Vigilância do viajante (via aérea)
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- Thiago Rijo Felgueiras
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1 Doença humana por vírus da gripe de origem aviária A(H5N1) Período de Alerta Pandémico Fase 3 (Baixa probabilidade de aparecimento de casos esporádicos na Europa) Vigilância do viajante (via aérea) Procedimentos para as Companhias Aéreas, os Aeroportos, as Autoridades de Saúde, o INEM e os hospitais 1 1. Manifestação de sintomas durante um voo ou antes do embarque Um passageiro ou tripulante que, durante o voo ou antes de embarcar apresente sintomatologia respiratória de início súbito, com as seguintes características 2 : Febre de início súbito >38 C e um ou mais dos seguintes sintomas respiratórios: tosse ou dispneia E em que se verifique, pelo menos, uma das situações seguintes (a, b ou c), nos 7 dias 3 anteriores ao início dos sintomas: a. estadia ou residência numa área afectada e uma ou mais das seguintes situações: contacto próximo com espécies aviárias (domésticas ou selvagens) e/ou suínos, vivos ou mortos; ou permanência em locais onde se encontravam espécies aviárias (domésticas ou selvagens) e/ou suínos, infectados ou potencialmente infectados com o vírus da gripe A(H5N1), ou onde estes animais tenham estado confinados, nas 6 semanas anteriores, independentemente do tempo de confinamento; ou contacto próximo com um caso de doença respiratória aguda não identificada, em estado grave; 1 Adaptado da Organização Mundial da Saúde e do Centers for Disease Control (EUA). O documento foi elaborado com a colaboração da Autoridade de Saúde do Aeroporto de Lisboa. 2 Segundo recomendações do ECDC (Centro Europeu para a Prevenção e o Controlo das Doenças) de 13/02/ Considera-se um período de incubação máximo de 7 dias, segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde (Janeiro de 2006) e do ECDC (13/02/2006). Documento de trabalho :11:10 1
2 b. trabalho em laboratório onde são manipuladas amostras biológicas de pessoas ou animais com suspeita de infecção pelo vírus da gripe A(H5N1); c. contacto próximo com um caso humano possível, provável ou confirmado de infecção pelo vírus da gripe A(H5N1) durante o período de transmissibilidade (desde 1 dia antes até 7 dias depois do início dos sintomas). É considerado um caso possível de infecção pelo vírus da gripe A(H5N1). O pessoal navegante que detecte um caso possível durante o voo, deve contactar o Supervisor/Chefe de cabina, que comunicará ao Comandante. Este informará os serviços responsáveis do aeroporto de destino. O pessoal de terra que no embarque detecte um caso possível deve contactar a chefia, que contactará o Supervisor do Aeroporto. Conforme a localização do aeroporto, o respectivo Supervisor dará conta da ocorrência à Autoridade de Saúde (24h/dia) do respectivo aeroporto: Lisboa tel: (Dr.ª Maria João Rosas) Porto tel: (Dr.ª Conceição Amorim) Faro tel: (Dr.ª Luísa Serrano) 2. Gestão de um caso suspeito a bordo Para minimizar o potencial de transmissão, da infecção pelo vírus da gripe A(H5N1), sempre que se verifique a bordo a presença de um doente com sintomas e história epidemiológica compatíveis com infecção pelo vírus influenza A(H5N1), a tripulação deverá respeitar as seguintes indicações: - Instalar o doente o mais afastado possível dos outros passageiros (1 a 2 metros); - Colocar ao doente, uma máscara de protecção (máscara cirúrgica), se a sua condição respiratória o permitir. A máscara permite reduzir o número de partículas disseminadas para o ar, durante os espirros ou a tosse. O doente deverá ser mantido a bordo da aeronave até determinação da Autoridade de Saúde. Se não houver máscaras cirúrgicas disponíveis, o doente deverá utilizar lenços de papel para cobrir a boca e o nariz, quando espirra ou tosse, colocando-os, depois de utilizados, num saco para lixo; Documento de trabalho :11:10 2
3 - Se a condição respiratória do doente não permitir o uso de máscara, a tripulação deverá usar máscara cirúrgica sempre que cuidar da pessoa com sintomas; - Sempre que haja contacto directo com o doente a tripulação deverá usar luvas. Contudo, as luvas não dispensam uma boa higiene das mãos. Imediatamente após qualquer actividade que envolva contacto com fluidos orgânicos as luvas devem ser cuidadosamente removidas e inutilizadas, as mãos devem ser lavadas com água e sabão. As luvas não podem ser lavadas ou reutilizadas; - Antes e depois de cada contacto com o doente, a tripulação deverá lavar as mãos preferencialmente com água e sabão ou, se não estiverem visivelmente conspurcadas, poderá desinfecta-las com um anti séptico à base de álcool (toalhetes); - A movimentação do doente na cabina deverá ser limitada. Deverá ter acesso a uma casa de banho que ficará reservada para seu uso exclusivo; - Se forem servidas refeições ao doente, todos os utensílios utilizados devem ser acondicionados à parte, em saco de plástico fechado, para posteriormente serem entregues ao INEM e submetidos a tratamento adequado. 3. Actuação da Autoridade de Saúde A Autoridade de Saúde avaliará a situação e manterá ou não a suspeição. Em função dessa avaliação, se a suspeição não for validada, após aterragem, o passageiro poderá desembarcar normalmente ou, se o desejar, poderá ser encaminhado para a sala prevista em cada aeroporto, onde será contactado pela Autoridade de Saúde. Se a Autoridade de Saúde mantiver a suspeição, e o caso ainda for considerado possível (critérios atrás referidos) deve contactar imediatamente a Linha de Saúde Pública para a validação junto do médico da DGS. Nesta avaliação, se contactar com o doente, a Autoridade de Saúde deverá usar bata descartável e impermeável, máscara cirúrgica impermeável e luvas descartáveis, deve ainda, depois do contacto com o doente, lavar as mãos com água e sabão ou desinfectar com um anti séptico à base de álcool se as mãos não estiverem visivelmente conspurcadas. Após a validação do caso possível, o médico da desencadeará o processo de referenciação, informando, de imediato, o Director Clínico do hospital de referência mais próximo do aeroporto onde se encontra o doente e, ao mesmo tempo, activa o INEM para providenciar o transporte Documento de trabalho :11:10 3
4 urgente do doente para o hospital, referindo o nome do médico que será responsável pelo internamento. Os hospitais de internamento definidos para os casos humanos de gripe de origem aviária, na fase 3 de alerta pandémico, conforme o aeroporto são: Hospital de Curry Cabral Aeroportos de Lisboa e Faro Hospital Pediátrico de D. Estefânia Aeroportos de Lisboa e Faro Hospital de S. João Aeroporto do Porto A Companhia Aérea informará os passageiros e a tripulação acerca da situação e fornecerá à Autoridade de Saúde uma lista dos passageiros que viajaram na mesma fila do doente, nas duas filas da frente e na fila de trás e que tenham permanecido a menos de um metro do doente, com informação (telefone, morada, etc.) sobre a forma de os contactar nos 7 dias seguintes. Estas informações são essenciais para as Autoridades de Saúde poderem contactar posteriormente os tripulantes e os passageiros, caso seja necessário. Não se recomendam restrições à deslocação dos passageiros saudáveis e da tripulação. No entanto, estes devem ser informados que, se surgirem os sintomas acima referidos, nos próximos 7 dias, devem contactar a Linha Saúde Pública ( ) mencionando a viagem e a ocorrência do incidente a bordo. Se posteriormente o caso for confirmado, os acima considerados contactos próximos do doente com infecção pelo vírus da gripe A H5N1 devem ficar sob vigilância activa, medindo a temperatura 2 vezes por dia, durante 7 dias. 4. Transporte do doente O desembarque e transporte do doente são da responsabilidade do INEM. A ambulância deslocar-se-á até à aeronave, de modo a poder efectuar o transporte do doente directamente para o hospital de referência. Durante o transporte, o pessoal do INEM (ou seus representantes) deverá respeitar os procedimentos de protecção individual referidos no documento GAH4, adequados ao nível de cuidados que forem prestados ao doente. À chegada ao hospital, o doente deverá ser recebido pelo médico responsável pelo internamento e ser internado de imediato. No hospital serão aplicados os procedimentos constantes no documento GHA 2. Documento de trabalho :11:10 4
5 O avião deve ser desinfectado de acordo com o Guide to Hygiene and Sanitation in Aviation, da Organização Mundial da Saúde, prestando particular atenção às cadeiras, tabuleiros de refeições, almofadas, locais compartilhados e outros objectos tocados pelo doente. Documento de trabalho :11:10 5
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