O CONCEITO DE ETERNO FEMININO EM SIMONE DE BEAUVOIR

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1 O CONCEITO DE ETERNO FEMININO EM SIMONE DE BEAUVOIR VIANA, MÁRCIA R. Universidade Estadual do Norte Fluminense/CCH/PPGCL Av. Alberto Lamego, Campos dos Goytacazes RESUMO Esse estudo repousa sobre a problemática da diferença de realização existencial observada entre os sexos e analisa o conceito de Eterno Feminino, tema que foi objeto de reflexão de Simone de Beauvoir em Le Deuxiéme Sexe, importante marco na discussão acerca dessa diferença. Pode-se dizer que este conceito não apresenta bojo próprio, não encontrando fundamentação em si mesmo. Trata-se de um conceito fabricado pela noção de hierarquia entre os sexos, o qual se perpetuou ao longo da história da humanidade. Beauvoir denuncia a situação subjugada de objeto vivenciada pela mulher. Entretanto é possível discernir que o fato de o indivíduo se constituir sujeito ou objeto em uma relação, é também questão de escolha. Segundo o existencialismo beauvoireano, tanto o homem quanto a mulher são existentes que buscam sua realização a partir da condição original de liberdade e que por isso - por serem originalmente livres - podem escolher entre assumir ou demitir-se de sua liberdade existencial. Não é a diferença sexual o elemento principal que define a realização desta liberdade ao longo da trajetória de cada um. Porém, é notório o fato de o homem ter construído sua supremacia em cima da histórica noção de superioridade masculina. Palavras-chave: Existencialismo. Eterno Feminino. Transcendência. Imanência. II CONINTER Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades Belo Horizonte, de 8 a 11 de outubro de 2013

2 INTRODUÇÃO Este estudo pretende colocar em evidência a discussão acerca da diferenciação de realização ontológica observada entre os sexos, tomando como ponto de partida a obra de Simone de Beauvoir, Le Deuxiéme Sexe (1949). Evidentemente, não se ignora o fato de que muito já se discutiu a esse respeito e que há vasta literatura tratando o tema da diferenciação sexual. Porém, o que se propõe mostrar como incremento à discussão é o cunho filosófico que Beauvoir emprestou à questão, situando a diferença sexual na esfera ontológica de realização humana. A intenção de falar de um segundo sexo deixa implícita a ideia de haver um segundo sexo e ainda que, em algum momento um deles o primeiro adquiriu algum tipo de superioridade sobre o outro. Este foi o grande propósito de Simone de Beauvoir em sua obra citada: o de demarcar onde e quando a mulher ganhou o status de ser o segundo sexo. Nos dias de hoje esta diferença hierarquizada não é mais vista com tanta evidência, pois é fato a participação feminina em quase todo o âmbito da sociedade. Mas, ao longo da história, a mulher precisou conquistar, quase sempre a duras penas, algo que de outra forma não lhe seria reconhecido como condição natural o estatuto de sujeito soberano de sua existência tal como reconhecido ao homem. No que se referia à realização existencial, ficava estabelecido certa predominância de sucesso masculino; à mulher sempre foi mais comum vê-la como companheira de seu parceiro bem sucedido. Um dos estereótipos instituído por esta conformação social é o conceito de eterno feminino, cuja imposição à mulher foi denunciada em Le Deuxiéme Sexe. Beauvoir questiona a validade da imposição conceitual sobre a realização existencial, cujas repercussões são observadas nas possibilidades ontológicas de cada sexo. Na situação feminina é flagrante a desvantagem ontológica de realização: menores salários, dupla jornada, servidão à espécie. Aliado a esta realidade, repousa o mito da mulher como um eterno feminino sublimado, como observado na santificação da maternidade, ou ainda o seu oposto - a perversão da carne enquanto corpo, quando o feminino é visto como tentação. Nesta perspectiva, lírio ou rosa, santa ou prostituta, anjo ou demônio, a mulher está sempre identificada com a natureza, nunca lhe sendo permitido apenas ser sua existência. O conceito de eterno feminino passou a rondar a existência feminina lhe propondo uma essência. Simone de Beauvoir inscreve-se no quadro da filosofia existencialista contemporânea, a qual toma como objeto de estudo a problemática humana de busca de sentido à própria existência, sendo este sentido caracterizado como um mergulho do ser num projeto que, a despeito de gerar angústia, sempre o empurra adiante na conquista de sua realização. Sendo assim,

3 acredita-se que um estudo sobre a realização da mulher como ser existente não poderia se dar em outro campo. Reclama para a mulher a condição de sujeito livre e aponta que, ao longo dos tempos, a relação entre os sexos não se constituiu numa relação entre sujeitos livres, onde prevaleça uma intersubjetividade autêntica e em que haja o reconhecimento de liberdades conscientes. Para Beauvoir, o outro em que a mulher se constituiu foi um outro negativo, impossibilitado de constituir-se como sujeito com características engendradas por si mesmo. A mulher consolidou-se como um outro constituído pelo Um - o segundo sexo! A mulher tornou-se o outro supremo em relação ao qual o homem se afirmou como sujeito. Como Outro Absoluto, não se estabeleceu a condição de reciprocidade, pois tal condição implicaria que o homem fosse, em algum tempo, objeto da mulher-sujeito. ALTERIDADE ABSOLUTA, ALTERIDADE NEGATIVA A alteridade é a condição natural em que um sujeito se depara com o que não é ele mesmo. O reconhecimento de outro sujeito embasa as relações de intersubjetividade entre os existentes. A condição de alteridade absoluta sofrida pela mulher em sua relação com o homem caracteriza-se pelo fato de que à mulher não é reconhecida a condição de sujeito. Nesse caso, o ser feminino não ocupa nem mesmo a categoria de sujeito, de ser um para-si, porque a alteridade absoluta é aquela dada a qualquer objeto que não seja o sujeito. Na situação de alteridade absoluta, é subentendido que existe um sujeito soberano, e que todo o resto, constitui-se em objeto deste sujeito e como tal encerrado em si-mesmo, não transcendendo a condição de objeto. A alteridade negativa se refere à situação em que ao sujeito feminino não é reconhecida a condição de consciência livre, afirmada em sua existência. O sujeito feminino não é tomado como uma liberdade significativa para o desenrolar da existência, no que diz respeito às decisões do universo existencial onde coexistem homens e mulheres. Apesar de até se admitir um sujeito feminino, este sujeito não é visto como capaz de transcender-se tal qual o ser humano masculino e, por este motivo, conserva uma atitude passiva, imanente, de objeto. Nessas duas situações, tanto a de alteridade absoluta em que a mulher jamais é vista como um sujeito, e na de alteridade negativa em que a mulher é vista como um sujeito incapaz de superar-se, está forjada à mulher uma situação de não transcendência e em consequência uma não realização existencial. Para a filosofia existencial, a existência só se realiza enquanto projeto de um ser transcendente que em todo momento se escolhe e se constitui. A mulher não encontrou espaço para transcender-se, já que não lhe foi permitida a condição de sujeito. No entanto, a sociedade acomodou-se a partir desta carência feminina de afirmação. Conforme Beauvoir, desde os primeiros tempos de patriarcado julgaram útil manter a mulher em estado de dependência; os códigos dos homens estabeleceram-se

4 contra a mulher, e foi assim que ela se constituiu como Outro. Em Le Déuxieme Sexe, Beauvoir não aponta estas diferenças entre as situações de alteridade feminina, mas faz-se imprescindível reconhecê-las, uma vez que são aspectos diferentes da opressão vivenciada pela mulher, advindas de sua imposta condição de ser o Outro; ela é alteridade negativa e alteridade absoluta. SENTIDOS E SIGNIFICADOS DA EXISTÊNCIA FEMININA A vida da mulher em certas situações não é dirigida para fins próprios; sua vida absorve-se em produzir ou manter coisas que nunca passam de meios: alimento, roupas, residência 1. Para uma dona-de-casa, por exemplo, seu papel está vinculado ao fato de ser útil aos seus familiares. Nesta perspectiva, a mulher se torna um ser para outrem, alienada na condição de repetição da espécie ou de manutenção da vida, sem a possibilidade real de transcendência inerente a todo sujeito livre. Embasada na fundamentação existencialista dos conceitos de sujeito e transcendência, Simone de Beauvoir quer ver assegurada à mulher a condição primordial de sujeito ao reconhecer a não diferença entre homem e mulher enquanto seres humanos. Antes da diferenciação sexual, homem e mulher são seres existenciais em situação, ou seja, inseridos em contextos singulares que os diferenciam, mas tais diferenças não anulam a caracterização original de serem sujeitos livres, e mais ainda, condenados a serem livres, como afirma Sartre, ou condenados à ambiguidade conforme ao que poderia se concluir na filosofia beauvoireana, pois para a filósofa, ao ser é atribuída a responsabilidade de escolher-se entre as possibilidades existenciais do mundo dado. Em seus escritos encontram-se inúmeras afirmações imputando ao sujeito a responsabilidade em fazer-se. A afirmação do sujeito como existindo em situação passa pelo problema ontológico original representado pela categoria do Outro, onde se observa a tendência original do ser humano em querer fazer-se soberano sobre outra consciência, alienando-a como propriedade e tornando-a objeto. Assenhorando-se de outra consciência, o homem constrói uma tensão recíproca alimentada pelo fato de que, ao colocar o Outro em desvantagem, ele próprio se sobressai. Ao dominar a natureza e transformar o mundo, o homem afirmou-se como sujeito 1 O conceito de utilidade parece estar relacionado a uma função já atribuída por outrem a algum dado do mundo. Ao sujeito não é solicitado criar-lhe um sentido e, mesmo que seja, este sentido deve estar atrelado a alguma necessidade do mundo. Assim a função feminina (e a atividade de dona-de-casa ainda era a mais predominante na ocasião do estudo de Simone de Beauvoir), implícita nesta denúncia da filósofa, ficaria muito mais atrelada à necessidade imanente do que à transcendência da criação. Tal necessidade é aqui relacionada às atividades de repetição e manutenção da vida, características da função de dona-de-casa.

5 transcendente sobre as coisas circundantes e a mulher foi presa fácil dessa soberania, principalmente por apresentar a desvantagem biológica relacionada à menor força física e aos encargos maternais. Sacralizar a essência feminina, como assim pretende a ideia de eterno feminino, significa acreditar num fetiche histórico, adquirido e inscrito numa sociedade patriarcal cuja ideologia cumpre ultrapassar. Tal ideologia condiciona a mulher a escolher entre a liberdade de negar sua transcendência ou alienar-se como objeto, o que vem a ser a mesma coisa. Uma vez constituído um conceito ideal de comportamento, como o faz a noção de essência feminina, uma conduta que se distancie desse ideal pode ser marginalizada pela sociedade, por não se mostrar conforme ao modelo. Assim como qualquer ser humano, a mulher tem que escolher-se entre viver exercitando a todo momento sua liberdade existencial ou condicionar-se a corresponder às expectativas que a tirania social lhe impõe. ENTRE A LIBERDADE E A TRANSCENDÊNCIA A mulher não é uma realidade imóvel, e sim um vir-a-ser, é no seu vir-a-ser que se deveria confrontá-la com o homem, isto é, que se deveria definir suas possibilidades. O que falseia tantas discussões é querer reduzí-la ao que ela foi, ao que é hoje, quando se aventa a questão de suas capacidades; o fato é que as capacidades só se manifestam com evidência quando realizadas; mas o fato é também que, quando se considera um ser que é transcendência e superação, não se pode nunca encerrar as contas (Beauvoir, 1949a,p.72). A análise existencialista da condição da mulher caracteriza a imanência feminina como a do ser que permanece em si mesmo, fechado, sem expressão, sem afirmar-se como para-si, sem transcendência. A ideologia sexista pretende encerrar a mulher na Imanência, que é a qualidade de um ser que, encerrado em si mesmo, não se coloca como sujeito em situação. Como se vê, a imanência é uma condição totalmente contrária àquela usada para definir o sujeito. Pôr a mulher é pôr o Outro absoluto, sem reciprocidade, recusando contra a experiência que ela seja um sujeito, um semelhante (Beauvoir, 1949a, p.384). Na verdade, para Beauvoir a imanência não deve ser vista como característica ontológica apenas da condição feminina. Todo sujeito é imanência e transcendência, como ela assinala em Le deuxième sexe:... o paternalismo, que reclama a mulher no lar, define-a como sentimento, interioridade e imanência; na realidade, todo existente é, ao mesmo tempo, imanência e transcendência; quando não lhe propõem um objetivo, quando o impedem de atingir algum, quando o frustram em sua vitória, sua transcendência cai inutilmente no passado, isto é, recai na imanência; é o destino da mulher no patriarcado (Idem, p.385).

6 Nessa citação, Beauvoir deixa claro que a falta de projeto próprio é o que condiciona o ser à imanência. O não constituir-se e ainda, seguir os caminhos de uma essência alienada é o fator desnorteante da mulher, o qual a impede de constituir-se como consciência livre. A sociedade organizou-se a partir desta carência feminina de afirmação: É a existência dos outros homens que tira o homem de sua imanência e lhe permite realizar a verdade de seu ser, realizar-se como transcendência, como fuga para o objeto, como projeto (Idem, p. 231). Simone de Beauvoir assim caracteriza a situação da mulher: Ela (a mulher) deve assegurar a monótona repetição da vida em sua contingência e facticidade: é natural que ela própria repita, recomece, sem jamais inventar, que o tempo lhe pareça girar sobre si mesmo sem conduzir a nenhum lugar; ocupa-se sem nunca fazer nada; aliena-se, pois no que tem; essa dependência em relação às coisas, consequências da dependência em relação aos homens, explica sua prudente economia, sua avareza. Sua vida não é mais dirigida para fins; absorve-se em produzir ou manter coisas que nunca passam de meios: alimento, roupas, residência; são intermediários inessenciais entre a vida animal e a livre existência; o único valor ligado ao meio inessencial é a utilidade; é no nível do útil que vive a dona de casa e ela só se vangloria de ser útil a seus parentes (Beauvoir, 1949b, p.430). Nos termos de Simone de Beauvoir, a mulher chafurda, encerra-se na imanência, ficando sua existência restrita à facticidade, naufragando o desejo de realizações em flutuações de uma interioridade não pronunciada, não colocada, e assim, a mulher fica submetida ao papel inessencial de Outro. Para muitos, a atitude crítico-reflexiva de Simone de Beauvoir sobre a condição feminina não faz sentido, uma vez que a mulher vem cumprindo, através dos tempos, a sua função, quer dizer a função que a ela está reservada no equilíbrio e bem-estar do cotidiano social. Em nossos dias é frequente ouvirmos notórias afirmações de que homens e mulheres têm determinados papéis; esses papéis seriam específicos e exclusivos de cada sexo. Segundo essa perspectiva, existiriam, portanto, essências pairando no ar, tanto de um sexo quanto de outro. Com efeito, o pressuposto da realidade dessas essências não se constituiria motivo para questionamentos se não estivéssemos situando nosso estudo dentro de uma área do conhecimento que tem por princípio a existência radicalizada em problema. Todo ser humano concreto sempre se situa de um modo singular (Beauvoir, 1949a, p. 12). E já vimos também que a situação vivida pela mulher, enquanto sujeito social, não está possibilitando a sua plena realização como ser existente. Logo nas primeiras páginas de Le deuxième sexe, Beauvoir lança a assertiva: A mulher aparece como o negativo, de modo que toda determinação lhe é imputada como limitação, sem reciprocidade (Idem, p.14). A designação de ser imanente e a expressão chafurda na imanência são exaustivamente utilizadas por Beauvoir para caracterizar a situação de não liberdade da mulher em existir

7 plenamente, não vendo asseguradas as suas potencialidades existenciais. Em Le deuxième sexe, extraímos um trecho em que a filósofa afirma que: Todo indivíduo que se preocupa em justificar sua existência, sente-a como uma necessidade indefinida de se transcender. Ora, o que define de maneira singular a situação da mulher é que, sendo, como todo ser humano, uma liberdade autônoma, descobre-se e escolhe-se num mundo em que os homens lhe impõem a condição de Outro. Pretende-se torná-la objeto, votá-la à imanência, porquanto sua transcendência será perpetuamente transcendida por outra consciência essencial e soberana (Idem, p. 31). Nessa citação há vários pontos a serem considerados, e para melhor nos aproximarmos do sentido beauvoireano do termo imanência, nos serviremos da análise desse excerto. A princípio, a primeira afirmação todo indivíduo que se preocupa em justificar sua existência, sente-a como uma necessidade indefinida de se transcender, já caracteriza o indivíduo como sujeito em situação que se lança em projeto com o intuito de transcender-se e constituir-se. A seguir, a filósofa formula a assertiva de que os homens lhe impõem a condição de Outro, [...] torná-la objeto, votá-la à imanência. Esta condição de Outro é de um Outro não sujeito, não havendo, portanto, nenhuma relação de intersubjetividade. Este Outro tem a função apenas de constituir a alteridade (oposição) ao Um, para que este se afirme como Absoluto. O ser humano é consciência absoluta de si, acreditando-se soberano entre os outros seres. Esta crença de soberania acontece no momento em que o homem se percebe no mundo, em situação. Quando a facticidade lhe aponta outros seres soberanos, outras consciências absolutas, é então que o ser se constitui como o Um soberano. Se não fosse assim, não haveria a necessidade, sendo tal necessidade um apelo em constituir-se, diferenciar-se, originando no Outro a alteridade que lhe opõe em complementação. O ser viveria mergulhado na natureza, misturando-se a ela. Mas o que faz com que o homem radicalize seu ser na existência é a presença do Outro. O embate das consciências exige que cada uma delas reafirme seu projeto, lançando-se em antagonismos que fomente entre elas as infinitas constituições de suas consciências posicionais. Esta percepção da existência como um contínuo movimento do ser em vir-a-ser, reservando ao devenir o único projeto autêntico de realização possível, constitui todos os seres como sujeitos livres, responsáveis únicos de si mesmos, fazendo-se a todo instante em oposição ao mesmo, que é em que se define o ser outro. Como podemos notar, a discussão que gira em torno da problemática existencial é realizada sem nem percebermos que existem sexos diferentes. A categoria do ser humano é única, quando vista sem tendências conceitualistas. Quando muito, a título de facilitar a setorização de um estudo, poderemos nomear o ser existencial em ser humano fêmea e ser humano macho. Assim como é feito com os bebês ainda na sala cirúrgica, que no breve

8 momento de seu nascimento, a definição de seu sexo não implica maiores considerações, a não ser uma definição técnica. Observa-se na existência da mulher um paradigma: o ser mulher. Claro está que esta situação paradigmática é beneficiada pela acomodação social em que vive oprimida. Vivendo a opressão, aprende a oprimir, e sua história paradigmática se observará em sua descendência. A mulher não espera a realização singular do seu ser, mas a todo custo busca a realização de sua história paradigmática, constituída pela cultura a que pertence. Na verdade, homens e mulheres dividem o mesmo espaço situacional: profissão, classe social, ideais políticos e econômicos, associações, etc., não se explicando as segregações por valores morais e\ou econômicos. Não há como proceder à separação entre homens e mulheres, que buscam entre si a satisfação original de seus desejos e se casam, formando as células fundamentais da sociedade, que são as famílias. Tentando fazer no plano histórico o mesmo movimento que os homens viveram tempos atrás, na luta pela transcendência em relação ao mundo, a mulher busca ainda hoje a conquista da própria liberdade e da estruturação de seus direitos, tentando assumir todos os riscos que implicam em não renunciar à sua liberdade e transformar-se em coisa, oprimida e subjugada, pelo ser masculino, em seus projetos e possibilidades. A BIOLOGIA E O CONCEITO DE FEMINILIDADE A noção de essência feminina distingue o ser feminino do ser masculino, atribuindo ao corpo feminino papel preponderante na constituição desta diferença. A mulher não é um homem. Sua negatividade instalar-se-ia, por ironia, no útero, nos ovários e nas glândulas, que lhe influenciariam o pensamento e o comportamento de forma negativa, fato que obviamente não se repetiria por efeito da anatomia masculina, com seus hormônios e testículos. Beauvoir expõe tal pensamento no excerto a seguir:... obviamente existem diferenças genéticas, endócrinas, anatômicas entre a fêmea humana e o macho: mas não bastam para definir a feminilidade: esta é uma construção cultural e não um dado natural...;... ninguém nasce mulher, as pessoas se tornam mulher...; ninguém nasce homem, as pessoas se tornam homem. Também a virilidade não é dada desde o início. Todas as ideologias masculinas visam justificar a opressão da mulher; esta é condicionada pela sociedade de maneira a consentir (Beauvoir, 1972, p.486). Em sua contestação à ideia de eterno feminino, Simone de Beauvoir recorre aos dados da biologia, por se tratar de disciplina encarregada da tarefa de caracterizar cada sexo. Porém, é muito difícil definir-se exatamente o que é ser fêmea, já que a relação que cada organismo tem com o próprio aparelho sexual é bastante variável. Nem mesmo a diferenciação das células gametas afeta diretamente o organismo como um todo. Gametas e gônadas não nos

9 fornecem subsídios suficientes para que estudemos a singularidade do organismo que representam e há, também, outros fatores a serem considerados no que se refere à constituição da função de fêmea, assim como da função de macho. É no organismo como um todo, por conseguinte, que devemos procurar a expressão de cada uma dessas funções. A reprodução, considerada em organismos complexos, apresenta uma dupla atividade: a de perpetuar a espécie e a de criar novos indivíduos. É aqui que começa a erigirem-se as diferenças entre os sexos, porque manter e criar se manifesta como os dois momentos marcantes da diferenciação sexual. No desempenho dessas atividades, verificam-se as mudanças que ocorrem nas fêmeas - e somente nelas - cujo organismo se adapta totalmente às funções de procriar e criar. Fica, pois, reservada à fêmea a tarefa de servir à espécie, na geração e renovação dos indivíduos. No momento referente à manutenção da espécie, os dois sexos coordenam-se na atividade e passividade dos movimentos biológicos. Quando um se mostra mais ativo, é porque no outro encontrará a passividade correspondente e vice-versa. Em conjunto, os dois sexos representam aspectos diversos da vida da espécie. Sua oposição não se encerra simplesmente na atividade e passividade, porém é no ato de criar o novo indivíduo que os sexos se dividem em funções. Tanto na espécie humana quanto em outras espécies, nasce quase o mesmo número de machos e fêmeas. Seu desenvolvimento também é semelhante e as diferenças que determinam secundariamente um e outro sexo, isto é, diferenças que se estabelecem na puberdade, derivam dos mesmos compostos hormonais. Simone de Beauvoir procura desnudar as velhas ideias de precedência e superioridade em relação aos dois sexos, demonstrando que essas ideias não encontram eco na biologia, a qual constitui a divisão dos sexos sem qualquer noção discriminatória pré-concebida. Escreve a filósofa: A biologia constata a divisão dos sexos, mas embora imbuída de finalismo, não consegue deduzi-la da estrutura da célula, nem das leis da multiplicação celular, nem de nenhum fenômeno elementar. (...) A reprodução efetua-se então ou por auto fecundação ou por fecundação cruzada. (...) Como quer que seja, essas noções de superioridade de um sistema sobre outro implicam, no que concerne à evolução, teorias das mais contestáveis. Tudo o que se pode afirmar com certeza é que esses dois modos de reprodução coexistem na Natureza, que realiza um e outro a perpetuação das espécies e que, tal qual a heterogeneidade dos gametas, a dos organismos portadores de gônadas se apresenta como acidental. A separação dos indivíduos em machos e fêmeas surge, pois, como um fato irredutível e contingente (Beauvoir, 1949a, p. 37-8). Macho e fêmea humanos não podem ser analisados por comportamentos que não levem em conta a sua vivência no mundo, que é o que os capacita a desenvolver e usar suas possibilidades. O ser humano, tanto homem quanto mulher, caracteriza-se com um vir-a-ser,

10 não passível de definição por atitudes essenciais, cristalizadas por preconceitos através dos tempos. A aventura existencial da mulher não deve ser influenciada ou mesmo traduzida por seu sexo, funções biológica ou social ou passado histórico distinto. Como o homem, ela conserva a característica original do ser humano que possui a liberdade de transcender-se, embora Beauvoir não se recuse a aceitar os fatos que, em definitivo, diferenciam os sexos: A mulher é mais fraca do que o homem; ela possui menos força muscular, menos glóbulos vermelhos, menor capacidade respiratória; corre menos depressa, erguem pesos menos pesados; não há quase nenhum esporte em que possa competir com ele; não pode enfrentar o macho na luta. A essa fraqueza acrescentam-se a instabilidade, a falta de controle e a fragilidade de que falamos: são fatos (Idem, p.72-3). Mas mesmo diante de tais asserções, Simone de Beauvoir considera que tais fatos não têm sentido em si, acrescentando: Desde que aceitamos uma perspectiva humana, definindo o corpo a partir da existência, a biologia torna-se uma ciência abstrata, no momento em que o dado fisiológico (inferioridade muscular) assume uma significação, esta surge como dependente de todo um contexto; a fraqueza só se revela como tal à luz dos fins que o homem se propõe, dos instrumentos de que dispõe, das leis que se impõe. [...] é preciso que haja referências existenciais, econômicas e morais para que a noção de fraqueza possa ser concretamente definida (Idem, p. 73). As possibilidades existenciais de cada sexo não devem ser medidas segundo os padrões impostos por suas representações sociais. Isto significa que não são os padrões sociais que definem e determinam a situação específica de cada existente. Ao contrário, as possibilidades da espécie humana (homem ou mulher) são infinitas. Portanto, é no seio da convivência humana que ocorre a realização ontológica do ser humano, não apenas como ser vivo, biologicamente ativo. O corpo da mulher marca decisivamente sua situação, entretanto, segundo a filósofa, isso não pode ser considerado uma questão fechada. A mulher é o corpo, mas não apenas ele; é tudo o mais que através de seu corpo ela pode alcançar, pelo seu constante movimento de lançar-se num futuro indefinido e encontrar possibilidades que seu corpo lhe condiciona, corpo enquanto coisa, mas cujas possibilidades não se podem restringir puramente ao corpo. O corpo, abrigando um sujeito com realidade ontológica, traça a compreensão da trajetória individual do ser e pode resumir fatos que não dizem respeito diretamente a esta trajetória individual (como é o caso do ciclo menstrual na mulher, por exemplo). A atribuição de uma suposta natureza intrínseca, essencial, de fraqueza e incapacidade, denominada natureza feminina ou eterno feminino não é, portanto, comprovada através dos dados oferecidos pela biologia. Aliás, Simone de Beauvoir

11 rejeita veementemente qualquer tipo de argumentação sobre a condição da mulher que parta da premissa da ideia de eterno feminino: é pois tão absurdo falar da mulher em geral como do homem eterno (Beauvoir, 1949b, p.454). O ETERNO FEMININO Uma vez constituída a ideia de eterno feminino, parte-se do princípio de que o ser já existe enquanto conceito, já definido por ele. Dessa forma, não haveria o espaço vazio (o nada) entre o sujeito e a escolha desse sujeito em constituir-se. Não havendo a possibilidade de escolher-se não há a angústia da escolha: o sujeito poderia deslizar suavemente (sem escolhas angustiantes) para a assunção de uma escolha dada, determinada pelo pré conceito. Entretanto, esta escolha não foi constituída por seu projeto, como resultado do seu engajamento, e sim de algo que já existia o conceito de eterno feminino. Aceitando esta pré-definição conceitual, o ser está agindo de má-fé 2, pois está negando a si mesmo a responsabilidade de constituir-se e realizar o movimento de desvelamento do mundo como resultado de seu próprio engajamento, como consequência natural de seu empreendimento em existir. Em outras palavras, ocorre a demissão ontológica, que implica na recusa da liberdade de escolher ser. Para Simone de Beauvoir, a existência torna-se a única possibilidade de viver e tal existir implica estar inserido no mundo dado. Esta vivência existencial tem para ela, a dimensão de responsabilidade de atos em que o sujeito precisa agir sem descomprometer-se de suas potencialidades; A meu ver, não bastava pensar somente, nem viver somente; eu só estimava inteiramente as pessoas que pensavam a sua vida (Beauvoir, 1958, p.309). Viver não se resume em representar papéis já definidos pela situação existencial do indivíduo, mas sua expectativa vai além da simples repetição, realizando-se no empreendimento de pensar o existir. Nesse existir, o projeto existencial de cada indivíduo deve estar envolto em possibilidades de realização que, por sua vez, devem ser livremente escolhidas. A mulher representa para a filósofa possibilidades tão amplas quanto as do homem, e nada justifica, ao seu entender, que tais possibilidades diminuam pelo simples fato de ser mulher:... a meus olhos, homens e mulheres eram igualmente pessoas e eu exigia exata reciprocidade (Idem, p. 263). Não se trata apenas de defender uma questão feminista, de reivindicação de igualdade entre os sexos, mas Simone de Beauvoir postula o reconhecimento da mulher como ser, como sujeito afirmado em sua existência, e não apenas como um complemento do homem e da sociedade. A questão da diferenciação sexual para Beauvoir é considerada como sendo 2 Má-fé, segundo a conceituação existencialista, caracteriza a situação em que o sujeito não assume a liberdade de escolher-se e constituir-se, preferindo a condição passiva de objeto. Este conceito será objeto de estudo do capítulo IV, quando serão tratados os conceitos de liberdade e escolha ontológica.

12 posterior à própria condição do ser como sujeito livre (homem ou mulher). A diferenciação deve ser constituída por escolha, no desdobramento de sua existência. É mais legítimo observar no sujeito a integridade de seu ser como existente possível, caracterizado, principalmente pela inediticidade de seu vir-a-ser, evitando estereótipos sociais que limitam suas realizações. Beauvoir desenvolve esse pensamento em Balanço Final: Ora, desde o berço, e mais ainda daí em diante, os pais esperam coisas diferentes da menina e do menino. É claro que tal expectativa não é um estado de alma: traduz-se em comportamentos (Beauvoir, 1982, p.489). Beauvoir conclui ainda que a diferenciação dos sexos é estimulada pelos pais a cada momento e nas mais diversas situações, pois um de seus maiores medos é ter um homossexual como filho ou uma filha masculinizada (Idem, 489). Todavia, o que significa, na verdade, a noção de eterno feminino, que parece estar subentendida como uma ideia força, tal como um axioma que não precisa ser verificado, como nas matemáticas? Em princípio, não podemos recorrer à tautologia de dizer que eterno feminino é ele próprio, o eterno feminino. O eterno feminino como fato natural é, segundo Beauvoir, a questão que deve ser desconstruída. Tal ideia ainda é observada como sendo definida por um conceito metafísico, preconceituoso e ilegítimo, que imputa à mulher uma natureza universal e a-histórica, desvinculada de sua singularidade pessoal, histórica, de sentido e de projeto de vida. Uma noção de imanência para a natureza feminina é completamente injustificável; essa noção se relaciona com a dominação histórica masculina. Seria como uma ideia pertencente ao platônico Mundo das Ideias, em que a mulher tem que participar de tal ideia no mundo sensível, submetendo-se à aceitação de um conceito pronto, acabado, do que seja a existência - a Ideia 3. O eterno feminino é, por conseguinte, um estereótipo, gerando um dualismo artificial que caracterizou as clivagens macho-fêmea, homem-mulher, masculino-feminino no decorrer da História. Este estereótipo foi consolidado ao longo das gerações por sua própria conta. A diferença hierárquica entre homem e mulher, frequentemente considerada como natural, é na verdade, artificial porque não se funda em provas científicas decorrentes da biologia nem tampouco se apoia em convincentes justificativas históricas. Desde a Antiguidade, a noção de eterno feminino encontra-se presente, implícita ou explicitamente, justificando situações concretas de dominação da mulher. A mulher deve - porque tem as mesmas possibilidades que o homem - afirmar-se como sujeito livre, descerrando para sempre a camisa-de-força que esconde o verdadeiro significado de ser mulher, senhora do corpo e do seu destino, bem como sujeito da História. 3 A filosofia platônica apresenta a dualidade entre o Mundo Sensível e o Mundo das Idéias, cuja correspondência entre um e outro se apresenta através do preceito platônico de participação, em que um conceito observado no Mundo Sensível deve participar em essência do conceito ideal correspondente no Mundo das Idéias.

13 CONCLUSÃO Ser um sujeito significa estar-no-mundo, lançado por um projeto próprio em que se escolhe entre as infinitas possibilidades de ser. Este sujeito, em sua trajetória, tem como única destinação exercer sua liberdade em facticidade. Tal liberdade é a determinação em ser consciente de si mesmo como ser sem anterioridade, ou seja, livre para a todo o momento se constituir, exercendo a escolha de seu projeto existencial, determinando e garantindo a constituição de um espaço situacional, no qual percebemos o sujeito realizando-se em seu agir. Daí a caracterização da liberdade em facticidade, isto é, em presença de existentes, engajado em sua própria perspectiva de existir. Tal pensamento é expresso por Simone de Beauvoir nos seguintes termos: Todo sujeito coloca-se concretamente através dos projetos como uma transcendência; só realça sua liberdade pelo seu constante ultrapassamento em direção de outras liberdades; não há outra justificativa da existência presente senão sua expansão em direção de um futuro indefinidamente aberto. Cada vez que a transcendência recai em imanência há a degradação da existência em em-si, da liberdade em facticidade (Beauvoir, 1949a, p.31). A mulher mantida na condição de inferioridade, de fato torna-se inferior. Mas a questão é saber se este fato é absoluto, ou seja, se não há condição de reversão. O movimento do ser não é compatível com a estagnação do conceito, já que ser é ter-se tornado, tem o sentido de movimento anunciado desde Heráclito, na Grécia Antiga. Beauvoir questiona a validade desta condição de inferioridade da mulher. Mas muito se faz para manter esta convicção, porém isto é uma ideia que surge a partir de fatos submetidos a um pré-conceito e não a partir da realização da liberdade subjetiva, inerente a todo ser. A liberdade subjetiva é a própria existência em que homem e mulher estão empenhados em constituir-se a todo o momento. O ser está presente em sua liberdade de constituir-se em cada ato, não no fato constituído por uma ideia transcendente às suas existências, cuja validade não legitima tais existências. Como afirmado por Beauvoir, a alteridade é um problema original do ser humano, e o empenho constante do ser em conquistar-se enquanto consciência de si e ainda, conquistar a singularidade do seu ser em relação ao outro, é o que proporciona ao existente seu surgimento em projeção e constante afirmação de sua liberdade. Para o existencialista, a radicalização do conceito de ser supera a percepção solipsista do sujeito e encontra sua realização fundada na alteridade. Não haveria procedência num estudo sobre a consequência da diferenciação sexual na trajetória existencial se não estiver fundamentada na discussão do sujeito inserido em um mundo dado, em sua condição humana de existência.

14 REFERÊNCIAS DE BEAUVOIR, S L Invitée. Paris: Gallimard Pour une morale de l ambigüité. Paris: Gallimard. 1949a. Le Deuxième Sexe, vol 1 Les faits et les mythes. Paris: Gallimard. 1949b. Le Deuxième Sexe, vol 2 L Expérience vécue. Paris: Gallimard Les Mandarins. Paris: Gallimard Mémoires d une jeune fille rangée. Paris: Gallimard La force de l âge. Paris: Gallimard Tout compte fait. Paris: Gallimard Balanço Final. 2a. ed.. Trad. Rita Braga. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. BERGOFFEN, Debra B The philosophy of Simone de Beauvoir: Gendered phenomelogies, erotic generosities. New York: State University of New York Press. SARTRE, Jean-Paul O Ser e o Nada. Trad. Paulo Perdigão. Petrópolis: Vozes. SIMONS, Margaret A Simone de Beauvoir-Philosophical writings. University of Illinois.

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