Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da SULDOURO

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1 Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da SULDOURO Relatório Preliminar Relatório elaborado para: SULDOURO - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos, S.A. EEP /06.02 FEVEREIRO 2010 Instituto de Ambiente e Desenvolvimento Campus Universitário AVEIRO tel fax sec@idad.ua.pt

2 Ficha técnica Designação do Projecto: Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da SULDOURO Cliente: SULDOURO - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos, S.A. Rua Conde Barão SERMONDE Sector Operacional: Estudos Estratégicos e de Planeamento N.º do Relatório: EEP /06.02 Tipo de Documento: Relatório Preliminar Data de Emissão: 26 de Fevereiro de 2010 Pág. ii de xvi

3 Equipa Técnica O presente estudo foi elaborado pela seguinte equipa técnica: Coordenação Miguel Coutinho (Doutor em Ciências Aplicadas ao Ambiente, IDAD) Fernando Leão (Licenciado em Biologia, IDAD) Consultoria Técnica Alexandra Silva (Licenciada em Engenheira do Ambiente, IDAD) Carlos Borrego (Professor Catedrático, Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro, IDAD) Clara Ribeiro (Mestre em Poluição Atmosférica, IDAD) Raquel Pinho (Licenciada em Planeamento Regional e Urbano e Mestre em Regeneração Urbana e Ambiental, IDAD) Sérgio Bento (Licenciado em Planeamento Regional e Urbano, IDAD) Pedro Bettencourt Correia (Licenciado em Geologia e pós graduado em Geologia Marinha, NEMUS - Gestão e Requalificação Ambiental) Sónia Alcobia (Licenciada em Geologia Aplicada e do Ambiente, NEMUS - Gestão e Requalificação Ambiental) João Fernandes (Licenciado em Engenharia do Ambiente, NEMUS - Gestão e Requalificação Ambiental) Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. iii de x

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5 Índice 1. INTRODUÇÃO 1 2. ANTECEDENTES ANTES DA CONSTRUÇÃO DO ATERRO DE SERMONDE APÓS A CONSTRUÇÃO DO ATERRO DE SERMONDE 9 3. METODOLOGIA PARTICIPAÇÃO PÚBLICA Workshop Abertura de um BLOG Apresentação pública do relatório Participação pública alargada DEFINIÇÃO DO ÂMBITO PROCESSO DE SELECÇÃO Pressupostos Identificação de locais CARACTERIZAÇÃO POR OBJECTIVO DE SUSTENTABILIDADE COMPATIBILIZAÇÃO COM OS USOS E REGULAMENTOS EXISTENTES Restrições de utilidade pública Reserva Ecológica Nacional Reserva Agrícola Nacional Servidões administrativas Medidas preventivas ASSEGURAR A SALVAGUARDA DAS ÁREAS COM VALOR PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E BIODIVERSIDADE Sistema Nacional de Áreas Classificadas Áreas de continuidade Áreas com importância local ASSEGURAR A PROTECÇÃO DO PATRIMÓNIO CULTURAL MINIMIZAÇÃO DO RISCO E PROTECÇÃO DOS RECURSOS Geologia Enquadramento geológico Recursos geológicos Património geológico Enquadramento tectónico e sismicidade Enquadramento Geomorfológico Hidrogeologia 55 Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. v de x

6 Massas de água subterrânea e aptidão aquífera Vulnerabilidade à poluição ASSEGURAR A QUALIDADE DE VIDA DAS POPULAÇÕES População e povoamento Densidade populacional Povoamento Equipamentos Acessibilidades rodoviárias SELECÇÃO DE LOCAIS CARTAS SÍNTESE Compatibilização com os usos e regulamentos existentes Assegurar a salvaguarda das áreas com valor para a conservação da natureza e biodiversidade Assegurar a protecção do património cultural Minimização do risco e protecção dos recursos Assegurar a qualidade de vida das populações IDENTIFICAÇÃO PRÉVIA DE LOCAIS CARACTERIZAÇÃO GERAL DOS LOCAIS Local: Espargo/Rio de Meão Local: Espargo/S. João de Ver Local: Escapães Local: Caldas de S. Jorge/Pigeiros Local: Milheirós de Poiares Local: Canedo - Canedo Local: Sobreda - Canedo Local: Costouras - Canedo Local: Canelas LOCAIS VIÁVEIS Avaliação dos locais viáveis População a 1 km Odores Transportes Locais seleccionados para Estudo Prévio CONCLUSÕES BIBLIOGRAFIA 109 ANEXOS Pág. vi de x

7 Índice de Quadros Quadro 2.1- Quantidade de RSU depositados na lixeira de Canedo entre 1992 e Quadro 2.2- Locais propostos pela SulDouro para a construção do novo aterro 10 Quadro 2.3- Locais propostos pela Junta de Freguesia do Canedo para construção do novo aterro. 11 Quadro 4.1- Património classificado. 42 Quadro 4.2- Distribuição dos principais tipos de formações geológicas aflorantes nos concelhos de Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira. 45 Quadro 4.3- Recursos minerais metálicos no concelho de Vila Nova de Gaia (INETI, 2009). 46 Quadro 4.4- Recursos minerais metálicos no concelho de Santa Maria da Feira (INETI, 2009). 46 Quadro 4.5- Recursos minerais metálicos no concelho da Feira (INETI, 2009) (continuação). 47 Quadro 4.6- Captações de água subterrânea que fazem parte do SNIRH, nos concelhos em estudo. 56 Quadro 4.7- Classes de vulnerabilidade à poluição 59 Quadro 4.8- Vulnerabilidade à poluição (em % da área total). 60 Quadro 4.9- População residente (INE, 2001). 63 Quadro 5.1- Aspectos geológicos, geomorfológicos e hidrogeológicos analisados para avaliação da possibilidade de instalação de um aterro. 77 Quadro 5.2- Identificação prévia de locais. 84 Quadro 5.3- Avaliação da viabilidade dos locais. 96 Quadro 5.4- Valores obtidos para o indicador População residente a 1 km. 99 Quadro 5.5- Valores obtidos para o indicador Odores. 100 Quadro 5.6- Valores obtidos para o indicador Transportes. 103 Quadro 5.7- Matriz de indicadores. 104 Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. vii de x

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9 Índice de Figuras Figura 1.1- Sistema Multimunicipal do Sul do Douro...3 Figura 1.2- Quantitativos anuais de resíduos depositados no aterro sanitário de Sermonde...4 Figura 1.3- Quantitativos anuais de resíduos recolhidos nos ecopontos e ecocentros...5 Figura 1.4- Produção de electricidade a partir do biogás...6 Figura 3.1- Esquema metodológico...14 Figura 4.1- Ecossistemas de REN dos concelhos de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia.26 Figura 4.2- RAN dos concelhos de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia...28 Figura 4.3- Infra-estrutruras básicas dos concelhos de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia Figura 4.4- Principais infra-estruturas de transporte (existentes e previstas) Figura 4.5- Medidas preventivas Figura 4.6- Áreas de continuidade...38 Figura 4.7- Áreas de interesse para a conservação da natureza e biodiversiddae a nível local...40 Figura 4.8- Áreas afectas ao património cultural classificado...43 Figura 4.9- Carta de enquadramento geológico Figura Carta hipsometrica Figura Carta de declives...53 Figura Rede hidrográfica Figura Carta de enquadramento hidrogeológico...58 Figura Carta de Vulnerabilidade à poluição das águas subterrâneas...60 Figura Densidade populacional à freguesia em 2001 (Hab/km 2 )...64 Figura Densidade populacional à sub-secção em 2001 (Hab/ha)...65 Figura Taxa de variação da população entre 1991 e Figura Perímetros urbanos...68 Figura Equipamentos Figura Principais acessibilidades rodoviárias (existentes e previstas)...71 Figura 5.1- Áreas desfavoráveis para a implantação de um aterro do ponto de vista dos usos e regulamentos Figura 5.2- Áreas desfavoráveis para a implantação de um aterro do ponto de vista da conservação da natureza e biodiversidade...75 Figura 5.3- Áreas desfavoráveis para a implantação do aterro do ponto de vista do património cultural Figura 5.4- Zonamento prévio da favorabilidade à intalação de um aterro do ponto de vista da Geologia/Geomorfologia/Hidrogeologia...78 Figura 5.5- Áreas desfavoráveis para a implantação de um aterro do ponto de vista da geologia/geomorfologia/hidrogeologia Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. ix de x

10 Figura 5.6- Áreas desfavoráveis para a instalação de um aterro do ponto de vista da qualidade de vida das populações...81 Figura 5.7- Carta síntese final Figura 5.8- Locais sem condicionamentos à implantação do Aterro (excluiram-se da representação as áreas < 1 ha)...83 Figura 5.9- Locais: Espargo/Rio de Meão e Espargo/S. João de Ver...86 Figura Implantação dos locais Espargo/Rio de Meão e Espargo/S. João de Ver face ao projecto de expansão do Europarque Figura Local: Escapães Figura Local: Caldas de S. Jorge/Pigeiros...89 Figura Local Milheirós de Poiares Figura Locais: Canedo-Canedo, Sobreda Canedo e Costouras Canedo...93 Figura Local Canelas Figura Localização geográfica dos locais viáveis...97 Figura Rosa de ventos da série climatológica na Serra do Pilar (Gaia) Figura Mapeamento da distância média Figura Indicadores para cada um dos locais viáveis Figura Local Caldas de S. Jorge/Pigeiros Figura Local Sobreda-Canedo Pág. x de x

11 1. Introdução No presente relatório apresenta-se o estudo de selecção de locais alternativos para o novo aterro do Sistema Multimunicipal do Sul do Douro, o qual se encontra concessionado à SULDOURO - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos S.A.. Este estudo foi elaborado pelo IDAD Instituto do Ambiente e Desenvolvimento. De salientar que não será objectivo deste estudo a selecção do local mais apropriado, mas sim a identificação de uma lista curta de locais viáveis, remetendose para uma fase seguinte (que não faz parte do presente relatório), a realização do estudo de impacte ambiental de pelo menos dois locais alternativos do qual resultará a selecção do local mais adequado para a construção do novo aterro. Pretende-se que este estudo incorpore na sua abordagem, de forma consistente e programada, as visões dos vários actores sociais interessados neste processo, nomeadamente os órgãos autárquicos, entidades com competências técnicas diversas e a população em geral. O envolvimento de todos os parceiros sociais desde as fases iniciais de um processo desta natureza tem como objectivo obter a melhor solução através da consensualização social, o que agilizará a futura concretização prática do projecto. Enquadramento Legal Actualmente, o regime jurídico da gestão de resíduos encontra-se instituído pelo Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro. Este Decreto-Lei aplica-se às operações de gestão de resíduos, compreendendo toda e qualquer operação de recolha, transporte, armazenagem, triagem, tratamento, valorização e eliminação de resíduos ( ) (n.º 1 do Artigo 2º). Por sua vez, o Decreto-Lei n.º 183/2009, de 10 de Agosto, estabelece o regime jurídico da deposição de resíduos em Aterro e os requisitos gerais a observar na concepção, construção, exploração, encerramento e pós-encerramento de aterros, incluindo as características técnicas específicas para cada classe de aterros. Com este Decreto-Lei pretende-se evitar ou reduzir os efeitos negativos sobre o ambiente da deposição de resíduos em aterro, quer à escala local, em especial a poluição das águas superficiais e subterrâneas, do solo e da atmosfera, quer à escala global, em particular o efeito de estufa, bem como quaisquer riscos para a saúde humana. No Anexo I deste Decreto-Lei são indicados os requisitos a ter em conta para localização, controlo de emissões, estabilidade, equipamentos, instalações, infra-estruturas de apoio e finalmente para o encerramento e integração paisagística dos aterros. A operação de deposição de resíduos em Aterro depende do respectivo licenciamento sendo que este engloba as fases de concepção, construção, exploração, encerramento e pós-encerramento do Aterro. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 1 de 110

12 O Sistema Multimunicipal do Sul do Douro O Sistema Multimunicipal de triagem, recolha selectiva, valorização e tratamento de resíduos sólidos urbanos do Sul do Douro foi criado pelo Decreto-Lei nº 89/96, de 3 de Julho integrando os municípios de Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira. O mesmo diploma constitui a sociedade SULDOURO - Valorização e Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos S.A. adjudicando-lhe em regime de concessão a exploração e gestão do sistema multimunicipal a Sul do Douro por um período de 25 anos, ou seja, até 2021 (contrato de concessão celebrado em 30 de Julho de 1996). São accionistas da sociedade a Empresa Geral de Fomento (60%), o município de Santa Maria da Feira (15%) e o município de Vila Nova de Gaia (25%). A SULDOURO desenvolve a sua actividade numa área de aproximadamente 384 km 2 e, em 2001, servia uma população de habitantes, sendo responsável pela exploração do Aterro de Sermonde (Licença de exploração n.º 23/05/INR de 30 de Dezembro e Averbamento n.º 1 de 30 de Abril de 2008 o qual integra a Licença Ambiental n.º23/2008 de 5 de Março de 2008). De acordo com os dados mais recentes (estimativas do Anuário Estatístico da Região Norte) estimou-se que, em 2007, a população do conjunto deste dois concelhos se cifraria já nos habitantes ( no concelho de Vila Nova de Gaia e no concelho de Santa Maria da Feira (INE, 2008). O modelo técnico de gestão e valorização dos resíduos sólidos urbanos da SULDOURO estrutura-se sobre várias infra-estruturas e equipamentos, nomeadamente (Figura 1.1): Aterro Sanitário para deposição final de RSU (localizado em Sermonde); Estação de triagem localizada junto ao Aterro Sanitário de Sermonde; Unidade complementar de tratamento Central de Valorização Orgânica (em construção junto ao Aterro de Sermonde) por digestão anaeróbia com aproveitamento energético do biogás gerado; Recolha selectiva: o 1514 ecopontos (1043 em Gaia e 471 na Feira); o 4 Ecocentros (2 em Vila Nova de Gaia e 2 em Santa Maria da Feira); Central Termoeléctrica alimentada a partir do biogás gerado no Aterro Sanitário; Selagem das lixeiras existentes na área do Sistema Multimunicipal (em Canedo no concelho de Santa Maria da Feira e em Vilar de Andorinho no concelho de Vila Nova de Gaia). À data da projecção do Aterro de Sermonde (1995), considerou-se que o ano zero seria 1997 e o ano horizonte do projecto seria 2011, ou seja, teria uma vida útil de 15 anos. Após o estudo comparativo de alternativas (SEIA, 1995), o Aterro Sanitário foi construído na freguesia de Sermonde no concelho de Vila Nova de Gaia 1. 1 SEIA, S.A. (1995). Estudo de Impacte Ambiental Análise e Selecção de Quatro Locais para a Implantação de um Aterro Sanitário. Pág 2 de 110

13 No entanto, a exploração do Aterro Sanitário apenas se iniciou em Março de 1999 (dois anos após o inicialmente previsto). Nesta data, Vila Nova de Gaia iniciou a deposição parcial dos seus resíduos no Aterro tendo Santa Maria da Feira começado a depositar os seus resíduos em Junho. Figura 1.1- Sistema Multimunicipal do Sul do Douro. O Aterro construído, apresenta um volume útil m 3 e ocupa uma área de aproximadamente 10 ha. Esta capacidade permitiria a deposição no ano horizonte de cerca de 2,3 milhões de toneladas de resíduos. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 3 de 110

14 No final de 2009, o Aterro de Sermonde acumulava ton de resíduos, pelo que, com a configuração inicial, deveria atingir a sua capacidade em Na Figura 1.2 apresenta-se a evolução dos quantitativos de resíduos depositados no Aterro Sanitário de Sermonde entre o ano de início de funcionamento e Quantidade de resíduos (ton) a Ano Vila Nova de Gaia Resíduos Urbanos Municipais Santa Maria da Feira Resíduos Urbanos Municipais Vila Nova de Gaia Resíduos Particulares (REU+RIB) Santa Maria da Feira Resíduos Particulares (REU+RIB) a- Embora o início de deposição tenha sido em Março, só em Julho se passou a receber a totalidade dos resíduos dos dois concelhos. RIB resíduo industrial banal (RI), que corresponde ao RI não perigoso; REU resíduo equiparado a urbano que corresponde ao resíduo urbano produzido pelas entidades +particulares. Figura 1.2- Quantitativos anuais de resíduos depositados no aterro sanitário de Sermonde. Perspectivando-se, assim, o esgotamento previsto da capacidade do Aterro em 2010, foi desenvolvido um projecto de ampliação da capacidade do Aterro de Sermonde através da abertura de mais uma célula dentro dos limites actuais do terreno da SULDOURO cuja construção decorreu em Esta nova célula, com uma área de cerca de 3 ha e cujo início de funcionamento se prevê para início do primeiro trimestre de 2010 permitirá a deposição de mais cerca de ton de resíduos. Com esta ampliação é expectável que a capacidade do Aterro de Sermonde, com as características de projecto que possui e nas condições de funcionamento actuais, se esgote em finais de Fazendo a recolha selectiva de embalagens parte do modelo de gestão do sistema multimunicipal, os resíduos que são recolhidos selectivamente nos ecopontos e nos ecocentros são posteriormente encaminhados para a estação de triagem localizada em Sermonde que prepara os resíduos para reciclagem. Como é possível verificar através da Figura 1.3 a quantidade de resíduos recolhidos nos ecopontos e ecocentros tem aumentado significativamente ao longo dos anos. Pág 4 de 110

15 Em parte, este incremento deve-se ao esforço de sensibilização desenvolvido junto das populações e ao incremento anual do número de ecopontos na área do sistema multimunicipal. Após a triagem os resíduos são então encaminhados para reciclagem em diversas unidades Quantidade de resíduos (ton) Ano Ecopontos Ecocentros Figura 1.3- Quantitativos anuais de resíduos recolhidos nos ecopontos e ecocentros. No final de 2010 entrará em funcionamento a Central de Valorização Orgânica (CVO) prevendo-se o tratamento anual de ton de resíduos urbanos. A matéria orgânica proveniente do tratamento mecânico dos RU da recolha indiferenciada, será transformada em composto orgânico, através de um "processo de digestão anaeróbica com recuperação do biogás produzido e posterior maturação/higienização aeróbica do composto resultante. O tratamento mecânico potencia a separação das fracções recicláveis presentes nos resíduos indiferenciados como metais e plásticos, estando previsto a recuperação e envio para reciclagem de ton. de materiais de embalagem. O composto poderá ser utilizado na agricultura biológica ou em espaços verdes, estimando-se que a unidade capte cerca de 21% dos resíduos orgânicos que, actualmente, são depositados em aterro, dando cumprimento ao previsto no PERSU II para a SULDOURO e contribuindo assim para a Estratégia Nacional para a Redução de Resíduos Urbanos Biodegradáveis Depositados em Aterro. No Aterro de Sermonde existe ainda uma Central de Valorização Energética do Biogás que produz energia eléctrica a partir do biogás resultante do Aterro sendo pioneira no aproveitamento do calor para climatização de edifícios e aquecimento de águas sanitárias (para toda a instalação da SULDOURO). Esta Central iniciou a sua operação em 2004 com uma potência eléctrica de kw tendo em 2007 sido aumentada para kw e em 2008 para kw. Em 2010 está previsto o aumento para kw. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 5 de 110

16 Electricidade produzida (MWh) Ano Figura 1.4- Produção de electricidade a partir do biogás A partir do momento em que a CVO entre em funcionamento, o biogás aí produzido será encaminhado para a Central de Valorização Energética do Biogás, para a qual já está em fase de adjudicação um grupo gerador de 1MW de potência eléctrica. Com o início de funcionamento do Aterro de Sermonde, a SULDOURO procedeu à selagem e recuperação das lixeiras de Canedo e de Vilar de Andorinho. Após a construção do Novo Aterro, nas instalações da SULDOURO em Sermonde serão mantidas em funcionamento as actuais unidades, nomeadamente: Estação de Triagem para preparar os resíduos para reciclagem recolhidos selectivamente nos ecopontos e ecocentros; Central de Valorização Orgânica - para tratar os resíduos orgânicos recolhidos na área do sistema multimunicipal e recuperar recicláveis; Central Valorização Energética do Biogas para produzir energia eléctrica através da queima do biogás produzido no Aterro (selado) e na Central de Valorização Orgânica; A Estação de Tratamento de Lixiviados (ETL) do aterro de Sermonde. Pág 6 de 110

17 2. Antecedentes Tendo em conta que o aterro de Sermonde se encontra perto do seu esgotamento, por forma a que não ocorra descontinuidade no processo de valorização e tratamento dos resíduos produzidos, a SULDOURO iniciou um processo de avaliação e selecção de locais alternativos para o novo Aterro que receberá os resíduos produzidos por estes dois concelhos. Até ao momento foram realizados, pela SULDOURO, dois estudos: Pesquisa de Locais para a Implantação de um Aterro Sanitário no Concelho de Santa Maria da Feira Análise Preliminar de Intenções (2002); Potenciais Locais para o Novo Aterro Sanitário da SULDOURO (desenvolvido entre 2007 e 2008). Entretanto, em Agosto de 2008, a Junta de freguesia de Canedo, ao ter conhecimento que uma das hipóteses em estudo apontadas pela SULDOURO para a localização do novo Aterro seria na freguesia de Canedo, apresentou um estudo intitulado: Identificação de Áreas de Implantação para o Futuro Aterro Sanitário dos Concelhos de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia. Para além destes estudos, que dizem respeito à selecção de um novo local para a implantação do Aterro após o esgotamento do Aterro de Sermonde, há ainda a referir os estudos prévios à construção do actual Aterro de Sermonde que contemplavam outros locais que foram preteridos em relação ao de Sermonde, nomeadamente: Pré-qualificação dos locais para Implantação de um Aterro Técnico de detritos domésticos elaborado pela Resin, SA; Estudo de Impacte Ambiental Análise e Selecção de Quatro Locais para a Implantação de um Aterro Sanitário elaborado pela SEIA, S.A. (1995). Seguidamente apresenta-se uma análise sumária de cada um dos estudos até ao momento elaborados divididos em dois momentos: Antes da construção do Aterro de Sermonde; Após a construção do Aterro de Sermonde. 2.1 Antes da construção do Aterro de Sermonde Até 1989, os resíduos produzidos nestes dois concelhos eram encaminhados para duas lixeiras: uma localizada na freguesia de Vilar de Andorinho (concelho de Vila Nova de Gaia) e outra na freguesia de Canedo (concelho de Santa Maria da Feira). A partir de 1989, e até à entrada em funcionamento do Aterro Sanitário de Sermonde (1999), os RSU de Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira eram depositados sobretudo na lixeira de Canedo (concelho de Santa Maria da Feira). Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 7 de 110

18 Esta lixeira localizava-se numa zona muito declivosa nas margens do rio Inha, possuindo deficientes condições de exploração, nomeadamente no que respeita a questões de saúde pública e risco ambiental. No Quadro 2.1 apresentam-se os quantitativos de RSU depositados na lixeira de Canedo entre 1992 e Quadro 2.1- Quantidade de RSU depositados na lixeira de Canedo entre 1992 e Ano Vila Nova de Gaia Santa Maria da Feira Total Fonte: EIA da Análise e Selecção de 4 locais para implantação de um aterro sanitário (SEIA, 1995). Face à situação então existente e considerando as expectativas de evolução da produção de resíduos previstas tornava-se urgente seleccionar um outro local para deposição dos resíduos produzidos nestes dois concelhos. A solução encontrada, face à legislação vigente, seria um Aterro Sanitário. Pré-qualificação dos Locais para Implantação de um Aterro Técnico de Detritos Domésticos Este estudo visava a selecção de locais com aptidão para a instalação de um aterro sanitário que servisse conjuntamente Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia. Numa primeira fase este estudo identificou sete locais devidamente hierarquizados por ordem decrescente, sendo que dois se localizavam no concelho de Santa Maria da Feira (Nogueira da Regedoura e Mosteirô) e os restantes cinco em Vila Nova de Gaia. Segundo o parecer da Direcção Regional do Ambiente, que foi de encontro ao parecer emitido pela Comissão de Coordenação Regional, considerou-se o local designado por Nogueira da Regedoura como possuindo fraca aptidão, dado apresentar uma reduzida área disponível e inviável pelas alterações às portagens da auto-estrada. Já em relação ao local de Mosteirô os pareceres emitidos referiam como principal factor desfavorável a distância aos principais centros de produção, ou seja, a Vila Nova de Gaia, já que Mosteirô se localiza no extremo sul do município de Santa Maria da Feira. Com base neste estudo as autarquias envolvidas decidiram auscultar a opinião pública, promovendo dois encontros técnicos que decorreram em Outubro de Face às interrogações suscitadas pelas populações e às posições assumidas pelas autarquias, estas decidiram promover um novo estudo com o objectivo de validar os já elaborados. Estudo de Impacte Ambiental Análise e Selecção de Quatro Locais para a Implantação de um Aterro Sanitário Este estudo, apresentado em 1995, analisa quatro locais, assumidos pelas autarquias como potenciais localizações para a implantação de um aterro sanitário, designadamente: Pág 8 de 110

19 Local de Mosteirô (Santa Maria da Feira); Local de Olival (Vila Nova de Gaia); Local de S. Félix da Marinha (Vila Nova de Gaia); Local de Sermonde (Vila Nova de Gaia); O estudo identificou como melhor local potencial para a construção de um aterro sanitário, o local de Sermonde onde viria a ser construído o aterro sanitário actualmente em exploração. Relativamente ao local identificado no Município de Santa Maria da Feira Mosteirô, apesar de ser o que apresenta menores restrições relativamente à localização das populações, o local é inviabilizado pela diminuta área disponível e pelo seu atravessamento pelo gasoduto Setúbal-Braga, limitando assim as terraplenagens e modelação em profundidade do terreno. No que respeita aos locais de Olival e S. Félix da Marinha, estes apresentam inúmeras condicionantes. No caso de Olival estas condicionantes estão essencialmente relacionadas, entre outros, com a existência de áreas de RAN e REN, geotecnia, hidrogeologia e águas superficiais. No caso de S. Félix da Marinha as condicionantes existentes relacionam-se com a existência de algumas populações nas imediações, hidrogeologia e tipo de solos. 2.2 Após a construção do Aterro de Sermonde Após a construção do Aterro de Sermonde, cujo inicio de funcionamento ocorreu em 1999, previu-se que, com base no volume depositado nos primeiros anos, na taxa de crescimento de RSU e no volume de encaixe disponível para a sua deposição, o tempo de vida útil deste aterro terminaria em , mais cedo que o inicialmente projectado. Desta forma, seria pertinente começar, o quanto antes, a desenvolver os estudos necessários à selecção de um novo local que pudesse substituir Sermonde após o tempo de vida útil deste terminar. No entanto, derivado da mais elevada taxa de compactação e assentamentos da massa de resíduos verificados em real, face à estimada em projecto, a vida útil do Aterro estendeu-se de 2007 até ao primeiro trimestre de Pesquisa de Locais para a Implantação de um Aterro Sanitário no Concelho de Santa Maria da Feira Análise Preliminar de Intenções Tendo por base a previsão de que o tempo de vida útil terminaria em 2007, e considerando o tempo necessário para que um novo aterro sanitário possa entrar em funcionamento (período de selecção, aprovação administrativa e construção) a SULDOURO, em 2002, iniciou um processo de avaliação de novos locais com potencialidade para a deposição dos RSU produzidos nestes concelhos. Este estudo retoma o local de Mosteirô já indicado em estudos anteriores e procede a uma análise de novos locais tendo por base o geocentro de produção de resíduos. 2 Documento Técnico para Processo de Relatório Final da Candidatura ao Fundo de Coesão (SULDOURO). Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 9 de 110

20 Com base no geocentro de produção foram considerados dois cenários: 1º Geocentro (manter o aterro sanitário de Sermonde como estação de transferência + aterro no concelho de Santa Maria da Feira); 2º Geocentro (apenas o concelho de Santa Maria da Feira). Os resultados apontaram para: Zona de Grijó no caso do 1º cenário (Concelho de Vila Nova de Gaia); Aldeia Nova na freguesia de S. João de Ver no caso do 2º cenário (Santa Maria da Feira). Considerando o pressuposto inicial de que o Aterro seria em Santa Maria da Feira o local em Grijó não foi considerado representativo. Havendo duas localizações possíveis (Mosteiro e S. João de Ver) o estudo alargou o universo de pesquisa para outras zonas, com base num conjunto diversificado de critérios ao nível das condicionantes e do ordenamento do território. Desta análise resultaram duas outras áreas potenciais para localização do aterro (próximas entre si): Caldas de S. Jorge/Pigeiros/Escapães; Escapães/Arrifana. Em relação aos 4 locais em causa, o estudo conclui o seguinte: Mosteirô Revela-se inadequado devido ao facto de ser atravessado pelo gasoduto Setúbal-Braga, o que faz diminuir consideravelmente a área utilizada; Geocentro em S. João de Ver encontra-se próximo de áreas urbanizadas, nomeadamente das povoações de Aldeia Nova e Venda de Baixo. Sobrepõe-se parcialmente a uma área de REN (área de máxima infiltração) e de RAN, pelo que também neste caso a área disponível é reduzida; Outras áreas potenciais (Caldas de S. Jorge/ Pigeiros/ Escapães e Escapães/Arrifana) Sem condicionantes relevantes, afastada de zonas urbanizadas e próxima da rede viária e zonas industriais. Potenciais Locais para o Novo Aterro Sanitário da SULDOURO. Neste estudo, cujo relatório preliminar data de 2007, a SULDOURO identifica e avalia 3 locais potenciais para implantação do Aterro sanitário os quais foram seleccionados utilizando como descritores de análise as restrições legais, a aptidão do terreno e o impacte ambiental. Estes locais foram avaliados pela Suldouro numa escala qualitativa que variou entre: muito fraco, fraco, suficiente, bom e muito bom. Apenas um dos locais obteve a classificação de Bom. Quadro 2.2- Locais propostos pela SulDouro para a construção do novo aterro Local Freguesia Concelho Área (ha) Avaliação S1 Crasto Sandim V. N. Gaia 11 Muito fraco S2 Várzea Sandim/Canedo V. N. Gaia/Sª. Mª Feira 45 Fraco S3 Sobreda Canedo Sª Mª Feira 55 (80) Bom Pág 10 de 110

21 Identificação de Áreas de Implantação para o Futuro Aterro Sanitário dos Concelhos de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia Em Agosto de 2008 a Junta de Freguesia de Canedo, após tomar conhecimento do estudo da SULDOURO, apresentou um estudo de localização alternativo. Tendo como objectivo principal encontrar um local alternativo situado no exterior desta freguesia, este estudo exclui o território da freguesia de Canedo do âmbito do processo de selecção. Este estudo identificou 15 locais potenciais cujas características estão resumidas no Quadro 2.3, sendo que 13 destes locais se localizam no território do concelho de Santa Maria da Feira. Os 2 locais situados no concelho de Vila Nova de Gaia correspondem a extensões do actual aterro de Sermonde. O estudo promovido pela freguesia do Canedo avalia os locais possíveis, subdividindo-os em 3 categorias: aptidão fortemente condicionada (5 locais), aptidão condicionada (6) e aptidão moderada a condicionada (4). Quadro 2.3- Locais propostos pela Junta de Freguesia do Canedo para construção do novo aterro. Local Concelho Área (ha) Aptidão F1 Espargo SªMª Feira 35 Condicionada F2 Mosteiró SªMª Feira 22 Fortemente condicionada F3 Sanfins SªMª Feira 21 Fortemente condicionada F4 S. João de Ver-1 SªMª Feira 20 Fortemente condicionada F5 S. João de Ver-2 SªMª Feira 29 Fortemente condicionada F6 SªMª de Lamas SªMª Feira 22 Condicionada F7 Lourosa SªMª Feira ~21 Moderada a condicionada F8 Caldas de S. Jorge SªMª Feira ~50 Moderada a condicionada F9 Pigeiros SªMª Feira 25 Fortemente condicionada F10 Milheirós de Poiares SªMª Feira 25 Condicionada F11 Escapães SªMª Feira 24 Condicionada F12 Vila Maior-Lobão SªMª Feira 49 Condicionada F13 Louredo-Vale SªMª Feira 22 Condicionada F14* Perozinho V.N. Gaia 15 Moderada a condicionada F15* Serzedo V.N. Gaia 16 Moderada a condicionada * constitui a ampliação do actual Aterro de Sermonde. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 11 de 110

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23 3. Metodologia A abordagem adoptada para a concretização do presente estudo estrutura-se sobre as metodologias de elaboração aplicadas à Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) de planos e programas. No caso concreto não se estará perante uma AAE formal, embora se esteja perante uma decisão estratégica da SULDOURO de carácter programático. Não existindo a necessidade formal de realização do procedimento de AAE, julgou-se apropriado aplicar a metodologia AAE de forma livre, adaptando-a às características próprias deste processo decisório. Com esta opção pretende-se: Assegurar a integração de considerações ambientais e sociais no processo de selecção; Detectar oportunidades e riscos, avaliar e comparar opções alternativas enquanto estas ainda se encontram em discussão; Contribuir para o estabelecimento de contextos de desenvolvimento mais adequados a futuras propostas de desenvolvimento, nomeadamente no que respeita aos Planos Municipais. O envolvimento da comunidade desde uma fase inicial do processo, nomeadamente através de um processo de participação pública activo, assume especial relevância neste estudo, contribuindo desde logo para a definição do âmbito e concretização de objectivos de sustentabilidade. O processo de selecção em si, partindo do âmbito definido, é desenvolvido sobre uma forte componente técnica apoiada por um sistema de informação geográfica. Para o efeito, toda a informação recolhida foi tratada de forma a se tornar georeferenciada para assim, de forma mais célere, auxiliar o processo de selecção de locais. Na Figura 3.1 apresenta-se o esquema metodológico que resume as diversas etapas que integram este processo. Na parte final do esquema informa-se que, após a identificação dos locais, o processo não é fechado mas terá continuidade numa outra fase que se denomina por Avaliação de Impacte Ambiental. Nesta fase, que não faz parte do presente estudo, serão desenvolvidos os estudos prévios e realizado o Estudo de Impacte Ambiental que comparará os impactes da construção do Aterro entre os dois locais identificados. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 13 de 110

24 Definição do âmbito Requisitos Técnicos) Legislação Objectivos de Sustentabilidade Consulta pública (Workshop) Relatório do Workshop Pressupostos de base Critérios de análise Condições de selecção Processo de Selecção Componente técnica Identificação Prévia de Locais Validação Técnica Visita aos locais Locais viáveis Indicadores Locais para Estudo Prévio SIG Relatório Preliminar BLOG Consulta pública (Sessão pública +15 dias) Locais finais para Estudo Prévio Relatório final Avaliação de Impacte Ambiental Estudos Prévios Estudo de Impacte Ambiental Figura 3.1- Esquema metodológico. 3.1 Participação pública O envolvimento do público em processos de tomada das decisões que lhe dizem respeito é fundamental para garantir a sustentabilidade das decisões e dos projectos que os concretizam posteriormente no terreno (Doelle e Sinclair, 2006). A importância da participação pública na tomada de decisões de cariz ambiental foi reconhecida internacionalmente pela Declaração do Rio sobre Ambiente e Desenvolvimento (1992), que considera a participação pública um elemento essencial na integração dos factores ambientais e económicos na procura da sustentabilidade. Em 1998, a Convenção de Aarhus reconheceu a importância da promoção da participação pública nos processos de decisão ambiental. Apesar de vistos como uma ferramenta fundamental para se conseguir uma maior sustentabilidade dos projectos, os processo de participação pública são muitas vezes criticados pois são frequentemente considerados como ineficazes pelos cidadãos participantes, caros e demorados pelos promotores dos projectos e ineficientes pela Pág 14 de 110

25 administração pública (Petts, 1999) A promoção da participação pública torna-se assim um processo complexo cujos resultados dependem da aplicação de um conjunto de princípios (Bond et al., 2004): A participação pública deve ocorrer o mais cedo possível no processo de tomada da decisão tornando todo o processo menos controverso e mais construtivo; A participação pública deve incluir e integrar uma grande variedade de actores sociais, dando espaço à presença de grupos minoritários; A participação pública deve permitir uma comunicação biunívoca criando um diálogo entre o promotor e o público de modo a que se atinja um consenso e se promova uma aprendizagem mútua; Para a participação pública ser eficiente deve ser acompanhada pela criação de oportunidades reais de acesso à informação que inclua o acesso às peças com a informação chave da decisão. A participação pública deve dar poder a todos os actores sociais, dando oportunidades reais de influenciar o processo de tomada de decisão; A participação pública deve considerar os valores dos diversos actores sociais não se limitando à discussão da evidência factual; Quando em fase de processo de avaliação de impacte ambiental, este deve ser transparente e as decisões subsequentes devem ser rastreáveis. Quando a justificação para as decisões tomadas não é clara, ocorre uma perda de confiança e as decisões perdem legitimidade social. Existe um conjunto de factores externos ao próprio processo de participação pública, nomeadamente as atitudes e as competências dos diversos actores que influenciam de forma inequívoca a eficácia dos processos de participação pública: A maturidade da sociedade civil e da sua cultura política, com particular destaque para o grau de confiança no sistema e nos decisores; As atitudes dos promotores e das autoridades competentes perante a participação pública. Caso estes actores não estejam convencidos dos benefícios da participação pública, as oportunidades para a participação tendem a ser minimizadas e consequentemente os seus benefícios são diminuídos; Os recursos disponíveis: os indivíduos e as organizações civis podem pretender envolver-se directamente nos processos participativos mas tal lhes ser impedido dado não possuírem os recursos económicos e humanos necessários a uma revisão técnica dos projectos e a uma defesa sólida das suas posições. No presente caso, o envolvimento dos actores sociais foi efectuado sob diversas formas e em diversos momentos: Organização de um workshop na fase de definição do âmbito; Abertura de um BLOG; Apresentação pública do relatório; Participação pública alargada. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 15 de 110

26 3.1.1 Workshop O workshop, realizado logo no início do processo, foi desenvolvido no âmbito de um processo que se pretende participativo, tendo constituindo uma etapa fundamental da participação pública essencial para a definição do âmbito do estudo. A participação no workshop foi dirigida a um conjunto de entidades que se consideraram ser as mais representativas da comunidade no âmbito de um processo desta natureza. Foram identificadas cerca de 90 entidades para as quais foram enviados convites para participar no workshop (Anexo A). Esta workshop decorreu em 12 de Dezembro de 2009 no Parque Biológico de Gaia. Durante os trabalhos do workshop os participantes tiveram a oportunidade de fornecer um conjunto relevante de informação para a definição dos factores críticos a ter em consideração na tomada da decisão e que contribuíram para a definição dos objectivos de sustentabilidade e respectivos critérios de avaliação. Para o efeito, os participantes foram organizados em grupos, tendo-lhes sido solicitado, na sua qualidade de actores interessados, que reflectissem acerca do problema, cooperassem de uma forma dinâmica num ambiente de trabalho informal e participativo assumindo o papel de agentes interessados com as sensibilidades decorrentes da sua formação e actividades profissionais. Na primeira parte, os grupos foram construídos de forma aleatória atribuindo-se um número sequencial consoante a ordem de chegada no secretariado, obtendo-se um total de 8 grupos de trabalho. Nesta primeira parte os grupos de trabalho tinham como tarefas: Identificar problemas associados ao funcionamento de um Aterro; Identificar as principais condicionantes relativas à implantação de um Aterro. Na segunda parte, sendo o objectivo distinto e pretendendo-se chegar a consensos, procedeu-se a uma reorganização dos grupos nos quais o número de elementos aumentou. O desafio proposto pela equipa foi: Identificar locais potenciais para o novo Aterro (2 a 3); Identificar as vantagens e desvantagens relativos a cada um dos locais identificados. Para o efeito foi fornecido um mapa da área dos dois concelhos no qual poderiam marcar os locais. Finalmente, em sessão plenária, os Grupos, através de um Porta-voz, apresentaram à assembleia os principais resultados/conclusões que obtiveram seguindo-se um debate. Os contributos fornecidos pelos participantes foram parte integrante da definição do âmbito, nomeadamente no que respeita à definição dos objectivos de sustentabilidade. Pág 16 de 110

27 3.1.2 Abertura de um BLOG Para que a informação pudesse chegar a um maior número de interessados, nomeadamente às próprias populações, no início do processo foi criado um BLOG ( no qual se disponibilizaram os estudos previamente existentes e os relatórios produzidos pela equipa técnica, mantendo assim a sociedade civil devidamente informada sobre o desenrolar dos trabalhos. Este espaço permitiu ainda que os interessados pudessem dar o seu contributo, enviando comentários que considerassem pertinentes e construtivos para este processo Apresentação pública do relatório Após o desenvolvimento de todo o trabalho técnico pela equipa e produzido o relatório preliminar onde se identificam os locais alternativos para implantação do Aterro, este relatório e todo o processo metodológico seguido, serão apresentados publicamente. A sessão pública de apresentação do relatório preliminar decorrerá a 27 de Fevereiro de 2010 no Seminário dos Carvalhos, sendo convidados todos os actores envolvidos no workshop anterior Participação pública alargada Imediatamente após a apresentação pública do relatório, este será disponibilizado no BLOG, seguindo-se um período de consulta pública alargada, o qual decorrerá entre 1 e 14 de Março. Para que a informação pudesse chegar a um maior número possível de interessados a consulta pública será publicitada a nível local através de Edital afixado nas Juntas de Freguesia potencialmente afectadas e na comunicação social local. No âmbito deste procedimento de Consulta Pública, todas as opiniões e sugestões apresentadas por escrito serão analisadas e apreciadas pela equipa, sendo as mesmas, quando consideradas relevantes para o processo, incorporadas no relatório final. 3.2 Definição do âmbito Num processo de selecção de locais alternativos é crucial a fase de especificação dos critérios a aplicar na procura do melhor local. Estes critérios que poderão ser referidos como os factores críticos para a tomada de decisão, no global definem o âmbito do estudo. No presente caso, a especificação metodológica destes critérios considerou um conjunto de requisitos técnicos impostos pela legislação, nomeadamente da legislação relacionada com os Aterros, e os resultados emanados da auscultação pública através da realização do workshop que envolveu os principais actores sociais interessados no processo. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 17 de 110

28 Segundo o Decreto-Lei n.º 183/2009 de 10 de Agosto, a localização de um aterro deverá ter em consideração os seguintes requisitos técnicos (n.º 1 do Anexo I): A distância do perímetro do local em relação às áreas residenciais e recreativas, cursos de água, massas de água e outras zonas agrícolas e urbanas; A existência de águas subterrâneas ou costeiras, ou de áreas protegidas; As condições geológicas e hidrogeológicas locais e da zona envolvente; Os riscos de cheias, de aluimento, de desabamento de terra ou de avalanches; A protecção do património natural ou cultural. Segundo aquele diploma, a instalação de um aterro só é autorizada se, face às características do local, no que se refere aos aspectos acima mencionados, e às medidas correctivas a implementar, não acarretar qualquer risco grave para o ambiente e para a saúde pública. Complementarmente, seleccionado o local de implantação do aterro, a concepção do projecto deverá obedecer, entre outros, a um conjunto de requisitos relativos ao controlo das emissões e protecção do solo e das águas, de estabilidade, características dos equipamentos, instalações e infra-estruturas. O âmbito da selecção de locais no território destes dois concelhos deverá assim partir do emanado pela legislação. No entanto, os potenciais locais para instalação do novo aterro, independentemente dos requisitos de concepção, para além de favoráveis do ponto de vista ambiental deverão ser socialmente aceitáveis. Assim, de forma a obter uma análise o mais consensual e sustentável possível, tendo em conta as características demográficas e orográficas deste território, entende-se que neste processo, além dos aspectos legais/ambientais, dever-se-á ter em conta a consulta aos actores interessados e as respectivas considerações, ou seja, este processo deverá integrar uma componente de participação pública. Como resultado da consulta pública efectuada identificaram-se um conjunto de problemas que a comunidade habitualmente associa ao funcionamento de um Aterro e um conjunto de condicionantes que a comunidade entende que devem ser tidas em conta no desenrolar do processo de selecção. Os principais problemas identificados foram: Emissão de odores com afectação da qualidade de vida das populações presentes na envolvente; Afectação da rede viária/trânsito devido à circulação de camiões para transporte dos resíduos para o aterro com consequente degradação da qualidade do piso e afectação da própria circulação das populações residentes. Contaminação do lençol freático; Destruição de espaços verdes e áreas de REN e de RAN; Aumento da poluição (qualidade do ar/ruído) oriunda do próprio aterro e dos veículos pesados que transportam os resíduos; Pág 18 de 110

29 Presença de animais necrófagos e mosquitos; Contaminação dos terrenos. A um nível que se pode considerar secundário, face ao menor número de referências, de referir ainda os aspectos relacionados com: emissão de águas lixiviadas, proximidade às populações, poluição de linhas de água, afectação da saúde pública e alterações na paisagem. Numa análise global aos problemas identificados denota-se que, apesar de alguns aspectos ambientais as principais preocupações se centram sobretudo nas questões relacionadas com qualidade ambiental e saúde pública, que afinal de contas se traduzem na qualidade de vida das populações. No que respeita às principais condicionantes a ter em conta na selecção do local para implantação do Aterro, as que foram identificadas pela maioria dos participantes foram: Zonas habitacionais/áreas de vivência (parques) /equipamentos colectivos/perímetros urbanos O aterro deverá ser localizado afastado das zonas habitacionais, equipamentos colectivos como sejam hospitais, escolas ou equipamentos sociais e fora dos perímetros urbanos. Esta condicionante embora referida de diferente forma pelos grupos representa um consenso geral uma vez que foi identificada por todos os grupos; Rede viária As questões relacionadas com a rede viária assumem especial preocupação por parte dos intervenientes nomeadamente nas questões que se prendem com a necessidade de proceder ao seu melhoramento, evitar o atravessamento pelo centro das freguesias e o acesso ao aterro ser uma via dedicada para esse fim. Resumindo, segundo um dos grupos, em termos de acessibilidades a localização deve ser numa zona estratégica para ambos os concelhos (proximidade aos centros urbanos). Nascentes/linhas de água não se deverá localizar junto a nascentes nem nas proximidades de linhas de água. Neste caso, foi destacado em particular o rio Uíma. Fauna/Flora/Espécies Protegidas/Zonas ecológicas A não afectação de valores relacionados com a conservação da natureza, nomeadamente as espécies da flora e de fauna e mais genericamente as zonas ecológicas foi também alvo de especial atenção pelos participantes tendo sido mencionadas por 3 dos 8 grupos. Área de implantação do Aterro/Área disponível considerando que a área necessária é elevada, face à área disponível no território, esta é também uma condicionante a ter em conta para a selecção do local Para além destas surgem um conjunto de condicionantes que sendo abordadas por menor número de grupos que vão desde as questões relacionadas com o relevo, centralidade face à origem dos resíduos, proximidade a locais turísticos ou áreas com valor paisagístico, antecedentes históricos face à existência de lixeiras/aterros, densidade populacional, etc. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 19 de 110

30 Desta forma, tendo em atenção os requisitos técnicos legais de localização a ter em conta e os contributos dos diversos actores sociais apresentados no workshop, e considerando a escala macro a que esta análise neste momento é realizada, procedeu-se à definição de um conjunto de objectivos de sustentabilidade a ter em conta no processo de selecção. Estes objectivos englobam a generalidade dos requisitos legais e as principais preocupações emanadas do processo de consulta. As questões levantadas que não integrem o âmbito agora definido, são questões que não sendo fundamentais para o processo decisório da selecção de vários locais deverão ser analisadas e comparadas numa escala micro, ou seja, no âmbito da comparação entre os vários locais. Essa comparação será desenvolvida numa fase posterior, ou seja, no processo de Avaliação de Impacte Ambiental. Assim, no presente processo de selecção de alternativas, consideram-se os seguintes objectivos de sustentabilidade (sem qualquer ordem ou peso de importância): 3.3 Processo de Selecção Pressupostos Compatibilização com os usos e regulamentos existentes; Assegurar a salvaguarda das áreas com valor para a conservação da natureza e biodiversidade; Assegurar a protecção do património classificado; Minimização dos riscos e protecção dos recursos; Assegurar a qualidade de vida das populações. A pesquisa de locais alternativos para a localização do novo aterro será realizada tendo em consideração os seguintes pressupostos de base: A pesquisa abrangerá a totalidade do território dos dois concelhos que fazem parte do sistema multimunicipal. Com este pressuposto alarga-se ao máximo possível o território sujeito à pesquisa, garantindo que as soluções encontradas são, de facto, as mais adequadas do ponto de vista ambiental. o A exclusão a priori de um dos concelhos limitaria administrativamente a cerca de metade o espaço geográfico disponível, o que poderia impossibilitar a identificação das soluções mais correctas. o O mesmo problema se colocaria com a exclusão a priori das freguesias que acolheram, durante as últimas décadas, unidades de depósito e tratamento de resíduos, nomeadamente, Canedo, Sermonde e Vilar de Andorinho. Eventuais efeitos sinergísticos serão objecto de análise no Estudo de Impacte Ambiental em sede de avaliação de impactes cumulativos. Os dois locais seleccionados para estudos futuros deverão estar localizados obrigatoriamente em freguesias distintas. A aplicação deste pressuposto responde positivamente e em simultâneo a duas questões: Pág 20 de 110

31 o Equidade social: a identificação sócio-cultural entre os cidadãos e a freguesia em que residem ganha particular expressão nas zonas menos urbanas. Caso o processo de selecção concluísse por 2 locais situados na mesma freguesia, poderia conduzir a um sentimento localizado de injustiça no processo de decisão. o Diversidade territorial: a maioria das freguesias, face à sua dimensão espacial e ao processo histórico que lhes deu origem, apresenta uma relativa homogeneidade territorial. Admite-se que duas localizações válidas situadas na mesma freguesia serão mais parecidas entre si do que duas localizações, igualmente válidas, situadas em freguesias distintas. A aplicação deste pressuposto permite alargar a diversidade das soluções encontradas e enriquecer o processo de decisão. Os locais seleccionados deverão ter uma área mínima disponível de 25 ha. Considerou-se ser esta a área suficiente para a implantação do aterro e respectiva cortina arbórea de protecção numa proporção de cerca 40% para o aterro e 60% para protecção. A extensa área de protecção tem por objectivo minimizar eventuais impactes sobre as populações mais próximas, nomeadamente no que respeita a questões de visibilidade, ruído e dispersão de odores. Os locais seleccionados garantirão de forma equivalente uma distância de protecção aos perímetros urbanos. Considerou-se que era relevante aplicar uma distância adicional de protecção que fosse para além da área de protecção interna definida anteriormente. Este pressuposto ganha particular relevância para a minimização dos potenciais problemas de odores e ruído. Assim, entre os limites exteriores do futuro terreno a administrar pela Suldouro e os perímetros urbanos mais próximos deverá existir uma distância mínima. De modo a equilibrar a validade das várias soluções estudadas, este raio de protecção será igual para as várias soluções encontradas Identificação de locais De forma a desenvolver o processo de selecção, a partir dos objectivos de sustentabilidade definidos propõe-se um conjunto de critérios de análise e, para cada critério, um conjunto de condições que, na medida do possível, deverão ser tidas em conta. Neste processo, além de toda a componente técnica de caracterização dos critérios e análise de condições definidas, o Sistema de Informação Geográfica (SIG) surge como uma ferramenta fundamental de ajuda no processo que permite identificar de forma eficiente as alternativas ambientalmente mais favoráveis. A utilização desta ferramenta permitiu juntar na mesma base de trabalho um vasto conjunto de informação, possibilitando uma análise integrada do território dos concelhos de Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira. Daqui deverá resultar, de acordo com os pressupostos e critérios estabelecidos, a identificação prévia de um conjunto de locais para os quais será efectuada uma breve caracterização com o intuito de validar a sua potencialidade para receber o Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 21 de 110

32 Aterro. A validação consistirá numa análise mais pormenorizada local a local com o intuito de detectar algum tipo de condicionamento que não tivesse sido introduzido no Sistema de Informação Geográfica. Esta validação é efectuada recorrendo quer a visitas a cada um dos locais quer a informações recolhidas neste âmbito, podendo daqui resultar a aferição dos limites de alguns dos locais ou inclusivamente a sua exclusão da lista prévia de locais. Pretende-se com esta etapa obter uma lista de locais que efectivamente possuam as características mais favoráveis para receber o Aterro - locais viáveis - e que a partir daqui possam ser comparados entre si com maior detalhe. A análise comparativa é efectuada com base na definição e cálculo de indicadores, os quais serão desenvolvidos em ambiente SIG. Com esta análise final de pormenorização das características dos locais pretende-se, face aos objectivos de sustentabilidade e critérios definidos, obter os melhores locais para os quais serão desenvolvidos os estudos prévios. Daqui resultará um relatório preliminar que será apresentado publicamente e sujeito a um processo de consulta pública, após o que será elaborado o relatório final. Pág 22 de 110

33 4. Caracterização por objectivo de sustentabilidade No presente capítulo, de forma a obter a informação técnica de base essencial para um processo de selecção informado, apresenta-se a caracterização da situação actual. A caracterização é efectuada de forma integrada tendo em atenção o objectivo de sustentabilidade em que se enquadra. 4.1 Compatibilização com os usos e regulamentos existentes Este objectivo representa a necessidade de integrar, na medida do possível, na perspectiva da sustentabilidade dos usos, o futuro aterro sanitário nos planos já existentes para esta área, nomeadamente nos Planos Directores Municipais (PDM s) e nas figuras legais e disposições regulamentares existentes (e/ou previstas), tornando-o compatível, tanto quanto possível, com os usos planeados. No que respeita aos PDM s de referir que o novo PDM de Vila Nova de Gaia já se encontra em vigor (Aviso n.º 14327/2009 de 12 de Agosto) enquanto que o PDM de Santa Maria da Feira se encontra em revisão. O PDM de Santa Maria da Feira actualmente em vigor foi ratificado através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 56/93, de 19 de Agosto, rectificada pela Declaração de Rectificação n.º 214/93, de 30 de Outubro, tendo posteriormente sido objecto de alteração através da Declaração n.º 405/2000, de 22 de Dezembro e do Aviso n.º 16337/2009, de 18 de Setembro. Actualmente, o PDM encontra-se suspenso e sujeito a medidas preventivas em duas área do concelho, uma na freguesia de Santa Maria de Lamas (Resolução do Conselho de Ministros n.º 148/2008, de 13 de Outubro) e outra na freguesia de Pigeiros (Resolução do Conselho de Ministros n.º 163/2008, de 27 de Outubro), as quais se encontram sujeitas a medidas preventivas. O PDM de Santa Maria da Feira encontra-se em processo de revisão, existindo já informação que pode ser usada no âmbito do presente estudo nomeadamente no que se prende com a delimitação da REN e da proposta de ordenamento. Embora não se encontre aprovado, face à data em que o PDM em vigor foi elaborado e das perspectivas económicas e sociais que determinaram a sua elaboração, considerase mais pertinente trabalhar com as novas directrizes do PDM em revisão em detrimento do constante do PDM em vigor que tem cerca de 16 anos. No que respeita à presente análise, e não havendo à partida nenhuma classe de espaço na área de estudo que atenda à implantação de um aterro, a compatibilização vai no sentido sobretudo de avaliar as condicionantes legais existentes (restrições, servidões) bem como potenciais medidas cautelares relativas à futura implantação de infra-estruturas ainda em estudo. Naturalmente que do ponto de vista das classes de uso previstas/propostas em cada um dos PDM s, as áreas consignadas para uso urbano não deverão albergar uma infra-estrutura desta natureza, até porque as implicações sociais são muito Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 23 de 110

34 significativas. No entanto, tendo em conta que este critério é avaliado ao nível do objectivo Assegurar a qualidade de vida das populações, opta-se por não incluir a sua análise neste objectivo. Quanto às restantes classes de uso previstas/propostas não se entende que qualquer uma delas possa ser impedimento da instalação desta infra-estrutura, desde que o espaço em causa ainda se encontre desocupado, pelo que os Planos Directores Municipais, tendo em atenção o local que vier a ser seleccionado, deverão incorporar esta nova infra-estrutura nas suas plantas. Desta forma, são considerados 3 critérios de análise: Critério Restrições de utilidade pública Servidões administrativas Medidas preventivas Condição Não afectação de áreas de REN Não afectação de áreas de RAN Compatibilização com as infra-estruturas existentes Compatibilização com as medidas preventivas existentes Restrições de utilidade pública Reserva Ecológica Nacional A REN é uma estrutura biofísica que integra o conjunto das áreas que, pelo valor e sensibilidade ecológicos ou pela exposição e susceptibilidade perante riscos naturais, são objecto de protecção especial (Artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 166/2008). A REN visa contribuir para a ocupação e o uso sustentáveis do território e tem por objectivos: a) Proteger os recursos naturais água e solo, bem como salvaguardar sistemas e processos biofísicos associados ao litoral e ao ciclo hidrológico terrestre, que asseguram bens e serviços ambientais indispensáveis ao desenvolvimento das actividades humanas; b) Prevenir e reduzir os efeitos da degradação da recarga de aquíferos, dos riscos de inundação marítima, de cheias, de erosão hídrica do solo e de movimentos de massa em vertentes, contribuindo para a adaptação aos efeitos das alterações climáticas e acautelando a sustentabilidade ambiental e a segurança de pessoas e bens; c) Contribuir para a conectividade e a coerência ecológica da Rede Fundamental de Conservação da Natureza; d) Contribuir para a concretização, a nível nacional, das prioridades da Agenda Territorial da União Europeia nos domínios ecológico e da gestão transeuropeia de riscos naturais. De acordo com este regime, nas áreas incluídas na REN são interditos os usos e acções de iniciativa pública ou privada, que se traduzam em operações de loteamento, obras de urbanização, construção e ampliação, vias de comunicação, escavações e aterros e destruição do revestimento vegetal, exceptuando-se os usos e as acções que sejam compatíveis com os objectivos de protecção ecológica e Pág 24 de 110

35 ambiental e de prevenção e redução de riscos naturais (Artigo 20.º do Decreto-Lei n.º 166/2008). A REN é uma das componentes da Rede Fundamental de Conservação da Natureza, favorecendo a conectividade entre as áreas nucleares de conservação da natureza e da biodiversidade integradas no Sistema Nacional de Áreas Classificadas. A REN proposta no âmbito do processo e revisão do PDM de Gaia, e já aprovada pela Portaria n.º 788/2009 de 28 de Julho, representa 15,6% da área total do concelho (cerca de 2608 ha) e contempla os seguintes sistemas de REN: Praias Dunas litorais Estuário do Rio Douro Zona húmida da Poça da Ladra Rochedos emersos do mar Sapal de S. Paio Restinga Leitos dos cursos de água Zonas ameaçadas pelas cheias Albufeira e sua faixa de protecção Cabeceiras das linhas de água Áreas de máxima infiltração Áreas com riscos de erosão Escarpa De acordo com a Portaria n.º 788/2009 de 28 de Julho, a delimitação da REN proposta e já aprovada entra em vigor com a entrada em Vigor do Plano Director Municipal de Vila Nova de Gaia. Em Santa Maria da Feira a revisão do PDM propõe uma área de REN (ainda não aprovada) que representa 17% da área total do concelho (cerca de 3668 ha) contemplando os seguintes ecossistemas de REN: Zonas ameaçadas pelas cheias Cabeceiras das linhas de água Áreas de máxima infiltração Áreas com riscos de erosão No total dos dois concelhos a área proposta de REN é de cerca de ha o que representa cerca de 16,3% da área territorial dos dois concelhos (Figura 4.1). O sistema de REN com maior expressão nestes concelhos diz respeito às áreas com risco de erosão, que segundo o Anexo I do Decreto-Lei n.º 166/2008, são as áreas que, devido às suas características de solo e de declive, estão sujeitas à perda excessiva de solo por acção do escoamento superficial. Tal como é possível constatar pela Figura 4.1 a área ocupada por este sistema é muito elevada, representando 9,2% da área territorial destes concelhos. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 25 de 110

36 Figura 4.1- Ecossistemas de REN dos concelhos de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia. No caso de Vila Nova de Gaia as áreas de risco de erosão mais significativas encontram-se na bacia hidrográfica do Rio Uíma e na margem esquerda do Rio Douro (exceptuando as áreas construídas) caracterizada por uma vertente de declive acentuado. Em Gaia as áreas com riscos de erosão ocupam cerca de ha. Pág 26 de 110

37 No caso de Santa Maria da Feira as áreas de risco de erosão mais significativas encontram-se na bacia hidrográfica do Rio Inha e na margem esquerda do Rio Douro ocupando 2201 ha. Também a REN associada aos recursos hídricos (ecossistemas leitos de cursos de água, zonas ameaçadas pelas cheias, zonas de máxima infiltração e cabeceiras de linhas de água) assume uma elevada importância nos dois concelhos Reserva Agrícola Nacional No contexto em análise, e sendo o solo um recurso precioso e escasso, importa promover a sua protecção e manutenção com especial destaque para os solos mais férteis, ou seja os solos inseridos na Reserva Agrícola Nacional (Decreto-Lei n.º 73/2009, de 31 de Março). Para além do seu papel determinante para a produção de biomassa, o solo desempenha uma grande variedade de funções vitais, de carácter ambiental, ecológico, social e económico, constituindo um importante elemento paisagístico, patrimonial e físico para o desenvolvimento de infra-estruturas e actividades humanas. A RAN é o conjunto das áreas que em termos agro-climáticos, geomorfológicos e pedológicos apresentam maior aptidão para a actividade agrícola. Constituem objectivos da RAN: a) Proteger o recurso solo, elemento fundamental das terras, como suporte do desenvolvimento da actividade agrícola; b) Contribuir para o desenvolvimento sustentável da actividade agrícola; c) Promover a competitividade dos territórios rurais e contribuir para o ordenamento do território; d) Contribuir para a preservação dos recursos naturais; e) Assegurar que a actual geração respeite os valores a preservar, permitindo uma diversidade e uma sustentabilidade de recursos às gerações seguintes pelo menos análogos aos herdados das gerações anteriores; f) Contribuir para a conectividade e a coerência ecológica da Rede Fundamental de Conservação da Natureza; g) Adoptar medidas cautelares de gestão que tenham em devida conta a necessidade de prevenir situações que se revelem inaceitáveis para a perenidade do recurso «solo». As áreas da RAN devem ser afectas à actividade agrícola e são áreas non aedificandi, numa óptica de uso sustentado e de gestão eficaz do espaço rural. A RAN é uma das componentes da Rede Fundamental de Conservação da Natureza, favorecendo a conectividade entre as áreas nucleares de conservação da natureza e da biodiversidade integradas no Sistema Nacional de Áreas Classificadas. Em Gaia a área proposta de RAN representa 8,97% do território do concelho enquanto que em Santa Maria da Feira representa 9,77% do território do concelho. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 27 de 110

38 No cômputo global da área dos dois concelhos a RAN representa 9,2% do território o que corresponde a cerca de 3622 há (Figura 4.2). Figura 4.2- RAN dos concelhos de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia. Pág 28 de 110

39 4.1.2 Servidões administrativas A análise das servidões administrativas é de especial importância na escolha de um bom local sobretudo no que respeita às servidões associadas a grandes infraestruturas lineares que pela sua natureza podem constituir condicionantes ou oportunidades importantes à definição do local de implantação do aterro. A sua análise é assim efectuada sob duas perspectivas: na perspectiva de condicionante pelo facto de ocorrerem possíveis interferências entre o projecto e as servidões de utilidade pública afectas a essas infra-estruturas e que visam a sua salvaguarda, gestão adequada ou medidas adicionais de segurança; na perspectiva de oportunidade pelo facto destas, sobretudo as infraestruturas de transporte rodoviário, favorecerem a acessibilidade ao local, sendo que deste ponto de vista se integra esta perspectiva no âmbito do objectivo Assegurar a qualidade de vida das populações como adiante se apresentará. Na área dos dois concelhos identificam-se, como merecendo uma análise mais cuidada, as seguintes infra-estruturas (Figura 4.3): Infra estruturas básicas; Infra estruturas de Transporte. Infra-estruturas básicas No que diz respeito às infra estruturas básicas, cujas servidões e restrições de utilidade pública são de ter em conta, podendo inclusive a existência de uma delas num determinado local inviabilizar a presença do Aterro, destaca-se o Gasoduto e a Rede eléctrica de Muito Alta Tensão (Figura 4.3) Os gasodutos pelos fins a que se destinam e pelas questões de segurança implicam a existência de servidões de forma a garantir a segurança de pessoas e bens nas zonas confinantes. Entre outras, na servidão de um gasoduto é proibida a construção de qualquer tipo, mesmo que provisória, numa faixa de 10 m para cada lado do eixo longitudinal do mesmo. A área de estudo é atravessada pelo Gasoduto Setúbal- Braga (1º escalão 3 ) destacando-se ainda o Ramal de Vila Nova de Gaia (1º escalão). No que respeita às Linhas de Alta Tensão a instituição da servidão implica facilitar o estabelecimento dessas instalações e evitar que a linha seja sujeita a deslocações frequentes. Nesta análise identificam-se as linhas de tensão igual ou superior a 150 kv, ou seja as de Muito Alta Tensão, verificando-se que a área em causa é atravessada no sentido Sul-Norte por uma linha de 150 kv, outra de 200 kv e outra de 400 kv. Em Gaia, destaca-se a presença de duas linhas com tensão de 220 kv (Figura 4.3). 3 Gasodutos de alta pressão (pressão de serviço superior a 20 bar) Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 29 de 110

40 Figura 4.3- Infra-estrutruras básicas dos concelhos de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia. Infra-estruturas de transporte Em termos das infra-estruturas de transporte, ao nível rodoviário importa destacar as de nível superior que, se por um lado terão uma maior capacidade e conforto de tráfego, por outro possuem uma servidão maior, destacando-se assim as Autoestradas (AE s) e as Estradas Nacionais (EN s) (Figura 4.4). Pág 30 de 110

41 Ao nível das acessibilidades existentes, destaca-se a presença de maior número de infra-estruturas de grande capacidade e cuja servidão é superior, na zona poente de ambos os concelhos, os quais são atravessados, no sentido Norte-Sul, pela A29, A1 e IC2/EN1. Na zona nascente a rede é composta sobretudo por vias de menor capacidade destacando-se a presença de algumas EN s, nomeadamente a EN222, EN223 e EN 326, as quais permitem a ligação à zona mais interior deste território. Nesta análise são também consideradas as vias já planeadas (em estudo e em projecto) para a região nomeadamente a A32, as variantes à EN 222, EN223, Feira- Arouca, Feira-Nogueira e a Ligação IC2/A32, podendo-se assim evitar desde já conflitos com os traçados de projectos já definidos ou em estudo. Destaca-se ainda o o IC24/A41 já em construção. Ao nível ferroviário estão presentes a Linha do Norte (Lisboa Porto) e a Linha do Vouga (Aveiro-Espinho), estando já planeada a ligação Lisboa-Porto em Alta Velocidade. Na área de estudo a linha do Norte atravessa o concelho de Vila Nova de Gaia enquanto que a linha do Vouga atravessa parte do concelho de Santa Maria da Feira. As servidões administrativas e outras restrições de utilidade pública criadas pelas vias de comunicação, em geral, abrangem as faixas de terreno marginal às mesmas e destinam-se a proteger essas vias de ocupações demasiado próximas, nomeadamente as que afectam a segurança do trânsito e a visibilidade, e a garantir a possibilidade de futuros alargamentos das vias e a realização de obras de beneficiação. A largura dessas faixas de protecção é variável consoante a classificação da estrada e a ocupação pretendida e, como regra geral, ficam estabelecidas as seguintes zonas de servidão non aedificandi: Para as AE s são fixadas as seguintes zonas de servidão non aedificandi: Edifícios a menos de 40 m a contar do limite definido previsto das plataformas, dos ramos dos nós e dos ramais de acesso e ainda das praças de portagem e das zonas de serviço, e nunca a menos de 20 m da zona da AE; Instalações de carácter industrial, nomeadamente fábricas, garagens, armazéns, restaurantes, hotéis e congéneres, bem como Igrejas, recintos de espectáculos, matadouros e quartéis de bombeiros, a menos de 70 m a contar dos limites da plataforma e dos restantes aspectos referidos anteriormente, e nunca a menos de 50 m da AE. Para as EN s: 20 m para cada lado do eixo da estrada e nunca a menos de 5 m da zona da estrada. No caso das vias-férreas a servidão entre outras obrigações destina-se a observar a protecção de 1,5 m para cada lado da via. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 31 de 110

42 Figura 4.4- Principais infra-estruturas de transporte (existentes e previstas). Pág 32 de 110

43 4.1.3 Medidas preventivas Na área de estudo estão actualmente em vigor um conjunto de medidas preventivas que condicionam a ocupação do solo na área, nomeadamente as medidas preventivas para o traçado da Rede de Alta Velocidade - ligação Lisboa-Porto (Decreto n.º 7/2008 de 27 de Março) e as medidas preventivas estipuladas no âmbito das suspensões parciais do PDM de Santa Maria da Feira (Resoluções do Conselho de Ministros n.º 163/2008, de 27 de Outubro e n.º 148/2008, de 13 de Outubro). Medidas preventivas da RAVE Esta ligação em alta velocidade está prevista para entrar em operação em Será uma linha nova em bitola europeia, destinada exclusivamente a tráfego de passageiros (6 milhões passageiros de procura potencial em 2015) e garantindo um tempo de deslocação entre Porto e Lisboa de 1h30 (ligação directa), o que obriga a uma velocidade de projecto de 300 km/h. As medidas preventivas consistem na sujeição a parecer prévio vinculativo da Rede Ferroviária Nacional REFER, E. P. (REFER, E. P.), dos actos ou actividades seguintes: Criação de novos núcleos populacionais, incluindo operações de loteamento; Construção, reconstrução ou ampliação de edifícios ou de outras instalações; Instalação de explorações ou ampliação das já existentes; Alterações importantes, por meio de aterros ou escavações, à configuração geral do terreno; Derrube de árvores em maciço, com qualquer área; Destruição do solo vivo e do coberto vegetal. Estas medidas, cujo prazo vigência é de dois anos, prorrogável quando tal se mostre necessário (por prazo não superior a um ano), têm como objectivo garantir o período necessário para a programação e execução do empreendimento público para a ligação ferroviária de alta velocidade do eixo Lisboa--Porto, e de forma a não comprometer a sua viabilização. O Estudo de Impacte Ambiental deste projecto (realizado em fase de Estudo Prévio) obteve Declaração de Impacte Ambiental Favorável Condicionada em Janeiro de 2010, passando-se agora à fase de realização do Projecto de Execução que definirá, na faixa das medidas preventivas, a localização exacta da linha. Na Figura 4.5 apresenta-se a localização do traçado aprovado com a faixa correspondente às medidas preventivas. Medidas preventivas da suspensão parcial do PDM Como referido anteriormente, o PDM de Santa Maria da Feira encontra-se suspenso parcialmente e sujeito a medidas preventivas em duas área do concelho: uma na freguesia de Santa Maria de Lamas e outra na freguesia de Pigeiros (Resoluções do Concelho de Ministros n.º 163/2008, de 27 de Outubro e n.º 148/2008 de 13 de Outubro), as quais se encontram sujeitas a medidas preventivas. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 33 de 110

44 No caso da suspensão ratificada pela Resolução do Concelho de Ministros n.º 163/2008 de 27 de Outubro o município fundamenta a suspensão parcial do PDM na alteração das perspectivas económicas e sociais que determinaram a elaboração do mesmo, sendo que a actual regulamentação não permite a implementação de um parque empresarial de recuperação de materiais (PERM) importante em termos económicos e ambientais para o concelho. A suspensão parcial do PDM incide sobre uma área de 97 ha na freguesia de Pigeiros classificada como área agrícola e florestada a preservar. O projecto do PERM foi já sujeito a Avaliação de Impacte Ambiental tendo obtido a Declaração de Impacte Ambiental Favorável Condicionada em Novembro de Quanto à suspensão ratificada pela Resolução do Concelho de Ministros n.º 148/2008 de 13 de Outubro, o município fundamenta a suspensão parcial do PDM com a necessidade de pretender implementar o Parque Empresarial da Cortiça (PEC), projecto de inegável interesse para o desenvolvimento económico e social do concelho. A suspensão parcial do PDM incide sobre uma área de 68,6 ha na freguesia de Santa Maria de Lamas classificada na actual carta de ordenamento quer como áreas de salvaguarda estrita integrando áreas agrícolas e florestadas a preservar, quer como zona industrial. O projecto do PEC foi já sujeito a Avaliação de Impacte Ambiental tendo obtido a Declaração de Impacte Ambiental Favorável Condicionada em Março de Em ambos os casos ficam sujeitos a parecer vinculativo da CCDRN, sem prejuízo de quaisquer outros condicionalismos legalmente exigidos, na área de intervenção, com o âmbito territorial definido no artigo anterior, as seguintes acções: Operações de loteamento e obras de urbanização; Obras de construção civil, ampliação, alteração e reconstrução, com excepção das que estejam sujeitas apenas a um procedimento de comunicação prévio à Câmara Municipal; Trabalhos de remodelação de terrenos; Obras de demolição de edificações existentes, excepto as que, por regulamento municipal, possam ser dispensadas de licença ou autorização; Derrube de árvores em maciço ou destruição do solo vivo e do coberto vegetal. O prazo de vigência das medidas preventivas definidas para ambos os casos é de dois anos, contado a partir da sua entrada em vigor, podendo ser prorrogável por mais um, se tal se considerar necessário. Na Figura 4.5 identificam-se as áreas sujeitas a medidas preventivas no âmbito das referidas suspensões do PDM. Pág 34 de 110

45 Figura 4.5- Medidas preventivas. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 35 de 110

46 4.2 Assegurar a salvaguarda das áreas com valor para a conservação da natureza e biodiversidade A perda da biodiversidade é um problema de escala global, razão pela qual tem vindo a ser objecto do desenvolvimento de políticas e medidas a nível internacional e nacional. Os objectivos relacionados com a conservação da natureza e da biodiversidade encontram-se aliás consagrados num conjunto de Estratégias e Planos de âmbito nacional e/ou regional com destaque para a Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade, Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável, PNPOT e Plano Ordenamento da Orla Costeira. Desta forma, em termos estratégicos, a escolha do local para implantação do futuro aterro não deverá interferir com a protecção e promoção da biodiversidade, considerando-se desde logo na análise, as áreas que ao abrigo do procedimento de avaliação de impacte ambiental (Decreto-Lei n.º 197/2005) são consideradas áreas sensíveis (alínea b do Artigo 2.º), ou seja, as Áreas Protegidas e a Rede Natura 2000). Assim, no contexto do presente estudo, pela sua especial relevância, nomeadamente no que respeita à contribuição para a concretização dos objectivos consagrados na legislação, pretende-se avaliar as possíveis interferências do projecto com a Rede Fundamental de Conservação da Natureza (RFCN), na qual se incluem as áreas sensíveis abrangidas pelo regime jurídico da avaliação de impacte ambiental, e com outras áreas que, possuindo especial relevância ecológica, a nível municipal são delimitadas com o intuito de prosseguir os objectivos relacionados com esta temática. Propõe-se assim o seguinte critério de análise: Critério Áreas interesse para a conservação da natureza e biodiversidade Condição Não afectação da Rede Fundamental de Conservação da Natureza Não afectação de áreas com valor para a biodiversidade a nível local A RFCN, estabelecida pelo Decreto-Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho, é composta: a) Pelo Sistema Nacional de Áreas Classificadas, o qual integra as seguintes áreas nucleares de conservação da natureza e da biodiversidade: i) Áreas protegidas integradas na Rede Nacional de Áreas Protegidas; ii) Sítios da lista nacional de sítios e zonas de protecção especial integrados na Rede Natura 2000 e iii) As demais áreas classificadas ao abrigo de compromissos internacionais assumidos pelo Estado Português; b) Pelas Áreas de Continuidade (com salvaguarda dos respectivos regimes jurídicos): i) a Reserva Ecológica Nacional (REN); ii) a Reserva Agrícola Nacional (RAN) e iii) o domínio público hídrico (DPH). Pág 36 de 110

47 4.2.1 Sistema Nacional de Áreas Classificadas O sistema Nacional de Áreas Classificadas inclui, um conjunto de áreas que de acordo com o regime legal de Avaliação de Impacte Ambiental (a alínea b) do Artigo 2.º do Decreto-Lei n.º 197/2005, de 8 de Novembro), são consideradas áreas sensíveis, nomeadamente: i) Áreas protegidas, classificadas ao abrigo do Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de Janeiro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 227/98, de 17 de Julho; ii) Sítios da Rede Natura 2000, Zonas Especiais de Conservação e Zonas de Protecção Especial, classificadas nos ternos do Decreto-Lei n.º 140/99, de 24 de Abril no âmbito das Directivas 79/409/CEE e 92/43/CEE; No território em análise não existem áreas integradas na Rede Nacional de Áreas Protegidas, classificadas ao abrigo do Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 Janeiro nem áreas integradas na Rede Natura 2000, classificadas ao abrigo do Decreto-Lei n.º 140/99, 24 Abril revisto pelo Decreto-Lei n.º 49/2005, de 24 Fevereiro Áreas de continuidade As áreas de continuidade (Figura 4.6) estabelecem ou salvaguardam a ligação e o intercâmbio genético de populações de espécies selvagens entre as diferentes áreas nucleares de conservação. Contribuem para uma adequada protecção dos recursos naturais e para a promoção da continuidade espacial, da coerência ecológica das áreas classificadas e da conectividade das componentes da biodiversidade em todo o território, bem como para uma adequada integração e desenvolvimento das actividades humanas. Embora importantes como componentes da RFCN, estas áreas possuem um quadro legal próprio e constituem-se como restrições de utilidade pública às quais se aplica um regime territorial que estabelece um conjunto de condicionamentos à ocupação, uso e transformação do solo, identificando os usos e as acções compatíveis com os respectivos objectivos. Desta forma a RAN e a REN sendo fundamentais para a conectividade e a coerência ecológica da Rede Fundamental de Conservação da Natureza são analisadas também no âmbito dos objectivos Compatibilização com os usos e regulamentos existentes. No que respeita ao Domínio Público Hídrico, o qual neste caso está associado às linhas de água presentes, a sua salvaguarda é fundamental na medida em que funciona como corredor ecológico na interligação com as restantes áreas com valor ecológico. Verifica-se que as áreas de RAN e REN se concentram sobretudo na metade Nascente da área de estudo, sendo que a generalidade das linhas de água possibilitam a interligação entre essas áreas, com particular significado no que respeita aos rios Inha, Uíma e Febros e principais afluentes. No extremo Poente da área de estudo, destaca-se no concelho de Vila Nova de Gaia, a área contínua de REN associada ao cordão dunar. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 37 de 110

48 Figura 4.6- Áreas de continuidade. Pág 38 de 110

49 4.2.3 Áreas com importância local Ao nível da prossecução dos objectivos de conservação da Natureza e Biodiversidade e com implicações inclusive ao nível das categorias de Espaço previstas no PDM, são de considerar as áreas que, apesar de não estarem classificadas a nível nacional, são de grande relevância a nível local. Estas áreas assumem-se não só como locais de repositório de biodiversidade mas também como locais de dinamização de actividades de educação e sensibilização ambiental que incutem na população o espírito relacionado com a necessidade da conservação. Nestas áreas incluem-se (Figura 4.7): Reserva Natural Local do Estuário do Douro; Parque de Dunas da Aguda; Parque Biológico de Gaia. Reserva Natural do Estuário do Douro; A Reserva Natural Local do Estuário do Douro foi criada a 12 de Fevereiro de 2009 nos termos do artigo 15.º do Decreto -Lei n.º 142/2008, de 24 de Julho (Regulamento n.º 82/2009 de 12 de Fevereiro). É uma área com cerca de 54 ha localizada no estuário do Douro, sendo importante para a protecção das espécies de aves em especial das aves migratórias, que sobretudo no Inverno se concentram nesta área. Parque de Dunas da Aguda; O Parque das Dunas da Aguda representa uma pequena área do litoral do concelho de Gaia o qual possui cerca de 15 km que vão desde Reserva Natural Local do Estuário do Douro até à Granja. Localiza-se na Aguda e tem como objectivo sensibilizar a população para a importância da conservação do sistema dunar. Trata-se de uma micro-reserva local que servindo para a nidificação de algumas aves possui um centro de educação ambiental para os fenómenos da erosão costeira, um jardim botânico de flora dunar e uma área piloto para demonstração da recuperação das dunas. Parque Biológico de Gaia. É o primeiro centro permanente de educação ambiental do país, possuindo 35 ha de área agro-florestal, onde vivem em estado selvagem diversas espécies de animais e plantas. Tem como objectivo a compreensão pelos visitantes da paisagem da região nomeadamente os aspectos da flora, fauna, clima, arquitectura rural, usos e costumes, hidrografia, etc. e do contraste da paisagem agro florestal que se preserva no Parque e a envolvente urbana. Integra a vertente de jardim zoológico (embora diferindo muito de um zoo tradicional uma vez que os animais são quase exclusivamente da fauna portuguesa e nenhum foi retirado ao estado selvagem) com a vertente de reserva natural uma vez que conserva diversas espécies da fauna e flora em estado selvagens. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 39 de 110

50 Figura 4.7- Áreas de interesse para a conservação da natureza e biodiversiddae a nível local. Pág 40 de 110

51 4.3 Assegurar a protecção do património cultural No âmbito da avaliação de impacte ambiental, do ponto de vista da protecção ao património, o Decreto-Lei n.º 197/2005 considera um conjunto de áreas que para o efeito do procedimento são consideradas áreas sensíveis. Nestas enquadram-se as Áreas de protecção dos monumentos nacionais e dos imóveis de interesse público definidas nos termos da Lei n.º 107/01, de 8 de Setembro (Lei de bases da política e do regime de protecção e valorização do património cultural). Os bens culturais imóveis são classificados como (Lei n.º 107/01, de 8 de Setembro): De interesse nacional (monumento nacional) quando representam um valor cultural de significado para a Nação; De interesse público quando representam um valor cultural de importância nacional mas para os quais o regime de protecção inerente à classificação como de interesse nacional se mostra desproporcionado; De interesse municipal quando representam um valor cultural de significado predominante para um determinado município. Complementarmente, o Decreto-Lei n.º de 15 de Fevereiro de 1938 condiciona o arranjo ou corte de árvores ou de manchas de arvoredo existentes nas zonas de protecção de monumentos nacionais, imóveis de interesse público e edifícios de reconhecido valor arquitectónico. Desta forma, importa introduzir desde já neste processo de selecção informação sobre a existência de valores patrimoniais de ordem arqueológica e arquitectónica assegurando a observação destes valores no presente processo, até porque a valorização do Património assume actualmente uma importância crescente no processo de qualificação urbana e territorial. Critério Património classificado Condição Não afectação de património classificado Na área de estudo ocorre um conjunto diversificado de valores patrimoniais quer arqueológicos quer arquitectónicos, nomeadamente: igrejas/capelas, castelos, castros, mamoas/mamoelas, aquedutos, casas/quintas, etc. (Quadro 4.1). Na Figura 4.8 apresenta-se a localização das áreas onde ocorre património cultural classificado e que por esse motivo deverão ser excluídas do processo de selecção do local para o novo aterro. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 41 de 110

52 Quadro 4.1- Património classificado. Concelho Freguesia Designação Classificação Vila Nova de Gaia Santa Maria da Feira Santa Marinha Grijó Santa Marinha Grijó Canidelo Avintes Oliveira do Douro Perozinho/Pedroso Feira Arrifana Caldas de S. Jorge Paços de Brandão Pigeiros Romariz Sanfins Igreja da Serra do Pilar Ponte de D.ª Maria Pia Túmulo de D. Rodrigo Sanches Mosteiro de Grijó Sala do Capítulo, Refeitório, cozinha Torre e Capela Paço de Campo Belo, incluindo a capela e todo o seu conjunto circundante, nomeadamente os jardins Ponte de D. Luís Casa e Jardins da família Barbot Área do Castelo de Gaia Igreja Paroquial de Santa Marinha Mosteiro de Grijó (conjunto formado pela Igreja, Sacristia, Claustro e Cerca com chafariz Aqueduto que abastecia o mosteiro de Grijó Casa do Fojo Pedra de Audiência e Carvalho junto existente Troço existente do Aqueduto da Serra do Pilar Lugar de Sardão Castro da Senhora da Saúde ou Monte Murado Castelo Capela de St. Estevão da Arrifana (velha) Casa Senhorial Casa da Quinta do Engenho Novo Casa da Portela Mamoa da Quinta da Laje Castro de Romariz S. João de Ver Casa da Torre Edifício da Malaposta de Sanfins Monumentos Nacionais Imóveis de Interesse público Monumento Nacional Imóveis de interesse municipal Imóveis de Interesse público Pág 42 de 110

53 Figura 4.8- Áreas afectas ao património cultural classificado. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 43 de 110

54 4.4 Minimização do risco e protecção dos recursos Numa óptica de prevenção do risco, este objectivo pretende que os locais que vierem a ser identificados não possuam características que podendo vir a potenciar o risco de acidente devido a aluimentos de terras, derrames, fugas de águas lixiviadas, etc. tenham como consequência a poluição dos recursos hídricos locais, quer subterrâneos quer superficiais. O afastamento a linhas de água e a captações existentes assume assim especial relevância nesta análise. Complementarmente, tem-se ainda em consideração a potencial afectação de recursos e de património geológicos na área de estudo. Desta forma, os aspectos relacionados com as características geológicas, geomorfológicas e hidrogeológicas assumem especial relevância nesta análise, considerando-se os seguintes critérios de avaliação: Critério Acidentes tectónicos Recursos geológicos/património geológico Declivosidade dos terrenos Linhas de água e leitos de cheia Zona costeira e estuário do Douro Vulnerabilidade à poluição Captações de abastecimento público Perímetros de protecção Condição Não localizar em áreas de acidentes tectónicos activos Não localizar em áreas afectas a recursos/património geológico Não localizar em áreas de declives acentuados a muito acentuados Afastamento a linhas de água Afastamento da linha de costa e do estuário Não localizar em áreas cuja vulnerabilidade à poluição é alta Não afectar captações de abastecimento público Não intersecção com perímetros de protecção Geologia Enquadramento geológico Nos concelhos de Vila Nova de Gaia e de Santa Maria da Feira aflora um conjunto relativamente pouco diversificado de rochas pertencentes à unidade morfo-estrutural mais antiga e mais extensa do território Português o Maciço Hespérico ou Antigo. Sobre os terrenos cristalinos que constituem o soco ocorrem, de forma discordante, formações sedimentares. Estas rochas de idade e natureza distintas podem ser agrupadas em três grandes grupos: Rochas Metamórficas e Metassedimentares do substrato/maciço Antigo: as rochas metamórficas são as mais representativas de toda a área dos concelhos, sendo os xistos as rochas dominantes. Para além dos xistos podem ser individualizadas outras unidades geológicas de origem metamórfica como os quartzitos e os ortognaisses. Pág 44 de 110

55 Rochas Ígneas: as rochas ígneas afloram de forma bem localizada e correspondem essencialmente a afloramentos graníticos e a rochas filoneanas. Rochas Sedimentares de cobertura: correspondentes a depósitos sedimentares detríticos resultantes da dissecação dos relevos pelos cursos de água que se encaixam nos terrenos antigos, da variação do nível médio do mar e dos cursos de água, e da acumulação de materiais na base dos taludes do maciço rochoso cristalino. As principais unidades geológicas abrangidas por estes dois concelhos são (Quadro 4.2 e Figura 4.9): Depósitos de cobertura: o Aluviões actuais, areias e cascalheiras fluviais, areias de praia e duna e depósitos de vertente (recente); o Areias, calhaus rolados, arenitos consolidados e argilas do Plio- Plistocénico, correspondentes a diferentes níveis de antigas praias e terraços fluviais Rochas do substrato/maciço Antigo: o Granitos, o afloramento mais expressivo dispõe-se ao longo de uma faixa orientada aproximadamente Noroeste-Sudeste e que atravessa ambos os concelhos em estudo; o Xistos, migmatitos, gnaisses, micaxistos, grauvaques, quartzitos, conglomerados e corneanas do Complexo Xisto Grauváquico ante-ordoviciano e séries metamórficas derivadas; o Quartzitos com bilobites e xistos intercalados do Ordovícico; o Rochas filoneanas diversas (quartzo, pórfiros graníticos, doleritos, anfibolitos) que cortam os terrenos do Complexo Xistograuváquico. Quadro 4.2- Distribuição dos principais tipos de formações geológicas aflorantes nos concelhos de Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira. Vila Nova de Gaia Concelho Santa Maria da Feira Depósitos de cobertura (%) 17 6 Rochas do substrato hercínico/maciço Antigo (%) Recursos geológicos Recursos minerais metálicos Nos concelhos de Vila Nova de Gaia e de Santa Maria da Feira existem diversos registos de ocorrências minerais interessantes e que em algumas situações estão a ser exploradas. De acordo com a base de dados do Sistema de Informação de Ocorrências e Recursos Minerais Portugueses (INETI, 2009), no concelho de Vila Nova de Gaia são conhecidas três ocorrências minerais (molibdénio e tungsténio, ouro, e quartzo e feldspato) e uma reserva mineral provada (caulino) (Quadro 4.3). A Direcção Geral Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 45 de 110

56 de Energia e Geologia (DGEG, 2009) confirma que esta reserva mineral de caulino se encontra actualmente concessionada (Telheira concessão mineira MNC000050). No concelho de Santa Maria da Feira estão actualmente inventariadas diversas ocorrências minerais interessantes, nomeadamente de caulino, estanho, tungsténio, arsénio, quartzo e feldspato. Destaca-se, no limite Sudeste do concelho de Santa Maria da Feira, a concessão de caulino (resultante da alteração dos feldspatos das rochas graníticas), pertencente à Caulinos Vista Alegre, que se estende pelos concelhos de Ovar, Estarreja e Oliveira de Azeméis (Caulinos Vista Alegre concessão mineira MNC000020). Quadro 4.3- Recursos minerais metálicos no concelho de Vila Nova de Gaia (INETI, 2009). Ocorrência mineral Fonte da Quinta do Guardal de Cima (Rechousa) Lever Seixo Alvo Telheira (2) Substância Tungsténio, Molibdénio Ouro Quartzo, Feldspato Caulino Localização Vilar do Paraíso Lever Olival Vilar do Paraíso Província Província metalogénica tungsténioestanífera do NW da Península Ibérica Província metalogénica aurífera do NW da Península Ibérica Indefinido Indefinido Descrição Filões quartzosos com volframite acompanhada, às vezes, por molibdenite Terraços do Rio Douro Filões pegmatíticos graníticos Massa de granito caulinizado Mineralizações Principais Rochas Encaixantes Volframite Ouro Quartzo, Feldspato Caulino Granitos Xistos Dimensão da ocorrência Mineral pequena Mineral pequena Mineral pequena Reserva mineral provada pequena Quadro 4.4- Recursos minerais metálicos no concelho de Santa Maria da Feira (INETI, 2009). Beire e Remolha Carvoeiro Casais Caulinos Vista Alegre Deveza, Milheirós, Palhaça, Ribeira e Mirões Fial Substância Caulino Antimónio Arsénio Caulino Caulino Tungsténio Localização S. João de Ver e Feira Canedo Milheirós de Poiares Souto, Travanca, São Vicente de Pereira Jusã, São Martinho da Gândara, Ul e Madail Milheirós de Poiares, Macieira de Sarnes e César Milheirós de Poiares Província Indefinido Indefinido Faixa Blastomilonítica Indefinido Indefinido Faixa Blastomilonítica Descrição Massas pegmatíticas Filões quartzosos Filão metalífero das Beiras, quartzoso brechificado Massa de granito caulinizado Massa de granitóide gnáissico caulinizado Filão metalífero das Beiras, quartzoso Mineralizações Principais Caulino Antimonite (Estibina) Arsenopirite (Mispíquel) Caulinite Caulinite Volframite Rochas Encaixantes Migmatitos Xistos, Grauvaques, Conglomerados Xistos Migmatitos Xistos Dimensão da ocorrência Mineral pequena Mineral pequena Mineral pequena Reserva mineral provada Mineral pequena Mineral pequena Pág 46 de 110

57 Quadro 4.5- Recursos minerais metálicos no concelho da Feira (INETI, 2009) (continuação). Giestal Igreja Levadas e S. Jorge Lugar de Nadais Outeiro (2) Quintais Rio Meão e Mata Substância Arsénio Caulino Tungsténio, Estanho Tungsténio Caulino Tungsténio Caulino Localização Lobão Guisande Fiães, S. Jorge e S. João de Ver Escapães Gião Fiães Rio Meão e S. Maria de Lamas Província Indefinido Indefinido Província metalogénica tungsténioestanífera do NW da Península Ibérica Província metalogénica tungsténioestanífera do NW da Península Ibérica Indefinido Província metalogénica tungsténioestanífera do NW da Península Ibérica Indefinido Descrição Filão quartzoso brechificado e rico em sulfuretos Granito de duas micas caulinizado Filões quartzosos associados ao cisalhamento de Porto-Tomar Filões quartzosos com volframite Pegmatit o granítico alterado Filão quartzoso com volframite Massas de pegmatito e de granito gnaisse alterado Mineralizações Principais Arsenopirite (Mispíquel) Caulino Volframite, Cassiterite Volframite Caulino Volframite Caulino Rochas Encaixantes Granitos, Xistos Gnaisses Xistos Xistos Gnaisses Gnaisses, Migmatitos Dimensão da ocorrência Mineral pequena Mineral pequena Mineral pequena Mineral pequena Mineral pequena Mineral pequena Mineral pequena Na Figura 4.9 é apresentada a localização das duas concessões mineiras atribuídas nos concelhos de Vila Nova de Gaia e de Santa Maria da Feira e das áreas potenciais 4 para futuras explorações de recursos minerais metálicos, de acordo com a informação disponibilizada pela Direcção Geral de Energia e Geologia em Novembro de Recursos minerais não metálicos Na base de dados do Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação, onde está compilada a informação acerca das pedreiras que registaram movimentos de processos de licença, constantes do Boletim de Minas, desde 1964, estão identificadas, 152 pedreiras, no concelho de Vila Nova de Gaia e 59 pedreiras, no concelho de Santa Maria da Feira. A maioria das pedreiras explora granito. Quer no caso de Santa Maria da Feira, quer de Vila Nova de Gaia, existem dois pólos de rochas industriais. No âmbito do presente estudo foi contactada a Direcção Geral de Energia e Geologia com o objectivo de obter informação sobre a existência de recursos geológicos nos concelhos de Vila Nova de Gaia e de Santa Maria da Feira, tendo sido disponibilizada a localização dos principais núcleos de pedreiras de granito actualmente em exploração (Figura 4.9). Águas minerais naturais e de nascente No concelho de Vila Nova de Gaia não existem concessões para a exploração de águas minerais ou de nascente. Em Santa Maria da Feira existe uma concessão de água mineral (HM-35) Caldas de S. Jorge, sendo a utilização das águas exploradas o termalismo. A exploração destas termas remonta a 1895, sendo 4 Área Potencial - área onde existem reconhecidos recursos minerais, embora na actualidade não existam estudos de pormenor que permitam concluir sobre a possibilidade de surgirem novas explorações. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 47 de 110

58 reconhecidas as suas características desde Actualmente está concessionada à Câmara Municipal de Santa Maria da Feira. As águas extraídas nas Caldas de S. Jorge apresentam uma composição sulfúrea sódica e são utilizadas no tratamento de doenças do aparelho respiratório, da pele, reumáticas e músculo-esqueléticas. Ao abrigo do Decreto-lei nº 90/90 de 16 de Março foram estabelecidos os perímetros de protecção (imediata, intermédia e alargada) da captação com o objectivo de garantir a disponibilidade e as características do meio hídrico subterrâneo (Portaria nº 292/2005 de 22 de Março) (Figura 4.13). Existem ainda registos de num passado recente ter existido uma outra concessão com exploração de águas minerais naturais no concelho de Santa Maria da Feira (Santa Maria - localizada na freguesia de S. João de Ver), bem como uma água de nascente denominada de Água Viva, no concelho de Vila Nova de Gaia, mas que actualmente não se encontrarão em actividade Património geológico Considera-se património geológico qualquer ocorrência de natureza geológica, tal como um afloramento rochoso, uma pedreira, uma mina abandonada, uma jazida com fósseis, etc., desde que assuma valor documental e/ou monumental que justifique a sua preservação como herança às gerações vindouras (Galopim de Carvalho, 1999). Nos concelhos em estudo não existe nenhuma estrutura, forma ou rocha classificada ou identificada como património geológico nacional. No entanto, no âmbito do Plano Director Municipal de Vila Nova de Gaia foi considerado o troço costeiro da praia dos Lavadores como uma Zona de Valor Geomorfológico (Artigo 127.º do Diário da República, 2.ª série N.º 155 de 12 de Agosto de 2009). A praia dos Lavadores foi considerada uma zona de valor geomorfológico pelas formas de erosão dos afloramentos graníticos (incluindo encraves), pela existência de um contacto com rochas gnaisso-migmatíticas e pela presença de depósitos de areias e calhau rolado que assentam sobre estas formações geológicas. De acordo com o Plano Director Municipal de Vila Nova de Gaia, nas Zonas de Valor Geomorfológico são interditas as operações urbanísticas e quaisquer acções que possam destruir ou prejudicar as formações geológicas em causa (Artigo 128º). Não obstante, considera-se que o concelho de Vila Nova de Gaia possui outras zonas de interesse geológico e geomorfológico que devem ser protegidas, em particular: o Cabedelo - restinga arenosa que separa o estuário do Douro do domínio marinho; as praias de areias e os maciços dunares a Sul da Foz do Douro; as praias fluviais do rio Douro; afloramento do Senhor da Pedra; as encostas que marginam o estuário do Douro. Pág 48 de 110

59 Destaca-se ainda neste âmbito, a Reserva Natural Local do Estuário do Douro (Regulamento n.º 82/2009 de 12 de Fevereiro), que integra o Cabedelo e a Baía de S. Paio, nomeadamente a zona de sapal e entre-marés, formas geomorfológicas notáveis com interesse científico, didáctico e cultural e que expressam a evolução e a relação entre sistemas costeiros e de transição. (1) Cartas Geológicas - Serviços Geológicos de Portugal (1957, 1962, 1963, 1964); (2) Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (2007) Carta Neotectónica: Cabral, & Ribeiro (1989). Figura 4.9- Carta de enquadramento geológico. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 49 de 110

60 Enquadramento tectónico e sismicidade Na Carta Neotectónica de Portugal, à escala 1: , estão cartografados vários acidentes tectónicos com registo de movimentação nos últimos dois milhões de anos e que atravessam os concelhos de Vila Nova de Gaia e de Santa Maria da Feira, nomeadamente (Figura 4.9): Falhas com orientação geral NW-SE e Norte-Sul, falhas activas prováveis com uma componente de movimentação vertical do tipo inverso; Falhas com orientação geral NE-SW, falhas activas prováveis com tipo de movimentação desconhecido; Lineamentos geológicos orientados NNE-SSW. A sismicidade do território português está relacionada com a sua posição no contexto geotectónico mundial, em particular com a interacção das placas tectónicas Africana e Euroasiática, cuja fronteira é definida pela falha Açores-Gibraltar. Não obstante um número significativo de sismos históricos estar associado a esta fronteira de placas, parte da actividade sísmica registada no território português encontra-se relacionada com movimentações dos acidentes tectónicos que recortam o soco Hercínico. Os registos históricos e instrumentais evidenciam que a região do Porto tem sido ao longo dos tempos sujeita aos efeitos de sismos de intensidade moderada a baixa. Esta região corresponde a uma das zonas de menor risco sísmico de Portugal Continental. De acordo com o Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes (Decreto-lei nº 235/83 de 31 de Maio), diploma no qual é apresentado o zonamento da sismicidade do território Português, os concelhos em estudo desenvolvem-se na zona sísmica D. A esta zona corresponde um coeficiente de sismicidade de 0.3, sendo suportada por terrenos do tipo I: rochas e solos coerentes rijos, do tipo II: solos coerentes muito duros, duros e de consistência média, solos incoerentes compactos e do tipo III: solos coerentes moles e muito moles; solos incoerentes soltos. As cartas de isossistas disponíveis mostram que as intensidades de alguns dos maiores sismos ocorridos no território português foram sentidos nos concelhos de Vila Nova de Gaia e de Santa Maria da Feira de forma muito menos significativa do que noutras regiões do país (nomeadamente Lisboa). Os registos são os seguintes: 1909: sismo de grau IV (sismo moderado); 1964: sismo de grau III (sismo fraco); 1969: sismo de grau VI (sismo bastante forte). Na Carta de Isossistas Máximas Históricas do Instituto de Meteorologia, a região em que se inserem ambos os concelhos apresenta intensidades sísmicas máximas de VI na Escala de Mercalli Modificada de Um sismo de grau VI (bastante forte) é sentido pela população em geral, origina instabilidade ao caminhar, a quebra de janelas e loiças, a queda de livros, a deslocação de móveis, o tocar de sinos e o leve rachar de tectos e paredes. Pág 50 de 110

61 4.4.2 Enquadramento Geomorfológico Os concelhos de Vila Nova de Gaia e de Santa Maria da Feira apresentam um relevo pouco vigoroso, resultante do levantamento e do aplanamento generalizado a que o Maciço Hespérico foi sujeito (Figura 4.10 e Figura 4.11). A fisiografia do concelho de Vila Nova de Gaia é, em grande parte da sua extensão, reflexo da sua relação com o oceano e o estuário do rio Douro. No concelho de Vila Nova de Gaia destacam-se as seguintes unidades geomorfológicas: Troço costeiro a Sul da Foz do Douro, incluindo o sistema praia-duna e os afloramentos rochosos que ocorrem ao longo da costa; Cabedelo restinga arenosa que separa o domínio marinho da zona estuarina; Linhas de água afluentes à costa e ao rio Douro; Estuário do Douro, com particular destaque para a Baía de S. Paio (abrigada pelo Cabedelo) zona húmida de transição onde se desenvolvem sapais; Praias fluviais que ocorrem nas zonas de menor hidrodinamismo do rio Douro; Encostas do Douro, destacando-se a escarpa da Serra do Pilar talhada em granitos. O concelho de Vila Nova de Gaia apresenta altitudes inferiores a 240 m, sendo que aproximadamente metade do território se situa entre os 80 m e os 160 m (49% da área concelhia). De forma muito localizada são atingidas cotas máximas próximas dos 320 m (menos de 1% da área total do concelho). A planície litoral, as margens do estuário do Douro e das linhas de água afluentes apresentam cotas relativamente baixas, inferiores a 80 m. O concelho de Santa Maria da Feira apresenta cotas superiores a Vila Nova e Gaia, verificando-se que cerca de 79% da área territorial se situa entre os 80 m e os 240 m. Na zona mais oriental do concelho são atingidas as cotas mais altas, compreendidas entre os 400 m e os 480 m (3% da área total do concelho) (Figura 4.10). Cerca de 61% da área do concelho de Vila Nova de Gaia apresenta um relevo suave (3% a 8%) a plano (inferior a 3%). Os declives acentuados (16%-25%) a muito acentuados (> 25%) estão sobretudo associados ao encaixe do rio Douro ou a situações localizadas de erosão diferencial das rochas aflorantes (Figura 4.11). Também no caso de Santa Maria da Feira parte significativa do concelho apresenta áreas de declives suaves a planas (48% da área do concelho). As zonas mais declivosas do concelho (16% da área territorial) ocorrem na parte oriental, na proximidade do rio Douro, ou, à semelhança do que se verifica em Vila Nova de Gaia, associadas a zonas de relevos de dureza. A deformação de natureza tectónica e os fenómenos de erosão selectiva são os principais agentes na modelação do relevo. O perfil muito encaixado do rio Douro é em muito devido ao controlo tectónico, encontrando-se diversos troços instalados em falhas e zonas de fraqueza estrutural. Verifica-se ainda uma concordância entre o Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 51 de 110

62 aumento das cotas e da declivosidade dos terrenos e o afloramento das rochas graníticas (aproximadamente NNW-SSE) ou das cristas quartzíticas mais resistentes à erosão. O avanço diferencial dos processos erosivos sobre os diferentes tipos litológicos é ainda determinante no estabelecimento do padrão de drenagem superficial, que se torna diferenciado consoante os terrenos apresentam características de maior ou menor resistência à erosão, estando a rede de drenagem intimamente relacionada com as características geomorfológicas da área. Figura Carta hipsometrica. Pág 52 de 110

63 Figura Carta de declives. A rede de drenagem principal subdivide-se entre o escoamento para a bacia hidrográfica do Douro e em direcção ao mar, sendo que pontualmente se verifica o escoamento em direcção ao rio Vouga. A rede hidrográfica afluente ao rio Douro tem direcção preferencial Norte-Sul, com escoamento para Norte, enquanto que a rede hidrográfica afluente ao mar define um padrão de drenagem paralelo com uma direcção preferencial Este-Oeste (Figura 4.12). A divisória entre estas bacias é feita de forma sensivelmente concordante com o afloramento de rochas graníticas que se desenvolve entre Vila Nova de Gaia e Santa Maria da Feira. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 53 de 110

64 Figura Rede hidrográfica. A rede hidrográfica é um dos aspectos habitualmente mencionado pelas populações como factor crítico no momento da implantação de um projecto desta natureza. Além da vertente ambiental propriamente dita (qualidade ecológica das águas) tem associado um forte cariz psico-social na medida em que a eventual hipótese de afectação desse recurso provocará enorme descontentamento nas populações (afectação dos usos, qualidade). O Rio Douro apresenta-se como o elemento hidrográfico mais significativo delimitando a área de estudo a Norte até encontrar a sua foz no Oceano Atlântico. Pág 54 de 110

65 A nascente do afloramento granítico central, destacam-se as bacias hidrográficas dos rios Febros, Uíma e Inha. O Rio Febros, com uma extensão de 17 km, nasce junto ao limite Sul do concelho de Gaia, próximo de Seixezelo indo desaguar no Rio Douro, a Poente do Areinho de Avintes. Ao longo do seu curso, principalmente na sua margem esquerda, recebe diversos afluentes que drenam as águas da encosta a Poente. Ao longo da margem direita, os afluentes mas são pouco expressivos verificando-se que a maioria não chega a ter uma extensão superior a 1 km. O Rio Uíma, com uma extensão de cerca de 12 km, nasce na freguesia de Romariz. É o principal curso fluvial do concelho de Santa Maria da Feira desaguando em Crestuma (Vila Nova de Gaia). Desenvolve-se numa zona de relevo acidentado, apresentando um traçado tortuoso e correndo ao longo de um vale encaixado, predominantemente no sentido Sul-Norte. O rio Inha, localizado no extremo nascente do concelho da Feira nasce na freguesia de Escariz correndo predominantemente encravado em encostas íngremes. A poente do afloramento granítico central, destacam-se as ribeiras atlânticas ou seja, ribeiras litorais que drenam para o Oceano Atlântico. Em geral, dado que o território é quase plano estes cursos de água desenvolvem-se em vales largos e pouco evidenciados na paisagem. De destacar no entanto, no concelho de Santa Maria da Feira, as ribeiras de Lamas e da Beira que são afluentes de outras linhas de água que, já fora do concelho, vão desaguar à Barrinha de Esmoriz, e as ribeiras de Cáster, Lage, Lugar e Senhora da Graça que desaguam na Ria de Aveiro. Fazendo parte da Bacia hidrográfica do Vouga destaca-se o troço inicial do rio Antuã que nasce no concelho de Romariz indo desaguar também à Ria de Aveiro Hidrogeologia Massas de água subterrânea e aptidão aquífera O tipo e as características das principais formações geológicas que afloram nos concelhos de Vila Nova de Gaia e de Santa Maria da Feira apresentam, em geral, reduzida produtividade e interesse hidrogeológico, razão pela qual não estão incluídos em nenhum dos sistemas aquíferos regionais identificados pelo Instituto da Água I.P. Na generalidade dos casos, os caudais típicos das formações cristalinas com baixa aptidão aquífera não excedem valores da ordem de 1 l/s. O aumento da aptidão aquífera das rochas de origem metamórfica e ígnea é reflexo do grau de alteração e da fracturação a que as unidades geológicas do Maciço Hespérico estão sujeitas e que confere a um meio, predominantemente impermeável, orientações de circulação preferencial, resultando, deste modo, no aumento local de produtividade. Para além das unidades aquíferas suportadas em formações geológicas cristalinas, verifica-se pontualmente o aumento do potencial hidrogeológico de rochas sedimentares de cobertura do substrato hercínico, nomeadamente de aluviões recentes, areias e cascalheiras do Plistocénico e areias, calhaus rolados, arenitos pouco consolidados e argilas do Plio-Plistocénico. Nos meios porosos ocorrem Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 55 de 110

66 variações laterais e verticais de espessura e de fácies que justificam a variabilidade de valores de produtividade que se podem obter, oscilando entre 2 l/s.km 2 e 7 l/s.km 2. Considerando as características das formações geológicas aflorantes nos concelhos de Vila Nova de Gaia e de Santa Maria da Feira, identificam-se as seguintes unidades com aptidão aquífera: Aptidão aquífera elevada: incluem-se nesta classe os materiais recentes de natureza detrítica (aluviões, areias e cascalheiras de praia e areias de dunas). Estes depósitos apresentam porosidade e permeabilidade elevadas, podendo originar aquíferos livres. Aptidão aquífera moderada: incluem-se nesta classe as areias, calhaus e argilas de praias antigas e terraços. Apesar da elevada aptidão hidrogeológica, associada aos níveis detríticos mais grosseiros, devido à intercalação de materiais finos poderá verificar-se a diminuição da produtividade em profundidade. Estas características favorecem a individualização, em profundidade, de aquíferos confinados. Aptidão aquífera reduzida a variável: incluem-se nesta classe as formações geológicas que suportam o Maciço Hespérico (xistos, quartzitos, ortognaisses, filões anfibolíticos, aplito-pegmatíticos e quártzicos, bem como as rochas graníticas). As rochas metamórficas e ígneas apresentam, em geral, escassa aptidão aquífera, constituindo aquífugos. O aumento da produtividade destas formações pode surgir em casos pontuais associado a um aumento da fracturação e alteração, que faz aumentar a permeabilidade dos maciços rochosos, e por conseguinte os valores de produtividade, dando origem a aquíferos, em geral fissurados e descontínuos. No âmbito dos Planos de Bacia do Douro e do Vouga foram individualizadas as seguintes massas de água subterrânea que abrangem os concelhos em estudo (Figura 4.13): Maciço Antigo Indiferenciado da Bacia do Douro; Maciço Antigo Indiferenciado da Bacia do Vouga; Orla Ocidental Indiferenciado da Bacia do Douro; Orla Ocidental Indiferenciado da Bacia do Vouga. O reduzido interesse hidrogeológico reflecte-se no diminuto número de captações de água subterrânea que fazem parte do Sistema Nacional de Informação dos Recursos Hídricos (SNIRH, 2009): três no concelho de Vila Nova de Gaia e quatro no concelho de Santa Maria da Feira (Quadro 4.6). Quadro 4.6- Captações de água subterrânea que fazem parte do SNIRH, nos concelhos em estudo. Massa de água subterrânea Furos Poços Vila Nova de Gaia 2 1 Maciço Antigo Indiferenciado da Bacia do Douro Santa Maria da Feira 2 2 Pág 56 de 110

67 As populações do concelho de Vila Nova de Gaia são abastecidas pelo Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água ao Sul da Área do Grande Porto, não existindo nenhuma captação de água subterrânea no território concelhio utilizada para garantir o consumo humano. Não obstante a reduzida aptidão hidrogeológica das formações geológicas, de acordo com o Inventário Nacional de Sistemas de Abastecimento de Água e de Águas Residuais (INSAAR, 2009), no ano de 2007 (último ano com informação disponível) existiam três captações de abastecimento público no concelho de Santa Maria da Feira (Figura 4.13). Estas captações de água subterrânea (2 furos localizados na freguesia da Feira e 1 poço na freguesia de Santa Maria de Lamas) pertencem à Indaqua Feira - Indústria da Água de Santa Maria da Feira, S.A. - empresa concessionária da exploração e gestão dos serviços públicos municipais de abastecimento de água e de saneamento no concelho de Santa Maria da Feira. As 3 captações serviram cerca de habitantes, sendo o volume anual extraído da ordem dos m 3 /ano. A restante população do concelho é abastecida pelo Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água ao Sul da Área do Grande Porto. De acordo com o Decreto-lei n.º 382/99 de 22 de Setembro, com as alterações introduzidas pelo Artigo 88º do Decreto-lei nº 226-A/2007 de 31 de Maio, todas as captações de água subterrânea destinadas ao abastecimento público de água para consumo humano de aglomerados populacionais com mais de 500 habitantes ou cujo caudal de exploração seja superior a 100 m 3 /dia, deverão ter definidos perímetros de protecção (imediata, intermédia e alargada), nos quais se aplicam as condicionantes e/ou interdições estabelecidas pelo artigo 6.º do mesmo diploma. De acordo com o Decreto-lei nº 226-A/2007 de 31 de Maio, compete ao membro do Governo responsável pela área do ambiente, através de portaria, aprovar a delimitação dos perímetros de protecção, identificando as instalações e actividades, de entre as mencionadas nos nº 2, 4 e 7 do Artigo 6º do Decreto-lei n.º 382/99, de 22 de Setembro, que ficam sujeitas a interdições ou a condicionamentos e definir o tipo de condicionamentos. A Câmara Municipal de Santa Maria da Feira não tem à data definidos os perímetros de protecção nos termos do Decreto-lei nº 382/99 de 22 de Setembro. No caso das captações privadas não está igualmente definido qualquer perímetro de protecção nos termos do Decreto-lei nº 382/99 de 22 de Setembro, não sendo a sua delimitação obrigatória porque não são captações destinadas ao abastecimento público. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 57 de 110

68 Vulnerabilidade à poluição Figura Carta de enquadramento hidrogeológico. Para a avaliação da vulnerabilidade à poluição foi utilizado o método aplicado pela Equipa de Projecto do Plano Nacional da Água (EPPNA, 1998) e que se baseia em critérios litológicos. A avaliação da vulnerabilidade à poluição com base em critérios litológicos corresponde a um método clássico de correlação das características litológicas, estruturais e morfológicas das formações geológicas, que afloram numa determinada região, com a aptidão hidrogeológica. Pág 58 de 110

69 Quadro 4.7- Classes de vulnerabilidade à poluição Classe Tipo Aquífero Vulnerabilidade V1 Aquíferos em rochas carbonatadas de elevada carsificação alta V2 Aquíferos em rochas carbonatadas de carsificação média a elevada média a alta V3 V4 Aquíferos em sedimentos não consolidados com ligação hidráulica a água superficial Aquíferos em sedimentos não consolidados sem ligação hidráulica a água superficial alta média V5 Aquíferos em rochas carbonatadas média a baixa V6 Aquíferos em rochas fissuradas baixa a variável V7 Aquíferos em sedimentos consolidados baixa V8 Inexistência de aquíferos muito baixa De acordo com esta classificação as unidades aquíferas que ocorrem nestes concelhos podem ser enquadradas nas seguintes classes: Aluviões, areias de praia e de duna: vulnerabilidade à poluição alta. A vulnerabilidade alta está associada ao facto destas formações aquíferas apresentarem elevada permeabilidade, facilitando deste modo a dispersão de poluentes em profundidade. Estas rochas detríticas porosas e muito permeáveis correspondem a zonas de infiltração preferencial em que a circulação de poluentes poderá estar compreendida entre 1 m/dia e 10 m/dia, pelo que a existência de substâncias contaminantes no solo poderá implicar a alteração da qualidade da água presente nos pequenos aquíferos livres. Areias, calhaus e argilas de antigas praias e terraços fluviais: vulnerabilidade à poluição média. Correspondem a unidades hidrogeológicas caracterizadas por serem constituídas por sedimentos não consolidados, com grande porosidade, permitindo a rápida infiltração e propagação de contaminantes, consoante a permeabilidade do meio. Granitos: vulnerabilidade à poluição baixa a variável, uma vez que a circulação de água e de substâncias contaminantes em profundidade é dependente do grau de fracturação e da alteração das formações rochosas de natureza ígnea. Estas condições reflectem-se na velocidade de propagação de poluentes, que em muitos casos, pode ser próxima de 1 m/dia ou superior. Xistos, rochas metamórficas e metassedimentares cristalinas e formações ígneas filonianas: vulnerabilidade à poluição muito baixa. À semelhança dos granitos, a permeabilidade das rochas metamórficas xistentas e metassedimentares, bem como dos filões, depende do seu grau de fracturação. Em geral, e devido ao comportamento próximo do impermeável das formações metamórficas e metassedimentares, a velocidade de propagação de um poluente depositado à superfície é muito lenta, sendo na generalidade dos casos inferiores a 1 m/dia. A aplicação desta metodologia permite verificar que grande parte do território apresenta vulnerabilidade muito baixa, situação consonante com o substrato geológico aflorante (Quadro 4.8 e Figura 4.14). Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 59 de 110

70 Classe de vulnerabilidade Quadro 4.8- Vulnerabilidade à poluição (em % da área total). Vila Nova de Gaia Santa Maria da Feira Total (%) alta média baixa a variável muito baixa Figura Carta de Vulnerabilidade à poluição das águas subterrâneas. Pág 60 de 110

71 4.5 Assegurar a qualidade de vida das populações Este objectivo representa a necessidade de reflectir, na selecção do local, as preocupações relacionadas com situações que se traduzam na deterioração da qualidade de vida (devido à emissão de ruído e odores) e que as populações tradicionalmente associam à construção e funcionamento de um qualquer aterro. O ruído é um dos principais factores que afecta o ambiente urbano e contribui para a degradação da qualidade de vida. Os problemas inerentes resultam, na maioria das vezes, de usos conflituosos de espaços comuns e de espaços contíguos, e a sua resolução exige aproximações integradas e articuladas com o ordenamento do território (DGA, 1999). No caso do funcionamento de um Aterro, o ruído está por norma associado à circulação de veículos pesados na entrada e às operações de descarga dos resíduos que em muitos casos decorrem durante os períodos do entardecer e nocturno. No que se refere aos odores, num aterro sanitário ocorre frequentemente a libertação de compostos odoríferos desagradáveis, os quais resultam dos processos biológicos de degradação da matéria orgânica. Embora existam em pequenas quantidades, a sua libertação é inevitável no manuseamento dos resíduos, na sua chegada ao aterro e até à cobertura final. Tendo em consideração os ventos dominantes, o impacte dos compostos odoríferos na qualidade do ar e nas populações imediatamente a jusante poderá ser negativo, podendo no entanto ser minimizado através da adopção de boas práticas de exploração do aterro, da topografia do terreno e da cortina arbórea de protecção. Desta forma, o ruído e os odores constituem factores de qualidade ambiental directamente relacionados com o funcionamento de um aterro, identificando-se como principal condicionante existente a elevada densidade populacional presente na generalidade da área de estudo. Pretende-se assim reduzir a afectação da população pelo projecto, nomeadamente no que respeita aos aspectos relacionados com o ruído e com as emissões de odores. Deste ponto de vista, os aspectos relacionados com a população, nomeadamente com os locais onde esta se concentra (densidade, perímetros urbanos), existência de equipamentos escolares e de saúde, bem como das características da estrutura viária de acesso ao local do aterro são de primordial importância. Neste âmbito consideram-se os seguintes critérios de análise: Critério População e povoamento Equipamentos Acessibilidades rodoviárias Condição Afastamento a perímetros urbanos. Afastamento a equipamentos (escolares, saúde) Proximidade a vias de comunicação sem constrangimentos à circulação Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 61 de 110

72 4.5.1 População e povoamento Densidade populacional Em 2001, data do último recenseamento Geral da População (INE, 2001) a população residente no conjunto dos dois concelhos era de habitantes ( em Vila Nova de Gaia e em Santa Maria da Feira) (Quadro 4.9). Observa-se que 50% das freguesias de Gaia possuem mais de habitantes destacando-se quatro delas com mais de habitantes a saber: Canidelo (23 737), Oliveira do Douro (23 384), Santa Marinha (30 758) e Mafamude (38 940), as quais, juntamente com S. Pedro da Afurada são as freguesias mais densamente povoadas do conjunto dos dois concelhos. No concelho da Feira, apenas a freguesia que dá o nome à cidade possui mais de habitantes (11 040). Analisando a Figura 4.15 constata-se que as freguesias em que a densidade populacional é mais baixa se localizam no concelho da Feira, sendo Canedo e Louredo as que possuem menor densidade (respectivamente 196,7 e 181 habitantes/km 2 em 2001). Refinando a análise relativa à densidade populacional em termos de escala a unidades territoriais de menor dimensão, nomeadamente à subsecção 5 observa-se a existência de várias subsecções sem população, e de áreas mais ou menos extensas com um número reduzido de habitantes sobretudo na área do concelho de Santa Maria da Feira, nomeadamente nas zonas Este e Sudeste (Figura 4.16). As sub-secções com maior densidade populacional localizam-se sobretudo nas freguesias de Mafamude, Vilar do Paraíso, Santa Marinha, Vilar de Andorinho Oliveira do Douro e Canidelo do concelho de Gaia, Feira, Arrifana, Santa Maria de Lamas e Lourosa do concelho da Feira. Entre 1991 e 2001, a população residente no conjunto dos dois concelhos aumentou 15,7 % (16,2 % em Gaia e 14,6 % na Feira) denotando-se assim uma grande dinâmica populacional e capacidade de fixar e atrair população de ambos os concelhos (Quadro 4.9). Esta dinâmica tem-se mantido após 2001 uma vez que de acordo com os dados mais recentes do INE (estimativas do Anuário Estatístico da Região Norte, 2008), em 2007, estimou-se que a população do conjunto deste dois concelhos se cifraria já nos habitantes ( no concelho de Vila Nova de Gaia e no concelho de Santa Maria da Feira (INE, 2008). Embora se trate de uma estimativa, entre 2001 e 2007, verifica-se um crescimento populacional de 7,5% para o conjunto dos dois concelhos (7,4% em Gaia e 7,6% na Feira). 5 Unidade territorial que identifica a mais pequena área homogénea de construção ou não, existente dentro da secção estatística. Corresponde ao quarteirão nas áreas urbanas, ao lugar ou parte do lugar nas áreas rurais, ou a áreas residuais que podem conter ou não alojamentos (isolados). Pág 62 de 110

73 Quadro 4.9- População residente (INE, 2001). População Residente Unidade Territorial Superfície (km 2 ) Vila Nova de Gaia 168, Arcozelo 8, Avintes 8, Canelas 6, Canidelo 8, Crestuma 4, Grijó 11, Gulpilhares 5, Lever 7, Madalena 4, Mafamude 5, Olival 8, Oliveira do Douro 7, Pedroso 19, Perozinho 5, Sandim 13, Santa Marinha 5, S. Félix da Marinha 7, S. Pedro da Afurada Seixezelo 1, Sermonde 1, Serzedo 6, Valadares 5, Vilar de Andorinho 7, Vilar do Paraíso 5, Santa Maria da Feira 215, Argoncilhe 7, Arrifana 5, Canedo 29, Escapães 4, Espargo 4, Feira 10, Fiães 6, Fornos 3, Gião 3, Guisande 4, Lobão 7, Louredo 8, Lourosa 5, Milheirós de Poiares 8, Mosteiró 3, Mozelos 5, Nogueira da Regedoura 4, São Paio de Oleiros 3, Paços de Brandão 3, Pigeiros 4, Rio Meão 6, Romariz Sanfins 3, Sanguedo 4, Santa Maria de Lamas 3, S. João de Ver 15, Caldas de S. Jorge 5, Souto 10, Travanca 4, Vale 9, Vila Maior 4, Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 63 de 110

74 Figura Densidade populacional à freguesia em 2001 (Hab/km 2 ). Pág 64 de 110

75 Figura Densidade populacional à sub-secção em 2001 (Hab/ha). Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 65 de 110

76 Em termos de crescimento demográfico, entre 1991 e 2001 a maioria das freguesias registaram crescimento populacional. As que registaram uma expansão demográfica mais forte (acima dos 30%) foram as freguesias de Canidelo, Vilar do Paraíso, Vilar de Andorinho e Canelas do concelho de vila Nova de Gaia, Gião, Mozelos, Santa Maria de Lamas, Feira e Milheiros de Poiares do concelho de Santa Maria da Feira. Apenas as freguesias de S. Pedro da Afurada, Santa Marinha, Lever, Seixezelo, Vila maior, Fiães e Espargo perderam população destacando-se aqui Lever e Seixezelo com um decréscimo de, respectivamente 10,7 e 18,2% (Figura 4.17). Figura Taxa de variação da população entre 1991 e Pág 66 de 110

77 Povoamento Os municípios de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia inserem-se na Grande Área Metropolitana do Porto, juntamente com os municípios de Arouca, Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa do Varzim, Santo Tirso, S. João da Madeira, Trofa, Valongo e Vila do Conde. O concelho de Santa Maria da Feira é constituído por 31 freguesias com características muito heterogéneas entre si existindo diversas freguesias com forte cariz rural, sobretudo as do interior do concelho, enquanto o concelho de Gaia possui 24 freguesias, a maioria das quais de forte cariz urbano. Na generalidade, o povoamento realiza-se através de sequências lineares ao longo dos traçados viários existentes. Esta estrutura de povoamento ao longo das vias de comunicação rodoviária reflecte-se em elevados constrangimentos à circulação viária. Para resolver este tipo de constrangimento que se reflecte quer na comodidade e rapidez de deslocação quer na qualidade de vida das populações residentes, surgem as vias de grande capacidade como são exemplo a A1, A29 ou o futuro IC24 e A32. Nas últimas décadas, o concelho de Gaia passou de um núcleo fortemente dominante e consolidado centrado na freguesias de Santa Marinha e Mafamude, rodeado por um território tendencialmente disperso segundo as principais vias de comunicação, com fracas sub-centralidades e com um povoamento de génese rural, para um território em que o núcleo central se alargou consideravelmente para as freguesias vizinhas nomeadamente Canidelo, Oliveira do Douro, Vilar do Paraíso e Madalena. No entanto, a continuidade do padrão dispersivo e a linearidade do passado em que dificilmente se distinguem centralidades alternativas mantém-se na actualidade na generalidade do território do concelho com as consequentes dificuldades de circulação. Face ao crescimento populacional registado nos últimos anos no concelho de Gaia, o qual, em parte, se deverá quer à sua centralidade na área metropolitana quer às excelentes acessibilidade que possui (algumas delas bastante recentes), crescimento este que se prevê continuar a registar nos próximos anos, o novo PDM contempla uma extensa área urbana, a qual representa cerca de 67% da área do concelho. Observa-se que o povoamento é mais concentrado e com maior continuidade urbana nas freguesias do litoral, sendo as áreas urbanas menos densas nas freguesias do interior nomeadamente Lever, Crestuma, Sandim e Olival. No caso de Santa Maria da Feira a malha urbana ocupa uma menor área do território, representando cerca de 37% da área do concelho. As freguesias com maior área urbana localizam-se na parte Central e Poente do concelho destacando-se sobretudo as freguesias próximas à cidade de Santa Maria da Feira e do Nordoeste do concelho, cujo crescimento urbano é favorecido pela acessibilidade permitida pela A1 e pelos nós localizados na freguesia da Feira e de Nogueira da Regedoura. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 67 de 110

78 A zona interior do concelho possui menor área urbana, o que se reflecte aliás no número de habitantes. A menor área urbana nesta zona em grande parte estará associada às acessibilidades mais débeis e à orografia mais acidentada do terreno. Figura Perímetros urbanos. Pág 68 de 110

79 4.5.2 Equipamentos No âmbito da presente análise, os equipamentos, ainda que na generalidade dos casos se localizem nos perímetros urbanos, assumem especial relevância enquanto potenciais locais de aglomeração de pessoas o que os torna áreas muito sensíveis. Deste ponto de vista destacam-se os equipamentos escolares e de saúde. De referir ainda o Europarque enquanto espaço aglutinador de eventos empresariais, culturais, científicos, tecnológicos e recreativos, recebendo assim todos os anos milhares de visitantes (Figura 4.19). Figura Equipamentos 6. 6 A forma de representação distinta dos equipamentos entre os dois concelhos (por polígonos em Gaia e por pontos na Feira), deve-se à forma como a informação foi cedida pelos municípios. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 69 de 110

80 4.5.3 Acessibilidades rodoviárias No âmbito do cumprimento do presente objectivo as acessibilidades rodoviárias assumem especial relevância como forma de facilitar um acesso rápido e cómodo ao local de implantação do aterro sem afectar as populações. Desta forma, o local será tanto melhor quanto menor for a distância entre este e os nós de ligação às principais vias de comunicação, nomeadamente às vias com maior capacidade (AE s e EN s, minimizando assim a utilização de extensos trechos de vias de cariz urbano que atravessam os aglomerados populacionais. A localização geográfica destes concelhos implica que grande parte dos fluxos Sul/Norte dirigidos ao Porto ou à região Norte (no sentido contrário) atravessem estes concelhos. No sentido Norte-Sul destacam-se a A29, A1 e IC2/EN1 as quais no seu conjunto favorecem uma boa acessibilidade, em geral sem grandes constrangimentos de circulação, à zona poente da área de estudo. A zona nascente possui acessibilidades rodoviárias mais deficitárias no que respeita à sua capacidade caracterizando-se por na maior parte dos casos possuir vias estreitas e sinuosas que apresentam grandes condicionalismos à circulação devido à presença de edificações ao longo da via. No entanto, nesta área estão previstas (em estudo ou já em projecto) um conjunto de infra-estruturas que irá melhorar significativamente as acessibilidades às freguesias do interior. Assim, no sentido Sul-Norte destaca-se a A32, cujo projecto prevê vários nós de acessibilidade, nomeadamente na freguesia de Pigeiros (para ligação à futura variante Feira-Arouca), Gião (para ligação à futura variante à EN223 e EN 326), Vila Maior/Canedo (para ligação à futura variante à EN222), Sandim (para ligação ao futuro IC24/A41), Olival (para ligação à EN222 e EN1) e Pedroso (para ligação à A1). No sentido Poente-Nascente, fazendo a ligação entre as auto-estradas do litoral (A29 e A1) com as freguesias do interior e com a A32 destacam-se, de Norte para Sul, o IC24/A41 (estando a ligação entre a A29 e a EN1 já construída, e o restante troço em construção), a variante às EN223 e EN326 (em projecto) e a variante Feira-Arouca (com o troço entre a A29 e a Feira já construído e o restante em projecto). De uma forma global, após a construção de todas as infra-estruturas em estudo e projecto, as acessibilidades à generalidade das freguesias dos dois concelhos será bastante boa. Pág 70 de 110

81 Figura Principais acessibilidades rodoviárias (existentes e previstas). Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 71 de 110

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83 5. Selecção de Locais A inserção de toda a informação constante do capítulo da caracterização em ambiente SIG, possibilita trabalhar de forma célere os dados e, face aos pressupostos, critérios e condições previamente definidas, identificar uma lista prévia de locais com potencialidades para a implantação do Aterro. Desta forma, com base na caracterização anteriormente realizada, apresenta-se por cada objectivo de sustentabilidade, uma carta síntese com identificação das áreas desfavoráveis à implantação do Aterro. Com base no conjunto de cartas síntese procede-se à identificação prévia de locais e à sua caracterização. Esta caracterização permitirá validar a favorabilidade de cada um dos locais para receber o Aterro, e assim proceder a uma análise comparativa entre eles de forma a obter os dois locais finais que seguirão para Estudo Prévio. 5.1 Cartas Síntese Tal como referido, para cada um dos 5 objectivos de sustentabilidade é apresentada uma carta síntese, sendo os objectivos os seguintes: Compatibilização com os usos e regulamentos existentes; Assegurar a salvaguarda das áreas com valor para a conservação da natureza e biodiversidade; Assegurar a protecção do património classificado; Minimização dos riscos e protecção dos recursos; Assegurar a qualidade de vida das populações Compatibilização com os usos e regulamentos existentes Do ponto de vista dos usos e regulamentos existentes, a análise da favorabilidade à implantação do aterro considerou os seguintes critérios, os quais constituem condicionantes territoriais a respeitar: Restrições de utilidade pública o RAN o REN Servidões administrativas o Gasoduto o Rede de Muita Alta Tensão o Principais eixos viários o Rede Ferroviária Medidas Preventivas Consideram-se que são áreas desfavoráveis, aquelas nas quais ocorre pelo menos uma das condicionantes afectas às restrições de utilidade pública, às servidões administrativas e às medidas preventivas (Figura 5.1). Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 73 de 110

84 Figura 5.1- Áreas desfavoráveis para a implantação de um aterro do ponto de vista dos usos e regulamentos. Da análise realizada observa-se que cerca de 33% da área de estudo está afecta às condicionantes territoriais consideradas, sendo que a maior área está afecta às restrições de utilidade pública REN e RAN que são mais representativas na metade nascente da área de estudo (área com características de maior ruralidade e com relevos mais acentuados). As servidões administrativas constituem sobretudo estruturas lineares que, embora representando reduzida área (considerando apenas as principais), contribuem para a fragmentação do território diminuindo assim a área útil disponível. No que respeita às medidas preventivas destaca-se o corredor de 400 m afecto à linha de alta velocidade e as duas suspensões de PDM de Santa Maria da Feira: uma para instalação do PEC e outra para instalação do PERM (ambos com procedimento de avaliação de impacte ambiental realizado e Declaração de Impacte Ambiental Favorável condicionada já emitida. Pág 74 de 110

85 5.1.2 Assegurar a salvaguarda das áreas com valor para a conservação da natureza e biodiversidade Do ponto de vista da conservação da natureza e biodiversidade, a análise da favorabilidade à implantação do aterro considerou os seguintes critérios, face à caracterização da área de estudo consideraram-se os seguintes critérios: Rede Fundamental de Conservação da Natureza o Áreas de continuidade Áreas com valor local o Áreas com valor para a biodiversidade a nível local. Consideram-se que são áreas desfavoráveis, aquelas que coincidam com áreas de continuidade (RAN, REN e DPH) e/ou áreas com valor para a biodiversidade a nível local (Figura 5.2). Figura 5.2- Áreas desfavoráveis para a implantação de um aterro do ponto de vista da conservação da natureza e biodiversidade. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 75 de 110

86 Verifica-se que esta carta síntese, em grande parte, replica a carta síntese dos usos e regulamentos. Esta replicação prende-se essencialmente com o facto das áreas de continuidade conterem a REN e a RAN já representadas na carta síntese dos usos e regulamentos Assegurar a protecção do património cultural Para a elaboração do zonamento de áreas com maior ou menor favorabilidade à instalação de um aterro do ponto de vista da protecção ao património cultural, face à caracterização da área de estudo considerou-se o Património Classificado (Áreas de protecção dos monumentos nacionais e dos imóveis de interesse público definidas nos termos da Lei n.º 107/01, de 8 de Setembro) Face ao objectivo definido, considera-se como zonas desfavoráveis à instalação do Aterro as áreas de protecção afectas ao património classificado (Figura 5.3). Figura 5.3- Áreas desfavoráveis para a implantação do aterro do ponto de vista do património cultural. Pág 76 de 110

87 5.1.4 Minimização do risco e protecção dos recursos Para a elaboração do zonamento de áreas com maior ou menor favorabilidade à instalação de um aterro do ponto de vista da minimização do risco e da protecção dos recursos considerou-se um conjunto de critérios, nomeadamente: Geologia: o Litologia Geomorfologia: Hidrogeologia: o Acidentes tectónicos activos o Zonas afectas à extracção de recursos geológicos o Património geológico e geomorfológico o Declivosidade dos terrenos o Proximidade a linhas de água e leitos de cheia o Proximidade à costa e ao estuário do Douro o Vulnerabilidade à poluição dos recursos hídricos subterrâneos o Captações de abastecimento público o Perímetros de protecção (Caldas de S. Jorge) Considerando cada um destes critérios, e recorrendo à informação disponível e analisada anteriormente, bem como a área mínima necessária para a instalação do aterro (cerca de 25 ha), procedeu-se à identificação das zonas desfavoráveis e favoráveis à instalação de um aterro. O zonamento identifica: Zonas desfavoráveis para a instalação de um aterro; Zonas favoráveis para a instalação de um aterro; Zonas favoráveis condicionadas para a instalação de um aterro. Na Figura 5.5 apresenta-se um zonamento prévio das áreas consideradas como tendo maior e menor favorabilidade à instalação de aterros, verificando-se que 15,6% da área de estudo apresenta condições desfavoráveis à implantação de um aterro e que 43,2 % apresenta condições favoráveis condicionadas. Zonas desfavoráveis Para a identificação das zonas desfavoráveis foram tidos em consideração os aspectos de ordem geológica, geomorfológica e hidrogeológica do Quadro 5.1. Quadro 5.1- Aspectos geológicos, geomorfológicos e hidrogeológicos analisados para avaliação da possibilidade de instalação de um aterro. Geologia e geomorfologia Declives acentuados a muito acentuados Proximidade a linhas de água e leitos de cheia Zonas afectas a explorações de recursos geológicos Afectação de património geológico Proximidade à linha de costa e ao estuário do Douro Critérios desfavoráveis Hidrogeologia Proximidade a captações de abastecimento público Vulnerabilidade à poluição alta Intersecção com perímetros de protecção Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 77 de 110

88 Figura 5.4- Zonamento prévio da favorabilidade à intalação de um aterro do ponto de vista da Geologia/Geomorfologia/Hidrogeologia. As zonas desfavoráveis à instalação de um aterro localizam-se fundamentalmente na zona costeira e adjacente ao rio Douro, bem como na parte oriental de ambos os concelhos em virtude dos declives acentuados a muito acentuados. Estão ainda incluídas nas zonas desfavoráveis as áreas actualmente sujeitas a extracções de recursos geológicos e as áreas consideradas como património geológico e geomorfológico. Com o objectivo de salvaguardar os recursos hídricos subterrâneos, incluíram-se ainda nas zonas desfavoráveis as áreas ocupadas pelos perímetros de protecção definidos para a nascente das Caldas de S. Jorge (concelho de Santa Maria da Pág 78 de 110

89 Feira; Portaria nº 292/2005 de 22 de Março) e as áreas imediatas em torno de captações de abastecimento. Zonas favoráveis As zonas favoráveis à instalação de um aterro ocupam parte significativa da zona central de ambos os concelhos. Correspondem essencialmente a zonas planas e de relevo suave, onde afloram terrenos de reduzida a moderada permeabilidade e, consequentemente, com baixa a média vulnerabilidade à poluição dos meios hídricos subterrâneos. Nestas zonas não ocorrem formas ou estruturas com interesse geológico ou geomorfológico, não existem captações de abastecimento público, nem estão identificados locais com potencial para o futuro aproveitamento de recursos minerais metálicos ou não metálicos. Zonas favoráveis condicionadas As zonas favoráveis condicionadas correspondem a áreas em que se justifica uma maior pormenorização dos estudos de caracterização das características geológicas, geomorfológicas e hidrogeológicas que não estão no âmbito da presente análise. Incluem-se nesta classe as áreas de declives moderados, as áreas adjacentes às captações de abastecimento público e as áreas potenciais para explorações de recursos geológicos identificadas pela Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG). As zonas favoráveis condicionadas incluem ainda áreas adjacentes à orla costeira, a linhas de água e ao estuário do Douro e cujos efeitos da ocupação deverão ser devidamente avaliados no que respeita à alteração das funções dos sistemas naturais. Embora algumas captações não tenham ainda definidos os perímetros de protecção exigidos ao abrigo do Decreto-Lei nº 382/99 de 22 de Setembro, com as alterações introduzidas pelo Decreto-lei nº 226-A/2007 de 31 de Maio, considerou-se como zona desfavorável à instalação de um aterro uma área adjacente às captações de abastecimento público compreendida entre o raio de 140 m e os 1200 m. No que respeita às captações privadas, e embora não seja obrigatória a definição de perímetros de protecção, considerou-se como uma zona favorável condicionada, e como tal justificando-se na fase subsequente uma análise de maior detalhe desta questão, uma área respeitante ao raio compreendido entre os 25 m e os 100 m em torno da captação. No caso das áreas potenciais identificadas pela DGEG importa considerar que embora estas não estejam actualmente a ser exploradas poderão vir a ser alvo de aproveitamento futuro, em função dos resultados de estudos de pormenor que venham a ser realizados para a avaliação do potencial das ocorrências minerais já conhecidas. Face ao exposto, no zonamento final (Figura 5.5) opta-se por incluir as zonas consideradas nesta metodologia como favoráveis condicionadas na classe favorável, remetendo para a fase posterior de avaliação de impacte ambiental, na qual se realizam os estudos de pormenor, a avaliação pormenorizada dos critérios que estiveram na base da criação nesta fase prévia da classe favorável condicionada. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 79 de 110

90 Figura 5.5- Áreas desfavoráveis para a implantação de um aterro do ponto de vista da geologia/geomorfologia/hidrogeologia Assegurar a qualidade de vida das populações A selecção do melhor local está intimamente relacionada com a minimização das situações que se traduzam em perturbações de ordem social e da consequente deterioração da qualidade de vida das pessoas. A análise da favorabilidade à implantação do aterro considerou os seguintes critérios: Afastamento a perímetros urbanos; Afastamento a equipamentos (escolares, saúde). Considerando a densa malha urbana e a estrutura do povoamento da área de estudo há que encontrar um compromisso para a área ideal de afastamento do Aterro às populações. Naturalmente que esta distância de compromisso variará em função da região em causa: se se está perante uma região de povoamento concentrado Pág 80 de 110

91 havendo muito espaço não urbano, a distância de compromisso será muito maior que nos casos em que o povoamento é contínuo pela generalidade do território daí resultando pouco espaço não urbano. Ora, no presente caso, está-se nitidamente perante a segunda situação pelo que o raio de protecção às populações terá que ser menor que o idealmente seria desejável. Com base no conjunto de informação constante no SIG considera-se um raio de protecção às populações de 200 m. Assim, do ponto de vista do objectivo em causa, são áreas desfavoráveis, aquelas que se localizam a menos de 200 m de perímetros urbanos (locais onde as populações se concentram) e sobre áreas de equipamentos (escolares/saúde) existentes (Figura 5.6). Figura 5.6- Áreas desfavoráveis para a instalação de um aterro do ponto de vista da qualidade de vida das populações. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 81 de 110

92 De ressalvar no entanto que a maioria dos equipamentos se situa no interior dos perímetros urbanos ou na sua proximidade imediata ficando assim desde logo salvaguardada a sua protecção ao considerar um raio de protecção de 200 m aos perímetros urbanos. Nesta análise destaca-se ainda o Europarque que, enquanto espaço aglutinador de eventos empresariais, culturais, científicos, tecnológicos e recreativos, recebe todos os anos milhares de visitantes. Desta forma, a área actualmente afecta ao Europarque é também definida neste contexto como área desfavorável. 5.2 Identificação prévia de locais Considerando o conjunto das cartas síntese anteriormente apresentadas, as quais foram sobrepostas entre si em ambiente de SIG, resultou uma carta final com identificação de todos os locais onde, com base nos critérios anteriormente apresentados, é desfavorável a implantação do Aterro (Figura 5.7). Figura 5.7- Carta síntese final. Pág 82 de 110

93 Da área total dos dois concelhos verifica-se que 96,7% do território não cumpre os requisitos necessários para a implantação do Aterro. A maioria dos locais disponíveis possuem dimensões muito reduzidas, incompatíveis com a dimensão mínima exigida para o Aterro. Tendo em conta de que a área mínima necessária para o Aterro deverá ser 25 ha, identificam-se 9 locais (Figura 5.8 e Quadro 5.2) cuja área no seu conjunto representa apenas 1% do território dos dois concelhos. Canelas Costouras - Canedo Sobreda - Canedo Canedo - Canedo Espargo/Rio Meão S. Jorge/Pigeiros Escapães Espargo/S. João Ver Milheiros Poiares Figura 5.8- Locais sem condicionamentos à implantação do Aterro (excluiram-se da representação as áreas < 1 ha). Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 83 de 110

94 Dos locais identificados, um localiza-se totalmente no concelho de Gaia, sete no concelho da Feira e um em área dos dois concelhos ainda que a parte localizada em Gaia seja muita reduzida. Esta distribuição tão heterogénea dos locais prende-se sobretudo com a elevada densidade populacional existente no concelho de Gaia. A apresentação dos locais no presente relatório segue uma ordem em semi-círculo no sentido Poente/Nascente/Norte, começando assim no local de Espargo/Rio Meão (concelho da Feira) e terminando no local de Canelas (concelho de Gaia). Quadro 5.2- Identificação prévia de locais. Concelho Local Área (ha) Santa Maria da Feira/ Santa Maria da feira e Vila Nova de Gaia Espargo/Rio Meão 71,4 Espargo/S. João de Vêr 56,4 Escapães 27,3 Milheirós de Poiares 35,8 Caldas de S. Jorge/Pigeiros 29,3 Canedo -Canedo 37,2 Sobreda - Canedo 36,8 Costouras - Canedo 49,7 Vila Nova de Gaia Canelas 33,8 5.3 Caracterização geral dos locais A metodologia desenvolvida em ambiente SIG, necessita de ser validada com recurso à análise de informação complementar à introduzida no SIG. Pretende-se desta forma averiguar se nos locais identificados ocorre algum tipo de condicionante que, face à escala/metodologia adoptada na fase anterior, não tivesse sido considerada. Para esta avaliação destaca-se sobretudo a presença de estradas de categoria inferior às consideradas ao nível das servidões administrativas, nomeadamente as Estradas Municipais e a eventual sobreposição com edifícios/equipamentos, industrias que, por algum motivo não estavam cobertos pela informação anterior. Desta forma passa-se a caracterizar cada um dos locais com base em visitas ao terreno, análise pormenorizada da cartografia 1:25:000 e fotografia de satélite do Google Earth, bem como pesquisa detalhada sobre eventuais condicionalismos previstos Local: Espargo/Rio de Meão Este local situa-se no limite do concelho da Feira com o de Ovar (adjacente à freguesia de Maceda) a Poente da área que será ocupada pelo projecto de Ligação Ferroviária de Alta Velocidade entre Lisboa e Porto (Figura 5.9), cujo troço Aveiro - Vila Nova de Gaia foi recentemente aprovado mediante publicação da Declaração de Impacte Ambiental. Trata-se de uma zona com relevo muito suave cujas cotas variam sensivelmente entre os 80 m e os 106 m, possuindo uma grande área central praticamente plana cujas cotas variam entre os 100 m e os 106 m. Pág 84 de 110

95 A ocupação actual do solo é florestal, nomeadamente com coberto arbóreo de eucalipto e vegetação arbustiva geralmente densa. Ao nível da proposta de ordenamento do PDM em revisão, este local insere-se na classe de uso do solo Verde definida como área de coberto dominantemente vegetal, englobando florestas, espaços agrícolas e outras zonas verdes. Localiza-se junto a excelentes acessibilidades (nós da A29 e A1) ligadas entre si pela Avenida do Europarque/EN223 com nó em Espargo que dá acesso directo a este local. Apesar da proposta de Ordenamento do PDM, actualmente em revisão, disponibilizada no Sítio da Internet da Câmara Municipal da Feira indicar que esta área se insere na classe Verde, existe um protocolo entre a Câmara Municipal da Feira e a AEP - Associação Empresarial de Portugal para implantação nessa área do Projecto de Expansão do Europarque Projecto Turístico, para o qual existe já um Master Plan aprovado pelo município e cujo Protocolo foi aprovado pela Assembleia Municipal. Fazem parte do projecto de expansão do Europarque um Centro de Exposições, um Pólo de Desenvolvimento Tecnológico, uma Entidade Incubadora de Empresas, um Parque de Ténis, uma Clínica de Serviços Continuados, infra-estruturas de apoio ao turismo, lazer e da hotelaria, incluindo dois campos de golfe (de 9 e 18 buracos), estruturas de restauração, um grande centro comercial com espaços associados ao lazer e desportos radicais, um Museu da Indústria e um Centro de Artes. Este projecto abrange também a área do local Espargo/S.João de Ver Local: Espargo/S. João de Ver Este local situa-se muito próximo do local anterior mas neste caso a nascente da futura linha ferroviária de alta velocidade. À semelhança do anterior, o relevo possui características muito suaves cujas cotas variam sensivelmente entre os 100 m e os 111 m. A ocupação actual do solo é predominantemente florestal, nomeadamente com coberto arbóreo de eucalipto e vegetação arbustiva geralmente densa. Quanto à proposta de ordenamento do PDM em revisão, grande parte deste local bem como toda a área localizada a Nascente, ao nível da classe de uso do solo insere-se em Área de Equipamento ou seja, é uma área desde já reservada para a localização de equipamento social necessário para a população para além dos espaços verdes demarcados como tal. A restante área inclui-se na classe Verde. De destacar a presença do Europarque a cerca de 800 m (no sentido Sudeste) do centro do local. Após análise pormenorizada do local constatou-se que parte da área de equipamento proposto já se encontrava infra-estruturada, e que no seu interior existem algumas habitações (não abrangidas por perímetro urbano) e uma via alcatroada que fragmenta o extremo Sul deste local. Este conjunto de factores conduziu a uma redefinição/ajuste dos limites deste local tal como apresentado na Figura 5.9 passando a área disponível dos 56,4 ha para os 35 ha. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 85 de 110

96 Espargo/S. João Ver Espargo/Rio Meão Figura 5.9- Locais: Espargo/Rio de Meão e Espargo/S. João de Ver. Localiza-se junto a excelentes acessibilidades (nós da A29 e A1) ligadas entre si pela Avenida do Europarque/EN223 com nó em Espargo que dá acesso directo a esta área. Tal como referido para o local anterior Espargo/Rio de Meão está prevista a implantação do projecto de Expansão do Europarque já protocolado entre a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e a AEP. Pág 86 de 110

97 Espargo/S. João Ver Espargo/Rio Meão Figura Implantação dos locais Espargo/Rio de Meão e Espargo/S. João de Ver face ao projecto de expansão do Europarque Local: Escapães Este local possui um relevo cujas cotas variam entre os 210 m e os 270 m numa área em que actualmente o uso do solo é florestal, nomeadamente com coberto arbóreo de eucalipto e vegetação arbustiva geralmente densa. Ao nível da proposta de ordenamento do PDM em revisão, este local insere-se na classe de uso do solo Verde definida como área de coberto dominantemente vegetal, englobando florestas, espaços agrícolas e outras zonas verdes. É delimitado a Poente por uma zona industrial já consolidada, propondo o PDM em revisão uma nova zona industrial a Sul. De referir ainda a presença no limite Poente de um Campo de Jogos (futebol) em terra batida (Figura 5.11). Localiza-se junto a excelentes acessibilidades nomeadamente a EN1, junto ao nó desta com a EN223. Neste local está ainda prevista a construção da ligação entre a EN1 e a futura A32 facilitando assim a ligação deste local com as freguesias do interior. O acesso deste local em direcção a Norte pode ser facilmente conseguido directamente pela EN1, ou através da EN223 que permite uma ligação transversal rápida à A1 e à A29. A análise pormenorizada deste local identificou a presença de uma estrada que atravessa o local na zona Nascente bem como a presença de um campo de jogos em terra batida no limite Poente. Procedeu-se à redefinição dos limites deste local pela estrada em causa e excluindo a sobreposição com o campo de jogos tendo a área disponível diminuído de 27,3 para 25,1 ha. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 87 de 110

98 5.3.4 Local: Caldas de S. Jorge/Pigeiros Figura Local: Escapães. Este local situa-se nas freguesias de Caldas de S. Jorge e Pigeiros numa zona adjacente à área que actualmente se encontra ao abrigo de medidas preventivas no âmbito de uma Suspensão Parcial do PDM (Resolução do Concelho de Ministros n.º 163/2008 de 27 de Outubro) para implantação do Parque Empresarial de Recuperação de Materiais (PERM). O uso actual do solo é florestal, dominando o coberto arbóreo de eucalipto com subbosque denso com cotas que variam sensivelmente entre os 190 m e os 254 m. O Pág 88 de 110

99 local em causa é marginado a Norte pela zona de Protecção das Caldas de S. Jorge, a Poente pela zona industrial para a qual está prevista a implantação do PERM, a Sul pela EM e a Nascente pelo rio Uíma. Quanto à proposta de ordenamento do PDM em revisão, este local, ao nível da classe de uso do solo insere-se em Área verde definida como área de coberto dominantemente vegetal, englobando florestas, espaços agrícolas e outras zonas verdes. Em termos de acessibilidades o local encontra-se próximo da EN1 e junto ao nó da futura variante Feira-Arouca que permitirá uma ligação rápida entre a A29, A1 e futura A32. É um local que usufrui assim de excelentes acessibilidades. Figura Local: Caldas de S. Jorge/Pigeiros. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 89 de 110

100 5.3.5 Local: Milheirós de Poiares Este local situa-se no extremo Sudeste do concelho confinando com o concelho de Oliveira de Azeméis, nomeadamente com a freguesia de Macieira de Sarnes. Nas proximidades do local destaca-se imediatamente a Norte a povoação da Palhaça e Milheiros, a Poente Dentazes e a Sul Ribeira, esta última já no concelho de Oliveira de Azeméis (Figura 5.13). Figura Local Milheirós de Poiares. Pág 90 de 110

101 As cotas variam entre os 250 m e os 294 m numa área em que actualmente o uso do solo é florestal, nomeadamente com coberto arbóreo de eucalipto e vegetação arbustiva geralmente densa. Ao nível da proposta de ordenamento do PDM em revisão, este local insere-se na classe de uso do solo Verde definida como área de coberto dominantemente vegetal, englobando florestas, espaços agrícolas e outras zonas verdes. De referir no limite Sudeste, já no concelho de Oliveira de Azeméis a presença de um Campo de Jogos (futebol). Em termos de acessibilidades, apesar de próximo da EN1/IC2 e da futura A32, a acessibilidade local é muito difícil sendo constituída sobretudo por vias municipais com povoamento contínuo ao longo das vias, que na maior parte dos troços são estreitas e de reduzida capacidade. De referir na envolvente imediata a EM 513, a EM 628 e a EM 515, esta última que faz a ligação entre o local e a EN1. Após análise mais pormenorizada ao local constatou-se que na zona Nascente este local era atravessado pela EM515 pelo que se procedeu à redefinição dos limites por esta via, passando a área disponível de 35,8 para 32,7 ha Local: Canedo - Canedo Este local situa-se numa zona cujas cotas variam sensivelmente entre os 170 m e os 206 m e em que o uso actual do solo é florestal com dominância do eucalipto. Localiza-se entre diversos Núcleos urbanos, com destaque para a vila de Canedo a cerca de 700 m do centro do local. A menos de 1000 m destaca-se ainda a presença de um conjunto de pequenas povoações como sejam Campelo, Mouchão, Framil, Relvas, Póvoas, Bouças e Vilares (Figura 5.14). Quanto à proposta de ordenamento do PDM em revisão, ao nível da classe de uso do solo este local insere-se em Área Verde definida como área de coberto dominantemente vegetal, englobando florestas, espaços agrícolas e outras zonas verdes. Embora actualmente as acessibilidades existentes sejam muito precárias, destacando-se a EN222, a EN223 e a EM520 (na maior parte dos troços com povoamento ao longo da via), estão previstas para a proximidade um conjunto de infra-estruturas rodoviárias que vão melhorar muito significativamente as condições de acessibilidade a esta zona. Entre estas infra-estruturas contam-se a A32 (nomeadamente através do nó de Póvoas), a variante à EN222 e o IC24 (este actualmente em construção e que permite a ligação quer ao IC24 quer à variante à EN222), o que favorece as acessibilidades quer no eixo Norte - Sul quer no eixo Nascente - Poente Local: Sobreda - Canedo Este local situa-se numa zona cujas cotas variam entre os 110 m e os 180 m e em que o uso actual do solo é florestal com dominância do eucalipto. Localiza-se numa área fortemente ruralizada em que o núcleo populacional mais próximo é Sobreda a cerca de 600 m a Sudeste do centro deste local. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 91 de 110

102 Seguidamente, um pouco mais afastadas surgem Costouras e S. Roque localizadas a Norte do local, Mosteirô a Nascente, Gougeva e Campelo a Sul (Figura 5.14). Quanto à proposta de ordenamento do PDM em revisão, ao nível da classe de uso do solo este local insere-se em Área Verde definida como área de coberto dominantemente vegetal, englobando florestas, espaços agrícolas e outras zonas verdes. Com excepção do limite voltado para Sudeste (Sobreda) o restante perímetro faz fronteira com área de REN associada a duas linhas de água afluentes do rio Uíma. Actualmente, as acessibilidades existentes são muito precárias, destacando-se a EM 520 (na maior parte dos troços com povoamento ao longo da via) como sendo a infra-estrutura que permite uma acessibilidade mais próxima ao local. Actualmente encontra-se em construção o IC24 que terá um nó de ligação à EM 520. No entanto, esta ligação será realizada junto à vila de Canedo e portanto ainda afastada deste local, o que condiciona a acessibilidade Local: Costouras - Canedo Situa-se no limite Norte da freguesia de Canedo com uma pequena parte da área já no concelho de Gaia. As cotas variam sensivelmente entre os 90 m e os 140 m sendo o uso actual do solo florestal com dominância do eucalipto. Localiza-se numa área fortemente ruralizada em que os núcleos populacionais mais próximos são Costouras e S. Roque, seguindo-se Povoas (Figura 5.14). Quanto à proposta de ordenamento do PDM em revisão, ao nível da classe de uso do solo este local insere-se na maioria em Área Verde definida como área de coberto dominantemente vegetal, englobando florestas, espaços agrícolas e outras zonas verdes. De referir no entanto a proposta de uma zona industrial para Costouras que abrange uma parte deste local. O local é delimitado a Sul por uma linha de água inserida em REN e a Norte/Noroeste pelo IC24 actualmente em construção. Actualmente, as acessibilidades existentes são muito precárias, destacando-se por Sul, a EM 520 (na maior parte dos troços com povoamento ao longo da via) como sendo a infra-estrutura que permite uma acessibilidade mais próxima ao local. Actualmente encontra-se em construção o IC24 que terá um nó de ligação à EM 520. No entanto, esta ligação será realizada junto à vila de Canedo e portanto ainda afastada deste local, o que condiciona a acessibilidade. Por Norte, a passar por Lever, destaca-se a EM 532. Face à forma geométrica do polígono obtido pelo SIG, o qual detém uma parte intermédia relativamente comprida mas muito estreita o que torna inviável a sua utilização para implantação do Aterro, procedeu-se à redefinição dos limites do polígono de 49,9 ha. A redefinição dos limites consistiu na eliminação da faixa de terreno mais estreita obtendo-se assim dois polígonos distintos cada um com uma área inferior a 25 ha (Figura 5.14). Pág 92 de 110

103 Costouras - Canedo Sobreda - Canedo Canedo - Canedo Figura Locais: Canedo-Canedo, Sobreda Canedo e Costouras Canedo. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 93 de 110

104 5.3.9 Local: Canelas Este local situa-se na serra de Negrelos (freguesia de Canelas), junto ao nó dos Carvalhos. As cotas do terreno variam sensivelmente entre os 200 e os 240 m sendo que a maior parte da área se implanta em cotas compreendidas entre os 220 e os 235 m (Figura 5.15). Figura Local Canelas. Pág 94 de 110

105 Em termos de uso do solo, a área encontra-se na grande maioria afecta ao uso florestal (dominância do eucalipto) e numa pequena parte à indústria extractiva, constituindo uma das mais extensas áreas verdes do concelho de Gaia que é fortemente urbanizado. A envolvente deste local é densamente povoada destacando-se na proximidade os núcleos urbanos de Canelas, Perozinho e Carvalhos. Face à presença de pedreiras no interior da área identificada pelo SIG, as quais não constavam da informação de base introduzida, nomeadamente da informação fornecida pelo INETI (2009), de forma a manter os mesmos critérios e condições de base, nomeadamente no que respeita à protecção dos recursos geológicos, procedeu-se à redefinição dos limites deste local mantendo de fora as pedreiras aí existentes. Como consequência, a área inicial de 33,8 ha passou para 26,3 ha (Figura 5.15). Apesar das acessibilidades locais mais directas atravessarem áreas urbanas densamente povoadas o local localiza-se muito próximo do nó dos Carvalhos. 5.4 Locais viáveis A análise detalhada a cada um dos 9 locais identificados pelo Sistema de Informação Geográfica conduziu à redefinição dos limites espaciais de 5 locais. Como resultado final, as áreas disponíveis nesses 5 locais diminuíram sendo que no caso do local Costouras Canedo a transformação do local inicial (de 49,7 ha) em dois de menores dimensões faz excluir este local da análise subsequente uma vez que as áreas resultantes são menores que 25 ha (Quadro 5.3). Tal como referido no capítulo foi ainda detectada a existência noutros 2 locais de um compromisso já assumido para a implantação de um outro projecto que envolve a Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e a Associação Empresarial Portuguesa (AEP). De facto, no caso dos dois locais identificados nas freguesias de Espargo, Rio de Meão e S. João de Ver, a pretensão do município da Feira e da AEP de implantar nessa área o Projecto de Expansão do Europarque concorre com as intenções da RAVE de utilizar parte desse terreno para construir a linha ferroviária de alta velocidade. Esta competição entre os projectos deverá dar origem a um processo negocial que, caso tenha sucesso, poderá levar ao enterramento em túnel da linha ferroviária. Nestas circunstâncias, o Plano de Expansão do Europarque avançaria. Trata-se de um processo negocial complexo, provavelmente moroso e de resultado incerto. De acordo com a Suldouro, a incerteza associada ao sentido final desta decisão, e sobretudo a incerteza sobre o timing em que esta decisão será tomada, não são compagináveis com o seu calendário de acções. De facto, este calendário obriga a que os estudos prévios dos 2 locais seleccionados e os respectivos Estudos de Impacte Ambiental se iniciem em Abril de Com base nesta condicionante programática, a Suldouro optou pela exclusão destes 2 locais (Espargo/Rio Meão e Espargo/S. João de Ver) do processo de selecção. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 95 de 110

106 Quadro 5.3- Avaliação da viabilidade dos locais. Local Área inicial (ha) Observação Área final (ha) Viabilidade Espargo/Rio Meão 71,4 Previsto para este local o Projecto de Expansão do Europarque 71,4 Espargo/S. João de Vêr 56,4 Redefinição de limites Previsto para este local o Projecto de Expansão do Europarque 35,0 Escapães 27,3 Redefinição de limites 25,1 Milheirós de Poiares 35,8 Redefinição de limites 32,7 Caldas S. Jorge/Pigeiros 29,3-29,3 Canedo - Canedo 37,2-37,2 Sobreda - Canedo 36,8-36,8 23,6 Costouras - Canedo 49,7 Redefinição de limites 23,0 Canelas 33,8 Redefinição de limites 26,3 Assim, de acordo com o descrito, dos 9 locais identificados pelo Sistema de Informação Geográfica, apenas 6 apresentam de facto características de viabilidade (ver Figura 5.16), nomeadamente: Escapães; Milheirós de Poiares; Caldas S. Jorge/Pigeiros; Canedo Canedo; Sobreda Canedo; Canelas Avaliação dos locais viáveis Obtida a lista de locais viáveis (6 locais) há que compará-los de forma objectiva e identificar os locais finais que posteriormente servirão de base para a concepção de um estudo prévio, seguido do respectivo procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental. Para o efeito serão utilizados os seguintes indicadores quantitativos: População a 1 km; Odores; Transportes. Pág 96 de 110

107 Na escolha dos indicadores de comparação deu-se especial relevância aqueles que se relacionam com a qualidade de vida das populações, tendo este sido o principal aspecto identificado pelos participantes do 1º workshop. Neste workshop, quando foi solicitado os participantes que indicassem os principais problemas relacionados com o funcionamento de um Aterro, 100% dos grupos identificou a questão dos odores/maus cheiros. Na etapa seguinte, ao ser solicitado a indicação das principais condicionantes a ter em conta na escolha dos locais para implantação do Aterro, a maioria dos grupos referiu as zonas habitacionais/áreas de vivência. Canelas Sobreda -Canedo Canedo -Canedo S. Jorge/Pigeiros Escapães Milheirós Poiares Figura Localização geográfica dos locais viáveis. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 97 de 110

108 Desta forma, as questões que se prendem com a população são tidas como especialmente relevantes, considerando-se neste processo de avaliação a população a dois níveis distintos: a população residente num raio de 1 km em torno do Aterro e a população potencialmente afectada pelos odores num raio de 2 km em torno do Aterro. De referir no entanto, que em qualquer dos casos o processo de identificação dos locais viáveis, através da definição do objectivo de sustentabilidade Assegurar a qualidade de vida das populações considerou já um afastamento de 200 m entre o limite exterior do Aterro e os perímetros urbanos. O indicador dos transportes reflecte a posição relativa do local face ao centro gravimétrico de produção de resíduos e os consequentes custos energéticos e ambientais associados ao transporte dos resíduos desde os produtores à unidade de tratamento. No contexto da apresentação dos resultados de cada um dos indicadores há a referir que estes serão adimensionalizados População a 1 km O funcionamento de um Aterro tem associado algum incómodo causado pela movimentação de maquinaria pesada no seu interior e pela circulação de veículos pesados de transporte de resíduos nas vias que lhe dão acesso. De notar que a circulação será mais intensa na envolvente imediata do Aterro na medida em que os veículos que provêm de toda a área do Sistema Multimunicipal à medida que se aproximam do Aterro se concentrarão cada vez em menor número de vias até que por fim chegam ao acesso de entrada. Desta forma, é notório que o funcionamento do Aterro causa maior incomodidade na envolvente imediata do Aterro. Assim, para além do raio de protecção já desenvolvido no âmbito da identificação das áreas de 25 ha propõe-se como indicador de avaliação da população mais afectada aquela que reside num raio de 1 km em torno do Aterro. Para o cálculo deste indicador determinou-se através do SIG e com base nos dados de população à sub-secção (INE, 2001), a população residente em redor de cada um dos locais até uma distância de 1 km. Tendo em atenção que alguns dos locais estão na fronteira do concelho de Santa Maria da Feira com outros concelhos, nomeadamente: Ovar, S. João da Madeira e Oliveira de Azeméis, introduziram-se no SIG os dados populacionais das subsecções destes concelhos. Calculada a população afectada haverá que utilizar um valor de referência para os valores obtidos. Para o efeito utiliza-se a população residente num círculo de 1 km de raio com a densidade demográfica média da área de intervenção da Suldouro (3471 habitantes) (Quadro 5.4). 7 A adimensionalização dos indicadores é fundamental para poder comparar as características de dois locais. Como exemplo refira-se um exemplo de um indicador que apresenta o valor de 24 para um local (L1) e 12 para outro (L2). Apesar de um dos valores ser o dobro do outro, a decisão que se deve tomar com base neste valores difere da dimensão do valor de referência. Neste caso, se o valor de referência for 200, pode concluir-se não haver uma diferença significativa entre os dois casos (L1= 24/200=0,12 e L2=12/200=0,06) dado que ambos os valores estão muito abaixo da unidade. Se o valor de referência for 20, a conclusão é obviamente diferente. L1 teria um indicador de 1,2 e L2 teria 0,60, o que revelaria que L1 estava acima do valor de referência. Pág 98 de 110

109 Quadro 5.4- Valores obtidos para o indicador População residente a 1 km. Locais População a 1 km Indicador Escapães ,371 Milheirós de Poiares ,509 Caldas de S. Jorge/Pigeiros 474 0,137 Canedo - Canedo 814 0,235 Sobreda - Canedo 339 0,098 Canelas ,768 Ao nível deste indicador o local Canelas com 0,768 surge como o pior local, ou seja, aquele em que a população afectada será superior. No extremo oposto está Sobreda Canedo com um valor de 0,098 logo seguido de Caldas de S. Jorge/ Pigeiros com 0, Odores Um dos problemas associados à localização de um aterro para deposição de resíduos sólidos urbanos consiste na emissão de odores, resultantes da decomposição anaeróbia da matéria orgânica. Interessa assim desenvolver um indicador quantitativo que permita comparar qual a dimensão relativa deste potencial efeito em cada um dos locais seleccionados. A ocorrência de problemas de odores está muito dependente das condições de operação do aterro, assim como das condições meteorológicas existentes no momento, nomeadamente, intensidade e direcção de vento, temperatura e presença ou não de inversões térmicas. Destas variáveis a mais determinante, à escala geográfica em que se desenvolve o presente estudo, é a direcção do vento. É facilmente perceptível que num caso teórico de um aterro localizado numa zona limítrofe entre uma área rural/florestal a Norte e um grande povoamento urbano a Sul, apenas poderão correr problemas de odores quando o vento sopra para Sul. No presente estudo utilizou-se a rosa de ventos com os valores médios anuais medidos no Observatório da Serra do Pilar (Gaia) da série climatológica de 30 anos ( ) representada na Figura Esta rosa de ventos mostra uma predominância de ventos dos sectores NW e W que perfazem uma frequência total de cerca 40%. De destacar igualmente a componente de ventos Leste com uma frequência de 24%. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 99 de 110

110 25% N NW 20% 15% NE 10% 5% W 0% E SW SE S Figura Rosa de ventos da série climatológica na Serra do Pilar (Gaia). Para o cálculo do indicador de odores determinou-se através do SIG a população residente em redor de cada um dos locais seleccionados para cada um dos sectores (N, NE, E, etc,) até uma distância de 2 km. Posteriormente, determinou-se a população potencialmente afectada num círculo de 2 km de raio, ponderando com a frequência da direcção de vento. Finalmente, haverá que utilizar um valor de referência para adimensionalizar os valores obtidos. Tal como no indicador anterior será utilizada a densidade demográfica média da área de intervenção da Suldouro. O valor de referência equivale à população média residente num quadrante de 45º de um círculo de 2 km de raio, ou seja, 1867 habitantes. No que respeita ao indicador de odores, o local Canelas, com um valor de 1,352 surge como o local mais desfavorável, facto que se justifica pela elevada densidade populacional existente na envolvente (acima da média do território em estudo). No extremo oposto, localizado numa área de cariz mais rural, está Sobreda Canedo com um valor de 0,161, seguindo-se Canedo -Canedo com 0,243 e Caldas de S. Jorge/ Pigeiros com 0,329 (Quadro 5.5). Quadro 5.5- Valores obtidos para o indicador Odores. Locais Odores Indicador Escapães ,620 Milheirós de Poiares ,540 Caldas de S. Jorge/Pigeiros 614 0,329 Canedo - Canedo 454 0,243 Sobreda - Canedo 301 0,161 Canelas ,352 Pág 100 de 110

111 Transportes A operação de um aterro de resíduos sólidos urbanos repercute-se num conjunto de custos ambientais que estão directamente associados com os transportes de resíduos entre os locais da sua produção e o local final de deposição. Incluem-se nesses custos ambientais, entre outros, o consumo de recursos energéticos, as emissões de poluentes atmosféricos e de gases de efeito de estufa provocados pelas emissões dos motores dos veículos de transporte de resíduos, o ruído provocado pela sua passagem ou a deterioração da fluidez de tráfego. O valor global deste custo está directamente associado à localização da unidade onde serão centralizados os resíduos para tratamento. Como é óbvio, quanto mais perto do centro gravimétrico da produção, menores serão estes efeitos sobre o ambiente, pois menor será a quantidade global de quilómetros que terão de ser percorridos para o transporte dos resíduos. O centro gravimétrico não corresponde necessariamente ao centro geométrico. Tal ocorreria apenas se a produção de resíduos se distribuísse pelo território de forma perfeitamente homogénea. No caso presente, a distribuição geográfica da produção de resíduos está directamente relacionada com a distribuição da população. Não se consideram aqui, eventuais variações da taxa de produção de resíduos com o grau de urbanização das populações e/ou o seu o nível sócio-económico, dado considerar-se que estas variações são insignificantes face ao objectivo deste estudo. Sendo assim, calculou-se para cada ponto, de uma malha de 1 km por 1 km abrangendo a totalidade do território dos municípios de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia, a distância média que a globalidade da população residente deveria transpor para se deslocar até esse ponto. Para cada um desses pontos aplicou-se a seguinte fórmula: D= Pop Feira 1 + Pop Gaia n i= 1 D Pop i i sendo D i a distância em linha recta entre o ponto geográfico considerado e o centro geográfico da subsecção i, e Pop i a população residente na subsecção i. A subsecção representa o nível de informação estatística mais detalhado publicado pelo Instituto Nacional de Estatística sendo a unidade territorial que identifica a mais pequena área homogénea de construção existente dentro de uma secção estatística. Corresponde ao quarteirão nas áreas urbanas, ao lugar ou parte do lugar nas áreas rurais, ou a áreas residuais que podem conter ou não alojamentos isolados. Nos concelhos da Feira e Gaia existe um total de 3914 subsecções. Na Figura 5.18 apresenta-se o mapeamento deste indicador para toda a área dos 2 concelhos. Observa-se que este indicador varia entre o valor mínimo de m e o valor máximo de m. Os valores mínimos, inferiores a m, ocorrem para uma área geográfica localizada a Sul do centro habitacional do concelho de Gaia onde se observa uma densidade demográfica mais elevada. Este indicador distribuise numa função de forma ovóide com uma orientação próxima NW-SE. Os valores máximos ocorrem a região mais a Sul e SE do concelho de Santa Maria da Feira. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 101 de 110

112 A adimensionalização do indicador de transportes é realizada considerando que ao valor mínimo (7.800 m) corresponde o valor de zero do indicador, e ao valor máximo ( m) de distância, o valor de 1. Figura Mapeamento da distância média. Verifica-se assim que o local Milheirós de Poiares, cujo indicador é 0,885, é o local mais afastado do centro gravimétrico da produção de resíduos, ao passo que o local Canelas inserido no concelho mais densamente povoado se localiza praticamente no centro de produção de resíduos (Quadro 5.6). Pág 102 de 110

113 Quadro 5.6- Valores obtidos para o indicador Transportes. Locais Distância (km) Indicador Escapães 16,1 0,668 Milheirós de Poiares 18,8 0,885 Caldas de S. Jorge/Pigeiros 14,3 0,529 Canedo - Canedo 12,8 0,404 Sobreda - Canedo 12,5 0,381 Canelas 7,8 0, Locais seleccionados para Estudo Prévio Tendo em conta os indicadores utilizados no processo de avaliação, na Figura 5.19 apresenta-se a comparação gráfica entre os vários locais viáveis. Na interpretação desta Figura recorde-se o seguinte: Quanto mais elevado o valor do indicador maior o impacte sobre a variável em análise; No caso dos indicadores da população e dos odores o valor 1 corresponde a uma densidade demográfica equivalente à da média dos 2 concelhos. Locais com valores superiores a 1 são mais povoados do que a média, e menos povoados do que a média quando os indicadores apresentam um valor inferior a 1; No caso dos transportes, o valor máximo é 1 e corresponderia ao local mais afastado do centro de produção de resíduos. A zero corresponde o centro de produção. 1,6 - impacte + impacte 1,4 1,2 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 0,0 Caldas/Pigeiros Escapães Milheirós de Poiares Canedo-Canedo Sobreda-Canedo Canelas População Odores Transportes Figura Indicadores para cada um dos locais viáveis. Ao analisar o conjunto de locais obtidos e os respectivos indicadores de avaliação verifica-se que dois dos locais se localizam na freguesia de Canedo. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 103 de 110

114 Recuperando o pressuposto inicialmente estabelecido de que Os dois locais seleccionados para estudos futuros deverão estar localizados obrigatoriamente em freguesias distintas, garantindo assim quer a equidade social quer a diversidade territorial, entre os dois locais é necessário seleccionar o melhor. Analisando a Figura 5.19 verifica-se que o local Sobreda-Canedo é aquele cujos indicadores têm melhor desempenho, pelo que Canedo-Canedo é excluído da análise seguinte. No Quadro 5.7 procede-se à representação da classificação dos locais restantes através dos indicadores utilizando uma matriz de cores, o que permite facilitar a visualização do processo de selecção. Quadro 5.7- Matriz de indicadores. Locais População 1 km Odores Transportes Escapães Milheirós de Poiares Caldas de S. Jorge/Pigeiros Sobreda-Canedo Canelas Legenda: Indicador com melhor desempenho Indicador com segundo melhor desempenho Indicador com segundo pior desempenho Indicador com pior desempenho Da análise da matriz conclui-se da desfavorabilidade dos locais Canelas, Milheirós de Poiares e Escapães face às características dos restantes. A exclusão de Canelas ocorre apesar de ser o local com o melhor indicador de transportes (localiza-se no cerne da produção de resíduos). Esta exclusão deve-se ao facto de ser o local que do ponto de vista do objectivo de sustentabilidade Qualidade de vida das populações, é nitidamente o pior, apresentando valores muito elevados (superior e próximo de 1) respectivamente nos indicadores população a 1 km e odores. Milheirós de Poiares e Escapães apresentam também valores elevados para os indicadores que representam a população (cerca do dobro dos restantes), aspecto muito valorizado pela participação pública no 1º workshop realizado no âmbito deste estudo. Adicionalmente, estes 2 locais são os piores classificados no que diz respeito ao indicador dos transportes com destaque para Milheirós que se localiza no limite Sul do concelho da Feira, o que se traduz num valor de indicador de 0,885. Do processo de selecção resulta assim que os locais para os quais se realizarão os estudos prévios e o respectivo procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental são: Caldas de S. Jorge/Pigeiros (Figura 5.20); Sobreda-Canedo (Figura 5.21). Pág 104 de 110

115 Figura Local Caldas de S. Jorge/Pigeiros. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 105 de 110

116 Figura Local Sobreda-Canedo. Pág 106 de 110

117 6. Conclusões Ao longo do presente relatório apresenta-se o processo de selecção dos 2 locais que servirão de base para o desenvolvimento de 2 estudos prévios de um aterro de resíduos sólidos urbanos dos concelhos de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia. A metodologia utilizada para esta selecção é apresentada com clareza, e seguida de forma sistemática. Pretende-se assim que o processo de selecção seja perceptível para todos os potenciais interessados, adaptado ao nível de informação existente no momento actual e que o processo de decisão seja totalmente rastreável. A versão actual do relatório é ainda preliminar e será disponibilizada ao público para consulta e discussão. O território inicial de pesquisa correspondeu à área geográfica dos 2 concelhos sem qualquer restrição de base. Gradualmente foram sobrepostas condicionantes sucessivas que garantem o cumprimento de 5 objectivos de sustentabilidade: Compatibilização com os usos e regulamentos existentes; Assegurar a salvaguarda das áreas com valor para a conservação da natureza e a biodiversidade; Assegurar a protecção do património cultural; Minimização do risco e protecção dos recursos; Assegurar a qualidade de vida das populações. A aplicação em simultâneo destes objectivos revela que 96,7% do território está condicionado e não pode ser considerado como válido para a construção de uma infra-estrutura com as características de um aterro de resíduos sólidos urbanos. A mesma análise mostra que apenas 1,0% do território possibilita a instalação de um aterro com uma área de pelo menos 25 ha, num total de 9 locais distintos. A incorporação no processo de decisão de informação de peritos e a aplicação posterior de indicadores quantitativos, os quais pretendem retratar as principais preocupações que ressaltaram da participação pública, permitiu a selecção de 2 locais que serão objecto de estudo adicional: Uma área de 29,3 ha que abrange as freguesias de Caldas de S.Jorge e Pigeiros, no concelho da Santa Maria da Feira; Uma área de 36,8 ha localizada nas proximidades de Sobreda na freguesia de Canedo, igualmente no concelho de Santa Maria da Feira. Estes dois locais são igualmente válidos e reúnem as características adequadas para a construção de um aterro de deposição de resíduos urbanos. No entanto, estes dois locais têm a grande vantagem de serem suficiente diferentes no que diz respeito às suas acessibilidades, características topo-geológicas ou a ocupação do solo envolvente, para a escolha entre os dois não ser óbvia e imediata. A selecção do local final ocorrerá apenas após o desenvolvimento de um estudo prévio para cada um dos locais e um procedimento formal de Avaliação de Impactes Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 107 de 110

118 Ambientais que comparará os impactes da construção, operação e pósencerramento de um aterro e respectivas acessibilidades nos dois locais agora identificados. Pág 108 de 110

119 7. Bibliografia Bond A., Palerm J. e Haigh P.: Public participation in EIA of nuclear power plant decommissioning projects: a case study analysis, Environmental Impact Assessment Review, 24, , Cabral, J.; Ribeiro, A. (1989). Carta Neotectónica de Portugal, à escala 1: e Notícia Explicativa. Lisboa: Serviços Geológicos de Portugal. CCDR Norte (2009). Plano Regional de Ordenamento (PROT) para a Região do Norte - Relatório Temático. Recursos Geológicos e Hidrogeológicos. Doelle M. e Sinclair A.J.: Time for a new approach to public participation in EA: promoting cooperation and consensus for sustainability, Environmental Impact Assessment Review, 26, , EGF (2008). Potenciais Locais para o Novo Aterro sanitário da SULDOURO. Relatório preliminar de análise contemplando a Avaliação Técnica do relatório Elaborado pela Junta de Freguesia de Canedo. EPPNA (1998). Informação Cartográfica dos Planos de Bacia. Sistematização das Figuras e Cartas a Imprimir em Papel. Equipa de Projecto do Plano Nacional da Água. GaiUrb, EM (2008). Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do PDM de Vila Nova de Gaia Relatório Ambiental. Galopim de Carvalho, A. M. (1999). Geomonumentos. Uma reflexão sobre a sua caracterização e enquadramento num projecto nacional de defesa e valorização do Património Natural. Gomes et al (2002). A riqueza geomorfológica e geológica da praia dos Lavadores (Vila Nova de Gaia) um património a divulgar e a preservar. Região do Porto: Áreas Naturais para o Século XXI. IGM (1999). Cadastro das Concessões Junta de Freguesia de Canedo (2008). Identificação de Áreas de Implantação para o futuro aterro sanitário dos concelhos de Santa Maria da Feira e Vila Nova de Gaia. Medeiros et al (1964). Carta Geológica de Portugal, folha 13 B (Castelo de Paiva), à escala 1: Direcção Geral de Minas e Serviços Geológicos. Serviços Geológicos de Portugal. Pereira et al (2007). Carta Geológica de Portugal, folha 13 D (Oliveira de Azeméis), à escala 1: Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação. Petts JU.: Public participation and environmental impact assessment. Handbook of environmental impact assessment, Oxford, Blackwell Science, Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Pág. 109 de 110

120 RSAEEP (1983). Regulamento de Segurança e Acções para Estruturas de Edifícios e Pontes; Decreto-lei nº 235/83 de 31 de Maio e Portaria nº 846/93 Normas de Projecto de Barragens. SEIA, S.A. (1995). Estudo de Impacte Ambiental da Análise e Selecção de quatro locais para a implantação de um aterro sanitário. SUDOURO (2002). Pesquisa de Locais para implantação de um aterro sanitário no concelho de Santa Maria da Feira Análise Preliminar de Intenções (1ª fase). Teixeira et al (1957). Carta Geológica de Portugal, folha 9 C (Porto), à escala 1: Serviços Geológicos de Portugal. Teixeira et al (1962). Carta Geológica de Portugal, folha 13 A (Espinho), à escala 1: Serviços Geológicos de Portugal. Teixeira et al (1963). Carta Geológica de Portugal, folha 13 C (Ovar), à escala 1: Direcção Geral de Minas e Serviços Geológicos. Serviços Geológicos de Portugal. Sítios de Internet consultados (2009/2010) Pág 110 de 110

121 Anexo A- Resultados da participação pública 1. Workshop De um total de 90 convites enviados, obtiveram-se 36 confirmações de presença. No entanto, 4 acabaram por faltar registando-se mais duas presenças que não tinham feito a confirmação de participação. Efectuado o balanço, verifica-se que participaram 34 pessoas em representação de 30 entidades distintas (Câmaras Municipais, Juntas de Freguesia, Delegações de Saúde, Organizações Não Governamentais, Comissões de Acompanhamento) (Figura A1) Câmaras Municipais ONG's Comissões de Acompanhamento Juntas de Freguesia/Assembleia Delegações de Saúde Figura A1- Número de participantes em função das entidades que representam. A organização do workshop foi centralizada em duas sessões de trabalho nas quais os participantes foram distribuídos de forma aleatória em grupos de trabalho, tendolhes sido solicitado, na sua qualidade de actores interessados, que reflectissem acerca do problema, cooperassem de uma forma dinâmica num ambiente de trabalho informal e participativo assumindo o papel de agentes interessados com as sensibilidades decorrentes da sua formação e actividades profissionais. Na primeira sessão, os grupos de trabalho tinham como tarefas: Identificar problemas associados ao funcionamento de um Aterro; Identificar as principais condicionantes relativas à implantação de um Aterro. Na segunda sessão, o desafio proposto pela equipa foi: Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Anexo A

122 Identificar locais potenciais para o novo Aterro (2 a 3); Identificar as VANTAGENS e DESVANTAGENS relativos a cada um dos locais identificados. Para o efeito foi fornecido um mapa da área dos dois concelhos no qual poderiam marcar os locais Identificação de Problemas e Condicionantes Relativamente aos problemas mencionados pela maioria dos grupos, destacam-se sobretudo a emissão de odores e a afectação da rede viária (Figura A2): Emissão de Odores A emissão de odores/maus cheiros com origem no aterro foi o problema mais mencionado pelos participantes tendo sido referido por todos os grupos; Afectação da rede viária/trânsito A maioria dos grupos (7 em 8) identificou a afectação da rede viária pela circulação de camiões para transporte dos resíduos para o aterro: degradação da qualidade do piso e afectação da própria circulação das populações residentes Número Emissão de odores/maus cheiros Afectação da rede viária/trânsito Contaminação do lençol freáctico Destruição de espaço verde/ren/ran Aumento da poluição (aterro/tráfego) Presença de animais necrófagos/mosquitos Contaminação dos terrenos Emissão de águas lixiviadas Proximidade das populações Poluição linhas água Afectação da saúde pública Alteração da paisagem Problemas identificados pelos grupos Figura A2- Problemas associados ao funcionamento de um Aterro. Para além destes que se destacaram claramente, outros problemas que foram alvo de alguma preocupação, tendo sido identificados por 3 dos 8 grupos, foram: Contaminação do lençol freático; Destruição de espaços verdes e áreas de REN e de RAN; Aumento da poluição (qualidade do ar/ruído) quer oriunda do próprio aterro que com origem nos veículos pesados que transportam os resíduos;

123 Presença de animais necrófagos e mosquitos tendo sido mencionada, por alguns grupos, a questão das gaivotas; Contaminação dos terrenos. Para além destes foram ainda mencionados um conjunto de problemas adicionais como sejam: emissão de águas lixiviadas, proximidade às populações, poluição de linhas de água, afectação da saúde pública e alterações na paisagem. Embora alguns destes se possam relacionar directamente quer entre si quer com os anteriores, optou-se por fazer uma referência distinta, tal como foram identificados pelos participantes. Nota-se no entanto que existe aqui alguma preocupação com as questões de qualidade ambiental e saúde pública. No âmbito do exercício realizado houve ainda alusões que, não sendo problemas propriamente relacionados com o funcionamento de um Aterro Sanitário, acabam por ser entraves à fácil aceitação do projecto nomeadamente: A carga negativa que as populações colocam face a um projecto desta natureza; O não cumprimento de promessa feitas às populações locais, nomeadamente as promessas feitas à população de Sermonde e que actualmente ainda estão por cumprir; A eventual possibilidade de tratar o problema a nível da área Metropolitana do Porto. As principais condicionantes, a ter em conta na selecção do local para implantação do Aterro, que foram identificados pela maioria dos grupos foram as seguintes (Figura A3): Zonas habitacionais/áreas de vivência (parques) /equipamentos colectivos/perímetros urbanos O aterro deverá ser localizado afastado das zonas habitacionais, equipamentos colectivos como sejam hospitais, escolas ou equipamentos sociais e fora dos perímetros urbanos. Esta condicionante embora referida de diferente forma pelos grupos representa um consenso geral uma vez que foi identificada por todos os grupos; Rede viária As questões relacionadas com a rede viária assumem especial preocupação por parte dos intervenientes nomeadamente nas questões que se prendem com a necessidade de proceder ao seu melhoramento, evitar o atravessamento pelo centro das freguesias e o acesso ao aterro ser uma via dedicada para esse fim. Resumindo, segundo um dos grupos, em termos de acessibilidades a localização deve ser numa zona estratégica para ambos os concelhos (proximidade aos centros urbanos). Nascentes/linhas de água não se deverá localizar junto a nascentes nem nas proximidades de linhas de água. Neste caso, foi destacado em particular o rio Uíma Fauna/Flora/Espécies Protegidas/Zonas ecológicas A não afectação de valores relacionados com a conservação da natureza, nomeadamente as espécies da flora e de fauna e mais genericamente as zonas ecológicas Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Anexo A

124 foi também alvo de especial atenção pelos participantes tendo sido mencionadas por 3 dos 8 grupos. Área de implantação do Aterro/Área disponível considerando que a área necessária é elevada, face à área disponível no território esta é também uma condicionante a ter em conta para a selecção do local, tendo sido identificada por 4 dos 8 grupos. Para além destas surge um conjunto de condicionantes mais diversificado que sendo abordadas por menor número de grupos que vão desde as questões relacionadas com o relevo, centralidade face à origem dos resíduos, proximidade a locais turísticos ou áreas com valor paisagístico, antecedentes históricos face à existência de lixeiras/aterros, densidade populacional, etc Número Zonas habitacionais/áreas de vivência (parques Rede viária/acesso dedicado Nascentes/Linhas de água Area de implantação do Aterro/Área disponível Fauna/Flora/Espécies Protegidas/Zonas ecológicas Qualidade do solo Relevo Falta de informação Desvalorização/descaracterizaçã o dos terrenos Não deverá ser em freguesia que já tenha tido Lixeira/Aterro Locais turísticos/com património ou valor paisagístico Deverá abranger os dois concelhos Mancha arbórea grande como tampão/barreira visual e dos Centralidade Zona Arejada Densidade populacional Condicionantes identificadas pelos grupos Figura A3 Condicionantes à implantação de um aterro identificados pelos participantes Identificação de Locais Potenciais Dos 4 grupos envolvidos apenas 1 identificou 3 locais. Os restantes grupos alegaram que por falta de informação específica sobre a matéria e de conhecimento técnico, pelo facto da cartografia não possuir informação suficiente/não ter a escala adequada e por não quererem empurrar a infra-estrutura para o vizinho, por questões de ética não identificariam o local. Quanto ao grupo (Grupo D) que identificou três locais potenciais, estes foram (Figura A4): Guisande; Sandim; Canedo.

125 Figura A4- Locais propostos pelo Grupo D. No Quadro A1 apresentam-se as vantagens e desvantagens identificadas pelo Grupo D para cada um dos locais, sendo de referir que este Grupo era composto por representantes quer de Juntas de Freguesia do concelho de Gaia quer do concelho da Feira. Novo Aterro do Sistema Multimunicipal da Suldouro - Relatório Preliminar Anexo A

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