CONSELHO FEDRAL DE MEDICINA. Nota Técnica de Expediente nº 50/2007, do SEJUR.
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- João Pedro Aires Viveiros
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1 CONSELHO FEDRAL DE MEDICINA Expediente CFM nº 8204/2007. EMENTA: DESOBRIGAÇÃO DE PAGAMENTOS DAS ANUIDADES DEVIDAS AOS CONSELHOS REGIONAIS DE MEDICINA EM VIRTUDE DE DOENÇAS GRAVES. Nota Técnica de Expediente nº 50/2007, do SEJUR. Aprovada em Reunião de Diretoria do dia 25/10/2007. O Conselho Regional de Medicina formulou questionamento quanto à possibilidade de ser concedida isenção de anuidades devidas pelos médicos portadores de moléstias graves, considerando a isenção como o não pagamento das anuidades. As anuidades pagas aos Conselhos estão previstas na Lei 3.268/57. Assim, considerando que a Lei n /04 outorgou aos Conselhos a competência para a definição dos valores devidos anualmente, é possível que o Conselho Federal de Medicina, mediante resolução, regulamente formas de isenção de pagamentos das anuidades. Utilizando por analogia e fundamentação as leis sobre o benefício que assim regulamentam a matéria: A) Lei nº /90, dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço: Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas seguintes situações: XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for acometido de neoplasia maligna. (acrescido pela Lei nº , de ). 1
2 18. É indispensável o comparecimento pessoal do titular da conta vinculada para o pagamento da retirada nas hipóteses previstas nos incisos I, II, III, VIII, IX e X deste artigo, salvo em caso de grave moléstia comprovada por perícia médica, quando será paga a procurador especialmente constituído para esse fim." (NR) (Redação da MP n , ). B) Lei nº /88, altera a legislação do imposto de renda: Art. 6º. Ficam isentos do imposto de renda os seguintes rendimentos percebidos por pessoas físicas: XIV - os proventos de aposentadoria ou reforma, desde que motivadas por acidente sem serviços, e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose-múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (Redação da Lei nº 8.541/ ) XXI - os valores recebidos a título de pensão quando o beneficiário desse rendimento for portador das doenças relacionadas no inciso XIV deste artigo, exceto as decorrentes de moléstia profissional, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída após a concessão da pensão. (Redação da Lei nº 8.541/ ) Art. 48. Ficam isentos do Imposto de Renda os vencimentos percebidos pelas pessoas físicas decorrentes de seguro desemprego, auxílio-natalidade, auxílio-doença, auxílio-funeral e auxílio-acidente, quando pagos pela previdência oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Redação da Lei nº 8.541/ ) 2
3 C) Decreto nº /99, regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza: Art. 39. Não entrarão no cômputo do rendimento bruto: Benefícios Percebidos pro Deficientes Mentais VI - os valores recebidos por deficiente mental a título de pensão, pecúlio, montepio e auxílio, quando decorrentes de prestações do regime de previdência social ou de entidades de previdência privada. (Lei nº , de 20 de julho de 1993, art. 1º); D) Lei n /95, altera a legislação do imposto de renda das pessoas físicas: Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 1996, para efeito do reconhecimento de novas isenções de que tratam os incisos XIV e XXI do art. 6º da Lei nº , de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, a moléstia deverá ser comprovada mediante laudo pericial emitido por serviço médico oficial, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 1º O serviço médico oficial fixará o prazo de validade do laudo pericial, no caso de moléstias passíveis de controle. 2º Na relação das moléstias a que se refere o inciso XIV do art. 6º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, com a redação dada pelo art. 47 da Lei nº 8.541, de 23 de dezembro de 1992, fica incluída a fibrose cística (mucoviscidose). 3
4 Em síntese, para ser concedida a isenção do imposto de renda aos portadores de doenças graves, são necessárias as seguintes situações, desde que ocorram cumulativamente: os rendimentos sejam relativos a aposentadoria, pensão ou reforma (outros rendimentos não são isentos), incluindo a complementação recebida de entidade privada e a pensão alimentícia; e seja portador de uma das seguintes doenças: 1. AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida); 2. Alienação Mental; 3. Cardiopatia grave; 4. Cegueira; 5. Contaminação por radiação; 6. Doença de Paget em estágios avançados (Osteíte deformante); 7. Doença de Parkinson; 8. Esclerose múltipla; 9. Espondiloartrose anquilosante; 10. Fibrose cística (Mucoviscidose); 11. Hanseníase; 12. Nefropatia grave; 13. Hepatologia grave; 14. Neoplasia maligna; 15. Paralisia irreversível e incapacitante; 16. Tuberculose ativa. Situações que não geram isenção: 1. Não gozam de isenção os rendimentos decorrentes de atividade, isto é, se o contribuinte for portador de uma moléstia, mas ainda não se aposentou; 2. Não gozam de isenção os rendimentos decorrentes de atividade empregatícia ou de atividade autônoma, recebidos concomitantemente com os de aposentadoria, reforma ou pensão; 4
5 3. A isenção também não alcança rendimentos de outra natureza como, por exemplo, aluguéis recebidos concomitantemente com os de aposentadoria, reforma ou pensão. Pelo exposto, entendemos que poderá ser concedido o benefício de isenção do pagamento das anuidades devidas aos Conselhos Regionais, utilizando subsidiariamente as leis de isenção de tributo, desde que fundamentado e regulamentado, mediante resolução editada pelo Conselho Federal de Medicina, órgão competente para fixar e alterar o valor da anuidade, de acordo com a letra j do artigo 5º da Lei nº /57. É o que nos parece, S.M.J. Brasília, 11 de outubro de Valéria de Carvalho Costa Assessora Jurídica De acordo Giselle Crosara Lettieri Gracindo Chefe do SEJUR NTE.SJ exp pergunta sobre a possibilidade de isenção de anuidade. Moléstia grave.vcc 5
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