CONEXÕES DE CONHECIMENTO INTER-FIRMAS E INOVAÇÃO NA PROVÍNCIA DE PETRÓLEO E GÁS DA BACIA DE CAMPOS

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1 CONEXÕES DE CONHECIMENTO INTER-FIRMAS E INOVAÇÃO NA PROVÍNCIA DE PETRÓLEO E GÁS DA BACIA DE CAMPOS Bruno dos Santos Silvestre (DEI/PUC-Rio) bruss@ind.puc-rio.br Paulo Roberto Tavares Dalcol (DEI/PUC-Rio) prtd@ind.puc-rio.br O objetivo central deste artigo consiste em verificar a relação das conexões de conhecimento, estabelecidas entre atores para a implementação de mudanças tecnológicas na província de petróleo e gás da Bacia de Campos, a natureza e a intensiidade dessas conexões e como estas estão relacionadas com a postura tecnológica adotada pela firma. Duas hipóteses foram testadas. A hipótese 1 estabelece que, como se trata de um arranjo de firmas de uma indústria de alta tecnologia e onde muitos dos atores mais dinâmicos são representados por subsidiárias de empresas multinacionais, as conexões extraprovíncia são predominantes em número e intensidade às conexões intra-província. Já a hipótese 2 estabelece que quanto maior é a quantidade e a intensidade das conexões de conhecimento, mais inovadoras são as posturas tecnológicas adotadas. Para verificar estas hipóteses, foram realizados dez estudos de caso em firmas situadas nesta província, e pertencentes aos grupos de fornecedores de serviços de poço e equipamentos de poço, além da própria Petrobras. Com base nas dimenções-chave, pôde-se identificar indícios de que as conexões extra-província são predominantes para o grupo de fornecedores de seviços de poço. Além disso, verificou-se que quanto mais intensas forem as conexões de conhecimento, maior é a chance da firma desenvolver capacitações tecnológicas inovadoras. Palavras-chaves: Conexões de Conhecimento, Relacionamento Interfirmas, Mudanças Tecnológicas.

2 1. Introdução Este trabalho consiste em parte de um estudo empírico e concentra-se no segmento upstream de petróleo e gás situado na província da Bacia de Campos. É neste ambiente que este estudo busca inferir as interações entre variáveis complexas, tais como conexões inter-firmas, conhecimento, capacitações tecnológicas, mudanças tecnológicas e inovações. Grande parte das mudanças tecnológicas ocorridas neste segmento concentra-se no grupo de firmas que atuam no ramo de atividade caracterizado como fornecedores de serviços de poço (well services suppliers). Este grupo é formado por empresas fornecedoras de serviços especializados em perfuração, completação de poços de petróleo, serviços de fluidos para perfuração, além da operação, manutenção e reparo dos sistemas de produção. Um outro grupo de firmas bastante dinâmico tecnologicamente, que também é objeto deste estudo são os fornecedores de equipamentos para cabeça de poço (well-head equipments suppliers). Os equipamentos para cabeça de poço consistem nas estruturas e sistemas submarinos instalados na saída dos poços de produção de petróleo e gás e têm a finalidade de controlar a enorme pressão do óleo/gás expelido, direcioná-lo e bombeá-lo para o processamento. Tais sistemas são compostos de estrutura metálica bruta, tubos pelos quais o petróleo ou o gás irá escoar, válvulas, árvores de natal, manifolds, além de todo o sistema de controle e segurança de poço. Por esse motivo, esses dois grupos de firmas foram escolhidos como foco do trabalho de campo, além da própria Petrobras, que é a empresa âncora da província. O objetivo central deste artigo consiste em verificar a relação entre a as conexões de conhecimento, estabelecidas com outros atores para a implementação de mudanças tecnológicas na província de petróleo e gás, a natureza (intra ou extra-província) e a intensidade (fortes ou fracas) dessas conexões e como estas estão relacionadas com a postura tecnológica adotada pelas firmas ali localizadas. A importância do conhecimento e, conseqüentemente, das conexões de conhecimento, para as firmas é singular em virtude de ser uma das principais fontes para o processo de aprendizagem das firmas (e para absorção de conhecimento). Por meio da aprendizagem tecnológica, as firmas têm a possibilidade de desenvolver capacitações tecnológicas, que as permitem apresentar uma postura tecnológica mais ativa, sendo capazes de realizar adaptações de projeto ou mesmo a inovar em relação a essas tecnologias. Duas hipóteses foram estabelecidas e testadas neste estudo. A hipótese 1 estabelece que, como se trata de um arranjo de firmas atuantes em uma indústria de alta tecnologia e onde muitos dos atores mais dinâmicos são representados por subsidiárias de empresas multinacionais, as conexões extra-província (estabelecidas com atores externos à província de petróleo e gás da Bacia de Campos) são predominantes em número e intensidade às conexões intra-província. Já a hipótese 2 estabelece que quanto maior é a quantidade de conexões de conhecimento estabelecidas em um evento tecnológico, com intensidades moderadas e/ou fortes, maior será o domínio da firma sobre a tecnologia em questão, adotando uma postura mais inovadora que as demais firmas. Esta hipótese corrobora a premissa de que nenhuma firma inova isoladamente e que estas absorvem significativamente capacitações tecnológicas de outros atores com os quais se relacionam. 2

3 Para avaliar essas hipóteses, foram realizados dez estudos de caso em firmas situadas na província de petróleo e gás da Bacia de Campos, tomando por base três dimenções-chave: a estrutura das conexões de conhecimento, a intensidade das conexões de conhecimento e a postura tecnológica adotada pelas firmas. 2. Arcabouço Teórico Os estudos relativos ao relacionamento inter-firmas podem ter como foco as estruturas de produção ou o sistema de conhecimento. As estruturas de produção podem ser definidas como os projetos de produtos, materiais, máquinas, força de trabalho e conexões de transação de mercado envolvidas na produção de bens e serviços em uma dada especificação. Por outro lado, todo o estoque de conhecimento dentro das firmas e os fluxos de conhecimentos entre as firmas (conexões de conhecimento) e dentro das firmas, nos quais se baseiam as mudanças nos tipos de bens produzidos e nos métodos que são utilizados para produzi-los, é denominado de sistema de conhecimento (BELL e ALBU, 1999). Para esses autores, o sistema de conhecimento engloba os fluxos de conhecimento, estoques de conhecimento e sistemas organizacionais envolvidos em gerar e gerir mudanças em produtos, processos e organização da produção (BELL e ALBU, 1999: 1723). A importância do conhecimento e, conseqüentemente, das conexões de conhecimento, não parece ser contestada na literatura. É necessário ressaltar que tão importante quanto a existência de um sistema de conhecimento robusto é a capacidade de absorção desse conhecimento pelas firmas (MALERBA e ORSENIGO, 2000; DAHL e PEDERSEN, 2001; ENGEN e OLSEN, 2004; GIULIANI, 2004). Por esses motivos este estudo apresenta um viés focado no sistema de conhecimento e não na estrutura de produção da província de petróleo e gás da Bacia de Campos. As conexões de conhecimento podem ser intra-província (estabelecida com um ator localizado dentro da própria província) ou extra-província (estabelecida com um ator localizado fora da província), conforme Quadro 1. A presença de conexão intra-província confere a estrutura a característica de internamente conectada, enquanto a presença de conexão extra-província confere a estrutura a característica de externamente conectada, ou aberta. A importância das conexões tanto intra quanto extra-província, para o processo de absorção do conhecimento e desenvolvimento de capacitaçõies tecnológicas, é bastante discutida e reconhecida na literatura da área (KIM e TUNZELMANN, 1998; BELL e ALBU, 1999; LANE, 2001; CIARLI, 2003). Tipo Intra-província Característica Extra-província Conexão de Conhecimento Conexão de conhecimento entre atores localizados dentro da própria aglomeração industrial, indicando relacionamentos entre as firmas localizadas na província. Conexão de conhecimento entre ator interno e externo à aglomeração industrial (fora do Estado, região ou até mesmo do país), indicando uma estrutura de conexões aberta para o ambiente externo. Quadro 1: Natureza das Conexões de Conhecimento Essas conexões podem ainda ser classificadas por suas intensidades, conforme estudos encontrados na literatura, tais como Athreye (2001), Baldwin e Hanel (2003) - Quadro 2. Para Viotti (2002), as firmas apresentam posturas tecnológicas que podem ser ativas ou passivas, de acordo com os tipos de conexões encontrados. A postura de absorção ativa está baseada no esforço deliberado em entender e dominar o fluxo de conhecimento recebido, por meio de investimento de dinheiro e tempo (conexões de intensidades fortes e moderadas). Na 3

4 forma passiva, o esforço para entender e dominar o fluxo de conhecimento recebido é mínimo e a absorção é automática e pouco custosa (conexões de intensidades fracas e muito fracas). O termo capacitação tecnológica é definido, para efeito deste trabalho, no sentido utilizado por Figueiredo (2003: 38), como os recursos necessários para gerar e administrar mudanças tecnológicas, tais como aptidões, conhecimento e experiência, e sistemas organizacionais. Do mesmo modo, utiliza-se uma desagregação de dois tipos diferentes de capacitações tecnológicas, conforme utilizado pelo autor na indústria siderúrgica nacional. Essa desagregação faz a distinção entre as capacitações tecnológicas rotineiras, conceituadas como as aptidões necessárias para usar a tecnologia, o conhecimento e os mecanismos organizacionais, e as capacitações tecnológicas inovadoras, que consistem em aptidões que permitem criar, modificar, ou aperfeiçoar produtos e processos. GRAU DE INTENSIDADE FORTE MODERADA FRACA MUITO FRACA CARACTERÍSTICAS Conexão relacionada com estabelecimento de instrumentos de cooperação formais em P&D (contratos). O estabelecimento deste tipo de conexão demonstra um esforço deliberado para dominar a tecnologia em questão. A aquisição de conhecimento e capacitações tecnológicas é intensa. Conexão relacionada com políticas de treinamento de técnicos e engenheiros no Brasil e no exterior, incorporando as capacitações tecnológicas à base de conhecimento da firma. O estabelecimento deste tipo de conexão demonstra uma postura mais ativa do que passiva da firma. A aquisição de conhecimento e capacitação tecnológicas é moderada. Conexão relacionada com a contratação de consultorias técnicas especializadas, tanto nacionais como estrangeiras. O estabelecimento deste tipo de conexão demonstra uma postura mais passiva do que ativa. A aquisição de conhecimento e capacitações tecnológicas é pequena. Conexão relacionada com a troca de informações e conhecimento tecnológico informalmente. O estabelecimento deste tipo de conexão demostra uma postura passiva, sem o esforço deliberado da firma em incorporar esse conhecimento de forma sistemática. A aquisição de conhecimento e capacitações tecnológicas é muito pequena. FONTE: Silvestre (2006) Quadro 2: Intensidade das Conexões de Conhecimento A absorção dessas capacitações tecnológicas pode habilitar as firmas, de diferentes maneiras, a ampliarem seu domínio tecnológico e, consequentemente, a inovar (WESTPHAL et al, 1985; LALL, 1992; BELL, 1984; BELL e PAVITT, 1995; DUTRENIT, 1998; ARIFFIN e BELL, 1999; ACHA, 2002). Como as inovações e a performance das firmas no mercado são dois elementos que apresentam evidências, por meio da literatura, que se correlacionam positivamente, em termos de rentabilidade, lucratividade, crescimento e permanência no mercado, é possível afirmar que conexões de conhecimento bem estabelecidas podem levar às firmas a uma performance superior por meio das inovações (NELSON e WINTER, 1982; FAGERBERG, 1994; AUDRETSCH, 1995; CEFIS, 2003; CEFIS e MARSILI, 2004). Neste estudo, as posturas tecnológicas representam o comportamento ou atitude da firma frente à tecnologia a ser por ela implementada: pode ser uma mera usuária de tecnologia desenvolvida em algum outro lugar, capaz de realizar adaptações menores, adaptações de projeto ou pode, ainda, ser capaz de inovar em relação àquela tecnologia (Quadro 3). Postura Tecnológica da Firma Apenas Usuária da Tecnologia Capaz de realizar adaptações menores Capaz de realizar adaptações de projeto Capaz de Inovar CARACTERÍSTICA Apenas utiliza uma tecnologia desenvolvida em algum outro lugar. Pode não ter interesse ou capacidade de desenvolver competência para fazer adaptações na tecnologia em questão. É capaz de realizar adaptações menores, no entanto, ainda detém insuficiente domínio sob a tecnologia em questão. Pode não ter interesse ou capacidade para desenvolver as competências tecnológicas inovadoras necessárias. É capaz de realizar adaptações maiores ou de projeto, detendo razoável domínio sob a tecnologia em questão. Pode não ter interesse ou capacidade para desenvolver competências para inovar. FONTE: Silvestre (2006) Quadro 3: Posturas Tecnológicas das Firmas É capaz de realizar inovações radicais, detendo domínio total da tecnologia em questão. 4

5 As firmas que são capazes de realizar adaptações de projeto e inovar em relação a uma tecnologia são aquelas que desenvolveram capacitações tecnológicas inovadoras e as colocam em prática (dominando-as e manipulando-as). De forma oposta, firmas que são meras usuárias ou são capazes de realizar adaptações menores utilizam apenas capacitações tecnológicas rotineiras, não possuindo domínio significativo sobre a mesma (SILVESTRE, 2006). Portanto, a intensidade das conexões de conhecimento estabelecidas pela firma, como visto no Quadro 2, pode ser fonte de geração e absorção de conhecimento, fazendo com que ela desenvolva capacitações tecnológicas inovadoras e seja capaz de fazer adaptações de projeto ou até mesmo inovações radicais, incrementando sua performance no mercado de atuação. 3. Metodologia Dez estudos de caso foram realizados na província de petróleo e gás da Bacia de Campos. A unidade de coleta de dados consistiu nas mudanças tecnológicas implementadas por essas firmas na província. Essa estratégia foi adotada no sentido de fornecer praticidade na referida fase. Na ocasião das entrevistas o foco foi direcionado para eventos tecnológicos específicos (mudanças tecnológicas implementadas) e não para a firma como um todo, conforme estratégia usada por Baldwin e Hanel (2003). Os eventos foram identificados pelo próprio entrevistado (informante-chave), representando, portanto, as principais mudanças tecnológicas implementadas nos últimos anos por aquela empresa na província. Na medida do possível, a importância dos eventos foi checada com outros funcionários das próprias firmas, com suas concorrentes e com a Petrobras em entrevista subseqüente. Tal estratégia ajudou a atenuar alguns problemas identificados antes do trabalho empírico: o pequeno número de empresas em cada grupo e o receio de perder o foco no momento das entrevistas. Com essa estratégia pôde-se aumentar o número de pontos de análise (por meio dos eventos) e direcionar a entrevista para um único evento, o que aumentou a precisão das respostas. Essa estratégia permitiu, portanto, que os eventos fossem em número bem superior ao número de firmas inseridas no trabalho empírico. A eficácia da estratégia utilizada fica mais evidente na medida em que se verifica que foram realizadas entrevistas em dez (10) firmas, estabelecendo vinte e cinco (25) eventos válidos no total (cada uma das firmas identificou entre um (1) e quatro (4) eventos). Nos vinte e cinco (25) eventos válidos, setenta e cinco (75) conexões de conhecimento foram identificadas, sendo que cada um deles apresentou de uma (1) a cinco (5) conexões diferentes. Alguns exemplos de eventos considerados podem ser destacados para efeito de ilustração, tais como: o HRMF (Horizontal Revestido Multi-Fraturado), equipamento que propiciou grandes benefícios na estimulação de poços de petróleo e o melhor aproveitamento do óleo ali localizado (otimizando a produção dos poço); o desenvolvimento de Sistema de Controle Multiplexado (SCM) que permite o controle eletrônico das válvulas localizadas a m de profundidade (considerando as especificidades das condições das marés, das características da água, da temperatura e da pressão a que o equipamento era submetido) e do Sistema de Controle Acústico (SCA), eliminando a utilização de umbilical (cabos de contato com o equipamento submerso), ainda em fase de testes. Os eventos (mudanças tecnológicas) são identificados e descritos de forma sucinta e levando em conta questões relativas ao sigilo, que em alguns casos foi solicitado pelas firmas. Nesses casos, os eventos consistem em projetos avançados para serem implementados em um futuro próximo na província petrolífera. Em relação às conexões de conhecimento identificadas (primeira dimensão-chave), estas foram classificadas nas seguintes categorias: intra-província e extra-província. As conexões 5

6 de conhecimento intra-província são as conexões entre as firmas estudadas e atores localizados dentro da própria província de petróleo e gás da Bacia de Campos. As conexões de conhecimento extra-província são as conexões establecidas entre as firmas pesquisadas e atores localizados fora da província de petróleo e gás da Bacia de Campos (podendo estar localizados dentro do Estado do Rio de Janeiro, do Brasil ou até mesmo no exterior). Além disso, cada tipo de conexão de conhecimento foi classificado de acordo com o grau de intensidade apresentado (segunda dimensão-chave). Conexões de conhecimento em que o fluxo é executado apenas por meio de troca de informações (TI) foram classificadas como um grau de intensidade muito fraco ; conexões em que o fluxo acontece por meio de consultoria técnica (CT) foram classificadas como um grau de intensidade fraco ; conexões onde os fluxos são verificados por meio de treinamento de mão-de-obra (TR) foram classificadas como um grau moderado de intensidade; e conexões de P&D, estabelecidas por meio de instrumentos formais (contratos) foram classificadas como grau de intensidade forte (PD). A terceira dimensão-chave foi determinada por meio de questionamento direto aos informantes-chave de cada uma das firmas. De acordo com a tecnologia abordada no evento, a firma, por meio do informante-chave, respondeu em qual condição ela se encontra em relação aquele evento: se é apenas usuária da tecnologia, se é capaz de realizar adaptações menores, se é capaz de realizar adaptações de projeto ou se é capaz de inovar em relação à tecnologia relacionada ao evento tecnológico. As respostas foram checadas na medida do possível com outros gerentes, com os concorrentes e com a própria Petrobras. A postura tecnológica da firma permite entender como se pode classificar a postura das empresas frente às tecnologias absorvidas no decorrer do tempo (nos últimos anos). Na primeira postura, as firmas são apenas usuárias da tecnologia, importando-a de algum lugar fora da firma e utilizando-a sem grandes adaptações. Nessa postura, a tecnologia é vista como uma caixa-preta, sobre a qual o usuário tem pouco ou nenhum conhecimento. A assistência técnica especializada é proveniente de outras firmas e qualquer alteração na tecnologia vem, predominantemente, de recursos extrafirma. No segundo caso, a firma que utiliza a tecnologia é capaz de realizar pequenas adaptações e mudanças de menor significância na tecnologia que também é proveniente de algum lugar fora da firma (ambiente externo). A assistência técnica e outros serviços também são provenientes de recursos externos à empresa, ainda que a firma possua um pouco mais de domínio tecnológico em relação ao primeiro caso. No terceiro caso, a firma já é capaz de desenvolver e implementar inovações incrementais e mudanças de projeto na tecnologia utilizada. Alguma assistência técnica ainda é necessária para itens de maior conteúdo tecnológico, visto que a tecnologia é proveniente de algum lugar fora da firma (ambiente externo), embora a firma em questão possua condições de modificá-la, já que possui o domínio parcial sobre a mesma. No último caso, a firma domina totalmente a tecnologia em questão e é capaz de inovar, utilizando-se de sua base de conhecimento já adquirida e internalizada pelo processo de absorção de capacitações tecnológicas. Nesse caso, a tecnologia pode ser modificada até mesmo de forma radical, tomando por base os recursos internos à firma. Nesse sentido, caso a hipótese 1, estabelecida anteriormente, seja aceita, será confirmada a predominância das conexões de conhecimento extra-província, em relação às conexões intraprovíncia (quantitativa e qualitativamente), para a absorção de conhecimento e capacitações tecnológicas das firmas, aspectos estes fundamentais para a implementação de mudanças tecnológicas e inovações. 6

7 Analogamente, caso a hipótese 2 seja aceita, será confirmada a relação positiva entre a intensidade das conexões de conhecimento estabelecidas pelas firmas e a postura tecnológica das mesmas em relação àquela tecnologia específica. 4. Resultados 4.1. Conexões de Conhecimento X Intensidades das Conexões No grupo de fornecedores de serviços de poço, identificou-se um total de vinte e oito (28) conexões de conhecimento nos doze (12) eventos tecnológicos válidos(ver Quadro 4), perfazendo uma média de 2,33 conexões de conhecimento para cada evento. Outra consideração importante a respeito desse grupo, e que pode ser verificada no Quadro 5, consiste no fato de que 28,6% das conexões de conhecimento verificadas terem sido estabelecidas com atores dentro da província. As conexões de conhecimento intra-província apresentadas por este grupo foram estabelecidas integralmente com unidades da Petrobrás ou do CENPES localizados na própria região. As conexões de conhecimento extra-província representaram 71,4% das conexões deste grupo. Destas conexões extra-província, 60,7% foram estabelecidas com a matriz da subsidiária no Brasil ou no exterior. Intra-província Extra-província TOTAL Petrobras/CENPES 28,6% 28,6% Fornecedores 7,1% 7,1% Consumidores 3,6% 3,6% Matriz 60,7% 60,7% Outras 0,0% TOTAL 28,6% 71,4% 100,0% Quadro 5: Natureza das Conexões X Atores - Fornecedores de Serviços de Poço O Quadro 6 mostra que, do total de conexões, 17,9% apresentam intensidades classificadas como forte ou moderada (somatório de 14,3% e 3,6%) e estabelecidas com atores localizados dentro da província. Muito mais significativo consiste os 35,7% das conexões de conhecimento com intensidades fortes e moderadas (somatório de 14,3% e 21,4%) estabelecidas com atores localizados fora da província. Essas considerações mostram que as firmas fornecedoras de serviços de poço, nos eventos estudados, apresentam conexões de conhecimento mais numerosas com atores localizados fora da província. No entanto, em termos qualitativos, as conexões intra e extra-província parecem se equilibrar entre intensidades fortes/moderadas e fracas/muito fracas. Além disso, ainda de acordo com o Quadro 6, apenas 28,6% do total das conexões identificadas no grupo de fornecedores de serviço de poço foram classificadas como fortes. As intra-província com a Petrobras ou CENPES e as extra-províncias com suas matrizes localizadas no Brasil ou no exterior. 7

8 Intra-província Extra-província TOTAL FORTE 14,3% 14,3% 28,6% MODERADA 3,6% 21,4% 25,0% FRACA 10,7% 35,7% 46,4% MUITO FRACA 0,0% TOTAL 28,6% 71,4% 100,0% Quadro 6: Natureza das Conexões X Intensidades - Fornecedores de Serviços de Poço No grupo de fornecedores de equipamentos de poço, identificou-se um total de trinta e uma (31) conexões de conhecimento nos nove (9) eventos tecnológicos válidos (ver Quadro 4), perfazendo uma média de 3,44 conexões de conhecimento para cada evento. De acordo com os dados coletados no estudo empírico, verificou-se, conforme Quadro 7, que 51,6% do total de conexões de conhecimento verificadas nos eventos tecnológicos são estabelecidas com atores dentro da própria província, enquanto os outros 48,4%, foram estabelecidos com atores externos à província. Destas conexões extra-província, 45,2% foram estabelecidas com outras unidades da empresa (ou matriz ou outra subsidiária), localizadas no Brasil ou no exterior. Intra-província Extra-província TOTAL Petrobras/CENPES 51,6% 51,6% Fornecedores 3,2% 3,2% Consumidores 0,0% Matriz 45,2% 45,2% Outras 0,0% TOTAL 51,6% 48,4% 100,0% Quadro 7: Natureza das Conexões X Atores - Fornecedores de Equipamentos de Poço Considerando as intensidades das conexões, o Quadro 8 mostra que, 51,6% apresentam intensidades classificadas como forte ou moderada e estabelecidas com atores localizados dentro da província. Diferentemente do grupo de fornecedores de serviços de poço, apenas 3,2% das conexões de conhecimento com intensidades fortes e moderadas foram estabelecidas com atores localizados fora da província. Intra-província Extra-província TOTAL FORTE 51,6% 3,2% 54,8% MODERADA 0,0% FRACA 9,7% 9,7% MUITO FRACA 35,5% 35,5% TOTAL 51,6% 48,4% 100,0% Quadro 8: Natureza das Conexões X Intensidades - Fornecedores de Equipamentos de Poço Essas considerações mostram que as firmas fornecedoras de equipamentos de poço, nos eventos estudados, apresentam conexões de conhecimento ligeiramente mais numerosas com atores localizados dentro da província. Em termos qualitativos, as conexões intra-província mostraram um predomínio significativo para as intensidades fortes/moderadas em relação às intensidades fracas/muito fracas (Quadro 8). 8

9 Cabe ressaltar que identificou-se quatro (4) eventos tecnológicos relacionados à Petrobras por meio de entrevistas com informantes-chave da própria operadora (gerentes da base da Bacia de Campos). Nestes eventos foram identificadas dezesseis (16) conexões de conhecimento (ver Quadro 4), perfazendo uma média de 4,0 conexões por evento. É interessante destacar que todas as conexões identificadas para a implementação de mudanças tecnológicas pela Petrobras possuíam a totalidade das conexões primárias estabelecidas com atores localizados na própria província. A Petrobrás utiliza, predominantemente, capacitações tecnológicas inovadoras em dois (2) dos eventos identificados no trabalho de campo. Esses eventos, onde a Petrobrás possui maior domínio da tecnologia, consistem nas mudanças tecnológicas relacionadas a equipamentos de poço. Nesses eventos foi identificada uma postura mais ativa da Petrobras, enquanto em outros dois (relacionados a eventos de serviços de poço), a operadora apresentou postura mais passiva com a utilização predominante de capacitações tecnológicas rotineiras. A análise das intensidades das conexões revelou ainda que os fornecedores de serviços de poço apresentaram tendência a estabelecer conexões de conhecimento fortes e moderadas quase que na mesma proporção que conexões fracas e muito fracas (Quadro 6). No entanto, as conexões extra-província possuem uma predominância significativa em relação às conexões intra-província. Já os fornecedores de equipamentos de poço apresentaram maior número de conexões fortes e moderadas (o que indica uma postura mais ativa em relação à absorção da tecnologia), sendo que cerca da metade delas foi estabelecida com atores localizados dentro da própria província, o que mostra a importância da concentração geográfica para as atividades inovadoras das firmas deste grupo (Quadro 8). Em relação à Petrobras, o predomínio das conexões de conhecimento intra-província é notório, sendo que a maioria delas apresenta intensidades fortes ou moderadas Conexões de Conhecimento X Postura Tecnológica As análises dos resultados do estudo empírico se concentram em estabelecer inferências relacionadas aos dois grupos de firmas: fornecedores de serviço de poço e de equipamentos de poço, tomando por base as características das três dimenções-chave do estudo. Por meio do estudo empírico, o grupo de fornecedores de serviços de poço apresentou pouco domínio sobre as tecnologias e pequeno nível de capacitações tecnológicas necessárias para a geração de novas tecnologias e inovações dentro da província. Essas firmas aplicam apenas capacitações tecnológicas rotineiras (relacionadas à execução de tarefas) às tecnologias em questão, apresentando um pequeno número de conexões de conhecimento (fora a matriz e seus centros de pesquisa), e, geralmente, de intensidade baixa. Nessas situações, percebe-se que em alguns eventos a empresa pode ser capaz até de realizar adaptações de projeto, se mostrando claramente com uma postura mais ativa e mais inovadora em relação à tecnologia em questão, se compararmos com os outros eventos deste grupo. Neste grupo, nos eventos nos quais as firmas se mostraram capazes de realizar mudanças de projeto na tecnologia, verificou-se uma pequena predominância para o estabelecimento de conexões de conhecimento fortes. Nos eventos nos quais as firmas se mostraram capazes de realizar adaptações menores, verificou-se uma predominância para o estabelecimento de conexões de conhecimento moderadas e fracas. Em relação à postura tecnológica de serem usuárias, verificou-se uma pequena predominância para o estabelecimento de conexões de conhecimento fracas. Não houve identificação de nenhum evento cuja postura da firma fosse classificada como capaz de inovar em relação à tecnologia (Quadro 9). 9

10 Postura/Intensidade FORTE MODERADA FRACA MUITO FRACA TOTAL TOTAL Capaz de Inovar ,7% 0,0% 7,1% 0,0% Mudanças de Projeto Mudanças Menores 3 17,9% 7 25,0% 8 39,3% 0 0,0% 18 Mera Usuária TOTAL 8 28,6% 7 25,0% 13 46,4% 0 0,0% ,0% Quadro 9: Posturas Tecnológicas e Intensidade das Conexões Fornecedores de Serviço de Poço Em termos quantitativos, do total das conexões de conhecimento encontradas em eventos relacionadas a fornecedores de serviço de poço, 28,6% apresentaram intensidades fortes, 25,0% apresentaram intensidades moderadas e 46,4% apresentaram intensidades fracas. Não houve identificação de conexões com intensidades muito fracas. Os eventos nos quais verificou-se o uso de capacitações tecnológicas inovadoras demonstraram serem responsáveis por apenas 17,9% de todas as conexões de conhecimento verificadas (capaz de inovar e capaz de ralizar adaptações de projeto). Os eventos nos quais verificou-se o uso de capacitações tecnológicas rotineiras foram responsáveis por 82,1% das conexões, neste grupo capaz de realizar adaptações menores e mera usuária (Quadro 9). A maioria das conexões foram estabelecidas em eventos nos quais a postura tecnológica das firmas foi identificada como capazes de realizar adaptações menores (18 conexões, conforme Quadro 9). Existe um equilíbrio entre o número de conexões identificadas nas posturas nas quais as firmas são capazes de realizar mudanças de projeto (5) e meras usuárias (5). Destaca-se o fato de que verificou-se uma predominância de conexões de conhecimento de intensidades fracas, concomitantemente com o uso de capacitações tecnológicas rotineiras (39,3%), o que de certa forma contribui para a aceitação da hipótese 2 formulada anteriormente (Quadro 9). No grupo de fornecedores de equipamentos de poço, oito dos nove eventos pesquisados apresentam conexões de conhecimento com intensidades fortes com a Petrobras. Nestas situações, as firmas se mostraram capazes de realizar adaptações de projeto ou até mesmo capazes de inovar de forma radical em relação à tecnologia em questão, com a utilização de posturas tecnológicas inovadoras. Neste grupo, nos eventos nos quais as firmas se mostraram capazes de inovar, verificou-se uma predominância para o estabelecimento de conexões de conhecimento fortes. Nos eventos nos quais as firmas se mostraram capazes de realizar adaptações de projeto na tecnologia, verificou-se uma predominância para o estabelecimento de conexões de conhecimento forte e muito fracas, com ligeira vantagem para a primeira. Em relação à postura tecnológica de ser capaz de realizar adaptações menores, verificou-se uma predominância para o estabelecimento de conexões de conhecimento fraca e muito fraca. Não houve identificação de nenhum evento cuja postura das firmas foram classificadas como meras usuárias em relação a tecnologia (Quadro 10). Em termos quantitativos, do total das conexões de conhecimento encontradas em eventos relacionadas a fornecedores de equipamentos de poço, 54,8% apresentaram intensidades fortes, 9,7% apresentaram intensidades fracas e 35,5% apresentaram intensidades muito fracas. Não houve identificação de conexões com intensidades moderadas. Os eventos nos quais verificou-se o uso de capacitações tecnológicas inovadoras demonstraram serem responsáveis por 93,5% de todas as conexões de conhecimento verificadas (capaz de inovar e 17,9% 82,1% 10

11 capaz de ralizar adaptações de projeto). Os eventos nos quais verificou-se o uso de capacitações tecnológicas rotineiras foram responsáveis por apenas 6,5% das conexões, neste grupo capaz de realizar adaptações menores e mera usuária (Quadro 10). Postura/Intensidade FORTE MODERADA FRACA MUITO FRACA TOTAL TOTAL Capaz de Inovar ,8% 0,0% 6,5% 32,3% Mudanças de Projeto Mudanças Menores 0 0,0% 0 0,0% 1 3,2% 1 3,2% 2 Mera Usuária TOTAL 17 54,8% 0 0,0% 3 9,7% 11 35,5% ,0% Quadro 10: Posturas Tecnológicas e Intensidade das Conexões Fornecedores de Equip. de Poço A maioria das conexões foram estabelecidas em eventos nos quais a postura tecnológica das firmas foi identificada como capazes de realizar adaptações de projeto (20 conexões - Quadro 10). Existe também um número significativo de conexões identificadas na postura na qual as firmas são capazes de realizar inovar (9), enquanto nos eventos em que as firmas se mostraram capazes de realizar mudanças menores, apenas duas conexões foram identificadas. Destaca-se o fato de que verificou-se uma predominância de conexões de conhecimento de intensidades fortes, concomitantemente com o uso de capacitações tecnológicas inovadoras (54,8%), o que de certa forma contribui para a aceitação da hipótese 2 (Quadro 10). 5. Considerações Finais De uma forma geral, as firmas fornecedoras de equipamentos de poço, com fábricas localizadas no Brasil (o que proporciona maior nível de absorção de capacitações tecnológicas inovadoras) e conexões de conhecimento de intensidade forte com atores localizados na própria província de petróleo e gás, apresentaram uma postura mais ativa e mais relacionada à utilização de capacitações tecnológicas inovadoras. De forma contrária, as firmas fornecedoras de serviços de poço com poucas conexões com atores localizados na província, apresentam postura mais passiva, relacionada à execução de tarefas, cujas tecnologias são, na grande maioria das vezes, coordenadas por suas matrizes e centros de pesquisa no exterior. Essa situação é reflexo, em grande parte, da própria postura da Petrobras em relação a essas duas atividades. Nas atividades relacionadas a equipamentos de poço, a Petrobras apresenta uma postura ativa, direcionando, coordenando e exigindo melhorias e mudanças tecnológicas direcionadas para o contexto operacional da Bacia de Campos. Essa situação faz com que as firmas fornecedoras de equipamentos de poço desenvolvam as capacitações tecnológicas inovadoras para se relacionar, no assunto tecnologia, com seu cliente. O mesmo não acontece com as firmas fornecedoras de serviços de poço, área em que a Petrobras apresenta uma postura mais passiva, deixando o serviço a cargo das próprias contratadas. Voltando a hipótese 1 estabelecida no início do artigo, para a Petrobras, verificou-se uma predominância quantitativa total das conexões de conhecimneto intra-província (dezesseis conexões intra e nenhuma extra-província) Quadro 11, mas um equilíbrio na parte qualitativa (entre intensidade forte/moderada e fraca/muito fraca), conforme Quadro ,5% 6,5% 11

12 Intra-província Extra-província TOTAL Petrobras Equipamentos Serviços TOTAL Quadro 11: Natureza das Conexões X Grupos de Firmas Para os fornecedores de equipamentos de poço, verificou-se um equilíbrio quantitativo das conexões de conhecimneto extra e intra-província (dezesseis conexões intra e quinze extraprovíncia) Quadro 11, e uma pequena predominância qualitativa para as conexões de intensidade forte/moderada (dezessete conexões classificadas como forte/moderada e catorze fraca/muito fraca), conforme Quadro 12. Forte/ Moderada Fraca/ Muito Fraca TOTAL Petrobras Equipamentos Serviços TOTAL Quadro 12: Intensidade das Conexões X Grupos de Firmas Para os fornecedores de serviço de poço, verificou-se uma predominância quantitativa das conexões de conhecimneto extra-província (vinte conexões extra e oito intra-província) Quadro 11, e uma pequena predominância na parte qualitativa para as conexões de intensidade forte/moderada (quinze conexões classificadas como forte/moderada e treze fraca/muito fraca), conforme Quadro 12. Em relação a totalidade das firmas (fornecedores de equipamentos, serviços e Petrobras) não se pode afirmar que a idéia de que um arranjo de firmas relacionado a uma indústria de alta tecnologia e onde muitos dos atores mais dinâmicos são representados por subsidiárias de empresas multinacionais, signifique uma predominância quantitativa das conexões de conhecimento extra-província. Da mesma forma, qualitativamente (intensidade), as conexões de conhecimento extra-província não parecem ser predominantes às intra-província. Isso implica em rejeitar a hipótese 1 estabelecida inicialmente e indica que as conexões de conhecimento extra-aglomerados parecem ser predominantes para apenas alguns grupos de firmas. Para outros grupos, essa relação não se verifica. Também é importante ressaltar que a postura mais ativa da Petrobras em relação aos fornecedores de equipamentos de poço foi verificada em entrevistas na própria operadora e faz com que as firmas fornecedoras de equipamentos de poço desenvolvam as capacitações tecnológicas inovadoras para se relacionar, no assunto tecnologia, com seu cliente. Essa situação consiste na razão de 95,3% das conexões estejam relacionadas às capacitações tecnológicas inovadoras neste grupo de firmas (Quadro 10). A postura mais passiva em relação aos fornecedores de serviços de poço é a causa de apenas 17,9% das conexões estar relacionadas às capacitações tecnológicas inovadoras neste grupo de firmas (Quadro 9). Além disso, pôde-se perceber que os fornecedores de serviços de poço apresentaram maior predominância de estabelecer conexões de conhecimento fortes em posturas tecnológicas 12

13 mais inovadoras (capazes de realizar adaptaçãões de projeto), caracterizadas pela utilização de capacitações tecnológicas inovadoras. Também verificou-se que em posturas tecnológicas menos inovadoras (meras usuárias), caracterizadas pela utilização de capacitações tecnológicas rotineiras, houve uma predominância de conexões de conhecimento fracas. Quantitativamente, não se verificou que as posturas tecnológicas mais inovadoras apresentam maior número de conexões de conhecimento (Quadro 7). Da mesma forma, os fornecedores de equipamentos de poço também apresentaram maior predominância de conexões de conhecimento fortes em posturas tecnológicas mais inovadoras (capazes de inovar). Também verificou-se que em posturas tecnológicas menos inovadoras (capazes de realizar adaptações menores), caracterizadas pela utilização de capacitações tecnológicas rotineiras, houve uma predominância de conexões de conhecimento fracas e muito fracas. Quantitativamente, não se verificou que as posturas tecnológicas mais inovadoras apresentam maior número de conexões de conhecimento (Quadro 8). Essas constatações permitem que se aceite a hipótese 2 estabelecida no início deste estudo de forma parcial. Quanto mais intensas forem as conexões de conhecimento estabelecidas com atores dentro e fora da província, visando a implementação de mudanças tecnológicas nas mesmas, maior é a chance da firma desenvolver capacitações para dominar a manipular a tecnologia (utilização de posturas mais inovadoras). No entanto, o número de conexões de conhecimento estabelecidas no sentido de implementar essas mudanças tecnológicas na província não parecem ser determinantes para uma postura mais inovadora das firmas. Além do fato de simplesmente aceitar ou rejeitar as hipóteses estabelecidas no estudo, este trabalho permitiu determinar de forma empírica o importante papel exercido pela Petrobras na Província de petróleo e gás natural da Bacia de Campos e no desenvolvimento tecnológico de seus fornecedores mais estratégicos internamente. Por meio dos grupos de firmas analisados neste estudo, duas diferentes estratégias de relacionamento com fornecedores emergem: enquanto alguns grupos de fornecedores são prioritários na canalização de esforços da empresa âncora (demandando ações e projetos conjuntos), outros a Petrobras exerce o papel de mera compradora dos bens e serviços disponibilizados, com pequeno aprofundamento nos relacionamentos organizacionais. Referências ACHA, V. Framing The Past And Future. DPhil Thesis, SPRU, University of Sussex, ARIFFIN, N.; BELL, M. Firms, politics and political economy: patterns of subsidiary-parent linkages and technological capability-building in electronics TNC subsidiaries in Malaysia. in: JOMO, K. S.; RASIAH, R.; FELKER, G. (Eds.). Industrial technology development in Malaysia. London: Routledge, ATHREYE, S. S. Agglomeration and Growth: A Study of the Cambridge Hi-Tech Cluster. Stanford Institute for Economic Policy Research, SIEPR Discussion Paper No , AUDRETSCH, D. B. Innovation, Growth and Survival. International Journal of Industrial Organization, 13(4), pp , BALDWIN, J. R.; HANEL, P. Innovation and Knowledge Creation in an Open Economy: Canadian Industry and International Implications. Cambridge University Press, Cambridge, BELL, R. M. Learning and the Accumulation of Industrial Technological Capacity in Developing Countries in FRANSMAN, M. & KING K. Technological Capability in the Third World, London: Macmillan, BELL, R. M.; ALBU, M. Knowledge Systems and Technological Dynamism in Industrial Clusters in Developing Countries. World Development 27 (9): ,

14 BELL, R. M.; PAVITT, K. The Development of Technological Capabilities. in HAQUE, U. (in collaboration with M. Bell, C. Dahlman, S. Lall and K. Pavitt) Trade, Technology and International Competitiveness. The World Bank: Washington, D. C., pp. 69, CEFIS, E. Persistence in Innovation and Profitability. Rivista Internazionale di Scienze Sociale, 110(1), pp , CEFIS, E.; MARSILI, O. A Matter of Life and Death: Innovation and Firm Survival. ERIM Report Series Reference 109, Erasmus University, Rotterdan, CIARLI, T. Innovation Systems and Industrialisation Processes: An Agent Based Model to Explain Local Emergence through Internal and External Relations. DRUID Summer Conference, DAHL, S. M.; PEDERSEN, C. O. R. Knowledge Flows through Informal Contacts in Industrial Clusters: Myths or Realities? DRUID Working Paper nº 03-01, DUTRENIT, G. From Knowledge Accumulation to Strategic Capabilities: Knowledge Management in a Mexican Glass Firm. Dphil Thesis, SPRU, University of Sussex; ENGEN, O. A.; OLSEN, O. E. Stability and Change in Industrial Knowledge Networks. Paper presented on DRUID Summer Conference, FAGERBERG, J. Technology and International Differences in Growth Rates. Journal of Economic Literature, 32(3), pp , FIGUEIREDO, P. N. Aprendizagem Tecnológica e Performance Competitiva. Ed. Fundação Getúlio Vargas. Rio de Janeiro, GIULIANI, E. When the micro shapes the meso: learning and innovation in wine clusters. DPhil Thesis, SPRU, University of Sussex, KIM, S. R.; TUNZELMANN, N. V. Aligning internal and external networks: Taiwan s specialization in IT. SPRU Electronic Working Paper Series 17, LANE, D. A. Complexity and Local Interactions: Towards a Theory of Industrial Districts. Mountedison Foundation, Milão, LALL, S. Technological capabilities and industrialization. World Development, Elsevier, vol. 20(2), p , MALERBA, F.; ORSENIGO, L. Knowledge, innovative activities and industry evolution. Industrial and Corporate Change, Vol. 9, nº 2, NELSON, R. R.; WINTER, S. An Evolutionary Theory of Economic Change. Belknap Press, SILVESTRE, B. S. Aglomeração Industrial de Petróleo e Gás da Região Produtora da Bacia de Campos: Conexões de Conhecimento e Posturas Tecnológicas das Firmas. Tese de Doutorado, Departamento de Engenharia Industrial (DEI), PUC-Rio, VIOTTI, E. B. National Learning Systems A new approach on technological change in late industrializing economies and evidences from the cases of Brazil and South Korea Technological Forecasting and Social Change, No 69, pp , WESTPHAL, L.; KIM, L.; DAHLMAN, C. Reflection on the Republic of Korea s Acquisition of Technological Capability in ROSENBERG, N.; FRISCHTAK, C. (Eds.) International Technology Transfer. New York, Praeger Publishers,

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