Bárbara Fardilha (Advogada)

Transcrição

1 CONTESTAÇÃO DO ARGUIDO Advogada Exmo. Senhor Dr. Juiz de Direito do Tribunal Judicial da Comarca de V.N. de Gaia 1ª Vara Mista Processo nº 784/2010.TBVNG João Branco Aguiar Mota, arguido nos autos à margem identificados, em que é queixosa Maria Casimiro Calado Ruivo, tendo sido notificado das doutas acusações a folhas. dos autos, Vem, muito respeitosamente, apresentar a sua CONTESTAÇÃO O que faz nos termos e fundamentos seguintes: 1º

2 O arguido vem acusado da prática de um concurso de crimes, a saber, da prática dos crimes de ofensa à integridade física simples, de injúrias, de dano e de omissão de auxílio. 2º Porquanto, alegadamente, no dia 24 de Abril de 2010, pelas 1h. 30 m. da madrugada, após uma discussão com a queixosa, terá desferido dois socos na face e um no estômago da queixosa, fazendo-a cair no chão, além de a injuriar, de lhe ter partido o telemóvel e de não lhe ter prestado auxílio, 3º E que por isso, a queixosa sofreu de hematoma no olho esquerdo e na cabeça, várias escoriações e dor no rosto com fissura do lábio superior, dores no estômago e graves perturbações psicológicas, que a impediram de ir à escola durante um mês. 4º Salvo o devido respeito é falso o plasmado na douta acusação, carecendo de exactidão a prova de tais factos. Isto porque, 5º É verdade e o arguido não desmente que a queixosa Maria Ruivo, era sua namorada à data dos factos. 6º E que o arguido se foi encontrar com ela no dia 24 de Abril de 2010, pelas 1h 30m. da madrugada à porta do Bar Plano C sito na Rua do Cais de Gaia, 113, , Vila Nova de Gaia.

3 7º Estando a queixosa a celebrar o aniversário da sua melhor amiga Patrícia, naquele bar. 8º Festa que o arguido não pode plenamente participar porque o seu pai fazia anos naquele dia e a família reuniu-se, como habitualmente, para celebrar tal data. No entanto, 9º Não deixou o arguido de tentar saber como estava a sua namorada, telefonando-lhe diversas vezes para o telemóvel, sem, contudo, obter qualquer resultado, pois a queixosa nunca atendeu, 10º Deixando o arguido preocupado e ansioso por não saber como estava a sua namorada. Ora, 11º Foi precisamente nesse estado que o arguido chegou ao Bar no Cais de Gaia, por volta da 1h 30m. da manhã, ao ter sido surpreendido com o facto de a sua namorada se encontrar muito junta a Bernardo, irmão da aniversariante Patrícia, estando este a segredar-lhe algo ao ouvido, algo que não conseguiu entender, e depois de ter sabido que os dois estiveram muito juntos durante toda a festa e que se haviam ausentado desta durante cerca de 1 hora sem ninguém saber para onde.

4 12º O que o tornou mais desconfiado, pedindo a Maria para se irem embora, e perguntado a Maria o que se tinha passado no aniversário na sua ausência. 13º Tendo Maria dito, quando caminhavam na rua, que ele estava era com ciúmes, que não admitia que ela podia andar sozinha a divertir-se com os amigos e que, por acaso, até se divertiu imenso sem ele, chamando-lhe parvo e ciumento. 14º Tamanha era a exaltação de Maria quando o arguido a confrontou com o que se teria passado na festa, que continuou a insultá-lo e a empurrá-lo, instigando-o a bater-lhe. Tal foi a força com que o empurrou, que este bateu contra uma parede. 15º Mediante estas atitudes da namorada, o arguido, para se defender daqueles empurrões, encostou a sua mão à cara dela tendo esta se desequilibrado e caído no chão. 16º Na sequência desta queda, também o telemóvel da queixosa caiu ao chão e partiu-se. 17º Depois disso ajudou a queixosa a levantar-se e ofereceu-se para a levar de mota a sua casa a fim de lhe tratar dos ferimentos.

5 18º A queixosa disse em tom brusco que não precisava de ajuda e afastou-se apressadamente rua fora. 19º O arguido viu então que se dirigia em auxílio da queixosa o amigo comum André Lobo que, depois de ter dito ao arguido que tinha assistido a tudo, prontificou-se para levar a queixosa a casa, facto que o deixou mais descansado, uma vez que Maria não iria para casa sozinha. Pelo que, face ao exposto, e salvo o devido respeito, entende o arguido que a Douta Acusação do Ministério, tal como está formulada, deve ser rejeitada. Nestes termos, requer, muito respeitosamente, a V. Exa. se digne considerar a Douta Acusação do Ministério Público, sem efeito e, consequentemente, que o arguido seja absolvido de todos os crimes que lhe são imputados. Prova: Indica as seguintes testemunhas: 1. Liliana Sofia Pinto Oliveira, barmade, divorciada, residente na Alameda Saudade, 25, 1º Esq , Pedroso, desta comarca;

6 2. Rodrigo Alberto dos Santos Almeida, psicólogo, casado, residente na Urbanização Eclipse, 80, Gondomar, Porto, e, 3. André Roberto Silva Lobo, estudante, solteiro, residente na Av. da República, 173, 8º Esq Mafamude, desta comarca; 4. Helena Neves Branco, empresária, casada, residente na Travessa das Grades Brancas, 124, Mafamude, desta comarca. A última na qualidade de testemunha abonatória. JUNTA: Procuração e Duplicados legais. DATA: 12/12/2010 A Advogada NIF nº Cédula Prof. nº 10261P