Comercialização de Energia ACL e ACR
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- Diego Sanches Ferrão
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1 Comercialização de Energia ACL e ACR Capítulo 2 História da Indústria da Energia Elétrica Prof. Alvaro Augusto W. de Almeida Universidade Tecnológica Federal do Paraná Departamento Acadêmico de Eletrotécnica alvaroaugusto@utfpr.edu.br
2 Capítulo 2 História da Indústria da Energia Elétrica
3 Sumário Primórdios. O Código das Águas. Regulamentação. Reestruturação e Racionamento. O Modelo Dilma. A MP 579/2012 e o 11 de setembro do Setor Elétrico.
4 Os Três Gigantes
5 A Guerra das Correntes Sistema DC de Edison: geradores localizados perto dos consumidores, produzindo energia em baixas tensões (100 V). Pearl Street Station. Sistema AC de Westinghouse: geradores localizados longe das cargas, produzindo energia em baixas tensões, a qual era elevada, transmitida e a reduzida perto dos consumidores. Niagara Falls. Fonte: Edison Tech Center
6 Um Sistema AC Moderno Fonte: O autor
7 Por que elevar a tensão e depois reduzi-la? Fonte: O autor
8 Potência Transmitida e Perdas S Perdas 3V I V I TX R TX I 2 2 2
9 Por que elevar a tensão e depois reduzi-la? V 1 = tensão do primário. V 2 = tensão do secundário. I 1 = corrente do primário. I 2 = corrente do secundário. k N N 1 2 V V 1 2 I I 2 1 N 1 = número de espiras do primário. N 2 = número de espiras do secundário. Tensão Aumenta Corrente Diminui
10 Exemplo Gerador: 440 MW, 16 kv. Transformador: 16 kv/230 kv. Linha de transmissão: 10 ohms. Fonte: EFACEC
11 Resultados Tipo Com Transformador Sem Transformador I1 (A) I2 (A) Perdas (MW) Perdas (%) ,5 12,19 2,77% ,9%
12 Conclusão Para manter as perdas em 2,77%, sem usar transformador, seria necessário um condutor com diâmetro 427 vezes maior!
13 Primórdios no Brasil ( ) 1879: Dom Pedro II concede a Thomas Alva Edison o privilégio de introduzir aparelhos elétricos no Brasil. 1889: Inaugurada a Usina de Marmelos Zero, em Juiz de Fora, a primeira do país de grande porte. Incorporada pela CEMIG em Hoje com 4 MW. 1911: Inaugurada a Usina de Pitangui, a primeira do Paraná. Incorporada pela Copel em Hoje com 800 kw.
14 Principais Características dos Primórdios Forte presença do capital privado estrangeiro (Light e Amforp). Falta de experiência dos poderes municipais na fiscalização do serviços oferecidos. Falta de padronização: cada contrato de concessão estabelecia detalhes técnicos particulares. Serviços de eletricidade essencialmente municipais.
15 O Código das Águas ( ) 1934: Publicação do Código das Águas pelo Governo Provisório da República (Getúlio Vargas), obra prima da literatura administrativa da época. Quedas d água em águas públicas incorporadas ao patrimônio da União. Concessões podiam ser recuperadas a qualquer tempo. A água passa a ser um bem público e a ter função social com valor econômico. Sistema de tarifação pelo custo. Forte nacionalismo. Criação das primeiras estatais de energia elétrica
16 Regulamentação ( ) 1957: Entra em vigor o Decreto , assinado por Juscelino Kubitschek, que regulamentou os serviços de energia elétrica. 1960: Criação da Eletrobrás. 1963: Inauguração da UHE Furnas, a maior da época, com MW. 1985: Elaboração do Plano de Recuperação Setorial. 1988: Entra em vigor a nova Constituição da República. 1988: Proposição de um projeto de lei disciplinando as concessões de serviços de utilidade pública (pelo então Senador Fernando Henrique Cardoso).
17 Principais Características da Regulamentação Forte presença estatal e empresas fortemente integradas (G, T e D). A ditadura imaginava que o Brasil, abundante em recursos hídricos e em álcool, estaria imune a crises. O Setor Elétrico Brasileiro era, assim, usado para induzir o crescimento. Entre 1968 e 1976 os investimentos no SEB cresceram a taxas elevadas. Após 1978 medidas de combate à inflação provocaram queda das tarifas de energia em 5% ao ano. Não havia propriamente um mercado de energia, somente contabilização entre agentes.
18 Sistema Interligado Sul/SE/CO em 1993 Fonte: Plano 2015 (1993)
19 Sistema Interligado Norte/NE em 1993 Fonte: Plano 2015 (1993)
20 Tarifação pelo Custo Remuneração das empresas: rentabilidade assegurada (10%) com limite máximo de 12%. Equalização tarifária: independente de custos regionais, as tarifas da mesma classe eram iguais em todo o Brasil. Compensação entre empresas eram feitas por meio da Cota de Resultados a Compensar (CRC) indução à ineficiência! Uma experiência socialista feita em pleno governo de direita! Fonte: Excelência Energética (2012)
21 Enfraquecimento do Setor Elétrico Fonte: GOLDENBERG; PRADO (2003)
22 Lei 8.631/1993 Assinada pelo Presidente Itamar Franco (relator Senador Eliseu Resende). Eliminou a remuneração garantida e a equalização tarifária. Tornou obrigatória a contratação entre geradores e distribuidores. Extingui a CRC (mas não os débitos existentes). Em 1995 muitas empresas já exibiam boa condição financeira. Permitiu o saneamento das empresas do SEB, especialmente das distribuidoras, preparou-as para a privatização.
23 Motivações para a Reestruturação Necessidade da redução dos custos do SEB. Evolução tecnológica. Mudança do modelo mental: comercialização e geração não são monopólios naturais. Redução do tamanho do Estado. Influência das reestruturações feitas em outros países (Chile, Inglaterra, Noruega, EUA, etc.)
24 Reestruturação ( ) 1993: Entra em vigor a Lei das Concessões (assinada pelo Presidente FHC). 1995: Primeira concessionária estatal a ser privatizada: ESCELSA (Espírito Santo Centrais Elétricas). 1996: Contratação dos consultores liderados pela Coopers & Lybrand e criação da Aneel. 1998: Entra em vigor o Decreto 2.655, regulamentando o MAE (Mercado Atacadista de Energia Elétrica) e definindo as regras de organização do ONS (Operador Nacional do Setor Elétrico). 2000: O MAE entra em operação.
25 Reestruturação ( ) Transição do modelo anterior para o modelo de mercado feita por meio dos Contratos Iniciais, de 1998 a 2002, com transição de 2003 a 2006 para a livre contratação a preços de mercado. Planejamento indicativo substitui o planejamento determinativo: CCPE (Comitê Coordenador do Planejamento da Expansão). Livre contratação de suprimento e uso do Valor Normativo (VN) como limite de repasse às tarifas das distribuidoras. Concessões de geração: leilões por maior pagamento à União (e não pela menor tarifa de geração) e livre preço de venda. Self-dealing permitido para compra de energia entre empresas do mesmo grupo.
26 Reestruturação ( ) Mudança do papel do Estado de empreendedor para fiscalizador. Desverticalização das atividades do SEB: Geração, Transmissão, Distribuição e Comercialização. Regulação mínima voltada para a competição. Quebra do monopólio: Produtor independente de energia (PIE). Comercializadoras de energia. Consumidores livres. Livre acesso às redes elétricas (com pagamento de tarifas de uso). Limites de auto-suprimento, Sistema de tarifas pelo preço. Fonte: ABDO (2001)
27 Consumidores Livres
28 Livre Acesso à Rede Lei 9.648/98: Para todos os efeitos legais, a compra e venda de energia elétrica entre concessionários ou autorizados, deve ser contratada separadamente do acesso e uso dos sistemas de transmissão e distribuição. Separação entre uso ( fio ) e energia ( commodity ).
29 Relações Contratuais no SEB Fonte: ONS
30 Contratos do SEB CUST: Contrato de Uso do Sistema de Transmissão. CUSD: Contrato de Uso do Sistema de Distribuição. CCT: Contrato de Conexão à Transmissão. CCD: Contrato de Conexão à Distribuição. CPST: Contrato de Prestação de Serviços de Transmissão. CCVE: Contrato de Compra e Venda de Energia Elétrica. CCEI: Contrato de Compra e Venda de Energia Incentivada. Fonte: ONS
31 Contratos entre Transmissoras e Usuários da Rede Básica (V maior ou igual a 230 kv) Fonte: Brasil (2007)
32 Principais Dificuldades de Funcionamento do Mercado após a Reestruturação Dificuldades no início do funcionamento do MAE. Falta de estímulo aos consumidores para se tornarem livres. Restrições da atuação dos PIEs. Falta de incentivo aos negócios da autogeração e cogeração de energia. Incompatibilidade entre tarifas e preço de geradores estatais e PIEs, respectivamente. Empresas verticalizadas competindo na geração e na comercialização. Racionamento de 2001/2002. Fonte: ABDO (2001)
33 Racionamento de 2001/2002 Fonte: Economia & Energia (2013)
34 Racionamento de 2001/2002
35 Redução da Capacidade de Regularização Fonte: EPE, Plano Decenal de Expansão
36 Razões para o Racionamento Deficiência no planejamento energético, principalmente na transição de um sistema centralizado para um sistema de mercado. Usinas operando pouco acima da média histórica, em virtude de uma capacidade de geração inferior à desejável foi um ano seco e o armazenamento não foi recuperado em 2000, quando havia condições de fazê-lo. A reduzida capacidade térmica instalada e o atraso no início de sua utilização não permitiu recuperar o estoque. Significativa, mas não inesperada, redução da afluências em A falta de integração via transmissão com a Região Sul contribuiu para que o excedente de recursos hídricos e térmicos ali existentes não pudessem ser utilizados plenamente. Fonte: Economia & Energia (2013)
37 Consequências do Racionamento Uma auditoria do TCU (15/07/2009) mostrou que o racionamento gerou um prejuízo de R$ 45,2 bilhões ao Tesouro. 60% dos custos do apagão foram pagos pelos consumidores, por meio de reajustes tarifários. O restante foi pago pelo Tesouro Nacional, que saldou a dívida com as distribuidoras de energia. Como forma de prevenção de novos racionamentos, o Governo Federal iniciou um programa de investimentos em usinas termelétricas, a gás, carvão e óleo combustível.
38 O Modelo Dilma (2004 em diante) Motivadores da nova reforma: Tema de campanha de Lula. Racionamento de 2001 ( Não vai haver apagão nem que a vaca tussa ). Crises da ASMAE (Administradora do MAE): ANEXO V e atraso de Angra 2. Resultados: criação da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e estabelecimento das condições de contratação livre e regulada de energia elétrica.
39 O Modelo Dilma (2004 em diante) Princípios do novo modelo: Garantia de suprimento. Modicidade tarifária. Competição na geração. Produtores Independentes permanecem. Consumidores Livres permanecem. Respeito aos contratos vigentes. Inclusão social (programa Luz para Todos ). Lastro físico obrigatório para vendedores de energia. Fim do self-dealing.
40 Os Quatro Tipos Puros de Mercados de Energia
41 Monopólio Verticalmente Integrado
42 Competição na Geração
43 Competição no Atacado
44 Competição no Varejo
45 O Modelo Hibrido : ACR e ACL
46 Agentes do ACR e do ACL Fonte: Eficens
47 Relacionamentos entre Agentes do SEB Fonte: ONS, Relacionamentos
48 Referências do Capítulo 2 ABDO, J.M.M. A estrutura do mercado de energia elétrica BRASIL, D.O.C. Aspectos estruturais do sistema de transmissão Economia & Energia, N 88, jan/mar, Edison Tech Center. EFATEC. Eficens. Eletrobrás - Plano 2015, EPE Plano Decenal de Expansão, Excelência Energética. Conta de resultados a compensar (CRC): saindo armário depois de quase duas décadas, GOLDENBERG, J.; PRADO, L.T.S.P. Reforma e crise do setor elétrico no período FHC, Tempo Social USP, ONS, Relacionamentos.
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