A CONTRIBUIÇÃO DA DANÇA TERAPIA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA PERCEBIDA POR UM GRUPO DE MULHERES QUE FREQUENTAM A UNATI-UNICENTRO/G
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1 A CONTRIBUIÇÃO DA DANÇA TERAPIA NA MELHORA DA QUALIDADE DE VIDA PERCEBIDA POR UM GRUPO DE MULHERES QUE FREQUENTAM A UNATI-UNICENTRO/G Quélita Laurindo (UNICENTRO/G), Mayara Batista (UNICENTRO/G), Maria Regina Vargas (UNATI/G) Vânia Rosczinieski Brondani (orientadora), vania.brondani@hotmail.com Universidade Estadual do Centro-Oeste, Setor de Ciências da Saúde, Departamento de Educação Física, Guarapuava/PR. Palavras-chave: Dança Terapia, Qualidade de vida, Idosas. Resumo: O presente texto teve como objetivo expressar a contribuição da Dança Terapia, percebida por um grupo de mulheres que participam do Programa Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI/G). O estudo foi realizado através de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa. Constatou-se que a dança contribui na manutenção da saúde, no bem estar, na boa disposição para as atividades cotidianas e consequentemente na melhora da qualidade de vida. Introdução Com o constante aumento da população idosa, observado de forma vertiginosa nas últimas décadas, vem paulatinamente despertando a atenção de pesquisadores, do setor de serviços e do Estado, já que se tornou uma questão de magnitude no cenário brasileiro, ou melhor, tornou-se uma questão social. As projeções do percentual de idosos para as próximas décadas colocam a sociedade brasileira diante de um enorme desafio: o de proporcionar garantias efetivas para esta população que possam ser traduzidas em um aumento (ou manutenção) da sua qualidade de vida (MOREIRA, 2000). Assim, torna-se cada vez mais preocupante o fato de que a cada ano a população que pertence ao grupo da terceira idade cresce de forma acelerada e sem os devidos esclarecimentos a respeito dos benefícios que os exercícios físicos proporcionam a saúde das pessoas. Uma rotina ativa com simples tarefas, incluindo atividades leves individuais ou coletivas como caminhadas de baixa intensidade, utilização de escadas ao invés de elevadores, cuidar do jardim, atividades aquáticas, danças, viagens turísticas a lazer em geral, proporcionam uma melhoria na condição física e psicológica, auxiliando na realização de movimentos do dia-adia, tornando esses sujeitos prestativos em seu meio social e consciente enquanto cidadãos. Em vista destas informações, emerge a intenção de buscar subsídios que de fato evidenciem qual a contribuição do projeto de extensão intitulado Educação Física para a terceira idade para melhora na qualidade de vida percebida por um
2 grupo de mulheres que frequentam aulas de Dança Terapia do referido projeto junto a UNATI/G. Metodologia Este projeto de extensão está sendo realizado desde 2010 e tem possibilitado criar e recriar seus preceitos no decorrer de sua prática junto aos idosos. Assegurando assim, o aprofundamento dos conhecimentos obtidos em sala de aula por parte dos acadêmicos, a partir da aprendizagem prática dos conteúdos como o resultado do aprendido na teoria. Além disso, tem promovido a vivência prática dos conteúdos que envolvem a temática de Educação Física para a Terceira Idade, a partir do planejamento, organização e efetivação de um projeto que incentivou a integração entre acadêmicos das diversas séries do curso de Educação Física/bacharelado da UNICENTRO/G junto à comunidade externa da Universidade. Atualmente com a instauração do grupo de Dança Terapia, numa proposta de alegria e descontração, sem a pretensão de organizar apresentações ao público, mas de efetivamente dançar por prazer é que tem-se observado uma melhora geral na qualidade de vidas das participantes do projeto, dando origem à um estudo, que por sua vez, elucidasse a referida observação. O método de pesquisa utilizado, então, foi classificado como descritivo qualitativo, que teve como instrumento uma entrevista semiestruturada. O grupo é composto por aproximadamente 25 idosos, com idade aproximada entre 55 a 80 anos. A amostra foi composta por 10 mulheres que participam das aulas de Dança Terapia realizadas nas quartas-feiras à tarde, tendo a duração aproximada de 1h30min por semana. As mulheres participantes da pesquisa possuem características diferenciadas umas das outras: umas são aposentadas e não trabalham mais, somente fazem os serviços domésticos; outras ainda possuem sua própria profissão e algumas só curtem o prazer que a vida tem a lhes oferecer. Resultados Após a realização das entrevistas e a transcrição das mesmas, foram elaborados alguns gráficos demonstrativos, que são apresentados a seguir. A primeira informação solicitada foi a respeito da idade de cada uma. 59 anos 68 anos 60 anos 64 anos 65 anos 66 anos 73 anos 80 anos Gráfico 01 IDADE DAS PARTICIPANTES Fonte: Dados da Pesquisa 2012 Conforme o gráfico 01, observa-se que a faixa etária esteve entre 59 e 80 anos, havendo uma variação grande de idade dentro desta faixa etária. O que leva a corroborar com dados do IBGE (2001) que mostram que a população idosa
3 concentra maior proporção nas idades mais jovens, o que leva a crer, pelo que se constata é que esta faixa etária é a que mais se preocupa e busca recursos para um envelhecer saudável. 9% 9% 37% Prática de exercício físico Saúde 18% Convite de amigos Gosta de dançar Incentivo dos filhos 27% Gráfico 02 MOTIVOS QUE LEVARAM A PARTICIPAR DAS SESSÕES DE DANÇA TERAPIA Fonte: Dados da pesquisa 2012 Ao analisar o gráfico 02 é possível inferir que inúmeros são os motivos levam as entrevistadas a procurarem a Dança Terapia. Algumas delas aparentemente por terem consciência da importância da dança em relação à saúde. Outras, que iniciaram esta atividade por incentivo de amigos ou dos filhos, acabaram percebendo também, a contribuição da dança em suas vidas, ficando muito satisfeitas com a prática dessa atividade. Emerge como um diferencial o fato de que nessa modalidade de dança não há qualquer preocupação com a performance de movimento, já que não existe pretensão em apresentar as coreografias ao público, mas fazer amigos conforme o gráfico a seguir: 7% Melhor relacionamento entre as pessoas 26% Novas amizades e reencontro de antigas amizades Contato físico Conversar 27% União Gráfico 04 QUANTO À CONVIVÊNCIA SOCIAL Fonte: Dados da Pesquisa 2012 Todos os participantes dançam por prazer e é isso que garante o seu interesse e permanência no referido grupo. Inferência esta, que se reflete nas falas de todas as entrevistadas, através de comentários pertinentes a alegria e a satisfação em extravasar suas emoções e sentimentos por meio da dança. Conclusões Através da pesquisa realizada, constatou-se que o número de idosas em busca da dança como forma de terapia, com o intuito de promover a saúde e o bem estar vem crescendo à proporção que percebem melhoras em seu cotidiano. A partir do perfil traçado das idosas participantes da pesquisa, foi possível coletar informações pertinentes, sendo uma delas de que a faixa etária é bastante abrangente, o que se revela como um fator que torna o grupo heterogênio, o que por sua, vez não vem a prejudicar o trabalho realizado, já que se intenta é respeitar a individualidade dos sujeitos. Outra informação interessante, é que a maior parte delas, exercem como profissão as atividades domésticas e também realizam
4 atividades extras em seu tempo livre. Conforme a pesquisa realizada, vários são os fatores que levaram as idosas entrevistadas a procurar pela dança. Dentre eles, um dos fatores mais significativos encontrados é a busca pela saúde, ficando em segundo lugar a prática de um exercício físico e o convite de amigos. Em seguida, o gosto pela dança e o apoio da família. Através da análise das entrevistas com as participantes, foi possível perceber que realmente a dança contribui para a qualidade de vida percebida por estas idosas, no que se refere aos quatro aspectos: competência comportamental (auto cuidado, manejo de atividades rotineiras, competências expandidas), condições ambientais (adaptação ao ambiente), qualidade de vida percebida (avaliação subjetiva do funcionamento do corpo), bem estar subjetivo (relações entre as condições objetivas e o estado psicológico). Conforme os relatos, também contribui para o alivio de algias, com 90% de confirmação das entrevistadas. Na prevenção e recuperação de doenças, a maior parte das entrevistadas relatou que previne e também sentem-se recuperadas. Quanto à diminuição do consumo de medicamentos, sete das dez entrevistadas afirmaram que diminui. Quanto a contribuição para a facilidade de locomoção, 100% das idosas afirmaram que perceberam melhorias. Em síntese, o relato das entrevistadas ressalta que a dança terapia, além de ser uma atividade lúdica e prazerosa É bom para o corpo, para a mente e para a alma, de forma integral. Quanto à convivência social que a dança proporciona, as entrevistadas em suas falas, afirmam que há um melhor relacionamento entre as pessoas, o contato físico e a união, o reencontro e o descobrimento de novas amizades. Pode-se dizer que os idosos são mais felizes quando ativos na sociedade, o que provém da organização de condições que lhes permitam atuar de maneira independente. Assim, a dança quando praticada regularmente garante maior convivência social, estimulando o sentimento de integração, que seria sentir-se respeitado, valorizado, aceito pelo grupo a que pertence, reduzindo os problemas psicológicos, como a ansiedade e a depressão e demais problemas que são típicos dessa faixa etária. Contribuindo para a manutenção da saúde, o bem estar, a boa disposição para as atividades cotidianas e consequentemente a melhora da qualidade de vida. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégica. Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus: hipertensão arterial e diabetes mellitus. Brasília Ministério da Saúde, GARAUDY, R. Dançar a vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, MATSUDO, S. M. M. Avaliação do idoso: física e funcional. Londrina: Midiograf, MOREIRA, M. M. da S. Trabalho, qualidade de vida e envelhecimento. [Mestrado] Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional de Saúde Pública; p.
5 NERI, A. L. Qualidade de Vida e Idade Madura. Campinas: Papirus, 1993.
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