Estratégia Regional de Enfrentamento ao Tráfico de Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual na Região do MERCOSUL

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1 Estratégia Regional de Enfrentamento ao Tráfico de Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual na Região do MERCOSUL Relatório Final do Diagnóstico Rápido Participativo dos Municípios Fronteiriços do Estado do Rio Grande do Sul - Brasil Rio Grande, abril de 2010.

2 Instituição Financiadora Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) Instituição Governamental Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH) Organismo Executor Fundação de Apoio à Pesquisa da Universidade do Mato Grosso do Sul (FAPEC/ UFMS) Executores Técnicos Regionais no Brasil Programa Escola de Conselhos da Universidade do Mato Grosso do Sul (UFMS) Centro de Estudos Psicológicos sobre Meninos e Meninas de Rua da Universidade Federal do Rio Grande (CEP-RUA/FURG) Universidade Federal do Paraná (UFPR) Apoio Técnico no Brasil Secretaria da Justiça e Desenvolvimento Social - Departamento de Cidadania e Direitos Humanos Governo do Estado do Rio Grande do Sul Parceiros Argentina - Secretaría de Derechos Humanos do Ministerio de Justicia e Derechos Humanos e Comité Argentino de Seguimiento y Aplicación de la Convención Internacional sobre los Derechos del Niño (CASACIDN) Paraguai - Ministerio de Educación y Cultura e Secretaría Nacional de la Niñez y Adolescencia (SNNA) e Centro de Estudios en Derechos Humanos, Niñez y Juventud (CENIJU) Uruguai - Instituto do Niño y Adolescente do Uruguay (INAU) e Ministerio de Educación y Cultura e Associacíon Pró-Fundación para las Ciencias Sociales (APFCS) 2

3 Equipe Técnica da Universidade Federal do Rio Grande Coordenadora Profa. Dra. Simone dos Santos Paludo (CEP-RUA/FURG) Bolsistas de apoio técnico Ana Paula Carlosso da Silva Carlos José Nieto Acadêmicas bolsistas do curso de Psicologia FURG Catiuscia Munsberg Carneiro Eduarda Cirolini Buriol Isabel Cristina Furtado Silveira Juliana Sonego Goulart Luiza Santos Ferreira Rita de Cássia Prado da Mata Taiola Sachini Veronica Felippe de Lima Foes Executor financeiro Fundação de Apoio a Universidade Federal do Rio Grande (FAURG) Equipe Técnica da Secretaria da Justiça e Desenvolvimento Social, Departamento de Cidadania e Direitos Humanos, do Estado do Rio Grande do Sul Eudoxia Mendes Machado Tania Göller Redação do Relatório Final Simone dos Santos Paludo Revisão Estatística e Confecção dos Mapas Prof. Msc. Cristiano Aguiar de Oliveira 3

4 Realização: Financiamento: 4

5 Sumário 1.Breve apresentação do Programa Rede Regional de Luta contra o Tráfico de 10 Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual na Região do MERCOSUL 2.Informações gerais sobre o Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) Metodologia do DRP Relatório Final do Diagnóstico Rápido Participativo em Santana do 14 Livramento/RS 3.1 Instituições/atores participantes do DRP Santana do Livramento/RS Instituições cadastradas no CMDCA Infraestrutura e Funcionamento das Instituições Estrutura física Organização/Funcionamento Análise por Eixos Eixo da situação: a violência sexual contra crianças e adolescentes em 32 Santana do Livramento CMDCA Defesa e Responsabilização Atendimento e Prevenção Comunidades Movimentos Sociais Eixo Mobilização e Articulação CMDCA Defesa e Responsabilização Atendimento e Prevenção Comunidades Movimentos Sociais 65 5

6 4.3 Eixo Atendimento e Prevenção CMDCA Defesa e Responsabilização Atendimento e Prevenção Comunidades Movimentos Sociais Eixo Defesa e Responsabilização CMDCA Defesa e Responsabilização Atendimento e Prevenção Comunidades Movimentos sociais Mapas de geoprocessamento das demandas e georreferenciamento dos serviços Geoprocessamento das demandas Georreferenciamento dos serviços Considerações Finais 87 6

7 Lista de Tabelas Tabela 1. Instituições Entrevistadas no Diagnóstico Rápido Participativo 21 Tabela 2. Instituições cadastradas no CMDCA 24 Tabela 3. Tipo de imóvel utilizado pelos segmentos 26 Tabela 4. Satisfação com a infraestrutura existente nos segmentos 26 Tabela 5. Planejamento das entidades entrevistadas no Diagnóstico Rápido Participativo Tabela 6. Origem e destino das denúncias/notificações de violência sexual e bairros mais vulneráveis para cada violação Tabela 7. Casos de violência sexual denunciados, atendidos, acompanhados e desligados pelos segmentos de defesa e responsabilização ( ) Tabela 8. Casos de violência sexual denunciados, atendidos, acompanhados e desligados pelos segmentos de defesa e responsabilização ( ) Tabela 9: Bairro/localidade de origem da vítima e localidade da ocorrência de violência sexual Tabela 10. Casos de violência sexual denunciados, atendidos, acompanhados e desligados pelos segmentos de atendimento e prevenção (2008 Tabela 11. Distribuição quantitativa das vítimas de abuso sexual identificadas pelos serviços de atendimento e prevenção por faixa etária e por sexo Tabela 12: Bairro/localidade de origem da vítima e localidade da ocorrência de violência sexual Tabela 13. Distribuição quantitativa das vítimas de violência sexual identificadas pelas comunidades Tabela 14. Distribuição quantitativa das vítimas de abuso sexual 49 7

8 identificadas pelas comunidades por faixa etária e por sexo Tabela 15: Bairro/localidade de origem da vítima e localidade da ocorrência 50 de violência sexual Tabela 16. Bairros das instituições entrevistadas 51 Tabela 17. Distribuição quantitativa de casos de violência sexual observados 53 Tabela 18. Distribuição quantitativa das vítimas de abuso sexual identificadas pelos movimentos sociais por faixa etária e por sexo 54 Tabela 19: Bairro/localidade de origem da vítima e localidade da ocorrência 56 de violência sexual Tabela 20: Articulação com outras instituições, ações e programas 59 Tabela 21: Articulação com outras instituições, ações e programas 60 Tabela 22: Características das entidades cadastradas no CMDCA 66 Tabela 23. Tipo e missão institucional do segmento de atendimento e prevenção entrevistado Tabela 24. Áreas atendidas pelos serviços de atendimento e prevenção entrevistados

9 Lista de Figuras Figura 1. Tempo de existência da comunidade 45 Figura 2. Tempo de existência dos movimentos sociais entrevistados 52 Figura 3. Geoprocessamentodas demandas nas proximidades dos bairros Centro e Prado 83 Figura 4. Geoprocessamentodas demandas nas proximidades dos bairros Cerro do 83 Depósito e Batuva Figura 5. Geoprocessamentodas demandas nas proximidades do Parque 84 Internacional Figura 6. Georreferenciamento dos serviços de prevenção 85 Figura 7. Georeferrenciamento dos serviços de atendimento 85 Figura 8. Georreferenciamento dos serviços de defesa 86 9

10 1. Breve apresentação do Programa Rede Regional de Luta contra o Tráfico de Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual na Região do MERCOSUL O Programa Rede Regional de Luta contra o Tráfico de Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual na Região do MERCOSUL é resultado de um acordo assinado entre as altas autoridades dos governos do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, a fim de implementar uma estratégia de enfrentamento a violência sexual contra crianças e adolescentes e tráfico para esses fins em 15 cidades gêmeas, a saber: Chuí (Brasil) e Chuy (Uruguay), Santana do Livramento (Brasil) e Rivera (Uruguay), Uruguaiana (Brasil) e Paso de Los Libres (Argentina), Bella Unión (Uruguay) e Barra do Quaraí (Brasil), San Tomé (Argentina) e São Borja (Brasil), Jaguarão (Brasil) e Rio Branco (Uruguay) e na tríplice fronteira Puerto Iguazu (Argentina), Ciudad del Este (Paraguay) e Foz do Iguaçu (Brasil). A consolidação da Estratégia Regional de Enfrentamento ao Tráfico de Crianças e Adolescentes na Região do Mercosul está pautada na metodologia do Programa de Ações Integradas Referenciais de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto-Juvenil no Território Brasileiro (PAIR). Tal método foi implementado no Brasil no ano de 2002, sugerindo a integração de políticas e a articulação entre instituições governamentais e sociedade civil para a construção de ações direcionadas a prevenção e ao atendimento de crianças e adolescentes vulneráveis as situações de exploração sexual (Motti, Contini & Amorim, 2008). Devido a experiência e a validade dessa metodologia já testada, em pelo menos 17 estados brasileiros até o ano de 2008, a equipe executiva do Programa Escola de Conselhos da Universidade do Mato Grosso do Sul, juntamente a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, optou pela expansão desta no âmbito da Região do Mercosul. Para contemplar as peculiaridades da cooperação binacional e transnacional a metodologia do Programa Pair- Mercosul foi reorganizada e está composta por cinco componentes: (I) processo de articulação politico-institucional e execução do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) para identificação da situação da exploração sexual nas 15 cidades selecionadas; (II) realização de seminários locais para a construção de planos de enfrentamento da situação identificada no DRP; (III) 10

11 elaboração de protocolos e fluxos de serviços de prevenção, atenção e responsabilização; (IV) estratégia regional, binacional e transnacional de enfrentamento dessa situação, que inclua mecanismos de consulta, cooperação e execução de intervenções comuns aos diferentes países e (V) registro e sistematização da experiência de construção do bem público e das metodologias de articulação, mobilização e desenvolvimento dos protocolos e fluxos de serviços. Essas ações visam à criação de uma rede integrada e cooperativa em regiões de fronteiras para a proteção das crianças e dos adolescentes vítimas de crimes transnacionais. As seis cidades gêmeas do Rio Grande do Sul - Barra do Quaraí, Chuí, Jaguarão, Santana do Livramento, São Borja e Uruguaiana - através de seus gestores municipais, aderiram ao Programa Rede Regional de Luta contra o Tráfico de Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual na Região do MERCOSUL no dia 15 de abril de 2009 na cidade de Porto Alegre, durante a reunião de trabalho organizada pela equipe executiva do Programa Escola de Conselhos em parceria com a Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e com a Secretaria de da Justiça e Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul. Na mesma ocasião, a Universidade Federal do Rio Grande, através do Centro de Estudos Psicológicos sobre Meninos e Meninas de Rua, assumiu a coordenação técnica das atividades do referido programa nas seis cidades gêmeas do Estado. O projeto foi apresentado e aprovado no Instituto de Ciências Humanas e da Informação e na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Rio Grande (FURG). Para a realização das atividades previstas na primeira etapa do projeto, uma equipe composta por oito acadêmicos do curso de Psicologia da Universidade Federal de Rio Grande e dois técnicos foram selecionados. Todos os integrantes receberam um treinamento durante os meses de maio, junho e julho totalizando 120 horas. Este incluiu a apresentação do Programa, a discussão de conceitos específicos à violência sexual, aulas sobre os marcos teóricos e legais de proteção a criança e ao adolescente, orientações sobre as entrevistas e simulações. Ao mesmo tempo, foram iniciadas as atividades de articulação político institucional com o objetivo de mobilizar a comunidade e as redes existentes em cada uma das cidades gêmeas para o enfrentamento da violência e da exploração sexual de crianças e adolescentes. Diversas reuniões preparatórias foram privilegiadas visando a organização e a divulgação dos encontros 11

12 locais. As reuniões de articulação político institucional ocorreram nos meses de junho e julho de A primeira reunião aconteceu no dia 17 de junho no município do Chuí e contou com a participação de 27 representantes da rede de proteção e atendimento à criança e ao adolescente. Nessa ocasião, estiveram presentes representantes da cidade gêmea Chuy-Uruguay. No dia 18 de junho, a reunião ocorreu no município de Jaguarão e contou com a presença de 45 pessoas, tendo representações da cidade gêmea de Rio Branco-Uruguay. Dando seguimento as atividades, no dia 24 a equipe esteve reunida no município de São Borja juntamente com 44 representantes dos serviços locais e representantes de Santo Tomé-Argentina. A reunião no município de Barra do Quarai aconteceu no dia 25 de junho, estiveram presentes 38 representantes locais e da cidade gêmea de Bella Union-Uruguay. Já no dia 26 de junho a reunião aconteceu no município de Uruguaiana com 30 representantes locais, no entanto, nessa ocasião não houve representação da cidade gêmea de Passo de Los Libres Argentina. Por fim, foi realizada a reunião no município de Santana do Livramento no dia 1 de julho, a qual contou com 23 representantes locais e uma representante da cidade gêmea de Rivera-Uruguay. Tais reuniões de articulação tiveram como pauta principal a apresentação da Rede Regional, as orientações para a realização da primeira etapa do projeto e o planejamento do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP). Cabe salientar que nas cidades de Barra do Quarai, Chuí, Santana do Livramento e Uruguaiana foram retomados e discutidos os diagnósticos construídos no ano de 2006 a fim de possibilitar uma atualização das informações coletadas e de focalizar a continuidade dessas ações. Outro importante objetivo desta reunião foi a instalação da Comissão de Apoio Local de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, a qual tinha como tarefa subsidiar a equipe na identificação dos segmentos que poderiam participar do DRP e facilitar o agendamento das entrevistas. A composição da Comissão de Apoio formalizou o início do processo de execução do DRP em cada um dos seis municípios. O DRP foi realizado no período de 20 de julho a 8 de agosto do ano de 2009, totalizando 294 entrevistas. A equipe foi dividida em dois grupos a fim de realizar a coleta de informações nos seis municípios, sendo que um grupo ficou responsável pelos municípios do Chuí, Jaguarão e Santana do Livramento e outro grupo se deslocou até Barra do Quaraí, São Borja e Uruguaiana. 12

13 2. Informações gerais sobre o Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) O DRP nos municípios de Chuí, Barra do Quaraí, Jaguarão, Santana do Livramento, São Borja e Uruguaiana seguiu as orientações da metodologia utilizada no PAIR e utilizou os formulários adaptados para a região do Mercosul. A coleta de dados nos municípios buscou identificar a situação de violência sexual, verificar as demandas existentes e mapear os serviços e os programas existentes na rede de proteção, defesa e atendimento. O levantamento dessas informações visa à construção de um plano operativo local e binacional para o enfrentamento da realidade encontrada nas cidades gêmeas. 2.1 Metodologia do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP) O DRP prevê a realização de entrevistas aos diferentes segmentos que compõe a rede de prevenção, atendimento e defesa da criança e do adolescente através de cinco formulários padronizados e específicos para cada um dos seguintes órgãos: Formulário 1 CMDCA: destinado ao(s) representante(s) do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente; Formulário 2 - Defesa e Responsabilização: destinado a representantes do Conselho Tutelar, Juizado, Promotoria e Defensoria da Infância e Juventude, Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, Polícia Rodoviária Federal, Secretaria de Justiça e Segurança Pública, Polícia Militar, Bombeiros, Consulado, Receita Federal. Formulário 3 - Atendimento e Prevenção: destinado a representantes de instituições e de programas governamentais e não governamentais. Formulário 4 - Comunidades: destinado a lideranças comunitárias e presidentes de bairro. Formulário 5 - Movimentos Sociais: destinado a lideranças de movimentos sociais organizados (protagonismo juvenil, mulheres, etc.). 13

14 3. Relatório Final do Diagnóstico Rápido Participativo em Santana do Livramento/RS Santana do Livramento está situado no extremo sul do Estado do Rio Grande do Sul. Situa-se na fronteira do Brasil com o Uruguai e possui uma divisa seca (uma rua urbana) com o município de Rivera (Uruguai), no entanto, o município registra mais de 100 quilômetros de faixa de fronteira seca com o país vizinho. É um dos municípios mais antigos, históricos e de maior em extensão territorial do RS. A povoação iniciou com a doação de sesmarias feitas pelo Marquês de Alegrete. Fundada em 30 de julho de 1823, foi elevada à categoria de município em 1857, emancipando-se de Alegrete. 14

15 Por tratar de uma localidade fronteiriça, o município de Santana do Livramento está limitado pelos municípios de Rosário do Sul (Brasil), Quaraí (Brasil), Dom Pedrito (Brasil) e Rivera (Uruguai). A foto abaixo mostra a Avenida João Pessoa que liga os dois países. Como se pode perceber é possível transitar livremente entre os países, fato que aproxima e fortalece a relação entre os dois povos. A circulação em Santana do Livramento e em Rivera é intensa devido ao comércio local e a zona franca no lado do Uruguai. O fácil acesso ao país vizinho pode ser um fator de risco para as situações de violência contra a criança e o adolescente. Fortalecer as fronteiras e articular o trabalho entre os países é uma das principais metas do PAIR- Mercosul. 15

16 Para desenvolver o programa Rede Regional de Luta contra o Tráfico de Crianças e Adolescentes para Fins de Exploração Sexual na Região do MERCOSUL é imprescindível conhecer as potencialidades e as fragilidades que permeiam o território de Santana do Livramento. Para isso, alguns dados sobre o município estão destacados a seguir. Indicadores demográficos: Segundo os dados do último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia Econômica (IBGE) referentes a 2000, constatou-se que o município é composto por habitantes, distribuídos em uma área de 6963,2 km 2. Sua ocupação é predominantemente urbana, com apenas cerca de 7,04% em área rural. Atualmente, estima-se que existam habitantes, segundo as estimativas do IBGE 1. Esta perda de habitantes ao longo da última década se deve ao declínio econômico da região no período. Estrutura Étaria Menos de 15 anos a 64 anos anos e mais Razão de Dependência 57.9% 55.3% Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, PNUD, 2002 Indicadores de Longevidade, Mortalidade e Fecundidade, 1991 e Mortalidade até 1 ano de idade (por 1000 nascidos vivos) Esperança de vida ao nascer (anos) Taxa de Fecundidade Total (filhos por mulher) Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, PNUD, Estimativas de População. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (14 de agosto de 2009). Página visitada em 26 de outubro de

17 Índice de desenvolvimento humano (IDH): A figura abaixo apresenta o IDH do município, da educação, da renda e da longevidade. Em 2000, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Santana do Livramento era de 0, 803. Segundo a classificação do PNUD, o município está entre as regiões consideradas de alto desenvolvimento humano (IDH acima de 0,8). Em relação aos outros municípios, Santana do Livramento apresenta uma situação boa quando comparado com os demais municípios do Brasil, mas regular quando comparado com os demais municípios do Estado, pois ocupa a 497ª posição no País e a 156ª posição no Estado. Economia do município: O Produto Interno Bruto (PIB) per capita é de R$ (IBGE, 2007). A economia do Santana do Livramento é predominantemente constituída pelo setor de serviços, mais especificamente pelo comércio, o qual representa 73,4% do PIB. O comércio nas regiões fronteiriças, principalmente nas cidades vizinhas, é impactado diretamente pelas variações cambiais e pelas determinações legislativas de cada país. Nesse caso, os comerciantes 17

18 do lado brasileiro são diretamente afetados pela concorrência e pelo regime fiscal atraente dos estabelecimentos identificados como duty free ou free shop no lado uruguaio. Embora a possibilidade de compras na zona franca atraia muitos turistas e garanta um fluxo de turismo de compras para os uruguaios, essa atividade oferece benefícios diretos e indiretos à rede hoteleira e aos serviços em geral do lado brasileiro (gastronomia, transporte, etc). Educação: De acordo com os dados do Censo Educacional realizado no ano de 2009 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), Santana do Livramento possui cento e quatorze unidades educacionais, sendo quatorze de ensino médio, cinquenta e três de ensino fundamental e quarenta e três pré-escolas. O maior percentual de matrículas encontra-se no ensino fundamental (74%), seguido do ensino médio (18.4%) e pré-escola (7.6%). Essa distribuição exige um número de docentes coerente com a demanda, tendo 752 professores para o ensino fundamental, 92 para a pré-escola e 249 para o ensino médio. De acordo com os dados do Censo do IBGE do ano de 2000 o nível educacional da população adulta é o seguinte: Nível Educacional da População Adulta (25 anos ou mais), 1991 e Taxa de analfabetismo % com menos de 4 anos de estudo % com menos de 8 anos de estudo Média de anos de estudo Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, PNUD, 2002 Saúde: Segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS, 2009) dez estabelecimentos municipais e trinta e três privados, sendo um deles sem fins lucrativos, são responsáveis pelo cuidado à saúde da população. Habitação: Informações referentes ao acesso da população a serviços básicos e a bens de consumo foram indicados no Censo do IBGE no ano de

19 Acesso a Serviços Básicos Água Encanada Energia Elétrica Coleta de Lixo Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, PNUD, 2002 Acesso a Bens de Consumo Geladeira Televisão Telefone Computador NR 7.1 Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, PNUD, 2002 Vulnerabilidade Familiar: De acordo com o Censo do IBGE (2000) a situação de vulnerabilidade familiar enfrentada pelo município de Santana do Livramento era a seguinte: Indicadores de Vulnerabilidade Familiar % de mulheres de 10 a 14 anos com filhos ND 0.1 % de mulheres de 15 a 17 anos com filhos % de crianças em famílias com renda inferior à 1/2 salário mínimo % de mães chefes de família, sem cônjuge, com filhos menores Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano, PNUD,

20 As características do município foram base fundamental para a identificação da rede local e para organização e execução do Diagnóstico Rápido Participativo. A análise do material coletado em Santana do Livramento está apresentada nos capítulos a seguir. 3.1 Instituições/atores participantes do DRP Santana do Livramento/RS A rede de enfrentamento a violência sexual infanto juvenil em Santana do Livramento está formalmente constituída, sendo composta por serviços direcionados para essa problemática, especialmente o Conselho Tutelar e Centro de Referência Especializada em Assistência Social (CREAS/Sentinela), os quais são reconhecidos pelos serviços de atendimento e defesa e pela própria comunidade. Diante desse cenário, os serviços e as instituições existentes no município foram mobilizados e convidados a participar do mapeamento a fim de enunciar a realidade da violação sexual para delinear futuras ações preventivas e combativas. Esse convite se estendeu para os representantes e líderes de bairro e para os movimentos sociais que representam a sociedade civil. A articulação da sociedade e as instituições/serviços em torno do enfrentamento de um grave problema como a violência sexual é desejável porque viabiliza a ampliação dos canais de acesso das crianças e adolescentes ao cuidado e à atenção de que necessitam, possibilita ações coordenadas e fortalece a imagem de cada participante. Para auxiliar a equipe do PAIR-Mercosul na identificação dos serviços, das lideranças e dos movimentos sociais existentes em Santana do Livramento uma Comissão Provisória Local foi constituída. Seis pessoas compuseram o grupo de apoio: Luiz Eduardo Pereira, Sergio Gonçalves, Marcia Rodrigues, Cely de Almeida, Éden Sara Bjonski e Gleci da Cunha. Tal comissão teve um papel importante na mobilização de todos os setores para a efetiva execução do diagnóstico, através da indicação dos segmentos e do agendamento das entrevistas. O Diagnóstico Rápido Participativo contou com a participação de 70 representantes de instituições localizadas município de Santana do Livramento, sendo um representante do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, 11 representantes do segmento de defesa e responsabilização, 30 representantes do segmento de atendimento e prevenção, 15 20

21 lideranças comunitárias e 13 representantes dos movimentos sociais. A Tabela 1, apresentada a seguir, descreve os serviços entrevistados em cada um dos segmentos envolvidos. Tabela 1. Instituições Entrevistadas no Diagnóstico Rápido Participativo Formulário CMDCA (1) Defesa e Responsabilização (11) Atendimento e Prevenção (30) Instituição entrevistada Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente Bombeiros Brigada Militar Conselho Tutelar Consulado Defensoria Pública Juizado da Infância, Juventude e Família (3 a vara) Ministério Público Policia Civil Polícia Federal Policia Rodoviária Federal Receita Federal Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) Associação de Proteção à Maternidade e à Infância - Creche Santa Elvira Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) Centro Beneficente Maria Abegair Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) Centro de Referência Especializada e Assistência Social (CREAS/Sentinela) Centro de Referência da Mulher Conferencia São Vicente de Paulo Escola Municipal de Ensino Fundamental Prefeito Camilo 21

22 Alves Gisler Escola Municipal de Ensino Fundamental Célia Irulegui Escola Municipal de Ensino Fundamental Célia Irulegui Silveira Martins Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Abreu Fialho Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof. Pacheco Prates Escola Municipal de Ensino Médio Dr. Silvio Ribeiro Escola Municipal de Educação Infantil Carrossel Escola Municipal de Educação Infantil Gurizada Escola Municipal Assentamento São Leopoldo Escola Municipal Assentamento Recanto Escola Municipal Neivares Albanoz Escola Municipal Dr. Rafael Vieira da Cunha Escola Municipal Pedro Alencastre Escola Nepo Muceno Vieira Brum Escola Olavo Bilac Lar de Meninas Legião da Cruz/Cidade dos Meninos Posto de Saúde do Armour Posto de Saúde do CAIC Posto de Saúde Planalto Posto de Saúde Tabatinga Unidade Básica de Saúde Prado Agente Comunitário bairro Carolina Agente Comunitário do bairro João Souto Duarte Agente de Saúde do bairro Wilsom (Parque São José) Comunidades (15) Agente de Saúde do Posto Prado 22

23 Agente de Saúde do Posto Santos/PACS central Associação de bairro Simon Bolivar Liderança comunitária do bairro Kennedy Liderança comunitária do bairro Wilson Liderança comunitária do bairro Cerro do Armour Representante do bairro Bela Vista Representante dos bairros Morada de Fátima e Hamilton Ilha Representante do bairro Registro Representante da Vila Marim 2 (Bairro Registro) Representante da Vila Menezes e Herculano Movimentos Sociais (13) Representante da Vila Queirolo (bairro Prado) Conselho de Assistência Social Coordenadoria dos Movimentos Populares Engenho de Arte Igreja Bíblica Nacional Hora do Poder Jornal A Platéia Movimento pelo Direito das Crianças e Adolescentes Movimento Nacional de meninos e meninas de rua Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) Pastoral da Criança Programa Primeira Infância Melhor (PIM) Projeto Tchê Secretaria da saúde Sociedade Eclética Caridade Esperança Solar - Criança Feliz (SECES) 23

24 3.2 Instituições cadastradas no CMDCA Do total das 70 instituições entrevistadas, constatou-se que apenas dezoito estavam cadastradas no CMDCA. Tabela 2. Instituições cadastradas no CMDCA Instituição Mês/ano de registro Tipo Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) Associação Cristã de Deficientes Fraternos Associação de Proteção a Maternidade e a Infância - Creche Santa Elvira Associação Santanense De Deficiente Físico (ASSANDEF) Conferência São Vicente de Paulo Sindicato do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERGS) Creche do Menor Carente Pai Sete Central Única dos Trabalhadores do Estado do Rio Grande do Sul (CUT/RS) Lar de Meninas de Sant'ana do Livramento 19/09/1998 Não Governamental 07/2006 Não Governamental 18/04/1999 Não Governamental 03/2007 Não Governamental 19/11/1998 Não Governamental 03/2007 Não Governamental 15/10/1998 Não Governamental 03/2007 Não Governamental 17/11/1998 Não Governamental 24

25 Legião da Cruz de Livramento - Cidade de Meninos - Centro Cultural Anglicano Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua - Comissão de Livramento Movimento pelos Direitos da Criança e do Adolescente 19/11/1998 Não Governamental 25/01/2000 Não Governamental 15/12/1998 Não Governamental Pastoral da Criança 03/05/1999 Não Governamental Projeto Tchê 19/11/1998 Não Governamental Programa Social Educativo de Profissionalização de Adolescentes (PROSEPA) - Brigada Militar Serviço Social da Indústria (SESI) Sociedade Internacional de Auxílio aos Necessitados (SIAN) 26/11/1998 Governamental 03/2007 Não Governamental 03/2007 Não Governamental SITRAEM Radio e TV 03/2007 Não Governamental De acordo com o representante entrevistado todas as instituições atuam diretamente ou indiretamente com as crianças, adolescentes e famílias. Nenhum trabalho com o agressor foi identificado nas instituições cadastradas. 25

26 3.3 Infraestrutura e Funcionamento das Instituições Uma série de questões investigou a infra-estrutura existente, as necessidades emergentes e o funcionamento das instituições entrevistadas. A seguir estão apresentados os resultados encontrados Estrutura física Tabela 3. Tipo de imóvel utilizado pelos segmentos Próprio n(%) Locado n(%) Cedido n(%) CMDCA - - 1(100) Defesa e 6(54,6) 2(18,2) 3(27,3) Responsabilização Atendimento e Prevenção 23(76,6) 2(6,7) 5(16,7) Tabela 4. Satisfação com a infraestrura existente nos segmentos Espaço físico Mobiliário Equipamentos Positiva n(%) Negativa n(%) Positiva n(%) Negativa n(%) Positiva n(%) Negativa n(%) CMDCA - 1(100) Defesa e 8(72,7) 3(27,3) 8(72,7) 3(27,3) 8(72,7) 3(27,3) Responsabilização Atendimento e Prevenção 9(30) 21(70) 8(26,7) 22(73,3) 5(16,7) 25(83,3) É possível verificar na Tabela 3 que o CMDCA realiza o seu serviço em um imóvel cedido. A ausência de um local específico pode interferir diretamente na infraestrurura do serviço, como descrito pelo CMDCA ao afirmar que não possui um espaço, nem mobiliário e 26

27 nem equipamento adequado, especialmente pelo fato de que o imóvel é cedido e necessitaria de um local mais amplo (ver Tabela 4). A maioria das instituições de defesa e responsabilização (54,6%) possui um imóvel próprio para o seu funcionamento e encontra-se satisfeito com as condições de trabalho disponíveis. As avaliações negativas referiram-se a necessidade de espaços mais amplos, um maior número de móveis e equipamentos de informática (computador e impressora). O Conselho Tutelar e a Polícia Civil afirmaram a necessidade de um espaço mais amplo e de carros/viaturas para um trabalho mais efetivo. Embora a maioria das instituições que compõem o segmento de atendimento e prevenção (76,6%) possua imóvel próprio, 70% avaliam de forma negativa o seu espaço físico. Diversos problemas foram apontados. As escolas referiram a necessidade de reformas para a melhoria do prédio existente, bem como indicaram o desejo de ampliação a fim de contemplar um número maior de salas de aula, biblioteca, sala de recursos, refeitórios e ginásio. A falta de acessabilidade e de laboratórios de informática também foi lembrada. Já os postos de saúde e a unidade básica salientaram que precisam de uma ampliação dos seus locais de atendimento e melhorias nas salas já existentes. O CRAS apontou que a falta de salas para atendimento psicológico e para assistência social são os problemas mais emergentes. Já O CREAS/Sentinela, afirmou estar satisfeito com o seu espaço físico, mobiliários e equipamentos no momento da entrevista. De acordo com os dados da Tabela 4, a avaliação negativa do mobiliário predominou dentre as respostas oferecidas pelas instituições de atendimento e prevenção. A necessidade de móveis novos e em maior quantidade apareceu nas respostas das escolas e dos serviços de saúde. Quando questionados sobre os equipamentos existentes, novamente a maioria (83,3%) avaliou de forma negativa. Os equipamentos de informática, material didático e desportivo, carros (viaturas) e telefone foram apontados pelas escolas e pelos locais de atendimento. Os postos e serviços de saúde referiram a urgência na compra de equipamentos, especialmente, eletrocardiogramas e estufa de esterilização. 27

28 3.3.2 Organização/Funcionamento Horário de atendimento: A maioria das instituições de defesa e responsabilização relatou que o serviço oferece atendimento em horário comercial, das 8hs às 18h de segunda a sexta-feira. A Brigada Militar, os Bombeiros e a Polícia Federal registraram a existência de um serviço contínuo de 24 horas devido às particularidades do local. Da mesma forma, a maioria das instituições do segmento de atendimento e prevenção indicou oferecer seus serviços de segunda à sexta-feira em horário comercial, apenas o Lar das Meninas informou a realização de plantões de 24 horas. As escolas seguem os horários e calendários pedagógicos, atendendo ao público prioritariamente durante os turnos da manhã e tarde. Planejamento: Todos os serviços afirmaram realizar algum tipo de planejamento. Uma diversidade de respostas relacionadas à periodicidade do planejamento foi apresentada e estão descritas na Tabela 5. Tabela 5. Planejamento das entidades entrevistadas no Diagnóstico Rápido Participativo Segmento Entidades Periodicidade CMDCA CMDCA Mensal/Anual Bombeiros Brigada Militar Conselho Tutelar Consulado Defensoria Pública Anual Não existe Semanal/Mensal Anual Não existe Defesa e Responsabilização Juizado da Infância, Juventude e Família (3 a vara) Não existe 28

29 Atendimento e Prevenção Ministério Público Policia Civil Polícia Federal Policia Rodoviária Federal Receita Federal Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) Associação de Proteção à Maternidade e à Infância - Creche Santa Elvira Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) Centro Beneficente Maria Abegair Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) Centro de Referência Especializada e Assistência Social (CREA/Sentinela) Centro de Referência da Mulher Conferencia São Vicente de Paulo Escola Municipal de Ensino Fundamental Prefeito Camilo Alves Gisler Escola Municipal de Ensino Fundamental Anual Semestral/Anual Anual Anual Anual Mensal Quinzenal Semanal Mensal Quinzenal/Semestral Semanal Quinzenal Anual Bimestral Mensal 29

30 Célia Irulegui Escola Municipal de Ensino Fundamental Célia Irulegui Silveira Martins Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Abreu Fialho Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof. Pacheco Prates Escola Municipal de Ensino Médio Dr. Silvio Ribeiro Escola Municipal de Educação Infantil Carrossel Escola Municipal de Educação Infantil Gurizada Escola Municipal Assentamento São Leopoldo Escola Municipal Assentamento Recanto Escola Municipal Neivares Albanoz Escola Municipal Dr. Rafael Vieira da Cunha Escola Municipal Pedro Alencastre Escola Nepo Muceno Vieira Brum Escola Olavo Bilac Mensal Bimestral/Anual Bimestral Semestral Quinzenal Quinzenal Quinzenal/Anual Bimestral/Anual Mensal Semanal Semestral Bimestral Quinzenal/Mensal 30

31 Lar de Meninas Legião da Cruz/Cidade dos Meninos Posto de Saúde do Armour Posto de Saúde do CAIC Posto de Saúde Planalto Posto de Saúde Tabatinga Unidade Básica de Saúde Prado Aleatório Mensal Quinzenal Mensal Diário Mensal Não existe A maioria dos segmentos de defesa e responsabilização organiza as suas atividades com base nas ocorrências e nas demandas. Já as escolas pautam suas atividades nos resultados das reuniões pedagógicas. A necessidade de reuniões com toda a equipe de profissionais para o planejamento das suas atividades foi consenso entre os serviços entrevistados. Essa organização evidencia que os serviços estão atentos não só as demandas existentes, como aquelas emergentes no município. Além disso, o planejamento garante que as ações sejam previamente discutidas e organizadas em torno de dados estatísticos e, até mesmo, nas verbas disponíveis. Monitoramento: As atividades do CMDCA são monitoradas por uma mesa diretiva. Dez instituições do segmento de defesa e responsabilização afirmaram a existência de algum tipo de monitoramento. A maioria das instituições obedece a um modelo hierárquico, tendo seus serviços fiscalizados. O Juizado da Infância, Juventude e Família, por exemplo, informou que é monitorado pela Corregedoria Geral da União e pelo Conselho Nacional de Justiça. Apenas o Conselho Tutelar afirmou não receber nenhuma forma de monitoramento. Dentre as 30 instituições do segmento de atendimento e prevenção participantes, 24 afirmaram receber o monitoramento. O CREAS referiu responder as orientações da Secretaria de Assistência Social. Os postos de saúde são acompanhados e monitorados pela Secretaria Municipal de Saúde, enquanto as escolas municipais respondem a Secretaria Municipal de Educação. 31

32 4. Análise por Eixos 4.1 Eixo da situação: a violência sexual contra crianças e adolescentes em Santana do Livramento Este eixo tem como objetivo mapear a atual situação da violência sexual contra crianças e adolescentes no município de Santana do Livramento. Nesse intuito foram analisadas as entrevistas a fim de caracterizar as modalidades de violência e exploração sexual existentes, bem como identificar as localidades e os principais autores dessas violações. O mapeamento reflete tanto a realidade denunciada, bem como as situações que ainda se mantinham veladas até o momento das entrevistas do Diagnóstico Rápido Participativo. A seguir estão apresentados os resultados obtidos em cada um dos segmentos participantes CMDCA O CMDCA conta com um sistema manual de registro de informações. Nesse sistema estão armazenadas informações referentes às instituições inscritas, aos conselheiros do CMDCA, as eleições e posse dos conselheiros tutelares, as conferências, as atas de reunião e protocolos. Tais dados são utilizados para estudos, monitoramento e planejamento. O Conselho Tutelar, o Sentinela/CREAS, o Hospital e o Pronto Socorro, a Polícia Civil, a Brigada Militar, as ONG e os meios de comunicação foram citados como importantes fontes de informação sobre as situações de violência sexual contra as crianças e os adolescentes notificadas no município. O representante do CMDCA entrevistado informou que no ano de 2007 houve uma pesquisa ou diagnóstico sobre a situação de violência sexual em Santana do Livramento organizada pelo CREAS/Sentinela e pela Secretaria de Saúde. Embora a proposta tenha sido construída para valorizar a notificação dos eventos de violência, o entrevistado afirmou que os resultados não refletiram de forma positiva, principalmente, pela fragilidade da rede. Quando questionado sobre a origem e o destino das denúncias/notificações de violência sexual, o entrevistado distribuiu suas respostas da seguinte forma: 32

33 Tabela 6. Origem e destino das denúncias/notificações de violência sexual e bairros mais vulneráveis para cada violação Origem: Vítima, Escola e Vizinhos Abuso sexual intrafamiliar Destino: Conselho Tutelar e ONG Bairros vulneráveis: Simon Bolívar, Vila Kennedy, São Paulo, Vila Emilia e Vila Santa Rosa Origem: Família e vitima Abuso sexual extrafamiliar Destino: Polícia Bairros vulneráveis: Simon Bolívar, Vila Kennedy, São Paulo, Vila Emilia e Vila Santa Rosa Origem: Vizinhos Exploração sexual (prostituição) Pornografia infanto-juvenil Destino: Conselho Tutelar e ONG Bairros vulneráveis: Simon Bolívar, Vila Kennedy, São Paulo e Vila Emilia Origem: Não soube informar Destino: Não soube informar Turismo sexual Origem: Não soube informar Destino: Não soube informar Tráfico para fins de exploração Origem: Não soube informar Destino: Não soube informar Embora o entrevistado não tenha informado a origem e o destino das situações de exploração sexual identificou os bairros Centro, Parque Internacional e a BR devido ao fluxo de caminhoneiros, arredores do supermercado BIG e posto de combustível na Vila Kennedy como locais vulneráveis à ocorrência dessa violação. 33

34 4.1.2 Defesa e Responsabilização De acordo com as rotinas e os registros mantidos na instituição oito participantes afirmaram ter conhecimento da ocorrência de violência sexual no município de Santana do Livramento Brigada Militar, Conselho Tutelar, Consulado, Defensoria Pública, o Juizado da Infância, Juventude e Família, o Ministério Público, a Polícia Civil e a Polícia Rodoviária Federal e manter um registro sobre a distribuição quantitativa dos casos de violência ocorridos. No entanto, nem todos os serviços puderam ou tiveram autorização para acessar seus registros para informar os dados solicitados. Apenas três serviços disponibilizaram as informações existentes. Tabela 7. Casos de violência sexual denunciados, atendidos, acompanhados e desligados pelos segmentos de defesa e responsabilização ( ) Tipo de violência Instituição Denunciados Atendidos Acompanhado Desligados Conselho Tutelar Abuso sexual intrafamiliar Defensoria Pública Policia Civil Total Conselho Tutelar Abuso sexual extrafamiliar Defensoria Pública Policia Civil Total Conselho Tutelar Exploração sexual (prostituição) Defensoria Pública Policia Civil Total Conselho Tutelar Defensoria Pública Pornografia Policia Civil

35 Total Conselho Tutelar Turismo sexual Defensoria Pública Policia Civil Conselho Tutelar Tráfico sexual Defensoria Pública Policia Civil Como é possível verificar na Tabela 7, existem diferentes ocorrências de violência sexual contra a criança e o adolescente, evidenciando a problemática no município de Santana do Livramento. Interessante atentar para o fato de que a maioria dos casos denunciados consegue receber algum tipo de atendimento, no entanto, nem todos são acompanhados. Um maior detalhamento sobre cada uma das vítimas e dos agressores envolvidos nos respectivos casos registrados não foi possível, pois os formulários não continham todas as informações solicitadas no Diagnóstico Rápido Participativo, contudo os dados oferecidos pelas instituições já permitem esclarecer alguns fatores de risco, os quais estão identificados na Tabela 8. Tabela 8. Distribuição quantitativa das vítimas de abuso sexual identificadas pelos serviços de defesa e responsabilização por faixa etária e por sexo Instituição 0-6 anos 7-12 anos anos Feminino Masculino Abuso sexual intrafamiliar Abuso sexual extrafamiliar Exploração sexual (prostituição) Conselho Tutelar (9) Defensoria Pública (8) Policia Civil (13) Conselho Tutelar (9) Conselho Tutelar (4)

36 Pornografia infanto-juvenil Defensoria Pública (1) Ser do sexo feminino é um fator de risco evidente para qualquer tipo de violação sexual, uma vez que em todos os casos em que se havia conhecimento, as vítimas foram meninas (verificar na Tabela 8). Contudo, é necessário referir o envolvimento de meninos nos casos de abuso sexual intrafamiliar e exploração. A faixa etária mais vulnerável para os casos de abuso sexual intrafamiliar pode ser identificada entre sete e 12 anos, enquanto para os casos de abuso sexual extrafamiliar e exploração sexual as maiores vítimas são meninas com idades entre 13 e 17 anos. A Defensoria Pública não soube informar a faixa etária da vítima do caso de pornografia registrado na sua instituição. A condição socioeconômica das famílias das crianças e dos adolescentes vítimas de violência sexual apareceu de forma bastante variada, reforçando que a violência pode ocorrer em qualquer contexto financeiro. Nos casos envolvendo a exploração sexual através da prostituição, registrados apenas no Conselho Tutelar, foi referida a maior freqüência do envolvimento de meninas provenientes de famílias muito pobres ou sem qualquer rendimento, uma vez que o valor recebido é uma das principais motivações para a violação. O pai e o padrasto foram identificados como os principais agressores nos casos de abuso sexual intrafamiliar e os vizinhos nos casos de abuso extrafamiliar. Homens de meia idade foram citados como os principais autores nos casos de prostituição, o avô e o padrasto apareceram como perpetradores da pornografia. Nesses últimos casos, os entrevistados não souberam informar quem são os intermediários/agenciadores. Foram solicitadas informações a respeito da origem das vítimas e das localidades de ocorrência dos casos de violência sexual identificados nas instituições que confirmaram o registro de casos, sendo encontradas as seguintes respostas: 36

37 Tabela 9: Bairro/localidade de origem da vítima e localidade da ocorrência de violência sexual Tipo de violência Instituição Bairro/localidade de origem da vítima Bairro/localidade de ocorrência Abuso sexual Conselho Tutelar Não soube informar 2 casos na zona rural e 7 na zona urbana intrafamiliar Defensoria Pública Simon Bolívar e Santa Rosa Simon Bolívar e Santa Rosa Policia Civil Não soube informar Não soube informar Abuso sexual Conselho Tutelar Não soube informar Zona urbana extrafamiliar Exploração sexual (prostituição) Conselho Tutelar Bairro Industrial e Centro Bairro Industrial e Centro Pornografia Defensoria Pública Santa Rosa Santa Rosa Os dados oferecidos pelo Conselho Tutelar indicam apenas a região do ocorrido, mas não possibilitam a identificação da localidade. Os outros registros permitem refletir que as situações de abuso sexual, intra ou extrafamiliar, estão concentradas nos Bairros Simon Bolívar e Santa Rosa. Já os casos de exploração sexual/prostituição evidenciam que o Bairro Industrial e o Centro da cidade favorecem a exposição de vítimas. Embora o Juizado da Infância, Juventude e Familia não tenham fornecido qualquer notificação de casos de violência sexual, o seu representante informou durante a entrevista que o Parque Internacional é um ponto vulnerável na localidade fronteiriça para a ESCA. Da mesma forma, o representante do Consulado revelou que a fronteira é local de ocorrência de prostituição. É de extrema importância identificar os bairros de ocorrência, pois permite fortalecer a rede de enfrentamento e defesa dessas situações e direcionar as ações de repressão e fiscalização. 37

38 4.1.3 Atendimento e Prevenção O segmento de atendimento e prevenção esteve representado através da participação de trinta instituições. Destas, treze estavam envolvidas diretamente com a educação, sendo que quinze são escolas. Outras duas associações, a Associação de Proteção à Maternidade e à Infância - Creche Santa Elvira e a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), também relataram vínculo com as atividades educativas no município bem como outras políticas importantes. Dentre os serviços que atuam no campo das políticas públicas de proteção especial participou o CAPS, o Centro de Referência da Mulher e o Lar das Meninas. E no campo das políticas de proteção social básica participou o CREAS, um serviço de atendimento especializado às crianças, adolescentes e famílias vítimas de violência. Por fim, cinco unidades básicas de atendimento a saúde completaram os segmentos entrevistados. Ao questionar as atividades realizadas no serviço as escolas afirmaram priorizar o atendimento e o acompanhamento de seus alunos, mas também informaram se dedicar a mobilizações, capacitações e palestras. As unidades de saúde indicaram atuar de forma bastante generalista, buscando efetivar suas ações através do atendimento, mobilização e prevenção, capacitação e palestras. Relacionado às questões de violência sexual estão os serviços: CREAS, o Lar das Meninas (quando atende crianças que tiveram seus direitos sexuais violados) e o Centro de Referência da Mulher. Todos os trinta serviços são responsáveis pelo atendimento do município. Todos os serviços contam com um sistema de registro, arquivo e/ou manipulação das informações. As instituições educacionais mencionaram o registro destas informações em livros de presença, atas de reunião, avaliações de desempenho, enquanto no serviço de saúde as informações são registradas em prontuários. O sistema de registro existente é padronizado, digital/manual e de fácil acesso e serve para o monitoramento e para o planejamento de ações. Raramente são armazenadas informações relacionadas à violência sexual contra crianças e adolescentes, sendo que grande parte das informações foram dadas de maneira informal e não através de dados oficiais existentes nos locais entrevistados. Contudo, o Conselho Tutelar, o Centro de Referência da Mulher, a Polícia Civil, A Brigada Militar, as Escolas e, até mesmo, a 38

39 própria vítima ou familiares foram identificados como possíveis fontes de informação sobre essas questões. Tal fato demonstra que as escolas também são locais de referência para a revelação das violações da infância e juventude, mesmo que não possuam serviço especializado de denúncia. Dentre os trinta serviços entrevistados, quinze afirmaram ter algum conhecimento sobre a ocorrência de violência sexual no município. Embora todos os serviços tenham um sistema de registro, muitos não recorreram às informações sistematizadas para responder ao questionário do Diagnóstico Rápido Participativo. Tal fato propiciou uma gama de dados baseados nos registros e/ou em observações informais. Por esse motivo, alguns dados quantitativos podem estar fragilizados, mas podem ser importantes indicadores. A Tabela 10 apresenta os casos identificados: Tabela 10. Casos de violência sexual denunciados, atendidos, acompanhados e desligados pelos segmentos de atendimento e prevenção ( ) Tipo de violência Instituição Denunciados Atendidos Acompanhado Desligados Centro de Referência da Mulher CREAS Abuso sexual intrafamiliar E.M.E.F. Dr. Abreu Fialho E.E.E.F. Célia Irulegui Silveira Martins E.E.E.F Prefeito Camilo Lar das meninas Posto de Saúde do CAIC Total Abuso sexual extrafamiliar CREAS E.E.E.F. Célia Irulegui Silveira Martins Total

40 Exploração sexual (prostituição) Conferencia São Vicente de Paulo CREAS E.E.E.F. Célia Irulegui Silveira Martins E.E.E.F Prefeito Camilo E.E.E.F. Prof. Pacheco Prates Posto de Saúde do Armour Total Pornografia Turismo sexual Assentamento São Tráfico sexual Leopoldo E.E.E.F. Célia Irulegui Silveira Martins Posto de Saúde do Armour Total As situações denunciadas estiveram relacionadas a uma diversidade de violações sexuais, revelando que a problemática está presente no município e alcançando os serviços de atendimento, em especial as escolas. O reconhecimento das escolas como locais de denúncias evidencia o seu importante papel na rede e a necessidade do trabalho articulado com os espaços de atendimento de saúde mental, física e psicológica. Por outro lado, ao comparar essa tabela com a Tabela 7 (que descreve os dados quantitativos dos casos registrados nos serviços de defesa), é possível encontrar os números diferentes. Isso significa que o fluxo da rede está sendo interrompido em algum momento. Por exemplo, os serviços de defesa identificaram nove casos de abuso sexual extrafamiliar, mas apenas dois chegaram de fato ao atendimento. Por outro lado, os serviços de atendimento receberam cinco notificações de tráfico sexual e nenhuma delas foi 40

41 reconhecida pelos serviços de defesa. Talvez esse seja um ponto que mereça maior atenção para garantir a proteção integral da criança e do adolescente e para um trabalho em rede eficaz. Informações sobre o perfil das vítimas dos casos até então identificados nas instituições entrevistadas foram solicitadas aos respondentes e estão apresentadas na Tabela abaixo. Tabela 11. Distribuição quantitativa das vítimas de violência sexual identificadas pelos serviços de atendimento e prevenção por faixa etária e por sexo Tipo de violência Instituição 0-6 anos 7-12 anos anos Feminino Masculino Centro de Referência da Mulher CREAS Abuso sexual intrafamiliar E.M.E.F. Dr. Abreu Fialho E.E.E.F. Célia Irulegui Silveira Martins E.E.E.F Prefeito Camilo Lar das meninas Posto de Saúde do CAIC Abuso sexual extrafamiliar Exploração sexual (prostituição) CREAS E.E.E.F. Célia Irulegui Silveira Martins Conferencia São Vicente de Paulo CREAS E.E.E.F. Célia Irulegui Silveira Martins E.E.E.F Prefeito Camilo E.E.E.F. Prof. Pacheco Prates Posto de Saúde do

42 Tráfico sexual Armour Assentamento São Leopoldo E.E.E.F. Célia Irulegui Silveira Martins Posto de Saúde do Armour De acordo com os entrevistados, as ocorrências de abuso sexual intrafamiliar têm envolvido com maior freqüência meninas com idades entre sete e 12 anos, embora os meninos também venham sendo alvo dessa violência. Já os casos de abuso extrafamiliar têm como vítimas meninas a partir de sete anos, enquanto as notificações de exploração sexual/prostituição e o tráfico sexual indicam que as meninas com idades entre 13 e 17 anos estão mais vulneráveis. Ainda, de acordo com os entrevistados, a maioria das vítimas pertencia a famílias que recebem até dois salários mínimos, sendo a pobreza identificada como um fator de risco para a violência. Essas violações ocorrem em turnos variados, mas não houve precisão sobre o horário desta. Casos de pornografia e turismo sexual não haviam sido indicados até o momento da entrevista do DRP, por esse motivo, não existem informações referentes a essas. O padrasto, o pai, o tio e o irmão foram mencionados como os perpetradores do abuso sexual intrafamiliar, enquanto os vizinhos e desconhecidos foram identificados como os autores do abuso sexual extrafamiliar. Nos casos de exploração sexual/prostituição os homens de meia idade foram os agressores mais citados, revelando que a figura masculina ainda é predominante nos casos de violência sexual. A mãe foi apontada como aliciadora das próprias filhas para a manutenção da exploração sexual (ESCA), tendo como intermediários as casas noturnas e as casas de prostituição. Por fim, os motoristas estiveram relacionados aos casos de tráfico para fins sexuais devido à facilidade que possuem para circular entre os municípios e entre os países. Além disso, foram solicitadas informações a respeito da origem das vítimas e das localidades de ocorrência dos casos de violência sexual identificados, sendo encontradas as seguintes respostas: 42

43 sexual Tabela 12: Bairro/localidade de origem da vítima e localidade da ocorrência de violência Tipo de violência Instituição Bairro/localidade de origem da vítima Bairro/localidade de ocorrência Abuso sexual intrafamiliar Centro de Referência da Todo o município Todo o município Mulher CREAS Prado, Simon Bolívar, Chapada do Sol, Cerro Simón Bolivar e Parque São José do Armour, Centro e Vila São Paulo E.M.E.F. Dr. Abreu Fialho Vila Santa Rosa Vila Santa Rosa E.E.E.F. Célia Irulegui Silveira Martins Vila Real Vila Real e Bela Vista E.E.E.F Prefeito Camilo Vila Sila Vila Real Lar das meninas Zona rural Município e na zona rural Posto de Saúde do CAIC Parque São José Parque São José Abuso sexual extrafamiliar Exploração sexual (prostituição) CREAS Cerro do Armour e Centro Cerro do Armour e Centro E.E.E.F. Célia Irulegui Silveira Martins Coqueira Vila Real e Simon Bolívar Conferencia São Vicente de Vila Santa Clara Vila Santa Clara Paulo CREAS Centro Centro E.E.E.F. Célia Irulegui Coqueira Parque Internacional Silveira Martins E.E.E.F Prefeito Camilo Vilas do Prado Centro E.E.E.F. Prof. Pacheco Prates Wilson Wilson Posto de Saúde do Armour Bairro floresta Bairro floresta 43

44 Assentamento São Leopoldo Não soube informar Vila Argilez e Prado Tráfico sexual E.E.E.F. Célia Irulegui Simon Bolivar Rosário do sul e Silveira Martins Bagé Posto de Saúde do Armour Bairro Floresta Uruguaiana Como esperado a maioria das ocorrências de abuso intra e extrafamiliar incide nos mesmos bairros de origem das vítimas, especialmente, quando aqueles casos que ocorrem fora da família são perpetrados pelos vizinhos como comunicado pelos serviços. Já os casos relacionados à exploração sexual/prostituição e ao tráfico sexual em geral acontecem em localidades diferentes daquelas de origem das vítimas. A indicação de localidades próximas às rodovias e as fronteiras indicam a vulnerabilidade para o tráfico de pessoas, bem como a exploração sexual devido a grande circulação de pessoas Comunidades Quinze comunidades estiveram representadas no Diagnóstico Rápido Participativo no município de Santana do Livramento através de seus líderes de bairro e de seus agentes comunitários abrangendo os seguintes bairros: Bela Vista, Carolina, Centro, Cerro do Armour, Hamilton Ilha, Herculano, João Souto Duarte, Kennedy, Morada de Fátima, Prado, Registro, Simon Bolívar, Vila Marim, Vila Menezes, Vila Queirolo e Wilsom. O aumento da população foi descrito como um dos principais motivos para a expansão dos bairros no município. As comunidades participantes relataram tempos variados de existência, porém, a maioria concentra-se na faixa de vinte anos de criação, revelando que a proposta de crescimento ainda é bastante visível em Santana do Livramento. A Figura abaixo mostra a distribuição do tempo de existência dessas. 44

45 Figura 1. Tempo de existência da comunidade 7% 29% 43% Até 20 anos Entre 21 e 40 Entre 41 e 60 Mais de 60 anos 21% Questões referentes aos residentes das comunidades foram investigadas a fim de delimitar as características da população local. Na percepção dos entrevistados, a escolaridade preponderante dentre os moradores é o ensino fundamental completo (46,7%) e a renda média das famílias residentes das comunidades situa-se em um salário mínimo (80%). Respostas diversas foram oferecidas quando questionada a principal fonte de renda dos homens que vivem nas comunidades entrevistadas. O trabalho rural foi identificado como a principal atividade laboral dos homens moradores dos bairros João Souto Duarte, Prado, Simon Bolívar, Registro (Vila Marim 2), enquanto nos bairros Morada de Fátima, Hamilton Ilha, Bela Vista, Kennedy e Wilson existe um predomínio de homens envolvidos com trabalhos informais (serviços gerais e bicos) e construção civil. Nos bairros Carolina, Vila Menezes, Herculano e Parque São José concentram-se funcionários públicos, trabalhadores do comércio e autônomos. Já dentre as mulheres, o trabalho informal e o trabalho doméstico foram indicados como atividades geradoras de renda para as moradoras dos bairros Wilson, João Souto Duarte, Prado, Registro, Morada de Fátima, Hamilton Ilha, Kennedy e Bela Vista. Na Vila Menezes e Herculano encontram-se trabalhadoras do comércio. 45

46 Nestas comunidades sobressaiu a precariedade na infraestrutura e nos serviços existentes. Oito comunidades relataram não existir pavimentação asfáltica e aquelas que possuem referiram estar insatisfeitos. Da mesma forma, doze comunidades representando 80% dos entrevistados afirmaram não possuir rede de esgoto e aquelas que possuem também não estão satisfeitas com o serviço oferecido. A coleta de lixo, a água tratada e o transporte urbano foram apontados como serviços que atendem as necessidades dos moradores. A inexistência de espaços de lazer, esporte e cultura foram salientadas por 46,7% dos participantes, revelando a escassez de alternativas aos jovens. A preocupação com a segurança pública foi destacada, principalmente, pelo fato de que os furtos, os roubos e o uso de drogas têm se mostrado problemas frequentes enfrentados em algumas comunidades entrevistadas. A violência doméstica e a vulnerabilidade socioeconômica apareceram como geradores dos problemas relacionados à prostituição de crianças e adolescentes nos bairros entrevistados. Ao investigar os problemas específicos relacionados às diferentes faixas etárias, os problemas de origem respiratória foram os mais citados para as crianças e para os idosos, a hipertensão e o alcoolismo para os adultos e o uso de drogas e a sexualidade para os adolescentes. Para o atendimento desses problemas, as comunidades contam com o serviço de saúde no seu próprio bairro, apenas os moradores do bairro Registro precisam buscar o serviço em bairros próximos, pois ainda não possuem uma unidade básica em seu território. Serviços de assistência social existem e estão disponíveis ao público, porém, estão centralizados no município. Mesmo distantes, a maioria das famílias moradoras das comunidades procura a assistência para receber auxilio financeiro. Outros serviços importantes como o acesso à educação foi indicado como satisfatória pelos entrevistados, visto que existem escolas em diversos bairros do município, apenas os moradores do bairro Kennedy precisam buscar bairros próximos para a inserção escolar das suas crianças e seus adolescentes. Um problema detectado foi à ausência de espaços de esporte e lazer, já apontados anteriormente. Alguns moradores mencionaram não possuir esse espaço em sua comunidade e outros identificaram os campinhos de futebol dos bairros vizinhos como possíveis locais para as atividades esportivas. No que tange a ocorrência de violência sexual 60% dos entrevistados indicaram essa violação como um problema enfrentado por crianças e adolescentes e afirmaram ter 46

47 conhecimento de algum caso no município, sendo que os representantes dos bairros João Souto Duarte, Wilson e Registro reconheceram casos ocorridos em suas comunidades. As principais fontes de informações citadas foram o contato com as próprias vítimas e suas famílias, fontes informais no próprio bairro e a mídia, sendo que nos casos denunciados recorreu-se ao Conselho Tutelar, a Brigada Militar, o Posto de Saúde e a Polícia. Os casos que não foram denunciados foram justificados pelo preconceito e os interesses da família da vítima. Os entrevistados não souberam precisar os dados quantitativos, mas disseram que os casos conhecidos nas comunidades onde moram e atuam estiveram relacionados a diferentes modalidades de violência sexual. A distribuição quantitativa para cada uma das modalidades de violência sexual indicada na comunidade e no município está apresentada na Tabela 13, a seguir. Tabela 13. Distribuição quantitativa das vítimas de violência sexual identificadas pelas comunidades Abuso sexual Abuso sexual Exploração sexual Pornografia Turismo sexual Tráfico sexual intrafamiliar extrafamiliar (prostituição) Bairro Carolina Bairro João 9 casos no 1 caso na Souto Duarte município comunidade e 18 casos no município Bairro Wilson casos na Parque São José comunidade Bairro Prado Bairro Santos Bairro Simon Bolivar Bairro Registro 3 casos na 3 casos na 15 casos na

48 - Vila Marim 2 comunidade comunidade comunidade e 20 casos no município e 20 casos no município Bairros Morada de Fátima e Hamilton Ilha Bairro Kennedy Bairro Wilson 0 1 caso na comunidade Bairro Cerro do casos no Armour município Vila Queirolo, Bairro Prado Bairro Bela Vista Bairro Registro Vila Menezes e Herculano Os casos descritos demonstram o quanto os representantes da comunidade percebem e identificam eventos relacionados a violações sexuais no cotidiano em que estão inseridos. Contudo, como não existe um registro das informações, quando foram questionadas as características das vítimas os respondentes tentaram informar dados aproximados a realidade que observam. Mesmo que não sejam precisos, os números indicados podem ser identificados como importantes indicadores para o mapeamento da violência. 48

49 Tabela 14. Distribuição quantitativa das vítimas de abuso sexual identificadas pelas comunidades por faixa etária e por sexo Tipo de violência Instituição 0-6 anos 7-12 anos anos Feminino Masculino Bairro João Souto SR SR SR SR SR Abuso sexual Duarte intrafamiliar Bairro Registro - Vila Marim 2 Bairro João Souto SR SR SR SR SR Abuso sexual Duarte extrafamiliar Bairro Registro - Vila Marim 2 Bairro Wilson Bairro Wilson Parque São José Bairro Registro - Vila Exploração sexual Marim 2 (prostituição) Bairro Cerro do Armour *SR = Sem resposta Novamente os dados apontam para o maior envolvimento de meninas com idades entre 13 e 17 anos principalmente nas ocorrências de exploração sexual através da prostituição. Já o perfil de risco é ampliado nos casos de abuso sexual, uma vez que meninas e meninas de diferentes faixas etárias tem sido alvo dessa violência. A escassez de recursos econômicos parece ser um fator que fragiliza ainda mais essas crianças e adolescentes, pois, segundo os entrevistados, a maioria das famílias das vítimas não possui qualquer tipo de renda ou recebe no máximo até dois salários mínimos. Os perpetradores mais frequentes do abuso sexual intrafamiliar são o padrasto e o irmão, enquanto no abuso extrafamiliar os vizinhos foram apontados. No bairro João Souto Duarte foi identificado o dono de uma granja como um agressor 49

50 de abuso extrafamiliar. Os homens foram apontados como os principais agressores na ESCA. Tais dados reforçam um perfil delimitado de vítimas e abusadores. Para que as ações de prevenção e enfrentamento sejam mais eficazes, foram levantadas informações sobre a origem das vítimas e a localidade de ocorrência da violência sexual. sexual Tabela 15: Bairro/localidade de origem da vítima e localidade da ocorrência de violência Tipo de violência Instituição Bairro/localidade de origem da vítima Bairro/localidade de ocorrência Bairro João Souto Não soube Não soube Abuso sexual Duarte informar informar intrafamiliar Bairro Registro - Vila Todo bairro de Todo bairro de Marim 2 baixa renda baixa renda Bairro João Souto João Souto Duarte João Souto Duarte Abuso sexual Duarte extrafamiliar Bairro Registro - Vila Todo bairro de Todo bairro de Marim 2 baixa renda baixa renda Bairro Wilson Não soube Parque do Sol informar Bairro Wilson - Parque São José Parque São José e Parque São José Riveira Bairro Registro - Vila Registro Registro e Centro Exploração sexual Marim 2 (prostituição) Bairro Cerro do Brasileiros e Parque Armour uruguaios Internacional Os bairros Registro, João Souto Duarte, o Parque São José, o Parque Internacional e Riveira parecem ser pontos vulneráveis no município de Santana do Livramento revelando a dimensão da problemática na região de fronteira. A proximidade dos países e a fácil circulação 50

51 entre eles podem ser identificadas como fatores de risco para as violações contra crianças e adolescentes Movimentos sociais Os movimentos sociais estiveram representados no município de Santana do Livramento através de treze organizações/instituições que abrangem as seguintes localidades: Tabela 16. Bairros das instituições entrevistadas Instituição Conselho de Assistência Social Coordenadoria dos Movimentos Populares Engenho de Arte Igreja Bíblica Nacional Hora do Poder Jornal A Platéia Movimento pelo Direito das Crianças e Adolescentes Movimento Nacional de meninos e meninas de rua Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PAISM) Pastoral da Criança Programa Primeira Infância Melhor (PIM) Projeto Tchê Bairro em que está localizada a instituição Centro Centro Carolina Centro Centro Vila Progresso Centro Centro Wilson Centro Vila Kennedy 51

52 Secretaria da saúde Sociedade Eclética Caridade Esperança Solar - Criança Feliz (SECES) Centro Centro Percebe-se que os movimentos estão concentrados no Centro do município, apenas quatro dos movimentos sociais - o Engenho de Arte, o Movimento pelo Direito das Crianças e Adolescentes, a Pastoral da Criança e o Projeto Tchê - estão situados nos bairros com o objetivo de facilitar o acesso daqueles que tenham interesse nas atividades desenvolvidas pela instituição. As necessidades de atendimento as crianças, os adolescentes e as famílias em situação de risco favoreceram o surgimento desses movimentos sociais nos últimos anos. O tempo de existência dos movimentos sociais participantes do Diagnóstico Rápido Participativo também foi investigado e está apresentado na figura a seguir. Figura 2. Tempo de existência dos movimentos sociais entrevistados 15% Até 20 anos Mais de 60 anos 85% Como é possível verificar a maioria dos movimentos sociais (85%) tem no máximo vinte anos, evidenciando que novas demandas têm surgido e favorecido ou, até mesmo, exigido a 52

53 criação de espaços destinados a populações vulneráveis. A proximidade com a população do município facilita a percepção e a informação sobre as violações na infância e na juventude. Dentre os treze entrevistados dez representantes de diferentes instituições mencionaram ter algum tipo de conhecimento sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes no município de Santana do Livramento. As fontes de informação variaram desde o noticiário local, o contato com as vítimas, encaminhamentos do Programa Primeira Infância Melhor (PIM) e até os comentários locais. Mesmo tendo revelado conhecer casos relativos à violência sexual nenhuma instituição possuía um registro quantitativo preciso, por esse motivo, as informações indicadas foram baseadas nas impressões e nas observações dos entrevistados, sendo identificadas as seguintes manifestações de violência sexual: Tabela 17. Distribuição quantitativa de casos de violência sexual observados Tipos de violência Instituição Comunidade Município Conselho de Assistência Social 0 2 Abuso sexual intrafamiliar Coordenadoria dos movimentos 1 1 populares Jornal A Platéia 0 10 Movimento Nacional de 10 0 meninos e meninas de rua Projeto Tchê 8 0 Jornal A Platéia 0 4 Abuso sexual extrafamiliar Pastoral da Criança 3 0 Projeto Tchê 4 0 Jornal A Platéia 0 3 Exploração sexual Movimento Nacional de 10 0 (prostituição) meninos e meninas de rua Pastoral da Criança

54 Projeto Tchê 6 3 Pornografia Projeto Tchê 5 0 As informações oferecidas pelos movimentos sociais indicam a existência da problemática da violência sexual no município. Casos de turismo e tráfico para fins sexuais não foram identificados no momento da entrevista do Diagnóstico Rápido Participativo (DRP). Os movimentos que estão inseridos nos bairros revelaram situações ocorridas onde estão inseridos, além de informar eventos no município como um todo. A fim de conhecer o perfil das vítimas observadas foram feitos diferentes questionamentos sobre a faixa etária, o sexo e a condição econômica, bem como sobre o agressor. Sendo os dados pautados em inferências, é possível verificar certo desencontro de números entre os casos reconhecidos e as suas características (Ver Tabela 7 e 8). Diante desse cenário, é preciso considerar que os dados quantitativos oferecidos são indicadores relevantes para a reflexão e atenção dos serviços de defesa, prevenção e atendimento, mas não um retrato fiel da realidade encontrada. Tabela 18. Distribuição quantitativa das vítimas de abuso sexual identificadas pelos movimentos sociais por faixa etária e por sexo Tipos de violência Instituição 0-6 anos 7-12 anos anos Feminino Masculino Abuso sexual intrafamiliar Conselho de Assistência Social Coordenadoria dos movimentos populares Jornal A Platéia Movimento Nacional de meninos e meninas de rua

55 Projeto Tchê SR SR SR SR SR Jornal A Platéia Abuso sexual Pastoral da Criança extrafamiliar Projeto Tchê SR SR Jornal A Platéia Exploração sexual Movimento Nacional de (prostituição) meninos e meninas de rua Pastoral da Criança Projeto Tchê SR SR Pornografia Projeto Tchê *SR= Sem resposta De acordo com as impressões relatadas pelos representantes dos movimentos sociais entrevistados, os casos de exploração sexual/prostituição são mais freqüentes entre meninas com idades acima de sete anos, sendo que a maior concentração de vítimas tem entre 13 e 17 anos. Já nos casos de abuso sexual e pornografia as meninas e os meninos têm sido vitimizados dentro do próprio lar e fora dele, evidenciando que o risco existe para ambos os sexos. As figuras masculinas foram indicadas como os autores da violência com maior freqüência. O pai, o padrasto e o avô apareceram como os agressores sexuais no contexto familiar, os parentes e o pastor da igreja no contexto extrafamiliar e os homens mais velhos e avó como exploradores sexuais relacionados à prostituição. No caso de pornografia indicado ainda não havia qualquer informação sobre o perpetrador. A mãe, a família e, até mesmo, um funcionário do consulado brasileiro foram identificados como os possíveis agenciadores ou intermediários na ESCA. De acordo com os entrevistados, essas violações estão relacionadas diretamente com a difícil situação financeira que as famílias das vítimas enfrentam. A maioria das vítimas é oriunda de uma família sem rendimento que vive em um bairro pobre do município. 55

56 sexual Tabela 19: Bairro/localidade de origem da vítima e localidade da ocorrência de violência Tipos de violência Instituição Bairro/localidade de origem da vítima Bairro/localidade de ocorrência Abuso sexual intrafamiliar Abuso sexual extrafamiliar Exploração sexual (prostituição) Conselho de Vila Progresso Vila Progresso Assistência Social Coordenadoria dos Vila Argilez Vila Argilez movimentos populares Jornal A Platéia Wilson, Prado, Simon Bolívar, Vila Progresso e Vila Santa Rosa Wilson, Prado, Simon Bolívar, Vila Progresso e Vila Santa Rosa Movimento Nacional de meninos e meninas Vila Santa Rosa e Simon Bolívar Vila Santa Rosa e Simon Bolívar de rua Projeto Tchê Vila Emilia, São Paulo, Cerro do Armour, Vila Santa Rosa e Simon Bolívar Vila Emilia, São Paulo, Cerro do Armour, Vila Santa Rosa e Simon Bolívar Jornal A Platéia Não soube informar Centro Pastoral da Criança Wilson Wilson Projeto Tchê Não soube informar Kennedy Jornal A Platéia Não soube informar Parque Internacional Movimento Nacional Prado, Vila Emilia e Vila São Francisco de meninos e meninas Simon Bolívar de rua Pastoral da Criança Wilson Wilson Projeto Tchê Vila Kennedy e Vila Centro e Posto de Argilez (atrás do Combustível da BR 56

57 CIEP) (Av. João Goulart, Kennedy) Pornografia Projeto Tchê Vila Kennedy Vila Kennedy Assim como os representantes das comunidades, os entrevistados dos movimentos sociais apontaram vários bairros vulneráveis no município de Santana do Livramento revelando a dimensão da problemática na região e na fronteira. Indicaram a rodovia como um local de ocorrência da ESCA. Esse local ainda não havia aparecido nos registros dos serviços de defesa ou atendimento, como pode ser verificado na análise das Tabelas 9 e 12, mostrando que essa violação ainda se mantém velada pela comunidade em geral, mesmo que sua vulnerabilidade seja visível. Essa informação destaca a necessidade de trabalhos que estimulem a denúncia, inclusivo dos casos de ESCA, principalmente pelo fato de que existe a indicação de casos de crianças e adolescentes sendo prostituídas nos limites entre os países (Brasil e Uruguai). 4.2 Eixo Mobilização e Articulação Este eixo constitui base fundamentadora da proteção integral dos direitos da criança e do adolescente ao buscar identificar as ações e os resultados bem sucedidos no enfrentamento à violação sexual. Nesse contexto, aqui estão apresentadas as informações relativas à união, a participação e a articulação das entidades entrevistadas no município de Santana do Livramento CMDCA O CMDCA afirmou realizar atividades de mobilização com o governo local, com a sociedade, com as ONG e com a mídia local. Sua mobilização ocorre de diferentes formas. As ações articuladas com o governo almejam à busca de parcerias com os gestores para o desenvolvimento de ações. Já as atividades realizadas em conjunto com a comunidade buscam a divulgação de informações sobre os direitos da criança e do adolescente a fim de fortalecer o combate às violações através de conferências, seminários, palestras nas escolas e nas associações 57

58 de bairro. O trabalho com as ONG tem como objetivo fortalecer a formação dos profissionais que atuam diretamente nessas questões de violência. Para o Conselho a troca de experiências com outras instituições é o principal aspecto positivo, uma vez que fortalece o direcionamento das ações. Contudo, para que a mobilização seja proveitosa alguns obstáculos ainda precisam ser enfrentados. A falta de intersetorialidade entre as secretarias de governo dificulta o desenvolvimento das atividades. O Conselho informou que existe um Plano Municipal de Enfrentamento a Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes no município de Santana do Livramento que foi elaborado em 2006/2007. O processo de construção foi fruto do trabalho articulado da Secretaria de Assistência Social e o CREAS (na época denominado Sentinela), o CMDCA teve uma pequena participação apenas. No momento do Diagnóstico Rápido Participativo, o entrevistado não soube informar quais atividades previstas no plano municipal já haviam sido realizadas e concretizadas. No entanto, percebe que as ações estão sendo realizadas e organizadas no município, reconhecendo que o trabalho conjunto organizado pelo CREAS, o Conselho Tutelar, a Polícia e as ONG no atendimento as demandas de violência sexual tem tido bastante êxito. Como sugestão acrescentou a necessidade de maiores investimentos financeiros na composição das equipes e na infraestrutura do CREAS e do Conselho Tutelar Defesa e Responsabilização Entre as entidades ligadas à defesa e responsabilização, a articulação dos serviços é feita através de encaminhamentos, acompanhamentos, reuniões e soma de informações, correspondentes a rotina dessas instituições. Interessante ressaltar que alguns segmentos de defesa afirmaram articular ações junto aos serviços de atendimento e prevenção, bem como junto às instituições uruguaias devido às peculiaridades da fronteira, como pode ser verificado na Tabela abaixo. 58

59 Tabela 20: Articulação com outras instituições, ações e programas Segmento entrevistado Articulação Bombeiros Prefeitura, Educação, Saúde e Assistência Social Brigada Militar Conselho Tutelar Consulado Defensoria Pública Juizado da Infância, Juventude e Família (3ª vara) Ministério Público Polícia Civil Policia Civil, Policia Federal e Policia Rodoviária Federal Projeto Tchê, Al-anon, CREAS, CAPS, Centro de Referência da Mulher e Programa Amor Exigente Polícia e Justiça Prefeitura Escolas, Conselho Tutelar, Defensoria Pública, Ministério Público e Polícias Poder Judiciário, Conselho Tutelar, Prefeitura, Coordenadoria e Brigada Militar Conselho tutelar e Gabinete de Gestão Integrada (GGI) Todos os segmentos afirmaram a necessidade e os aspectos positivos provenientes do trabalho conjunto em uma região de fronteira, porém, ainda percebem alguns obstáculos nessa ação. As dificuldades estiveram voltadas para os desentendimentos gerados devido à falta de clareza na definição dos papéis exercidos por cada instituição e a pouca participação dos atores uruguaios nas decisões e nas ações tomadas no lado brasileiro da fronteira. A maioria dos entrevistados afirmou a existência de plano municipal de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes (54,5%). A Polícia Civil e a Brigada afirmaram realizar ações identificadas no plano municipal. A Polícia participa da operacionalização das 59

60 ações de combate à prostituição infanto juvenil e a Brigada Militar realiza quatro atividades que visam o envolvimento de jovens: PROERD, PROSEPA (Programa Social Educativo para o Adolescente), o Pelotão Mirim e o Projeto JJC (Jovens Construindo Cidadania). Dentre as quatro (4) instituições que afirmaram não saber da existência de tal plano encontram-se órgãos importantes e necessários para a defesa e a proteção dos direitos - o Conselho Tutelar, a Defensoria Pública, o Juizado e o Ministério Público. Essa constatação evidencia a necessidade de maior divulgação das estratégias de enfrentamento que vem sendo construídas no município, especialmente, de uma maior articulação entre as instituições de atendimento (que foram responsáveis pela construção do plano) e as instituições de defesa Atendimento e Prevenção No âmbito das entidades ligadas ao atendimento e prevenção, a articulação com outras instituições, ações e programas só não acontece para o Posto de Saúde do CAIC. Todas as demais relataram ter algum tipo de articulação com os segmentos de defesa, atendimento, comunidade e até mesmo movimentos sociais, evidenciando o trabalho conjunto para a proteção integral da criança e do adolescente. Os serviços que foram identificados como parceiros por cada entidade entrevistada estão descritos na Tabela 21. Tabela 21: Articulação com outras instituições, ações e programas Segmento entrevistado Articulação Associação de Pais e Conselhos Municipais e Projeto Tchê Amigos dos Excepcionais (APAE) Associação de Proteção à Conselho de Assistência Social e CMDCA Maternindade e à Infância - Creche Santa Elvira Centro de Atendimento Promotoria Psicossocial (CAPS) 60

61 Centro Beneficente Maria Abegair Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) Centro de Referência Especializada e Assistência Social (CREAS) Centro de Referência da Mulher Conferencia São Vicente de Paulo Escola Municipal de Ensino Fundamental Prefeito Camilo Alves Gisler Escola Municipal de Ensino Fundamental Célia Irulegui Escola Municipal de Ensino Fundamental Célia Irulegui Silveira Martins Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Abreu Fialho Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof. Pacheco Prates Escola Municipal de Ensino Médio Dr. Silvio Ribeiro Corações solidários, Santanenses solidários, Conferencia Vicente de Paulo e ASANDEF Secretaria da Saúde, Associação de Bairro, Lideranças Comunitárias, Comunidade Religiosas, CREAS e Conselho Tutelar Policia Civil, Conselho Tutelar e SMAIS Associações de Bairro, Líderes Comunitários, Amor Exigente, Alcoólicos Anônimos, Secretarias do Município e Conselho Tutelar Conselho Tutelar Secretaria de Assistência Social, Secretaria da Educação e Bombeiros Brigada militar(proerd), Bombeiros, SMEC e Conselho Tutelar Escola Estadual Nossa Senhora do Livramento, Cllube Campestre e PROSEPA B Conselho tutelar e Conselho de Assistência Social Conselho Tutelar Conselho Tutelar e Brigada Militar 61

62 Escola Municipal de Educação Infantil Carrossel Escola Municipal de Educação Infantil Gurizada Escola Municipal Assentamento São Leopoldo Escola Municipal Assentamento Recanto Escola Municipal Neivares Albanoz Escola Municipal Dr. Rafael Vieira da Cunha Escola Municipal Pedro Alencastre Escola Nepo Muceno Vieira Brum Escola Olavo Bilac Lar de Meninas Legião da Cruz/Cidade dos Meninos Posto de Saúde do Armour PIM, Bolsa Família, Secretaria da Saúde e UNIPAMPA Escola Flores da Cunha e Escola Pé de Moleque Brigada Militar, PAISM, Delegacia da Mulher e Conselho Tutelar PAISM, Bombeiros e 7º RCMEC Faculdade e BIG Conselho Tutelar Conselho Tutelar e CREAS Movimento de Meninos e Meninas de Rua, Empresa São Jorge, Empresa Omiprata, Sindicato dos Bancários, Clube dos Sargentos, Clube Cruzeiro e Walcha Materiais de Construção SESC e Academia Karen del Monte Conselho Tutelar Escola Moises Viana e Escola Celina Vares Albornaz Outros postos de saúde Posto de Saúde Planalto Bolsa família e SISVAN Posto de Saúde Tabatinga Outros postos de saúde 62

63 Unidade Básica de Saúde do Bairro Prado Centro de Referência da Mulher Ao analisar a Tabela 20 é possível afirmar que existe um trabalho integrado entre os diferentes segmentos. É necessário lembrar que a entrevista realizada tinha como foco a questão da violência sexual, por esse motivo, muitos serviços trataram de evidenciar as articulações existentes entre eles e aqueles projetos/ações destinadas ao combate à violência, oferecendo destaque para o Conselho Tutelar. A articulação ocorre através de denúncia e do encaminhamento dos casos de violência sexual, bem como através de palestras educativas e atividades comunitárias conjuntas. Para os entrevistados, o ponto positivo da articulação volta-se para a complementariedade das atividades, uma vez que o trabalho conjunto da rede possibilita um cuidado maior a infância e a juventude. Entre os pontos negativos destacaram a comunicação precária, os repasses de problemas ao invés de encaminhamentos, a burocracia e a falta de articulação. O trabalho segmentado foi apontado como uma dificuldade para a atuação em rede. Quando questionados sobre o Plano Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, onze instituições disseram não saber da existência, enquanto duas afirmaram não existir e dezessete responderam que existe um plano destinado a esse fim. O CREAS e o Centro de Referencia da Mulher informaram ter participado e contribuído para a elaboração do Plano Municipal. Embora alguns serviços ainda não estejam esclarecidos sobre o plano do município, vinte instituições souberam informar algum trabalho bem sucedido no enfrentamento a violência sexual. O Conselho Tutelar, o CREAS e o Projeto Tchê foram os mais lembrados pelos entrevistados. No entanto, no que diz respeito à articulação, as ações apontadas ainda deixam a desejar, pois muitos indicaram que o trabalho realizado nos locais é interessante e positivo, mas ainda não está articulado com a rede (ex. casos não são repassados, não existe comunicação entre os serviços para tratar dos atendimentos realizados e das possibilidades de ação conjunta). 63

64 Para o aprimoramento das ações de articulação e mobilização no enfrentamento a violência foi apontada como sugestão o fortalecimento e articulação da rede de proteção, atendimento e a comunidade através de reuniões e encontros periódicos Comunidades Dentre as quinze lideranças comunitárias entrevistadas doze mencionaram a existência de ações de organização, mobilização e participação comunitária. As atividades realizadas estiveram voltadas para eventos em datas comemorativas, ações sociais comunitárias, mutirões para a melhoria da infraestrutura do bairro e, até mesmo, reuniões de orientação. Apenas nos bairros Prado e Santos foram citados trabalhos educativos na área da saúde, os quais incluem em seu público alvo crianças, adolescentes e adultos. Essas ações são organizadas e executadas pelos postos de saúde presentes no bairro. Todos foram unânimes ao afirmar que as ações mobilizam toda a comunidade e promovem maior integração entre as pessoas que coabitam o mesmo território. Os bairros Carolina, Morada de Fátima e Hamilton Ilha e Cerro do Armour não articularam nenhuma ação na comunidade, evidenciando dificuldade de organização e até mesmo resistência dos moradores a ações conjuntas. No que tange as ações de enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes 86,7% afirmou ter conhecimento de alguma mobilização. Conferências, palestras e atividades organizadas pelo Conselho Tutelar e pela Brigada Militar foram às ações mais referenciadas. Os entrevistados avaliam as ações de forma positiva, entretanto, apontam a necessidade de direcionamento das ações para os moradores do município. De acordo com as reflexões trazidas, os lideres comunitários, os agentes de saúde e os representantes de bairro tomam conhecimento das atividades, mas na maioria das vezes não participam delas. Para eles, os eventos atingem mais aquelas pessoas que atuam profissionalmente com o tratamento e o combate à violência e acaba por não incluir a comunidade em geral. 64

65 Para um trabalho articulado foi proposta uma proximidade com a comunidade, de forma a levar tais ações para dentro dos bairros para que todos possam participar e estar envolvidos no enfrentamento da violência Movimentos sociais Todos os treze movimentos sociais entrevistados disseram realizar ações de organização, mobilização e participação comunitária. Enquetes sobre o conhecimento dos serviços públicos, reuniões nos bairros, confraternizações e festividades, campanhas preventivas, caminhadas e passeatas foram as principais atividades lembradas pelos serviços. O Projeto Tchê destacou a organização de seminários sobre a violência e a exploração sexual articulado com a comunidade, com os gestores públicos e os serviços de atenção e atendimento. Todos referiram que as ações buscaram a melhoria de condições de vida dos moradores do município e trouxeram resultados positivos sanando problemas locais e favorecendo o desenvolvimento econômico e social. Embora percebam os ganhos alcançados com tais atividades, revelaram que ainda existem alguns obstáculos, mas desejam superá-los e encaminhar e organizar novas ações. No que se refere ao conhecimento de ações desenvolvidas no município para o enfrentamento da violência sexual, dez representantes (76,9%) mencionaram ter conhecimento sobre as atividades, enquanto dois (15,4%) disseram não conhecer e um (7,7%) não soube informar. O trabalho do Projeto Tchê, do Centro de Referencia da Mulher, do Conselho Tutelar, e do CREAS e do Programa Primeira Infância Melhor (PIM) foram reconhecidos através das palestras nas escolas, o atendimento das vítimas e as intervenções na comunidade. Tais ações foram avaliadas como boas pelos entrevistados, sendo ressaltado constantemente que todas podem ainda melhorar. As sugestões para aprimorar o enfrentamento à violência sexual de forma articulada estiveram voltadas para a união entre os diferentes projetos existentes (atendimento, defesa e prevenção). 65

66 4.3 Eixo Atendimento e Prevenção Esse eixo tem como objetivo garantir o atendimento especializado às crianças, aos adolescentes e as famílias em situação de violência sexual, bem como assegurar ações preventivas. Nesse sentido, informações sobre o caminho da denúncia e as possibilidades de atendimento no município do Santana do Livramento foram identificadas. Além disso, foram avaliadas ações bem sucedidas no âmbito da prevenção e identificadas às sugestões para o aprimoramento do combate à problemática CMDCA As linhas/ políticas de financiamento de ações municipais do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente partem do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente. Dezoito entidades estão cadastradas no CMDCA e estão descritas a seguir: Tabela 22: Características das entidades cadastradas no CMDCA Instituição Políticas Natureza das Atividades Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) Associação Cristã de Deficientes Fraternos Associação de Proteção a Maternidade e a Infância - Creche Santa Elvira Associação Santanense De Deficiente Físico (ASSANDEF) Conferência São Vicente de Paulo Políticas de Proteção Social Especial Políticas de Proteção Social Básicas Políticas de Proteção Social Especial Políticas de Proteção Social Básicas Políticas de Proteção Social Básicas Atendimento/acompanhamento Atendimento/acompanhamento Atendimento/acompanhamento Atendimento/acompanhamento Atendimento/acompanhamento 66

67 Sindicato do Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (CPERGS) Creche do Menor Carente Pai Sete Central Única dos Trabalhadores do Estado do Rio Grande do Sul (CUT/RS) Lar de Meninas de Sant'ana do Livramento Legião da Cruz de Livramento - Cidade de Meninos - Centro Cultural Anglicano Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua - Comissão de Livramento Movimento pelos Direitos da Criança e do Adolescente Pastoral da Criança Projeto Tchê Programa Social Educativo de Profissionalização de Adolescentes (PROSEPA) - Brigada Militar Serviço Social da Indústria (SESI) Políticas de Proteção Social Básicas Políticas de Proteção Social Básicas Políticas de Proteção Social Básicas Políticas de Proteção Social Especial Políticas de Proteção Social Básicas Políticas de Proteção Social Básicas Políticas de Proteção Social Básicas Políticas de Proteção Social Básicas Políticas de Proteção Social Básicas Políticas de Proteção Social Básicas Políticas de Proteção Social Básicas Capacitação/formação/palestras Atendimento/acompanhamento Mobilização/prevenção Atendimento/acompanhamento Atendimento/acompanhamento Atendimento/acompanhamento Atendimento/acompanhamento Atendimento/acompanhamento Atendimento/acompanhamento Atendimento/acompanhamento Capacitação/formação/palestras 67

68 Sociedade Internacional de Auxílio aos Necessitados (SIAN) SITRAEM Radio e TV Políticas de Proteção Social Básicas Políticas de Proteção Social Básicas Mobilização/prevenção Mobilização/prevenção Como é possível perceber parte das entidades destina-se ao atendimento e ao acompanhamento, no entanto, uma série de instituições que atuam diretamente na área da infância e juventude ainda não está devidamente registrada no Conselho, nem aquelas que atuam nas questões direcionadas a violência sexual. Para que seja disponibilizado o atendimento efetivo as instituições precisam estar articuladas e voltadas para o tratamento integral da vítima com vistas a disponibilizar não só ações curativas, mas também ações preventivas as novas revitimizações Defesa e responsabilização Nas esferas dos onze segmentos de defesa e responsabilização entrevistados, apenas o Consulado, a Polícia Federal e a Receita não recebem qualquer tipo de denúncia ou encaminhamento sobre violência sexual. Os demais serviços recebem denúncias espontâneas e/ou encaminhamentos de outros serviços de defesa, especialmente, do Conselho Tutelar que é responsável pelo atendimento de toda a população do município do Santana do Livramento. O Disque 100 foi lembrado pelo Conselho Tutelar como um órgão importante de encaminhamento. No que diz respeito à articulação com outras instituições/órgãos/programas para o atendimento da demanda o Conselho Tutelar apareceu como principal serviço procurado quando existe uma denúncia de violência contra criança e adolescente e o CT descreveu o encaminhamento dos casos para o CREAS. Nesse cenário, é possível identificar a existência de um fluxo entre o caminho da denúncia até o atendimento, necessário para o andamento do trabalho, contudo para ser efetiva, a reciprocidade dos serviços precisa existir. Um caso 68

69 encaminhado é apenas um passo a ser tomado diante de toda a complexidade que envolve a violência sexual. Todas as instituições descreveram que o trabalho em rede possibilita um melhor atendimento e um trabalho preventivo mais bem sucedido. Para os entrevistados, a troca de informações e o acompanhamento sobre a denúncia, o encaminhamento e o atendimento possibilitaria uma ação mais efetivo. No âmbito do atendimento a violência sexual o CREAS foi apontado como bem sucedido e no âmbito da prevenção as ações do Centro de Referencia da Mulher, os projetos da Brigada Militar (PROERD, PROSEPA, JCC) e o Amor Exigente foram citados. As dificuldades existentes dizem respeito à falta de infraestrutura dos locais de atendimento e a ausência de projetos direcionados a vítima de ESCA. Como sugestão para aprimoramento da rede de atendimento e prevenção foi indicada a necessidade de investimento público nos órgãos de atendimento, contemplando a melhoria na infraestrutura dos locais, a ampliação e a capacitação dos profissionais que lá atuam e a integração das políticas. Outra sugestão esteve direcionada ao tratamento e ao atendimento psicológico do agressor. No que diz respeito à prevenção, ações educativas sobre o tema e campanhas direcionadas a sociedade civil para estimular a denúncia também foram referidas Atendimento e prevenção A principal missão institucional foi descrita por cada uma das trinta instituições entrevistadas no segmento de atendimento e prevenção. Os resultados encontrados estão apresentados na Tabela 23. entrevistado Tabela 23. Tipo e missão institucional do segmento de atendimento e prevenção Segmento entrevistado Tipo Missão institucional Campo de Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) NG** Prestar atendimento especializado na área de educação, saúde e assistência social aos portadores de necessidade especiais e suas Atuação Políticas de Proteção Social Especial 69

70 Associação de Proteção à Maternidade e à Infância - Creche Santa Elvira Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) Centro Beneficente Maria Abegair Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) Centro de Referência Especializada e Assistência Social (CREAS) Centro de Referência da Mulher Conferencia São Vicente de Paulo Escola Municipal de Ensino Fundamental Prefeito Camilo Alves Gisler NG** GOV* NG** GOV* GOV* GOV* famílias Ajudar as mães de Santana do Livramento e da cidade gêmea (Rivera) a conseguir um trabalho fora e deixar os filhos num lugar seguro, agradável e educativo Atendimento de pessoas com transtornos mentais, sofrimento psíquico e dependência química. O atendimento é realizado por uma equipe multidisciplinar Desenvolver a consciência das pessoas para que se tornem cidadãos capazes e responsáveis dentro do seu meio socioeconômico Destinada a prestação de serviços e programas sociais e assistenciais de proteção básica as famílias e indivíduos em seu território de abrangência Desenvolver a política publica de proteção social básica as vitimas de violência Dar o apoio as mulheres vítimas de violência e combater a violência intrafamiliar NR*** Desenvolver crianças e jovens preparando-os GOV* para um futuro responsável objetivando incluilas nos mais diversos segmentos sociais Formar o cidadão com ao menos um mínimo de consciência social Políticas Públicas Básicas Políticas de Proteção Social Especial Políticas de Proteção Social Básica Políticas Públicas Básicas Políticas de Proteção Social Básica Políticas de Proteção Social Especial Políticas de Proteção Social Básica Políticas Públicas Básicas 70

71 Escola Municipal de Ensino Fundamental Célia Irulegui Escola Municipal de Ensino Fundamental Célia Irulegui Silveira Martins Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Abreu Fialho Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof. Pacheco Prates Escola Municipal de Ensino Médio Dr. Silvio Ribeiro Escola Municipal de Educação Infantil Carrossel Escola Municipal de Educação Infantil Gurizada Escola Municipal Assentamento São Leopoldo GOV* Assegurar uma educação de qualidade baseada na ética e no respeito, através de atividades inovadoras, solidárias e de cooperação GOV* Desenvolver o conhecimento crítico, a transformação da realidade e preparar o exercício consciente da cidadania GOV* Fornecer ensino inovador de qualidade GOV* GOV* garantindo o acesso e a permanência dos alunos na escola formando cidadãos críticos capazes de agira na busca de uma sociedade mais justa e mais humana Assegurar uma educação de qualidade baseada na ética e no respeito através de atitudes inovadoras, solidárias e de cooperação, visando a excelência na comunidade escolar Formar cidadãos conscientes de seu papel transformador da sociedade Políticas Públicas Básicas Políticas Públicas Básicas Políticas Públicas Básicas Políticas Públicas Básicas Políticas Públicas Básicas GOV* NR Políticas Públicas Básicas GOV* GOV* Trabalhar com a comunidade e atender a realidade desta, desenvolvendo as potencialidades das crianças, levando em conta a individualidade destas, nas áreas afetivas e psicomotora, buscando a descoberta Assegurar um ensino de qualidade, garantindo a participação ativa da comunidade escolar, contribuindo para a formação integral dos Políticas Públicas Básicas Políticas Públicas Básicas 71

72 Escola Municipal Assentamento Recanto Escola Municipal Neivares Albanoz Escola Municipal Dr. Rafael Vieira da Cunha GOV* GOV* alunos preparando-os para o exercício da vida profissional e para os desafios do mundo moderno Interagir com a comunidade fazendo com que os alunos possam participar na sociedade de forma ética e cidadã Além do cuidado, pretendemos desenvolver alguns conceitos: respeito, autonomia, integridade física e valores Políticas Públicas Básicas Políticas Públicas Básicas GOV* Projetar aprender fazendo Políticas Públicas Básicas Escola Municipal Pedro GOV* Oferecer ao educando possibilidades de Alencastre intervenção, formando aspectos formadores de respeito, valorização pessoal, qualificação para o trabalho e preparando para qualidade de vida Escola Nepo Muceno GOV* Promover uma educação igualitária, Vieira Brum assegurando os direitos das crianças e adolescentes Escola Olavo Bilac GOV* Orientar os alunos, comprometer todos os segmentos da comunidade escolar para proporcionar uma educação de qualidade Lar de Meninas NG** Abrigar crianças e adolescentes na faixa etária de 0 a 12 anos incompletos, do sexo feminino, atendendo as suas necessidades básicas, tais como alimentação, vestuários, habitação, educação, saúde e lazer Legião da Cruz/Cidade dos NG** Transformar a realidade de vida das crianças e Meninos dos adolescentes em situação de risco e Políticas Públicas Básicas Políticas Públicas Básicas Políticas Públicas Básicas Políticas de Proteção Social Especial Políticas de Proteção Social 72

73 vulnerabilidade social, melhorando assim a qualidade de vida das famílias e da comunidade sem distinção de raça, credo religioso, sexo e opção política Posto de Saúde do Armour GOV* Atendimento de saúde humanizado e acolhedor a comunidade Básica Políticas Públicas Básicas Posto de Saúde do CAIC GOV* Matar vários dragões por dia Políticas Públicas Básicas Posto de Saúde Planalto GOV* Lutar pelo bem estar do cliente Políticas Públicas Básicas Posto de Saúde Tabatinga GOV* Atendimento de saúde humanizado e acolhedor a comunidade Políticas Públicas Básicas Unidade Básica de Saúde do Bairro Prado GOV* Dar assistência ao usuário do SUS Políticas Públicas Básicas *GOV = Governamental **NG = Não Governamental ***NR = Nenhuma resposta Como esperado as escolas tem como principal missão a educação, assim como as unidades de saúde estão voltadas para a prevenção, o tratamento e a recuperação das enfermidades. O único serviço que tem como missão o combate à violência sexual de crianças e adolescentes é o CREAS. Projetos pedagógicos e ambientais, passeios, festividades em datas comemorativas, gincanas/jogos, oficinas (informática, inglês, teatro, dança, artesanato), palestras sobre drogas e sexualidades para os alunos, seminários com os pais foram as principais atividades desenvolvidas pelas escolas no ano de A escola Assentamento Recanto realizou uma 73

74 atividade educativa, onde um dos temas tratados envolveu a sexualidade. As unidades de saúde relataram algumas atividades relacionadas a campanhas de vacinação e a saúde da mulher. O CAPS ofereceu oficina de dança, arte, futebol e jardinagem e o Centro de Referencia da Mulher possibilitou cursos profissionalizantes e palestras sobre saúde e trabalho para as usuárias do serviço. O Centro Beneficente esteve envolvido na distribuição de cestas básicas e outras atividades assistenciais, bem como palestras educativas e orientações aos pais. O CREAS realizou um seminário binacional contra a violência junto ao Uruguai, buscando fortalecer laços com o país vizinho na proteção das crianças e adolescentes. Ainda afirmou ter estado envolvida em ações preventivas junto às escolas. Todos os serviços estavam planejando dar continuidade a essas atividades no ano de 2010 e somar novos planejamentos. As trinta instituições entrevistadas disseram receber algum tipo de financiamento, governamental ou municipal, para a realização das suas atividades. Algumas instituições não governamentais recebem doações e realizam eventos para arrecadação de verbas. A fim de conhecer a demanda existente na instituição pesquisada, foi solicitada a indicação das áreas territoriais de atendimento do serviço, as quais estão descritas na Tabela 24. Tabela 24. Áreas atendidas pelos serviços de atendimento e prevenção entrevistados Segmento entrevistado Áreas atendidas Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais Todo o município (APAE) Associação de Proteção à Maternidade e à Infância - Todo o município e uruguaios Creche Santa Elvira Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS) Todo o município Centro Beneficente Maria Abegair Centro de Referência e Assistência Social (CRAS) Bairros Cerro do Armour e Wilson e a Vila Tabatinga e a Vila Mangueira Colorada Morada da Colônia, Cerro do Armour, São Paulo, Parque do Sol, 74

75 Centro de Referência Especializada e Assistência Social (CREAS) Centro de Referência da Mulher Conferencia São Vicente de Paulo Cohab do Armour, Bela Vista, Bairro Industrial e Floresta Todo o município Todo o município Bairros Santa Clara, Fluminense, Tabatinga, Wilson, Cerro do Armour, Prado, Santa Rosa, Simon Bolivar, Parque São José e Vila Real Escola Municipal de Ensino Fundamental Prefeito Camilo Alves Gisler Escola Municipal de Ensino Fundamental Célia Irulegui Escola Municipal de Ensino Fundamental Célia Irulegui Silveira Martins Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Abreu Fialho Prado (Vila Soares, Vila Emília, Santa Isabel, Queirolo, Vila Real, Nova Livramento) Todo o município Bairro São Paulo, Bela Vista e Coqueira Bairros Vila Santa Rosa, Safira, Cruzeiro, Elfia, João Duarte (5 vilas) e Santa Carolina Escola Municipal de Ensino Fundamental Prof. Pacheco Prates Bairros Wilson, Carajá, Parque São José, Vila Nossa Sra. da Conceição, Vila Cristal, Vila Miséria, Tabatinga e Vila Progresso Escola Municipal de Ensino Médio Dr. Silvio Ribeiro Escola Municipal de Educação Infantil Carrossel Bairros Simon Nolivar, Carolina, Parque São José, Vila São Franscisco, Wilson, dentre outros Bairros Carolina, Wilson, Simon 75

76 Escola Municipal de Educação Infantil Gurizada Escola Municipal Assentamento São Leopoldo Escola Municipal Assentamento Recanto Escola Municipal Neivares Albanoz Escola Municipal Dr. Rafael Vieira da Cunha Escola Municipal Pedro Alencastre Escola Nepo Muceno Vieira Brum Escola Olavo Bilac Lar de Meninas Legião da Cruz/Cidade dos Meninos Posto de Saúde do Armour Posto de Saúde do CAIC Bolívar, Parque São Jose, Vila Kennedy, Vila São Francisco, Bairro Armur e Centro Bairros Planalto e São Francisco e Vila real Bairros São Leopoldo, Fidel Castro, Sepe Tiaraju III, 31 de março, Leonel Brizola e Madureira Assentamentos Banco da Terra, Apolo, Posto Novo, Recanto e Conquista da Liberdade Vila Emilia, Vila Soares, Santa Isabel, Nova Livramento e Prado Ibiqui da Armada, Ibiqui da Faxina, Rincão dos Moura, Madureira e Previdel Vila Real, Chácara da Prefeitura e Rincão da Bolsa Simón Bolivar, Vila Progresso, Wilson e Zona Rural (Rincão) Vila Nova Livramento, Vila Real, Vila Lieta e Vila Santa Isabel Todo o município Todo o município Bairro Industrial, São Paulo e Armour Bairros Wilson, Parque São José e Tabatinga 76

77 Posto de Saúde Planalto Posto de Saúde Tabatinga Unidade Básica de Saúde do Bairro Prado Bairros Planalto, Prado, Wilson, Armour e Centro Todo o município Santa Rosa, Marim 1, Marim 2, Vila Julieta, Prado, Santo Duarte, Vila Elfio, Vila Cruzeiro e Safira Interessante verificar que alguns serviços atendem além do município de Santana do Livramento a cidade gêmea de Rivera, revelando um trabalho conjunto binacional nas demandas existentes na fronteira. No âmbito da violência sexual, os dados oferecidos pelos entrevistados revelam que vários serviços recebem denúncias espontâneas. Embora as escolas não sejam reconhecidas como locais de notificação confirmaram recebê-las espontaneamente através dos próprios alunos e familiares da vítima. Contudo, não houve qualquer menção a denúncias feitas pelos professores, fato que revela a necessidade de um trabalho direcionado a esses profissionais para que sejam atuantes na prevenção e no rompimento das violações. O Centro de Referência da Mulher, a Conferência São Vicente de Paulo e a Legião da Cruz também costumam trocar informações com o Conselho Tutelar. O Lar das Meninas recebe o encaminhamento de crianças e adolescentes de municípios vizinhos (Quarai e Uruguaiana) e dos moradores da zona rural e do Bairro Prado. Já o CREAS, que possui uma atuação mais evidente no acolhimento das denúncias, recebe os encaminhamentos do Conselho Tutelar, da Policia Civil e das escolas. Tais dados demonstram que os eventos de violência sexual são visíveis para diferentes atores da rede e da sociedade civil e os locais de atendimento tem sido avaliados como potenciais locais de combate e prevenção dessa violação. Por esse motivo, os serviços de atendimento entrevistados informaram a necessidade de uma atuação articulada com outros segmentos de atendimento, defesa e proteção com objetivo de preservar e garantir os direitos estabelecidos no Estatuto da Criança e do Adolescente. O trabalho preventivo realizado nas escolas e nos projetos, assim como o atendimento promovido pelo CREAS e pelo Conselho Tutelar foram identificados como trabalhos exitosos diante da violência sexual. As ações pontuais nas escolas e nas comunidades para a 77

78 conscientização do problema foram indicadas como estratégias preventivas e a união dos serviços em prol da melhor qualidade de vida das crianças e adolescentes foram apontadas como sugestões para o aprimoramento das atividades já existentes Comunidades As lideranças comunitárias salientaram que os bairros contam com serviços de saúde e educação no seu próprio bairro, fato que possibilita um melhor atendimento aos problemas existentes. Entretanto, acreditam que novos investimentos ainda são necessários, especialmente, na infraestrutura dos bairros, a fim de viabilizar mais espaços de lazer, cultura e esporte para as crianças e os adolescentes. Entendem que esses locais poderiam fortalecer o trabalho de prevenção às situações de violência contra a infância e juventude. No que tange à temática da violência contra crianças e adolescentes, as comunidades informaram que o Conselho Tutelar e Centro de Referencia da Mulher são os principais serviços de atendimento para as vítimas de violência. Na prevenção citaram os projetos da Brigada Militar, o trabalho da Assistência Social e das ONG. Os representantes mencionaram possuir conhecimento quanto algumas ações municipais, porém, ressaltaram que as mesmas não costumam chegar às localidades. Por esse motivo, enfatizaram a necessidade de discussão e divulgação deste tema junto a escolas e moradores da comunidade para a prevenção do problema. Para o atendimento, destacaram a necessidade de centros de passagem para as vítimas e seus familiares. Nenhum entrevistado citou o trabalho realizado pelo CREAS, evidenciando desconhecimento do serviço e da rede local. Uma maior circulação de informações a respeito dos serviços que compõem a rede de proteção e atendimento seria interessante para a comunidade Movimentos sociais No âmbito dos movimentos sociais, dez instituições dentre as treze entrevistadas disseram conhecer alguma ação municipal que diz respeito ao atendimento e a prevenção. Foram citados: CREAS, Projeto Tchê, Programa Primeira Infância Melhor (PIM), Centro de Referência da Mulher, Conselho Tutelar e Programa Prevenção a Violência (PPV). Os representantes informaram que os serviços de atendimento existentes podem ser considerados regulares em sua 78

79 maioria, pois atuam apenas no problema e não na causa dele. Sugerem que as ações sejam preventivas através de trabalhos descentralizados, ou seja, a melhor estratégia é trabalhar diretamente nas comunidades com as famílias. 4.4 Eixo Defesa e Responsabilização Esse eixo tem como objetivo implementar e dinamizar as ações dos órgãos que constituem o Sistema de Garantia de Direitos, bem como assegurar ações preventivas, protetivas e de defesa jurídica para crianças e adolescentes vítimas da violência e da exploração sexual. Nesse sentido, informações sobre as atividades desenvolvidas pelos serviços no combate à impunidade e a disponibilização de serviços de notificação no município de Santana do Livramento foram identificadas. Além disso, foram avaliadas ações bem sucedidas no âmbito da defesa e da responsabilização para o aprimoramento do enfrentamento a violação de direitos fundamentais CMDCA A análise dos dados permite concluir que o CMDCA realiza atividades vinculadas aos segmentos de defesa e responsabilização diretamente. O representante do Conselho referiu que as atividades de prevenção e as atividades de mobilização no município contam com o apoio e o suporte do Conselho Tutelar. No âmbito da defesa e da responsabilização o trabalho conjunto do Conselho Tutelar e da Policia foi reconhecido como potencial para o combate da violência sexual. Porém, verifica que investimentos financeiros são necessários para aprimorar a eficácia da ação, uma vez que faltam equipamentos básicos como viaturas Defesa e Responsabilização Os casos de violência sexual contra crianças e adolescentes chegam aos serviços de defesa e responsabilização de diferentes formas. Denúncias são mais comuns e corriqueiras para os Bombeiros, o Conselho Tutelar, a Defensoria, a Polícia Civil e a Polícia Rodoviária. O Disque 79

80 100 foi citado apenas pelo Conselho Tutelar como uma via de acesso às denúncias realizadas. Os encaminhamentos são mais comuns para a Brigada Militar, o Ministério Público e o Juizado. Todos os entrevistados informaram estar articulados com algum outro serviço de defesa, mas não souberam exemplificar ações conjuntas na defesa de crianças e adolescentes vítimas de violência e exploração sexual. Para exemplificar a atuação, os representantes relataram atividades individuais. As ações descritas tratavam diretamente da repressão ao uso de álcool e drogas, ao tráfico de drogas, mercadorias e armas e diligencias de rotina. Como é possível verificar, as drogas ainda são o cerne de debates e ações dos principais órgãos de defesa do município de Santana do Livramento. Entretanto, alguns serviços envolveram-se no combate e na repressão da violência sexual em Santana do Livramento. O Conselho Tutelar salientou que além das suas atividades de rotina no combate a violência sexual, planeja uma ação para o ano de 2010 que envolverá a divulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A Polícia Federal contou que atuam na fiscalização de boates, postos de gasolina e no porto seco. A vigilância pode ajudar tanto na punição dos criminosos, bem como evitar situações de ESCA, principalmente, prostituição e tráfico para fins sexuais. Alguns obstáculos têm sido identificados no trabalho articulado, sendo que a dificuldade mais freqüente apontada pelos entrevistados refere-se exatamente a falta da rede. Para que as ações da defesa tenham efeito, as entidades entrevistadas sugeriram atividades que pudessem: 1) promover a conscientização da população para o tema e para a denúncia, 2) facilitar o acesso aos dados quantitativos dos casos existentes, 3) organizar a fiscalização das boates e dos locais identificados como vulneráveis para essas violações, 4) possibilitar a ação conjunta entre órgãos locais e entre Brasil e Uruguai devido às particularidades da fronteira Atendimento e Prevenção Os serviços de atendimento e prevenção ao avaliar as ações existentes para o enfrentamento e combate a violência sexual contra crianças e adolescentes referiram com freqüência o trabalho do Conselho Tutelar. Os representantes desse segmento entendem que a proximidade que os conselheiros possuem com a comunidade e com as escolas pode favorecer a denúncia e a revelação dos casos de vitimização. 80

81 4.4.4 Comunidades Como já referido nesse documento, os moradores das diferentes comunidades do município de Santana do Livramento relataram ter conhecimento sobre eventos de violência através das próprias vítimas, dos comentários na comunidade ou ainda na mídia. Foi investigado a que serviço de defesa ou a quem as pessoas da comunidade recorrem quando tomam conhecimento de uma situação de violência sexual envolvendo crianças e adolescentes. O Conselho Tutelar, a Polícia Civil e a Brigada Militar foram identificados como os principais locais para a notificação. Os entrevistados revelaram que as denúncias não ocorrem com tanta freqüência quanto às violações e que fatores como preconceito, medo e descrença na justiça são os principais impedimentos para o rompimento do silêncio Movimentos sociais Os representantes dos movimentos sociais relataram conhecer algumas ações realizadas pelos serviços de defesa e responsabilização. A Igreja Bíblica Nacional Hora do Poder informou que sabia da existência de uma comissão formada pela Secretaria de Cidadania e pela Câmara de Vereadores responsável pela discussão das leis que tratam da exploração sexual de crianças e adolescentes. O Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua citou o trabalho da promotoria e do juizado na responsabilização penal dos agressores. O Conselho Tutelar foi lembrado quando os representantes dos movimentos sociais relataram ter algum conhecimento sobre eventos de violência através das próprias vítimas, dos comentários dentro da ONG ou ainda na imprensa local. Isso significa que quando tomam conhecimento dessas violações buscam os conselheiros com freqüência para as notificações. Sugerem que os serviços de defesa possam ampliar a fiscalização nas localidades mais vulneráveis e possibilitar a responsabilização penal dos agressores. 81

82 5. Mapas de geoprocessamento das demandas e georreferenciamento dos serviços A última análise apresenta o geoprocessamento dos casos e o georreferenciamento dos serviços. Esse mapeamento visa à identificação dos bairros mais vulneráveis para a ocorrência de situações de violência e a exploração sexual de crianças e adolescentes indicados pelos segmentos entrevistados: CMDCA, defesa e responsabilização, atendimento e prevenção, comunidades e movimentos sociais. Já o georreferenciamento dos serviços busca mapear a localização dos serviços existentes no município para o enfrentamento, o atendimento e o combate das violações da infância e adolescência. Tal análise propicia um retrato da atual situação enfrentada em Santana do Livramento e contribui para a construção de estratégias mais efetivas no combate e na erradicação da problemática. 5.1 Geoprocessamento das demandas Para o geoprocessamento das demandas foram levadas em consideração as informações disponibilizadas por todos os 70 entrevistados no DRP. As Figuras abaixo apresentam os mapas do município com as respectivas indicações das ocorrências de abuso sexual intrafamiliar, extrafamiliar, exploração sexual/prostituição, pornografia, turismo e tráfico sexual informadas pelos segmentos participantes. Defesa e responsabilização Atendimento e prevenção Comunidades Movimentos sociais Abuso sexual intrafamiliar Abuso sexual extrafamiliar Exploração sexual/prostituição Pornografia 82

83 Figura 3. Geoprocessamentodas demandas nas proximidades dos bairros Centro e Prado Figura 4. Geoprocessamentodas demandas nas proximidades dos bairros Cerro do Depósito e Batuva 83

84 Figura 5. Geoprocessamentodas demandas nas proximidades do Parque Internacional 5.2 Georreferenciamento dos serviços O georreferenciamento dos serviços evidencia a concentração de instituições no Centro de Santana do Livramento. Segue a distribuição dos serviços de acordo sua localização nos bairros e o respectivo mapa, para melhor visualização. Escolas CMDCA Conselho tutelar CRAS/CREAS/Sentinela Secretarias ONG s Centro de saúde Polícia Civil, Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Federal Acolhimento institucional Ministério Público/Judiciário 84

85 Figura 6. Georreferenciamento dos serviços de prevenção Figura 7. Georeferrenciamento dos serviços de atendimento 85

86 Figura 8. Georreferenciamento dos serviços de defesa 86

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