Reforma Política aprovada vai tornar eleições mais democráticas e baratas

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1 Reforma Política aprovada vai tornar eleições mais democráticas e baratas A pós 11 meses de intenso debate, o Congresso Nacional aprovou nesta semana uma Reforma Política que promove mudanças significativas no sistema eleitoral brasileiro. Um dos principais avanços foi a criação do Fundo Especial de Financiamento da Campanha com critérios para a distribuição dos recursos públicos, uma bandeira histórica do Partido Trabalhadores, para financiar as campanhas eleitorais. Os parlamentares também aprovaram o fim das coligações partidárias, que vale a partir de 2020, um teto de gastos de campanhas e criaram a cláusula de desempenho já para 2018, que funcionará de forma progressiva. Assim, apenas os partidos que atenderem a critérios definidos em lei terão acesso ao fundo partidário e ao tempo de rádio e TV. Segundo o líder do PT na Câmara, deputado Carlos Zarattini (SP), as mudanças na legislação eleitoral são resultado do esforço das bancadas do PT na Câmara e no Senado, que trabalharam unidas para garantir um sistema eleitoral mais justo, além da intensa articulação do relator da matéria, deputado Vicente Candido (PT-SP). Foi uma vitória. A reforma tornará eleições mais democráticas e equilibradas, além de acabar de vez com o financiamento empresarial no País. A rejeição do chamado distritão, sistema que impede a renovação, também foi conquista do PT, comemorou Zarattini. A Bancada do PT conseguiu retirar da reforma uma nova janela, que pretendia que os deputados pudessem trocar de legenda até 30 dias após a promulgação da reforma. Foi garantido no texto da lei o uso de imagem externa na propaganda eleitoral. O que, na avaliação do líder Zarattini, é muito importante para mostrar aos eleitores quem, de fato, são os candidatos.

2 REFORMA POLÍTICA: Novas regras para as eleições 1. FIM DAS COLIGAÇÕES nas Eleições Proporcionais em 2020 (EC 97/2017). 2. CRIAÇÃO DE CLÁUSULA DE DESEMPENHO/BARREIRA (EC 97/2017). Regra permanente que passa a vigorar a partir das eleições de 2030: Terão acesso aos recursos do Fundo Partidário e à propaganda gratuita de rádio e TV, na forma da lei, os partidos políticos que alternativamente: obtiverem nas eleições para a Câmara dos Deputados no mínimo 3% dos votos válidos, distribuídos em pelo menos um terço das unidades da Federação (9 estados), com um mínimo de 2% dos votos válidos em cada uma delas; ou elegerem pelo menos quinze deputados, distribuídos em no mínimo um terço das unidades da Federação. O não cumprimento da cláusula de desempenho retira o acesso do partido político aos recursos do Fundo Partidário e à propaganda gratuita em rádio e TV. Regras de Transição da Cláusula de Desempenho: Eleições de 2018, 2022 e 2026: (PL 8.612/2017). Ao eleito por partido que não preencher os requisitos da cláusula de barreira é assegurado o mandato e facultada a filiação, sem perda do mandato, a outro partido que os tenham atingido, não sendo essa filiação considerada para fins de distribuição dos recursos do Fundo Partidário e de acesso gratuito ao tempo de rádio e de televisão.

3 3. CRIAÇÃO DO FUNDO ESPECIAL DE FINANCIAMENTO DE CAMPANHA 3.1 Fonte de Recursos: Dotações orçamentárias da União, em valor ao menos equivalente a: soma dos recursos objeto da compensação fiscal que as emissoras comerciais de rádio e televisão receberam pela divulgação da propaganda partidária em 2016 e 2017, atualizada a cada eleição pelo INPC; 30% (trinta por cento) dos valores relativos às emendas coletivas de bancadas definidas na lei orçamentária para o exercício de Esse montante de recursos das emendas de bancada poderá ser reduzido mediante compensação decorrente do remanejamento, se existir, de dotações em excesso destinadas ao Poder Legislativo. 3.2 Distribuição do Fundo Especial de Financiamento de Campanha FEFC (PL 8.612/2017). 3.3 Fundo Eleitoral (PL 8.612/2017). Distribuição dos recursos entre os partidos com base no número de representantes titulares na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, apurado em 28 de agosto de 2017 e, nas eleições subsequentes, apurado no último dia da sessão legislativa imediatamente anterior ao ano eleitoral. Acesso aos Recursos do Fundo: para ter acesso aos recursos do FEFC, o candidato deverá fazer requerimento ao partido. 3.4 Administração dos Recursos: Tribunal Superior Eleitoral 3.5 Reserva de Recursos para o 2º Turno: 10% (dez por cento) do montante total

4 3.6 Distribuição dos recursos em 2º turno: Igualitariamente entre os candidatos 3.7 Recursos não utilizados nas campanhas: Serão devolvidos ao Tesouro Nacional 3.8 Liberação e Disponibilização dos Recursos do Fundo: (PL 8.703/2017.) Os recursos serão liberados pelo TSE até 5 de agosto do ano eleitoral e estarão disponíveis somente após a definição de critérios para a sua distribuição, aprovados pela maioria absoluta dos membros do órgão de direção executiva nacional do partido e divulgados publicamente. Se os partidos não aprovarem os critérios internos de distribuição até o último dia útil do mês de junho do ano eleitoral, a distribuição será feita da seguinte forma: I Na eleição Federal: a) 50% para as campanhas de presidente, governador e senador. b) 30% para as campanhas de deputado federal. c) 20% para as campanhas de deputado estadual e distrital.. II Na eleição Municipal: a) 60% para as campanhas de prefeito. b) 40% para as campanhas de vereador. 4. TETO DE GASTOS (PL 8.612/2017). Presidente da República - em 2018, o limite de gastos de campanha de cada candidato será de R$ ,00. Governador: - nas Unidades da Federação com até um milhão de eleitores: R$ ,00; - nas Unidades da Federação com mais de um milhão de eleitores e de até dois milhões de eleitores: R$ ,00; - nas Unidades da Federação com mais de dois milhões de eleitores e de até quatro milhões de eleitores: R$ ,00; - nas Unidades da Federação com mais de quatro milhões de eleitores e de até dez milhões de eleitores: R$ ,00; - nas Unidades da Federação com mais de dez milhões de eleitores e de até vinte milhões de eleitores: R$ ,00; - nas Unidades da Federação com mais de vinte milhões de eleitores: R$ ,00. Senador: - nas Unidades da Federação com até dois milhões de eleitores: R$ ,00; - nas Unidades da Federação com mais de dois milhões de eleitores e de até quatro milhões de eleitores: R$ ,00; - nas Unidades da Federação com mais de quatro milhões de eleitores e de até dez - milhões de eleitores: R$ ,00; - nas Unidades da Federação com mais de dez milhões de eleitores e de até vinte milhões de eleitores: R$ ,00; - nas Unidades da Federação com mais de vinte milhões de eleitores: R$ ,00. Para o segundo turno de governador: 50% dos limites fixados para o primeiro turno. Deputado Federal: R$ ,00. Deputado Estadual e Distrital R$ ,00. O teto de gastos de governador e senador será definido de acordo com o número de eleitores de cada Unidade da Federação apurado no dia 31 de maio de Na campanha para o segundo turno, o limite de gastos de cada candidato será de 50%.

5 5. ARRECADAÇÃO PRÉVIA DE RECURSO VIA INTERNET - CROWDFUNDING (PL 8.612/2017). A partir do dia 15 de maio do ano eleitoral, com liberação de recursos, por parte das entidades arrecadadoras, condicionada ao registro da candidatura e à realização de despesas de campanha deverá observar o calendário eleitoral. Não sendo efetivado o registro da candidatura, as entidades arrecadadoras deverão devolver os valores arrecadados aos doadores. 5.1 Doação de pessoa física (PL 8.612/2017). Limite das doações em 10% do rendimento bruto auferido pelo doador no ano anterior à eleição, limitado a dez salários mínimos para cada cargo ou chapa majoritária em disputa, somadas todas as doações. Quando o doador é isento de declarar imposto de renda o limite de doação terá como base de cálculo o teto de rendimentos estipulado para a isenção. Doação acima dos limites fixados em lei sujeita o infrator ao pagamento de multa no valor de até 100% da quantia excedente. As entidades arrecadadoras, por meio da internet, deverão ser cadastradas no TSE na forma da lei. 5.2 Doações estimáveis em dinheiro (PL 8.612/2017). Limite de doações estimáveis em dinheiro relativas à utilização de bens móveis ou imóveis de propriedade do doador ou à prestação de serviços próprios, em R$ ,00. Se as doações de pessoas físicas a candidatos, somadas aos recursos públicos, excederem o limite de gastos permitido para a respectiva campanha, o valor excedente poderá ser transferido para o partido do candidato. 6. PROPAGANDA ELEITORAL NA INTERNET (PL 8.612/2017). Permite propaganda na internet na modalidade de impulsionamento de conteúdo, realizada só pelo candidato, na forma da lei. A violação do estabelecido em lei acarreta multa no valor de R$ 5.000,00, a R$ ,00, equivalente ao dobro da quantia despendida. Vedação ao discurso de ódio e disseminação de informações falsas em desfavor de partido ou candidato na internet. 6.1 Propaganda eleitoral gratuita de rádio e TV (PL 8.612/2017). No segundo turno a propaganda gratuita de rádio e televisão se iniciará na sexta-feira seguinte à realização do primeiro turno e até a antevéspera da eleição, em horário dividido em dois blocos diários de dez minutos para cada eleição; No segundo turno, as emissoras de rádio e TV e os canais de televisão por assinatura reservarão para exibição de inserções vinte e cinco minutos para cada eleição a presidente da República, governador e prefeito. 6.2 Propaganda eleitoral com utilização de carro de som e minitrios (PL 8.612/2017). Permitido apenas em carreatas, caminhadas, passeatas ou durante reuniões e comícios. 6.3 Debates das campanhas majoritárias e proporcionais (PL 8.612/2017). Assegurada a participação de candidatos dos partidos com representação no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamentares e facultada as dos demais candidatos. 6.4 Fim da Propaganda Partidária A partir de 1º de janeiro de 2018 não serão mais veiculadas propagandas partidárias no rádio e na televisão.

6 7. COMPENSAÇÃO FISCAL NA VEICULAÇÃO DA PROPAGANDA DE PLEBISCITO E REFERENDO (PL 8.612/2017). O direito à compensação fiscal das emissoras de rádio e televisão estende-se à veiculação de propaganda gratuita de plebiscitos e referendos. 8. PARCELAMENTO DAS MULTAS ELEITORAIS (PL 8.612/2017). Pelos cidadãos e pessoas jurídicas em até 60 meses se o valor da parcela não ultrapassar 5% da renda mensal no caso de cidadão, ou 2% do faturamento. Os partidos políticos também poderão parcelar em até 60 meses, no limite de 2% do repasse mensal do Fundo Partidário. 9. FUNDAÇÕES PARTIDÁRIAS. Regulação acerca da natureza jurídica, sucessão, extinção, fusão, incorporação ou conversão 10. PROIBIÇÃO DE CANDIDATURA AVULSA (PL 8.612/2017). 11. DOMICÍLIO ELEITORAL E FILIAÇÃO PARTIDÁRIA: prazo mínimo de seis meses antes das eleições (PL 8.612/2017). 12. REGISTRO DE PARTIDO NO TSE: seis meses para fins de participar de eleições (PL 8.612/2017). 13. QUOCIENTE ELEITORAL: os partidos que participarem do pleito poderão concorrer a todos os lugares (PL 8.612/2017).