citados, o presente relatório apresenta as informações obtidas em coleta realizada na área de influência das UHE São Simão e Emborcação, em oito pontos ao longo do rio e reservatórios (ver na metodologia) e apresentados na coluna Alguns detalhes sobre a localização geográfica dos locais de amostragem dos estudos mencionados são importantes para contextualização das informações: O rio Tijuco, estudado por Godinho et al. (1991), deságua no reservatório de Emborcação. Bazzoli et al. (1991) fizeram levantamentos a montante de Emborcação. No primeiro levantamento na área da UHE Emborcação (Alves & Santos, 1997), os pontos do reservatório e jusante coincidem, respectivamente, com EMB-03 e EMB-04 atuais além de um terceiro ponto localizado aproximadamente 10 km a jusante da barragem de Emborcação. Nas coletas realizadas no PDRHBP, os dados relacionados para a calha do rio Paranaíba coincidem com os pontos EMB-04, SSI-01, SSI-03 e SSI-04 do presente estudo. Na coluna PDBHRP total da Tabela 3, os dados correspondem às coletas realizadas na calha principal e em afluentes, nos estados de Minas Gerais e Goiás. Santos (1999) fez coletas em três pontos do reservatório de Itumbiara, reservatório que se localiza entre Emborcação e São Simão. Vono (2002) realizou coletas ao longo do rio Araguari, do rio Quebra-Anzol até o 12

15 remanso do reservatório de Itumbiara e afluentes desse trecho. Na coluna 2005, que se refere ao presente trabalho, considera as coletas realizadas nas áreas de influência das UHE São Simão e Emborcação. Tabela 3. Lista atualizada das espécies de peixes do rio Paranaíba, com base nos dados atuais e da literatura disponível. Espécie Godinho et al., 1991 Bazzoli et al., 1991 Alves & Santos, 1997 Dergam et al., 1999 Calha Dergam et al., 1999 Total Santos, Acestrorhynchus lacustris X X X X X X X 2 Ageneiosus valenciennesi X X X 3 Apareiodon affinis X X X X 4 Apareiodon ibitiensis X X 5 Apareiodon piracicabae X X X X X 6 Aphyocharax cf. anisitsi X X X 7 Apteronotus brasiliensis X X X 8 Astronotus ocellatus X 9 Astyanax altiparanae X X X X X X X X 10 Astyanax eigenmaniorum X 11 Astyanax fasciatus X X X X X X X X 12 Astyanax scabripinnis X X 13 Astyanax schubartii X 14 Astyanax sp. X 15 Brycon nattereri X X 16 Brycon orbignyanus X X X 17 Bryconamericus stramineus X X X X X 18 Cetopsorhamdia iheringi X 19 Characidium aff. zebra X X 20 Characidium fasciatum X X 21 Characidium sp. X 22 Charax cf. leticiae X 23 Cichla sp. X X X X X X 24 Cichlasoma facetum X 25 Cichlasoma paranaense X X X X 26 Corydoras sp. X 27 Crenicichla haroldoi X X 28 Crenicichla jaguarensis X 29 Crenicichla sp. X 30 Ctenopharyngodon idella X 31 Cyphocharax gillii X 32 Cyphocharax modestus X X X 33 Cyphocharax nagelii X X X X 34 Cyprinus carpio X 35 Eigenmannia virescens X X X X X 36 Erythrinus erythrinus X 37 Galeocharax knerii X X X X X X X 38 Geophagus brasiliensis X X 39 Geophagus surinamensis X X X X (continua) Vono,

16 Tabela 3. (continuação) Espécie Godinho et al., 1991 Bazzoli et al., 1991 Alves & Santos, 1997 Dergam et al., 1999 Calha Dergam et al., 1999 Total Santos, Gymnotus carapo X X X X 41 Hemigrammus marginatus X X X 42 Hemisorubim platyrhynchos X X 43 Heptapterus sp. 1 X 44 Heptapterus sp. 2 X 45 Hoplerithrynus unitaeniatus X X 46 Hoplias lacerdae X X X X X 47 Hoplias malabaricus X X X X X X X X 48 Hoplosternum littorale X X X X 49 Hyphessobrycon eques X 50 Hyphessobrycon sp. X 51 Hypostomus albopuctatus X 52 Hypostomus ancistroides X 53 Hypostomus cf. margaritifer X 54 Hypostomus cf. strigaticeps X 55 Hypostomus variipictus X 56 Hypostomus spp. X X X X X X X X 57 Iheringichthys labrosus X X X X X X X 58 Leporellus vittatus X X X X X 59 Leporinus amblyrhynchus X X X X X 60 Leporinus elongatus X X X X X X X 61 Leporinus friderici X X X X X X X X 62 Leporinus lacustris X X X 63 Leporinus macrocephalus X X X 64 Leporinus microphthalmus X 65 Leporinus obtusidens X 66 Leporinus octofasciatus X X X X X X X X 67 Leporinus paranensis X 68 Leporinus sp. X X X X X 69 Leporinus striatus X X X 70 Liposarcus cf. anisitsi X 71 Loricaria cf. carinata X 72 Loricariichthys sp. X 73 Megalancistrus parananus X X X X X 74 Megalonema platanus X 75 Metynnis maculatus X X X X X 76 Microlepidogaster sp. X 77 Micropterus salmoides X 78 Moenkhausia intermedia X X X X X X X 79 Myleus tiete X X X X X 80 Nannorhamdia schubarti X 81 Neoplecostomus paranensis X X 82 Odontostilbe microcephala X X X 83 Oligosarcus paranensis X 84 Oligosarcus pintoi X 85 Oreochromis sp. X 86 Parauchenipterus galeatus X (continua) Vono,

17 Tabela 3. (continuação) Espécie Godinho et al., 1991 Bazzoli et al., 1991 Alves & Santos, 1997 Dergam et al., 1999 Calha Dergam et al., 1999 Total Santos, Parodon tortuosus X X X 88 Phalloceros caudimaculatus X 89 Piabina argentea X X X X X 90 Piaractus mesopotamicus X 91 Pimelodella sp. X X X X X X X 92 Pimelodus cf. blochii X 93 Pimelodus fur X X X X X X X 94 Pimelodus maculatus X X X X X X X X 95 Pimelodus paranaensis X X X X 96 Pinirampus pirinampu X X X 97 Plagioscion squamosissimus X X X 98 Planaltina myersi X 99 Poecilia reticulata X 100 Prochilodus lineatus X X X X X X X X 101 Pseudauchenipterus nodosus X 102 Pseudocetopsis gobioides X 103 Pseudopimelodus mangurus X X X X 104 Pseudoplatystoma corruscans X X X X X 105 Rhamdia quelen X X X X X 106 Rhaphiodon vulpinus X X X 107 Rhinodoras dorbignyi X X X X X X X 108 Rineloricaria latirostris X X 109 Salminus hilarii X X X X X X X 110 Salminus maxillosus X X X X 111 Satanoperca pappaterra X X X X X 112 Schizodon altoparanae X 113 Schizodon borellii X X X 114 Schizodon nasutus X X X X X X X X 115 Serrapinnus heterodon X X X 116 Serrapinnus notomelas X X X X 117 Serrasalmus spilopleura X X X X X X X 118 Steindachneridion scripta X 119 Steindachnerina corumbae X 120 Steindachnerina insculpta X X X X X X 121 Sternopygus macrurus X 122 Synbranchus marmoratus X 123 Tatia aulopygia X 124 Tatia neivai X 125 Tilapia rendalli X X X X 126 Trichomycterus sp.1 X 127 Trichomycterus sp.2 X 128 Triportheus cf. angulatus X 129 Zungaro jahu X X Vono,

18 Para a padronização dos dados obtidos na literatura, foram realizadas algumas generalizações, tendo em vista atualizações sistemáticas e espécies identificadas precariamente ao nível de gênero: Astyanax bimaculatus = Astyanax altiparanae; Cichla ocellaris, Cichla monoculus e Cichla sp. = Cichla sp.; Metynnis sp. = Metynnis maculatus; Prochilodus scrofa = Prochilodus lineatus; Satanoperca jurupari = Satanoperca pappaterra; Schizodon intermedius = Schizodon borellii; Curimata insculpta = Steindachnerina insculpta; várias espécies de cascudos do gênero Hypostomus = Hypostomus spp.; Aphyocharax difficilis = Aphyocharax cf. anisitsi; Characidium sp.1 e Characidium sp. 2 = Characidium sp.; Geophagus sp. = Geophagus surinamensis; Steindachnerina sp. = Steindachnerina corumbae; Tilapia sp. = Tilapia rendalli; Cheirodon piaba = Serrapinnus notomelas; Pseudopimelodus sp. = Pseudopimelodus zungaro; Rhamdia hilarii = Rhamdia quelen; Neoplecostomus sp. = Neoplecostomus paranensis; Rineloricaria sp. = Rineloricaria latirostris; Pseudopimelodus zungaro = Pseudopimelodus mangurus. Para Agostinho & Júlio Jr. (1999) os levantamentos de ictiofauna na bacia do rio Paraná (à qual pertence o rio Paranaíba) são incompletos, assim como nas outras grandes bacias hidrográficas brasileiras. Esses autores afirmam que a fauna da porção brasileira da bacia do Paraná é composta por mais de 250 espécies. Os dados compilados nesse item revelam a ocorrência de pelo menos 129 espécies de peixes para a bacia do rio Paranaíba. O número pode ser considerado representativo para o que se conhece sobre a fauna de peixes do Paraná Superior, mesmo considerando que não há informações sobre todos os ambientes e tributários do trecho entre a nascente e o encontro com o rio Grande. Diante do conhecimento disponível sobre a fauna do Paraná Superior, e do próprio rio Paranaíba, as quarenta e uma espécies diagnosticadas na área de influência da UHE São Simão representam uma parcela pequena da comunidade de peixes da região. A intensificação das amostragens, com coletas na calha e tributários, em várias épocas do ano e por mais tempo (vários ciclos hidrológicos), poderão trazer informações mais consistentes sobre a ictiofauna. 16

19 Fotografia 10 Fotografia 11 Fotografia 12 Fotografia 13 Fotografia 14 Fotografia 15 Fotografia 16 Legendas: Fotografia 10 canivete (Apareiodon piracicabae); Fotografia 11 sagüiru (Cyphocharax gillii); Fotografia 12 curimba (Prochilodus lineatus); Fotografia 13 cachorra (Rhaphiodon vulpinus); Fotografia 14 piapara (Leporinus elongatus); Fotografia 15 piau (Leporinus friderici); Fotografia 16 solteira (Leporellus vittatus). 17

20 Fotografia 17 Fotografia 18 Fotografia 19 Fotografia 20 Fotografia 21 Fotografia 22 Fotografia 23 Fotografia 24 Legendas: Fotografia 17 timburé (Leporinus sp.n); Fotografia 18 (Characidium aff. zebra); Fotografia 19 lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax. altiparanae); Fotografia 20 lambari-dorabo-vermelho (Astyanax fasciatus); Fotografia 21 taguara (Schizodon nasutus); Fotografia 22 piava (Schizodon borellii); Fotografia 23 tabarana (Salminus hilarii); Fotografia 24 pirambeba (Serrasalmus spilopleura). 18

21 Fotografia 25 Fotografia 26 Fotografia 27 Fotografia 28 Fotografia 29 Fotografia 30 Fotografia 31 Fotografia 32 Legendas: Fotografia 25 traíra (Hoplias malabaricus); Fotografia 26 jeju (Erythrinus erythrinus); Fotografia 27 cascudo (Hypostomus sp.1); Fotografia 28 cascudo (Hypostomus sp.3); Fotografia 29 mandi-amarelo (Pimelodus maculatus); Fotografia 30 barbado (Pinirampus pirinampu); Fotografia 31 apaiari (Astronotus ocellatus); Fotografia 32 tucunaré (Cichla sp.). 19

22 Fotografia 33 Fotografia 34 Fotografia 35 Fotografia 36 Fotografia 37 Fotografia 38 Fotografia 39 Fotografia 40 Legendas: Fotografia 33 pequira (Aphyocharax anisitsi); Fotografia 34 piracanjuba (Brycon orbignyanus); Fotografia 35 peixe-cachorro (Charax cf. leticiae); Fotografia 36 pacu (Metynnis maculatus); Fotografia 37 cascudo-abacaxi (Liposarcus cf. anisitsi); Fotografia 38 cascudo-abacaxi (Megalancistrus parananus); Fotografia 39 bagre (Rhamdia quelen); Fotografia 40 bico de pato (Hemisorubim platyrhynchos). 20

23 Fotografia 41 Fotografia 42 Fotografia 43 Fotografia 44 Fotografia 45 Fotografia 46 Legendas: Fotografia 41 mandi-serrudo (Rhinodoras dorbignyi); Fotografia 42 (Crenicichla sp.); Fotografia 43 Acará (Geophagus surinamensis); Fotografia 44 zoiúdo (Satanoperca pappaterra); Fotografia 45 corvina (Plagioscion squamosissimus); Fotografia 46 barbado emalhado na rede de pesca. 21

24 Ocorrência de Espécies Ameaçadas Das 41 espécies registradas na área de influência da UHE São Simão, uma encontra-se ameaçada de extinção, com base na Lista Nacional das Espécies de Invertebrados Aquáticos e Peixes Ameaçados de Extinção (MMA, 2004), na Lista Oficial da Fauna Ameaçada de Extinção de Minas Gerais (Lins et al., 1997) e no Livro Vermelho das Espécies Ameaçadas de Extinção da Fauna de Minas Gerais (Machado et al. 1998): a piracanjuba (Brycon orbignyanus). Esse fato deve ser considerado quando forem elaborados programas de manejo e monitoramento da ictiofauna do rio Paranaíba. Essas listas mencionam algumas espécies cuja ocorrência é possível na bacia do rio Paranaíba. São elas: a pirapitinga Brycon nattereri, pacu-prata Myleus tiete, surubim Steindachneridion scripta, Sternarchorhynchus britski, Crenicichla jupiaiensis e ainda o jaú Zungaro jahu. Áreas Prioritárias para Conservação em Minas Gerais A área da UHE São Simão não está entre as Áreas Prioritárias para Conservação do Estado de Minas Gerais. Porém, outros trechos da bacia foram relacionados em Costa et al. (1988): Alto Quebra Anzol, Baixo Araguari, Bacia do Rio Tijuco e Alto Paranaíba (Figura 3). Esse último trecho situa-se imediatamente a montante do reservatório de Emborcação, constituindo-se no último grande trecho verdadeiramente lótico remanescente na calha do rio Paranaíba. Os demais são menores e localizam-se entre reservatórios e barragens. Entre as áreas designadas como prioritárias para a conservação da biodiversidade da biota aquática nos biomas do Cerrado e Pantanal, também figura o Alto Paranaíba (MMA, 1999). 22

25 BIO-AMBIENTAL Figura 3. Áreas Prioritárias para Conservação em Minas Gerais na bacia do rio Paranaíba (1998): (3) Alto Quebra Anzol, (4) Baixo Araguari, (5) Alto Paranaíba, (6) Bacia do Rio Tijuco e (29) Córrego do Bonito. Recente revisão desse documento, publicado por Drumond et al. (2005) as áreas da bacia mencionadas foram agrupadas em remanescentes lóticos do rio Paranaíba (Figura 4) que engloba 3 das áreas mencionadas em 1998: Alto Quebra Anzol, Alto Paranaíba e Bacia do Rio Tijuco. A área do baixo rio Araguari foi retirada, tendo em vista a transformação do trecho pela instalação das Usinas de Capim Branco I e II. O Córrego do Bonito foi incorporado na área do Alto Paranaíba. No estado de Goiás, na margem direita do rio Paranaíba, ainda não foram designadas oficialmente áreas prioritárias para conservação e espécies ameaçadas, embora se saiba que já existem iniciativas nesse sentido. 23

26 Figura 4. Áreas Prioritárias para Conservação em Minas Gerais na bacia do rio Paranaíba (2005): (24) Remanescentes Lóticos do Rio Paranaíba. 24

27 Distribuição das Espécies A distribuição das espécies coletadas nos 4 pontos de amostragem é apresentada na Tabela 4. Tabela 4. Distribuição das espécies nos pontos de amostragem na área de influência da UHE São Simão, em outubro de Espécie SSI-01 SSI-02 SSI-03 SSI-04 1 Apareiodon piracicabae X 2 Aphiocharax cf. anisitsi X 3 Astronotus ocellatus X 4 Astyanax altiparanae X X X X 5 Astyanax fasciatus X 6 Brycon orbignyanus X 7 Characidium aff. zebra X 8 Charax cf. leticiae X 9 Cichla sp. X X X 10 Crenicichla sp. X X 11 Cyphocharax gillii X X 12 Erythrinus erythrinus X 13 Geophagus surinamensis X X X 14 Hemigrammus marginatus X X 15 Hemisorubim platyrhynchos X 16 Hoplias malabaricus X X X X 17 Hypostomus sp. 1 X 18 Hypostomus sp. 2 X 19 Hypostomus sp. 3 X 20 Hypostomus sp. 4 X 21 Hypostomus sp. 5 X 22 Leporellus vittatus X 23 Leporinus elongatus X 24 Leporinus friderici X X X 25 Leporinus octofasciatus X 26 Leporinus sp. X 27 Liposarcus cf. anisitsi X 28 Megalancistrus parananus X X 29 Metynnis maculatus X X 30 Pimelodus maculatus X X X 31 Pinirampus pirinampu X X 32 Plagioscion squamosissimus X X X X 33 Prochilodus lineatus X X 34 Rhamdia quelen X 35 Rhaphiodon vulpinus X X 36 Rhinodoras dorbignyi X 37 Salminus hilarii X 38 Satanoperca pappaterra X X 39 Schizodon borellii X X 40 Schizodon nasutus X 41 Serrasalmus spilopleura X X X Total de espécies

28 Os pontos com maior número de registros foram SSI-01, representativo do trecho lótico de montante do reservatório da UHE São Simão, e SSI-02, localizado na porção média do reservatório. Esse segundo ponto, localizado no braço do rio Tijuco, apresentava-se com águas turvas, por influência das precipitações ocorridas em dias anteriores. O ponto do reservatório próximo à barragem (SSI- 03) e o localizado imediatamente a jusante da barragem apresentaram os menores números de espécies. Nos pontos do reservatório (SSI-02 e SSI-03) houve predomínio de espécies adaptadas ao ambiente lêntico. Nos trechos lóticos ocorreram espécies tipicamente migratórias, como a curimba (Prochilodus lineatus) e barbado (Pinirampus pirinampu) ou reofílicos como a solteira (Leporellus vittatus). O baixo número de espécies no ponto de jusante da barragem (SSI-04) pode ser atribuído à grande concentração de pelo menos 6 espécies tipicamente piscívoras e pelas dificuldades de amostragem (velocidade alta da água e grandes variações no nível da água em função da regra operativa da usina). As únicas três espécies que ocorreram nos quatro pontos foram o lambarido-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae), a traíra (Hoplias malabaricus) e a corvina (Plagioscion squamosissimus), todas de distribuição ampla, sendo as duas primeiras nativas e a última exótica à bacia do rio Paranaíba. Vinte e três espécies (que representaram 56%) ocorreram em apenas um dos locais. É esperado que, com a intensificação das amostragens, os registros aumentem e que as espécies apresentem uma distribuição mais ampla pelos pontos. Dados Biométricos Considerando-se os dados absolutos, indistintamente os tipos de coleta (qualitativas e quantitativas), as espécies mais abundantes em número foram o lambari (Astyanax fasciatus) e a piaba (Hemigrammus marginatus). Em biomassa as quatro espécies mais representativas foram a corvina (Plagioscion squamosissimus), barbado (Pinirampus pirinampu), piau (L. friderici) e curimba (P. lineatus). Os maiores indivíduos foram de barbado e curimba peso de 5,15 e 3,6 kg, respectivamente. Os dados são apresentados na Tabela 5. 26

29 Tabela 5. Número de indivíduos, amplitudes de comprimento padrão (CP, em centímetros) e peso corporal (PC, em gramas) e biomassa total por espécie capturada na área de influência da UHE São Simão, em outubro de Espécies N CP Mín CP Máx PC Mín PC Máx Biomassa Total Apareiodon piracicabae 1 10,3 10,3 15,49 15,49 15,49 Aphiocharax cf. anisitsi 1 5,3 5,3 2,60 2,60 2,60 Astronotus ocellatus 1 22,0 22,0 609,00 609,00 609,00 Astyanax altiparanae 17 5,9 9,0 5,78 23,16 190,67 Astyanax fasciatus 208 1,3 2,9 0,01 0,42 29,85 Brycon orbignyanus 2 27,8 29,5 403,00 507,00 910,00 Characidium aff. zebra 2 1,8 2,7 0,05 0,09 0,14 Charax cf. leticiae 7 6,0 9,8 3,44 18,17 82,34 Cichla sp. 9 10,0 22,5 18,90 286,00 939,24 Crenicichla sp. 2 8,6 13,0 12,97 43,00 55,97 Cyphocharax gillii 13 5,4 8,6 4,00 19,67 143,99 Erythrinus erythrinus 6 8,6 13,2 16,57 60,63 231,51 Geophagus surinamensis 22 6,7 16,0 8,69 155,00 794,93 Hemigrammus marginatus 149 1,6 3,6 0,10 0,98 62,99 Hemisorubim platyrhynchos 1 33,8 33,8 554,00 554,00 554,00 Hoplias malabaricus 7 10,6 27,7 21,21 355, ,67 Hypostomus sp ,7 13,5 35,72 56,25 200,57 Hypostomus sp ,2 14,7 67,77 80,94 148,71 Hypostomus sp ,1 15,2 52,82 85,00 217,61 Hypostomus sp ,5 14,4 37,00 91,00 533,00 Hypostomus sp ,1 11,1 43,00 43,00 43,00 Leporellus vittatus 1 16,3 16,3 75,00 75,00 75,00 Leporinus elongatus 4 14,6 16,6 70,94 108,25 365,69 Leporinus friderici 14 12,0 34,4 39,00 975, ,34 Leporinus octofasciatus 1 11,3 11,3 30,00 30,00 30,00 Leporinus sp. 4 11,9 12,5 26,00 33,00 117,00 Liposarcus cf. anisitsi 3 6,5 25,2 7,25 534,00 987,25 Megalancistrus parananus 3 19,5 34,0 223, , ,00 Metynnis maculatus 20 4,4 14,3 3,67 154,00 447,84 Plagioscion squamosissimus 36 9,3 39,0 15, , ,00 Pimelodus maculatus 16 8,2 27,2 9,46 398, ,94 Pinirampus pirinampu 2 27,3 58,0 316, , ,09 Prochilodus lineatus 2 20,5 45,3 214, , ,00 Rhamdia quelen 2 14,5 16,5 47,00 73,00 120,00 Rhaphiodon vulpinus 5 35,0 49,5 264, , ,00 Rhinodoras dorbignyi 4 11,6 14,7 32,00 62,00 175,00 Salminus hilarii 1 22,1 22,1 180,00 180,00 180,00 Satanoperca pappaterra 14 5,3 16,4 4,78 148,26 538,42 Schizodon borellii 3 22,0 26,5 215,00 397,00 874,00 Schizodon nasutus 1 15,5 15,5 66,00 66,00 66,00 Serrasalmus spilopleura 19 5,1 17,5 4,00 184,00 808,00 Characidae (jovem) 2 1,6 1,8 0,03 0,17 0,20 Total ,05 27

30 Uma importante informação associada à biometria das espécies é a ocorrência de indivíduos jovens. Juntamente com dados de estádios de maturação gonadal podem comprovar a conclusão do processo reprodutivo e o recrutamento (incorporação de novos indivíduos à população por meio da reprodução). Das 41 espécies, 17 (41,5%) tiveram jovens capturados (<10 g). Foram capturados 624 exemplares que totalizaram mais de 43 kg de peixes. Riqueza, Diversidade e Similaridade Ictiofaunística A Figura 5 apresenta os resultados das análises de riqueza e diversidade de espécies de peixes, nos quatro pontos de amostragem. Quali se refere ao número de espécies coletadas nas amostragens qualitativas, Quanti ao número de espécies nas amostragens quantitativas, Riqueza total ao número total observado em cada ponto e Diversidade o valor calculado para o índice de Shannon-Weaver. Na área de estudos, observou-se maior riqueza das amostragens qualitativas no ponto SSI-02. Nesse local, na porção média do reservatório de São Simão, foi possível amostrar a margem (com arrasto, peneira e tarrafa), além de algumas poças laterais que estavam com água e ainda concentravam peixes resistentes. Aí foram capturadas várias espécies exclusivas (9) para a lista de São Simão, entre as quais destaca-se o jeju (Erythrinus erythrinus). Nas amostragens quantitativas, com redes de emalhar, observou-se um equilíbrio nos valores, o mesmo ocorrendo com o índice de diversidade. Índices de diversidade consideram, além da riqueza, a proporção entre o número de indivíduos de cada espécie (eqüitabilidade). Como não houve nítida dominância de espécies e os valores de riqueza foram próximos, o cálculo de H redundou em valores também semelhantes. Na coluna riqueza total, que representa as amostragens qualitativas e quantitativas em conjunto, a boa amostragem qualitativa em SSI-02 fez refletir no maior valor encontrado nesse ponto. 28

31 UHE São Simão - Rio Paranaíba (outubro/2005) BIO-AMBIENTAL 2,5 30 Riqueza (nº de espécies) SSI-01 SSI-02 SSI-03 SSI-04 Locais de coleta (montante --> jusante) 2 1,5 1 0,5 0 Diversidade (H ) Quali Quanti Riqueza total Diversidade Figura 5. Número de espécies verificadas nas amostragens qualitativas e quantitativas, total, e índice de Diversidade de Shannon-Weaver (H ) por ponto de amostragem na área de influência da UHE São Simão, em outubro de Na área da UHE São Simão, os pontos da barragem e imediatamente a jusante desta apresentaram maior similaridade na composição de espécies: o primeiro (SSI-03), com características tipicamente lênticas, e o outro (SSI-04) com uma fauna pobre provavelmente em decorrência da concentração de piscívoros de grande porte (Figura 6). O ponto de composição mais diferente foi SSI-01, localizado imediatamente a jusante da UHE Cachoeira Dourada, com características lóticas mas altamente influenciado pela flutuação da vazão da usina. O ponto intermediário do reservatório (SSI-02), que se mostrou influenciado pelo rio Tijuco, como dito anteriormente, ficou numa posição intermediária. 29

32 UHE São Simão - Rio Paranaíba (outubro/2005) BIO-AMBIENTAL SSI-01 SSI-02 SSI-03 SSI-04 3,4 3,6 3,8 4,0 4,2 4,4 4,6 4,8 5,0 5,2 5,4 Distância Euclidiana - método de ligação completa Figura 6. Dendrograma de similaridade ictiofaunística entre os pontos de amostragem na área de influência da UHE São Simão, em outubro de Capturas por Unidade de Esforço Os dados a serem apresentados nesse item se referem exclusivamente às coletas quantitativas, ou seja, com redes de espera. Esse petrecho de pesca, por permitir a medição e padronização do esforço de pesca, admite a quantificação das capturas. A tabela de esforço foi apresentada no item Metodologia (Tabela 2). A análise da Captura por Unidade de Esforço (CPUE) em número e biomassa por local de amostragem é apresentada na Figura 7. Na área da UHE São Simão os pontos do reservatório (SSI-02 e SSI-03) foram os que mais se destacaram nas capturas em número. Porém, apesar de também terem expressiva captura em biomassa, ficaram abaixo da CPUEb do ponto SSI-04 (jusante da barragem). Nesse local há concentração de espécies de maior porte, destacadamente de piscívoros, ou seja, mesmo com baixa CPUEn o ponto se mostrou altamente produtivo em biomassa. 30

33 UHE São Simão - Rio Paranaíba (outubro/2005) BIO-AMBIENTAL SSI - 01 Locais de amostragem SSI - 02 SSI - 03 SSI CPUEn (ind./100 m²) 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 CPUEb (kg/100 m²) Figura 7. Captura por Unidade de Esforço (CPUE), em número e biomassa, por local de amostragem na área de influência da UHE São Simão, em outubro de Na Figura 8 estão representados os valores das capturas por tamanho de malha utilizada na área da UHE São Simão, com todos os pontos em conjunto. O padrão normal é de maiores valores nas malhas pequenas (grande número de espécies de pequeno porte) e valores altos de CPUE em biomassa nas malhas que capturam grandes volumes de peixes pequenos ou poucos indivíduos de grande porte. Excetuando-se a malha 14 cm, que não registrou capturas em nenhum dos 4 pontos amostrados, todas as demais se mostraram produtivas. As maiores CPUEn ocorreram mas malhas 4 e 5 cm, e na CPUEb houve um maior equilíbrio nos valores. A malha 8 cm foi a que apresentou a mais elevada CPUEb. Geralmente, as portarias que regulamentam a pesca profissional, permitem a utilização de malhas de tamanho 7 cm e superiores, dependendo da região. As informações sobre o tamanho dos peixes que são capturados nas malhas mais produtivas podem auxiliar na avaliação dos efeitos da pesca na manutenção das populações de espécies de importância comercial. Dos peixes capturados nas malhas 7, 8 e 10 cm, alguns foram registrados em tamanho inferior ao permitido para a espécie na legislação (ex. curimba). Fatos como esse demonstram a necessidade de maior fiscalização e educação para que os pescadores respeitem a legislação. 31

34 UHE São Simão - Rio Paranaíba (outubro/2005) Locais de amostragem CPUEn (ind./100 m²) CPUEb (kg/100 m²) Figura 8. Captura por Unidade de Esforço (CPUE), em número e biomassa, por tamanho de malha na área de influência da UHE São Simão, em outubro de As CPUE em número e biomassa por espécie são apresentadas nas Figuras 9 e 10, respectivamente. UHE São Simão - Rio Paranaíba (outubro/2005) Plagioscion squamosissimus Serrasalmus spilopleura Leporinus friderici Pimelodus maculatus Geophagus surinamensis Hypostomus sp.4 Rhaphiodon vulpinus Cichla sp. Rhinodoras dorbignyi Metynnis maculatus Outros 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 CPUEb (kg/100 m²) Figura 9. Captura por Unidade de Esforço (CPUE), em número, por espécie na área de influência da UHE São Simão, em outubro de

35 UHE São Simão - Rio Paranaíba (outubro/2005) Plagioscion squamosissimus Pinirampus pirinampu Leporinus friderici Prochilodus lineatus Megalancistrus aculeatus Rhaphiodon vulpinus Pimelodus maculatus Hoplias malabaricus Liposarcus anisitsi Brycon orbignyanus Outros 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 CPUEb (kg/100 m²) Figura 10. Captura por Unidade de Esforço (CPUE), em biomassa, por espécie na área de influência da UHE São Simão, em outubro de Na CPUEn, a corvina foi a mais capturada, com mais do dobro da segunda espécie, a pirambeba (Serrasalmus spilopleura). Em seguida vieram: o piau (Leporinus friderici), o mandi-amarelo (Pimelodus maculatus) e o acará (geophagus surinamensis) Principalmente nos pontos do reservatório, onde o ambiente lêntico favorece aquelas de menor porte, baixa longevidade e elevado potencial reprodutivo (Agostinho et al., 1992), era esperada uma participação mais relevante das espécies menores. Dentre as dez espécies mais abundantes em número, somente o pacu é de pequeno porte. As demais estão junto daquelas espécies agrupadas em outros. A ausência de espécies de pequeno porte entre as espécies mais capturadas em número, aliada à informação da malha 3 cm não ter sido a mais produtiva na CPUEn por tamanho de malha (esse resultado era esperado), pode ser um indício de alteração na estrutura das comunidades de peixes na área de influência da UHE São Simão. Entre outras causas pode estar a introdução de espécies exóticas de grande porte como o tucunaré e a corvina, aliada à expansão da distribuição do barbado. Essa hipótese poderá ser comprovada com a continuidade do monitoramento e ser especificamente testada no futuro. 33

36 Em biomassa, as espécies mais representativas todas são de médio a grande porte. Novamente a corvina foi a mais capturada com mais do dobro da segunda colocada. A ela seguem o barbado, piau e curimba. Nenhuma espécie de pequeno porte foi representada entre as 10 maiores CPUEb, principalmente por não terem ocorrido em baixa freqüência numérica. O acompanhamento mais intenso da comunidade ictiofaunística, com amostragens por maior período de tempo e em diferentes épocas do ano poderá trazer informações mais conclusivas a respeito dos dados apresentados. As relações ecológicas entre as populações que habitam a mesma área são extremamente dinâmicas e de difícil interpretação. Os resultados alcançados na presente campanha são importantes e poderão utilizados em futuras comparações, desde que sejam mantidas as características da amostragem, locais de coleta, petrechos de pesca, etc. Essas informações podem subsidiar, por exemplo, a avaliação da necessidade de instalação de mecanismo de transposição, dos efeitos de espécies exóticas sobre a fauna nativa, entre outras. Aspectos da Reprodução das Espécies Inicialmente, é importante ressaltar que as análises a serem apresentadas refletem as condições reprodutivas das espécies na época da amostragem. Outubro é um mês caracterizado pelo início do período chuvoso e aumento das temperaturas, fatores que afetam a reprodução de peixes de água doce. Em geral, o período reprodutivo é de novembro a fevereiro (Miyamoto, 1990; Vazzoler & Menezes, 1992; Lamas, 1993). Em outubro os peixes se encontram em processo de maturação gonadal, para que a desova ocorra alguns meses adiante. A Figura 11 apresenta graficamente a freqüência relativa (%) dos Estádios de Maturação Gonadal (EMG) das espécies de peixes registrados na área de influência da UHE São Simão, priorizando a análise de indivíduos adultos ou com o porte compatível com a idade reprodutiva. 34

37 UHE São Simão - Rio Paranaíba (outubro/2005) BIO-AMBIENTAL 50 Freqüência de Ocorrência (%) A 2B 2C 4 Estádios de Maturação Gonadal (EMG) Figura 11. Freqüência relativa dos Estádios de Maturação Gonadal, das espécies capturadas na área de influência da UHE São Simão, em outubro de Foram analisados 78% dos indivíduos capturados nas amostragens quantitativas. Essa parcela dos exemplares coletados foi diagnosticada quanto a parâmetros reprodutivos. Em campo, o levantamento foi macroscópico e nos casos duvidosos esse diagnóstico foi confirmado em laboratório. Escalas disponíveis na literatura (Godinho, 1984; Vazzoler, 1996) foram adaptadas para determinação dos estádios de maturação gonadal (EMG) das espécies de interesse: as mais freqüentes e aquelas migradoras ou reofílicas, de maior importância para o presente estudo. Dessa forma, foram considerados os seguintes estádios: (1) repouso reprodutivo, (2A) maturação inicial, (2B) maturação intermediária. (2C) maturação avançada, e (4) desovado / esgotado. Os indivíduos em estádio de repouso representaram cerca de 40% do total. Entre eles estão os jovens, exemplares de pequeno porte que ainda não entraram em processo de maturação. Os três estádios que compreendem o processo de maturação dos ovários e testículos representaram aproximadamente 60% do total (2A = 30,3%, 2B = 25,2% e 2C = 4,2%). Poucos foram os indivíduos desovados (fêmeas) ou esgotados (machos), participando com menos de 1% do total 35

38 analisado e confirmando que a época de conclusão do ciclo é nos meses subseqüentes ao da amostragem. Diagnóstico da Pesca no Rio Paranaíba A pesca é uma atividade típica da região estudada. Tanto a pesca esportiva (de lazer) quanto a pesca comercial (profissional) são atividades disseminadas por toda a bacia e alguns afluentes principais. Sinais de declínio da pesca podem ser observados pela queda do número de pescadores, segundo entrevistas, e pelo maior controle e fiscalização por parte dos órgãos responsáveis (IEF, IBAMA e Polícia Ambiental). Também é de conhecimento geral que o estado de Goiás possui um aparato mais rígido nesse quesito. Espécies de maior porte, geralmente migradoras, e as que ocorrem em maior abundância, são as que apresentam maior importância comercial. Outra informação relevante se refere à pesca esportiva. Essa atividade foi incrementada após a introdução e estabelecimento do tucunaré (Cichla sp.), principalmente na área de São Simão. Essa situação também se repete na área de outros reservatórios da bacia do rio Paranaíba, caso do Itumbiara. A expansão dessa espécie ictiófaga ocorre em detrimento do declínio de espécies nativas migradoras e de mesmo hábito alimentar. Os dados da pesca profissional atestam esse fato. Os dados apresentados nesse item foram coletados através de entrevistas com pescadores profissionais ao longo do rio Paranaíba, nas áreas de influência das usinas de São Simão, Emborcação e Cachoeira Dourada (onde se localizou o ponto SSI-01) e complementados por relatório do Instituto Estadual de Florestas (IEF, 2003). Mesmo sendo uma atividade relativamente disseminada pela área pesquisada, e apesar dos esforços para normatização, fiscalização e controle, a pesca ainda não possui um programa contínuo de apontamento do desembarque pesqueiro e até é exercida em épocas e locais proibidos. O problema é agravado pelas constantes tentativas de burlar a lei e exercer ilegalmente a atividade. Em recente reportagem jornalística (Portela, 2005), constatou-se o desvio do 36

39 pagamento do seguro-desemprego a falsos pescadores. No último recadastramento da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP), encerrado em março de 2006, apenas 58% dos pescadores de Minas Gerais (9.500 dos inscritos) foram aprovados. O IEF-MG tem empregado esforços no sentido de implantação de um programa de monitoramento do desembarque pesqueiro 1. Essa iniciativa, porém, necessita de amparo legal, recursos financeiros, apoio das colônias, engajamento dos pescadores e informação para a população envolvida (educação ambiental). Na região estão localizadas duas colônias de pesca: Cachoeira Dourada GO (Z-07) e Chaveslândia MG (Z-08). Segundo o IEF, a primeira possui 403 pescadores e a segunda 600 pescadores cadastrados. Os valores do pescado na região estão representados na Tabela 6 com base nos dados obtidos na presente pesquisa e em dados secundários (IEF, 2003). O levantamento do IEF foi realizado nos municípios de Cachoeira Dourada, Ipiaçu, Santa Vitória e Grupiara, enquanto as entrevistas realizadas em outubro de 2005 foram realizadas na ponte sobre o rio Paranaíba, em Araguari (lado mineiro), em Grupiara, Três Ranchos, Ipiaçu, Chaveslândia e São Simão. Algumas informações obtidas junto aos pescadores são relevantes para o presente estudo. Os valores fornecidos são para venda em maiores quantidades, no atacado. Na jusante da UHE Emborcação o entrevistado informou que não se pesca mais o dourado e que o valor informado do pescado pode variar de acordo com a época do ano e da procura. Em Grupiara, no corpo do reservatório de Emborcação, dourado e pintado são capturados em pequena quantidade. Informaram ainda que barbados apareceram na região há cerca de 6 meses (início do ano de 2005), são pescados esporadicamente e possuem pequeno porte. Nessa região são encontradas plataformas flutuantes de pescadores amadores que fazem ceva para pescar piau, piapara, mandi, tucunaré e ocasionalmente tambaqui. Na balsa do reservatório de São Simão, no braço do rio Tijuco na travessia de Ipiaçu para Santa Vitória, dois pescadores apresentou o produto de 1 dia de trabalho: 18 kg de mandi e 23 kg de tilápia. Em Chaveslândia, Além dos dados de valor do pescado, foi obtida uma informação importante de um 1 - A lei de pesca do Estado de Minas Gerais (nº , de 17 de janeiro de 2002) prevê que compete ao IEF o monitoramento permanente do desembarque pesqueiro nas bacias do Estado. 37

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