GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS SEMA - MA

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1 GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS SEMA - MA SUPERINTENDÊNCIA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL SMCQA São Luís MA 2010

2 GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS SEMA - MA SUPERINTENDÊNCIA DE MONITORAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL SMCQA SUBPROJETO 01: DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA ILHA DO MARANHÃO COM A IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA ESTADUAL DE GERENCIAMENTO COSTEIRO DO ESTADO DO MARANHÃO GERCO ILHA DO MARANHÃO ETAPA 1. São Luís MA 2010

3 GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO ROSEANA SARNEY Governadora JOÃO ALBERTO DE SOUSA Vice-Governador WASHINGTON LUÍS CAMPOS RIO BRANCO Secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais ANTÔNIO MOYSES DA SILVA NETTO Secretário adjunto da SEMA ANA TEREZA LYRA LOPES Superintendência de Monitoramento e Controle da Qualidade Ambiental Coordenação GERCO MA

4 EQUIPE TÉCNICA GERCO-MA CORDENAÇÃO GERCO MA ANA TEREZA LYRA LOPES Dra. ZOOLOGIA - SUPERINTENDENTE DE MONITORAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE AMBIENTAL-SEMA MA. CONSULTORIA TÉCNICA SEMA MA JAMES WERLLEN DE JESUS AZEVEDO M. Sc. SUSTENTABILIDADE DE ECOSSISTEMAS SAMIR JORGE CUTRIM FERES M. Sc. SUSTENTABILIDADE DE ECOSSISTEMAS APOIO TÉCNICO SEMA MA CARLA DANIELLE PAIXÃO MELO BACHAREL EM CIÊNCIAS AQUÁTICAS NAIARA VALLE BACHAREL EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - QUELÔNEOS CONSULTORIA TÉCNICA EXTERNA ANTÔNIO AUGUSTO FERREIRA RODRIGUES Dr. ZOOLOGIA - AVIFAUNA ANTÔNIO CARLOS LEAL DE CASTRO Dr. ENGENHARIA AMBIENTAL - ICTIOFAUNA DANIELA CRISTINA PIRES VIANA BACHAREL CIÊNCIAS AQUÁTICAS - GEOPROCESSAMENTO

5 JAIRO FERNANDO PEREIRA LINHARES M. Sc. SUSTENTABILIDADE DE ECOSSISTEMAS - VEGETAÇÃO LUÍZA DE ANDRADE SANTOS MSc. SUSTENTABILIDADE DE ECOSSISTEMAS - MACROFAUNA BENTÔNICA MARCO VALERIO JANSEN CUNTRIM Dr. BOTÂNICA - MACRO E MICROALGAS MARIA JOSÉ SARAIVA LOPES Esp. ZOOLOGIA - ZOOPLÂNCTON PAULA CILENE SILVEIRA Dra. ZOOLOGIA - ICTIOPLÂNCTON RAFAEL FERREIRA MACIEL MSc. SUSTENTABILIDADE DE ECOSSISTEMAS - GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA SANDRA MARIA OLIVEIRA SÁ Dra. CIÊNCIAS - CLIMA E CONDIÇÕES METERIOLÓGICAS

6 SUMÁRIO 1. Apresentação Introdução Diagnóstico Ambiental Meio Físico Geologia Geomorfologia Clima e Condições Meteriológicas Meio Biótico Microalgas Macroalgas Zooplâncton Ictioplâncton Ictiofauna Cetáceos Quelôneos Macrofauna Bentônica Avifauna Vegetação Referencias ANEXOS

7 Lista de Figuras Figura 3-1: Bacias Hidrográficas contempladas para elaboração da primeira etapa do Gerenciamento Costeiro do Maranhão (GERCO MA) Figura 3-2: Visualização da ilha do Maranhão com destaque para a Bacia do rio Anil Figura 3-3: Visualização da ilha do Maranhão com destaque para a Bacia do rio dos Cachorros Figura 3-4: Visualização da ilha do Maranhão com destaque para a Bacia do rio Tibiri Figura 3-5: Visualização da ilha do Maranhão com destaque para a Bacia do rio Paciência Figura 3-6: Pontos de coleta ao longo das 04 bacias hidrográficas utilizadas para o respectivo estudo Figura 4.1-1: Distribuição Litoestratigráfica da Ilha do Maranhão. (adaptado de MARANHÃO, 2003) Figura 4.1-2: Formação Barreiras em falésia ativa na praia de Boa Viagem / S. José de Ribamar Figura 4.1-3: Depósito coluvionar na praia de Boa Viagem S. José de Ribamar Figura 4.1-4: Areias Marinhas Litorâneas na praia de Panaquatira S. José de Ribamar Figura 4.1-5: Areias Eólicas na praia de Panaquatira S. José de Ribamar Figura 4.1-6: Areias Flúvio-Marinhas no porto de Timbuba S. José de Ribamar

8 Figura 4.2-1: Imagem da ilha do Maranhão Figura 4.2-2: Caracterização Geomorfológica da Ilha do Maranhão (adaptado de MARANHÃO, 2003) Figura Localização geográfica da área de estudo Figura Localização geográfica do Golfão Maranhense e dos principais municípios da área de entorno Figura Localização geográfica das PCDs da rede automática do Estado do Maranhão. PCD Meteorológica; PCD Agrometeorológica Figura Esquema do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Figura Temperatura média anual e áreas urbanas da Ilha do Maranhão e áreas adjacentes, período Figura Comportamento médio anual da temperatura do ar nas regiões Norte e Sul do Maranhão. Fonte: NUGEO/UEMA Figura Desvio das temperaturas máximas de 2003, 2006 e 2009 em relação a temperatura máxima absoluta observada de 1971 a Figura Variação da temperatura média diária do ar durante os meses de janeiro a novembro de Figura Estimativa resultante do modelo IPCC ( ) com base em temperaturas médias anuais de São Luis no período 1970 a Figura Distribuição mensal da precipitação média em São Luis nos anos 2008 e 2009 comparativamente às médias das Normais Climatológicas Figura Distribuição do total pluviométrico diário durante os meses de janeiro a julho em São Luis em

9 Figura Variação média mensal da umidade relativa do ar (%) para o município no período de 2002 a Fonte: LABMET/NUGEO/UEMA Figura Velocidade média dos ventos no período de 2002 a Figura Velocidade média dos ventos de fevereiro a novembro de Figura 5.3-1: Representação gráfica da abundância do zooplâncton na Baía de São Marcos e áreas adjacentes (AID) à implantação da refinaria: dados de março e abril / Figura 5.3-2: Representação gráfica da densidade do zooplâncton na Baía de São Marcos e áreas adjacentes (AID) à implantação da refinaria: dados de março e abril / Figura 5.3-3: Diversidade específica do zooplâncton nos estuários do Rio dos Cachorros, Estreito de Coqueiro e Mosquito (São Luís-MA)- Mai/02 a Mar/ Figura 5.3-4: Abundância do zooplâncton total no sistema estuarino do Rio dos Cachorros, Estreitos de Coqueiro e Mosquitos (São Luís-MA) Maio a Novembro de Figura 5.3-5: Variação da densidade do zooplâncton e nº de espécies no Rio dos Cachorros, Estreitos de Coqueiro e Mosquitos (São Luís-MA) Maio/02 a Março/ Figura 5.3-6: Variação da densidade zooplanctônica total no estuário do Rio Anil (São Luís, MA)- Maio/00 a Janeiro/ Figura 5.3-7: Abundância zooplanctônica total no estuário do Rio Anil (São Luís, MA)- Maio/00 a Janeiro/ Figura 3.5-8: Abundância relativa do zooplâncton no estuário do Rio Anil, entre os meses de dez/04 amaio/

10 Figura 5.3-9: Densidade zooplanctônica no estuário do Rio Anil, entre os meses de dezembro/2004 a maio/ Figura : Freqüência de ocorrência dos organismos no estuário do rio Anil, entre dezembro/2004 a mai0/ Figura : Índices de Diversidade, Riqueza e Equitabilidade do zooplâncton, no estuário do rio Anil, de dezembro/04 a maio / Figura : Representação gráfica do número de pessoas que jogam lixo no rio e média da densidade zooplanctônica por ponto amostrado no estuário desse rio, entre dezembro/2004 a maio/ Figura : Representação gráfica da abundância do zooplâncton na Baía de São Marcos Maio/ Figura : Distribuição do N cumulativo de espécies de zooplâncton por unidade amostral na Baía de São Marcos (São Luís MA) maio/ Figura : Variação da Abundância (n ind/m 3 ), por unidade amostral na área da Baía de São Marcos (São Luís MA) maio/ Figura : Variação dos índices bióticos (diversidade de Brillouin, riqueza de espécies de Margalef e equitabilidade de Pielou), na comunidade zooplanctônica por unidade amostral, na Baía de São Marcos (São Luís MA) maio/ Figura : Variação da densidade do zooplâncton total no estuário do rio Paciência (Ilha de São Luís MA), no período de janeiro a dezembro/ Figura : Variação da abundância relativa dos grupos do zooplâncton no estuário do rio Paciência (São Luís MA), no período de janeiro a dezembro de

11 Figura : Mapa de localização dos pontos de coletas nos ambientes estudados, Novembro/ Figura : Riqueza de espécies do zooplâncton, por unidade amostral, na área do monitoramento da SEMA - MA, em São Luis(MA) : dados primários nov/ Figura : Densidade do zooplâncton (nºind/m³) por unidade amostral, na área de monitoramento da SEMA - MA, em São Luis (MA): dados primários (novembro/2010) Figura : Abundância do zooplâncton, por unidade amostral, na área do monitoramento da SEMA - MA, em São Luis(MA) dados primários (novembro/2010) Figura : Indices Bióticos do zooplâncton por unidade amostral, na área do monitoramento da SEMA - MA, em São Luis (MA): dados primários (novembro/2010) Figura 5.4-1: Abundância relativa (%) das espécies de larvas de peixes coletadas na Ilha do Maranhão, São Luís MA: A Rio Anil; B Rio dos Cachorros; C Rio Tibiri; D Rio Paciência. 09/11 a 12/11 de Figura 5.4-2: Freqüência de ocorrência (%) das espécies de larvas de peixes coletadas na Ilha do Maranhão, São Luís MA: A Rio Anil; B Rio dos Cachorros; C Rio Tibiri; D Rio Paciência. 09/11 a 12/11 de Figura 5.4-3: Densidade (larvas/ 100 m 3 ) das espécies de larvas de peixes coletadas na Ilha do Maranhão, São Luís MA. 09/11 a 12/11 de Figura 5.5-1: Composição percentual das espécies por ordens de peixes capturados nos quatro estuários dos Rios Paciência, Anil, Tibiri e Cachorros

12 Figura 5.5-2: Composição percentual do número de indivíduos das famílias de peixes dos quatro estuários estudados Figura 5.5-3: Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Mugil curema nos estuários da Ilha de São Luís Figura 5.5-4: Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Genyatremus luteus nos estuários da Ilha de São Luís Figura 5.5-5: Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Bairdiella ronchus nos estuários da Ilha de São Luís Figura 5.5-6: Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Centengraulis edentulus nos estuários da Ilha de São Luís Figura 5.5-7: Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Batrachoides surinamensis nos estuários da Ilha de São Luís Figura 5.5-8: Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Lutjanus jocu nos estuários da Ilha de São Luís Figura 5.5-9: Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Stellifer naso nos estuários da Ilha de São Luís Figura : Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Sciades herzbergii nos estuários da Ilha de São Luís Figura : Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Centropomus pectinatus nos estuários da Ilha de São Luís

13 Figura : Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Mugil gaimardianus nos estuários da Ilha de São Luís Figura : Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Hexanematichthys bonillai nos estuários da Ilha de São Luís Figura : Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Diapterus rhombeus nos estuários da Ilha de São Luís Figura : Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Cynoscion acoupa nos estuários da Ilha de São Luís Figura : Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Micropogonias furnieri nos estuários da Ilha de São Luís Figura : Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Stellifer rastrifer nos estuários da Ilha de São Luís Figura : Composição percentual das espécies por ordens de peixes capturados no estuário do rio Paciência MA Figura : Composição percentual do número de indivíduos das famílias de peixes do estuário do rio Paciência MA Figura : Agrupamento da matriz de presença e ausência. Cada objeto LN provém do local L (I Iguaíba, G Grande, C Cristóvão) no mês N (1 janeiro/2006, 2 março/2006, 3 maio/ setembro/2007) Figura : Curva de rarefação dos igarapés estudados no estuário do rio Paciência - MA, mostrando o número de espécies esperadas para uma amostra padrão

14 Figura : Valores de diversidade e equitabilidade nos igarapés Iguaíba, Grande e Cristóvão, estuário do rio Paciência MA Figura 5.6-1: Pesca acidental do boto cinza, Sotalia guianensis (Diniz, 2007) Figura 5.6-2: Rota para avistagem dos botos, Diniz, (Fonte: Google Earth, 2007) Figura 5.6-3: Avistagem de Sottalia guianenses no Porto do Itaqui (Foto: Mariana Soares, 2007) Figura 5.6-4: Avistagem de Sottalia guianensis na Ilha do Medo (Foto: Mariana Soares, 2007) Figura 5.6-5: Mapa de distribuição e ocorrência de Sotalia guianensis na Baia de São Marcos. Referência: percurso do catamarã (em azul) e avistagem do boto cinza (em amarelo). (Diniz 2007) Figura 5.6-6: Condições do mar durante a avistagem de Sotalia guianensis na Baia de São Marcos Figura 5.6-7: Força do vento registrada (de acordo com a Escala de Beaufort), durante a observação Figura 5.6-8: Porcentagem de observação dos animais de acordo com a sazonalidade Figura 5.6-9: Avistagem de Sotalia guianensis de acordo com a variação lunar Figura : Composição do grupo Sottallia guianensis na Baía de São Marcos Figura : Porcentagem de ocorrência de filhotes de Sotallia guianensis durante as 20 horas embarcadas Figura : Tamanho do grupo mais freqüente observado durante os embarques (Foto: Mariana Soares, 2007)

15 Figura : Porcentagem das atividades comportamentais realizadas pelo boto cinza na Baía de São Marcos Figura (A, B, C e D): Principais atividades comportamentais observadas na Baía de São Marcos (Foto: Mariana Soares, 2007) Figura (A, B e C): Presença de embarcações na Baía de São Marcos durante as avistagens dos botos. A- lancha. B- Ferry boat, C- Catamarã e navio (Foto: Mariana Soares, 2007) Figura 5.7-1: Tartaruga-cabeçuda. TAMAR (2007) Figura 5.7-2: Tartaruga-verde. TAMAR (2007) Figura 5.7-3: Tartaruga-de-pente. TAMAR (2007) Figura 5.7-4: Tartaruga-oliva. TAMAR (2007) Figura 5.7-5: Tartaruga-de-couro. TAMAR (2007) Figura 5.7-6: Mapa com a distribuição das espécies de quelônios registrados na Ilha do Maranhão e áreas adjacentes segundo Ribeiro (2007) Figura 5.8-1: Variação da salinidade nas áreas de amostragem Figura 5.8-2: Variação da salinidade nas áreas de amostragem Figura 5.9-1: Censos de aves costeiras na costa amazônica brasileira, no período de 1998 a Figura 5.9-2: Abundância sazonal de aves limícolas na Praia de Panaquatira entre abril de 2008 e março de Figura 5.9-3: Densidade média (ind/ha) de aves limícolas em três diferentes substratos no Canal da Raposa de fevereiro a novembro de

16 Figura : Mapa das Bacias Hidrográficas, tipologias vegetacionais e pontos de coleta, São Luís-MA Figura : Vegetação esparçada com clareiras, Rio Anil Figura : Lixo nas margens do Rio Anil, Ponte do Caratatiua Figura : Porte elevado da vegetação de mangue. A esquerda da figura, ocupações desordenadas Figura : Plantas jovens de siriba (A. germinans JACQUES). Porto Grande, Rio dos Cachorros Figura : Margem esquerda do Rio dos Cachorros, Porto Grande Figura : Área de Florestas Secundárias (Capoeiras), Porto Grande Figura : Em primeiro plano, interrupção parcial do curso d água, com buritizal em segundo plano, via de acesso ao povoado do Taim Figura : Vegetação de duna em primeiro plano. Ao fundo, presença de embaúba, e ao lado exemplo de ocupação desordenada Figura : Vista parcial da capoeira degradada com indivíduos de ingá e tuturubá em fase inicial de regeneração, ao fundo pindova de babaçu Figura : Vista parcial de mangue branco na margem esquerda do Rio Tibiri Figura : Mangue branco em estágio de regeneração, Rio Tibiri Figura : Sinais da ação do fogo sobre pindoveira, Tibiri

17 Lista de Tabelas Tabela Área, população e densidade demográfica Tabela Coordenadas geográficas de Plataformas de Coletas de Dados Meteorológicos localizadas na região costeira do Maranhão Tabela Especificações dos sensores meteorológicos das PCDs Tabela Estimativa do desvio mensal da precipitação pluviométrica em diferentes regiões do Maranhão durante o período de chuvoso de Tabela Quadro com a sinopse das espécies identificadas no estuário do rio Anil São Luís MA Tabela Sinopse das espécies identificadas no fitoplâncton do rio Paciência MA Tabela 5.3-1: Abundância relativa (%) do zooplâncton na Baía de São Marcos e áreas adjacentes, em São Luis (MA), áreas de influência direta (AID) para Implantação da Refinaria: dados de março e abril/ Tabela Densidade do zooplâncton (ind.m³) na Baía de São Marcos e áreas adjacentes, em São Luis (MA), áreas de influência direta (AID) para Implantação da Refinaria Premium I - março e abril/2009. Legenda: P1(Canal); P2 (Foz) Tabela 5.3-3: Ocorrência dos táxons do zooplâncton por unidade amostral (na AID) da área de Implantação da Refinaria, em São Luis (MA): mar. e abr/ Tabela 5.3-4: Ocorrência dos táxons do zooplânctons nas cinco estações de coleta do Rio Anil São Luís (MA), durante o período amostrado. Legenda: (+) pres.; (-) aus

18 Tabela Variação da densidade (org.m³) e da abundância relativa (%) dos grupos do zooplâncton no estuário do rio Anil, São Luis (MA) Maio/00 a Jan/ Tabela 5.3-6: Ocorrência de táxons do zooplâncton da Baía de São Marcos, São Luís-MA. Maio/ Tabela 5.3-7: Composição, abundância absoluta (nº ind.m³) e número cumulativo de espécies do zooplâncton, por unidade amostral, na área de implantação da Usina de Placas, na Baía de São Marcos (São Luis-MA) MAIO/ Tabela 5.3-8: Índices bióticos (diversidade, riqueza de espécies e equitabilidade) e número cumulativo de espécies do zooplâncton por unidade amostral, na área de implantação da Usina de Placas (Baía de São Marcos, São Luis-MA) Tabela 5.3-9: Variação dos dados bióticos (densidade total e dos grupos do zooplâncton (ind.m³) e abióticos (ph, Tº, O 2 e S ), no estuário do Rio Paciência (São Luís MA); janeiro a dezembro/ Tabela : Ocorrência dos táxons do zooplâncton, por unidade amostral, na área do monitoramento da SEMA, em São Luis(MA) dados primários (novembro/2010) Tabela : Parâmetros abióticos, por unidade amostral, na área do monitoramento da SEMA-MA: dados primários (novembro/2010) Tabela : Densidade, abundância dos grupos e índices bióticos do zooplâncton, na área monitorada pela SEMA - MA: dados primários (Nov/2010) Tabela 5.4-1: Ocorrência dos taxons nos pontos amostrais coletados na Ilha do Maranhão, São Luís MA. 09/11 a 12/11 de

19 Tabela 5.5-1: Demonstrativo do número de espécies, famílias e ordens dos peixes capturados nos estuários dos rios Paciência Anil, Tibiri, Cachorros Tabela 5.5-2: Número de indivíduos, peso e comprimento com respectivos desvios padrões e amplitude para as espécies de peixes capturadas nos igarapés do estuário do rio Paciência Tabela 5.5-3: Número de indivíduos, peso e comprimento com respectivos desvios padrões e amplitude para as espécies de peixes capturadas nos igarapés do estuário do rio Anil Tabela 5.5-4: Número de indivíduos, peso e comprimento com respectivos desvios padrões e amplitude para as espécies de peixes capturadas nos igarapés do estuário do rio Tibiri Tabela 5.5-5: Número de indivíduos, peso e comprimento com respectivos desvios padrões e amplitude para as espécies de peixes capturadas nos igarapés do estuário do rio dos Cachorros Tabela 5.5-6: Classificação (habito alimentar, tolerância e bioecológia) das espécies de peixes capturadas nos estuários dos rios Paciência, Anil, dos Cachorros e Tibiri. (EO Estuarino Oportunista; ER estuarino Residente; MM Migrante Marinho; AD Água Doce) e (MT Muito Tolerante; I Intolerante) Tabela 5.5-7: Índices de Diversidade dos estuários dos rios Paciência, Anil, Cachorros e Tibiri Tabela 5.5-8: Características (Hábito alimentar, Resiliência, Vulnerabilidade e Importância Comercial) das espécies da ictiofauna encontradas na área de influencia direta do empreendimento Tabela 5.5-9: Número de indivíduos (n), peso e participação relativa dos peixes capturados no estuário do rio Paciência

20 Tabela : Número de indivíduos, peso, percentagem da captura total, comprimento total das espécies da região estuarina do rio Anil no período entre maio de 2000 e março de Tabela : Relação das espécies capturadas no estuário do rio Tibiri e suas respectivas frequências nas coletas Tabela : Número total, peso (Kg), participação relativa e constância das espécies capturadas nos igarapés investigados Tabela Número de indivíduos, número de espécies e respectivas participações relativas das famílias em toda a área estudada Tabela : Lista das espécies mais abundantes de acordo com a região zoogeográfica no litoral norte do brasil. Baseado em Camargo & Isaac (2003) Tabela : Espécies de peixes presentes nos estuários da Ilha de São Luís, classificadas de acordo com sua categoria bioecológica Tabela : Padrões gerais de distribuição de algumas espécies de peixes, comuns nas áreas estuarinas da Ilha de São Luís, MA Tabela 5.6-1: Dados de Fatores Climáticos coletados a cada duas horas, durante a avistagem embarcada (Diniz, 2007) Tabela 5.6-2: Porcentagem de avistagens de Sotalia guianensis, de acordo com a Escala de Beaufort.(Diniz, 2007) Tabela 5.7-1: Registro dos encalhes na ilha do Maranhão entre os anos de 2006 e 2007 (Ribeiro, 2006) Tabela 5.7-2: Estágio do desenvolvimento e comportamento observados pelos entrevistados na ocasião do último

21 avistamento em São Luís, S. José de Ribamar e Raposa (Ribeiro, 2007) Tabela 5.8-1: Macrofauna bentônica amostrada nas áreas de estudo Tabela 5.8-2: Valores de Riqueza (S), diversidade (Shannon), e Equitabilidade (J ) para as área de estudo Tabela 5.8-3: Valores de Riqueza (S), diversidade (Shannon), e Equitabilidade (J ) para as os pontos de coleta Tabela 5.8-4: Famílias de anelídeos poliquetas (22 famílias) encontrados na ilha de São Luis seguidas das devidas citações científicas Tabela 5.8-5: Espécies de inveterados bentônicos (101 espécies) encontrados na ilha de São Luis seguidas das devidas citações científicas Tabela 5.9-1: Espécies de aves aquáticas registradas na ilha de São Luis no período de (Morrison e Ross, 1989; Rodrigues, 2000, 2001, 2007, Rodrigues et al 2010) Tabela 5.9-2: Censos populacionais de aves aquáticas observadas nos igarapés Irinema, Buenos Aires e Irapapaia Tabela : Listagem das espécies encontradas em capoeiras adjacentes a áreas de transição (mangue-terra firme) em área situada na localidade de Porto Grande, Rio dos Cachorros Tabela : Espécies Levantadas em Transecto (400 m x 20 m) em Área de Vegetação Secundária (Capoeira) Terra Firme - Rio dos Cachorros, São Luis MA Tabela : Listagem das espécies encontradas em capoeiras adjacentes a áreas de transição (mangue-terra firme)

22 em área situada na localidade Projeto Marrom, Praia do Araçagi Tabela : Listagem das espécies encontradas em capoeiras situadas em Tibiri

23 Lista de Quadros Quadro 3-1: Principais afluentes do rio Anil de acordo com suas respectivas margens Quadro 4.1-1: Coluna estratigráfica da Bacia de São Luís (adaptado de RODRIGUES et al., 1994) Quadro 4.2-1: Compartimentação do relevo da área de estudo Quadro Distribuição das espécies fitoplanctônicas coletadas no Rio Paciência, São Luís Maranhão Quadro: 5.1-2: Distribuição das espécies fitoplanctônicas coletadas no Rio dos Cachorros, São Luís Maranhão Quadro 5.1-3: Distribuição dos táxons fitoplanctônicos do estuário do rio dos Cachorros Quadro 5.1-4: Sinopse das espécies identificadas no estuário do rio Tibiri, São Luís - Maranhão Quadro 5.1-5: Distribuição dos táxons fitoplanctônicos do estuário do rio Tibiri Quadro Localização e Características Gerais dos Pontos de Amostragem

24 1. Apresentação O Programa Nacional de Gerenciamento Costeiro (GERCO) é um programa que tem por objetivo operacionalizar o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC), com o fim de planejar e gerenciar, de forma integrada, descentralizada e participativa, as atividades socioeconômicas na Zona Costeira, de forma a garantir a utilização sustentável, por meio de medidas de controle, proteção, preservação e recuperação dos recursos naturais e ecossistemas costeiros (MMA, 2010). A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, em conjunto com a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), buscou resgatar as atividades voltadas para o Gerenciamento Costeiro do Estado do Maranhão, elaborando como primeira etapa do projeto um Diagnóstico Ambiental da Ilha do Maranhão. Antes de tudo, vale ressaltar as dificuldades inerentes a um trabalho dessa natureza, que só não onera, quando a sensibilidade de todos que dele participaram, direta ou indiretamente, se sobrepõe aos processos burocráticos e críticas que permeiam os procedimentos do dia a dia das suas ações, que resultaram em 13 relatórios que retratam as condições atuais da ilha do maranhão, sendo estes comparados com dados pretéritos, obtidos através de pesquisas bibliográficas. Um grande desafio que limitou uma análise mais profunda, com relação ao GERCO-MA, foi o fator tempo, onde este impulsionou a escolha do tipo de estudo, e não permitiu a análise de outros parâmetros. O respectivo trabalho foi desenvolvido durante 03 meses, e para sua realização, foi incluído procedimentos de levantamento bibliográfico, atividades de campo, contatos com a comunidade das localidades pesquisadas e órgãos das esferas governamentais, organizações da sociedade civil, e sob forma digital através de relatórios, onde muitas de suas informações nos permitiram apurar indicadores e resultados, com vistas ao fortalecimento e diversificação das atividades produtivas ao longo das 04 bacias hidrográficas localizadas na 1

25 ilha do Maranhão, a qual pertence os municípios de São Luís, Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar. Como desafio para a equipe GERCO MA, fica a necessidade de aprofundamento do estudo, colocando em check list as demais informações que são cruciais para um bom Gerenciamento Costeiro, porém associado a isto, fica a esperança do interesse da SEMA MA e do Governo do Estado do Maranhão em apoiar este estudo, e entender a importância do GERCO para o desenvolvimento sustentável dos municípios englobados pelas ações deste Programa. 2. Introdução O Governo Brasileiro tem dado especial atenção ao uso sustentável dos recursos costeiros. Tal atenção expressa-se no compromisso governamental com o planejamento integrado da utilização de tais recursos, visando o ordenamento da ocupação dos espaços litorâneos. Para atingir tal objetivo, concebeu e implantou o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro (PNGC), implementando um processo marcado pela experimentação e pelo aprimoramento constante. O PNGC foi constituído pela Lei 7.661, de 16/05/88, cujos detalhamentos e operacionalização foram objeto da Resolução n o 01/90 da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), de 21/11/90, aprovada após audiência do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA). A própria Lei já previa mecanismos de atualização do PNGC, por meio do Grupo de Coordenação do Gerenciamento Costeiro (COGERCO). Em todo esse período, houve um notável acervo de realizações, como a efetivação do processo do zoneamento costeiro, a criação e o fortalecimento de equipes institucionais nos Estados e o aumento da consciência da população em relação aos problemas da Zona Costeira. Esta conscientização surgiu a partir do entendimento de que a zona costeira abriga um mosaico de ecossistemas de alta relevância ambiental, cuja diversidade é marcada pela transição de ambientes terrestres e marinhos, com 2

26 interações que lhe conferem um caráter de fragilidade e que requerem, por isso, atenção especial do poder público, conforme demonstra sua inserção na Constituição brasileira como área de patrimônio nacional e também devido à percepção de que a maior parte da população mundial vive em zonas costeiras, e há uma tendência permanente ao aumento da concentração demográfica nessas regiões. A saúde, o bem-estar e, em alguns casos, a própria sobrevivência das populações costeiras depende da saúde e das condições dos sistemas costeiros, incluídas as áreas úmidas e regiões estuarinas, assim como as correspondentes bacias de recepção e drenagem e as águas interiores próximas à costa, bem como o próprio sistema marinho. Em síntese, a sustentabilidade das atividades humanas nas Zonas Costeiras depende de um meio marinho saudável e vice-versa (MMA, 2010). Partindo deste princípio de conscientização da importância da zona costeira, o presente estudo, buscou elaborar um Diagnóstico Ambiental da Ilha do Maranhão, utilizando as Bacias Hidrográficas como unidades político administrativa para o planejamento ambiental, onde estas distribuíam-se ao longo dos quatro municípios da Ilha do Maranhão, sendo estes: São Luís, Paço do Lumiar, São José de Ribamar e Raposa. Entende-se que para este estudo a abordagem foi limitada, sendo contemplado apenas os meios físico e biótico, não sendo, portanto, retratado o meio antrópico, parâmetro este crucial, para subsidiar políticas de desenvolvimento sustentável e ordenamento da zona costeira, porém vale ressaltar o fator tempo que dificultou abordagem mais amplas para o estudo em questão. Contudo, mesmo com estas limitações, o estudo, como primeira etapa, se torna válido uma vez que buscou a essência do Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro demonstrando sua importância, como primeiro passo para a articulação interinstitucional, visando ações de parceria, na defesa e preservação dos recursos ambientais e consequentemente, na elevação da qualidade de vida das populações. 3

27 3. Diagnóstico Ambiental Elaborar um Diagnóstico Ambiental de determinada área de estudo significa avaliar as condições atuais dos componentes ambientais relevantes que possam sofrer alterações e, deste modo, subsidiar políticas de preservação/conservação destes recursos. Porém em estudos desta natureza, é necessária a comparação dos dados atuais com outros obtidos em épocas passadas (dados pretéritos) e assim, fazer uma correlação das condições ambientais no passado e as atuais, podendo inclusive em função disso, determinar o fator gerador desta possível modificação, caso esta tenha ocorrido. Para o estudo do GERCO MA, o diagnóstico ambiental referiu-se a dois meios, sendo estes: O Diagnóstico do Meio Físico - que compreende a avaliação das características do meio físico no qual se inserem, para este estudo, os componentes climáticos, geológicos e geomorfológicos. O Diagnóstico do Meio Biótico que para este estudo, consistiu na caracterização dos ecossistemas terrestres relacionados à cobertura vegetal e fauna associada, tais como aves, e dos ecossistemas aquáticos tais como microalgas, macroalgas, zooplânctons, ictioplânctons, peixes, cetáceos, quelôneos, e bentos. Para a elaboração do Diagnóstico, procurou-se trabalhar com as bacias hidrográficas, onde em função do fator tempo, já comentado anteriormente, selecionou-se bacias que representassem a ilha de forma satisfatória, tanto em extensão como em importância e posicionamento estratégico. Partindo deste principio, procurou-se selecionar uma bacia que representasse, mesmo que de forma aproximada, a porção norte da ilha, uma que representasse a porção sul, outro ao oeste e outra ao leste, logo as bacias selecionadas foram a Bacia do Anil, Bacia do Tibiri, Bacia dos Cachorros e Bacia do Paciência, respectivamente (Figura 3-1). 4

28 Figura 3-1: Bacias Hidrográficas contempladas para elaboração da primeira etapa do Gerenciamento Costeiro do Maranhão (GERCO MA) Caracterização das áreas estudadas A ilha do Maranhão está situado no estado do Maranhão, no arquipélago de ilhas do Golfão Maranhense com mais de 1000 km². É composta pelos municípios de São José de Ribamar, Raposa, Paço do Lumiar e São Luís. Juntos, estes municípios perfazem uma população em torno de habitantes (IBGE, 2010). Limita-se, ao norte, com o Oceano Atlântico; ao sul, com a Baía do Arraial e com o Estreito dos Mosquitos; a leste, com a Baía de São José, e a Oeste, com a Baía de São Marcos. Dentro desta ilha está situado as 04 bacias selecionadas para o estudo da primeira etapa do GERCO MA, e a seguir é apresentada uma descrição suscita de cada uma destas bacias hidrográficas, onde ocorreram as campanhas de coletas. As bacias contempladas pelo estudo foram: Bacia do Anil, Bacia do Tibiri, Bacia dos Cachorros e Bacia do Paciência. 5

29 Bacia do Anil A Bacia Hidrográfica do Rio Anil (Figura 3-2) está localizada no quadrante noroeste (NW) da ilha de São Luis MA, com o Rio Anil possuindo cerca de 13, 8 Km de extensão. Têm suas nascentes localizadas no Bairro Aurora, descendo ao nível do mar aproximadamente 9,5 Km em linha reta, com o eixo direcional orientado de sudeste (SE) para noroeste (NW) a partir da nascente, a sua calha caracteriza-se por apresentar um perfil meândrico, cortando a porção nordeste (NE) do centro urbano da cidade de São Luis, no trajeto em direção à desembocadura (LABOHIDRO, 1980; Siqueira, 1987). Deságua entre o cais da sagração e a ponta do São Francisco. Figura 3-2: Visualização da ilha do Maranhão com destaque para a Bacia do rio Anil. Em seu trajeto o rio banha os seguintes bairros: Aurora, Anil, Cohab, Vila Palmeira, Rio Anil, Vila Cristalina, Camboa, Liberdade e outros. 6

30 Características Gerais Ambientalmente o rio Anil vem se transformando a cerca de 40 anos. Um dos principais fatores responsáveis pela sua degradação foi o processo de urbanização nas suas imediações que provocaram encurtamento do rio e mudanças das suas nascentes. Do anil para o sul seguia uma única via de acesso na época, ao aeroporto Marechal Cunha Machado no bairro do tirirical, nas imediações do qual estavam os córregos e brejos formadores do rio anil, a mais ou menos cinqüenta e oitos metros de altura. Com o desmatamento das imediações do aeroporto esses brejos e córregos secaram. A partir daí a nascente do rio transferiu-se para um brejão bem mais ao norte, atualmente o bairro da COHAB, 21 km (vinte em um quilômetros) a jusante do que anteriormente considerou-se a nascente do rio. Assim este, diminuiu vinte e um quilômetros. Com a construção do conjunto da COHAB ANIL, obviamente os mananciais ali existentes também desapareceram. Atualmente a nascente do rio esta localizado no bairro da Aurora. No quadro 3-1 pode ser observado os principais afluentes do rio anil, de acordo com a sua margem. Quadro 3-1: Principais afluentes do rio Anil de acordo com suas respectivas margens. Rio Anil Margem direita Igarapé da Ana Jansen Igarapé do Jaracati Igarapé dos Vinhais Rio Ingaura Margem esquerda Rio Jaquarema Córrego da Vila Barreto Córrego da Alemanha Igarapé da Camboa Os afluentes pela margem direita são maiores, mais extensos, e atravessam a região dos mangues bem definidas antes de desaguarem no rio enquanto os da esquerda são mais curtos, de maior declividade e chegam quase 7

31 diretamente ao corpo receptor, drenando bacias completamente urbanizadas e que possuem problemas gerais de escoamento Bacia do rio dos Cachorros A bacia do rio dos Cachorros (Figura 3-3) localiza-se a sudoeste da ilha de São Luis, sua nascente encontra-se nas imediações do bairro Rio Grande e Tanandiba, seguindo seu percurso no sentido sudoeste e deságua no estreito do coqueiro na altura do porto da ALUMAR. Figura 3-3: Visualização da ilha do Maranhão com destaque para a Bacia do rio dos Cachorros Características Gerais O rio durante seu trajeto banha as seguintes localidades: Parnauaçu, Cajueiro, Porto Grande, Limoeiro, Taim, Rio dos Cachorros, Vila Maranhão, Embaubal e outros. Nas áreas despovoadas o rio segue com águas cristalinas enquanto nas áreas povoadas o rio apresenta coloração esverdeada. 8

32 O rio é usado para pesca, abastecimento dos moradores ribeirinhos e para laser dos mesmos Bacia do Rio Tibiri A Bacia do Tibiri (Figura 3-4) localiza-se no Município de São Luís - MA, na parte sudeste da Ilha do Maranhão, entre as coordenadas e Sul e e W de Greenwich. Limita-se a leste com a bacia do Rio Tijupá e a bacia do Rio Jeniparana; a oeste com o Distrito Industrial de São Luís; ao norte com o Aeroporto Marechal Cunha Machado e o Parque de Exposição Agropecuária e, ao sul, com a baía de São José, onde deságua (Campos et al, 2009). Figura 3-4: Visualização da ilha do Maranhão com destaque para a Bacia do rio Tibiri. 9

33 Características Gerais A bacia do Tibiri tem uma área de 114 km 2 e é drenada através de vários canais. Estes sofrem grande incursão da maré, dando-lhes considerável teor de salinidade. Há concentração de manguezais distribuídos em furos e igarapés constituídos por substrato de vasas, onde a granulometria predominante é silte, argila e vasas. Existe no curso superior dos afluentes, o ambiente fluvial, com afloramento de lençóis freáticos nas encostas colinosas, baixões e matas ciliares. Sem um planejamento urbano adequado, observa-se uma desordenada expansão urbana, resultando em impactos ambientais negativos. Como fator agravante, tem-se nesta área, parte do Distrito Industrial de São Luís, com constantes agressões ao meio-ambiente. Tem se ainda o Aterro Sanitário da Ribeira, que possui 60 hectares disponíveis de um total de quase hectares e vida útil estimada em 25 anos, contribuindo também para a degradação ambiental. Levando-se em conta a fragilidade da área, a variedade de usos e os impactos ambientais que esta vem sofrendo, tornam-se primordiais, ações que visem o ordenamento deste território Bacia do Rio Paciência O Rio Paciência (Figura 3-5) nasce na chapada do Tirirical e é o principal curso d água que banha a zona Leste da ilha do Maranhão. Possui 27,3 Km de extensão e uma área de 143,7 Km 2. A sua extensão e área no Município de Paço do Lumiar são 17,5 Km e 73,9 Km 2 respectivamente. Sua foz está localizado próximo a ilha de Curupu e seus principais afluentes são os rios Itapiracó e Miritiua, que dependem das precipitações sazonais (Macedo, 2003). 10

34 Figura 3-5: Visualização da ilha do Maranhão com destaque para a Bacia do rio Paciência Características Gerais O Rio Paciência desemboca na baía de Curupu e apresenta características singulares que provocam controvérsias quanto a esta denominação, pois grande parte do seu curso é inundado pelas águas das marés durante a preamar. As maiores altitudes registradas chegam a 65 m, estão localizadas na chapada do Tirirical e a direção do curso do rio varia entre Norte, Nordeste e Leste. Em relação ao padrão de drenagem, o rio Paciência apresenta o tipo dendrítico ou arborescente, pois seus cursos fluviais tributários distribuem-se em todas as direções da superfície do terreno, formando ângulos agudos e nunca chegando ao ângulo reto. O rio Paciência contribui para o abastecimento de água da cidade de São Luis e desempenha um importante papel na economia local, através da irrigação da 11

35 horticultura e floricultura. Outra função desse rio é como fonte de lazer nos finais de semana em alguns trechos do seu curso Coleta de dados As campanhas de campo estão detalhadas em cada um dos estudos específicos que formam este diagnóstico, as coletas ocorreram ao longo de 04 dias no mês de novembro, onde cada bacia teve 01 dia inteiro de campanha para a obtenção de dados. Em cada bacia foram registrados 04 pontos de coleta, totalizando 16 pontos amostrados (Figura 3-6). Com auxílio de uma voadeira com motor de 25hp, pertencente ao laboratório de hidrobiologia (LABOHIDRO) da UFMA, foi possível a obtenção dos organismos pertencentes aos diferentes grupos, tais como Fitoplâncton, Macroalgas, Zooplânctons, Ictioplânctons, e Bentons. Para o grupo dos peixes, estes foram obtidos através da contratação de pescadores locais para a obtenção do material biológico, porém maiores detalhes são especificados no relatório referente ao respectivo grupo, o mesmo é valido para o grupo de Vegetação, Aves, Quelôneos, Cetáceos, Geologia, Geomorfologia e Clima e Condições Meteriológicas. No anexo 3-1 pode ser observado os diferentes equipamentos utilizados no estudo para a coleta dos materiais biológicos. 12

36 Figura 3-6: Pontos de coleta ao longo das 04 bacias hidrográficas utilizadas para o respectivo estudo. 13

37 4. Meio Físico 4.1. Geologia INTRODUÇÃO Localização e Caracterização da Área. A área estudada localiza-se na Região Geomorfológica definida como Planícies Litorâneas, ocupando parte setentrional da unidade Geomorfológica conhecida como Golfão Maranhense que por sua vez é componente da Bacia Costeira de São Luís. Geologicamente, toda área encontra-se dentro da feição geotectônica denominada Cráton de São Luís, tendo como limite norte a plataforma continental, e limite sul os Altos Estruturais Arco Ferrer - Urbano Santos, disposto aproximadamente E-W, a leste pelo Horst de Rosário e a oeste por sedimentos da Baía de São Marcos. Enquadrando-se pelas coordenadas geográficas 2º 24` 10 e 2º 46` 37 de latitude Sul e 44º 22` 39 e 44º 22` 39 de longitude Oeste e ocupando uma área aproximada de 831,7km² e possuindo a maior concentração populacional do Estado do Maranhão tendo em vista que ali se encontram os municípios de São Luís, São José de Ribamar Paço do Lumiar e Raposa. O clima da região, segundo a classificação de Koppen, é tipo AW, Tropical chuvoso, com predominância de chuvas nos meses de janeiro a abril. A temperatura média anual oscila em torno de 28º. A hidrografia da região é formada pelos rios Anil, Bacanga, Tibiri, Paciência, Maracanã, Calhau, Pimenta, Coqueiro e Cachorros entre outros. São rios de pequeno porte que deságuam em diversas direções abrangendo dunas e praias. Sendo que o rio Anil com m de extensão, e Bacanga com 9.300m drenam para a Baía São Marcos tendo em seus estuários áreas cobertas de mangues. Na área, as rodovias mais importantes são a BR-135, MA-201 e MA-106, que associadas ao sistema flúvio-marinho são responsáveis pelas articulações e o escoamento da produção. 14

38 Os mapas geológicos disponíveis da região estão na escala 1: , Folha São Luís SA.23-Z-A (RODRIGUES et al.,1994); escala de 1: (MARANHÃO, 1998); escala 1: na Folha São Luís SA-23-X e SA-23-Z (VEIGA JR., 2000) e na escala 1: o mapa geológico-geotécnico da bacia do Rio Bacanga (PEREIRA, 2006) OBJETIVOS Os estudos aqui apresentados visam produzir informações capazes de: Contribuir para o completo diagnóstico da geologia da área; Produzir parâmetros geológicos que servirão como suporte básico para avaliação e controle da vulnerabilidade do sistema físico-biótico; Auxiliar na melhor compreensão dos processos morfogenéticos litorâneos atuantes na área; Auxiliar na melhor compreensão da Geomorfologia Fluvial e Litorânea da área; Produzir base científica, que permita a tomada de decisão, voltada a uma política de gerenciamento e desenvolvimento sustentável METODOLOGIA Para atingir os objetivos propostos foi utilizada a seguinte metodologia na execução do levantamento geológico que por sua vez foi dividida em três fases. A primeira desenvolvida exclusivamente em escritório a segunda desenvolvida no campo e a terceira realizada novamente em escritório, sendo que na última, os serviços de escritório quase que em sua totalidade dependeram das informações obtidas em campo. A primeira fase constou dos seguintes procedimentos: Pesquisa bibliográfica para seleção análise de documentos geológicos, de preferência os pertinentes à área; 15

39 Compilação bibliográfica seletiva dos dados geológicos; A segunda fase constou dos seguintes procedimentos: Planejamento e seleção das áreas para cheque de campo; Realização de expedições a campo, buscando eliminar dúvidas, constatar a veracidade terrestre. Registros fotográficos, com o objetivo de auxiliar na compreensão da área; Na terceira fase foi elaborado Diagnóstico Geológico e posteriormente revisado CARACTERIZAÇÃO ESTRATIGRÁFICA E LITOLÓGICA Considerações Gerais A estratigrafia litológica adotada no presente estudo é uma adaptação daquela apresentada por Rodrigues et al (1994) e Veiga Jr. (2000), constituindo-se assim a coluna estratigráfica da área definida por: Formação Itapecuru (Ki), pertencente ao Cretáceo com idade Cenomaniano ( milhões de anos), Formação Barreiras (TQb), pertencente ao Cenozóico com idade ( milhões de anos) e Formação Açuí (Qpa/Qha), pertencente ao Pleistoceno Holoceno com idade inferior a (1.6 milhões de anos) conforme o quadro e sua distribuição na ilha do Maranhão ocorre de acordo com a figura

40 Quadro 4.1-1: Coluna estratigráfica da Bacia de São Luís (adaptado de RODRIGUES et al., 1994). ERA/ PERÍODO CENOZÓICO Quaternário Terciário MESOZÓICO Cretáceo Pleistoceno Meso- -Mioceno Mioceno Superior Formação Itapecuru Unidades estratigráficas FORMAÇÃO AÇUÍ FORMAÇÃO BARREIRAS TERCIÁRIO PALEOGENO Membro Alcântara Membro Psamítico Litologia Areia fina a média, matura a submatura, com estratificação cruzada. Argila arenosa, maciça bioturbada Areia fina a média, com concentrações ferruginosas, imatura, intercalações argilosas cauliníticas. Potencial Mineral Areia Areia Argila Argila Laterita Água Subterrânea Areia fina a silte, com bolas de argilito, Areia submatura, conglomerados, estratificação Argila ondulada e cruzada. Água Subterrânea Calcilutitos, silte e areia muito fina, com argila, texturalmente imaturo, micáceo, estratificação plano-paralela Arenito fino a médio, quartzo com feldspato, caulinizado, mica, nódulos ferruginizados, estratificação plano-paralela e cruzada. Calcário Argila Água subterrânea 17

41 Figura 4.1-1: Distribuição Litoestratigráfica da Ilha do Maranhão. (adaptado de MARANHÃO, 2003) FORMAÇÃO ITAPECURU Para efeito desse estudo consideram-se as rochas da Formação Itapecuru como pertencentes à Idade Cretácica sendo divididas em dois membros: Inferior Psamítico Membro que repousa concordantemente sobre a formação codó e discordantemente, sobre os sedimentos do mesozoico, paleozoico e de rochas do embasamento. São recobertos através de pequena discordância angular, pelo pacote pelítico-cabornático do membro superior dessa mesma formação e por sedimentos fluvio-lacustres holocênicos (Rodrigues et al.,1994). Suas rochas foram afetadas por processos de lateritização onde se apresentou um perfil pouco evoluído com espessura que varia de 3 a 4m caracterizando uma cobertura detrítico-laterítica, sendo composto basicamente por siltitos micáceos, calcarenitos, folhetos, siltitos e 18

42 arenitos avermelhados e esbranquiçados, finos a médios cauliniticos com estratificação cruzada. Superior Alcântara O Membro Alcântara assenta-se em discordância angular sobre os sedimentos do Membro Psamítico e a sua sobreposição pelos sedimentos pertencentes à Formação Barreiras ocorre com contato erosional discordante, caracteriza-se por siltitos e folhelhos vermelhos, coesos, de laminação plano-paralela, intercalados com bancos tabulares a lenticulares de calcários creme-esbranquiçados. Rodrigues et al(op. cit.). Suas rochas foram submetidas a processos de lateritização, tendo desenvolvido um perfil pouco evoluído, apresentando processos de ferruginização e caulinização em todos seus perfis FORMAÇÃO BARREIRAS Considerados como pertencentes ao terciário, os sedimentos da Formação Barreiras são predominantemente, areno-argilosos de coloração róseoavermelhada, siltitos maciços de cores amarela a ocre, ferruginizados e, ocasionalmente, conglomeráticos, desorganizados. Apresentam um perfil imaturo, com sedimentos inconsolidados, argiloso, com areias disseminadas, amarelados a avermelhados, com nódulos e blocos de concreções ferruginosas, sendo que sua espessura não excede 30 metros (RODRIGUES et al., 1994). Os estudos de reconstrução dos paleoambientes indicaram um sistema transicional marinho com significantes entradas de água doce, típico de ambiente estuarino. Os sedimentos areno-argilosos do Grupo Barreiras indicaram idade mesomiocena. Os sedimentos da Formação Barreiras foram individualizados em três unidades de fácies: arenosa, areno-argilosa e argilosa típicas de ambiente continental e que estão intensamente afetadas pelo processo de laterização. A Formação Barreiras aflora, na Ilha do Maranhão, na base, encostas e topos dos tabuleiros e colinas (Figura 4.1-2). 19

43 Figura 4.1-2: Formação Barreiras em falésia ativa na praia de Boa Viagem / S. José de Ribamar FORMAÇÃO AÇUÍ A Formação Açuí diz respeito aos sedimentos inconsolidados de idade Quaternária, que ocorrem na região, preenchendo as áreas topograficamente mais baixas e constituindo as rias soterradas e mangues marginais a costa, a qual seria de topografia baixa a plana. Nesse estudo consideramos as dunas, aluviões e solos como pertencentes ao Quaternário, os sedimentos do Pleistoceno posterior e Holoceno referentes à Formação Açuí Qpa / QHa e descritos conforme Rodrigues et al (1994), que correspondem em grande parte aos depósitos formados no final dos Episódios Cenozóico, em condições interglaciais, onde parte são de origem marinha e origem eólica, mas de uma maneira em geral relacionadas a dinâmica costeira, a exceção de alguns aluviões e coluviões. A Formação Açuí encontra-se amplamente distribuída na área em estudo, encontrado-se representada por sedimentos Pleistocênicos e Holocênicos muito representativos, na área em estudo, encontra-se distribuídos nas 20

44 margens litorâneas formam os substratos dos manguezais nos estuários do Estreito dos Mosquitos, Anil, Paciência. Formando os substratos das Praias de São José de Ribamar, Panaquatira, Ponta da areia e Raposa. As areias flúvio-marinhas ocorrem em manchas isoladas em diversos locais, em especial nos terraceamentos do rio Bacanga. Argilas são de cor cinza, bastante plástica, maciça, salobra, adensada, podendo conter alguma areia fina disseminada. Objetivação de furos mostrou uma camada delgada de solo arenoso que suporta a vegetação de gramíneas e pequenos arbustos. As areias de Cordões Litorâneos são depósitos que ocorrem principalmente na porção setentrional, formando ilhas no interior dos depósitos eólicos continentais que são bem caracterizados em fotografias aéreas, onde apresentam-se como corpos de areais de geometria linear, paralelos e de baixo relevo. São constituídos de areias predominantemente quartzosas, granulação média, mal selecionada, com grãos manchados de óxido de ferro, originadas através de processos de tração de detritos sob condições de fluxo aquoso de alta energia; fácies de preenchimento de canais. Os sedimentos Holocênicos estão representados essencialmente por Lamas de Mangue (QHg) seguido de Aluviões e Coluviões fluviais, de legues terrígenos (Qhal), de areias marinhas litorâneas (QHml), areias eólicas (Qhae) e dunas e areias flúvio - marinhas. As Lamas de Mangue são depósitos que estão localizados próximos ao litoral, geralmente submetidos a ação das marés e estão associados aos depósitos de cordões litorâneos, aos depósitos de argilas adensadas com areias, aos depósitos marinhos litorâneos e aos depósitos flúvio - marinhos. São constituídos por lamas arenosas, plásticas, não adensadas, maciças e bioturbadas, recobertas por vegetação arbustiva característica, desenvolvendo manguezais. São originados por processos de tração/suspensão subaquosa, pela ação das marés; representando fácies de intermaré/submaré rasa. Os depósitos aluvionares são constituídos por areias médias, mal selecionadas, quartzosas, submaturas a maturas, apresentando intercalações 21

45 de pelitos, formando os depósitos de canal, de barras de canal e da planície de inundação dos cursos médios dos rios. Originam-se por processos de tração subaquosa; compreendendo fácies de canal e barras de canal fluvial. Os depósitos coluvionares são de ocorrência restrita, podendo ser observados nas porções médias internas do Golfão Maranhense. São constituídos predominantemente por material conglomerático; originados por processos viscosos do tipo fluxo de detritos, constituem fácies de leques aluviais de enxurradas. Os coluviões são materiais grosseiros, mal selecionados acumulados nos sopés das encostas e as falésias geralmente não são cartografados. Nos sopés das falésias é comum coluviões formados por concreções lateríticas, exemplos são as praias de Panaquatira e Boa Viagem (Figura 4.1-3). Além de outras, representados por matações grosseiras ou aglomerados dispostos na Zona de intramaré e supramaré. Figura 4.1-3: Depósito coluvionar na praia de Boa Viagem S. José de Ribamar. 22

46 As Areias Marinhas Litorâneas (Figura 4.1-4) constituem a faixa visível, essencialmente, na maré baixa. Constitui-se de areia fina a média, quartzosa, limpa, bem selecionada, ocorrem em quase todas as praias atuais. Figura 4.1-4: Areias Marinhas Litorâneas na praia de Panaquatira S. José de Ribamar As Areias Eólicas (Figura 4.1-5) estão representadas por grãos de quartzo bem selecionados, com cor esbranquiçada, maturas, grãos grosseiros a médio. Constituem as planícies costeiras ou dunas desertas, planícies cobertas por vegetação, por vezes não, distribuídas ao longo de uma faixa, estreita na margem da praia. 23

47 Figura 4.1-5: Areias Eólicas na praia de Panaquatira S. José de Ribamar. As Areias Flúvio - Marinhas (Figura 4.1-6) são geralmente finas, esbranquiçadas, compostas de grão de quartzo, maturas e constituem os sedimentos arenosos das ilhas fluviais nos baixos cursos das drenagens e os terraceamentos das margens de baías. Figura 4.1-6: Areias Flúvio-Marinhas no porto de Timbuba S. José de Ribamar 24

48 4.1.5 CONCLUSÃO Em Função das características geológicas da ilha do Maranhão, dos processos geológicos atuantes e da sua fisiografia, recomenda-se a realização de estudos aprofundados antes da exploração de minerais (areias, argilas e lateritas), salvo como forma corretiva de impactos ou sob condições de rigorosos projetos geológicos e obediências legais. Mapeamento geológico na escala 1:15000 ou maior Delimitação e dimensionamento de reservas de argilas industriais e areias, através de sondagens rasas com trado mecânico; Amostragem e análises sistemáticas de modo a permitir conclusões, sobre a aplicabilidade dos materiais pesquisados. Obras de engenharia civil devem ser precedidas de estudos/ laudos geológicos, geomorfológicos e hidrogeológicos, como forma de compreender o substrato e os processos; de modo a evitar recalques, erosão, contaminação de aqüíferos e rios. Fiscalizar a extração mineral na ilha como forma de proteção ambiental tanto para os rios como para os estuários, uma vez que ocorre um crescimento acentuado da extração de areia e brita para atender às necessidades do mercado na área da construção civil, e, com isso, as empresas responsáveis por essa extração ampliaram sua produção, desenvolvendo suas atividades, em sua maioria, na informalidade. A extração de muitos destes materiais tornase de difícil controle já que são vendidos geralmente sem identificação de procedência, nem de fornecedor. Além disso, cada processo precisa ser avaliado individualmente, para que se verifique se há ou não interferência, qual será o grau de seu impacto sobre a pesquisa ou extração nas porções remanescentes e quais as medidas mitigadoras desse impacto, questões que deverão ser abordadas em etapas futuras específicas. Elaboração de um programa hidrológico/hidrogeológico, visando a caracterização da área, em especial do aqüífero Barreiras, de modo a estabelecer parâmetros de utilização adequada, criando parâmetros 25

49 consistentes para, a exploração desses sistemas de aqüíferos, para os casos de grandes demandas, assim como o manejo racional das bacias hidrográficas, monitorando a qualidade das águas e utilizando preferencialmente o sistema ITALUIS. 26

50 4.2. Geomorfologia INTRODUÇÃO A orla costeira, ou simplesmente orla, é a estreita faixa de contato da terra com o mar na qual a ação dos processos costeiros se faz sentir de forma mais acentuada e potencialmente mais crítica à medida que efeitos erosivos ou construcionais podem alterar sensivelmente a configuração da linha de costa. Representa também uma faixa na qual a degradação ambiental por destruição da vegetação e construção de edificações se torna extremamente evidente por modificar, geralmente para pior, a estética da paisagem e até mesmo intervir no processo de transporte sedimentar, tanto eólico como marinho, bem como no escoamento superficial provocando desequilíbrios no balanço sedimentar e consequentemente na estabilidade da linha de costa. Assim, tanto no sentido do estabelecimento de uma zona de proteção costeira contra fenômenos erosivos, quanto no de preservação da paisagem, torna-se importante a definição de critérios para a fixação de limites tanto oceânicos quanto terrestres, legalmente aceitos, para que se possa orientar ações de controle e restrição de atividades que venham alterar de forma negativa as características ambientais, estéticas e de acessibilidade à orla LOCALIZAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A Ilha do Maranhão (Figura 4.2-1) localiza-se entre as coordenadas geográficas 2º 24` 10 e 2º 46` 37 de latitude Sul e 44º 22` 39 e 44º 22` 39 de longitude Oeste. Tomando como referência sua localização no espaço brasileiro, situa-se na porção ocidental da Região Nordeste, no litoral Amazônico Oriental, conforme SILVEIRA (1968). No que se relaciona ao território maranhense, situa-se no Golfão Maranhense (AB SABER, 1960). 27

51 Figura 4.2-1: Imagem da ilha do Maranhão. Os fatores ambientais têm presença notável na área-objeto do presente estudo. Alguns, no entanto, merecem maior atenção, visto que impõem alterações mais significativas para o equilíbrio da paisagem, tanto pela intensidade dos seus agentes como pela natureza das transformações que realizam no conjunto da paisagem. Nesse contexto merecem destaques os fatores geológicos, climáticos e antrópicos dentre outros. Os fatores geológicos por serem a base de sustentação das paisagens e por sofrerem maiores os impactos á medida que forças externas vêm atuando de modo incisivo e recorrente. Nesse quadro de entrechoques, conjugam-se e divergem-se as energias dos agentes climáticos, bióticos e oceanográficos através da história física do território maranhense, nos últimos séculos acrescidos da contribuição antrópica. 28

52 O clima da região, segundo a classificação de Koppen, é tipo AW, Tropical chuvoso, com predominância de chuvas nos meses de janeiro a abril. A temperatura média anual oscila em torno de 28º. O fator climático apresenta-se com importante fator uma vez que com a sucessão de períodos houve uma variação dos índices de umidade de semiúmido ao super-úmido. No conjunto, os testemunhos paleogeográficos indicam o predomínio dos estágios mais úmidos ao longo do tempo geológico que se caracterizam pela proliferação de uma flora representada por densa floresta Tropical, já quase totalmente alterada pala ação do homem, e de uma fauna típica e abundante. A hidrografia da região é formada pelos rios Anil, Bacanga, Tibiri, Paciência, Maracanã, Calhau, Pimenta, Coqueiro e Cachorros entre outros. São rios de pequeno porte que deságuam em diversas direções abrangendo dunas e praias. Sendo que o rio Anil com m de extensão, e Bacanga com 9.300m drenam para a Baía São Marcos tendo em seus estuários áreas cobertas de mangues O homem surge como agente modificador da paisagem à medida que vai ocupando e utilizando áreas para diversas atividades, exercendo incríveis pressões sobre os segmentos ainda disponíveis do espaço geográfico, muitas vezes violando a própria legislação de proteção aos recursos naturais. Na área, as rodovias mais importantes são a BR-135, MA-201 e MA-106, que associadas ao sistema flúvio-marinho são responsáveis pelas articulações e o escoamento da produção OBJETIVOS OBJETIVO GERAL O levantamento das características geomorfológicas visando identificar e caracterizar as diferentes feições do relevo na ilha do Maranhão. 29

53 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Caracterizar os fatores ambientais que compõem o meio físico da área da ilha do Maranhão. Dimensionar a configuração geomorfológica atual como resultado da interação dinâmica e evolutiva de ações dos meios físico e antrópico; Evidenciar o papel representado pela cobertura vegetal para a aceleração ou o retardamento dos processos morfogenéticos; Dimensionar a atividade dos principais agentes modeladores da paisagem na área; Identificar as áreas com alterações bruscas da morfologia, caracterizando as atividades dos agentes e processos morfogenéticos; Apresentar uma proposta de zoneamento com base no panorama geomorfológico em sintonia com as propostas dos demais eixos temáticos ora abordados. Este produto integrará o resultado final desta etapa do Programa de Gerenciamento Costeiro do Estado do Maranhão METODOLOGIA Para alcançarmos os objetivos propostos foram realizados os seguintes procedimentos executados para caracterização geomorfológica da área em análise sendo divididos em 03 etapas a seguir: Pesquisa bibliográfica Realizou-se a seleção e consulta da bibliografia relacionada à temática em órgãos e instituições federais, estaduais e municipais. Para o planejamento dos trabalhos de campo Trabalho de campo Foi percorrida a área de estudo (visitação terrestre) visando identificar as principais unidades litoestratigráficas (natureza litológica), bem como as principais formas, agentes e processos geomorfológicos relevantes. Durante os trabalhos de campo foi realizado levantamento fotográfico. 30

54 Trabalho de escritório/laboratório Confecção e revisão da caracterização geomorfológica CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA A área de estudo localiza-se na Mesorregião Norte Maranhense. De acordo com a classificação adotada por Barbosa e Pinto (1973), a referida área situa-se exclusivamente na unidade geomorfológica da Planície Flúvio- Marinha do Golfão Maranhense. No referido estudo sobre a geomorfologia da orla litorânea da Ilha do Maranhão,foram utilizados dados secundários para uma descrição das principais feições geomorfológicas identificadas a partir das imagens de satélites, fotografias aéreas e mapas temáticos subsidiadas com informações obtidas durante os trabalhos de campo, bem como considerações sobre a dinâmica geomorfológica existente objetivando identificar as possíveis suscetibilidades a processos erosivos e/ou deposicionais COMPARTIMENTAÇÃO DO RELEVO E UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS A área de estudo está localizada no domínio morfoestrutural da Bacia de São Luís e na unidade geomorfológica da Planície Flúvio-marinha do Golfão Maranhense durante o estudo identificaram-se as principais subunidades do relevo existente conforme (Quadro 4.2-1) a seguir: 31

55 Quadro 4.2-1: Compartimentação do relevo da área de estudo. Compartimentação Geomorfológica Domínio Morfoestrutural Unidade Geomorfológica Subunidades Locais de Relevo Baias, estuários, ilhas e estreitos Planície flúvio - marinha, Planície Flúvio - Bacia Costeira de São Planície fluvial, e Planície marinha do Golfão Luís de maré Maranhense Tabuleiro, colinas, falésias, dunas e praias. Lagoas e lagunas A Planície Flúvio-Marinha do Golfão Maranhense configura-se como a principal unidade morfológica. A mesma constitui uma região rebaixada e alagadiça dos estuários dos rios Pindaré, Mearim, Itapecuru e Munim, sendo caracterizado pela presença do Golfão Maranhense compostos principalmente pelas baías de São Marcos e São José, ilhas, lagoas, planícies de maré, praias, dunas e falésias. Conforme Barbosa e Pinto (1973) esta unidade apresenta numerosas lagoas fluviais, extensas várzeas inundáveis, áreas colmatadas, sistema hidrográfico divagante e labiríntico, assim como a presença de manguezais ao entorno das ilhas e nas desembocaduras fluviais. Composta principalmente por depósitos argilosos ricos em matéria orgânica oriundo dos extravasamentos das calhas principais a Planície Flúvio-Marinha do Golfão Maranhense apresenta deposição nas zonas interfluviais. Os efeitos das marés são notáveis na área. Localizado entre o litoral ocidental e o oriental, o Golfão Maranhense comunicase com o oceano Atlântico através da abertura compreendida entre a baia de Cumã e a baía de Tubarões consistindo em um grande e complexo sistema estuarino, (de macromarés com amplitudes > 4m), que difere das demais planícies costeiras da região nordeste, pela sua própria morfologia, conformação e vasta área de abrangência, assim como, pela extensão, 32

56 concentração de cursos d água e retificação litorânea (SANTOS,1989). A hidrodinâmica do Golfão é regida pelas marés semi-diurnas, com uma amplitude máxima de 7,2metros e média de 4,6metros. A Ilha do Maranhão (Figura 4.2-2) ocupa a parte central do Golfão, sendo separada do continente pelo estreito dos Mosquitos, que conjuntamente com o estreito dos Coqueiros, comunicam as massas aquosas da baía de São José/Arraial com as da baía de São Marcos (SANTOS et al., 2004). Figura Caracterização Geomorfológica da Ilha do Maranhão (adaptado de MARANHÃO, 2003). A Planície Flúvio-Marinha do Golfão Maranhense caracteriza-se pela ocorrência de inúmeros canais e extensos campos inundáveis que estão sujeitos a influência das marés. 33

57 Planícies de maré formam-se em costas planas suavemente inclinadas, em que a energia das marés prevalece sobre as ondas a exemplo das áreas submetidas a regime de macromarés. A gênese desse ambiente deposicional ocorre devido diminuição de energia do mar em direção ao continente, propiciando condições ideais para a deposição de granulometrias finas, ou seja, lamas. Em regiões tropicais e subtropicais a planície de maré lamosa (zona intermarés) é geralmente ocupada pela vegetação de mangue. A planície de maré (área pantanosa), com baixo gradiente, (SUGUIO, 1992), submersa diariamente, apresenta-se recortada por inúmeros canais de maré apresentando ou não vegetação de mangue. As planícies de maré têm uma ampla ocorrência, no Golfão Maranhense e sua área exposta vai depender diretamente da altura e dos períodos das marés. Situados na ilha do Maranhão, mais precisamente no setor N e NE da ilha, os tabuleiros costeiros são compostos por uma sequência arenosa e arenoargilosa da Formação Barreiras, dissecada em colinas ou mesas com bordas abruptas nas proximidades da planície litorânea (EL ROBRINI et al., 2006). Esta feição morfológica apresenta-se ora recoberta por vegetação arbustiva arbórea, ora com solo desnudo evidenciando a ocorrência de processos erosivos (movimentos de massa e erosão regressiva), causados pelo escoamento das águas superficiais e subsuperficiais, originando ravinas, voçorocas dentre outras feições morfológicas. Constituídas por material friável (sedimentos da Formação Barreiras, ricos em óxido de ferro de coloração vermelho amarelado), as falésias são altamente suscetíveis a erosão por processos marinhos, eólicos e/ou pluviais. Em geral, falésias constituídas por rochas menos resistentes a erosão são menos estáveis, sofrem mais efeitos de retração e maiores riscos de desmoronamentos, principalmente durante o período chuvoso, nessas áreas os processos erosivos são evidentemente maiores do que nos locais de relevo suavemente ondulados, principalmente, quando destituídos de cobertura vegetal. As colinas encontradas na Ilha do Maranhão constituem pequenas elevações com topos em geral convexos ou tabulares, com altitudes variando geralmente 34

58 de 10 a 40 metros. As colinas constituem uma feição do relevo bastante suavizada em função dos processos denudacionais vigentes na área em questão CONCLUSÃO Baseado nos estudos realizados pode-se concluir que o relevo da Ilha do Maranhão apresenta-se intensamente compartimentado em algumas áreas, dentre as quais se destacam a zona costeira em face da ação continuada dos agentes morfogenéticos relacionados aos fatores climático e antrópico. Nas últimas décadas, a aceleração do crescimento das áreas urbanas, notadamente na Cidade de São Luís, vem acarretando a expansão demográfica desordenada com reflexos extremamente negativos quanto à dinâmica das formas de relevo e o patrimônio natural em seu todo, contribuindo para a aceleração dos processos modeladores da paisagem e a ruptura do estado de estabilidade até então marcante em quase toda a ilha. As áreas dos municípios da Ilha do Maranhão apresentam-se ligeiramente diferenciadas quanto aos seus aspectos morfodinâmicos e paisagísticos naturais, refletindo maior diversidade quanto à paisagem humanizada. Quanto à influência antrópica no equilíbrio da paisagem, a orla litorânea do município de São Luís, encontra-se mais afetada em decorrência do acelerado crescimento urbano. Ao analisarmos os níveis diferenciados de intervenção antrópica no equilíbrio da paisagem da Ilha do Maranhão, surge a necessidade de planejamento da estratégia de ocupação dos espaços que ainda se encontram com suas características naturais preservadas. As áreas que já sofreram processos irreversíveis de alteração do seu equilíbrio, devem ser objeto de ações emergenciais com vistas à recuperação ou estabilização dos processos de degradação ambiental onde evidencia-se a conjugação de esforços dos stakeholders, sem o que não se alcançará êxito. 35

59 4.3. Clima e Condições Meteriológicas Clima e Tempo Tempo pode ser definido como o estado momentâneo das condições da atmosfera em um determinado local. Enquanto que, Clima é uma media do tempo, ou seja, o estado médio das condições atmosféricas que atuam em determinado local durante um longo período de tempo (aproximadamente 30 anos). Pode-se determinar o clima por meio de elementos climáticos como: temperatura, insolação, vento, radiação solar, chuva, umidade do ar, etc. Sobre estes elementos atuam os fatores climáticos ou agentes que interferem no clima, influenciando ou modificando as ações dos elementos do clima. Os principais fatores climáticos são: distância em relação ao oceano, relevo, tipo de cobertura da superfície, latitude e circulação geral atmosférica. Esses fatores determinam a intensidade e distribuição latitudinal da energia solar, e dos elementos meteorológicos, que caracterizam o clima Localização Geográfica O estudo climático ora apresentado foi realizado para a Ilha do Maranhão, a qual esta localizada no centro do Golfão Maranhense e abrange quatro municípios: São Luis, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Rosário, conforme demonstram as Figuras e A cidade de São Luis (2 35 S, W, 62 m), capital do Estado, apresenta grande aumento populacional e intenso processo de urbanização, devido ao crescente desenvolvimento industrial (Tabela e Figura 4.3-2). 36

60 Figura Localização geográfica da área de estudo. MUNICÍPIOS Tabela Área, população e densidade demográfica. ÁREA (Km 2 ) POPULAÇÃO 2007 Total Urbana Rural Densidade Demográfica (Hab/Km 2 ) Paço do Lumiar 132, ,45 Raposa 64, ,07 São José de Ribamar 386, ,11 São Luís 827, ,62 Total 1.277, , ,09 220, Fonte: IBGE, 2007 A Ilha do Maranhão esta localizada no centro do Golfão Maranhense e possui feições fitográficas e climatológicas características (Figura 4.3-2). Devido a sua posição geográfica, apresenta moderadas variações espaço-temporal do clima. No entanto, também por sua localização geográfica esta naturalmente vulnerável a eventos extremos do clima. 37

61 Figura Localização geográfica do Golfão Maranhense e dos principais municípios da área de entorno. Quanto à geologia, a Ilha e toda a região do Golfão Maranhense apresentam estrutura geológica sedimentar, provavelmente formada do inicio do paleozóico ao final do mesozóico. No litoral ocidental do Golfão Maranhense (Figura 4.3-2), destacam-se as matas de várzeas e mangues; no lado oriental, há a presença de restingas, falésias e mangues; na faixa litorânea prevalece um relevo de linhas suaves predominantemente planos (150 a 200 m de altura) e há extensas praias. Outra variável a ser considerada é a ação antrópica na Ilha. Nos últimos anos vem ocorrendo um forte processo de urbanização, o qual se intensificará com o aumento de investimentos na industrial, comercio e turismo Rede Automática de Coleta de Dados A rede automática de informações meteorológicas do Estado do Maranhão esta sob a coordenação da Universidade Estadual do Maranhão, teve início em 1998 e atualmente conta com 22 Plataformas de Coleta de Dados Meteorológicos (PCDs). A Figura mostra a distribuição espacial das plataformas que fazem parte da rede automática de coleta de dados do Maranhão. 38

62 -2 Alcântara São Luis Barreirinhas Zé Doca Urbano Santos Itapecuru Mirim Santa Inês Chapadinha Coroatá Pedreiras Caxias Açailândia Barra do Corda São Domingos do MA Sítio Novo Estreito São J. Patos São Loreto D. Azeitão Riachão Balsas Campos Lindos - TO Figura Localização geográfica das PCDs da rede automática do Estado do Maranhão. PCD Meteorológica; PCD Agrometeorológica Estas plataformas de coleta de dados ambientais têm a finalidade de medir e armazenar em memória, parâmetros hidrometeorológicos para fins de pesquisa e monitoramento em tempo real das condições de tempo, clima e recursos hídricos. Estas plataformas estão interligadas ao Sistema Brasileiro de Coleta de Dados, o qual é constituído pela rede de plataformas de coleta de dados espalhadas pelo território nacional, pela constelação de satélites SCD1, SCD2 e CBERS1 (Segmento Espacial), pelas Estações de Recepção de Cuiabá e de Alcântara, e pelo Centro de Missão Coleta de Dados Neste sistema (Figura 4.3-4), a comunicação entre uma plataforma e as estações de recepção é estabelecida através dos satélites. As PCDs são geralmente configuradas para transmitirem, a cada 200 segundos, cerca de 32 bytes de dados úteis. 39

63 Figura Esquema do Sistema Brasileiro de Coleta de Dados Metodologia Inicialmente realizou-se a seleção e consulta da bibliografia relacionada à temática em órgãos e instituições nos níveis municipais, estaduais e federais. O estudo climatológico ora apresentado está limitado pela dificiência de dados climáticos. O Maranhão, a exemplo da maior parte do território nacional, não dispõe de rede meteorológica com densidade e distribuição regional adequada para estudos mais detalhados. Os dados meteorológicos aqui utilizados foram obtidos junto ao Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão LABMET/NUGEO/UEMA (série temporal ), Departamento de Eletrônica e Proteção ao Vôo DEPV/Aeronáutica (série temporal ), e Instituto Nacional de Meteorologia INMET (série climatológica ). As Tabelas e apresentam a localização das principais PCDs instaladas em São Luis e áreas adjacentes, bem como mostra as especificações técnicas de cada sensor. Existem outras plataformas meteorológicas privadas instaladas na Ilha, mas as séries temporais não foram disponibilizadas a tempo para este estudo. 40

64 Tabela Coordenadas geográficas de Plataformas de Coletas de Dados Meteorológicos localizadas na região costeira do Maranhão. 1 Localidade Latitude (S) Longitude (W) Altitude (m) São Luis (UEMA) 02º 35 44º Urbano Santos 03º 13 43º Alcântara 02º 20 44º Itapecuru Mirim 03º 25 44º Barreirinhas 02º 44 42º 49 0 Tabela Especificações dos sensores meteorológicos das PCDs. Parâmetro Meteorológico Resolução Intervalo de Intervalo de Gravação Medida Temperatura do ar 0,1ºC -10ºC a +60ºC média horária Umidade relativa do ar 1% UR 0 a 100% UR média horária Velocidade do vento 0,1 m/s 0 a 12,5 m/s média horária Velocidade máxima do vento 0,1 m/s 0 a 50 m/s cada 24 horas, com horário do valor máximo Direção do vento 1º 0 a 360º média horária Direção da rajada do vento 1º 0 a 360º cada 24 horas, com horário da direção da rajada Pressão atmosférica 0,1 hpa 860 a 1050 média horária hpa Radiação solar global 0,1 MJ/m 2 0 a 40 MJ/m 2 cada 24 horas, valor acumulado Precipitação pluviométrica 0,25 a 0,20 mm 0 a 500 mm (mínimo) por evento, com valor acumulado e horário do evento Parâmetros Meteorológicos A Ilha do Maranhão está localizada na região Tropical da Terra, mais especificamente na área equatorial, marcada por duas estações bem definidas: chuvosa e seca. Estas são definidas essencialmente com base na ocorrência de precipitação e na umidade relativa do ar. 41

65 De modo regional, a climatologia da Ilha é influenciada também pela proximidade com o Oceano Atlântico, o relevo, o tipo de cobertura da superfície, a latitude e a circulação geral atmosférica Temperatura No extremo norte do Maranhão as temperaturas são mais elevadas, em média, no segundo semestre do ano, podendo alcançar 35,5 C em meses de período seco. Com a presença das chuvas o primeiro semestre apresenta temperaturas mais amenas. A Figura mostra a variação da temperatura média anual e áreas urbanas na parte central da região costeira do Maranhão. Figura Temperatura média anual e áreas urbanas da Ilha do Maranhão e áreas adjacentes, período Pode-se observar que no extremo norte do Estado os valores médios anuais de temperatura variaram entre 25 C e 27 C, sendo que na Ilha do Maranhão variam entre 26 C e 27 C (Figura 4.3-5). Isto contrasta com os valores registrados no 42

66 extremo sul do Estado que é de 22 C a 23 C. A região Centro-leste apresenta temperaturas médias anuais acima de 28 C (Eloi, 2010). Uma análise das temperaturas máxima, média e mínima para os meses de janeiro a dezembro de 2010 evidenciou que a região norte, apesar de estar próxima ao Equador, não apresenta valores de temperaturas tão elevados quanto no sul. Esse fator se deve a proximidade da região norte com o mar. Figura Comportamento médio anual da temperatura do ar nas regiões Norte e Sul do Maranhão. Fonte: NUGEO/UEMA. Um estudo detalhado da variabilidade das temperaturas máximas absolutas na Ilha do Maranhão foi realizado. Para tanto, os dados das Normais Climatológicas do Brasil ( ) foram confrontados com dados mensais registradas pelo Laboratório de Meteorologia do NUGEO/UEMA no período de 2003 a A Figura mostra os resultados deste estudo. Pode-se observar que: 43

67 a) Ano 2003: a maioria dos registros máximos da temperatura máxima do dia observados em 2003 foram maiores que as temperaturas máximas absolutas ( ), sendo as únicas exceções os meses de fevereiro e março, com registros 0,7 e 0,3 C, respectivamente inferiores às temperaturas máximas absolutas dos respectivos meses. b) Ano 2006: todos os registros máximos da temperatura máxima do dia observados em 2006 foram maiores que as temperaturas máximas absolutas ( ). Ainda, estes registros foram significativamente maiores que as temperaturas máximas absolutas durante o segundo semestre, com destaque para o trimestre outubro, novembro e dezembro, no qual a diferença alcançou cerca de + 2,3, + 2,1 e + 4,2 C, respectivamente; c) Ano 2009: poucos registros máximos da temperatura máxima do dia superaram as temperaturas máximas absolutas ( ), e os valores registrados não apresentaram diferença significativa. Nos meses de janeiro, agosto, setembro, outubro e dezembro houve registro de cerca de + 0,1, + 0,3, +0,5, +0,3 e +0,7 C superiores as temperaturas máximas absolutas ( ), respectivamente. Ressalta-se que nos meses de fevereiro, março, abril, maio, junho, julho e novembro os registros máximos da temperatura máxima do dia estiveram inferiores às temperaturas máximas absolutas ( ) na ordem de -1,4, -0,7, -0,9, -1,5, -0,6, -0,2 e -0,4 C, respectivamente. Em dezembro de 2006 ocorreu o recorde histórico de temperatura máxima para São Luis, com o registro de 38 C a sombra. A variação da temperatura média mensal do ar entre janeiro e novembro de 2010 é mostrada na Figura Os meses de fevereiro e novembro foram os mais quentes, com temperatura média mensal de 28,14 C e 28,13 C, respectivamente. Com base neste estudo e em outras evidencias, pode-se afirmar que os registros máximos em vinte anos estão sendo superados ano a ano e mês a mês. Entre os anos de 2003 e 2010, São Luis apresentou momentos com temperaturas historicamente superiores aos recordes mensais. Porém esse comportamento não estabelece um comportamento padrão, pois também se 44

68 verifica que existem momentos em que as temperaturas absolutas ainda representam valores expressivos em termos de magnitude. O comportamento variável da série de dados aqui analisada ressalta a importância de um estudo aprofundado do comportamento da temperatura de São Luis ao longo dos anos, para uma série de pelo menos trinta anos de dados. A título de ilustração, uma análise preliminar foi realizada com uma série histórica ( ) revisada. Neste estudo um modelo matemático do IPCC foi utilizado para modelar a variabilidade da temperatura em São Luis no período de 1901 a Os resultados estão demonstrados na Figura Esta realidade, a intensificação do processo de urbanização (Figura 4.3-5) e o aumento da sensação térmica local fornecem fortes indícios de aquecimento urbano de São Luis. No entanto ressalta-se que para a confirmação científica desse fato, necessita-se de pelo menos 30 anos de dados contínuos, tem-se 29 anos de dados. Portanto, as informações ora reportadas ainda serão tratadas como flutuações térmicas (variabilidade climática). 45

69 Desvio das temperaturas máximas de 2003 em relação a temperatura máxima absoluta observada de 1971 a 1991 Temperatura do ar ( C) 36,0 35,0 34,0 33,0 32,0 31,0 J F M A M J J A S O N D ,5 32,5 32,5 33,5 34,0 34,0 34,0 34,5 34,5 34,0 35,0 34, ,6 33,2 32,8 33,0 33,2 33,1 32,7 33,2 34,0 33,2 34,4 33, Desvio das temperaturas máximas de 2006 em relação a temperatura máxima absoluta observada de 1971 a 1991 Temperatura do ar ( C) 40,0 35,0 30,0 J F M A M J J A S O N D ,5 33,5 33,5 33,5 34,0 33,5 34,5 35,0 35,5 35,5 36,5 38, ,6 33,2 32,8 33,0 33,2 33,1 32,7 33,2 34,0 33,2 34,4 33, Desvio das temperaturas máximas de 2009 em relação a temperatura máxima absoluta observada de 1971 a 1991 Temperatura do ar ( C) 36,0 34,0 32,0 30,0 J F M A M J J A S O N D ,7 31,8 32,1 32,1 31,7 32,5 32,5 33,5 34,5 33,5 34,0 34, ,6 33,2 32,8 33,0 33,2 33,1 32,7 33,2 34,0 33,2 34,4 33, Figura Desvio das temperaturas máximas de 2003, 2006 e 2009 em relação a temperatura máxima absoluta observada de 1971 a

70 28,5 Temperatura (⁰C) 28 27, , ,5 J F M A M J J A S O N Mês Figura Variação da temperatura média diária do ar durante os meses de janeiro a novembro de Figura Estimativa resultante do modelo IPCC ( ) com base em temperaturas médias anuais de São Luis no período 1970 a Precipitação pluviométrica O comportamento médio mensal das chuvas em São Luis (Figura ) mostra que o período chuvoso abrange os meses de janeiro a julho com totais mensais sempre superiores a 100 mm. O inicio do período chuvoso geralmente ocorre em janeiro, porém a maior concentração de chuvas ocorre no quadrimestre de fevereiro-março-abril-maio. 47

71 Figura Distribuição mensal da precipitação média em São Luis nos anos 2008 e 2009 comparativamente às médias das Normais Climatológicas. O período chuvoso de 2009 foi atípico em todo o Estado, provavelmente devido à influência do fenômeno La Ninã. O último mês da quadra chuvosa, maio (Tabela 4.3-4), alcançou um total de 422 mm o qual excedeu a média climatológica de 319,8 mm. As chuvas mais intensas se concentraram principalmente na primeira quinzena de maio atingindo valores superiores a 70 mm diários. Foram registrados apenas três dias com ausência de chuva. A Tabela mostra o volume de chuvas ocorrido em 2009 e evidencia desvio mensal pluviométrica de São Luis em comparação com o desvio estimado para outras regiões, igualmente impactadas por fortes chuvas. Em São Luis choveu 32% a mais que a média mensal esperada. 48

72 Tabela Estimativa do desvio mensal da precipitação pluviométrica em diferentes regiões do Maranhão durante o período de chuvoso de Região Município Dia Mês Total em Total Total mensal Desvio 24 horas mensal climatológico mensal 2009 (%) Norte São Luis 2 e 14 Maio > 70 mm 422 mm 319,8 mm +32 Leste Caxias 2 Maio > 90 mm 307 mm 137,4 mm +123,4 Oeste Açailândia 23 Fevereiro > 60 mm 298 mm 227,7 mm +30,8 Centro B. Corda 2 Maio > 80 mm 232 mm 65,9 mm +251,7 Sul Riachão 28 Abril > 100 mm 351 mm 188,6 mm +86,3 Podem-se observar registros positivos de chuvas em relação à média histórica em praticamente todo o Estado do Maranhão, esta configuração sobre o setor Centro Norte do Estado se deu devido ao posicionamento favorável da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e, no setor Centro Sul ao posicionamento favorável de Vórtices Ciclônicos de Ar Superior nas faixas entre o Oceano Atlântico e a Costa Leste da Região Nordeste do Brasil (Boletim Meteorológico, 2009). A combinação de diferentes fatores, notadamente águas frias no Pacífico Tropical (La Niña) e águas mais quentes no Atlântico Sul (abaixo do Equador) e águas mais frias no Atlântico Norte (acima do Equador) foram fundamentais para a intensificação das chuvas (Boletim Meteorológico, 2009). A Figura mostra o comportamento das chuvas durante os meses de janeiro a julho de Os maiores valores de precipitação pluviométrica foram registrados durante os mmeses de março (243,8 mm), abril (248,1 mm), maio (242,2 mm ) e junho (258,2 mm). 49

73 Figura Distribuição do total pluviométrico diário durante os meses de janeiro a julho em São Luis em As condições atuais sugerem que o próximo período chuvoso de 2011 deverá ser regido pelo fenômeno La Niña, o que caracteriza chuvas acima do normal com grande variabilidade espacial e temporal Umidade Relativa do ar O termo umidade relativa do ar é o termo usado para representar a relação entre a quantidade de vapor d água contida em uma amostra de ar e a quantidade máxima de vapor d água que o ar poderia conter, em uma determinada temperatura. Em São Luís a umidade relativa media anual do ar é superior a 86%, conforme demonstra a Figura , sendo abril o mês em que a umidade é mais elevada (cerca de 89%) devido a estação chuvosa e temperaturas do ar mais amenas. No entanto, é possível notar que na época seca, quando as chuvas se fazem ausentes, a umidade relativa continua apresentando valores significativamente elevados (superiores a 50%). Isso ocorre em função da proximidade da cidade com o mar. Essa característica de altos valores de 50

74 umidade relativa, também é válida para outras cidades que se situam na região norte do Estado, pois recebem um grande incremento de vapor d água do mar. Figura Variação média mensal da umidade relativa do ar (%) para o município no período de 2002 a Fonte: LABMET/NUGEO/UEMA. A umidade relativa do ar na região acompanha, aproximadamente, o curso anual da precipitação e, normalmente, se apresenta com valores elevados durante a estação das chuvas, enquanto que as temperaturas são mais brandas neste período Vento O estudo de freqüência relativa de ocorrência do vento predominante evidenciou que em São Luis predominam ventos de direção Nordeste (NE, de setembro a março) e Leste (E, de abril a agosto), sendo que estas direções apresentam um padrão constante ao longo do ano. A Figura evidencia, no período 2002 a 2010, a velocidade dos ventos foi maior durante o período seco. O máximo valor obtido para a velocidade dos ventos foi de 51,1 m/s ocorrido em junho de

75 Figura Velocidade média dos ventos no período de 2002 a Em 2010, a variação da velocidade média diária do vento teve comportamento semelhante ao observado no período , conforme a Figura Este ano, a maior velocidade media diária do vento foi de 14,7 m/s e ocorreu no dia 08 de julho. Durante o ano as médias mensais da velocidade do vento variaram entre 2,5 e 4,6 m/s. Figura Velocidade média dos ventos de fevereiro a novembro de

76 Durante a estação chuvosa os ventos se tornam variáveis e mais fracos com maior ocorrência das direções menos freqüentes. Na Ilha do Maranhão a velocidade dos ventos predominantes não é muito elevada, o que contribui para uma menor dispersão de contaminantes atmosféricos. Esta situação requer o uso de tecnologias que mitiguem as emissões atmosféricas Outros Com base nos dados observados pode-se inferir também que: A região apresenta uma forte radiação solar durante todo o ano, devido estar localizada próximo ao Equador; A Insolação, a exemplo da radiação solar, é muito intensa na região. No verão, mesmo com o total de horas diárias de luz solar sendo superior ao período de inverno, ocorre um número de horas efetiva de insolação menor, devido a uma grande quantidade de nuvens nesta época do ano; Para o período em São Luis, a taxa de evaporação mais elevada (130 mm) ocorreu em outubro e a mais a reduzida (49 mm) ocorreu em abril. Para este período, o total anual da evaporação foi de 1010 mm; O valor médio anual da pressão atmosférica (hpa), no período , foi de 1006,3 hpa Considerações finais A posição geográfica da região, associada aos sistemas atmosféricos de circulação, determina o sistema de distribuição de chuva o qual conta, ainda com a influência do relevo; No primeiro semestre de 2009 ocorreu grande variabilidade da precipitação no Estado do Maranhão, com períodos de estiagens intercalados com eventos extremos, os quais foram decisivos para o cenário de enchentes que se formou, principalmente no setor norte; 53

77 A Ilha do Maranhão apresenta temperatura média anual variando entre 26 C e 27 C. No entanto a cidade de São Luis vem se mostrando mais aquecida nos últimos anos. Faz-se necessário um estudo mais aprofundado para verificar se esta flutuação térmica caracteriza ou não a formação de Ilhas de calor e mudança do clima local; Pode-se comprovar uma tendência de aumento da temperatura média anual, apesar da considerável variabilidade de temperatura ao longo do tempo. Este resultado se coaduna com o que vem sendo observado em outros lugares do mundo. A direção ventos é predominantemente Nordeste (NE) e Leste (E), tendo estas direções um padrão constante ao longo do ano; A radiação solar e a insolação são bastante intensas na região durante todo o ano; 54

78 5. Meio Biótico 5.1. Microalgas INTRODUÇÃO As microalgas são organismos unicelulares que podem ou não formar colônias (SIPAÚBA-TAVARES & ROCHA, 2001; TUNDISI, 1986). São considerados produtores primários dos oceanos, estuários, lagos e rios, fixando pela atividade fotossintética na zona eufótica a matéria orgânica inicial que permitirá o funcionamento da quase totalidade das teias alimentares, além de servirem de alimento para animais aquáticos fitófagos.(azevedo & CUTRIM, 2000 ). A ilha de São Luís apresenta diferentes unidades ambientais que favorecem o aparecimento de microalgas nos mais variados ecossistemas, tais como: manguezais, restingas, lagoas, estuários e praias, apresentando hábito planctônico (flutuantes), bentônico (de fundo), perifítico (sobre o substrato) ou epsâmico (de sedimento) MATERIAL E MÉTODOS As amostras qualitativas foram obtidas através de arrastos horizontais de cinco minutos sobre a lâmina d água, com auxílio de rede de plâncton com malha de 45 µm e fixadas com formalina a 4%. Para a identificação dos táxons foram realizadas análises qualitativas das amostras através de observação das algas entre lâmina e lamínula. No mínimo três lâminas com o material fixado e duas lâminas permanentes foram confeccionadas por amostra. Para que as espécies de diatomáceas pudessem ser melhores visualizadas foi utilizado o método de MULLER-MELCKES & FERRANDO (1956) com uso de Entellan como meio de inclusão. Para auxílio na identificação, foram confeccionados desenhos das algas, utilizando o microscópio com câmera clara da ZEISS, tirando-se a medidas devidas dos espécimes, e observando seus aspectos morfológicos a fim de compará-las com as da literatura para a determinação das espécies. 55

79 O sistema de classificação foi utilizado para a taxonomia das Bacillariiphyta é o de ROUND et al. (1990). As Pyrrophyta foram enquadradas segundo THOMAS (1997) e Chlorophyta e Euglenophyta de acordo com PRESCOTT (1978) RESULTADOS Dados secundários (pretéritos) Vários trabalhos enfocando a biodiversidade algal têm sido feitos na ilha de São Luís. Podemos citar os de LAVÔR-FERNANDES (1988a ) na baía de São Marcos, LAVÔR-FERNANDES (1988b) no rio Paciência e LAVÔR- FERNANDES (1990) no rio Tibiri. Alguns trabalhos foram realizados nos manguezais de Parna Açu, Baía de São Marcos (AZEVEDO, 1999; AZEVEDO & CUTRIM, 1999, 2000; SANTOS, 1998, VERAS, 2001). No estuário do rio Anil MOREIRA et al, 2001, 2003) e MOREIRA, 2003) estudou o fitoplâncton do estuário do rio Anil. CHAVES (2003) estudou o microfitoplâncton do estuário do rio Cururuca e NOGUEIRA & FERREIRA-CORREIA (2001) o fitoplâncton do estreito dos mosquitos. LAVÔR-FERNANDES (1990) estudando o estuário do rio Tibiri, identificou 108 espécies distribuídas nas divisões Bacillariophyta, Chlorophyta, Euglenophyta, Chromophyta e Cianobactérias. Demonstrando que as espécies Bellerochea malleus e Odontella regia foram, as espécies mais freqüentes durante o período estudado. AZEVEDO & CUTRIM (2006) compilaram todos os dados referentes à microflora da ilha de São Luís, enfocando não só o hábito e habitat, como a também a distribuição geográfica dessas microalgas. Neste mesmo trabalho, os autores totalizaram 429 espécies de microalgas identificadas para os mais variados ambientes da ilha de São Luís, sendo que 86 % dos táxons pertencem à Divisão Bacillariophyta, seguida de Chlorophyta (3 %), Dinophyta (2, %), Euglenophyta (3 %), Cyanophyta (5 %) e Chrysophyta (1 %). A comunidade fitoplanctônica do estuário do rio Anil, que corta a cidade de São Luís, foi estudada por MOREIRA (2003), MOREIRA et al, (2001, 2003), teve um registro de 360 táxons, distribuídos em cinco Divisões: Bacillariophyta obtendo 316 representantes (87,7 %), Euglenophyta com 24 (7 %), Dinophyta 56

80 com 11 (3 %), Chlorophyta com oito (2 %) e Chromophyta com um representante (0,3 %). Para as diatomáceas contabilizaram-se 25 ordens, 41 famílias, 69 gêneros, 269 espécies e 47 variedades. Dentre as espécies de Bacillariophyta Cyclotella meneghiniana, C. striata, C. stylorum, Hemidiscus ovalis, Paralia sulcata, Podosira stelliger, Rhaphoneis amphiceros, Synedra tabulata e Tryblioptychus cocconeiformis ocorreram em 100% das amostras. As algas potencialmente tóxicas do estuário do rio Anil também foram estudadas por MOREIRA et al., (2001), onde identificou, sete gêneros com potencialidades a toxicidade do grupo das Bacillariophyta (Achnanthes, Amphora, Gomphonema, Hantzschia, Navicula, Nitzschia, Pseudo-nitzschia), quatro de Cyanophyta (Lyngbya, Merismopedia, Oscillatoria, Phormidium), dois de Euglenophyta (Euglena, Lepocinclis) e um de Chlorophyta (Closterium). Neste mesmo estuário, as microalgas da Divisão Chlorophyta foram estudadas por MOREIRA et al. (2002), identificando-se cinco gêneros e oito espécies. Em trabalhos realizados com substrato natural no manguezal de Parna Açu, localizado a sudoeste da ilha de São Luís, AZEVEDO (1999) e AZEVEDO & CUTRIM (2000), identificaram 67 táxons de diatomáceas, distribuídos em 16 ordens, 22 famílias, 49 espécies, 16 variedades e duas formas. Terpsinoe americana, Amphora exigua, Navicula contenta e Cocconeis placentula var. euglypta ocorreram em 100% das amostras. Cerca de 54% das espécies identificadas são consideradas marinhas, 31 % estuarinas e 15 % de água de doce. Quanto à forma de vida 69 % foram consideradas epífitas, 13 % planctônicas e 18 % sem classificação na literatura. Nesse mesmo manguezal, SANTOS (1998) realizou estudo com microalgas de substrato artificial (lâminas de vidro e fios de nylon), catalogando 67 táxons, distribuídas em três divisões: Bacillariophyta obtendo 60 representantes (89 %), Chlorophyta com quatro (6 %) e Cyanophyta com três (5 %). Dentre as espécies de Bacillariophyta identificadas 42 são comuns às descritas por AZEVEDO & CUTRIM (1999, 2000). Dentre as diatomáceas mais abundantes durante o período de estudo, destacaram-se Achnathes parvula e Melosira moniliformis, enquanto que Pseudochaete sp. para as Chlorophyta e Oscillatoria sp. para as Cyanophyta. 57

81 No estuário dos Mosquitos e Coqueiro foram estudadas as cianobactérias que cresciam sobre macroalgas (NOGUEIRA & FERREIRA-CORREIA, 2001), identificando-se 15 táxons distribuídos em oito famílias: Scytonemataceae (Aphanothece castagnei e A. stagnina), Chroococcaceae (Gleocapsia crepidium), Hyellaceae (Pleurocapsa sp.), Xenococcaceae (Xenococcus pyriformis), Oscillatoriaceae (Lyngbya aestuarii), Scytonemataceae (Scytonema arcangeli, S. insulare), Phormidiaceae (Porphyrosiphon luteus, Microcoleus chthonoplastes, M. tenerrimus, Phormidium corallinae), Pseudanabaenaceae (Leptolyngbya fragilis, L. crosbyana. AZEVEDO-CUTRIM (2008) estudando a flora fitoplanctônica do Golfão Maranhense (rio dos Cachorros e Estreito dos Mosquitos) identificou 219 táxons, enquadrados em seis Divisões: Cianophyta (7,8%), Euglenphyta (8,6%), Pirrophyta (9,1%), bacillariophyta (71,7%), Crysophyta (0,5%) e Chlorophyta (2,3%). Analisando a comunidade diatomológica em sedimento do manguezal de Parna Açu, VERAS (2001) registrou 35 representantes da Divisão Bacillariophyta, distribuídos em 15 ordens, 18 famílias, 33 espécies e 2 variedades. Amphiprora alata, Cocconeis distans, Thalassiosira eccentrica, Cyclotella striata, Diploneis gruendleri, D. smithii, Nitzschia fasciculata, N. tryblionella, Opephora pacifica e Surirella fastuosa ocorreram em 100 % das amostras. Cerca de 78 % das espécies identificadas são consideradas marinhas, 13 % estuarinas e 9 % de água de doce. Quanto à forma de vida 18 % vivem sobre o sedimento lamoso, 14 % foram consideradas epífitas, 9 % planctônicas, 9 % ticoplanctônicas, 32 % cosmopolitas e 18 % sem classificação na literatura. Dados primários Estuário do Rio Anil realizada uma coleta em cinco pontos previamente determinados. A comunidade de microalgas esteve representada por 158 espécies, divididas em 130 representantes da Divisão Bacillariophyta, 11 da Divisão Pirrophyta, 08 Chlorophyta, 09 Euglenophyta (Tabela 5.1-1) 58

82 Tabela Quadro com a sinopse das espécies identificadas no estuário do rio Anil São Luís MA. Divisão Bacillariophyta Achnanthes brevipes Agardh Achnanthes brevipes var. intermedia (Kützing) Cleve Achnanthes longipes Agardh Actinocyclus curvulatus Janisch Actinocyclus ehrenbergii var. crassa (Smith) Hustedt Actinocyclus octinarius Ehrenberg var. octinarius Actinocyclus sp Actinoptychus splendens (Shadbolt) Ralfs in Pritchard Actinoptychus undulatus (Bailey) Ralfs in Pritchard Actinoptychus sp Amphora angusta Gregory var. ventricosa (Gregory) Cleve Amphora costata Schmidt Amphora exigua Gregory Amphora ovalis var. affinis (Kützing) Van Heurck ex De Toni Amphiprora sp Asterionellopsis glacialis (Castracane) Round Auliscus sculptus (Smith) Ralfs in Pritchard Bacteriastrum hyalinum Lauder Bacillaria paradoxa Gmelin Bacillaria sp 59

83 Bellerochea malleus (Brightwell) Van Heurck Caloneis permagna (Bailey) Cleve Campylodiscus impressus Grunow Campylosira cymbelliformis (Schmidt) Grunow ex Van Heurck Chaetoceros affinis Lauder Chaetoceros compressus Lauder Chaetoceros subtilis Cleve Coscinodiscus excentricus Ehrenberg Coscinodiscus rothii (Ehrenberg) Grunow Cyclotella meneghiniana Kützing Cyclotella stylorum Brightwell Cyclotella striata (Kützing) Grunow Cymbela silesiaca Bleisch Diatoma moniliformis Kützing Diploneis gruendleri (Schmidt) Cleve Diploneis interrupta (Kützing) Cleve var. craffa Giffen Diploneis smithi (Brébisson) Cleve Diploneis wessflogii (Schmidt) Cleve Ditylum brightwellii (West) Grunow Donkinia sp Eunotia didyma Grunow Eunotia pectinalis var. minor (Kützing) Rabenhorst Eunotogramma laeve Grunow in Cleve y Möller Fragilaria neoproducta Lange-Bertalot var. neoproducta Frustulia assimetrica (Cleve) Hustedt 60

84 Frustulia sp Gomphonema gracile Ehrenberg var. gracile Gomphonema parvulum (Kützing) Kützing Gomphonema parvulum (Kützing) Kützing var. parvulum Grammatophora hamulifera Kützing Grammatophora angulosa var. hamulifera Grunow Guinardia flacida (Castracane) Peragallo Gyrosigma balticum (Ehrenberg) Rabenhorst Helicotheca thamesis (Shrubsole) Ricard Hemiaulus indicus Karsten Hemidiscus ovalis Lohman Lithodesmium undulatum Ehrenberg Mastogloia apiculata Smith Melosira moniliformes (Müller) Agardh Navicula granulata Bailey Navicula humerosa Brébisson Navicula pennata Schmidt Navicula pupula Kützing Navicula pusila Smith Navicula viridula Kützing Nitzschia accicularis (Kützing) Smith Nitzschia amphibia Grunow var. amphibia Nitzschia fasciculata (Grunow) Grunow in Van Heurck Nitzschia frustulum (Kützing) Grunow in Cleve y Grunow 61

85 Nitzschia granulata var. granulata Grunow Nitzschia granulata var. hyalina Amosse Nitzschia lanceolata Smith Nitzschia longa Grunow in Cleve y Grunow Nitzschia longissima (Brébisson in Kützing) Ralfs in Pritchard closterium parva Nitzschia longissima (Brébisson in Kützing) Ralfs in Pritchard var. Nitzschia longissima (Brébisson in Kützing) Ralfs in Pritchard var. Nitzschia obtusa Smith var. scalpeliformis Nitzschia obtusa var. brevissima Grunow Nitzschia obtusa var. obtusa Smith Nitzschia panduriformes var. minor Grunow Nitzschia sigma (Kützing) Smith Nitzschia sigma var. sigmatella Grunow Odontella aurita (Lyngbye) Agardh Odontella longicruris (Greville) Hoban Odontella mobiliensis (Bailey) Grunow Odontella regia (Schultze) Simonsen Odontella sinensis (Greville) Grunow Opephora pacifica (Grunow) Pelit Paralia sulcata (Ehrenberg) Cleve Pinnularia viridis (Nitzsch) Ehrenberg Podosira stelliger (Bailey) Mann 62

86 Plagiotropis sp Psammodictyon constrictium (Kützing) Mann in Round Psammodictyon panduriformis (Gregory) Mann in Round Pseudosolenia calcar alvis (Schultze) Sundström Rhaphoneis amphiceros Ehrenberg Rhizosolenia hebetata Bailey Rhizosolenia hebetata f. semispina (Hensen) Gran Rhizosolenia robusta Norman ex Pritchard Rhizosolenia setigera Brigtwell Rhopalodia gibberula (Ehrenberg) Muller Rhopalodia musculus (Kützing) Muller Skeletonema costatum (Greville) Cleve Stauroneis amphioxys Gregory Stauroneis sp Surirella fastuosa (Ehrenberg) Kützing Surirella febigerii Lewis Synedra tabulata (Agardh) Kützing Synedra ulna var. ulna (Nitzsch) Ehrenberg Terpsinoe americana (Bailey) Ralfs Terpsinoe musica Ehrenberg Thalassionema frauenfeldii (Grunow) Tempère & Peragallo Thalassionema nitzschioides (Grunow) Van Heurck Thalassiothrix frauenfeldii (Grunow) Grunow 63

87 Thalassiosira nanolineata (Mann.) Fryxel & Hasle Thalassiosira rotula Meunier Thalassiosira subtilis (Oestenofeld) Gran Thalassiosira eccentrica (Ehrenberg) Cleve Trachyneis aspera (Ehrenberg) Ehrenberg Trachyneis aspera var. aspera Ehrenberg Trachyneis aspera var. contermina Schmidt Triceratium favus Ehrenberg Triceratium favus f. quadrata (Grunow) Hustedt Tryblioptychus cocconeiformis (Cleve) Hendey Trygonium alternans (Bailey) Mann Trygonium reticulum (Ehrenberg) Simonsen Striatella interrupta (Ehrenberg) Heiberg Surirella gemma Ehrenberg Tryblionella hungarica (Grunow) Mann in Round Tryblionella punctata Smith Divisão Pyrrophyta Ceratium fusus Ceratium macroceros Ceratium sp Glenodinium sp Gonyaulax sp Peridinium sp Protoperidinium sp 1 64

88 Protoperidinium sp 2 Protoperidinium sp 3 Protoperidinium sp 4 Protoperidinium sp 5 Divisão Chrysophyta Dictyocha fibula Ehrenberg Divisão Chlorophyta Closterium sp Pandorina morum Bory Pediastrum tetras (Ehrenberg) Ralfs Pediastrum duplex Meyen Scenedesmus javanensis Chodat Scenedesmus quadricauda (Turpin) Brébisson Scenedesmus perforatus Lemmermann Staurastrum sp Divisão Euglenophyta Euglena limnophyla Lemmermann Lepocinclis acum (Ehrenberg) Lemmermann var. acum Lepocinclis sp Phacus longicauda (Ehrenberg) Dujardin Phacus pleuronectes Dujardin Trachelomonas armata (Ehrenberg) var. steinii Lemmermann Trachelomonas hispida (Perty) var. hispida 65

89 Trachelomonas hispida (Perty) var. coronata Lemmermann Trachelomonas similis Stokes Estuário do rio Paciência - Foram identificadas 52 espécies de diatomáceas e apenas uma de cianobactérias (Oscillatoria sp.), demonstrando assim o predomínio das diatomáceas no ambiente estuarino.(tabela 5.1-2). Tabela Sinopse das espécies identificadas no fitoplâncton do rio Paciência MA. BACILLARIOPHYTA Actinopthcus annulatus Actinopthycus splendens Actinopthcus senarius Actinopthcus sp¹ Actinopthcus sp² Asterionellopsis glacialles Amphiprora alata Bacteriastrum delicatulum Bacteriastrum hyalinum Bacillaria paradoxa Bellerochea malleus Cerataulus turgidus Chaetoceros sp¹ Chaetoceros sp² Chaetoceros breves Chaetoceros lorenzianus Chaetoceros peruvianus Chaetoceros simplex Coscinodiscus sp. Coscinodiscus centralis Coscinodiscus oclusiridis Coscinodiscus rothii Cyclotella sp. Cyclotella styllorum Diploneis gruendlerii Ditylum brightwelli Gyrosigma sp. Heliotheca thamensis Heliaulus indicus Melchersiella hexagonalis Navícula sp. 66

90 Nitzschia longissima Nitzschia sigma Odontella sp. Odontella aurita Odontella longicruris Odontella mobiliensis Odontella regia Surirella febigerii Thalassionema frauenfeldii Thalassionema nitzschioides Thalassiosira subtilis Triceratium favus CIANOPHYTA Oscillatoria sp. Odontella rhombus Pseudo-nitzschia sp. Rhizosolenia calcar-avis Rhizosolenia sp¹ Rhizosolenis sp² Skeletonema costatum Skeletonema tropicum Surirella sp. No estuário do rio Paciência, as espécies Chaetoceros lorenzianus, Chaetoceros peruvianus, Chaetoceros simplex, Nitzschia sigma, Nitzschia longíssima, Odontella mobiliensis, Pseudo-nitzschia sp. e Thalassionema frauenfeldii foram as que se apresentaram em todos os pontos de coletas. (Quadro 5.1-1). 67

91 Quadro Distribuição das espécies fitoplanctônicas coletadas no Rio Paciência, São Luís Maranhão. ESPECIES Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto4 BACILLARIOPHYTA Actinoptyhcus annulatus * * Actinoptyhcus spendens * * Actinoptyhcus senarius * Actinoptyhcus undulatus * * Actinoptyhcus senarius * Asterionellopsis glacialles * * * Entomoneis alata * * * Bacillaria paradoxa * * * Bacteriastrum delicatulum * Bacteriastrum hyalinum * Bellerochea SP * Cerataulus turgidus * Chaetoceros sp¹ * * Chaetoceros sp² * * Chaetoceros breves * * Chaetoceros lorenzianus * * * * Chaetoceros peruvianus * * * * Chaetoceros simplex * * * * Coscinodiscus sp. * Coscinodiscus centralis * Coscinodiscus oculusiridis * * * * 68

92 Coscinodiscus rothii * * * Cyclotella SP * * Cyclotella styllorum * * Diploneis gruendleri * Dytilum brightwelli * * * Gyrosigma sp. * Heliotheca thamesis * * * Hemiaulus indicus * * Melchersiella hexagonalis * * * Navicula SP * Nitzschia longíssima * * * * Nitzschia sigma * * * * Odontela SP * Odontella aurita * * * Odontella longicruris * Odontella mobiliensis * * * * Odontella regia * * Odontella rhombus * * * Pseudo-nitschia sp. * * * * Rhizosolenia sp¹ * * Rhizosolenia sp². * * Skeletonema costatum * * * Skeletonema tropicum * * * Surirella sp. * * Surirella febigerii * * * Thalassionema frauenfeldii * * * * 69

93 Thalassionema nitzschioides * * Thalasiosira subtilis * * * * Thalssiosira favus * * * CYANOPHYYTA Oscillatoria sp. * Estuário do rio dos Cachorros - Foram identificadas 146 espécies, distribuídas nas seguintes Divisões: Cianophyta (Cianobactérias) com seis espécies, Bacillariophyta com 115 espécies, Pirrophyta com 15, Chrysophyta com uma espécie e Chlorophyta com duas espécies identificadas. (Quadro 5.1-2). Quadro: 5.1-2: Distribuição das espécies fitoplanctônicas coletadas no Rio dos Cachorros, São Luís Maranhão. Divisão Cyanophyta Merismopedia sp 1 Merismopedia sp 2 Phormidium sp 1 Phormidium sp 2 Oscillatoria sp 1 Oscillatoria sp 2 Divisão Bacillariophyta Achnanthes brevipes Agardh Actinocyclus curvulatus Janisch Actinocyclus octinarius Ehrenberg var. crassus (W. Smith) Actinocyclus octinarius Ehrenberg var. octinaris 70

94 Actinoptychus splendens (Shadbolt) Ralfs in Pritchard Actinoptychus undulatus (Bailey) Ralfs in Pritchard Asterionellopsis glacialis (Castracane) Round Aulacodiscus sp 1 Aulacodiscus sp 2 Bacillaria paradoxa Bellerochea malleus (Brightwell) Van Heurck Biddulphia tuomeyi (Bailey) Roper. Bacteriastrum hyalinum Lauder Chaetoceros atlanticus f. audax (Schiitt) Gran Chaetoceros peruvianus Brightwell Chaetoceros aequatoriales Yendo Chaetoceros affinis Lauder Chaetoceros curvisetus Cleve Chaetoceros lorenzianus Grunow Chaetoceros subtilis Cleve Chaetoceros teres Cleve Chaetoceros sp Campylodiscus impressus Grunow Campylosira cymbelliformis (Schmidt) Grunow ex Van Heurck Corethron criophilum Castracane Cerataulina sp Coscinodiscus oculus-iridis Ehrenberg 71

95 Coscinodiscus rothii (Ehrenberg) Grunow Cyclotella meneghiniana Kützing Cyclotella stylorum Brightwell Cyclotella striata (Kützing) Grunow Delphineis surirella (Ehrenberg) Andrews Diploneis gruendleri (Schmidt) Cleve Diploneis interrupta (Kutzing) Cleve var. caffra Giffen Diploneis wessflogii (Schmidt) Cleve Diploneis sp 1 Ditylum brightwellii (West) Grunow Entomoneis alata Fragilaria sp Frustulia assimetrica (Cleve) Hustedt Frustulia interposita (Lewis) De Toni Gomphonema sp Guinardia flacida (Castracane) Peragallo Guinardia sp Gyrosigma balticum (Ehrenberg) Rabenhorst Hantzschia amphioxys (Ehrenberg) Grunow Hemiaulus indicus Karsten Helicotheca thamesis (Shrubsole) Ricard Hemidiscus ovalis Lohman Lyrella lyra (Ehrenberg) Karayeva var. lyra Lithodesmium undulatum Ehrenberg 72

96 Melosira moniliformes (Muller) Agardh Navicula humerosa Brébisson Navicula normalis Hustedt Navicula pusila Smith Navicula sp 1 Navicula sp 2 Nitzschia fasciculata (Grunow) Grunow in Van Heurck Nitzschia granulata Nitzschia granulata var. granulata Grunow Nitzschia granulata var. hyalina Amosse Nitzschia lanceolata Smith closterium parva Nitzschia longissima (Brébisson in Kützing) Ralfs in Pritchard var. Nitzschia longissima (Brébisson in Kützing) Ralfs in Pritchard var. Nitzschia obtusa Smith var. scalpeliformis Nitzschia sigma (Kützing) Smith Nitzschia sigma var. sigmatella Grunow Odontella aurita (Lyngbye) Agardh Odontella dubia (Brigthwell) Chávez y Baumgarther Odontella longicruris (Greville) Hoban Odontella mobiliensis (Bailey) Grunow Odontella regia (Schultze) Simonsen Odontella sinensis (Greville) Grunow Opephora pacifica (Grunow) Pelit 73

97 Paralia sulcata (Ehrenberg) Cleve Plagiograma pulchelum Greville Podosira stelliger (Bailey) Mann Proboscia alata var. alata (Peragallo) Ostenfeld Proboscia alata var. indica Brightwell Psammodictyon panduriformis (Gregory) Mann in Round Pseudonitzschia pugens (Grunow ex Cleve) Hasle Pseudonitzschia sp Pseudosolenia calcar alvis (Schultze) Sundström Rhaphoneis amphiceros Ehrenberg Rhizosolenia setigera Brightwell Rhizosolenia imbricata Brightwell Rhopalodia gibberula (Ehrenberg) Muller Rhopalodia musculus (Kutzing) Muller Skeletonema costatum (Greville) Cleve Skeletonema tropicum Cleve Stauroneis sp Surirella fastuosa (Ehrenberg) Kutzing Surirella fastuosa (Ehrenberg) Kutzing var. recedens (Schmidt) Surirella febigerii Lewis Surirella robusta Ehrenberg Surirella sp Synedra tabulata (Agardh) Kutzing 74

98 Synedra ulna var. ulna (Nitzsch) Ehrenberg Terpsinoe musica Ehrenberg Terpsinoe americana (Bailey) Ralfs Thalassiosira eccentrica (Ehrenberg) Cleve Thalassiosira lineata Jousé Thalassiosira nanolineata (Mann.) Fryxel & Hasle Thalassiosira rotula Meunier Thalassiosira subtilis (Oestenofeld) Gran Thalassionema frauenfeldii (Grunow) Grunow Trachyneis aspera (Ehrenberg) Ehrenberg Triceratium favus Ehrenberg Triceratium favus f. quadrata (Grunow) Hustedt Tryblioptycus cocconeiformis (Cleve) Hendey Trygonium alternans (Bailey) Mann Trygonium reticulum (Ehrenberg) Simonsen Divisão Pyrrophyta Glenodinium sp 1 Glenodinium sp 2 Glenodinium sp 3 Ceratium macroceros (Ehrenberg) Vanhöffen Ceratium fusus (Ehrenberg) Dujardin Protoperidinium sp 1 Protoperidinium sp 2 Protoperidinium sp 3 75

99 Protoperidinium sp 4 Protoperidinium sp 5 Protoperidinium sp 6 Protoperidinium sp 7 Protoperidinium sp 8 Protoperidinium sp 9 Prorocentrum sp Divisão Chrysophyta Dictyocha fibula Ehrenberg Divisão Chlorophyta Scenedesmus quadricauda Staurastrum sp Divisão Euglenophyta Euglena acus Euglena oxyurus Phacus tortus Phacus caudata Strobomonas sp 1 Strobomonas sp 2 Trachelomonas armata Avaliando a ocorrência das microalgas, percebemos que as espécies dominantes foram as diatomáceas, Bacillaria paradoxa, Bellerochea maleus, Actinoptychus undulatus, Coscinodiscus rothii, Cyclotella stylorum, 76

100 Lithodesmium undulatum, Podosira stelliger, Synedra tabulata, Thalassionema frauenfeldii e Triceratium favus. (Quadro 5.1-3). Quadro 5.1-3: Distribuição dos táxons fitoplanctônicos do estuário do rio dos Cachorros. EST I EST II EST III EST IV Divisão Bacillariophyta Achnanthes brevipes * Actinoptychus splendens * Actinoptychus undulatus * * * * Actinocyclus curvulatus * Actinocyclus octonarius var. crassus * * Actinocyclus octonarius var. octonarius * * Actinocyclus sp 1 * * Actinocyclus sp 2 * * * Entomoneis alata * * Amphora sp * Asterionellopsis glacialis * * Aulacodiscus sp 1 * Bacillaria paradoxa * * * * Bellerochea malleus * * * * 77

101 Biddulphia tuomeyi * Biddulphia sp * Caloneis sp * * Campylodiscus impressus * Campylosira cymbelliformis * * Cerataulina sp Chaetoceros aequatoriales * Chaetoceros affinis * Chaetoceros atlanticus f. audax * Chaetoceros curvisetus * Chaetoceros lorenzianus * * * Chaetoceros peruvianus * Chaetoceros subtilis * * Chaetoceros teres * Corethron criophilum * Coscinodiscus oculus-iridis * * Coscinodiscus rothii * * * * Cyclotella meneghiniana * Cyclotella striata * * * Cyclotella stylorum * * * * Delphineis surirella Diploneis gruendleri * * * * 78

102 Diploneis interrupta var. caffra Diploneis wessflogii * * * Ditylum brightwellii * * * Frustulia assimetrica * Frustulia interposita * Gomphonema sp Guinardia flacida * * * Gyrosigma balticum * * * Hantzschia amphioxys Heliotheca thamesis * * * Hemiaulus indicus * Hemidiscus ovalis * * * Lithodesmium undulatum * * * * Lyrella lyra var. lyra * * Melosira moniliformes * * * * Navicula humerosa * * * Navicula normalis * Navicula pusila * Navicula sp 1 * Navicula sp 2 * * 79

103 Nitzschia fasciculata * * * * Nitzschia granulata * * Nitzschia granulata var. granulata * * * Nitzschia granulata var. hyalina * Nitzschia lanceolata * * Nitzschia longissima var. closterium * * * Nitzschia longissima var. parva * * Nitzschia obtusa var. scalpeliformis * * Nitzschia sigma * * Nitzschia sigma var. sigmatela * * Odontella aurita * * * * Odontella dubia * Odontella longicruris * * * Odontella mobiliensis * * * Odontella regia * * * Odontella sinensis * Opephora pacifica * * Paralia sulcata * * * * Plagiogramma pulchellum * * 80

104 Plagitropis sp * Podosira stelliger * * * * Proboscia alata f. alata * Proboscia alata f. indica * * Psammodictyon panduriformes * * * Pseudosolenia calcar avis * Pseudonitszchia sp 1 * * Pseudonitszchia pugens * Rhaphoneis amphiceros * * * * Rhizosolenia setigera * * * Rhizosolenia imbricata Rhopalodia gibberula * Rhopalodia musculus * Skeletonema costatum * * * * Skeletonema tropicum * * Stauroneis sp * Surirella fastuosa * Surirella fastuosa var. recendes * Surirella fegiberii * Surirella robusta * Synedra tabulata * * * * Synedra ulna var. ulna 81

105 Terpsinoe americana * * Terpsinoe musica * Thalassiosira eccentrica * Thalassiosira lineata * * * Thalassiosira nanolineata * * Thalassiosira rotula * * Thalassiosira subtilis * * * Thalassionema frauenfeldii * * * * Trachyneis aspera var. contermina Triceratium favus * * * * Triceratium favus var.quadrata * Trygonium alternans * Trygonium reticulum * Tryblioptycus cocconeiformis * * * * Divisão Pyrrophyta Ceratium fusus * Glenodium sp 1 * * Gonyaulax sp * Glenodium sp 2 * * * Prorocentrum sp * * 82

106 Estuário do rio Tibiri - 67 espécies de Bacillariophyta, duas espécies de Pirrophyta, três de Euglenophyta e 02 cianobactérias. (Quadro 5.1-4). Quadro 5.1-4: Sinopse das espécies identificadas no estuário do rio Tibiri, São Luís - Maranhão. Bacillariophyta Actinocyclus octanarius Actinocyclus sp. Actinopthycus annulatus Actinopthycus senarius Actinopthycus splendens Actinopthycus undulatus Amphora angusta Asterionellopsis glaciles Entomoneis alata Bacillaria paradoxa Bellerochea malleus Caloneis sp. Cerataulus turgidus Chaetoceros aequatorialis Chaetoceros affinis Chaetoceros atlanticus Chaetoceros peruvianus Chaetoceros teres 83

107 Chaetoceros sp. Coscinodiscus centralis Coscinodiscus oculus-iridis Coscinodiscus radiatus Coscinodiscus rothii Coscinodiscus sp. Cyclotella meneghiniana Cyclotella striata Cyclotella stylorum Diploneis sp. Dithylum brightwellii Entomoneis alata Frickea lewissiana Frustulia interposita Gyrosigma balticum Helicotheca thamesis Hemidiscus ovalis Lithodesmium undulatum Navicula humerosa Navicula sp. Nitzschia fasciculata Nitzschia longissima 84

108 Nitzschia obtusa var. scalpelliformis Nitzschia sigma Odontella aurita Odontella longicruris Odontella mobiliensis Odontella regia Odontella rhombus Paralia sulcata Plagiotropsis sp. Podosira stelliger Proboscia alata Pseudonitzschia sp. Raphoneis amphiceros Surirella fastuosa Surirella febigerii Surirella gemma Synedra tabulata Terpsinoe americana Thalasionema frauenfeldii Thalasionema nitzschioides Thalassiosira eccentrica Thalassiosira rotula 85

109 Thalassiosira subtilis Triceratium contortum Triceratium favus Tryblioptyccus cocconeiformis PIRROPHYTA Protoperidinium sp. Peridinium sp. EUGLENOPHYTA Euglena proxima Phacus longicauda Trachelomonas armata CIANOPHYTA Phormidium sp. Oscillatoria sp. Avaliando as espécies que ocorreram em todos os pontos de coleta as representantes das Bacillariophyta (diatomáceas) foram as mais expressivas com as espécies Bellerochea malleus,coscinodiscus radiatus, Helicotheca thamesis, Odontella aurita, Odontella longicrusis e Thalasionema frauenfeldi.(quadro 5.1 5) 86

110 Quadro 5.1-5: Distribuição dos táxons fitoplanctônicos do estuário do rio Tibiri. I II III IV Actinocyclus octanarius * * * * Actinocyclus sp. * * Actinopthycus annulatus * Actinopthycus senarius * * Actinopthycus splendens * * * Actinopthycus undulatus * Amphora angusta * * Asterionellopsis glaciles * * * Entomoneis alata Bacillaria paradoxa * * Bellerochea malleus * * * * Caloneis sp. * Cerataulus turgidus Chaetoceros aequatorialis Chaetoceros affinis Chaetoceros atlanticus Chaetoceros peruvianus * Chaetoceros teres * Chaetoceros sp. * Coscinodiscus centralis * * * 87

111 Coscinodiscus oculus-iridis * * Coscinodiscus radiatus * * * * Coscinodiscus rothii * Coscinodiscus sp. * Cyclotella meneghiniana * Cyclotella striata Cyclotella stylorum * * Diploneis sp. Dithylum brightwellii * * Entomoneis alata * Frickea lewissiana * Frustulia interposita * Gyrosigma balticum * * Helicotheca thamesis * * * * Hemidiscus ovalis * Lithodesmium undulatum * Navicula humerosa * Navicula sp. * Nitzschia fasciculata * * Nitzschia longissima * * Nitzschia obtusa var. scalpelliformis * * * Nitzschia sigma * 88

112 Odontella aurita * * * * Odontella longicruris * * * * Odontella mobiliensis * * * Odontella regia * * * * Odontella rhombus * * * Paralia sulcata * Plagiotropsis sp. * * * Podosira stelliger * Proboscia alata * Pseudonitzschia sp. Raphoneis amphiceros * Surirella fastuosa * Surirella febigerii * * Surirella gemma * * * Synedra tabulata * * * Terpsinoe americana * Thalasionema frauenfeldii * * * * Thalasionema nitzschioides * Thalassiosira eccentrica * * Thalassiosira rotula * * Thalassiosira subtilis * * Triceratium contortum * 89

113 Triceratium favus * * * Tryblioptyccus cocconeiformis * Trygonium reticulatum * PIRROPHYTA Protoperidinium sp. * * Peridinium sp. * EUGLENOPHYTA Euglena proxima * Phacus longicauda Trachelomonas armata * CIANOPHYTA Phormidium sp. * * Oscillatoria sp. * * 90

114 Conclusões Como já foi verificado em outros trabalhos, a flora fitoplanctônica nos estuário é composta na sua maioria por representantes do grupo das Bacillariophyta (diatomáceas), com presença reduzida de representantes com potencialidade a toxicidade, conforme literatura especializada. 91

115 5.2. Macroalgas Introdução As macroalgas são organismos bênticos, ou seja, vivem quase toda sua vida fixos a um substrato sólido, consolidado ou não, podendo ser efêmeras ou perenes. A grande maioria das macroalgas vive fixa a um substrato sólido, sobretudo rochas ou corais mortos, embora algumas espécies apresentem adaptações para crescerem sobre substrato não consolidado como fundos areno-lodosos; epifitismo sobre outras algas e angiospermas marinhas é muito comum. Em vista disto, as áreas mais ricas em macroalgas, tanto em diversidade quanto em biomassa, são os costões e fundos rochosos e áreas recifais. Esses ambientes, bastante comuns nas regiões nordestina e sudeste do país. No Maranhão, em termos de substrato consolidado para as macroalgas podemos apontar o Parcel Manoel Luís, localizado a 45 milhas náutica da costa, pequenos afloramentos rochosos presentes ao norte da ilha de São Luís e em sua maioria, os manguezais localizados nas reentrâncias maranhenses ao norte do estado e circundando boa parte da ilha de São Luís, exceto o norte da ilha, acompanhando os estuários. Os estuários são ambientes aquáticos localizados em zonas costeiras que recebem massas d água continental e marinha, produzindo uma dinâmica de interação entre os fatores bióticos e abióticos de cada um destes ambientes tornando essas regiões de confluência de águas doce e salgada um dos ecossistemas mais produtivos da biosfera (AZEVEDO-CUTRIM, 2009). As macroalgas de ambiente estuarino são fundamentais para a manutenção da vida nos manguezais, pois permitem que uma fauna bem diversificada se abrigue em seus filamentos, servindo de proteção contra os predadores; além de servirem de alimento para animais herbívoros e como local de reprodução para muitas espécies aquáticas, contribuindo de forma significativa para o aumento das biodiversidades estuarina e marinha. As características do ecossistema manguezal, como o sedimento fino e o baixo 92

116 nível de oxigênio, fazem com que as fanerógamas típicas desse ambiente desenvolvam algumas adaptações, tais como: pneumatóforos e rizóforos, os quais permitem a sobrevivência destas árvores e proporcionam substrato adequado para o estabelecimento de organismos sésseis, como as macroalgas. Essas estruturas adaptativas são densamente cobertas por macroalgas, que em sua maioria, pertencem à divisão Rhodophyta que é predominante em diversidade e biomassa nos manguezais maranhenses (CUTRIM, 1998). A primeira referência de macroalgas nos manguezais brasileiros data do início do século XX, com as informações de LUDERWALDT (1919), quando citou a ocorrência de Bostrychia brasiliana (= B. radicans Montagne f. moniliforme Post) e Catenella impudica (Montagne) J. Agardh (= Catenella caespitosa) nos manguezais de São Paulo e de Santos. Os manguezais do estado do Maranhão apresentam aproximadamente km² de superfície, cerca de 49 % do total encontrado no Brasil (HERZ, 1991). Contudo, os estudos sobre sua flora ficológica são escassos, com destaque para FERREIRA-CORREIA (1987) que descreve as rodofíceas marinhas bentônicas do litoral oriental do Estado; NOGUEIRA (1991), com levantamento de macroalgas de Rhizophoretum da Ilha de São Luís; PACHÊCO (1994) e CARIDADE & FERREIRA-CORREIA (2007), com estudos taxonômicos de macroalgas e CUTRIM (1998), CUTRIM & AZEVEDO (2003) e CUTRIM et al (2004) com estudos enfocando a distribuição espaço-temporal e vertical das macroalgas em pneumatóforos e rizóforos dos manguezais de Parna-Açu e Tauá-Mirim na Ilha de São Luís MA. Nos mesmos manguezais, CASTRO (2001), COELHO (2001) e FONTES (2002) e realizaram estudos sucessionais envolvendo a recolonização de macroalgas em substratos artificiais. No estuário do rio dos Cachorros, LABOHIDRO (2002) foram identificadas seis espécies de macroalgas verdes, sendo duas espécies de Rhizoclonium (R.africanum, R.riparium), duas de Enteromorpha (E.linza, E.lingulata), uma espécie de Boodleopsis (B.pusilla) e espécies de macroalgas vermelhas, as 93

117 Rhodophyta, com uma espécies de Caloglossa (C.leprieurii),uma de Catenella (C.caesopitosa) e três de Bostrychia (B.binderii, B.calliptera e B.radicans) Área de estudo A planície litorânea maranhense é modelada pelo fluxo das marés. A área de fluxo direto é dominada por processos marinhos e fluviomarinhos que dão origem às praias, manguezais, vasas, pântanos, apicuns, lagunas e falésias, enquanto que na área de fluxo indireto ocorrem pântanos e campos inundáveis. Neste ambiente destacam-se o Litoral Ocidental, o Litoral Oriental e entre estes, o Golfão Maranhense (AZEVEDO-CUTRIM, 2009). Todos os estuários estudados localizam-se na área do Golfão Maranhense, do rio Anil, dos Cachorros, do Tibiri e do Paciência. As áreas de mangues desses estuários estão inseridas nos manguezais da costa norte brasileira possuindo assim, características expressivas como a grande amplitude de marés, altura das árvores, além do sedimento bastante fino, alta turbidez da água e grande variação de salinidade. (CUTRIM et al, 2004) Material e Métodos Foi realizada apenas uma coleta em quatro pontos de cada estuário, sempre na baixamar para facilitar a entrada no interior dos manguezais, nos substratos orgânicos: troncos (R. mangle, A. germinans e L.racemosa), pneumatóforos (A. germinans e L.racemosa) e rizóforos das árvores de R. mangle. As macroalgas foram retiradas manualmente por meio de espátula e acondicionadas em frascos plásticos com formalina 4%, etiquetados e levadas para análise em laboratório Resultados Estuário do rio Anil este estuário apresenta uma riqueza de espécies bastante baixa em relação a outras áreas de manguezais da ilha de São Luís (LABOHIDRO, 2008). Atualmente a comunidade de macroalgas é ainda mais baixa, sendo identificadas apenas as macroalgas da Divisão Rhodophyta (Bostrychia radicans) e um representante da Divisão das Chlorophyta 94

118 (Rhizoclonium africanum). Todas as espécies forma coletadas em troncos de Rhizophora mangle. Estuário do rio dos Cachorros Neste foram registradas apenas três espécies sendo uma Chlorophyta (Enteromorpha lingulata) e duas algas vermelhas, Rhodophyta (Bostrychia calliptera e Polissiphonia howei). Todas coletadas em troncos de Avicennia germinans e A. schaueriana. Estuário do rio Paciência Os representantes da Divisão Rhodophyta, isto é, macroalgas vermelhas, totalizaram cinco espécies do gênero Bostrychia (B. radicans, B.miniliformis, B. calliptera, B.moritziana e B. binederii) e apenas um representante das macroalgas verdes, Rhizoclonium africanum. Estuário do rio Tibiri neste estuário foram identificadas apenas duas espécies, uma macroalga verde, Rhizoclonium africanum e uma macroalga vermelha Bostrychia radicans. 95

119 5.3. Zooplancton INTRODUÇÃO Estuários geralmente ocorrem ao longo de litorais baixos e são criados pela interação das águas doce e marinha, tipicamente onde os rios adentram o mar. Nestes locais podemos encontrar uma mistura instável de condições de água doce e salgada, movimentos de água, influências de marés e mudanças sazonais drásticas (Brusca & Brusca, 2007). Estes ecossistemas incorporam uma rede de inter-relações bióticas e abióticas, onde encontramos uma grande parte dos recursos vivos do mar como algas, peixes, moluscos, crustáceos. Pela sua própria localização, entre a terra e o mar, a zona costeira é uma área de usos múltiplos, nas quais se desenvolvem as mais diversas atividades humanas envolvendo o uso, às vezes inadequado, dos recursos naturais ali existentes. Os impactos decorrentes destas atividades abrangem uma boa parcela de ecossistemas relevantes para o equilíbrio do meio ambiente natural, podendo promover modificações tanto na biodiversidade (pela ausência e/ou restrições de espécies típicas do ambiente) como na abundância de indivíduos. Aqui, ressalta-se a importância dos organismos zooplanctônicos como excelentes bioindicadores, por responderem rapidamente às modificações ambientais e, portanto, imprescindíveis em monitoramento de áreas impactadas. O zooplâncton, organismos geralmente microscópicos, que representa a base da cadeia alimentar, funciona como termômetro das condições produtivas e ecológicas dos ambientes aquáticos. É composta por uma comunidade ampla e variada com representantes de quase todos os grupos zoológicos, desde protozoários até os vertebrados (em seus estágios larvais). Nesta fração, também se encontram os principais consumidores primários e produtores secundários do ambiente pelágico. Na baía de São Marcos e áreas estuarinas adjacentes, o zooplâncton vem sendo estudado com a realização de alguns trabalhos técnicos nesta área, abrangendo uma boa parte do litoral, valendo reportar aqueles efetuados durante a década de 1980 (constante dos acervos bibliográficos da 96

120 UFMA/LABOHIDRO), com um Levantamento Bioecológico na área de implantação da Indústria de Alumínio do Consórcio ALUMAR na Ilha de São Luis-MA; Relatórios Técnicos, São Luis: 1981 a 1989: Sub-Projeto Plâncton, tornando-se a base dos estudos zooplanctônicos para o litoral maranhense. Assim sendo, baías, estuários, igarapés, lagos e lagoas que integram as principais bacias hidrográficas do litoral maranhense têm sido objeto de inúmeros trabalhos nesta área do conhecimento, todos contendo dados sobre a diversidade, distribuição, abundância e densidade da comunidade zooplanctônica referentes à baía de São Marcos e adjacências, incluindo áreas estuarinas dos rios Anil, Bacanga, rio dos Cachorros, adjacências do rio Tibiri e para a baía de São José o estuário do rio Paciência. Entre os trabalhos mais diretamente relacionados com a área objeto deste RIMA, citam-se : o Diagnóstico Ambiental da Lagoa da Jansen, São Luis-MA (1998/99); Diagnóstico Ambiental da Ilha do Caju-MA (1999); o Zoneamento Ecológico-Econômico do Pólo Ecoturístico Floresta dos Guarás-MA (em 2000/2001); Caracterização Biológica da área de influência do Complexo Portuário da Ponta da Madeira São Luis (2000); Subsídios para o uso Econômico Sustentável da Baixada do Rio Anil (2001); Diagnóstico Biológico do Estuário do Rio dos Cachorros e Estreito dos Mosquitos(2002/2003); o Plano de Manejo do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses (em 2000/2003); Monitoramento do Manguezal afetado pelo evento do vazamento de óleo combustível, MF-380, nas proximidades do Porto do Itaquí, São Luis- MA, ( ); Caracterização Biológica do Rio Periá (MA) (2003); Subsídios para o Manejo da Bacia do Rio Paciência, Ilha de São Luis MA (2006); A influência Antrópica sobre a Comunidade Zooplanctônica no Estuário do Rio Anil,São Luis-MA ( 2006), onde o autor também avalia os aspectos sociais, econômicos e ambientais da população moradora das margens do estuário do Rio Anil ; Diagnóstico da Biota Aquática para o Plano de Implantação do Projeto Molhe de Contenção Costeira do Espigão da Ponta da Areia e dragagem do Canal de Navegação de Acesso ao Bacanga (2008), entre outros. 97

121 O estudo referente aos componentes desta comunidade se baseia em levantamentos qualitativos e quantitativos destes ambientes, visando gerar informações que possam subsidiar um diagnóstico da qualidade ambiental futura da área. Assim, o presente estudo viabilizará uma análise atual e comparativa sobre a caracterização, estrutura, diversidade e abundância da comunidade investigada destes estuários, os quais serão complementados com dados pretéritos, acima citados, provenientes de estudos já efetuados nestes ambientes e/ou áreas adjacentes Dados Pretéritos O estudo de comunidades microscópicas animal e vegetal poderá nos informar sobre a avaliação gradativa de prováveis efeitos de perturbações ambientais ocorridas sobre a biodiversidade destas comunidades, seja em ambientes lênticos ou em ambientes lóticos, por desempenharem funções importantes na avaliação das condições tróficas de ambientes aquáticos e em monitoramento de áreas impactadas. Além disso, evolução trófica e a estabilidade das comunidades biológicas nos ambientes aquáticos podem ser avaliadas por meio de levantamento de dados da abundância, riqueza e diversidade do zooplâncton e de sua dinâmica sazonal. Para este tópico será dado ênfase às pesquisas efetuadas em ambientes que tenham influência direta ou indireta com as atuais áreas avaliadas no presente Diagnóstico e áreas adjacêntes, as quais servirão de complemento (dados pretéritos) aos estudos que estão sendo efetuados atualmente pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais ESTUDOS DA COMUNIDADE ZOOPLANCTÔNICA REFERENCIADOS PARA A BAÍA DE SÃO MARCOS E ADJACÊNCIAS E ESTUÁRIOS DOS RIOS CACHORROS, ANIL, PACIÊNCIA E TIBIRI. 98

122 Biodiversidade do zooplâncton na àrea de influência da Refinaria Premium I, em São Luis (Ma): março e abril/2009. Este estudo fornece informações recentes sobre a diversidade e estrutura da comunidade zooplanctônica da área em estudo (trecho da baía de São Marcos e adjacências), como parte dos requisitos que irão subsidiar o processo de Licenciamento Prévio (LP) para implantação de refinaria de petróleo, localizada no município de Bacabeira, Maranhão. MATERIAL E MÉTODOS As campanhas para coleta do zooplâncton foram efetuadas nos dias 04/03, 06/03, 30/03 e 07/04/2009, nos locais e pontos previamente estabelecidos, conforme descrição abaixo e plotados no mapa da área: Igarapé Jimbuca: Ponto 1 (canal); Ponto 2 (foz) Igarapé Perizes: Ponto 1(canal); Ponto 2 (foz) Igarapé Sampaio: Ponto 1(canal); Ponto 2 (foz) Igarapé Cauaçú: Ponto 1(canal); Ponto 2 (foz) Igarapé Pajé: Ponto 1(canal); Ponto 2 (foz) Ig. Rio dos Cachorros: Ponto 3 (canal); Ponto 4(foz ) Igarapé Buenos Aires: Ponto 5 (foz ); Ponto1 (canal) Rio Bacanguinha: com apenas um ponto amostral, o Ponto 2. Rio Itapecuru: Ponto 1, Ponto 2 e Ponto 3. As amostras foram coletadas com rede de plâncton com 75 µm de abertura de malha, à qual foi acoplado um fluxômetro. Os arrasto horizontais à superfície, tiveram duração de 5 minutos, utilizando-se um barco de alumínio com motor de popa, nos pontos pré-estabelecidos, de forma a cobrir uma boa área de cada ponto amostrado. O material biológico foi acondicionado em frascos de 250 ml, devidamente etiquetados e preservado em formalina 4%, tamponada com tetraborato de sódio, para posterior análise. Concomitante às coletas, 99

123 foram determinados in situ, parâmetros hidrológicos, entre outros: salinidade, temperatura, ph e Oxigênio dissolvido, que serão utilizados apenas para fins comparativos, dada a importância destes para a sobrevivência, abundância e manutenção do equilíbrio desta comunidade. Em laboratório as amostras foram triadas para análises qualitativas e depois fracionadas em subamostrador de Folsom para o processamento da análise quantitativa. Em algumas destas, houve necessidade de inspecionar a amostra na íntegra (P2 e P3 rio Itapecuru), diante da elevada quantidade de material terrígeno e quase total escassez de material biológico. As análises foram efetuadas sob microscópio estereoscópio Zeiss, STEMI SV6 e microscópio óptico Zeiss Axiostar Plus, tendo-se o cuidado de observar várias alíquotas de cada amostra, considerando as menores unidades possíveis de identificação enfatizando, entre outros, principalmente, os espécimes de microcrustáceos (copépodos e cladóceros), rotíferos e protozoários, pelo significado ecológico destes organismos no ambiente aquático. O material foi identificado com base em referências bibliográficas pertinentes, entre estas: Bradford-Grieve et al (1999); Boltovskoy (1999); Boltovskoy (1981); Dias & Araújo (2006), Ismael, et al (1997); Elmoor-Loureiro (1997); Koste & Shiel (1986/87); Smirnov & Timms (1983); Smirnov (1974); Vucetich (1973), Oliver (1972), entre outros. As contagens levaram em consideração o valor encontrado na alíquota multiplicado pelo fator de subamostragem, para obtenção do valor total de organismos encontrados. Este será então o número total de indivíduos coletados. Os valores encontrados deverão ser expressos em indivíduos por metro cúbico (ind.m -3 ) com base no volume de água filtrada pela rede, segundo as fórmulas: V=A*R*C, onde: V= volume de água filtrada em m 3 ; A= área da boca da rede em m 2 R= número de rotações do fluxômetro durante o arrasto (FF FI); 100

124 C= fator de aferição após calibração do aparelho em metros por rotações. N = ni / V, onde: N = abundância total da espécie em cada amostra ni = número de indivíduos da espécie i observados na amostra V = volume de água filtrado pela rede (m 3 ) Foram também estimadas a abundância relativa (AR) dos grupos de maior representatividade, nestes ambientes, além do registro de ocorrência dos táxons do zooplâncton por unidade amostral. Para o cálculo da abundância relativa (Ar) de cada grupo de táxon foi utilizada a seguinte fórmula: Ar= N * 100/Na, na amostra: onde: N = total de org. de cada táxon ou grupo de táxon; Na = número total de organismos na amostra; Os resultados são dados em porcentagem e cada táxon ou grupo de táxons foi caracterizado de acordo com o seguinte critério de classificação: Ar > 70% = dominante; 70 % < Ar > 40% = abundante; 40% < Ar > 10% = pouco abundante; Ar 10% = raro. RESULTADOS E DISCUSSÂO Biodiversidade e Abundância do Zooplâncton A área amostrada recentemente, incluindo ambientes estuarinos e limnéticos, revelou um total de 88 táxons identificados para a área, distribuídos entre filos diversos de organismos aquáticos como: Protozoa, Cnidaria, Chaetognatha, Rotifera, Arthropoda, Anellida, Mollusca, Nematoda e Chordata. Alguns destes, representados no plâncton por seus estágios larvais, como ovos e larvas de peixes, moluscos, crustáceos diversos, anelídeos. (Sinopse dos Táxons). Entre os Protozoa foram identificados 2 Classes, 3 Ordens, 6 Famílias e 7 Espécies; para os Rotifera, identificou-se 1 Classe, 1 Ordem 6 Famílias e

125 Espécies. Para os Arthropoda foram identificadas 5 Classes, com ênfase em Copepoda (4 Ordens, 17 Famílias, 31 Espécies ) e Cladocera (2 Ordens, 5 Famílias e 8 Espécies). Sinopse dos táxons do zooplâncton identificados nos pontos de amostragem da Área de Influência Direta (AID) da Implantação da Refinaria Premium I (São Luis- Ma): dados de Março e Abril/2009. Phyllum PROTOZOA Classe Rhizopodea Ordem Testaceolobosa Familia Centropyxidae Centropyxis aculeata (Ehrenberg) Stein, Familia Arcellidae Arcella vulgaris Ehrenberg, 1830 Familia Dyfflugidae Dyfflugia sp. Ordem Foraminifera (bênticos) Classe Ciliata OrdemTintinnina Família Ptychocylidae Favella ehrenbergii (Claparède & Lickman) Jorgensen, 1924). Família Codonellidae Tintinnopsis levigata Kofoid y Campbell, 1929 Tintinnopsis lobiancoi Daday, 1887 Família Epiplocylidae Epiplocylis sp Phyllum CNIDARIA Classe Hidrozoa Hidromedusae Phyllum CHAETOGNATHA Classe Sagitoidea Sagitta tenuis Sagitta sp. 102

126 Phyllum ANNELIDA Classe Polychaeta (larvas trocófora) Familia Oweniidae (larva mitraria) Phyllum ROTIFERA Classe Monogononta Ordem Ploima Familia Brachionidae Brachionus patulus Muller, 1786 Brachionus patulus macracanthus Daday, 1786* Brachionus falcatus Zacharias Brachionus calyciflorus Pallas, 1766 Brachionus plicatilis O. F. Muller, 1786 Plathyas quadricornis Ehrenberg, 1838 Plathyas patulus O. F. Müller, 1786 Familia Trichocercidae Trichocerca capuccina Wierzejski et Zacharias,1886 Trichocerca elongata (Gosse, 1886) Testudinella patina Seehaus, 1930 Testudinella mucronata haueriensis Gillard, 1854 Beauchampiella eudactylata Scaridium longicaudum Donner, 1943 Família Asplanchnidae Asplanchna sieboldi (Leydig) 1854 Anuraeopsis sp Família Lecanidae Lecane leontina (O.F.Müller, 1776) Lecane papuana Murray, Lecane doryssa Harring Lecane elsa Hauer, Lecane luna O. F. Müller, 1776 Lecane (M) bulla (Ehrenberg, 1832 Pedipartia sp. Família Proalidae Proales decipiens (Ehrenberg) 1831p. 103

127 Família Habotrochidae Habrochtha sp. Phyllum ARTHROPODA Classe Crustacea Sub-Classe Copepoda (adultos e nauplii) Ordem Calanoida Família Acartidae Acartia lilljeborgi Giesbrecht, 1892 Acartia tonsa Dana, 1848 Acartia sp. Família Paracalanidae Parvocalanus crassirrostris F. Dahl, 1894 Paracalanus aculeatus Brady, Paracalanus sp. Família Temoridae Temora stylífera (Dana, 1849) Família Clausocalanidae Clausocalanus furcatus Brady, Família Eucalanidae Subeucalanus pileatus Giesbrecht, 1888 Eucalanus sp. Familia Diaptomidae Diaptomus sp. Notodiaptomus cearensis Wright, 1936 Família Pseudodiaptomidae Pseudodiaptomus marshi Wright, 1936 Pseudodiaptomus acutus (F.Dahl,1894) Pseudodiaptomus richardi F.Dahl, 1894 Família Pontellidae Labidocera fluviatilis F. Dahl, 1894 Pontellopsis sp. Pontellopsis villosa Brady, 1883 Ordem Cyclopoida Família Oithonidae 104

128 Oithona hebes Santos, 1973 Oithona oswaldocruzi Oliveira, 1945 Oithona sp. (copepoditos) Família Clausididae Hemicyclops thallassius Vervoort & Ramírez, 1966 Família Cyclopidae Mesocyclops sp (copepoditos) Termocyclops decipiens (Kiefer, 1829) Ciclops sp. Familia Corycaeidae Corycaeus (Onychocorycaeus) giesbrechti Dahl, 1894 Ordem Siphonostomatoida Família Caligidae Caligus elongatus Nordmann Familia Ergasilidae Ergasilus euripedesi Familia Tisbidae Tisbe furcata Ordem Harpacticoida Família Tachydiidae Euterpina acutifrons (Dana, 1852 Família Canthocampidae Atheyella sp Sub-Classe Cladocera( adultos e nauplii) Ordem Anomopoda Familia Chidoridae Chydorus sp (de Paggi, 1972) Alona pulchella var.cambouei Baird, 1843 Familia Ilyocrypticidae Ilyocryptus spinifer Herrick, 1882 Familia Bosminidae Bosminopsis deitersi Richard, 1895 Familia Macrothricidae Macrothrix sp. 105

129 Grimaldina sp.richard,1892 Ordem Ctenopoda Familia Sididae Diaphanosoma brachyurum Diaphanosoma sp. Classe Cirripedia (náuplios e cypris Barnacle) Classe Malacostraca Ordem Isopoda Família Gnathiidae Super Ordem Peracarida Ordem Decapoda Lucifer faxoni Borradaile, Outros Decapodos (larvas) Brachyura ( larvas zoea ) Pennaeidae (larvas) Classe Ostracoda Familia Cyprididae Sub-Classe Isopoda Sub-Classe Amphipoda SubClasse Ostracoda Familia Cyprididae Classe INSECTA Familia Chironomidae ( larvas ) Familia Chaoboridae (larvas) Phyllum CHORDATA Classe Osteichthyes ( larvas) SubPhyllum Urochordata Classe Larvacea Oikopleura dioica Phyllum NEMATODA A estimativa atual da riqueza de táxons zooplanctônicos dos ecossistemas aquáticos amostrados (18 pontos), na Àrea de Influência Direta (AID), registrados no presente estudo, revela números muito distintos para cada 106

130 ambiente, que variam de 4 (no rio Itapecuru P2) a 31 (no Igarapé Jimbuca - P1 ), conforme mostra a Tab.1 (em anexo). Na maioria destes, principalmente entre os Igarapés, o maior número de táxons ocorreu nos pontos localizados nos canais (P1). Em alguns destes, os altos valores da Salinidade (entre 18 e 26 UPS), favoreceu uma maior diversidade. Para a área limnética (rio Itapecuru: P1, P2 e P3) e rio Bacanguinha (P1),foram registrados um total de 36 táxons/espécies, distribuídas entre protozoários, rotíferos, cladóceros, copépodos e larvas, principalmente de insetos aquáticos (dipteros)-tabela

131 Tabela 5.3-1: Abundância relativa (%) do zooplâncton na Baía de São Marcos e áreas adjacentes, em São Luis (MA), áreas de influência direta (AID) para Implantação da Refinaria: dados de março e abril/2009. Legenda: P1(Canal); P2 (Foz). Igarapé Igarapé Igarapé Igarapé Grupos do Jimbuca Perizes Sampaio Cauaçú Igarapé Pajé Zooplâncton 04/03/09 06/03/09 30/03/09 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 Copepoda 53,00 51,00 51,30 49,50 62,0 61,0 50,90 41,60 62,20 44,80 Cladocera ,70 1, Rotifera - - 1, ,00 3, Protozoa - 6,50 7, ,80 Outros Org. 15,60 8,60 9,40 10,0 2,40 9,00-19,60 11,70 18,20 Larvas Meropl 31,40 33,90 30,40 40,5 35,6 30,00 30,40 34,40 26,10 27,20 Rio dos Igarapé Rio Grupos do Cachorros Buenos Aires Bacanguinha Rio Itapecurú Zooplâncton 30/03/09 07/04/09 26/03/2009 P3 P4 P5 P1 P2 P1 P2 P3 Copepoda 53,8 58,00 55,50 54,42 4,0 2,70-21,20 Cladocera ,40 11,70-24,20 Rotifera ,20 45,50 66,70 15,20 Protozoa ,60 4, Outros Org. 5,30 3,0 4,50 3, Larvas Meropl 40,90 39,0 40,00 42,18 12,80 35,30 33,3 39,40 Entre as espécies de copépodos registradas para a área estuarina apenas Paracalanus crassirostris foi comum a todos os pontos, seguida de Oithona hebes, e Acartia lilljeborgi. Estes organismos, conforme estudos efetuados nestas áreas (Lopes, 2000) chegam a ser dominantes, com percentuais acima 90% do zooplâncton total. No presente estudo, os copépodos só atingiram pouco mais que 62% (nos Igarapés de Pajé e Sampaio), sendo organismos abundantes nestas áreas.(tabela e Figura 5.3-1). 108

132 Para a área de influência limnética, (rios Itapecuru e Bacanguinha) os copépodos foram pouco expressivos, tanto na diversidade (o máximo de 2 táxons) como na abundância (4,0% no Bacanguinha e de 2,70% e 21,70%, respectivamente nos pontos 1 e 2 do rio Itapecuru. Nesta área, os rotíferos, as larvas (principalmente de diptera) e os cladóceros foram os mais expressivos. No Bacanguinha, os rotíferos dominaram a fauna de invertebrados com 71,20% do total, enquanto os cladóceros ficaram com 6,4. No rio Itapecuru, estes percentuais só foram mais expressivos (de 15,20% e 66,7 %), nos pontos 3 e 2, respectivamente, em função da pobreza de táxons registradas para estes ambientes (P3 com 10 táxons e P2 com apenas 4 táxons). Contudo no P1 deste rio, registrou-se um dos maiores números de táxons (25), distribuidos entre rotíferos (12 spp.), cladóceros (5 spp.) e protozoos ( 3 spp.), além de larvas (Figura 5.3-1). Densidade do Zooplâncton As densidades (nº ind.m³) registradas para o período amostral (março e abril/2009) apresentaram valores relativamente baixos, quando comparados a estudos efetuados em alguns destes ambientes como Pajé, rio dos Cachorros e Buenos Aires (Lopes, 1986,1988) e áreas adjacentes (Lopes, 2000, 2004, 2005). Atualmente, na área amostrada, os valores da densidade não chegaram a ind./m³. 109

133 Tabela Densidade do zooplâncton (ind.m³) na Baía de São Marcos e áreas adjacentes, em São Luis (MA), áreas de influência direta (AID) para Implantação da Refinaria Premium I - março e abril/2009. Legenda: P1(Canal); P2 (Foz). Igarapé Jimbuca Igarapé Perizes Igarapé Sampaio Grupos do 04/03/09 06/03/09 Zooplâncton P1 P2 P1 P2 P1 P2 Copepoda Cladocera Rotifera Protozoa Outros Org Larvas Merop Densd. Total (Nºindv/m³) Igarapé Cauaçú Igarapé Pajé Rio dos Cachorros Grupos do 06/03/09 30/03/09 Zooplâncton P1 P2 P1 P2 P3 P4 Copepoda Cladocera Rotifera Protozoa Outros Org Larvas Merop Densd. Total (Nºindv/m³)

134 Igarapé Buenos Rio Grupos do Aires Bacanguinha Rio Itapecurú Zooplâncton 30/03/09 07/04/09 26/03/2009 P5 P1 P2 P1 P2 P3 Copepoda Cladocera Rotifera Protozoa Outros Org Larvas Merop Densd. Total (Nºindv/m³) As maiores densidades foram observadas para o P1 do Ig. Jimbuca (com ind./m³), seguidos pelo P3 do rio dos Cachorros (com ind./m³), ambos os pontos localizados no Canal. Os menores valores deste atributo foram registrados para os rios Itapecuru (P2 e P3) e Bacanguinha, Igarapés Buenos Aires, Pajé e Cauaçú. Nestes, os valores variaram de 887 in./m³ (Cauaçú-P2) a 67 ind./m³, no rio Itapecuru -P2 (Tabela 5.3-2, Figura 5.3-2). Neste período, o meroplâncton na área estuarina, foi representado basicamente por náuplios de Copepoda e de Cirripedia, larvas de Brachyura, (principalmente zoea) outros crustáceos decápodos, larvas de Polychaeta, véliger de Bivalvia e larvas de peixes. Alguns destes organismos como as larvas de Brachyura, Bivalvia, Polychaeta e os nauplii foram pouco representativos, em alguns pontos. Este seria um período estacional propício à reprodução da maioria dos organismos bênticos, já que estas áreas concentram percentuais consideráveis destes organismos. Na área de influência limnética (Bacanguinha e rio Itapecuru) o meroplancton foi constituído basicamente por larvas de Diptera. Conforme estudos até então efetuados em algumas áreas da baía e adjacências, conforme bibliografia citada acima, larvas de interesse econômico como as de crustáceos (caranguejos, siris, camarão), moluscos bivalvos (sururus e sarnambis), larvas de Peixes, além das larvas de Polychaeta e gastrópodes são de grande importância nestes ambientes e também como 111

135 elementos básicos na teia trófica chegando, algumas vezes (conforme o periodo propício para seus desenvolvimentos), a constituírem os maiores percentuais no zooplâncton total. As baixas densidades observadas nestes pontos durante este curto período amostral podem, possivelmente, estarem relacionadas a fatores locais, próprios da dinâmica estuarina, torrentes (chuvas fortes no momento dos arrastos, que podem empurrar o plâncton para camadas mais profundas). Por outro lado, estes ambientes são grandes receptores de aportes fluviais, nesta época do ano, carreando para os estuários boa quantidade de nutrientes, mas também muito sedimento o que induz a captura de boa quantidade de material particulado suspenso na água e que, de certa forma, chega a afugentar temporariamente herbívoros como copépodos, apendiculários e outros organismos mais seletivos. Também não descartamos a hipótese da ação antropogênica, em suas diversas formas. Assim sendo, perturbações que alterem as características do meio ou o balanço competitivo entre as espécies podem contribuir para a eliminação de algumas espécies assim como para o estabelecimento de outras, haja vista a grande sensibilidade destes organismos. 112

136 Tabela 5.3-3: Ocorrência dos táxons do zooplâncton por unidade amostral (na AID) da área de Implantação da Refinaria, em São Luis(MA): mar. e abr/09. Ig. Ig. Ig. Ig. Ig. Rio dos Rio Ig. Pajé Buenos Taxons Jimbuca Perizes Sampaio Cauaçú Cachorros Bacang. Aires Rio Itapecurú P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P3 P4 P5 P1 P2 P1 P2 P3 Arcella vulgaris + Centropyxis aculeata + + Dyfflugia sp + + Favella ehrenbergii + + Tintinnopsis levigata + + Tintinnopsis lobiancoi + Foraminifera (bênticos) + + Hidromedusae Sagitta tenuis Sagitta sp Oikopleura dioica Amphipoda + Lucifer faxoni (decápodo) + Isopoda Ostracoda + Paracalanus crassirrostris Paracalanus aculeatus Paracalanus sp Acartia lilljeborgi Acartia tonsa Acartia sp Pseudodiaptomus acutus Pseudodiaptomus marshi Pseudodiaptomus richardi + Notodiaptomus cearensis + Temora stylifera + Clausocalanus furcatus + + Subeucalanus pileatus Eucalanus sp

137 Cont.Tabela 5.3-3: Ocorrência dos táxons do zooplâncton... Taxons Ig. Jimbuca Ig. Perizes Ig. Sampaio Ig. Cauaçú Ig. Pajé Rio dos Cachorros Ig. Buenos Aires Rio Bacang. Rio Itapecurú P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P3 P4 P5 P1 P2 P1 P2 P3 Labidocera fluviatilis Pontellopsis villosa Oithona hebes Oithona sp. + + Oithona oswaldocruzi Hemicyclops thalassius + + Corycaeus giesbrechti + Caligus elongatus + Euterpina acutifrons + Mesocyclops sp Ergasilus sp. + Termocyclops decipiens Copepoditos Tisbe furcata + Atheyella sp Chydorus sp Bosminopsis deitersi + Alona pulchella var.cambouei Diaphanosoma brachyurum Pleuroxus sp Ilyocryptus spinifer. + Grimaldina sp + Macrothrix sp.. + Brachionus calyciflorus + + B. patulus macracanthus + Brachionus falcatus + Brachionus plicatilis + + Plathyas quadricornis Plathyas patulus + 114

138 Cont. Tabela 5.3-3: Ocorrência dos táxons do zooplancton... Taxons Ig. Jimbuca Ig. Perizes Ig. Sampaio Ig. Cauaçú Ig. Pajé Rio dos Cachorros Ig. Buenos Aires Rio Bacang. Rio Itapecurú P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P1 P2 P3 P4 P5 P1 P2 P1 P2 P3 Trichocerca sp. Trichocerca elongata + Testudinella patina + + T. mucronata haueriensis + + Beauchampiella eudactylata + + Scaridium longicaudum + Asplanchna sieboldi + Anuraeopsis sp + Lecane luna + Lecane papuana + + Lecane doryssa + Lecane elsa + Lecane leontina Ploesoma sp. + Proales decipiens Habrochtha sp. + Brachyura (larvas) Briozoa (larvas) + + Pennaeidae (larvas Natantia) Outros Decapodos(larvas) Polychaeta (larvas) Molusco Bivalvia (larvas) Nauplii Copepoda Nauplii de Cirripede Cypris de Cirripede Gastropoda (larvas) + + Peixes (larvas) Insecta(larvas) Nematoda + NºTotal de Taxons

139 Figura 5.3-1: Representação gráfica da abundância do zooplâncton na Baía de São Marcos e áreas adjacentes (AID) à implantação da refinaria: dados de março e abril /

140 Figura 5.3-2: Representação gráfica da densidade do zooplâncton na Baía de São Marcos e áreas adjacentes (AID) à implantação da refinaria:dados de março e abril /

141 Diagnóstico Biológico do Estuário do Rio dos Cachorros e Estreito do Coqueiro, (Ilha de São Luís-MA). Outra pesquisa de referência para a baía de São Marcos e adjacências é o Projeto Integrado sobre Diagnóstico Biológico do Estuário do Rio dos Cachorros e Estreito do Coqueiro, Ilha de São Luís-MA realizado de maio de 2002 a março de 2003, visando atualizar informações existentes na referida área de formas a dar embasamento à Implementação do Programa de Monitoramento Ambiental da ALUMAR. Sendo este complexo estuarino, área considerada de influência direta e indireta de efluente industrial, alterações ambientais, relacionadas principalmente à dinâmica das águas e à circulação de excessiva quantidade de sedimentos e de poluentes, deverão ocorrer, em conseqüência do processo de alteração da alumina de bauxita. Estas alterações têm reflexos diretos sobre a fauna e flora do estuário do Rio dos Cachorros e Estreito dos Mosquitos e se refletem na própria dinâmica de funcionamento do porto. O estudo do zooplâncton teve como objetivos a diversidade taxonômica e sua ocorrência, a distribuição quantitativa e suas variações durante o período sazonal de amostragem. A área estudada teve a seguinte abrangência: a) Estação I Confluência do Rio dos Cachorros com o Estreito dos Coqueiros, entre as coordenadas S e W, próxima ao Igarapé Boa Razão, considerada área de maior descarga do efluente industrial e aporte de influência marinha; b) Estação II Confluência do Rio dos Cachorros com o Igarapé Andiroba, entre as coordenadas S e W, com certo efeito de diluição devido ao aporte de água doce da drenagem insular; c) Estação III No curso do Estreito dos Mosquitos, próximo à ponte da Vale do Rio Doce, entre as coordenadas S e W; 118

142 d) Estação IV Na baía do Arraial, nas proximidades da confluência do Igarapé Anajatiua, entre as coordenadas S e W, com influência do aporte de água doce. O material estudado é proveniente de seis campanhas bimestrais de campo, de maio/02 a março/03, durante os períodos seco e chuvoso. O material coletado com malha de 75um, seguindo os mesmos padrões metodológicos já descritos, assim como para o tratamento dos dados. A seguir será apresentada uma síntese global dos resultados enfatizando a biodiversidade total para o ecossistema e a dinâmica dos principais constituintes desta comunidade. RESULTADOS A biodiversidade total registrada para o ambiente estudado, neste período, em algumas estações, foi relativamente baixa, quando comparada a estudos anteriores realizados nesta área e adjacências, (Lopes & Lavor-Fernandes e 1986), como também em outras áreas semelhantes. Foram identificados no total 30 espécies/taxa como componentes do zooplâncton e somente 5 destes apresentaram distribuição ampla entre as estações e períodos amostrados. Basicamente a composição registrou componentes dos filos: Protozoa, Chaetognatha, Mollusca, Chordatha, Annelida e Arthropoda. Diversidade do zooplâncton no sistema estuarino do Rio dos Cachorros, Estreitos de Coqueiro e Mosquitos (São Luís-MA) Maio/2002 a Mar/ Phyllum PROTOZOA Classe Ciliata Ordem Tintinnina Tintinnopsis compressa Favella ehrenbergii (Claparède & Lickman) Epiplocylis sp. 119

143 Cymatocylis sp. Phyllum ANNELIDA Classe Polychaeta (larva trocófora) Phyllum ARTHROPODA Classe Crustácea Subclasse Copepoda (adultos, juvenis e larvas) Ordem Calanoida Acartia lilljeborgi Giesbrechti Acartia tonsa Dana Paracalanus crassirostris F.Dahl Subeucalanus (eucalanus) pileatus Giesbrecht Subeucalanus (eucalanus) sewelli Pseudodiaptomus acutus (F. Dahl) Temora stilífera Labidocera fluviatilis Ordem Calanoida Oithona hebes GiesbrechtOrdem Cyclopoida Oithona oswaldocruzi Oliveira Hemicyclops thallassius Ordem Harpacticoida Euterpina acutifrons Dana Sub-classe Cirripedia (náuplios e cypris) Ordem Decapoda 120

144 Lucifer faxoni Borradaille Brachyura ( zoea e mysis) Pennaeidea (larvas) Porcelanídae (larvas) Outros Decápodos (larvas) Ordem Stomatopoda Ordem Isopoda Phyllum CHAETOGNATHA Sagitta spp. Phyllum CHORDATA Superclasse Pisces (ovo e larva) Classe Larvacea Appendicularia Oikopleura dióica Phyllum MOLLUSCA Classe Bivalvia Apesar da baixa diversidade constatada nesta área, em alguns pontos, em períodos alternados, a estação I (maio e setembro/02), as estações III e IV (setembro/02) e a est.iiv, em janeiro e maço/02, foram as que apresentaram maior diversidade de táxons. Para este período, o índice de diversidade específica oscilou entre 1,691 bits/ind -1 para a Estação III, em maio/02 e 3,552 bits/ind -1, registrado para a Estação I em maio/02, ficando o valor médio em torno de 2,545 bits/ind -1 (Figura 5.3-3). 121

145 Figura 5.3-3: Diversidade específica do zooplâncton nos estuários do Rio dos Cachorros, Estreito de Coqueiro e Mosquito (São Luís-MA)- Mai/02 a Mar/03. No mês de maio/02, e no mês de julho/02, em algumas estações, foi visivelmente evidenciada baixas diversidades e abundâncias de organismos em quase todas as estações. Contudo, as análises das amostras dos quatro meses subseqüentes não revelaram diferenças consistentes na composição zooplanctônica entre os períodos climáticos (seco e chuvoso), mas evidenciouse grandes incrementos na densidade. O domínio em abundância e diversidade exibido pelos copépodos reitera sua dominância no zooplâncton em geral, com pouquíssimas exceções, com percentuais que podem oscilar entre 35 e 90% (Raymond, 1983), sendo que em nossos estudos foram constatados percentuais que chegam a constituir acima de 90% do total do zooplâncton. Entre os representantes do zooplâncton na área estudada, Copepoda foi o que evidenciou o maior nº de táxons identificados, com 13 espécies: Acartia lilljeborgi, Acartia tonsa, Paracalanus crassirostris, Subeucalanus (eucalanus) pileatus, Subeucalanus (eucalanus) sewelli, Pseudodiaptomus acutus, Oithona hebes, O. oswaldocruzi, Euterpina acutifrons, Centropages velificatus, Labidocera fluviatilis, Temora stilífera e Hemicyclops tallassius, registrados principalmente nas estações I, II e IV, em períodos alternados. Dentre os copépodos, os calanóides são usualmente mais numerosos que os outros constituintes do zooplâncton juntos. Em áreas estuarinas tropicais, um dos 122

146 gêneros/espécies mais comuns são os Paracalanus crassirostris que, juntamente com Acartia lilljeborgi são muito frequentes, ocorrendo em quase todas as estações em meses alternados, chegando a serem, em alguns, os constituintes principais, com até 80% do total do zooplâncton. As demais espécies de copépodos ocorreram em uma ou duas estações no máximo, com percentuais baixos. Entre os Protozoa, Tintinnida foi o único representante com as espécies Favela erhembergi, Tintinnopsis compressa, Epiplocylis sp. e Cymatocylis sp, registrados apenas nos dois primeiros meses nas estações I, III e IV; entre estas, Favela erhembergi foi a mais expressiva. 123

147 Maio/02 Julho/ Est. 1 Est. 2 Est. 3 Est Est. 1 Est. 2 Est. 3 Est. 4 Copepoda Outros Larvas Copepoda Larvas Outros Setembro/02 Novembro/ Est. 1 Est. 2 Est. 3 Est Est. 1 Est. 2 Est. 3 Est. 4 Copepoda Larvas Outros Copepoda Larvas Outros Janeiro/03 Março Est. 1 Est. 2 Copepoda Outros Est. 3 Est. 4 Larvas Est. 1 Est. 2 Copepoda Outros Est. Est. 3 4 Larvas Figura 5.3-4: Abundância do zooplâncton total no sistema estuarino do Rio dos Cachorros, Estreitos de Coqueiro e Mosquitos (São Luís-MA) Maio a Novembro de

148 Com relação aos outros organismos, Chaetognatha foi o grupo de melhor representatividade, com o gênero Sagitta, presente em cerca de 83% das amostras. Por possuírem hábito carnívoro, são importantes ecologicamente por predarem organismos menores, do próprio zooplâncton. Contudo, não foram abundantes neste período, apesar de serem organismos típicos destas áreas, tendo atingido um máximo de apenas 471 ind/m³. Observou-se também, em alguns destes exemplares, pequenas modificações de estrutura morfológica, que pode ser atribuída, possivelmente, a algum fator externo, Entre os organismos meroplanctônicos os náuplios de Copepoda e Cirripedia foram comuns nas quatro estações. Os náuplios constituem a fase larval, sendo bem pequeninos, principalmente os oriundos de espécies estuarinas, os quais dificilmente são coletadas com malha acima de 100μm, o que pode ser concebível mesmo em pequenas quantidades em função das variedades de formas existentes em relação a estes organismos. Na amostragem de setembro, em quase todas as estações, estes organismos chegaram a ser abundantes, juntamente com os copepoditos (fase juvenil de copépodos). Estes últimos, no mês de setembro, juntamente com P. crassirostris, A lilljeborgi e O. hebes foram os responsáveis por altas densidades registradas para o período. Entre as larvas, Poliqueta, Brachyura, Pennaeidea só foram comuns nas Estações I e II. O meroplâncton foi sempre muito raro na área de estudo, neste período, exceção feita apenas na Est. IV, em maio, onde 44% dos organismos pertenciam a este grupo. 125

149 Figura 5.3-5: Variação da densidade do zooplâncton e nº de espécies no Rio dos Cachorros, Estreitos de Coqueiro e Mosquitos (São Luís-MA) Maio/02 a Março/2003. Com relação à densidade (Figura 5.3-5), durante o período amostral, as contribuições quantitativas do zooplâncton foram relativamente baixas, nos dois primeiros meses, aumentando gradativamente até março/03. Os valores variaram entre a mínima de 463 ind/m³ (mai/02, Est. III) e a máxima de ind/m³, registrados no mês de março/03, na Estação I. Dentre os constituintes principais, os copépodos contribuíram, quase sempre, com a maior densidade, do total atingido, sendo Pararalanus crassirrostris e Acartia liljeborgi, as espécies que atingiram os maiores valores com ind/m³ e ind/m³, respectivamente. McLusky (1989), ressaltar que o zooplâncton de estuário é potencialmente limitado por dois aspectos: o primeiro pela desordem, a qual pode limitar a produção de fitoplâncton e, por conseguinte limitar o alimento utilizável para o zooplâncton e segundo (freqüentemente o mais importante), pelas correntes que, particularmente em pequenos estuários ou aqueles dominados por grande fluxo do rio, pode transportar os membros do zooplâncton para o mar. 126

150 CONCLUSÕES: Os resultados obtidos neste período, para a área estudada, de um modo geral, não revelaram diferenças consistentes na composição faunistica, em relação aos períodos climáticos (seco e chuvoso), apenas incrementos consideráveis registrados na densidade, em períodos alternados, não havendo padrões definidos; As maiores densidades ocorreram nos meses de novembro e janeiro em algumas estações (I e IV), com picos consideráveis em março/03, nas Estações I, II e IV, de até 21,764 ind/m³ (Est. I), enquanto a mínima ocorreu na Estação III com 463 ind/m³, sendo portanto esta estação, caracterizada por apresentar as menores densidades durante quase todo o período estudado: O maior número de táxons foi registrado na Estação IV, em novembro/02 (19 táxons), enquanto o menor registro foi na Estação III, em maio/2002 (4 taxas), coincidindo também com a menor densidade ocorrida no período e com o mais baixo índice de diversidade que foi de bits/ind -1; A pouca representatividade das larvas meroplanctônicas neste período de estudo parece estar relacionada às características ambientais não favoráveis á reprodução e sobrevivência destes organismos, já que são bastante seletivos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em estuários desta região, as características hidrodinâmicas são bem marcantes, devido à elevada turbidez, com velocidades de correntes de até 1,5 m.s - ¹ e amplitudes de maré que podem chegar a 7 metros. Tais fatores podem, provavelmente, interferir na abundância distribuição e diversidade de espécies, os quais podem ser atribuídos às baixas densidades e pobreza de espécies observadas principalmente na Est. 3, neste período de estudo. Por outro lado deve-se considerar que os ambientes de mangue apresentam como características naturais, dentre outras também relevantes, altos valores de matéria orgânica, baixa transparência e baixos teores de Oxigênio dissolvido. O aumento de matéria orgânica pode resultar em uma fonte de alimento extra para estes organismos, além de que muitos zooplanctontes 127

151 podem utilizar bactérias associadas a detritos como alimento (LOPES, 1989). Entretanto, há de se atentar que os impactos antrópicos a que está submetido a área em estudo podem promover modificações tanto na biodiversidade, pela ausência e/ou restrições de espécies típicas do ambiente, como na abundância de indivíduos, sem contudo evidenciar alterações consideráveis nas variáveis abióticas Subsídios para o uso Econômico Sustentável da Baixada do Estuário do Rio Anil, São Luís-MA no período de maio /2000 a outubro/2001. Este estudo teve como objetivo listar os táxons do zooplâncton ocorrentes neste ambiente, em diferentes períodos sazonais, e discutir a variação de abundância e sua interação com fatores que condicionam mudanças nesta comunidade. MATERIAL E MÉTODO A área estudada refere-se ao estuário do Rio Anil, localizado na parte ocidental da Ilha de São Luís, cujo leito é receptor, em potencial, de descargas de dejetos lançados principalmente pelas redes de esgotos domésticos da Ilha, entre outros. Para o estudo do zooplâncton, foram fixadas cinco estações ao longo do estuário distribuídas da seguinte maneira: Estação 1 localizada em frente ao Edifício Lobão, recebendo grande influência de águas oceânicas costeiras, próximo à Ilhinha; Estação 2 em frente ao hotel São Francisco, também com influência de águas costeiras; Estação 3 nas proximidades do Hospital Sarah, já mais para dentro do estuário; Estação 4 próxima à indústria MERCK Produtos Químicos, tendo do outro lado o conjunto habitacional do IPASE. 128

152 Estação 5 próxima à ponte que liga o bairro Vila Palmeira ao bairro do Bequimão; Foram realizadas duas campanhas referentes ao período chuvoso (nos meses de maio e agosto/00) e.para o período seco as campanhas se efetuaram em outubro/00 e janeiro/01. As amostras foram coletadas, com rede de malha de 65 μm, seguindo os mesmos padrões metodológicos já descritos, assim como para o tratamento dos dados. A seguir será apresentada uma síntese dos resultados enfatizando a biodiversidade total para o ecossistema e a dinâmica dos principais constituintes desta comunidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na tab. I, estão relacionadas as espécies do zooplâncton e suas respectivas ocorrências no estuário do Rio Anil, nas cinco estações de coleta, durante as quatro campanhas e na tab. II, os dados hidrológicos. A tab. III, e as figuras 1 e 2 referem-se aos dados de densidade (org./m³) e abundância relativa (%) do zooplâncton total, inerentes ao período estudado. Foram considerados dois grupos representativos entre os quais Copepoda e Outros Organismos (incluindo neste último o meroplâncton e demais grupos do holoplâncton). Dados Hidrológicos A temperatura da água de superfície mostrou pouca variação e, de certa forma, gradual apenas entre as estações; os valores oscilaram entre a máxima de 30.5ºC (jan/01, Est. 3) e a mínima de 28.0ºC (ago/00, Est. 3), o que parece não estar relacionado a períodos sazonais e sim ao horário de efetivação das coletas. Na salinidade, as amplitudes de variação foram bem maiores: o máximo valor registrado foi de 30.0 (Est.1, em out/00) e o mínimo foi de 0.2 (na Est. 5, em ago/00); as Est. 4 e 5 foram as que evidenciaram os menores registros deste parâmetro em função, também, da localização das mesmas. Os teores de oxigênio dissolvido na água variaram de 0.40 mg/l (registrado para a Est.5, em maio/00) a 5,78 mg/l para a Est1, em jan/01, sendo que os menores valores deste também foram para as Est. 4 e 5. O ph exibiu valores que 129

153 variaram entre levemente ácido (6.93) para a Est.1 em ago/00 e levemente alcalino (7.9) registrado em out/00 na Est.2 Composição e variação da densidade e abundância do zooplâncton Na composição geral, o zooplâncton do Rio Anil esteve representado, por formas holoplanctônicas (copépodos, rotíferos, cladóceros, cnidários, protozoários, quetognatos, apendiculários, tintinnidios) e também pelas formas meroplanctônicas (estágios larvais de invertebrados, bentônicos e vertebrados nectônicos). Os organismos que apresentaram maior diversidade especiológica foram os copépodos (com 28 spp). sendo também os mais abundantes e freqüentes, representados por adultos, juvenis e náuplios; entre os rotíferos identificou-se (4 spp), cladóceros (2 spp), tintinnidios (2 spp) e protozoários (2 spp.). Entre as larvas, Brachyura, Polychaeta, vermes Nematoda, náuplios de cirripédios e de copépodos foram freqüentes e, alguns, abundantes em algumas estações. Composição faunística para o estuário do Rio Anil, São Luís-MA: dados pretéritos ( maio /2000 a out/2001). PROTOZOA Arcella vulgaris Centropixis aculeata CNIDARIA Hidromedusae CHAETOGNATHA Sagitta spp. Sagitta enflata APPENDICULARIA Oikopleura dióica TINTINNIDA Favella ehrenbergi Tintinnopsis sp. ROTIFERA Ascomorpha sp Brachionus angularis 130

154 Brachionus plicatilis (rotundiformis?) Pedipartia sp. CLADOCERA Moina minuta Moina micrura COPEPODA Acartia lilljeborgi Eucalanus pileatus Eucalanus sewelli Calanopia americana Clausocalanus furcatus Centropagis velificatus Labidocera fluviatilis Paracalanus crassirostris Paracalanus aculeatus Pontellopsis villosae Pontellina plumata Notodiaptomus sp. Pseudodiaptomus acutus Temora stylifera Temora turbinata Corycaeus giesbrechti Termocyclops minutus Apocyclops panamensis Mesocyclops sp. Cyclops sp. Hemicyclops thalassius Oncaea media Oithona hebes Oithona oswaldocruzi Oithona simplex Ergasilus sp. Euterpina acutifrons Harpacticoides sp. 131

155 Atheyella sp. Copepoda parasita Copepoda (nauplios e juvenis) ISOPODA AMPHIPODA DECAPODA Lucifer faxoni Brachyura (larvas) Porcellanidae (larvas) Pennaeidae (larvas) Cirripede (nauplios e cipris) MOLLUSCA Gastropoda (larvas) Bivalvia (larvas) POLYCHAETA ECHINODERMA (Larvas) BRIOZOA (Larvas) PISCES (Ovos e larvas) NEMATODA INCECTA Chironomidae (larvas) Chaoboridae (Larvas) 132

156 Tabela 5.3-4: Ocorrência dos táxons do zooplânctons nas cinco estações de coleta do Rio Anil São Luís (MA), durante o período amostrado. Legenda: (+) pres.; (-) aus. Táxon / Estação P1 P2 P3 P4 P5 Paracalanus crassirrostris Paracalanus aculeatus Acartia lilljeborgi Eucalanus pileatus Eucalanus sewelli Pseudodiaptomus acutus Centropages velificatus Clausocalanus furcatus Notodiaptomus sp Labidocera fluviatilis Temora stylefera Temora turbinata Pontellopsis villosae Calanopia americana Pontellina plumata + + Hemicyclops thalassius Mesocyclops sp Apocyclops panamensis Termocyclops minutus Oithona hebes Oithona oswaldocruzi Oithona simplex Corycaeus giesbrechti Oncea media Outros Cyclops (copepoditos) Ergasilus sp Euterpina acutifrons Atheyella sp Harpacticoides sp Hidromedusae Chaetognatha Sagitta spp Sagitta enflata Lúcifer faxoni Amphipoda Isopoda Tintinnida Favella ehrenbergi Tintinnopsis sp Brachionus angularis Ascomorpha sp Pedipartia sp Brachionus plicatilis Moina minuta Moina micrura

157 Brachyura (larva) Pennaeidae (larva) Caridea (larva) Cirripedia (nauplios) Cirripedia (cypris) Gastropoda (larva) Bivalvia (larva) Polychaeta (larva) Porcellanidae (larvas) Copepoda (nauplios) Outros crustáceos (larvas) Pisces (larva) Pisces (ovos) Nematoda (larva) Insecta (larva) Nos meses de maio/00, ago/00 e jan/01, devido a influência do regime pluviométrico, observou-se a presença constante de espécies de água salobra, mesmo nas estações onde a influência de águas costeiras é maior (Est. I e II). Alguns ciclopóides (Apocyclops panamensis, Mesocyclops sp., Hemicyclops thalassius e Oithona hebes) e o calanóide Pseudodiaptomus acutus, foram comuns nestes meses chegando, alguns, a ser abundantes em determinadas épocas. Organismos como rotíferos, cladóceros e tintinnidios foram freqüentes apenas em algumas estações, (na 3,4 e 5) e raríssimos nas Est. 1 e 2, ocorrendo em um ou outro mês, em pequenas densidades. Em ago/00 e jan/01, a salinidade obteve os mais baixos níveis registrados para este período amostral, entre 0.2 e 3.5 (ambos para a Est. 5) influenciando, de certa forma, na diversidade, na densidade e na distribuição dos organismos. Em ago/00, na Est. 4, as baixas concentrações deste parâmetro (5.0 ) e pouca oxigenação (1,55 mg/l), foram fatores condicionantes do incremento quantitativo observado neste período ( ind./m³), sendo os copépodos ciclopóides (organismos bem adaptados às baixas concentrações deste parâmetro) os principais costituintes, representando 94,4 % do total da massa zooplanctônica total (Tabela 5.3-5;Figura.5.3-7).. 134

158 Tabela Variação da densidade (org.m³) e da abundância relativa (%) dos grupos do zooplâncton no estuário do rio Anil, São Luis (MA) Maio/00 a Jan/01. Maio/00 Grupos Est. 1 Est. 2 Est. 3 Est. 4 Est. 5 org/m³ % org/m³ % org/m³ % org/m³ % org/m³ % Copepoda , , , , ,2 Outros , , , , ,8 TOTAL Grupos Agosto/00 org/m³ % org/m³ % org/m³ % org/m³ % org/m³ % Copepoda , , , ,0 Outros , , , , ,0 TOTAL Grupos Outubro/00 org/m³ % org/m³ % org/m³ % org/m³ % org/m³ % Copepoda , , , , ,0 Outros , , ,0 TOTAL Grupos Janeiro/01 org/m³ % org/m³ % org/m³ % org/m³ % org/m³ % Copepoda , , , , ,0 Outros , , , , TOTAL A menor densidade desta estação ocorreu em jan/01 com ind./m³. Para a Est.5, a mínima concentração de salinidade (0.2 ), neste mês empobreceu mais ainda a diversidade (raros ciclopóides, poucos rotíferos e larvas) e a densidade com ind/m³. (Figura 5.3-6). Foram também registradas, neste mês, altas densidades para as estações 2 e 3 com, respectivamente, ind./m³ e ind/m³, sendo que na Est 2, os náuplios de copépodos proporcionaram tais aumentos nas densidades do mês de ago/00, representando cerca de 87,0 % do total.; já na Est 3 a dominância da densidade foi dos ciclopóides (81.0% do total) com a espécie Apocyclops panamensis.(figura 5.3-7). 135

159 Fig.ura 5.3-6: Variação da densidade zooplanctônica total no estuário do Rio Anil (São Luís, MA)- Maio/00 a Janeiro/01. A pobreza de organismos como Protozoa, Tintinnida, Cladocera e Rotífera, neste período amostral, na maioria das estações, foi também observada para outros grupos taxonômicos de metazoários, dentre estes os Amphipoda, Isopoda, o decápodo Lucifer faxoni e Appendicularia. Grupos predadores como Chaetognatha, Medusae, também foram insignificantes em termos de abundância, apenas freqüentes em algumas estações. Indivíduos adultos e em estágios juvenis de Copepoda são, quase sempre, os mais abundantes, entre o zooplâncton e o meiobentos de ambientes lênticos e lóticos, uma vez que estes organismos, pelo hábito alimentar diversificado, desempenham importante papel na rede alimentar e como fonte de alimento para peixes juvenis e planctívoros. Estudos desenvolvidos por diversos autores têm demonstrado a magnitude de efeitos ambientais, principalmente, temperatura, alimento e predação sobre o ciclo de vida das espécies. Este fato pode ser observado pelos altos valores da densidade atingidos em algumas estações (2, 3 e 4) nos meses de ago/00, e jan/01, proporcionados pelas condições ambientais favoráveis, neste período: a Est.2, a que atingiu a maior densidade ( ind./m³, em ago/00) teve os náuplios de copépodos 136

160 como principal constituinte; nas Est.3 e 4, neste mesmo mês, os juvenis (copepoditos) e adultos de ciclopóides contribuíram com a maior fração e no mês de jan/01. Figura 5.3-7: Abundância zooplanctônica total no estuário do Rio Anil (São Luís, MA)- Maio/00 a Janeiro/01. O mês de out/00 (onde ocorreu as maiores concentrações salinas) mostrou, que a grande quantidade de juvenis e náuplios de copépodos, registrados para o mês de ago/00 só enriqueceu ainda mais a diversidade de táxons neste período, principalmente da fauna eurihalina marinha, com dominância principalmente de copépodos dentre eles, Paracalanus crassirostris, Euterpina acutifrons Temora stylifera, T. turbinata, Euclanus pileatus, E. sewelli, Pseudodiaptomus acutus, Acartia lilljeborgi. No meroplâncton, além da dominância dos náuplios, em algumas épocas, foram constantes as larvas de Brachyura, Polychaeta, Cirripedia, Gastropoda e Nematoda, presentes em todas as estações em alguns meses; Porcellanidea, Pennaeidea outros decápodos, larvas e ovos de Pisces tiveram ocorrências e abundâncias restritas a uma ou duas estações em meses alternados. As larvas de Insecta foram freqüentes em quase todos os meses, somente nas estações 4 e 5. Os meses de ago/00, out/00 e jan/00 apresentaram maior variedade de táxons deste grupo, principalmente nas Est.1, 2 e 3 enquanto as Est. 4 e 5 quase 137

161 sempre pobres em variedades. Entretanto os náuplios de Copepoda, Cirripedia e larvas de Polychaeta foram os responsáveis pelos maiores percentuais deste grupo no mês de out/00 para as Est. 3, 4 e 5, respectivamente. A presença de larvas meroplanctônicas em maior quantidade nestas estações,podem estar relacionados às características ambientais seletivas mais acentuadas nestas áreas como, por ex., a baixa salinidade e substâncias úmicas e tânicas, oriundas da decomposição da vegetação marginal. Já foi freqüentemente demonstrado que larvas são mais tolerantes a essas condições seletivas. Smayda (1970) apud Tundisi (1972), argumenta que pode haver uma influência inibitória destas substâncias sobre o zooplâncton, principalmente sobre os copépodos, o que possivelmente pode ter ocasionado as altas taxas ocorridas durante o período amostral. CONCLUSÕES As análises da composição zooplanctônica superficial obtidas no presente estudo mostraram uma diversidade rica em espécies de águas eurihalinas marinhas com poucas espécies estuarinas tolerantes às baixas concentrações de salinidade; O estuário do rio Anil é um ambiente de grande variabilidade devido ao regime hidrológico, sob influência das amplitudes de marés, que desempenham papel importante, criando condições muito particulares aos diversos compartimentos do estuário. Assim, sugere-se que a diversidade de espécies está intimamente relacionada às variações de salinidade enquanto a distribuição destas no estuário parece depender principalmente da dinâmica das águas; O grupo melhor representado neste período, sob o aspecto quali/ quantitativo, foi Copepoda. Dentre as espécies encontradas, Paracalanus crassirrostris, Pseudodiaptomus acutus, Hemicyclops thalassius, Acartia lilljeborgi, Mesocyclops sp., Oithona hebes, Apocyclops panamensis foram as mais freqüentes, sendo quase sempre, as mais abundantes em algumas estações.tais resultados concordam de maneira global com resultados de estudos observados em outros estuários brasileiros; 138

162 No meroplâncton, os náuplios de copépodos e cirripédios, larvas de Polychaeta constituem elementos importantes na densidade zooplanctônicas, principalmente nos períodos de baixas concentrações salinas e as larvas de Brachyura, Gastropoda, Nematoda, Porcellanidade e Peixes foram constantes nas Est. 1, 2 e 3, enriquecendo a diversidade; Verificou-se que os impactos antrópicos diversos a que o rio Anil está submetido provocam modificações em variáveis abióticas e na abundância de organismos (principalmente nas estações 4 e 5), mas ainda não na diversidade de espécies (nas estações 1, 2, 3), localizadas próximas à desembocadura e, portanto, onde observou-se maior riqueza em espécies A influência Antrópica sobre a Comunidade Zooplanctônica no Estuário do Rio Anil, São Luís-MA: dados pretéritos (dez/04 a maio/05) Outro trabalho de referencia para o estuário do Rio Anil foi o projeto de Monografia de Conclusão do Curso de Ciências Biológicas, efetuado por MARTINS (2006), no qual o autor aborda a influência antrópica sobre a comunidade zooplanctônica no estuário do Rio Anil, por um período de 6 meses (dez/04 a maio/05), tendo em vista que esta bacia hidrográfica vem sofrendo com uma ocupação desordenada, é de essencial importância que a dinâmica deste processo seja estudada, levando-se em conta que tal rio é utilizado como fonte de alimentação e renda pela população ribeirinha. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar as características estruturais da comunidade zooplanctônica e suas variações associadas aos processos antrópicos impactantes e modificadores da mesma no estuário do Rio Anil, São Luís, Maranhão. Processos Metodológicos Para este estudo foram fixadas quatro estações de coleta ao longo do estuário: Estação 1 próxima à Ponte da Vila Palmeira, à montante do estuário (2 o 32 27,7 S; e 44 o 15 06,9 W); Estação 2 semelhante à anterior, na região do Porto de Roma (2 o 22 14,3 S; e 44 o 15 77,8 W); Estação 3 situada próximo ao Porto da Cambôa, com influência das águas da baía (2 o 31 36,4 S; e 139

163 44 o W); Estação 4 nas proximidades da foz do rio Anil (2 o 30 69,6 S; e 44 o W), com grande influência das águas oceânicas costeiras, oriundas da baía de São Marcos. As coletas obedeceram a intervalos mensais de amostragem, de dezembro/2004 a maio/2005, totalizando 6 campanhas e 24 amostras, sendo o zooplâncton coletado com malha de 65µm de abertura, seguindo os mesmos procedimentos metodológicos e tratamento de dados (determinação dos índices bióticos), já descritos em trabalhos anteriores. Além destes, foram também efetuadas análises estatísticas (coeficiente de correlação de Pearson) entre as variáveis bióticas (densidade e índice de diversidade zooplanctônica) e abióticas (profundidade, transparência, salinidade, ph, oxigênio dissolvido e nutrientes), através do STATÍSTICA 6.0 (2001). A fim de se avaliar os aspectos sociais, econômicos e ambientais da população moradora das margens do estuário do Rio Anil, foi aplicado um total de 100 questionários às comunidades ribeirinhas, baseando-se no modelo proposto pelo IBGE (2001). A aplicação dos questionários foi realizada próximo às estações de coleta, sendo 25 para cada área. Foi utilizado o método de amostragem definido como amostra não probabilística acidental, onde os entrevistados foram selecionados por estarem no local no momento em que a pesquisa estava sendo realizada, não sendo escolhidos por conveniência do pesquisador. Para a análise dos questionários e verificação da influência da população ribeirinha sobre a densidade e o índice de diversidade zooplanctônica, foi utilizado o programa JMP 3.0 (1999), dados não disponibilizados neste relatório). RESULTADOS. Dados hidrológicos A Transparência da água variou entre 20 cm (estação 1/fevereiro) e 77 cm (estações 2 e 3/maio); a Profundidade teve uma variação de 2,34 m (estação 4/janeiro) e 6,73 m (estação 1/maio); a Salinidade alcançou o mínimo de 4,1 (estação 1/maio) e o máximo de 34,2 (estação 4/janeiro); o ph com registro 140

164 mínimo de 6,70 (estação 1/dezembro) e o máximo de 7,87 (estação 4/março); a taxa de Oxigênio Dissolvido variou entre 0,01 mg/l (estação 1/dezembro) e 4,96 mg/l (estação 3 e 4/janeiro). Variação dos nutrientes O Silicato (Si(OH)4) variou entre 16,98 μm (estação 4/dezembro) e 82,89 μm (estação 1/dezembro); o Amônio (NH4) foi de 0,57 µm (estação 4/janeiro) e o máximo alcançou 77,81 µm (estação 1/dezembro); o Nitrato (NO3) variou entre 0,89 µm (estação 4/maio) e 7,98 µm (estação 1/dezembro); o Fosfato (HPO4) atingiu valor mínimo de 0,03 µm (estação 4/maio) e o máximo chegou a 2,98 Composição taxonômica Durante os meses de coleta foram identificados 49 táxons, sendo registrados constituintes de diversos filos. Entre os grupos presentes destacam-se: Crustacea, Annelida, Rotifera, Nematoda, Mollusca, Chaetognatha e Chordata. Dentre estes, a classe Crustacea foi bastante significativa, destacando-se a subclasse Copepoda, com 23 espécies. Sinopse do zooplâncton no estuário do Rio Anil, entre dezembro/04 a maio/05. PHYLLUM CNIDARIA Classe Hydrozoa Ordem Hidromedusae PHYLLUM BRYOZOA Cyphonautes (larva) PHYLLUM MOLLUSCA Classe Gastropoda (véliger) Classe Bivalvia (véliger) PHYLLUM ANNELIDA Classe Polychaeta (larva) PHYLLUM ARTHROPODA Classe Crustacea Subclasse Copepoda Ordem Calanoida Família Arcartiidae G. O. Sars, 1900 Acartia lilljeborgi Giesbrechti, 1892 Acartia tonsa Dana,

165 Família Paracalanidae Giesbrechti, 1892 Paracalanus crassirostris F. Dahl, 1894 Paracalanus sp. Família Eucalanidae Giesbrecht, 1892 Eucalanus pileatus (saravatae) Oliveira, 1945 Família Centropagidae Giesbrechti, 1892 Centropages velificatus (furcatus) Bjornberg, 1963 Família Diaptomidae Notodiaptomus sp. Familia Pseudodiaptomidae G. O. Sars, 1903 Pseudodiaptomus acutus (F. Dahl, 1894) Pseudodiaptomus marshi Wright, 1936 Família Temoridae Giesbrecht, Temora stylifera (Dana, 1848) Temora sp. Família Pontellidae Dana, 1853 Calanopia americana F. Dahl, 1894 Labidocera sp. Ordem Cyclopoida Família Oithonidae Dana, 1853 Oithona hebes Santos, 1973 Oithona oswaldocruzi Oliveira, 1945 Família Clausidiidae Embleton, 1901 Hemicyclops thalassius Família Cyclopidae Mesocyclops sp. Thermocyclops sp. Cyclops sp. Apocyclops panamensis (Marsh, 1913) Ordem Harpacticoida Família Euterpinidae Euterpina acutifrons Dana, 1852 Família Canthocampidae Attheyella sp. Família Ectinosomatidae Sars, 1903 Macrosettella sp. Sub-classe Cirripedia (nauplii e cypris) Sub-classe Malacostraca Ordem Isopoda Ordem Amphipoda Ordem Decapoda Lucifer faxoni Borradaile Brachyura (zoea e mysis) Outros Decapoda (larva) 142

166 Classe Insecta (larva) PHYLLUM CHAETOGNATHA Classe Sagittoidea Sagitta spp. PHYLLUM CHORDATA Sub-phylum Gnatostomata Superclasse Pisces Classe Osteichthyes (ovo e larva) PHYLLUM ROTIFERA Classe Monogononta Ordem Ploima Família Brachionidae Brachionus plicatilis O. F. Muller, 1786 Brachionus calyciflorus Pallas, 1766 Família Lecanidae Bartos, 1959 Lecane sp Monostyla SP Família Proalidae Proales sp PHYLLUM CILLIOPHORA Classe Polyhymenophora Ordem Oligotrichida Sub-ordem Tintinnina Família Ptychocylidae Kofoid e Campbell Favella ehrenbergi Família Codonellidae (Kent) Kofoid e Campbell Tintinnopsis sp. PHYLLUM NEMATODA 143

167 Abundância Relativa do Zooplâncton. O grupo Rotifera obteve grande destaque, sendo dominante na estação 1 (dezembro/04), constituindo 93,53% do total da amostra. Como dominantes também se destacam os nauplii de Copepoda na estação 2 (março/05), com 72,34% e as larvas de Polychaeta na estação 1 (abril/05 e maio/05) e estação 2 (maio/05), com 81,89%, 86,43% e 70,05%, respectivamente. Tanto os nauplii de Copepoda quanto as larvas de Polychaeta foram abundantes em algumas amostras. As outras larvas foram consideradas raras em todas as amostras onde ocorreram, com exceção das larvas de Bivalvia presentes na estação 4 (março/05), as quais foram pouco abundantes. Os Copepoda adultos não dominaram nenhuma amostra, porém foram abundantes em algumas. Os Calanoida foram abundantes na estação 3 (março/05), com 54,24% do total da amostra, enquanto os Cyclopoida foram abundantes na estação 1 (fevereiro/05 e março/05), com 56,58% e 44,22%, respectivamente. Os Copepoditos foram raros em todas as amostras onde ocorreram. É importante observar que na estação 1 de todos os meses, exceto dezembro/04 e janeiro/05, a abundância dos Cyclopoida foi maior que a dos Calanoida. Por outro lado, na estação 4 em todos os meses, a abundância dos Calanoida foi maior que a dos Cyclopoida. Os Harpacticoida foram raros em quase todas as amostras onde ocorreram, exceto na estação 4 (dezembro/04, janeiro/05 e fevereiro/05). Isopoda, Lucifer faxoni, Chaetognatha, Nematoda e Hydromedusae foram constituintes raros em todas as amostras onde estiveram presentes. Os Tintinnina só não foram raros na estação 3 (dezembro/04) e na estação 1 (janeiro/05), onde foram considerados pouco abundantes. (Figura 5.3-8). 144

168 100 Abundância relativa (%) Dez Jan Fev Mar Abr Mai Mês Copepoda Rotif era Tintinida Outros organismos N.Copepoda L.Polichaeta Outras larvas Figura 3.5-8: Abundância relativa do zooplâncton no estuário do Rio Anil, entre os meses de dez/04 amaio/05. Variação da Densidade de organismos (Figura 5.3-9) A densidade zooplanctônica evidenciou valores bastante significativos para o período estudado, tendo o seu máximo ocorrido na estação 1 (dezembro/04), atingindo org/m³ (com nítida prevalência dos rotíferos, principalmente da espécie Brachionus plicatilis), seguida pela estação 2 do mesmo mês, com org/m³. A menor densidade ocorreu na estação 4 (maio/05), alcançando apenas org/m³. Foi observado, em quase todos os meses (exceto em janeiro e abril) que as densidades nas estações 1 e 2 foram maiores que nas estações 3 e 4. Os maiores valores da densidade foram alcançados pelos rotiferos ( org/m³), seguidos dos náuplios de copepoda e larvas de poliqueta, com org/m³ e org/m³, respectivamente. Dentre os copépodos adultos, o maior valor foi dos cyclopoides, com org/m³. A média da densidade por estação para os meses amostrados foi maior na estação 1 ( org/m³), decrescendo até alcançar o menor valor na estação 4 (9.712 org/m³). 145

169 Figura 5.3-9: Densidade zooplanctônica no estuário do Rio Anil, entre os meses de dezembro/2004 a maio/2005 Freqüência de Ocorrência (Figura ) Os grupos zooplanctônicos mais freqüentes foram larvas de Polychaeta e nauplii de Copepoda, presentes em 100% das amostras. Dentre as larvas, Brachyura e nauplii de Cirripedia foram muito freqüentes; Gastropoda, Bivalvia, cypris de Cirripedia e Pisces foram considerados freqüentes; Briozoa e outros Decapoda foram pouco freqüentes, enquanto Insecta ocorreu de forma esporádica. Dentre os Rotifera, destaca-se Brachionus plicatilis como espécie muito freqüente, com 91,67% de frequência. Brachionus calyciflorus e Proales sp. foram considerados pouco freqüentes, enquanto Monostila sp. e Lecane sp. foram esporádicos, ocorrendo apenas na estação 1 (dezembro/04). Em se tratando dos Copepoda, a espécie mais freqüente foi Paracalanus crassirrostris (79,17%), um Calanoida, seguido pela Oithona hebes (75%), um 146

170 Cyclopoida. Acartia lilljeborgi, Apocyclops panamensis, Mesocyclops sp. e Euterpina acutifrons foram consideradas freqüentes. Pseudodiaptomus acutus, Pseudseudodiaptomus marshi, Paracalanus sp., Acartia tonsa, Eucalanus pileatus, Centropages velificatus, Temora stylifera, Calanopia americana, Oithona oswaldocruzi, Cyclops sp., Atheyella sp. e Copepodito foram pouco freqüentes. Temora sp., Labidocera sp., Notodiaptomus sp., Hemicyclops thalassssius, Termocyclops sp. e Macrocetella sp. apareceram de forma esporádica. A. lilljeborgi, A. tonsa e Eucalanus pileatus estiveram ausentes na estação 1 em todos os meses, assim como aconteceu com Paracalanus crassirrostris (exceto em abril/05). Euterpina acutifrons ocorreu na estação 4 em todos os meses, exceto em abril/05. Com relação aos outros grupos, Favella erhenbergi foi considerada freqüente, assim como Isopoda, Nematoda e Lucifer faxoni. Sagita spp. e Hydromedusae foram pouco freqüentes, enquanto Tintinnopsis sp., Amphipoda e ovo de Pisces apareceram de maneira esporádica. 147

171 Figura : Freqüência de ocorrência dos organismos no estuário do rio Anil, entre dezembro/2004 a mai0/2005. Diversidade, Equitabilidade e Riqueza de organismos (Figura ) O índice de diversidade e a equitabilidade foram maiores na estação 3 (janeiro/05), com 3,00 bits.ind-¹ e 0,87, respectivamente; enquanto os menores valores ocorreram na estação 1 (dezembro/04), com 0,47 bits.ind-¹ e 0,14, respectivamente. O índice de riqueza alcançou o valor máximo na estação 4 148

172 (fevereiro/05), com 1,83; enquanto o menor índice ocorreu na estação 1, com 0,42 (março/05). O índice de diversidade alto só ocorreu em uma estação. Foi observado que em todos os meses, esse índice foi maior nas estações 3 e 4, e menor nas estações 1 e 2. Índices de diversidade (bits. ind-¹) e riqueza 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0, Dez Jan Fev Mar Abr Mai Mês 1 0,8 0,6 0,4 0,2 0 Equitabilidade Índice de Diversidade de Shannon (H') Índice de Riqueza de Margalef Equitabilidade Figura : Índices de Diversidade, Riqueza e Equitabilidade do zooplâncton, no estuário do rio Anil, de dezembro/04 a maio /2005. Correlação entre variáveis As variáveis biológicas, densidade e índice de diversidade, apresentaram correlação negativa entre si. Foram observadas também correlações entre estas e algumas variáveis físico-químicas. A densidade esteve correlacionada negativamente com o ph e o oxigênio dissolvido, e positivamente com os nutrientes. A diversidade apresentou correlação positiva com a salinidade, o ph e o OD, e negativa com o Si(HO)4, o NH4 e o HPO4. É importante dizer que essas correlações foram significativas (p<0,05). 149

173 Influência da atividade antrópica sobre a biota aquática Foi observado que a densidade e o índice de diversidade zooplanctônicos estavam correlacionados com a disposição do lixo figura Nos pontos em que a maior parte da população entrevistada afirmou jogar lixo no rio, a densidade de organismos foi maior, enquanto o índice de diversidade foi menor. Figura : Representação gráfica do número de pessoas que jogam lixo no rio e média da densidade zooplanctônica por ponto amostrado no estuário desse rio, entre dezembro/2004 a maio/2005. DISCUSSÃO Os dados físicos e químicos variaram bastante entre os meses e entre as estações de coleta no presente estudo. De acordo com a ADEMA (1984), os estuários são ambientes complexos, com variações acentuadas das condições ambientais, tanto no tempo como no espaço, sendo que o afluxo de água doce, sob influência direta da pluviosidade, o regime das marés, a proximidade com o mar, dentre outros fatores, modificam constantemente o teor de sais e de matéria orgânica, o sistema de corrente e a temperatura. Os valores médios tanto da transparência quanto da profundidade revelaram um aumento da estação 1 em direção à 3, onde ocorreu a maior média dessas variáveis, enquanto a estação 4 registrou baixos valores em comparação à estação 3, o que provavelmente deve ter influenciado nos valores referentes a 150

174 essas variáveis foi o regime das marés. As estações com os maiores valores de salinidade (3 e 4) revelam a influência do mar sobre estas, pois estão localizadas mais próximas à foz. Com relação à concentração de oxigênio dissolvido, os maiores registros ocorreram na estação 4, alcançando o valor de 4,96 mg/l. Em trabalho realizado por Lopes (2005) na mesma localidade em anos anteriores, os valores desta variável chegaram a até 5,78 mg/l. Freitas et al. (2005) considera normal o valor de 5 mg/l de oxigênio dissolvido em estuário. O ph variou pouco, assim como ocorreu no trabalho de Lopes (2005). De acordo com a CETESB (2005), os critérios de proteção à vida aquática fixam os valores de ph entre 6 e 9, sendo que esta variável no presente trabalho não ultrapassou estes valores. O NH4 alcançou altas concentrações, principalmente nas estações 1 e 2. De acordo com Day et al. (1987), esse nutriente, em estuários não-poluídos, possui um valor normal de até 5 μm, sendo que em meios anóxicos e em locais próximos a efluentes urbanos, as concentrações são elevadas, sendo esse parâmetro um bom indicador da contaminação orgânica. Observou-se que as estações 3 e 4 foram as únicas que apresentaram valores menores que esse e, ainda assim, em apenas três dos seis meses de coleta. Sabe-se que o NH4 está diretamente relacionado à decomposição de matéria orgânica no meio, a qual pode estar associada a atividades antrópicas, como lançamento de efluentes domésticos, aumentando sua concentração (Braga et al., 2000). De acordo com Baumgarten et al. (1996), nos estuários não-poluídos, as concentrações de HPO4 atingem geralmente o valor de 1,2 μm. No presente trabalho puderam ser observados valores maiores do que esse nas estações 1 e 2, enquanto as estações 3 e 4 apresentaram valores normais. Segundo Aminot & Chaussepied (1983) as altas concentrações de HPO4 indicam fontes antropogênicas e desencadeiam processos de eutrofização e até florações indesejáveis, quando há aumento desse nutriente em ambientes com boa disponibilidade de nutrientes nitrogenados. 151

175 No presente trabalho, a comunidade zooplanctônica encontrada foi, em grande parte, tipicamente costeira, contribuindo os copépodos com a maior variedade de espécies (23 espécies). Lopes (2002), em trabalho realizado na mesma localidade também encontrou resultados semelhantes, com grande predominância de espécies de copépodo. A instabilidade de áreas de estuário reflete diretamente sobre a composição do zooplâncton, sendo que somente espécies altamente tolerantes conseguem sobreviver e manter uma população em tais condições, resultando na pobreza de espécies características dos ambientes estuarinos em comparação às águas marinhas adjacentes. Os estuários são principalmente povoados por espécies marinhas com diferentes capacidades de penetração, sendo mais numerosos na zona estuarina inferior, onde a salinidade tende ser mais alta; enquanto as espécies de água doce podem invadir sua parte superior, geralmente trazidas pelas correntes, mas sempre em número menor que aquelas vindas do mar. Espécies zooplanctônicas verdadeiramente estuarinas são raras (Lopes, 2004; ADEMA, 1984). Segundo Newmann-Leitão (1995), as espécies de Copepoda estuarinos mais comumente citadas em trabalhos são: Paracalanus crassirostris, Pseudiaptomus acutus, Acartia lilljeborgi, Oithona hebes, Oithona oswaldocruzi e Euterpina acutifrons. Todas essas espécies também foram encontradas no presente trabalho e citadas por Lopes (2002, 2005) em estudo realizado em áreas estuarinas da Baía de São Marcos. Segundo Newman-Leitão (1995), A. lilljeborgi e P. crassirostris compartilham as mesmas preferências ecológicas, ocorrendo sempre juntas e são mais tolerantes às baixas salinidades. Os resultados aqui encontrados demonstram que na maioria das amostras em que ocorreu uma dessas espécies, a outra também esteve presente. O. hebes é indicadora de áreas com manguezal, estando freqüentemente associada à O. oswaldocruzi (Bjornberg, 1981). Observa-se neste trabalho que essas espécies ocorreram algumas vezes juntas. Em geral, independentemente dos períodos seco (dez/04 e jan/05) e chuvoso (mar/05, abr/05 e mai/05), a maior parte da população de copépodos (P. crassirostris, A. lilljeborgi, E. acutifrons, O. hebes, Hemicyclops thalassius) presentes 152

176 principalmente nas estações 3 e 4 esteve associada às águas com maior teor salino (entre 18,0 e 34,2 ). As larvas atingiram valores significativos no período amostrado. Em trabalho realizado por Lopes (1988) nessa localidade, estes organismos foram quase sempre os mais abundantes, destacando-se as larvas de Bivalvia, Brachyura, Polychaeta e Cirripedia. Segundo Lopes (2002), a presença destas em maior quantidade nas estações à montante do estuário certamente estão relacionadas às características ambientais seletivas mais acentuadas nestas áreas, como por exemplo, a baixa salinidade e substância úmicas e tânicas, oriundas da decomposição da vegetação marginal. Porém, os valores encontrados no presente trabalho revelam uma grande contribuição na abundância das larvas apenas por parte dos Polychaeta (principalmente na estação 1) e nauplii de Copepoda (principalmente na estação 2), sendo que as outras larvas não tiveram uma contribuição significativa. Lopes (2004), em trabalho realizado em estuário, também registrou elevada contribuição por parte dos náuplios de copépodos. Sanches & Camargo (1995) observaram uma relação positiva entre densidade de formas jovens (especialmente náuplios) de organismos zooplanctônicos e poluição orgânica em canais de mangue da ilha de Cananéia. De acordo com Souza-Pereira & Camargo (2004), com a introdução de matéria orgânica dissolvida e particulada pelo lançamento de esgotos orgânicos, há um aumento da quantidade de bactérias e protozoários que, provavelmente, são uma importante fonte de alimento para as formas jovens de copépodos estuarinos. Os Rotifera foram dominantes em apenas uma amostra (com destaque para Brachionus plicatilis), mas foram bastante freqüentes durante os meses de coleta. Em quatro dos seis meses de coleta, a abundância dos Calanoida na estação 1 foi menor que a dos Cyclopoida. Alguns autores citam que copépodes calanóides assumem menores proporções em ambientes mais eutrofizados que copépodes cyclopóides (Gannon & Stemberger, 1978). De acordo com Abel (1989), as comunidades bióticas podem responder à poluição ou eutrofização alterando, dentre outros, a composição de espécies e/ou sua abundância relativa. Em sistemas eutrofizados, consumidores de pequeno 153

177 tamanho como rotíferos e pequenos copépodos (como os cyclopóides) podem tornar-se abundantes, caracterizando uma cadeia-alimentar detrítica (Hillbricht- Ilkowska, 1972; Pejler, 1983). Em trabalho realizado por Moredjo (1999) em açudes paraibanos que recebiam esgotos domésticos, B. plicatilis foi uma das espécies mais abundantes e freqüentes. Essa espécie também foi citada por Gonçalves et al. (2004) em estudo realizado em áreas estuarinas da baía de São Marcos. Bioindicadores de impactos antrópicos, como Rotifera e Nematoda, são muito encontrados em áreas urbanizadas da Costa de Tamandaré, onde a concentração de nutrientes é muita elevada. Isso é um indicador de poluição orgânica na referida área e em toda a extensão do rio Maceió, onde também ocorreram elevadas densidades de Rotifera e Nematoda, sendo que larvas de Polychaeta, O. hebes e náuplios de Copepoda também foram encontrados em amostras desse rio (Neto, 2003). Larvas de poliqueta e náuplios de copépodo foram bastante abundantes e freqüentes no presente estudo, enquanto os nematóides, apesar de terem sido freqüentes, não alcançaram abundância elevada. Os Tintinnina foram raros na maioria das amostras. De acordo com Bjornberg (1981), a presença de tintinídios é influenciada pela salinidade da água e sua abundância é favorecida em ambientes não poluídos. Com relação aos valores referentes ao índice de diversidade taxonômica, estes foram relativamente baixos em quase todas as amostras quando comparados a estudos efetuados por Lopes (2004) em ambientes semelhantes, sendo que nas estações à montante (1 e 2) foram registrados os menores índices. Sabese que a diversidade taxonômica indica o grau de complexidade da estrutura da comunidade, sendo considerada uma função do número de taxa (riqueza de espécies) e da distribuição dos indivíduos nos taxa (equitabilidade). Segundo a ADEMA (1979), a diversidade taxonômica está diretamente relacionada com o grau de perturbação de um determinado ambiente, sendo que modificações na composição da água devida a poluentes certamente levarão a uma diminuição do número de espécies, favorecendo o desenvolvimento de certas outras oportunistas, que atingirão grandes densidades populacionais. De acordo com 154

178 Odum (1988), a diversidade tende a ser reduzida em comunidades bióticas que sofrem estresse. O decréscimo do índice de diversidade taxonômica nas estações 1 e 2 esteve determinado, em grande escala, pela elevada dominância de rotíferos (B. plicatilis e Lecane sp, em dezembro/04), seguidos pelos Copepoda (principalmente Cyclopoida e náuplios) e por larvas de Polychaeta, o que ocasionou os baixos valores de equitabilidade observados nestas estações, evidenciando, assim, um desequilíbrio estrutural destas comunidades. O índice de diversidade esteve correlacionado negativamente com a densidade, o que está em concordância com o trabalho realizado por Azeteiro (1999), em que a diversidade foi mais elevada na foz do estuário, onde a densidade foi inferior, sendo que a diversidade foi diminuindo para montante, onde a densidade atingiu valores máximos. No estuário do Rio Anil, é mais precisamente em seu interior que as populações zooplanctônicas compostas de poucos taxa se encontram mais concentradas, devido, certamente, ao impacto a que estão sendo submetidas. As espécies de zooplâncton respondem rapidamente às diferentes condições ambientais das massas de água. O ph, a salinidade e a concentração de nutrientes são algumas das variáveis que determinam em conjunto um envelope de condições em que se desenvolvem os organismos zooplanctônicos (ADEMA, 1984). No presente trabalho, observou-se que a salinidade e a diversidade zooplanctônica estiveram relacionadas. De acordo com Lopes (2002), a salinidade pode afetar a comunidade zooplanctônica com relação à composição e diversidade taxonômica. De acordo com Souza-Pereira & Camargo (2004), a comunidade zooplanctônica é influenciada pela salinidade e pelo lançamento de esgotos orgânicos. Attayde e Bozelli (1998) demonstraram que a comunidade zooplanctônica de uma lagoa costeira do norte do Estado do Rio de Janeiro também é influenciada por essas variáveis. Foi observado neste estudo que a densidade e a concentração de nutrientes estavam correlacionadas positivamente entre si, enquanto a diversidade estava positivamente correlacionada com a taxa de oxigênio dissolvido e negativamente com Si(OH)4, NH4 e HPO4. Sabe-se que se a quantidade de 155

179 matéria orgânica lançada em um corpo d água é muito grande, a poluição das águas é alta e uma série de processos serão alterados. Haverá muito alimento (nutrientes) à disposição e conseqüentemente proliferação dos seres vivos, aumentando sua densidade. Vai haver maior consumo de oxigênio por esses organismos, o que ocasionará a diminuição de oxigênio dissolvido no meio, provocando tanto a mortalidade de peixes, como também o desaparecimento de espécies de zooplâncton menos tolerantes às baixas concentrações deste parâmetro. A água com conteúdo de oxigênio dissolvido muito baixo, que é geralmente causada por lixo em excesso ou impropriamente tratado, não sustenta peixes e organismos similares. Além disso, sabe-se que a liberação de fosfato na coluna d' água ocorre mais facilmente em baixas quantidades de oxigênio (CETESB, 2005). Águas fortemente poluídas por matéria orgânica, especialmente esgoto doméstico, apresentam uma fauna restrita a um pequeno número de espécies capazes de sobreviver em baixas concentrações de oxigênio dissolvido e altas concentrações de matéria orgânica dissolvida e particulada (Pennak, 1991), o que realmente é constatado no estuário do Rio Anil, principalmente nas estações 1 e 2. De acordo com Watkins e Cabelli (1985), as maiores concentrações de nutrientes em águas poluídas por efluentes domésticos resultam em uma maior bioestimulação de fitoplâncton que, de forma indireta, aumenta a população zooplanctônica. Segundo Bocanegra et al. (1981), Vollenweider et al. (1992) e Alam et al. (2001), o suprimento excessivo de nutrientes inorgânicos (eutrofização) pode levar a uma excessiva produção de biomassa primária (acúmulo de matéria orgânica no meio), situação que é compatível com a realidade do estuário do Rio Anil. CONCLUSÕES As maiores densidades zooplanctônicas foram registradas nas estações 1 e 2, onde os índices de diversidade foram menores, enquanto as menores densidades ocorreram nas estações 3 e 4, onde foram observados os maiores índices de diversidade. Este fato está relacionado ao estresse sofrido principalmente nas estações 1 e 2, devido à grande quantidade de lixo e esgoto no local. 156

180 Espécies verdadeiramente estuarinas foram raras, havendo predominância de espécies marinhas, principalmente nas estações 3 e 4. Os Copepoda (principalmente Cyclopoida e náuplios) e as larvas (principalmente de Polychaeta) foram grupos bastante significativos, principalmente nas estações 1 e 2, o que provavelmente está relacionado com o maior impacto antropogênico sofrido nessas áreas. De acordo com a análise estatística, a salinidade demonstrou influenciar a diversidade taxonômica, enquanto o ph, o oxigênio dissolvido e os nutrientes exerceram influência sobre a densidade e a diversidade (esta não sendo influenciada pelo NO3). A disposição de lixo no rio pela população ribeirinha levou ao aumento da disponibilidade de nutrientes na coluna d água, o que influenciou a estrutura da biota aquática, alterando sua densidade e diversidade. O esgoto produzido em praticamente todas as moradias amostradas tem o rio como destino final, sendo que em cada ponto de aplicação dos questionários, a influência deste sobre o rio é praticamente a mesma. É importante salientar que não só a população ribeirinha contribui com o alto índice de poluição da área em estudo, pois sabe-se que a maior parte do esgoto da cidade de São Luís não é tratada, sendo jogada in natura nos rios da cidade CONSIDERAÇÕES FINAIS Os países, em geral, têm prestado pouca atenção à qualidade da água e ao controle da poluição. Em muitas nações em desenvolvimento, a qualidade dos suprimentos de água é baixa e, geralmente, não segura para o consumo humano. O uso da água poluída para o consumo humano é a principal causa de muitos problemas de saúde, tais como diarréia, que mata mais de três milhões de pessoas por ano na maioria crianças e transmite doenças a mais de um bilhão de pessoas. Além do sofrimento à população, os danos econômicos e ambientais provenientes da poluição da água são enormes. O lançamento de efluentes industriais não tratados é uma das grandes causas da degradação dos recursos hídricos e a falta de saneamento básico e a ausência 157

181 de informações tornam as populações ribeirinhas suscetíveis de adquirir inúmeras doenças de veiculação hídrica. Para que medidas efetivas sejam tomadas no sentido de se prevenir danos e recuperar ambientes em estado de degradação, é necessário que se conte com a participação das comunidades envolvidas e que com elas se estabeleçam prioridades para as ações. Assim, com base nos estudos efetuados e informações adquiridas in loco, deve-se investir tanto no tratamento dos esgotos e do lixo, como também em trabalhos de educação ambiental, visando a melhoria da qualidade destes ambientes e da população ribeirinha. Dessa forma, cabe ao homem a tarefa de recuperar o equilíbrio das paisagens, o que poderá ser feito a partir de uma mobilização que envolva tanto a classe política como a sociedade em geral Caracterização Biológica da área de influência do Complexo Portuário da Ponta da Madeira São Luis (maio/2002); Diagnóstico Ambiental da Obra de Construção do PIER III da Vale. Outro estudo de referência para a Baía de São Marcos foi realizado em maio de 2000, com o propósito de subsidiar os estudos de Diagnóstico Ambiental da Obra de Construção do PIER III da Vale. Material e Métodos As campanhas de campo foram efetuadas, ao longo da baía de São Marcos, em 12 pontos, obedecendo ao seguinte cronograma: Dia 04/05/2000 P.1 Ilha do Medo; P.2 Pta. da Madeira; P.3 Enseada do Itaqui; Dia 05/05/2000 P.4 Cajual 1; P.5 Cajual 2; P.6 Boa Razão; Dia 11/05/2000 P.7 Tauá Redondo; P.8 Jacamim; P.9 Porto Grande; Dia 12/05/2000 P.10 Ponta do Farol;P.11 Ponta do Bonfim; P.12 Ponta da Guia. O material foi coletado com rede plâncton, com malha de 90μm. As coletas de campo, análises de laboratório e tratamento dos dados bióticos seguiram o 158

182 mesmo padrão dos trabalhos anteriormente citados, assim como as referências bibliográficas específicas da área utilizadas na identificação dos táxons/espécies. Resultados e Discussão A comunidade zooplanctônica (listagem anexa), esteve representada pelos filos: Protozoa, Cnidária, Chaetognatha, Chordata, Urochordata, Annelida Mollusca, Arthropoda e Briozoa. Lista dos táxons ocorrentes na baía de S. Marcos durante o período de estudo dados pretéritos (Maio/2000): APPENDICULARIA Oikopleura sp. CHAETOGNATHA Sagitta tenues Sagitta spp HIDROMEDUSA ISOPODA DECÁPODA Lucifer faxoni Borradaille, 1915 AMPHIPODA ( Gammaridae) COPEPODA Acartia Liljeborgi Giesbrecht, 1892 Eucalanus pileatus Giesbrecht, 1888 Ergasilus sp. Euterpina acutifrons Dana, 1892 Centropagis velificatus Dana, 1852 Hemicyclops thalassius Vervoort y Ramirez1966 Harpacticoides sp. Labidocera fluviatilis F. Dahl, 1894 Oithona hebes Giesbrecht, 1891 Oithona oswaldocruzi Oliveira, 1945 Oithona simplex 159

183 Oithona sp. Mesocyclops sp. Paracalanus crassirostris F. Dahl, 1894 Paracalonus sp. Pseudodiaptomus acutus F. Dahl, 1894 Pseudodiaptomus sp. Pontellopsis villosae Brady, 1883 Temora stylifera Dana, 1848 Copepodo parasita Larvas Meroplanctônicas Polychaeta Gatropoda Bivalvia Pennaeidea Brachyura Porcelanidea Caridae Decapoda Echinoderma Ciphonantes Pisces (larvas e ovos) Cirripedia (nauplii e cypris) Copepoda (nauplii) Destes, a maior representatividade ficou entre os Arthropoda, com a Ordem Copepoda que, além da ocorrência marcante em todos os pontos amostrados (Figura ), foram também os mais abundantes, chegando a constituir acima de 98% do total do zooplâncton no P 5 (Cajual 2) e 93,5% no P 8 (Jacamim). De acordo com Omori & Ikeda, (1984), este é o resultado esperado em coletas realizadas com redes de plâncton. Os organismos dominantes neste período, em geral, foram representantes holoplanctônicos, com dominância de copepodos e abundância ocasional de outros grupos como quetognatos, assim como alguns representantes do meroplâncton. Estes resultados foram também observados em ambientes 160

184 semelhantes (Tundisi, l970; Nascimento, l980, entre outros) e em estudos realizados por Lopes (1988) e Lopes & Lavor-Fernandes (1989) dados não disponibilizados, em áreas adjacentes ao Porto de Itaqui São Luis. Figura : Representação gráfica da abundância do zooplâncton na Baía de São Marcos Maio/2000. De acordo com a literatura, em áreas estuarinas, podem ocorrer muitas espécies de zooplâncton, mas cinco ou seis espécies são dominantes. Para a baía de São Marcos foram registradas 20 espécies, neste período (inseridas numa listagem única para as baías). Entre os organismos do holoplancton destacaram-se em frequência os copepodes: Acartia lilljeborgi, Paracalanus crassirostris, Oithona hebes e Euterpina acutifrons e também os Chaetognatha, com ocorrência em quase todos os pontos amostrados. No meroplâncton, destacaram-se como muito freqüentes, as larvas de Polychaeta, Bivalvia, zoeas de Brachyura, Náuplios e 161

185 Cypris de Cirripedia, Náuplios de Copépodos e Larvas de outros decápodos, destacando-se os dois primeiros como os mais abundantes. (Tabela 5.3-6; Figura ). Alguns representantes da fauna bêntica, como os juvenis de Polychaeta foram encontrados em algumas amostras, devido a pouca profundidade em alguns pontos. Tabela 5.3-6: Ocorrência de táxons do zooplâncton da Baía de São Marcos, São Luís-MA. Maio/00. Organismos 1ª Campanha 2ª Campanha 3ª Campanha 4ª Campanha P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 Medusae Appendicularia + Chaetognatha Isopoda Lucifer faxoni + Amphipoda + Titinnida + + Copepoda A. lilljeborgi E. pileatus Ergasilus sp. + + E. acutifons C. velificatus + H. thalassius Harpactic. sp L. fluviatilis Oithona hebes O. oswaldocr Oith. simplex Oithona sp. + + Mesocycl. sp P.crassirostris Paracal. sp P. acutus Pseudod. sp. + + Pont.villosae + + Tem. stylifera + Cop. parasita L. Polychaeta L. Gastropoda + + L. de Bivalvia L. Pennaeidea L.de Brachyura L.Porcelanidea + + L. de Caridea + + L. Out. Decap L. Ciphonautes + L. de Peixes Ovos de Peixes

186 1ª Campanha 2ª Campanha 3ª Campanha 4ª Campanha Organismos P1 P2 P3 P4 P5 P6 P7 P8 P9 P10 P11 P12 N. de Cirripedia N. Copepoda Legenda: P.1 Ilha do Medo; P.2 Pta. da Madeira; P.3 Enseada do Itaqui; P.4 Cajual 1; P.5 Cajual 2; P.6 Boa Razão; P.8 Jacamim; P.9 Porto Grande; P.10 Ponta do Farol; P.11 Ponta do Bonfim; P.12 Ponta da Guia Em termos de abundância, o meroplâncton foi melhor representado na Ponta do Farol e Porto Grande, onde os percentuais chegaram a constituir 32,6% e 26,9% do total do zooplâncton, respectivamente. Os menores percentuais foram registrados em Cajual 2 (1,4%) e Jacamim com 4,0%, respectivamente. Entre os representantes holoplanctônicos os mais abundantes foram Paracalanus crassirostris, Oithona hebes e Acartia lilljeborgi, pertencentes ao grupo dos copepoda, que atingiu pouco mais que 98% do total. Apesar do baixo valor registrado para a salinidade em Tauá Redondo (7,0 UPS), a maioria dos organismos encontrados nos ambientes estudados é de origem costeira e/ou estuarina, não ocorrendo organismos de água doce, apenas observou-se um pequeno incremento no número de espécies que tem preferência por águas menos salinas como Pseudodiaptomus acutus e Hemicyclops thallassius. De modo geral, a baía de São Marcos demonstrou ser um ambiente rico em organismos zooplanctônicos, sendo o holoplâncton dominante tanto em abundância como em freqüência de ocorrência. A presença de algumas larvas em maior quantidade neste período pode ser devido às características seletivas bem mais acentuadas, entre as quais, as baixas salinidades, elevadas temperaturas e um aumento de substâncias húmicas e tâmica, provenientes da decomposição de plantas da vegetação marginal Diagnóstico do Meio Biótico na Área de Implantação da Usina de Placas-Baía de São Marcos (São Luís-MA) MAIO/2005 Em sua segunda etapa, este estudo visa um diagnóstico da variação dos componentes básicos do meio biótico, de forma comparativa entre períodos amostrais sobre a composição, abundância e estrutura da comunidade 163

187 zooplanctônica, na baía de São Marcos, com o propósito de fornecer subsídios aos estudos do Projeto de Instalação da Usina de Placas em São Luis. METODOLOGIA Área amostrada As estações de coleta do zooplâncton estão inseridas na região do infra-litoral da Baía de São Marcos e as amostragens efetuadas nos pontos: Ponto SPIER A (Controle) - localizada entre as coordenadas de 551,579 E e 9.717,425 N, nas proximidades da Ilha das Pacas; Ponto SPIER B - localizada nas proximidades do Igarapé Buenos Aires, entre as coordenadas de 570,481 E e 9.712,348 N; Ponto SPIER C localizada entre as coordenadas de 570,730 E e 9.711,448 N, nas imediações da localização de implantação do Porto da Usina de Placas, na localidade Cajueiro; Ponto SPIER D localizada nas proximidades do Igarapé do Arapopaí, entre as coordenadas de E e 9.708,622 N; Procedimentos de campo Na coleta do material utilizou-se rede com malha de 90µm, arrastada horizontalmente â superfície da coluna d água, durante 5 minutos, obedecendo os mesmos critérios metodológicos já descritos RESULTADOS E DISCUSSÂO: Composição e abundância absoluta do zooplâncton (Tabela 5.3-7; Figura ). O zooplâncton do trecho compreendido entre os pontos A (Ilha das Pacas) e D (Igarapé do Arapopaí), áreas de influência da instalação da Usina de Placas congrega, uma comunidade bem diversificada, incluindo grupos. mais relacionados ao ambiente costeiro-estuarino, e que apesar do período estacional (chuvoso), não apresentou grandes variações na composição, 164

188 mesmo entre os dois períodos. Entretanto, houve uma magnitude em relação à variação de densidades. Um total de 34 táxa/espécies,constituiu a composição básica, incluindo organismos do holoplâncton (copépodos, decápodos, hidromedusas, quetognatos, apendiculárias) e do meroplâncton, representados pelos estágios larvais de organismos bentônicos (crustáceos diversos, poliquetos, moluscos, nematódios) e nectônicos representados pelas larvas e ovos de peixes (Tabela 5.3-7). Entre os constituintes, 13 espécies de copépodos foram registrados, mas apenas 5 foram comuns a todos os pontos (Acartia lilljeborgi. Paracalanus crassirostris, Oithona hebes, Eucalanus pileatus e Pseudodiaptomus acutus ), sendo as três primeiras as mais abundantes. Os copépodos, como constituintes principais, chegaram a representar, quase, sempre, acima de 80% do zooplâncton total. Alguns autores sugerem que o desenvolvimento de um ecossistema está relacionado com o estágio, o tipo e a velocidade dos processos sucessionais que suas comunidades apresentam ao longo do tempo. Neste período, o meroplâncton, esteve representado basicamente por náuplios de Copepoda, larvas de Brachyura,e outros crustáceos,larvas de Polychaeta, véliger de Bivalvia. Alguns destes organismos como as larvas de Brachyura, Bivalvia, Polychaeta e os nauplii foram bastante representativos, atingido valores consideráveis (entre 20% e 14,5%) do zooplâncton total, respectivamente, nos pontos C e D. Este incremento na população meroplanctônica deve-se principalmente ao período estacional propício à reprodução da maioria dos organismos bênticos já que estas áreas concentram percentuais consideráveis, destes organismos Estes dados corrobram os reportados por Lopes, (2002), em estudos efetuados nestes ambientes. 165

189 Fig 01 - Distribuição do Nº cumulativo de espécies do zooplâncton por unidade amostral na Baía de São Marcos (São Luís-MA) - maio/05. Nº cumulativo de espécies SPIER A SPIER B SPIER C SPIER D Figura : Distribuição do N cumulativo de espécies de zooplâncton por unidade amostral na Baía de São Marcos (São Luís MA) maio/2005. As variações qualitativas observadas entre os pontos foram insignificantes em função do período sazonal (chuvoso), quando relacionadas àquelas observadas em Setembro/04, (período seco). Os números de táxons verificados nos pontos A, B e C foram semelhantes entre si (respectivamente, 26, 25 e 24 táxons) enquanto o ponto D (com 21 táxons) apresentou o menor registro, resultando em pequenas oscilações no número cumulativo de espécies (Tabela 5.3-7; Figura ). Contrariamente à composição específica, na densidade as variações foram visivelmente significativas. A abundância absoluta do zooplâncton, neste período, variou entre ind.m³ e ind./m³, nos ponto A e D, respectivamente (Figura ). As altas densidades observadas nestes pontos podem estar diretamente ligadas aos fatores locais, próprios da dinâmica estuarina, uma vez que estes ambientes são grandes receptores de aportes fluviais, nesta época do ano, carreando para os estuários boa quantidade de nutrientes, o que induz a floração do fitoplâncton, favorecendo assim aos herbívoros, principalmente copépodos. 166

190 Fig 02 - Variação da Abundância Absoluta (nº ind./m³), por unidade amostral na área na Baía de São Marcos (São Luís-MA) - maio/ Densidade Total (nº ind./m³) SPIER A SPIER B SPIER C SPIER D Densidade Total (nº ind./m³) Figura : Variação da Abundância (n ind/m 3 ), por unidade amostral na área da Baía de São Marcos (São Luís MA) maio/2005. Dentre os constituintes principais, os copépodos contribuíram, quase sempre, com as maiores densidades, do total atingido, sendo P. crassirrostris, e Acartia lilljeborgi as espécies que atingiram os maiores valores absolutos (entre e ind.m³), principalmente nos pontos B, C e D; Oithona hebes e copepoditos foram mais expressivos apenas no ponto D. 167

191 Tabela 5.3-7: Composição, abundância absoluta (nº ind.m³) e número cumulativo de espécies do zooplâncton, por unidade amostral, na área de implantação da Usina de Placas, na Baía de São Marcos (São Luis-MA) MAIO/05. Táxons//Espécies SPIER A SPIER B SPIER C SPIER D Acartia lilljeborgi 202, , , ,40 Paracalanus crassirrostris 791, , , ,50 Oithona hebes 294,66 107,14 346, ,48 Labidocera fluviatilis 110,50 35, ,42 Eucalanus pileatus 441,99 366,07 500,74 184,87 Temora stylifera 82, ,82 0 Pseudodiaptomus acutus 18,42 71,43 213,55 184,87 Calanopia americana 46, Euterpina acutifrons 0 116,07 110,46 0 Centropagis velificatus 36, Oithona oswaldocruzi , ,40 Pontelipsis villosae 0 17, ,81 Harpacticoida 27,62 17, Copepoditos (juvenis) 55,25 250,00 382, ,29 Apendicularia 110,50 35,71 88,37 100,84 Chaetognatha (Sagitta spp) 423,57 348,21 508,10 470,59 Lúcifer faxoni 27,62 26,79 14,73 0 Mysidacea 73,66 17, Hidormedusae 0 26,79 29,46 42,02 Amphipoda 9, Isopoda ,73 0 Brachyura 386,74 196,43 324,00 462,18 Porcelanidae 9,21 17,86 14,73 0 Pennaeidae (larvas) 46,04 35, ,81 Decapoda (outros) 73,66 26,79 29,46 50,42 Polychaeta (trocófora) 359,11 294,64 206,19 361,34 Bivalvia (véliger) 110, , ,76 Cirripedia (nauplios) 165,75 107,14 228,28 319,33 Cirripedia (cypris) 18,42 62,50 920,47 319,33 Copepoda (nauplios) 202,58 89,29 338,73 0 Pisces (larvas) 27,62 8,93 29,45 33,61 Pisces (ovos) 0 17, Nematódio (larvas) ,21 Insecta (larvas) ,73 0 Densidade Total (nº ind./m³) Nº Cumulativo de espécies Outros organismos de importância na área amostral são os Chaetognatha, (gen. Sagitta), pelo papel que desempenham na cadeia trófica aquática como predadores do próprio zooplâncton. Contudo não atingiram grandes densidades, apesar de muito frequentes e endêmicas na área. 168

192 Índices Bióticos do Zooplâncton (Tabela 5.3-8; Figura ) O grau de complexidade da estrutura da comunidade é indicado pela diversidade de espécies, sendo esta considerada uma função da riqueza (nª de taxa) e da equitabilidade (distribuição dos indivíduos nos taxa). Considerando o período amostral a maior diversidade ocorreu no ponto A (H = 2,69) o que, provavelmente se deve em função da alta equitabilidade (J = 0,84) mostrando assim, uma distribuição uniforme dos indivíduos em cada taxa/espécie. Da mesma forma, a riqueza (d= 2,88) apresentou seu maior índice neste ponto, embora os demais não tenham atingido maiores amplitudes de variações (Figura ). Tabela 5.3-8: Índices bióticos (diversidade, riqueza de espécies e equitabilidade) e número cumulativo de espécies do zooplâncton por unidade amostral, na área de implantação da Usina de Placas (Baía de São Marcos, São Luis-MA). d H J Ambientes S N (Margalef) (Brillouin) (Peielou) SPIER A ,88 2,69 0,83 SPIER B ,63 1,74 0,54 SPIER C ,42 2,13 0,67 SPIER D ,01 2,07 0,68 De modo inverso, no ponto B (Ig. Buenos Aires) foi verificada o menor índice de diversidade (H= 1,74), em decorrência da expressiva dominância de duas espécies de Copepoda: A lilljeborgi (com 3,562 ind/m³) e P. crassirrostris (com 3.169,64 ind./m³) resultando, portanto, em uma distribuição menos uniforme (J = 0,54) entre os indivíduos nos taxas. Nos pontos C (N=13.196) e D (N=20.739), apesar das altas densidades registradas, as diversidades específicas foram pouco mais expressivas (H =2,13 e H = 2,07) bem como as equitabilidades (J = 0,67 e J = 0,68), 169

193 respectivamente, em relação ao ponto B, tendo em vista que nestes pontos, a dominância ocorreu por conta de várias espécies (Tabela 5.3-7; Figura ). Fig 03 - Variação dos índices bióticos (diversidade de Brillouin, riqueza de espécies de Margalef e equitabilidade de Pielou), na comunidade zooplanctônica por unidade amostral, na Baía de São Marcos (São Luís-MA) - maio/05. Diversidade e Riqueza 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 SPIER A SPIER B SPIER C SPIER D 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0 Equitabilidade Índice de Diversidade( H ) Riqueza de espécies (d ) Equitabilidade (J ) Figura : Variação dos índices bióticos (diversidade de Brillouin, riqueza de espécies de Margalef e equitabilidade de Pielou), na comunidade zooplanctônica por unidade amostral, na Baía de São Marcos (São Luís MA) maio/2005. Considerações Finais Em geral a diversidade da fauna planctônica verificada para a Baía, não apresentou incremento na variedade de espécies com características limnéticas, apesar do período sazonal (chuvoso), composto em sua maior parte por espécies tolerantes a ampla variação de salinidades, com poucas de origem marinha. Estudos efetuados anteriormente nestas áreas por (Lopes & Lavor-Fernandes, 1986, 1988) mostraram uma diversidade mais ampla, principalmente entre as espécies de copépodos, chegando, em alguns pontos acima de 20 espécies. Isto evidencia, portanto, que nestas áreas: está havendo diminuição gradativa da diversidade de espécies Entretanto, na densidade populacional foram observados grandes pulsos de variação, principalmente nos pontos B (Ig. Buenos Aires), C (Cajueiro) e D (Ig. do Arapopaí) que provavelmente, ocorreu em função de maior aporte de 170

194 nutrientes, oriundos de águas continentais. Este fato condiciona maior disponibilidade alimentar ao zooplâncton herbívoro, que reassume sua estrutura com populações constituídas de espécies de vida curta com reproduções rápidas e sucessivas e, portanto, com estoque populacional, apesar das perdas causadas pela ação de correntes e pela predação. Contudo, a alta densidade observada, principalmente no ponto D, reflete literalmente na diminuição da riqueza de espécie Subsídios para o Manejo da Bacia do Rio Paciência, Ilha de São Luis MA: Biodiversidade, Distribuição e Abundância do Zooplâncton INTRODUÇÃO: Dentre os fatores biológicos reinantes em um ecossistema o zooplâncton integra, com relevância, um dos primeiros níveis de observação que complementam a avaliação de qualidade da água, por possuírem grande sensibilidade ambiental, respondendo a diversos tipos de impactos, seja pela alteração da quantidade como também da qualidade presente. Assim, este Subprojeto tem como objetivo informar sobre a atual qualidade da microbiota aquática, através da caracterização, distribuição e quantificação da biodiversidade zooplanctônica, sendo esta a primeira referência de dados nesta área específica para o estuário do Rio Paciência. MATERIAL E MÉTODOS a) Área de estudo A área referente ao estudo do zooplâncton contempla 04 (quatro) pontos inseridos no Estuário do Rio Paciência, localizada no município de Paço do Lumiar MA, cujos limites estão entre os paralelos 02º 27 02º 81 de latitude sul e 44º 04 44º 10 de latitude oeste, conforme mapa e descrição da área, contidos no corpo geral do Projeto. 171

195 b) Procedimento de Campo Nesta primeira etapa do Projeto, foram efetuadas seis campanhas de campo, em caráter bimestral, com início em janeiro/06 e término em dezembro/06, perfazendo um total de 24 amostras, as quais foram obtidas em arrastos horizontais e superficiais, com duração de 5 min., em barco de alumínio com motor de popa, para os quais utilizou-se rede de plâncton de 65μm de malha, à qual foi acoplada um fluxômetro. Após cada coleta, o material foi preservado em formol neutro a 4%, segundo técnica de Newell & Newell (1963). c) Procedimento de Laboratório Em laboratório, as análises qualitativas e quantitativas foram efetuadas em estereomicroscópio STEMI SV6 da ZEISS e microscópio binocular OLYMPUS. Os organismos foram identificados, à medida do possível, a nível específico, utilizando como base as seguintes referências: Björnberg (1981); Boltovskoy (1981); ); Mazzocchi et al (1995); Boltovskoy 1999) entre outros. A densidade do zooplâncton foi estimada pelo método sub-amostral, onde cada amostra era diluída para um volume conhecido e previamente homogeneizada, antes da retirada fracionada para a contagem (placa milimetrada e/ou câmara de Sedgwick-Rafter), dependendo do tamanho dos organismos) sendo inspecionadas várias sub-amostras. Alguns dos parâmetros hidrológicos determinados (ph, Salinidade, Oxigênio dissolvido e T C), coletados concomitante às amostragens do zooplâncton, serão aqui utilizados para fins comparativos, na discussão. d )Tratamento dos dados: A densidade do zooplâncton total, em unidade de volume, foi estimada através da fórmula: D=N/V, onde: N= nº total de indivíduos de cada táxon na amostra; V= volume de água filtrada pela rede de arrasto (m³) O volume (V) aproximado de água filtrada pela rede no arrasto foi estimado através da fórmula: 172

196 V=π.r². d, onde: π = 3,1416 (constante) r = raio da circunferência da boca da rede (m) d = distância percorrida pela rede (m) O valor da distância (d) foi obtido através da fórmula: D = k. x, onde: k = constante do rotor do fluxômetro x = diferença de contagem do fluxômetro Para o cálculo da abundância relativa (Ar) de cada táxon foi utilizada a seguinte fórmula: Ar= N x 100, onde: N = número total de organismos de cada táxon na Na amostra; Na = número total de organismos na amostra Neste relatório constam dados das 6 (seis) campanhas efetuadas durante o período (janeiro a dezembro/06), referentes à diversidade, à densidade total do zooplâncton (ind./m³) e à ocorrência e abundância (%) dos principais grupos componentes. As demais análises (Índices de Diversidade, Riqueza e Equitabilidade, Correlações, etc) serão apresentadas e comentadas em relatório final. RESULTADOS E DISCUSSÃO Biodiversidade, Ocorrência e Distribuição do Zooplâncton: A biodiversidade zooplanctônica no estuário do rio Paciència, durante o período investigado, mostrou uma fauna bem característica, composta por táxons de vários grupos de invertebrados marinhos, principalmente. Um total de 51 táxons foram identificados para o trecho amostrado, distribuídos entre 10 filos (listagem abaixo). Biodiversidade do Zooplâncton no estuário do Rio Paciência, (Ilha de São Luís- MA): dados pretéritos (janeiro a dezembro/

197 Phyllum PROTOZOA Classe Ciliata Ordem Oligotrichida SubOrdem Tintinnina Tintinnopsis butschlii var.mortensenii Tintinnopsis levigata Tintinnopsis compressa Favella ehrenbergii Cymatocylis sp Epypocilis Codonellopsis schabi Codonella sp. Dictioysta sp. Phyllum CNIDÁRIA Classe Hydrozoa Ordem Hidromedusae Phyllum BRIOZOA (larvas Ciphonautes) Phyllum ANNELIDA Classe Polychaeta (larvas trocófora e mitraria) Phyllum ASCHELMINTHES Classe Rotifera Lecane leontina Asplanchna girodi Phyllum NEMATODA (larvas) Phyllum ARTHROPODA Classe Crustácea Subclasse Copepoda Ordem Calanoida Acartia lilljeborgi 174

198 Acartia tonsa Acartia sp. Paracalanus crassirostris Paracalunus aculeatus Paracalanus sp Clausocalanus furcatus Subeucalanus (=eucalanus) pileatus Pseudodiaptomus acutus Pseudodiaptomus marshi Labidocera fluviatilis Temora stylifera Ordem Cyclopoida Oithona hebes Oithona oswaldocruzi Hemicyclops thalassius Ordem Harpacticoida Euterpina acutifrons Atheyella sp Ergasilus euripedesi Forficatocaris forficata crenensis nova sp. Ectinosoma sp. Tisbe furcata Copepoda (nauplius e copepoditos) Sub-classe Cirripedia (náuplios e cypris) Sub-classe Cladocera Diaphanosoma brachiurum Sub-classe Malacostraca Ordem Decapoda Lucifer faxoni Borradaille Brachyura ( zoea e mysis) Pennaeidea (larva) Outros Decapodos (larvas) Ordem Isopoda Ordem Ostracoda 175

199 Ordem Amphipoda Phyllum CHAETOGNATHA Sagitta tenuis Sagitta spp. Phyllum CHORDATA Superclasse Pisces (ovos e larvas) Classe Larvacea Oikopleura dióica Phyllum MOLLUSCA Classe Bivalvia (véliger) Classe Gastropoda (véliger) Foram registrados constituintes de diversos filos entre os quais Mollusca, Annellida, Arthropoda, Chaetognatha e Chordata foram os mais freqüentes nas amostras Alguns destes, representados por uma significativa variação de formas larvais: Polychaeta, Bivalvia, Gastropoda, Brachyura e outros decápodos, Cirripedios e Pisces. Entre os Arthropoda, a classe Crustacea foi a mais significativa, representada principalmente por Copepoda (em 91% das amostras) e pelas larvas meroplanctônicas de crustáceos. O número total de táxons observados não mostrou grandes variações entre os meses. Apesar de a amostragem total contemplar dois período distintos, somente o mês de maio/06 apresentou pequeno acréscimo na diversidade. A distribuição no estuário oscilou um pouco, principalmente entre as estações mais internas. A maior variedade (26 táxons) ocorreu nas Estações 1 e 2, nos meses de janeiro e julho/06, e em março/06 foram observados pequenos decréscimos, na Estação 4 com 14 táxons). A quantidade e qualidade de plâncton em um corpo d água diferem de acordo com as estações e de um ano para outro. Tais variações são determinadas principalmente pelas propriedades físicas e químicas da água, influindo também a distribuição geográfica das espécies e as condições climáticas e hidrográficas. 176

200 O baixo valor de salinidade registrado no mês de maio, apenas para a Est.4 (4,10 UPS), (Tabela 5.3-9), ocasionou o incremento de espécies limnéticas à composição da faunística, tais como Cladocera e Rotifera, embora com baixa diversidade, sendo que alguns destes constituintes tiveram participação muito pouco expressiva. Os copépodes, como constituintes principais da fauna zooplanctônica, apresentaram uma variedade considerável de espécies (21 spp.), seguidos pelos tintinnidios (9 spp.), rotíferos (2 spp) e cladoceros (1sp). Entre os copepodes, as espécies mais freqüentes foram: Paracalanus crassirostris, Acartia lilljeborgi, Pseudodiaptomus acutus, Oithona hebes, O. oswaldocruzi, Hemicyclops thallassius e Euterpina acutifrons. Estas espécies caracterizam a fauna de copepodes de regiões estuarinas com poucas inferências antropogênicas, principalmente no nordeste brasileiro. Outros organismos como as apendicularias, com a sp. Oikopleura dióica foram freqüentes em quase todos os meses e estações, com ampla distribuição, porém pouco expressivas, em termos de abundância. Os Chaetognatha e Medusae que, juntamente com as larvas de Peixes, são caracterizados excelentes predadores do zooplâncton menor, foram pouco freqüente na área, durante o período amostrado. Entre os tintinnidios, Favella erhenbergi foi a mais expressiva. 177

201 Tabela 5.3-9: Variação dos dados bióticos (densidade total e dos grupos do zooplâncton (ind.m³) e abióticos (ph, Tº, O 2 e S ), no estuário do Rio Paciência (São Luís MA); janeiro a dezembro/06. Data Estação ph Tº S 31/01/06 30/03/06 30/05/06 26/07/06 26/09/06 05/12/06 O 2 Dissolv, ((µg/l) Densid. Total (ind.m³) Copépodos (ind.m³) Larvas (ind.m³) Outros Org. (ind.m³) 1 7,20 25,0 15,10 5, ,15 27,2 13,70 4, ,10 29,3 12,30 2, ,10 30,1 10,10 3, ,40 28,0 23,1 3, ,38 27,5 21,2 2, ,44 26,1 21,2 2, ,46 26,0 16,1 1, ,50 29,0 14,06 3, ,30 8,50 14,01 3, ,70 28,40 13,60 2, ,50 28,10 4,10 2, ,85 28,0 26, ,80 27,5 24,50 3, ,70 26,1 23,70 3, ,40 26,0 16,00 3, ,0 29,0 31,70 3, ,54 8,50 30,20 3, ,62 28,40 30,30 3, ,35 28,10 24,90 2, ,64 28,0 31,98 3, ,63 27,5 31,37 3, ,52 26,1 31,37 3, ,44 26,0 28,33 2,

202 Entre os organismos do meroplâncton, as larvas trocóforas de Polychaeta, as larvas de Brachyura e outros Decápodos, os náuplios de Copepoda e Cirripedia estiveram melhor distribuídos entre as estações nas quais os teores de salinidade ficaram entre 14 e 28 UPS, durante este período, chegando alguns a serem expressivos. As estações de maior influência salina (1 e 2), foram as que apresentaram, quase sempre, maior diversidade faunística. Variação da densidade total e abundância do zooplâncton A densidade total de organismos registrados por estação de coleta, no estuário do rio Paciência, durante o período, evidenciou consideráveis flutuações entre os valores máximos e mínimos. Nos meses de janeiro e julho/06 foram registradas as maiores densidades de ind./m³ (Est.1) e ind./m³ (Est.4), respectivamente, enquanto a mínima foi de ind./m³, para a Est.2, em dezembro/06. (Tabela 5.3-9; Figura ). Fig. 1- Variação da densidade do Zooplâncton Total no Estuário do rio Paciência (Ilha de São Luis-MA), no período de janeiro a dezembro/ ind./m³ P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 jan/06 mar/06 mai/06 jul/06 set/06 dez/06 Figura : Variação da densidade do zooplâncton total no estuário do rio Paciência (Ilha de São Luís MA), no período de janeiro a dezembro/

203 No mês de janeiro os valores da densidade foram decrescendo gradativamente da Estação 1 à Estação 4. Situação inversa foi sendo observada nos meses subseqüentes, quando estes valores foram sofrendo pequenos acréscimos entre as Estações 1, 2 e 3, aumentando consideravelmente na Estação 4, com exceção do mês de maio/06, onde a densidade se manteve quase uniforme entre as estações. Já nos meses de Setembro e Dezembro /06, estes valores baixaram, principalmente, nas Estações 2 e 3. Sabe-se que a dispersão dos organismos é a distribuição de uma população na área ou espaço geográfico, a qual decorre de uma complexa interação de condições tanto biológicas (hábito alimentar, alimento disponível, hábito de vida, longevidade, tipo de reprodução, fator predatório, etc) quanto ambientais (fatores naturais ou antrópicos), entre outros. Entretanto, cabe ressaltar que o fato das coletas terem sido efetuadas, quase sempre em horários, com intenso fluxo de maré vazante, nestas duas estações, principalmente, pode ter ocasionado uma maior dispersão dos organismos para fora do estuário. Em quase todas os meses, os copépodos contribuíram com as maiores abundãncias, chegando estes a comporem até 86 % do total, em janeiro/06 (Est.1) e em março/06,(est.4). As spp. A. lilljeborgi, P. crassirostris, O. hebes e O. oswaldocruzi, contribuíram sempre com os maiores percentuais. Entretanto, no mes de maio/06 a dominância foi das Larvas com 56 % do total (Est.3), destacando-se entre estas as larvas de cirripedios, assim como no mês de julho/06, (Est.4), os tintinnidios contribuiram com a maior abundância, dentro do grupo Outros Organismos, que contou com 55% do zooplâncton total.(figura ). 180

204 Fig. 2 Variação da abundância relativa dos grupos do zooplâncton no estuário do rio Paciência (São Luis-MA), no perído de janeiro a dezembro/ % 80% 60% 40% 20% 0% P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 jan/06 mar/06 mai/06 jul/06 set/06 dez/06 Copépodos Larvas Outros Org. Figura : Variação da abundância relativa dos grupos do zooplâncton no estuário do rio Paciência (São Luís MA), no período de janeiro a dezembro de As larvas meroplanctônicas foram representativas, principalmente as de Polychaeta e Brachyura, que juntamente com os náuplios de Copepoda e Cirripede, chegaram a ser significativas em alguns pontos, mas foram os cirripedios que contribuíram com 33% dos valores atingidos pela larvas, em maio/06. Em geral, nos meses em que foram registrados altos teores de salinidade (acima de 28 UPS), as densidades foram relativamente baixas, enquanto a faixa de teor salino entre 14 e 26 UPS, favoreceu as maiores densidades com o incremento de espécies de copepodes, tintinnidios, larvas de copepodes e de cirripedios, poliquetos, etc, elementos de extrema importância na cadeia alimentar aquática. A distribuição dos táxons dentro da área estuarina do rio Paciência durante o período investigado mostrou pequenas oscilações em relação aos meses e pontos amostrados. Entretanto, a velocidade do fluxo, (principalmente em maré vazante) parece ter contribuído bastante na redução deste número, em relação 181

205 aos pontos 2 e 3, haja visto que a maior parte das amostras foram coletadas em preamar/ vazante,da Est. 4 para a Est. 1. Os meses de transição entre um período e outro, como janeiro (estiagem/chuvoso) e julho (chuvoso/estiagem), parecem favorecer uma maior entrada de organismos para o estuário, tendo em vista que a distribuição e permanência destes, dentro dos compartimentos, dependerá de fatores diversos, entre estes, o fluxo de marés. Nestes meses foram registrados os maiores números de táxons, em quase todas as estações, assim como as maiores densidades, cujos valores médios oscilaram de ind/m³ (janeiro/06) a ind/m³ (julho/06). A abundância de uma espécie ou mesmo de organismos (densidade de população) em um ambiente reflete as condições de vida, havendo um equilíbrio ecológico comunidade-ambiente. Assim, a biodiversidade zooplanctônica registrada para a área estuarina de abrangência do estudo no Rio Paciência mostrou, durante o período estudado, uma fauna planctônica com características peculiares de um ecossistema com pouca inferência antropogênica Aspectos Ecológicos e Quantitativos da Comunidade Zooplanctônica nos estuários dos rios Anil e Bacanga. INTRODUÇÃO O município de São Luis possui densos estuários, ocupando boa parte de influência marinha. Apesar do potencial e valor econômico/ ecológico destes sistemas, são muito poucas as pesquisas realizadas nesta área específica, principalmente para a Ilha de São Luis. A diversidade de zooplâncton representa um importante elo entre o fitoplâncton e altos níveis na teia alimentar estuarina. Quase todos os grandes grupos de organismos, tanto larvas como adulto, são reapresentados no zooplâncton. Dessa forma, a grande abundancia da vida animal nestes ambientes dependem, em grande parte, do fitoplâncton que, por sua vez, para crescimento mais acelerado, requerem um suprirnento contínuo de nutrientes. 182

206 Este estudo teve como objetivo, estudar a composição específica, a abundância e a variação quantitativa do zooplâncton e seus aspectos ecológicos, nos estuários dos rios Anil e Bacanga. MATERIAL E MÉTODOS No estuário do rio Bacanga, o zooplâncton foi coletado em 04 (quatro) estações (Fig 1), em intervalos bimestrais, no período de ago/92 a jun/93, num tota1 de 6 campanhas. No estuário do rio Anil, procedeu-se da mesma forma, apenas com pequenas restrições no periodo amostral que foi de ago./92 a abril/93, totalizado apenas 05 (cinco) campanhas. (Fig. 1). As amostras foram obtidas com rede de 90µm de abertura de malha, obedecendo a metodologia já descrita. Neste, as coletas foram quase sempre efetuadas no pico da maré enchente, devido às dificuldades na realizações dos arrastos, em baixa-mar, nas estações mais para dentro do estuário. Após cada coleta o material era fixado em formol a 4% neutralizado com bórax, segundo a técnica de Newell & Newell (1963). A densidade (D) de organismos por unidade de área (org.m³), foi estimada através da fórmula: D=N/V, onde N= nº de organismos contados em cada amostra e V= volume de água filtrado pela rede no arrasto.o volume aproximado de água filtrada pela rede foi estimado através da formula: V = π. r 2. d onde: π = 3,14 (constante) r = raio da circunferência da boca da rede. d = distância do arrasto (tempo do arrasto x velocidade do barco) A análise qualito-quantitativa foi efetuada em microscopio binocular DIAVERT e estereomicruoscópio WILD M5. Os organismos, sempre que possível, foram identificados a nível de espécie, dando-se ênfase na contagem principalmente dos copépodos, por serem organismos de grande significância nos dois estuários, especialmente no rio Bacanga. Na identificação das espécies tomou- 183

207 se como base: Bjornberg (1963, 1972, 1981); Brandorff et. alli (1982); Boltovskoy (1981); Edmundson (1959); Koste (1987); Montú (1980, 1986); Oliver(1962,1965) ; Rocha(1985, 198 ); Reid (1985); Souto(1981) O standing-stock do zooplâncton foi estimado através de sub-amostras de 2 ml cada, retiradas de uma amostra diluída e previamente homogeneizada, cujo volume era conhecido utilizando-se um amostrador graduado. Os organismos presentes em cada sub-amostra foram identificado e quantificados. Os resultados foram expressos em abundância relativa (%) e densidade (nº org.m 3 ). RESULTADOS Fatores Abióticos Com relação a estes parâmetros (constantes na TAB. I), faremos ligeiras considerações apenas quando nos referirmos à inf1uência que tais fatores evidenciam na distribuição e abundância do plâncton,. Composição especifica do Zooplâncton Nas TABS. II e III encontram-se relacionadas os dados do zooplâncton e suas respectivas ocorrências nos dois estuários. Em ambos, a diversidade de espécies foi bastante considerável, sendo que o rio Anil nos pareceu mais estável em relação à sazonalidade das espécies. A comunidade zooplânctonica evidenciada para o rio Anil é, em sua maior parte, tipicamente costeira, com poucas espécies estuarinas tolerantes ás baixa concentrações de salinidade que, quando presentes, foram numericamente pouco representativas. Os organismos que apresentaram maior variedade especiológica foram os copépodos, com 19 spp, seguindo-se tintinnidios com 6 spp. e os rotíferos com 3 spp. O meroplâncton, formado basicamente pelas larvas de Brachyura, Cirripedia, Polychaeta, Pelecypoda, Penaeídae e outros menos freqüentes, foi melhor representado neste estuário em termos qualito-quantitativos. Chaetognatha e Medusae foram assinaladas quase sempre com baixos valores (TAB. II). 184

208 O estuário do rio Bacanga mostrou urna comunidade formada por espécies estuarinas, com dominância dos copépodos ciclopoides: Oithona oswaldocruzi, Oithona hebes e Apocyclopis panamensis, que sempre exibiram altos percentuais. As variações observadas na composição específica deste estuário parecem bem caracterizadas em função da oscilação do regime salino (TAB. I), condicionando assim as altas densidades observadas para algumas espécies. Neste estuário, os copépodos se fizeram presentes com 16 espécies, os rotíferos com 7 espécies, os tintinídios com 4 espécies e os cladóceros com 3 espécies. Outros organismos como Chaetognatha, Medusa e Appendicularia foram registrados em algumas estações, cujos percentuais não foram expressivos. O meroplâncton constituiu-se basicamente por Cirripedios, Poliquetos, Pelecípodos e alguns outros organismos menos expressivos (TAB III). Distribuição e abundância relativa do zooplâncton Na Tabela IV e Figuras 2, 3, 4 e 5, constam dados de abundância relativa dos grupos taxonômicos do zooplâncton nos dois estuários. De modo geral, o holoplâncton foi o constituinte mais importante e quase sempre o mais numeroso tanto no estuário do rio Anil quanto no estuário do rio Bacanga, sendo os copépodos, preponderantemente, o grupo zooplânctônico mais abundante, nos dois estuários. Entretanto, de Abr./93 (nas quatro estações) a Jun93 (Est. 4) no rio Bacanga, os rotíferos passaram a ser numericamente mais significativos. Entre os copêpodos, organismos abundantes e frequentes na área estudada do rio Anil, destacaram-se: Acartia lilljeborgi, Euterpina acutifrons, Paracalanus crassirostris e Oithona bebes. Estes organismos foram, quase sempre, os responsáveis pelos altos percentuais atingidos, com valores médios entre 53% (Est. 2) e 68% (Est. 1). Ocorreram também Pseudodiaptomus acutus, Eucalanus pileatus, Hemicyclops thallassius, Temora stylifera, Oithona oswaldocruzi, Oncaea media, Macrosetela gracilis e Ergasilus sp, assinaladas com baixos percentuais, sendo a1guns considerados visitantes anuais deste estuário. 185

209 Ao contrário do rio Anil, no estuário do rio Bacanga, as espécies dominantes e frequentes neste período de estudo foram: Oithona hebes e Oithuna oswaldocruzi, espêcies estuarinas verdadeiras, com distribuição uniforme e abundante em todas as estações. Foram numericamente os organismos mais expressivos, juntamente com Apocyclops panamensis e Cyclops sp., que só atingiram seus maiores índices nos meses de março/93 e junho/93, quando foi observada uma mudança considerável no teor salino da água. A. Iilljeborgi foi também frequente neste estuário de Ago./92 a Fev./93, enquanto E. acutifrons. P. crassirostris e P. acutus, apesar de terem sido registradas em quase todas estações, ocorreram sempre com baixos valores. Foram visitantes ocasionais Pseudodiaptomus marshi, Eucalanus pileatus, HemicycIops thallassius, Temora stylifera, Macrosetella gracilis e Oithona simplex. O valor máximo da abundância relativa média de Copepoda, para estuário do Bacanga foi de 82% ( Est. 2). Os tintinnidios foram mais abundantes e freqüentes no estuário do rio Anil, onde foram registrados 6 spp., sendo dominantes em todas as estações as espécies Favela erhembergi e F. campanula com percentuais consideráveis. A abundância relativa média deste grupo, no rio Anil, alcançou 28% e 29%, nas Estações 3 e 4, respectivamente. Foram registrados a presença de Codonellopis sp, Eutintinnus sp, Tintinnopsis sp e Tintinnopsis directa em quase todas as estações com baixos percentuais. No estuário do rio Bacanga, apenas 4 taxa de tintinnidios foram assinalados, com pouca freqüência e baixos valores percentuais (o máximo de 6%, em abril/93, na Est. 1), e a abundância relativa média do grupo não ultrapassou a 1% do zooplâncton total. Os rotíferos estiveram presentes nos dois estuários, sendo que no rio Bacanga registrou-se o maior número de espécies e percentuais médios deste grupo. No rio Anil apenas 3 taxa foram assinaladas: Brachionus plicatilis, B.calyciflorus e B. angularis. Neste estuário o maior percentual ocorreu no mês de Abril/93 na Est. 1 (8%). Sendo B. plicatilis o constituinte principal. O percentual médio esteve em torno de 2%. Além das três espécies citadas para o rio Anil, foi assinalada a presença de 4 outras para o rio Bacanga. Aqui, este grupo 186

210 alcançou os seus maiores percentuais nos meses de Abril /93 (com 48% na Est. 2), e Junho/93 (na Est.4, com 39%), chegando a superar os copépodos. Entre os cladóceros, apenas 3 espécies ocorreram somente no rio Bacanga: Allona sp., Bosminopsis deitersi e Chydorus sp., cujos percentuais não foram significativos. Outros organismos de grande importância no plâncton destes estuários foram as larvas meroplanctônicas, representadas principalmente por Gastropoda, Pelecypoda, Polychaeta, Brachyura Penaeidea, Cirripedia, outros Decapoda e Pisces (ovos e larvas). No rio Anil, as larvas foram, quase sempre, mais abundantes e freqüentes, merecendo atenção especial, pelo fato de sempre constituírem percentuais importantes no total do zooplâncton, chegando, algumas vezes, a superar o valor alcançado pelos copépodos. Os organismos que mais se destacaram entre as larvas foram Bivalvia (Pelecypoda), Brachyura, Polychaeta e Cirripedia, responsáveis pelos altos percentuais registrados para o meroplâncton, em Out./92 e Abr./93, na Est. 3 (com 46%) e em Out./92, na Est.4 (com 41%) do zooplâncton total. Nestes meses e estações estes organismos foram os constituintes mais importantes em termos de abundância relativa, principalmente em relação aos Copépodos, que sempre representaram maior fração no zooplâncton estuarino. Outras larvas como Pisces, Pennaeidae, Ciphonautes, Porcellanidae, ovos e larvas de Pisces foram freqüentes. O percentual médio atingido pelas larvas oscilou entre 19% e 39% para o rio Anil. Para o rio Bacanga, os meses de Dez/92 e Jun./93, as larvas atingiram os seus maiores percentuais com, respectivamente, 34% (Est. 1) e 27% (Est. 4), sendo constituintes principais os Cirripedia, Polychaeta e os estádios larvais de Copépoda, que foram sempre muito abundantes na região. Os Chaetognata, Medusae e Appendicularia foram também assinaladas nas duas regiões estudadas, sempre, com baixos percentuais. Variação quantitativa de zooplâncton total 187

211 Na Tab. V constam os valores de densidade populacional (nº ind.m 3 ) nos dois estuários e as Figuras 6 e 7 exibem a representação gráfica destes valores. A densidade zooplanctônica nos dois estuários evidenciou valores bastante significativos para o período estudado, constatando assim o grande potencial quantitativo desses ambientes. De acordo com os dados, o rio Bacanga apresentou um potencial quantitativo rico durante todo período estudado e em todas as estações, destacando-se as espécies: Oithona oswaldocruzi e Brachionus plicatili,s reponsaveis pelos altos valores atribuídos ao zooplâncton total, principalmente para o mês de Abril/ 93 (Est. III), onde a densidade alcançou o máximo de org.m 3. O valor mínimo foi registrado na Est. I em Fev./93 com org./m 3. No rio Anil também foram registrados valores notórios, tendo o seu máximo ocorrido na Est. III ( Out./92) com org.m 3 e para a Est. III em Dez./92. DISCUSSÃO E CONCLUSÕES Pequenas variações em termos de salinidade e temperatura são de grande importância em estuários, influenciando não somente na sobrevivência de diferentes espécies zoop1anctônicas, mas também na sua distribuição e sucessão (Ketchum 1951; Barlow 1955; Jeffries 1962) in Phonlor, Pelos dados constantes na Tab. I, relativa aos dados abióticos, observou-se que a temperatura superficial da água nos dois estuários, neste período de estudo, não apresentou grandes variações, mantendo níveis relativamente estáveis, principalmente no estuário do rio Anil, onde as oscilações térmicas foram baixas (pouco mais que 1º C). Para o rio Bacanga esta amplitude foi mais significativa, onde as oscilações chegaram a 3ºC. As altas concentrações de salinidade registradas tanto para rio Anil como para o rio Bacanga no período estudado, evidenciam a grande influência da maré salina, principalmente nas estações de coleta localizadas em áreas cujo aporte de água doce não chega a causar grandes oscilações na salinidade da água, como é o caso das Est. I e II dos rio Anil ( Fig. I). Nestas áreas, os valores flutuaram entre 28,90% e 34,91% (na Est. I) e entre 28,215 e 31,10% (na Est. II). Entretanto, a amplitude observada na flutuação destes fatores, para estas 188

212 estações, tende a uma estabilidade na população zooplanctônica, principalmente no que se refere à composição especifica. Devem ser salientadas as observação de que, no estuário do rio Anil quase todas as coletas foram realizada apenas em preamar, devido às dificuldades em relação aos arrastos na Baixamar, principalmente na parte superior do estuário, onde a quantidade de material em suspensão e as pequenas profundidades da área, nesta situação de maré, inviabilizam tais arrastos, causando entupimento das redes Os resultados obtidos nos permitiram evidenciar que a população zooplanctônica do estuário do rio Anil não apresentou grandes variações temporais. Constituiu-se basicamente por uma fração significativa de holoplâncton, caracterizado pela dominância de Copépoda e outras consideráveis fração do meroplâncton nos quais as larvas de Pelecypoda, Brachyura, Polychaeta e os nauplii de Cirripedia foram abundantes por todo o período estudado. A abundância ocasional de Tintinnida, apesar de sua ampla distribuição neste estuário foi notavelmente registrada em Out./92, atingindo percentuais significativos em todas as Estações, sendo que Est. II e IV estes organismos contribuíram com 28% e 29,%, respectivamente, para os maiores valores da biomassa total do zooplâncton neste estuário, que foi de org./m 3 e org./m 3. Lopes (1981/82), registrou neste mesmo estuário, os maiores percentual destes organismos (37%) para o mês de outubro. Sassi e Melo (1982) in Lopes (1988) citam para o rio Mandacarú, o período de máxima proliferação para estes organismos de outubro a dezembro. Na região do rio Bacanga estes organismos não foram freqüentes e nem abundantes. Em estuário muitas espécies compõem a fauna planctônica entre estacionárias ocasionais, estuarinas, marinhas, etc. Entretanto poucas (entre quatro seis espécies) constituem realmente a maior parte da população. No estuário do reio Anil as espécies Oithonna hebes, Paracalanus crassirostris, Euterpina acutifrons e Acartia lilljeborgi foram as que mantiveram, por todo período estudado, Copépoda como o grupo mais importante quantitativamente. Portanto, grande parte da fauna planctônica constatada para este estuário é 189

213 tipicamente costeira, apresentando raras espécies estuarinas tolerantes às baixas salinidades. A presença de águas com salinidades mais elevadas permitiu a sobrevivência de uma maior diversidade de espécies. Tundisi (op.cit.) cita estas espécies como características de ambiente costeiros. Ao contrario do rio Anil, o rio Bacanga se caracterizou pela ampla variação de salinidade (34% entre a min. e a máx.), em intervalos sazonais diferentes. Aqui percebeu-se a grande influência do regime pluviométrico, proporcionando consideráveis variações na composição especifica deste estuário, aportando espécies temporárias como rotíferos e cladoceros que não se adaptam muito bem às condições estuarinas. Os cladoceros foram raros e pouco freqüentes não chegando a serem expressivos. Entretanto os rotíferos foram mais freqüentes e abundantes e apresentaram uma maior variedade específica sendo Brachionus plicatilis o mais notável. Em estudos realizados na Lagoa da Jansen por Lopes (1988), este grupo apresentou a maior diversidade específica, bem como foi a comunidade dominante do zooplâncton neste ambiente. De modo geral, a composição específica do rio Bacanga diferiu um pouco daquela apresentada no rio Anil, que tanto no período seco quanto no chuvoso, manteve-se quase inalterada, evidenciando-se mais pelas diferenças de densidade. Neste rio, o holoplâncton foi mais numeroso que o meroplâncton. Os ciclopoides foram o grupo sempre mais abundante e com distribuição ampla em todo estuário, seguidos pelos rotíferos que, foram numericamente significativos, atingindo org./m 3 e org./m 3 respectivamente, para as estações II e III, destacando-se o Brachionus plicatilis No rio Bacanga, os copépodos predominantes foram os ciclopoides Oithona oswaldo cruzi e O. hebes seguidos por Apocyclops panamensis. As duas primeiras distribuíram-se por todo o estuário com percentuais significativos; o gênero Apocyclops são animais de água doce com certa tolerância á água salobra, o que justifica seus altos percentuais nos meses de abril e junho/92, neste estuário. Acartia lilljeborgi, Euterpina acutifrons, Paracalanus crassirostris e Pseudodiaptomus acutus, foram freqüentes em todo período estudado, sendo os dois primeiros os mais expressivas em termos percentuais. Estes 190

214 organismos habitam, normalmente, águas estuarinas e salobras, portanto, compartilham as mesmas preferências ecológicas, ocorrendo sempre juntas. Segundo Gannon & Stemberger (op. cit.) a proporção de Copepoda Calanoida para Cladocera e Cyclopoida parece ser um bom indicador de condições tróficas, em concordância com Freitas (1988), em estudos de ambientes similares, que também constatou situações semelhantes, inferindo tais circunstâncias às condições tróficas do ambiente. No rio Bacanga, observou-se claramente a grande predominância dos ciclopoídes sobre os calánoides em todo o período estudado. Ocasionalmente, as amostras do rio Anil, apresentaram grande quantidade de sedimento de detritos orgânicos o que, por vezes, dificultava a triagem do material em laboratório. Entretanto, sabe-se que a turbidez também exerce grande influência nas condições trópicas destes ambientes. Os baixos valores observados na transparência, ambiente de alta turbidez, consequentemente alta taxa de material em suspensão, favorece assim espécies filtradoras e detritívoras como: A. lilljeborgi, P. crassirostris, E. acutifrons, Pseudodiaptomus acutus e algumas larvas do meroplâncton, todas bastante significativas neste estuário. Em última análise, os resultados obtidos nos permitem concluir que: Que a população zooplanctônica constatada para o rio Anil é característica de ambiente costeiro, aportando poucas espécies estuarinas resistentes aos baixos teores de salinidade, condicionada pelo regime de maré; No rio Bacanga a população zooplanctônica mais abundante foi tipicamente estuarina, com ampla distribuição em todo o estuário,. Entretanto, no período chuvoso, abril e junho, a grande influência do regime pluviométrico causou variações temporais notáveis em termos quali-quantitativos deste ambiente; O estuário do rio Anil apresentou uma maior diversidade específica em relação ao rio Bacanga. Este, por sua vez, destacou-se atingindo, por todo o período estudado, os maiores valores de densidade; 191

215 Estes ambientes recebem aporte de água tanto da Baía de São Marcos, como de rios e ou riachos que neles desembocam. Assim, estes estuários se caracterizam pela ampla flutuação de salinidade, o que induziu, de certa forma na variação da diversidade específica. Entretanto, estes ecossistemas aportam espécies típicas que foram comuns e freqüentes aos dois estuários como Acartia lilljeborgi, Paracalunus crassirrostris, Euterpina acutifrons, Oithona oswaldocruzi, Pseudodiatonus acutus, O. hebes, as quais dependem troficamente do manguezal, o qual proporciona a estas áreas parte dos nitratos, fostatos, detritos orgânicos, bactérias e material orgânico dissolvido. SUGESTÕES A localização de estuário e lagoas em áreas altamente urbanizadas, recebendo lançamento de esgotos domésticos e águas de drenagem, é um fato que muito acelera o processo natural de eutrofização destes ambientes. Dessa forma, tais ambientes se transformam em regiões desagradáveis, pois além da ocorrência de freqüentes mortandades de peixes, grande turbidez das águas e afloramento de lodo e lama nas suas margens existem sérios riscos bacteriológicos e problemas de mau cheiro, devido aos constantes desequilíbrios do ecossistema natural. Os resultados constantes neste estudo não constituem, a priori, uma avaliação criteriosa das condições ambientais destes estuários. Entretanto, poderá esclarecer aspectos ecológicos importantes como também servirão de subsídios no equacionamento de projetos futuros nestes ecossistemas. Contudo, em se tratando de uma região cuja dinâmica é extremamente complexa, sugere-se a implementação de um programa de estudos ambientais de abrangência técnica multidisciplinar, aumentando assim o número de parâmetros a serem estudados Dados primários Material e Métodos. Área atualmente amostrada 192

216 Os dados primários gerados neste documento para a Comunidade Zooplanctônica são provenientes de uma amostragem rápida realizada em 16 pontos localizados nas áreas estuarinas dos rios Anil, Cachorros, Tibiri e Paciência. Os locais e pontos de coleta para esta pesquisa, nos respectivos estuários, estão plotados no mapa da área (Figura ), conforme descrição das coordenadas abaixo: Estuário do Rio Anil (09/11/2010) Localização em UTM: Ponto 1 - entre e ; Ponto 2 entre e ; Ponto 3 entre e ; Ponto 4 entre e ; Estuário do Rio dos Cachorros (10/11/2010) Localização UTM: Ponto 1 - entre e ; Ponto 2 - entre e ; Ponto 3 - entre e ; Ponto 4 entre e ; Estuário do Rio Tibiri (11/11/2010) Localização UTM: Ponto 1 entre e ; Ponto 2 entre e ; Ponto 3 entre e ; Ponto 4 entre e ; Estuário do Rio Paciência (12/11/2010) Localização UTM: Ponto 1 entre e ; Ponto 2 entre e ; Ponto 3 entre e ; Ponto 4 entre e

217 Figura : Mapa de localização dos pontos de coletas nos ambientes estudados, Novembro/2010. Procedimentos de Campo A amostragem foi realizada com rede de plâncton tipo padrão, com abertura de malha de 75 µm, à qual foi acoplado um fluxômetro. Os arrasto horizontais à superfície, tiveram duração de 5 minutos cada, utilizando-se um barco de alumínio com motor de popa, nos pontos pré-estabelecidos, de forma a cobrir uma boa área de cada ponto amostrado. O material biológico foi acondicionado em frascos de 250 ml, devidamente etiquetados e preservado em formalina 4%, tamponada com tetraborato de sódio, para posterior análise. Concomitante às coletas, foram determinados in situ, parâmetros hidrológicos, entre outros: salinidade, temperatura, ph e Oxigênio dissolvido, que serão utilizados apenas para fins comparativos, dada a importância destes para a sobrevivência, abundância e manutenção do equilíbrio entre os componentes desta comunidade. 194

218 O material foi identificado com base em referências bibliográficas pertinentes, entre estas: Bradford-Grieve et al (1999); Boltovskoy (1999); Boxshall (1998); Boltovskoy (1981); Dias & Araújo (2006), Souto (1999 / 1982); Omori & Ikeda (1984), entre outros. Procedimentos de Laboratório Em laboratório as amostras foram triadas para análises qualitativas e depois fracionadas em subamostrador de Folsom para o processamento da análise quantitativa. As análises foram efetuadas sob microscópio estereoscópio Zeiss, STEMI SV6 e microscópio óptico Zeiss Axiostar Plus, tendo-se o cuidado de observar várias alíquotas de cada amostra, considerando as menores unidades possíveis de identificação, para espécimes de microcrustáceos (copépodos), rotíferos e protozoários (tintinnidios), pela relevância ecológica e produtiva destes organismos no ambiente aquático. Para analisar a variabilidade espacial dos organismos, as densidades de cada amostra foram padronizadas para um volume de diluição conhecido. As contagens levaram em consideração o valor encontrado na alíquota multiplicado pelo fator de subamostragem, para obtenção do valor total de organismos encontrados. Este será então o número total de indivíduos coletados. Os valores encontrados deverão ser expressos em indivíduos por metro cúbico (ind.m -3 ) com base no volume de água filtrada pela rede, segundo as fórmulas: V=A*R*C, onde: V= volume de água filtrada em m 3 ; A= área da boca da rede em m 2 R= número de rotações do fluxômetro durante o arrasto (FF FI); C= fator de aferição após calibração do aparelho em metros por rotações. N = ni / V, onde: N = abundância total da espécie em cada amostra 195

219 ni = número de indivíduos da espécie i observados na amostra V = volume de água filtrado pela rede (m 3 ), e os resultados são expressos em Nº ind./m³. Foram também estimadas a abundância relativa (AR) dos grupos de maior representatividade, nestes ambientes, além do registro de ocorrência dos táxons do zooplâncton por unidade amostral. Para o cálculo da abundância relativa (Ar) de cada grupo de táxon foi utilizada a seguinte fórmula: Ar= N * 100/Na onde: N = total de org. de cada táxon ou grupo de táxon; na amostra: Na = número total de organismos na amostra; Os resultados são dados em porcentagem e cada táxon ou grupo de táxons foi caracterizado de acordo com o seguinte critério de classificação: Ar > 70% = dominante; 70 % < Ar > 40% = abundante; 40% < Ar > 10% = pouco abundante; Ar 10% = raro. Tratamento dos dados A matriz de dados da contagem do zooplâncton formada por 71 táxons e 16 amostras, recebeu tratamento estatístico, com a finalidade de estudar a estrutura desta comunidade. Foram estimados os índices bióticos: de Diversidade (H ) de Shannon-Wiener (H = - (pi*log 2.pi), em que pi é a proporção da sp.i na comunidade; os resultados deste índice foram expressos em bits.ind-¹, utilizando-se o critério de classificação segundo Valentin et al., (1991): >3,0 = alto; 3,0 2,0=médio; 2,0 1,0=baixo; <1,0= muito baixo; a Equitabilidade de Pielou (J = H / log 2 S), onde S é o número total de táxons presentes na amostra e H é o valor do índice de diversidade obtido; este índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior é a uniformidade entre os táxons; e a Riqueza de Margalef d = [S-1]/log[N, por unidade de amostragem. O cálculo destes índices, foi através do Programa Estatístico PRIMER 5.0 (2001). 196

220 RESULTADOS E DISCUSSÃO Biodiversidade e distribuição do Zooplâncton (Tabelas e ; Figura ) Na área amostrada, foram analisadas 16 amostras para esta etapa, procedentes de quatro pontos pré-estabelecidos em cada estuário. A análise da biodiversidade zooplanctônica destes ambientes, para o período de estudo, resultou na identificação de 71 táxons/espécies de vários grupos de organismos aquáticos, distribuídos entre 10 filos de invertebrados marinhos, em sua grande maioria. Alguns destes estão representados no plâncton por seus estágios larvais, como moluscos, crustáceos diversos, anelídeos, briozoários, além de ovos, larvas e pós-larvas de peixes, que também compartilham temporariamente a fauna planctônica (Sinopse abaixo). Sinopse dos táxons do zooplâncton identificados para os Estuários dos Rios Anil, Cachorros, Tibiri e Paciência (segundo Boltovskoy (1990), Brusca & Brusca (2007): dados primários (Novembro 20/10). Phyllum PROTOZOA Classe CILIATA Ordem Oligotrichida Sub Ordem Tintinnina Família Codonellidae Tintinnopsis lobiancoi Daday, 1887 Tintinnopsis buetschlii var. mortensenii (Schmidt) Balech, 1948 Tintinnopsis tubulusoides Meunier, 1910 Codonellopsis schabi (Brandt) Kofoid y Campbell, 1929 Codonella cratera (Leidy) Kofoid y Campbell, 1929 Familia Ptychocylidae Favella ehrenbergii (Claparède & Lickman) Jorgensen, 1924). Cymatocylis sp. Familia Epiplocylidae Epiplocylis undella (Ostenfeld & Schmidt) Jörgensen, 1924 SubPhyllum Sarcomastigophora Classe GRANULORETICULATA Ordem Foraminifera (bênticos) Phyllum CNIDARIA Classe HYDROZOA Ordem Hydroida Hidromedusae Phyllum CHAETOGNATHA Classe SAGITOIDEA 197

221 Ordem Aphragmophora Familia Sagittidae Sagitta tenuis Conant, 1986 Sagitta sp. Phyllum BRIOZOA Classe GYMNOLAEMATA Ordem Cheilostomata Cyphonauthes (larvas) Phyllum MOLLUSCA Classe GASTROPODA Sub-Classe Opistobranchia (larvas véliger) Sub-Classe Prosobranchia (larvas véliger Classe LAMELLIBRANCHIA (larvas véliger) Phyllum ROTIFERA Classe MONOGONONTA Ordem Ploima Familia Brachionidae Brachionus plicatilis O.F.Muller,1786 Brachionus calyciflorus Pallas, 1766 Cephalodella sp Gastropus sp Asplanchnopus multiceps (Schrank, 1793) Phyllum ANNELIDA Classe POLYCHAETA (larvas mitraria e trocófora) Phyllum ARTHROPODA Classe CRUSTACEA Sub-Classe Copepoda Ordem Calanoida Família Acartiidae Acartia lilljeborgi Giesbrecht, 1892 Acartia tonsa Dana, 1848 Acartia sp. Família Paracalanidae Parvocalanus (=paracalanus) crassirrostris F. Dahl, 1894 Paracalanus aculeatus Brady, Paracalanus sp. Família Clausocalanidae Clausocalanus furcatus Brady, Família Eucalanidae Subeucalanus(=eucalanus) pileatus Giesbrecht, 1888 Família Pseudodiaptomidae Pseudodiaptomus acutus (F. Dahl, 1894) Pseudodiaptomus marshi Wright, Pseudodiaptomus richardi Wright, Família Pontellidae Labidocera fluviatilis F. Dahl, 1894 Pontellopsis villosae Brady, 1888 Ordem Cyclopoida Família Oithonidae Oithona hebes Santos,

222 Oithona oswaldocruzi Oliveira, 1945 Oithona sp. Ordem Poecilostomatoida Familia Oncaeidae Oncaea media Giesbrecht, Família Clausididae Hemicyclops thallassius Vervoort & Ramírez, 1966 Família Cyclopidae Ciclops sp. Familia Ergasilidae Ergasilus euripedesi Montú, 1980 Ordem Siphonostomatoida Família Caligidae Caligus elongatus Nordmann,1890 Ordem Harpacticoida Família Tachydiidae Euterpina acutifrons (Dana, 1852) Família Canthocampidae Atheyella sp Família Ectinosomatidae Ectinosoma sp. Mycrosetella norvegica (Boeck, 1864) Classe CIRRIPEDIA (náuplios e cypris Barnacle) Classe MALACOSTRACA Ordem Isopoda (Outros) Familia Gnathiidae Paragnathia formica (Hess, 1864) Super Ordem Peracarida Ordem Decapoda Familia Luciferidae Lucifer faxoni Borradaile, Outros Decapodos (larvas) Brachyura ( larvas zoea e megalopa) Pennaeidae (larvas) Porcellanidae (larvas) Caridae Ordem Ostracoda Familia Cyprididae Ordem Amphipoda Ordem Cumacea Familia Nannastacidae Diastylis sp. Phyllum CHORDATA SubPhyllum Gnatostomata Superclasse Pisces Classe Osteichthyes ( ovos e larvas ) SubPhyllum Urochordata(=Tunicata) Classe Appendicularia (=Larvacea) Oikopleura dioica 199

223 A maior variedade (28 táxons) foi registrada para o P2 no estuário do Rio Tibiri, na preamar, enquanto a menor (13 táxons), ocorreu no P2 do rio Anil início da vazante. As variações registradas entre a mínima e a máxima de alguns parâmetros abióticos, como salinidade (entre 8,0 e 38,0 UPS) e oxigênio dissolvido (de 4,31 a 7,35 mg/l), parecem ter tido pouca influência na ocorrência e distribuição de algumas espécies do zooplâncton neste estudo. Contudo, o regime de maré, pode ter exercido uma considerável influência em relação ao número de táxons e a densidade de indivíduos, principalmente em relação aos pontos P1 e P2 destes estuários, nos quais as coletas foram efetuadas, quase sempre em preamar e vazante (Tabelas e ; Figura ). Em alguns pontos, o alto valor da salinidade, favoreceu uma maior diversidade de táxons. Entre os grupos principais desta comunidade, Copepoda foi mais bem representado em variedade de espécies, sendo registrado um total de 31 spp. para a área estudada. Os rios Cachorros (P1) e Anil (P4), ambos com 13 espécies, apresentaram os melhores registros deste grupo, enquanto a menor variedade (7 spp.) foi comum para o P4 dos rios Paciência, Tibiri e Cachorros, assim como o P2 do rio Anil. Entre as espécies deste grupo, 6 foram comuns nestes estuários: Acartia lilljeborgi, Paracalanus crassirostris, Oithona hebes, Euterpina acutifrons O.oswaldocruzi e Subeucalanus pileatus sendo as quatro primeiras as espécies de maior contribuição em biomassa nestes ambientes. Alguns representantes deste grupo foram aqui considerados como visitantes ocasionais, pela pouca freqüência apresentada. (Tabela ). 200

224 Tabela : Ocorrência dos táxons do zooplâncton, por unidade amostral, na área do monitoramento da SEMA, em São Luis(MA) dados primários (novembro/2010). Taxons Est. Rio Anil Est.Rio Cachorros Est.Rio Tibiri Est.Paciência P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 Cymatocylis sp Epiplocylis undella + Favella ehrenbergii Tintinnopsis lobiancoi + + Tintinnopsis tubulusoides + Tintinnopsis bwestchili + + Codonellopsis schabi + Codonella cratera + Foraminifera (bênticos) + + Hidromedusae Sagitta tenuis + + Sagitta sp Oikopleura dióica Amphipoda + Lucifer faxoni (decápodo) + + Isopoda Isopoda (Gnathiidae) + Ostracoda + + Paracalanus crassirrostris Paracalanus aculeatus Paracalanus sp Acartia lilljeborgi Acartia tonsa Acartia sp. + Pseudodiaptomus acutus Pseudodiaptomus marshi Pseudodiaptomus richardi + + Clausocalanus furcatus Subeucalanus pileatus

225 Taxons Rio Anil Rio dos Cachorros Rio Tibiri Rio Paciência P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 Labidocera fluviatilis Pontellopsis villosa + Oithona hebes Oithona sp Oithona oswaldocruzi Hemicyclops thalassius Ectinosoma SP Caligus elongatus + Euterpina acutifrons Cyclops sp + + Ergasilus sp. + Laophonte SP Copepoditos Oncaea media + Atheyella SP Metis jousseaumei + Harpacticoides + + Microsetella norvergica + Darcythompsonia sp + Calanopia americana + + Asplanchnopus multiceps + Brachionus plicatilis + Brachionus calyciflorus + Gastropus SP + Cephalodella + Brachyura (larvas) Briozoa (larvas) Pennaeidae (larvas) Outros Decapodos (larvas) Polychaeta (larvas) Molusco Bivalvia (larvas) Nauplii Copepoda Nauplii de Cirripede

226 Cont. Tabela Ocorrência dos táxons... Taxons Est. Rio Anil Est.Rio Cachorros Est. Rio Tibiri Est. Rio Paciência P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 Cypris de Cirripede + + Gastropoda (larvas) Peixes (larvas) Peixes (ovos) Echinoderma (larvas) + Porcellenidea (larvas) Sergestidae (larvas) + Caridea (larvas) + Cumacea (Dyastylis sp) + Nº Táxons (p/unidade) Tabela : Parâmetros abióticos, por unidade amostral, na área do monitoramento dasema-ma: dados primários (novembro/2010). Parâmetros Ambientais Est. Rio Anil 09/11/2010 Est. Rio Cachorros 10/11/2010 Est. Rio Tibiri 11/11/2010 Est. Paciência 12/11/2010 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 Hora coleta 8:50 9:30 10:17 10:50 9:10 9:40 10:05 10:40 9:38 10:26 10:50 11:35 11:50 11:28 11:00 10:24 Maré Cheia Vaz Vaz Baixa Cheia Vaz Vaz Baixa Cheia Vaz. Vaz Baixa Cheia Vaz Vaz Baixa Salinidade O.D. (mg/l) 7,31 7,13 7,15 7,20 5,16 6,13 6,57 6,59 4,35 6,51 6,41 6,93 4,80 7,24 6,97 5,78 ph 6,44 5,92 6,10 5,90 6,22 6,31 6,19 6,36 6,33 5,8 5,95 6,01 5,67 5,8 5,68 5,9 Temp. (ºC) 29,7 30,0 30,6 30,7 29,8 28,9 29,2 29,7 30,1 30,1 30,2 30,1 31,1 29,7 29,1 29,1 203

227 Figura : Riqueza de espécies do zooplâncton, por unidade amostral, na área do monitoramento da SEMA - MA, em São Luis(MA) : dados primários nov/2010. As espécies de copepodos registrada neste estudo, para os estuários, têm sido referenciada em outros ambientes estuarinos maranhenses por Lopes (2009; 2006; 2005; 2004; 2003); Martins et al.(2006), sendo também reportados por diversos autores, em concordância com outras áreas estuarinas do Brasil (Eskinaze-Sant anna, & Tundizi, 1996). Entre os Protozoos, representados por Tintinnida principalmente, 8 espécies foram registradas, sendo Favella ehrenbergii, a espécie de melhor distribuição nos ambientes onde ocorreram (principalmente nos rios Anil, Tibiri e Paciência), seguidos por Cymatocylis sp., cuja frequência ocorreu em apenas 25% das amostras analisadas. Os foraminiferos bênticos foram pouco representativos, ocorrendo em apenas dois pontos amostrados: P3- Anil e P4- Paciência. Outros Organismos como Hidromedusae, Chaetognatha (Sagitta sp),isopoda e Apendicularia (Oikopleura dioica), foram frequentes, mas pouco expressivos nos ambientes estudados, enquanto o decapodo Lucifer faxoni, o isopoda Gnathiidae, Amphipoda e Ostracoda tiveram presença restrita a um ou outro ponto destes estuários, considerados raros na área estudada. 204

228 Os rotiferos foram raros na área estudada, mesmo nos pontos onde a salinidade foi baixa, pois são organismos oriundos de água doce, sendo comuns em águas salobras. Brachionus plicatilis, B. calyciflorus,cephalodella, Gastropus sp. e Asplanchnopus multiceps foram os únicos taxos identificados para os dois pontos onde ocorreram. No meroplâncton, as distribuições qualitativas nos estuários estudados foram consideráveis em quase todos os pontos amostrados, sendo freqüentes, neste período, as larvas de Polychaeta, Brachyura, Pelecípoda (Mollusca), náuplios Cirripedia e de Copepoda e larvas de outros decápodas, enquanto larvas e ovos de peixes e de gastrópodas ocorreram em apenas 1/3 de todo o material analisado. 205

229 Tabela : Densidade, abundância dos grupos e índices bióticos do zooplâncton, na área monitorada pela SEMA - MA: dados primários (Nov/2010). Estuário do rio Anil Estuário do rio dos Cachorros Estuário do rio Tibiri Estuário do rio Paciência P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 P1 P2 P3 P4 Grupos de Táxons Protozoa Rotifera Copepoda Outros Larvas Ind/m ,06 469,39 994,9 45, ,81 % 71,50 4,38 9,30 0,42 14,40 Ind/m 3 341,46-585,36-624,39 % 22,01-37,74-40,25 Ind/m 3 122,81-460,53 74,56 692,98 % 9,04-34,11 5,52 51,33 Ind/m 3 878, ,41 136,58 726,83 % 31,31-37,92 4,85 25,92 Ind/m 3 117,15-799,16 251, ,2 % 4,93-33,63 10,55 50,89 Ind/m ,66 191,11 884,44 % ,08 8,16 37,76 Ind/m ,90 455, ,66 % ,13 14,57 45,30 Ind/m ,53 229, ,60 % ,12 5,35 69,53 Ind/m 3 201, ,26 105, ,61 % 6,49-53,64 3,40 36,47 Ind/m , ,27 360,57 879,81 % 77,84-12,71 2,75 6,70 Ind/m ,15 113,54 593,88 % ,32 7,98 41,70 Ind/m ,06 84,58 194,03 % ,87 9,70 22,43 Ind/m , ,37 84, ,15 % 23,44-40,50 1,93 34,13 Ind/m , ,76 131, ,40 % 57,29-25,90 1,32 15,49 Ind/m , ,94 428, ,63 % 53,62-9,5 3,71 33,17 Ind/m ,10 58,86 632,48 149,57 897,43 % 59,60 1,36 14,70 3,48 20,86 Nº TOTAL (Ind./m 3 ) Atributos da Comunidade S(nº H log 2 J táxons) ,8 27 2,26 0, ,2 13 3,30 0, ,8 20 3,80 0, ,8 25 3,60 0, ,5 27 3,86 0, ,2 20 3,53 0, ,57 0, ,7 20 3,26 0, ,5 22 3,26 0, ,9 28 1,95 0, ,5 16 3,35 0,84 865,6 14 3,22 0, ,6 19 3,07 0, ,4 19 2,24 0, ,0 24 2,37 0, ,4 22 2,54 0,57 206

230 Variação da densidade e abundância do zooplâncton (Tabela ; Figuras e ). Os valores registrados para as densidades (nº ind.m³) neste estudo recente, na área amostrada, os números variaram de ,9 ind/m³ a 865,6 ind./m³ para o P2 e o P4 do rio Tibiri, respectivamente. As maiores densidades ocorreram nos pulsos de maré alta dos estuários em estudo, ocasionada principalmente pela entrada de água com maior teor salino e com uma maior oferta de nutrientes. Dessa forma, nestes ambientes, a densidade do protozooplâncton (principalmente os loricados-tintinnida) tende a aumentar consideravelmente (Fenchel 1987; Laybourn-Parry 1992). Fato este observado neste estudo onde, o tintinnidio Favella erhenbergii foi o organismo dominante, com valores expressivos de ,34 ind./m³ (P2-Tibiri); de 7.653,06 ind./m³ (P1-rio Anil) e de 6.193,88 ind./m³ (P3- rio Paciência) representando, respectivamente, 77,84%, 71,48% e 53,62 % do total do zooplâncton nestes ambientes Nos rios Paciência e Anil, estes organismos tiveram uma distribuição quase uniforme para todos os pontos amostrados. Figura : Densidade do zooplâncton (nºind/m³) por unidade amostral, na área de monitoramento da SEMA - MA, em São Luis (MA): dados primários (novembro/2010). Com relação à abundância de organismos, neste estudo os copépodes, presente em todas as amostras, foram pouco expressivos, com registro 207

231 máximo de pouco mais que 67% do zooplâncton total (no P4 do Tibiri) e o mínimo de 9,30% (no P1 do rio Anil e P3 do rio Paciência). Na maioria dos pontos onde estes organismos foram pouco abundantes, deveu-se principalmente às ocasionais abundâncias do protozooplâncton (o tintinnidio Favella erhenbergi) como também de larvas meroplanctônicas. Os copepodes chegam a constituir normalmente, em média de 70 a 90 % da densidade e abundância zooplanctônica. Sendo organismos herbívoros, omnívoros, carnívoros ou detritívoros são, portanto, fundamentais nas cadeias alimentares marinhas, principalmente dos peixes planctóforos (Bonecker et. al, 2002) e os estágios larvais dos copépodes (náuplios e copepoditos) representam uma fonte de alimentos fundamental para as larvas e juvenis do ictioplâncton (Cushing, 1977). Estudos efetuados por Lopes, (2004) na baía de São Marcos e áreas adjacentes estes organismos chegaram a constituir de 75% a 93% do total do zooplâncton em quase todas as amostras analisadas. Com relação às densidades de copépodes, os valores atualmente registrados para as áreas amostradas, não chegaram a ind./m³. O máximo registro deste atributo ocorreu no P2 do rio Paciência com 2.575,76 ind.m³( 25,90% do total do zooplâncton). Estes organismos constituem valiosa fonte de alimento e fluxo de energia nos ecossistemas aquáticos, aos diferentes níveis tróficos. 208

232 Figura : Abundância do zooplâncton, por unidade amostral, na área do monitoramento da SEMA - MA, em São Luis(MA) dados primários (novembro/2010). O grupo das larvas meroplanctônicas também foram expressivas, em alguns pontos dos estuários amostrados, atingindo um máximo de 2.979,60 ind./m³ no P4 do rio dos Cachorros, coincidindo com o maior percentual destes organismos 69,53 % do total, seguido do P1 do rio Anil e P2 do Paciência, ambos com densidade de ind./m³. Estudos até então realizados nestas áreas da baía e áreas estuarinas adjacentes, mostram que larvas de interesse econômico como as de crustáceos (caranguejos, siris, camarão), moluscos bivalvos (sururus e sarnambis) e gastrópodos, larvas de Polychaeta, larvas de Peixes, são de grande importância nestes ambientes, também como elementos básicos na teia trófica chegando, algumas vezes (conforme o período propício para seus desenvolvimentos) a alcançar valores expressivos no total. Índices Bióticos do Zooplancton (Tabela ; Figura ) Neste estudo, os Índices de Diversidades (H ) calculados para os estuários amostrados apontou níveis que variaram, em média, entre 3,56 bits.ind-¹, (Rio 209

233 dos Cachorros ) e 2,55 bits.ind-¹ (Rio Paciência), assim como a equitabilidade (J ), cujos valores médios oscilaram, respectivamente, entre 0,81 e 0,59, nestes estuários. Com relação às unidades de amostragem o maior índice de diversidade ocorreu no P1 do Rio dos Cachorros (H = 3,86), e o menor registro foi para o P2 do rio Tibiri (H=1,95), sendo para este último ponto também a menor equitabilidade (J =0,41), enquanto o maior valor deste atributo (J=0,89) foi observado para o P2 do rio Anil. (Tabela ; Figura ). Figura : Indices Bióticos do zooplâncton por unidade amostral, na área do monitoramento da SEMA - MA, em São Luis (MA): dados primários (novembro/2010). A baixa diversidade registrada para o P2 do Tibiri (H= 1,95 bits.ind¹), deve-se à expressiva dominância do tintinnida Favella erhenbergii, sendo esta a espécie dominante com ,34 ind./m³, atingindo o percentual máximo de 77,84% do total da comunidade zooplanctônica, evidenciando uma distribuição de baixa equitabilidade (J =0,41) entre os indivíduos. Da mesma forma, no P1 do rio Anil (7.653,08 ind./m³) e P2 e P3 do Paciência (5.696,97 e 6.193,88 ind./m³, respectivamente), foram estes organismos responsáveis por índices médios de diversidade (H=2,26, 2,24 e 2,37 bits ind-¹). Na maioria dos pontos onde a 210

234 diversidade foi maior e a equitabilidade também atingiu valores consideráveis, vários organismos contribuíram na densidade de forma que a dominância ocorreu por conta de várias espécies, tornando a distribuição mais uniforme. De modo geral estes valores refletem, de certa forma, condições razoavelmente boas de conservação das águas para a biota aquática destes ambientes, cujos índices médios para cada estuário variou de H=3,56 bits.ind-¹ a H=2,56 bits. ind-¹, respectivamente, para o rio dos Cachorros e rio Paciência. CONSIDERAÇÕES FINAIS De modo geral, para estes estuários foram registrados um total de 71 táxons, predominando os organismos holoplanctônicos com 55 táxons (77,46%) em relação às larvas meroplanctônicas 16 táxons (22,54 %) podendo ser considerados de alta biodiversidade para estes ambientes. A densidade e número de táxons são características de ambientes costeiros tropicais eutrofizados e altamente dinâmicos pela influência das águas da bacia de drenagem e da plataforma continental devido a variação de maré. Por outro lado, entre todos os táxons encontrados, 40 destas foram considerados raros, por terem ocorrido em uma amostra ou duas amostras. A influência da maré mostrou uma tendência ao incremento de densidade e número de táxons em horário de maré cheia e baixos valores de densidade e número de táxons em maré vazante, com exceção das amostras do rio Paciência que apresentaram um padrão inverso. Foram freqüentes as larvas de Polychaeta, zoeas de Brachyura, Bivalvia, Náuplios de Copépodos, Cirripedia e Larvas de outros decápodos, destacandose os tres primeiros como os mais abundantes. As altas concentrações de salinidade registradas para estes estuários, neste período, evidenciam a forte influência da maré salina (Tab.2), principalmente nos pontos 1 e 2, localizados nas áreas mais internas destes ambientes (Fig.1), onde o aporte de água doce (8 no P1-Anil ) não chegou a causar grandes oscilações na diversidade de táxons. 211

235 Em se tratando de ambientes estuarinos, durante a maré vazante é comum encontrar espécies que tenham menor afinidade por salinidade, enquanto na maré cheia é comum a entrada de organismos de águas oligotróficas oriundas da plataforma continental, para as partes mais internas dos estuários. Neste estudo, as coletas nestes pontos foram efetuadas em maré cheia, devido às dificuldades de acesso aos mesmos em maré baixa, o que justifica, em síntese, a abundância ocasional e considerável dos tintinnidios nos pontos 1 e 2 de quase todos os estuários devido a grande influência das águas provenientes da plataforma continental, devido a afinidade destes organismos por águas mais salinas (Boltovskoy 1990) Os resultados obtidos nos permitiram evidenciar que a população zooplanctônica destes estuários não apresentou grandes variações. Constituiuse basicamente por uma fração significativa de holoplâncton, caracterizado pela dominância de Copépoda (rio dos Cachorros e rio Tibiri) e abundância ocasional de Tintinnida (rios Anil e Paciência); outra considerável fração do meroplâncton nos quais as larvas de Brachyura, Polychaeta, Bivalvia e os nauplii de Cirripedia foram freqüentes e em alguns pontos chegaram a ser abundantes (P4 do rio dos Cachorros; P1 do rio Anil; P1 e P2 do Paciência). Neste estudo, parcialmente baseado em análise de amostras biológicas obtidas em um curto período amostral, nos estuários acima referidos, os resultados sobre a biodiversidade e atributos da comunidade zooplanctônica estiveram dentro de um padrão aparentemente normal, de uma fauna planctônica com características estuarinas, peculiares de um ecossistema pouco antropizado, Este fato, possivelmente está relacionada às adaptações destes organismos às constantes mudanças nas condições ambientais, como: parâmetros hidrológicos, dinâmica de correntes e do sedimento na área estudada. Este conjunto, em geral, condiciona a permanência, a sobrevivência e maior disponibilidade de opção alimentar para os organismos desta comunidade, o que reforça a hipótese de condições de equilíbrio nestes ecossistemas. 212

236 RECOMENDAÇÕES A evolução trófica e a estabilidade das comunidades biológicas nos ambientes aquáticos podem ser avaliada por meio de levantamento de dados da abundância, riqueza e diversidade do zooplâncton e de sua dinâmica sazonal ao longo dos períodos hidrológicos. Assim sendo, o monitoramento ambiental fornece informações sobre os fatores que influenciam no estado de conservação, preservação, degradação e recuperação ambiental. Desse modo, tornam-se extremamente necessários estudos científicos que subsidiem políticas que incorporem o planejamento estratégico, visando uma gestão costeira adequada para estes ambientes, levando em conta não só as condições sócio-econômicas como as ambientais, priorizando a efetivação de planos de controle e monitoramento, assim como o incentivo à fiscalização de empreendimentos, principalmente aqueles voltados para o uso e exploração econômica destas áreas. Com relação aos parâmetros bioindicadores da qualidade ambiental a serem contemplados durante o período de Monitoramento Ambiental a comunidade planctônica faz-se necessária não apenas pela sensibilidade que estes organismos apresentam às alterações, tanto de ordem natural quanto antropogênicas, mas ainda porque a diversidade biológica deve ser conservada pela sua importância relevada e presumível para a humanidade. Além disso, esta comunidade apresenta um caráter muito dinâmico, com elevadas taxas de reprodução e perda, respondendo rapidamente às alterações físicas e químicas do meio aquático e estabelecendo complexas relações intra e interespecíficas na competição e utilização do espaço e dos recursos (Valiela, 1995) Ressalta-se, contudo, a importância da participação dos segmentos governamentais, principalmente no que se refere a Recursos orçamentários condizentes, de maneira a permitir a elaboração de planos de gerenciamento compatíveis com as necessidades locais e reais, para a melhoria da qualidade dos ecossistemas em questão. 213

237 5.4. Ictioplancton INTRODUÇÃO Mesmo já ter sido assunto trabalhado em alguns relatórios técnicos (LABOHIDRO, 1984, 1985, 2005; DEOLI, 2009; DEOLI, 2010), em trabalho de conclusão de curso (Andrade & Lopes 2006) e até mesmo trabalho científico publicado (Bonecker et al., 2007) o ictioplâncton estuarino-costeira do Maranhão é pouco conhecido. Até o momento o domínio oceânico é a área com uma maior abordagem sobre o ictioplâncton (Silveira, 2003 e 2008). Na região costeira, estudo em andamento numera aproximadamente 13 espécies (Silveira et al., 2010). Este número ainda é pouco representativo diante do registro de número de espécies marinhas e estuarinas conhecidas no Brasil (N = 722) incluindo Chondrichthyes (Fishbase 1998, ICLARM/FAO). Os estuários apresentam grande importância como área de criadouro para ovos, larvas e juvenis de peixes (Chao et al., 1985). Qualquer alteração nesses ambientes poderá influenciar negativamente na pesca. Devido a isto a realização de estudos que permitam avaliar o potencial de ovos e larvas de peixes nestas regiões é de grande importância, pois poderá detectar alterações possíveis de ocorrer nestes ambientes. Assim o presente estudo tem como objetivo o levantamento quali e quantitativo do ictioplâncton na Ilha do Maranhão de modo a contribuir para o conhecimento da composição, abundância, densidade e ocorrência do ictioplâncton na costa maranhense METODOLOGIA Foram realizados 16 pontos de coleta no período de 09/11 a 12/11 de 2010 na Ilha do Maranhão distribuídos da seguinte forma: Rio Anil, Rio dos Cachorros, Rio Tibiri e Rio Paciência cada com 4 pontos amostrais (1, 2, 3, e Foz) totalizando 16 amostras. O ictioplâncton foi coletado através de arrastos horizontais na superfície utilizando rede de plâncton malha de 200 µm com 3 minutos de duração. As amostras obtidas foram fixadas em formol a 4%. A identificação das larvas de 214

238 peixes foi realizada ao nível taxonômico mais baixo possível de acordo com as seguintes obras: Richards (2006); Boltovskoy (1999); Oxenford et al. (1995); Farooqi et al. (1995); Olivar e Fortuño (1991); Matarese et al. (1989); Okyama (1988); Moser (1984); Arhlstrom Symposium (1983); Fahay (1983); Smith (1979); Sttaiger (1965); entre outros. Os cálculos de densidade tiveram o auxílio do cálculo da distância, cuja fórmula é d=v*t, na qual foi possível obter, juntamente com a área da boca da rede, o volume de água filtrada. A abundância relativa (%) foi calculada de acordo com a fórmula: Ar=(Na*100)/NA. A freqüência de ocorrência (%) foi calculada pela fórmula: Fo=(Ta*100)/TA RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi identificado um total de 223 ovos e 208 larvas de peixes nas amostras triadas (16 amostras). As larvas identificadas correspondem a 4 famílias e 5 espécies. Os ovos estiveram ausentes nas amostras do Rio Anil, enquanto que no Rio paciência foram registrados com um total de 213. As larvas de peixes coletadas estão representadas da seguinte forma: Clupeidae Opisthonema oglinum, Hemiramphidae Hyporhamphus unifasciatus, Engraulidae Anchovia clupeoides, Sciaenidae Cynoscion sp. e Cynoscion leiarchus (Tab ). Tabela 5.4-1: Ocorrência dos taxons nos pontos amostrais coletados na Ilha do Maranhão, São Luís MA. 09/11 a 12/11 de Taxa/Pontos de coleta Rio Anil Rio dos Cachorros Rio Tibiri Clupeidae (p) Opistonema oglinum (Lesueur, 1818) x x x Rio Paciência Hemiramphidae (ar) Hyporhamphus unifasciatus (Ranzani, 1841) x Engraulidae (p) Anchovia clupeoides (Swainson, 1839) x x x x Sciaenidae (d) x x Cynoscion sp. x x x Cynoscion leiarchus (Cuvier, 1830) x x OVOS x x x p = pelágica; d = demersal; ar = associada a recife: x = presente 215

239 De acordo com a tabela no Rio Anil foi onde esteve registrado o menor número de espécies, enquanto que a maior representação de número de espécies foi registrada no Rio Tibiri. A abundância relativa mostrou que Opisthonema oglinum dominou no Rio Anil com 95% do total das amostras neste ponto amostral. Anchovia clupeoides dominou no Rio dos Cachorros (95%) e Paciência (42%) e apresentou alta abundância no Rio Tibiri (32%). Cynoscion sp. dominou com 45% das larvas coletadas no Rio Tibiri (Figura 5.4-1). Figura 5.4-1: Abundância relativa (%) das espécies de larvas de peixes coletadas na Ilha do Maranhão, São Luís MA: A Rio Anil; B Rio dos Cachorros; C Rio Tibiri; D Rio Paciência. 09/11 a 12/11 de

240 Os cálculos de freqüência de ocorrência mostram que Opisthonema oglinum e Anchovia clupeoides foram muito freqüentes (75% cada) no Rio dos Cachorros, no entanto nos demais Rios estas foram pouco freqüentes. Cynoscion sp. foi muito freqüente (75%) no Rio Tibiri, nos demais Rios foi pouco freqüente ou não ocorreu (Fig ). Figura 5.4-2: Freqüência de ocorrência (%) das espécies de larvas de peixes coletadas na Ilha do Maranhão, São Luís MA: A Rio Anil; B Rio dos Cachorros; C Rio Tibiri; D Rio Paciência. 09/11 a 12/11 de A densidade de larvas de peixes variou de 2 a 366 larvas/ 100 m 3. Os maiores valores de densidade (366 e 71 larvas/ 100 m 3 ) foram registrados no ponto foz e ponto 3 do Rio dos Cachorros respectivamente. O ponto 1 do Rio Anil com 44 larvas/ 100 m 3 obteve também alta densidade, assim como também o ponto foz do Rio Tibiri com 20 larvas/ 100 m 3 (Fig ). 217

241 Figura 5.4-3: Densidade (larvas/ 100 m 3 ) das espécies de larvas de peixes coletadas na Ilha do Maranhão, São Luís MA. 09/11 a 12/11 de O número de ovos registrado neste estudo foi superior ao número de larvas. Segundo Weiss (1981) o transporte de ovos planctônicos em regiões estuarinas é principalmente regido pelos fluxos de penetração de água marinha devido estes serem de origem marinha e pelo seu caráter passivo de transporte. O elevado número de ovos registrado neste estudo sugere período de desova. Através dos dados obtidos podemos sugerir que a área estudada é favorável para o desenvolvimento de larvas de diferentes habitats, pois foram registradas larvas de peixes pelágico, demersal e associado a recifes. Nos pontos amostrais o clupeídeo Opisthonema oglinum, o engraulídeo Anchovia clupeoides e o sciaenídeo Cynoscion sp. (Anexo 5.4-1) dominaram. Resultado semelhante foi registrado por alguns estudos realizados na Ilha do Maranhão (LABOHIDRO, 1984, 1985; Bonecker, 2007; DEOLI, 2010). 218

242 Tal dominância pode ser explicada pelo padrão de uso ecológico do ambiente estuarino que estas espécies apresentam. Opisthonema oglinum apresenta padrão migrante marinha, Anchovia clupeoides e Cynoscion sp. estuarina oportunista, ou seja, estas espécies entram nos estuários para completar apenas uma etapa do seu ciclo de vida, utilizando estes como área de alimentação ou de reprodução. Esta etapa corresponde aos primeiros estágios de vida destes peixes, objeto deste estudo. Ainda para explicar tal dominância pode ser citado aqui que Anchovia clupeoides e Opisthonema oglinum formam cardumes muito grandes em áreas de manguezais e quase penetram em água doce. Ecologicamente, estas espécies formam uma base de forragem importante para predadores grandes de peixes (Whitehead, et al.,1988; Finucane e Vaught, 1986). Cynoscion sp. tolera grande variações de salinidade, o que lhes permite habitarem estuários fortemente influenciados pela água doce (Camargo & Isaac, 2003). Comercialmente Opisthonema oglinum é alvo da pesca artesanal em alguns países da America Latina (Patterson e Santos, 1992; Stevenson e Carranza, 1981; Reintjes, 1978). Esta é usada como farinha de peixe e óleo de peixe (Patterson e Santos, 1992). Somente uma pequena quantidade é utilizada para consumo humano (Reintjes, 1978). Na Ilha do Maranhão esta espécie, assim como a Anchovia clupeoides e a Cynoscion sp. são também alvo da pesca artesanal e são utilizadas basicamente para consumo humano. No Caso do Cynoscion sp., sua valorização comercial é ainda maior devido a excelente qualidade da carne (Almeida et al., 2007). O registro de um elevado número de ovos e de espécies de importância comercial e de consumo humano neste estudo enfatiza a importância dos estuários estudados como área de desova e crescimento de espécies de interesse para a pesca. Vale ressaltar ainda a importância destes para a costa maranhense, pois esta é tradicionalmente o principal produtor de pescado da Região Nordeste do Brasil. 219

243 5.5. Ictiofauna INTRODUÇÃO As zonas costeiras abrigadas, tais como estuários e lagoas, são de grande importância para a sobrevivência de uma grande quantidade de espécies de interesse comercial, por oferecerem abrigo e alimento a diversas fases do ciclo de vida dos teleósteos (Pereira & Soares-Gomes, 2002). A importância dos estuários para a economia pesqueira fundamenta-se essencialmente sobre sua produtividade orgânica. Além de moluscos, cujas populações se desenvolvem permanentemente em altas densidades nos estuários, algumas espécies marinhas de peixes e crustáceos de alto valor comercial, dependem por exigências relacionadas ao seu desenvolvimento, de uma permanência temporária nesses ambientes, durante as primeiras fases do ciclo de vida (McHugh, 1985). Entre os principais recursos potencialmente exploráveis nos estuários, destacam-se as populações de peixes pela expressiva fonte de suprimento alimentar de proteínas e pela notável biomassa disponível. Sob o ponto de vista ecológico, o balanço energético dentro do sistema estuarino e regulado pelas comunidades ictiofaunísticas que desempenham importante função através dos processos de transformação, condução, troca e armazenamento de energia nos vários níveis tróficos do ecossistema (Yanez-Arancibia, 1978). As comunidades de peixes são mais frequentemente usadas para avaliar ou monitorar mudanças em ambientes estuarinos. Devido sua posição dentro da bacia de drenagem, esses ambientes estão entre os mais impactados por atividades humanas. Por apresentar características marinhas e de água doce, os estuários abrigam uma ampla diversidade faunística com requisitos básicos para seus ciclos de vida, tais como habitats chaves para reprodução, alimentação e crescimento (Lobry et al., 2003). As modificações impostas ao ambiente estuarino que contribuem para o deslocamento do seu ponto de equilíbrio têm como consequência imediata à alteração do padrão de diversidade faunística. Isto faz com que medidas de diversidade associadas às variações ambientais naturais, seja um dos 220

244 aspectos importantes a ser estudado quando se tem a atenção voltada para populações submetidas a impactos de natureza antrópica (Castro, 1997). Destaca-se, ainda, a alta sensibilidade de muitas espécies às variações do ambiente, a disponibilidade de informações sobre o ciclo de vida, a diversidade de níveis tróficos, e a posição dos peixes no topo da cadeia alimentar em relação a outros indicadores de qualidade de água, como diatomáceas e invertebrados, favorecendo uma visão integrada de todo o ambiente aquático (Araújo 1998; Whitfield, 1998). Assim, quando se pretende implementar o gerenciamento e o manejo dos recursos produzidos nas zonas costeiras, é particularmente importante incrementar a compreensão dos mecanismos básicos que controlam a ecologia dos peixes estuarinos. Neste sentido, este estudo objetivou apresentar o levantamento ictiológico e suas características gerais (aspectos ecológicos da assembleia de peixes relacionados à distribuição espacial, estrutura e composição) da zona estuarina dos Rios Paciência, Anil, Cachorros e Tibiri visando gerar subsídios para o Gerenciamento Costeiro da Orla da Ilha de São Luís MA para posterior elaboração e implementação de políticas publicas de preservação e conservação ambiental que garantam a integridade e a exploração sustentável dos recursos pesqueiros da região METODOLOGIA Dados Primários Foram realizadas duas amostragens em 4 estuários pré-selecionados para a captura da ictiofauna, sendo: Estuário do Rio Paciência (Igarapés Cumbique e Massara), estuário do Rio Anil (Igarapés Ipase e Vinhas), estuário do Rio Tibiri (Igarapés Matadouro e Boca) e estuário do Rio dos Cachorros (Igarapés Cabeceira e Boca). As capturas foram realizadas utilizando redes de emalhar do tipo tapagem, conforme detalhamento apresentado abaixo. Redes de tapagem - são aparelhos de pesca fixos com comprimento variando de 100 a 200 metros que tem como finalidade fechar o igarapé na preamar para recolher os peixes que margeiam o mangue ou que penetram 221

245 parcialmente nele. Apresentam um curral (engano) que tem na sua entrada duas varas com uma distância de no mínimo 50 cm entre si, com a finalidade de impedir a saída dos animais capturados. O tamanho da malha é de 2 cm entre nós para as bocas e corpo das enseadas e de 1 cm entre nós para o engano, enquanto que a altura varia de 4 a 5 m, ficando geralmente 1 m acima da água na preamar. As redes são sustentadas por varas de mangues fincadas no leito e seguras por uma corda que atravessa o igarapé, a qual é amarrada nas margens do manguezal. Durante a baixa-mar as redes são posicionadas próximo ao substrato, estando completamente fechadas. Na estofa de preamar a rede é suspensa, retendo os peixes que saem do manguezal acompanhando a maré vazante. A despesca ocorre na baixa-mar, sendo necessários três pescadores e uma canoa para realizar toda a operação. Após a coleta, os peixes foram acondicionados em sacos plásticos etiquetados com informações do tipo: local de amostragem, data e horário de captura, sendo posteriormente colocados em caixas de isopor contendo gelo e transportados para o Laboratório de Hidrobiologia (LABOHIDRO), onde foram determinadas as características biométricas e efetuada a identificação das espécies baseada em CERVIGON (1966), CERVIGON et al. (1992), FIGUEIREDO (1977), FIGUEIREDO & MENESES (1980, 2000) e FISHER (1978). De cada exemplar foram obtidos os dados de comprimento total (mm), peso total (g) e sexo Diversidade Ictiofaunística Para caracterizar a relação da abundância de espécies na comunidade ictiofaunística foram empregados índices informativos que estimam a diversidade, equitabilidade e riqueza das espécies nos diferentes pontos de captura dos sistemas estuarinos analisados Dados Secundários O desenho amostral utilizado seguiu os propósitos da coleta de dados, especificando o estuário como o universo de interesse. A representatividade em relação ao tempo e espaço, é reconhecidamente um fator limitante nesta investigação, tendo em vista a natureza do trabalho e a importância da 222

246 sazonalidade na modificação de algumas características físico-químicas do ambiente estuarino. Assim, as informações sobre a ictiofauna foram complementadas pelo resgate de dados secundários, baseadas em referências bibliográficas do acervo da Biblioteca Setorial do LABOHIDRO-UFMA, referentes às bacias hidrográficas estudadas. Essas informações encontram-se reunidas em Monografias de Graduação, Relatórios de Projetos de Pesquisas, Dissertações de Mestrado e Artigos Científicos RESULTADOS Dados Primários Durante as coletas efetuadas nos igarapés dos estuários do rio Paciência, Anil, Tibiri e Rio dos Cachorros, capturou-se um total de indivíduos, sendo registradas 41 espécies de peixes, distribuídas em 9 ordens, 25 famílias e 36 gêneros. Algumas espécies capturadas são apresentadas no anexo A composição dos quatro ambientes em percentual das espécies mostrou que 85,2% são pertencentes das ordens Siluriformes, Perciformes e Clupeiformes (Figura 5.5-1). Figura Composição percentual das espécies por ordens de peixes capturados nos quatro estuários dos Rios Paciência, Anil, Tibiri e Cachorros. Dentre as famílias mais abundantes que ocorreram nos estuários destacaramse as famílias Ariidae (55%), Gerreidae (27%), Sciaenidae (9%) e Mugilidae (9%) (Figura 5.5-2). 223

247 Figura Composição percentual do número de indivíduos das famílias de peixes dos quatro estuários estudados. A Tabela sintetiza o número de espécies, ordens e famílias que ocorreram nos quatro estuários estudados. Tabela Demonstrativo do número de espécies, famílias e ordens dos peixes capturados nos estuários dos rios Paciência Anil, Tibiri, Cachorros. Estuários Nº Espécies Nº Famílias Nº Ordens Paciência Anil Tibiri Cachorros A lista taxonômica da ictiofauna e os respectivos nomes comuns das espécies dos estuários dos rios Paciência, Anil, Cachorros e Tibiri são apresentados abaixo. A sequência das ordens e famílias segue o roteiro de NELSON (1984) e os nomes científicos com nomenclatura binária das espécies estão em ordem alfabética. Atualizações dos nomes científicos das espécies foram realizadas segundo nomenclatura atual adotada pelo FISHBASE (2010). Classe Actinopterygii Ordem Batrachoidiformes Família Batrachoididae Ordem Clupeiformes Batrachoides surinamensis (Bloch & Schneider, 1801) Pacamão 224

248 Família Engraulidae Anchovia clupeoides (Swainson, 1839) Sardinha Olhuda Cetengraulis edentulus (Cuvier, 1829) Sardinha Verdadeira Ordem Cyprinodontiformes Família Anablepidae Anableps anableps (Linnaeus, 1758) Tralhoto Ordem Elopiformes Família Elopidae Elops saurus Linnaeus, 1766 Urubarana Família Megalopidae Megalops atlanticus Valenciennes,1847 Perapema Ordem Mugiliformes Família Mugilidae Mugil curema Valenciennes, 1836 Tainha Sajuba Mugil gaimardianus Desmarest, 1831 Tainha Pitiu Ordem Perciformes Família Carangidae Oligoplites palometa (Cuvier, 1832) Tibiro Amarelo Caranx latus Agassiz, 1831 Xareú Família Centropomidae Centropomus parallelus Poey, 1860 Camurim Branco Centropomus pectinatus Poey, 1860 Camurim Preto Família Cichlidae 225

249 Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) Tilápia Nilótica Família Echeneidae Echeneis naucrates Linnaeus, 1758 Rêmora Família Ephippidae Chaetodipterus faber (Broussonet, 1782) Parú Família Gerreidae Diapterus rhombeus (Cuvier, 1829) Peixe Prata Eucinostomus gula (Cuvier, 1830) Escrivão Família Haemulidae Genyatremus luteus (Bloch, 1790) Peixe Pedra Família Lutjanidae Lutjanus jocu (Bloch & Schneider, 1801) Carapitanga Família Polynemidae Polydactilus virginicus (Linnaeus, 1758) Barbudo Família Sciaenidae Bairdiella ronchus (Cuvier, 1830) Cororoca Cynoscion acoupa (Lacepède, 1802) Pescada Amarela Cynoscion leiarchus (Cuvier, 1830) Pescada Branca Macrodon ancylodon (Bloch & Schneider, 1801) Pescada Gó Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823) Cururuca Nebris microps Cuvier, 1830 Amor-sem-olho Stellifer naso (Jordan, 1889) Cabeçudo Preto Stellifer rastrifer (Jordan, 1889) Cabeçudo Branco 226

250 Família Serranidae Epinephelus itajara (Lichtenstein, 1822) Mero Família Trichiuridae Trichiurus lepturus Linnaeus, 1758 Guaravira Ordem Pleuronectiformes Família Achiridae Achirus lineatus (Linnaeus, 1758) Solha Família Cynoglossidae Symphurus plagusia (Bloch & Schneider, 1801) Linguado Ordem Siluriformes Família Ariidae Amphiarius rugispinis (Valenciennes, 1840) Hexanematichthys bonillai (Miles, 1945) Sciades herzbergii (Bloch, 1794) Família Aspredinidae Aspredinichthys tibicen (Valencienns, 1839) Viola Família Auchenipteridae Pseudauchenipterus nodosus (Bloch, 1794) Papista Ordem Tetraodontiformes Família Tetraodontidae Colomesus psittacus (Bloch & Schneider, 1801) Baiacú-açú Sphoeroides testudineus (Linnaeus, 1758) Baiacú-pininga Diodon holocanthus Linnaeus, 1758 Baiacú-de-espinho 227

251 Nos estuários do rio Paciência, Anil, Tibiri e Rios dos Cachorros das 35, 19, 9 e 12 espécies de peixes identificadas, respectivamente, 21, 10, 7 e 8 apresentaram número de indivíduos inferior a 1%, respectivamente. As Tabelas a apresentam o número de indivíduos, peso total e comprimento com suas respectivas médias, desvios padrões e amplitudes, relativos às espécies de peixes capturadas para os igarapés dos estuários dos rios Paciência, Anil, Cachorros e Tibiri, respectivamente. 228

252 Tabela Número de indivíduos, peso e comprimento com respectivos desvios padrões e amplitude para as espécies de peixes capturadas nos igarapés do estuário do rio Paciência. Igarapé Cumbique Igarapé Massara Espécie Peso (g) Comprimento (cm) Peso (g) Comprimento N N Média ± Total Média ± SD Amplitude Média ± SD Amplitude Total Média ± SD Amplitude SD Amplitude 16,25 ± 14,2 ± Mugil curema ± 19, , , ± 21, ,71 11,5-17,9 10,55 ± 10,6 ± Eucinostomus gula ± 10, ,33 10,2-11, ± 9,52 5,1-50 1,38 7,1-13 Oligoplites palometa ± 0-12,4 ± ± 7, ± 0,98 10,5-13,5 28,57 ± 11,95 ± Genyatremus luteus 5 159,71 19,56 14,4-65,31 9 ± 1,9 7,1-12, ,5 ± 17, , ,9 35,87-14,55 - Micropogonias furnieri 7 452,49 59,41 ± 28,5 120,17 15,2 ± 1,73 12,5-16, ,75 26,1 ± 14,9 56,4 11 ± 1, ,3 Caranx latus 5 128,21 19,2 ± 14,84 16,66-51,73 9,4 ± 1,68 8,2-12, ± 0-9,5 ± 0-23,8 ± Elops saurus 1 80,83 80,83 ± 0-19,7 ± ± 17, ,49 17,9-23,8 Bairdiella ronchus ,7 35,01 ± 7,82 20,07-58,23 11,1 ± 0,83 9,3-12, Symphurus plagusia 4 40,76 9,97 ± 3,35 6,59-11,49 8,2 ± 0,81 7,1-8, Echeneis naucrates 1 11,74 11,74 ± 0-13,7 ± ,65 ± 11,5 ± Cetengraulis edentulus 2 41,29 20,64 ± 0,43 20,34-20,95 0,07 10,6-10, ± 5, ,73 out/13 Diodon holocanthus 2 154,6 77,3 ± 22,18 61,61-92,99 8,5 ± 0,7 9, Batrachoides surinamensis ± 199, ,2 ± 5, , ± 176, ± ,5 Lutjanus jocu ± 48, ,7 ± 1,82 9,7-17, ± 38, ± 2, 43 9,5-14,1 Sphoeroides testudineus ,6 93,6 ± 22,6 32,8-1928,6 12,8 ± 1,23 9,1-14, Stellifer naso ,9 31,9 ± 6,12 20,3-363,9 11,9 ± 0,59 10,9-12, ± 6, ± 0,69 10,

253 Espécie N Igarapé Cumbique Igarapé Massara Peso (g) Comprimento (cm) Peso (g) N Total Média ± SD Amplitude Média ± SD Amplitude Total Média ± SD Amplitude Comprimento Média ± SD Amplitude Nebris microps 1 73,5 73,5 ± 0-16,3 ± Sciades herzbergii ,4 50,95 ± 93,17 28,2-4382,4 16 ± ,5-31, ,85 29,8 ± 10,22 19, ,1 ± 1,21 11,6-17,2 Centropomus pectinatus ,04 82,75 ± 57,02 34,16-265,04 18 ± 3,01 12,5-26, ± 31, ± 2, ,1 Achirus lineatus 1 95,59 95,59 ± 0-14,2 ± ± 111, ,5 ± 4,1 11,1-19,1 Anableps anableps 2 71,9 35,95 ± 11,1 28,1-43,8 12,5 ± 2, , ± 10, ,2 ± 1,21 14,3-18,4 Chaetodipterus faber 7 235,98 32,75 ± 7,5 20,01-50,77 7,5 ± 1 6,4-8, Centropomus parallelus 2 79,45 39,73 ± 6, ,45 12,35 ± 0,9 11, ± 22, ,5 ± 1, Rypticus randalli 1 38,01 38,01 ± 0-11 ± Colomesus psittacus 1 517,17 500,17 ± 0-21 ± ± 89, ,5 ±,19 13,4-18,5 Mugil gaimardianus ,71 44,65 ± 13,9 13,2-78,8 13,2 ± 1,77 9,6-18, ,88 53,39 ± 15,13 21,89-78,83 15,6 ± 1,77 10,6-17,6 Hexanematichthys bonillai ,5 37, 86 ± 9,44 10,7-56,18 14,1 ± 1,96 11,5-25, ± 10,49 10, ,7 ± 1,53 9,6-16,9 Diapterus rhombeus ,3 22,6 ± 7,59 7,71-34,99 8,5 ± 0,95 6,3-9, ± 6, ,4 ± 0, ,4 Trichiurus lepturus Polydactilus virginicus Cynoscion leiarchus Symphurus plagusia ,5 ± 24,74 10, ,75 ± 2, ,5 Cynoscion acoupa ,5 ± 24, ,5 ± 1,95 14,5-21 Stellifer rastrifer ± 7, ± 1, ,1 Anchovia clupeoides 11,4 ± ± 4,88 5,1-25 0, ,6 230

254 Espécie N Igarapé Cumbique Igarapé Massara Peso (g) Comprimento (cm) Peso (g) N Total Média ± SD Amplitude Média ± SD Amplitude Total Média ± SD Amplitude Comprimento Média ± SD Amplitude Total , ,

255 Tabela Número de indivíduos, peso e comprimento com respectivos desvios padrões e amplitude para as espécies de peixes capturadas nos igarapés do estuário do rio Anil. Igarapé Ipase Igarapé Vinhas Espécie Peso (g) Comprimento (cm) Biomassa Comprimento N Média ± N Amplitude Total Média ± SD Amplitude SD Total (g) Média ± SD Amplitude Média ± SD Amplitude Mugil gaimardianus 2 133,04 55,62 ± 77,42 55,62-77,42 15,05 ± 1,9 13,7-16, ,59 43,27 ± 13,18 24,99-57,07 13,15 ± 1,69 11, ,01 ± H. bonillai ± 12, ,3 1, ,05 51,16 ± 12,51 21,67-70,46 15,5 ± 1,22 12,5-17,9 59,77 ± 15,75 ± Sciades herzbergii ,1 69,68 17,86-284,5 4,28 10,4-25, ,17 46,87 ± 89,84 19,51-34,17 14,9 ± 4,77 10,9-28,2 Stellifer rastrifer ± 7,09 5,1-35 9,55 ± 1,13 6,8-11,8 1 24,9 24,9 ± 0-9,3 ± 0 - Megalops atlanticus ,5 ± 335, ,3 ± 7,07 27,3-37, ,28 619,96 ± 315,85 112,79-692,53 31,5 ± 7, Genyatremus luteus 2 38,7 19,35 ± 2,61 17,5-21,2 7,4 ± 8,3 7,4-8, ,78 25,15 ± 10,55 8,16-41,05 8,9 ± 1, ,1 Bairdiella ronchus ,7 16,5 ± 8,06 8,7-35,1 9,3 ± 1,28 7,8-12, ,94 19,85 ± 10,39 13,01-51,56 10,05 ± 1, ,3 48,97 ± 13,55 ± Cynoscion leiarchus 2 97,94 11,38 40,92-57,02 0,91 12,9-14, ,83 33,1 ± 10,72 13,9-50,44 12,2 ± 1,25 9,7-13,7 Centropomus 126,27 ± 105,49-90,75 - pectinatus 2 252,54 29,38 147,05 20,2 ± 1,55 19,1-21, ,65 94,6 ± 16,32 125,71 19 ± 0,88 18,3-20,4 32,35-30,56 - Cynoscion acoupa ,61 53,5 ± 34,35 126, ± 2,51 12,4-19, ,35 63,83 ± 32,18 163,17 16 ± 2,31 11, ,15 ± Stellifer naso ,7 15,97 ± 8,16 7,59-41,2 8,8 ± 1,21 7,8-11, ,27 32,42 ± 10,92 27,51-57,42 0, ,5 276,74 ± 50,37 216,96-810,78 18,4 ± 1, ,4 Colomesus psittacus ,78 Oreochromis niloticus ,28 95,28 ± 0-13, 5 ± 0 - Caranx latus ,58 85,58 ± 0-14,9 ± 0 - Oligoplites palometa ,73 14,87 ± 6,18 10,49-19,29 9,45 ± 1,06 8,7-10,2 232

256 Espécie N Peso (g) Igarapé Ipase Total Média ± SD Amplitude Comprimento (cm) Média ± Amplitude SD N Biomassa Igarapé Vinhas Comprimento Total (g) Média ± SD Amplitude Média ± SD Amplitude P. nodosus ,36 16,18 ± 7 11,23-21,13 11,1 ± 0,84 10,5-11,7 Diapterus rhombeus ,92 13,92 ± 0-7 ± 0 - Mugil curema ,7 59,09 ± 34,1 48,4-143,01 14,05 ± 2, Chaetodipterus faber ,04 19,31 ± 6,75 11,06-29,34 6,3 ± 0,43 5,4-6,5 Total , ,2 233

257 Tabela Número de indivíduos, peso e comprimento com respectivos desvios padrões e amplitude para as espécies de peixes capturadas nos igarapés do estuário do rio Tibiri. Igarapé da Cabeceira Igarapé da Boca Espécie Peso (g) Comprimento (cm) Peso (g) Comprimento N N Total Média ± SD Amplitude Média ± SD Amplitude Total (g) Média ± SD Amplitude Média ± SD Amplitude Sciades herzbergii ± 8, , 05 ± 3,9 10,5-32, ,81 59,73 ± 87,92 29,54-566,57 17 ± 3,62 12,8-32, ± Centropomus pectinatus , ,2 ± 25,4 22, Epinephelus itajara ± 0-39,2 ± Amphiarius rugispinis ± 0-11,7 ± ,03 27,53 ± 2,72 23,95-30,03 12,3 ± 0,36 11,8-12,6 Mugil curema ,5 ± 31, ,5 ± 3,25 11,2-15,8 1 83,52 83,52 ± 0-16,1 ± 0 - Macrodon ancylodon ± 62, ,3 ± 23,9 18,3-23, ,79 15,86 ± 7,31 4,21-30,02 9,75 ± 1,72 7,4-12,5 Colomesus psittacus ± 0-21,5 ± ,72 23,91 ± 7,06 11,53-38,57 7,95 ± 0,84 6,2-9,6 Cynoscion acoupa ± 307, ,9 22,8 ± 9, , Aspredinichthys tibicen ,39 15,15 ± 3,04 11,55-18,9 19,2 ± 1,25 17,4-20,1 Batrachoides surinamensis ,69 86,69 ± 0-16,2 ± 0 - Achirus lineatus ,8 46,81 ± 11,93 23,31-47,87 10,95 ± 1,35 8,4-11,3 Stellifer naso ,29 5,91 ± 6,44 3,34-19,24 6,25 ± 1,46 5,1-8,8 Total ,

258 Tabela Número de indivíduos, peso e comprimento com respectivos desvios padrões e amplitude para as espécies de peixes capturadas nos igarapés do estuário do rio dos Cachorros. Igarapé do Matadouro Igarapé da Cabeceira Espécie Peso (g) Comprimento (cm) Biomassa Comprimento N N Total Média ± SD Amplitude Média ± SD Amplitude Total (g) Média ± SD Amplitude Média ± SD Amplitude Colomesus psittacu ,27 173,85 ± 129,09 69,37-542,45 15,5 ± 2,82 11,6-21, Achirus lineatus 1 47,47 47,47 ± 0-11,1 ± Genyatremus luteus 5 209,1 33,15 ± 25,22 23,32-84,21 9,7 ± 1,89 8,1-12, Anableps anableps 1 53,8 53,08 ± 0-15,9 ± Mugil gaimardianus 2 57,96 28,98 ± 7,52 23,66-34,13 11,2 ± 1,41 10,2-12, Stellifer naso 1 38,17 38,17 ± 0-11 ± Cynoscion leiarchus 2 50,19 25,1 ± 12,31 16,39-33,8 10,7 ± 1,83 9, Cynoscion acoupa 4 202,38 56, 67 ± 22,77 20,06-68,98 14,9 ± 2,33 10,9-15, ,71 ± 36,52-112,07 ± 47,95-19,45 ± Sciades herzbergii ,34 234, ,06 19,7 ± 5,98 13,6-44, ,73 89,32 443,5 3,69 14,2-29,5 Total , ,

259 De acordo com os resultados, as espécies mais abundantes em percentual do número de indivíduos nos estuários estudados foram: Estuário do rio Paciência: Diapterus rhombeus (43,36%); Hexanematichthys bonillai (15,02%); Mugil curema (7,51%); Mugil gaimardianus (6,95%); Sciades herzbergii (5,07%); e Cetengraulis edentulus (4,56%); Estuário do rio Anil: Hexanematichthys bonillai (61,83%); Sciades herzbergii (8,59%); Cynoscion acoupa (7,42%); Stellifer rastrifer (6,71%); e Bairdiella ronchus (4,12%); Estuário do rio dos Cachorros: Sciades herzbergii (89,56%); Macrodon ancylodon (2,33%); Colomesus psittacus (2,02%); e Cynoscion acoupa (1,71%); Estuário do rio Tibiri: Sciades herzbergii (94,24%); e Colomesus psittacus (2,78%). Com relação à biomassa as principais espécies que contribuíram nos estuários estudados foram: Estuário do rio Paciência: Diapterus rhombeus (22,48%); Mugil curema (16,17%); Hexanematichthys bonillai (14,23%); Batrachoides surinamensis (9,87%); e Sciades herzbergii (7,22%); Estuário do rio Anil: Hexanematichthys bonillai (57,48%); Sciades herzbergii (13,69%); Cynoscion acoupa (9,79%); e Megalops atlanticus (5,28%); Estuário do rio dos Cachorros: Sciades herzbergii (76,67%); Centropomus pectinatus (13,92%); Cynoscion acoupa (4,12%); e Epinephelus itajara (2,25%); Estuário do rio Tibiri: Sciades herzbergii (89%); e Colomesus psittacus (9,12%). Foi realizada analise de frequência das classes de tamanho (cm) das espécies mais abundantes dos 4 sistemas estuarinos estudados. Para a determinação 236

260 do número de classes (k) foi utilizado o critério de STURGS onde k = 1 + 3,322 (log 10 n). As seguintes espécies foram selecionadas: Mugil curema, Genyatremus luteus, Bairdiella ronchus, Cetengraulis edentulus, Batrachoides surinamensis, Lutjanus jocu, Stellifer naso, Sciades herzbergii, Centropomus pectinatus, Mugil gaimardianus, Hexanematichthys bonillai, Diapterus rhombeus, Cynoscion acoupa, Micropogonias furnieri e Stellifer rastrifer. As figuras a apresentam as distribuições de frequência das espécies citadas. Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Mugil curema nos estuários da Ilha de São Luís. 237

261 Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Genyatremus luteus nos estuários da Ilha de São Luís. Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Bairdiella ronchus nos estuários da Ilha de São Luís. 238

262 Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Centengraulis edentulus nos estuários da Ilha de São Luís. Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Batrachoides surinamensis nos estuários da Ilha de São Luís. 239

263 Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Lutjanus jocu nos estuários da Ilha de São Luís. Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Stellifer naso nos estuários da Ilha de São Luís. 240

264 Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Sciades herzbergii nos estuários da Ilha de São Luís. Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Centropomus pectinatus nos estuários da Ilha de São Luís. 241

265 Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Mugil gaimardianus nos estuários da Ilha de São Luís. Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Hexanematichthys bonillai nos estuários da Ilha de São Luís. 242

266 Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Diapterus rhombeus nos estuários da Ilha de São Luís. Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Cynoscion acoupa nos estuários da Ilha de São Luís. 243

267 Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Micropogonias furnieri nos estuários da Ilha de São Luís. Figura Distribuição de frequência de comprimento (cm) dos indivíduos capturados de Stellifer rastrifer nos estuários da Ilha de São Luís. Com base no comportamento das espécies relacionado ao padrão de distribuição espacial, ciclo reprodutivo e migração, são sugeridos para os peixes do sistema estuarino investigado 4 categorias bioecológicas, seguindo uma classificação semelhante adotada por POTTER et al. (1997): 244

268 1) Espécies migrante-marinhas: são espécies que ocorrem ocasionalmente na região estuarina, apresentando baixa regularidade ao longo do ano e pouca abundância; 2) Espécies estuarino-oportunistas: são as espécies tipicamente marinhas que entram nos estuários onde completam apenas uma etapa do ciclo de vida, utilizando este como área de alimentação ou de reprodução; 3) Espécies estuarino-residentes: são as espécies que efetuam todo o ciclo de vida nos estuários utilizando a região como área de alimentação, reprodução e crescimento; e 4) Espécies de água doce: são espécies que se mantêm na maior parte do ano próximas às desembocaduras dos rios, mas que ocasionalmente são capturadas em locais com alta salinidade. A Tabela apresenta a classificação bioecológica, o habito alimentar e tolerância das espécies capturadas nos estuários estudados. Tabela Classificação (habito alimentar, tolerância e bioecológia) das espécies de peixes capturadas nos estuários dos rios Paciência, Anil, dos Cachorros e Tibiri. (EO Estuarino Oportunista; ER estuarino Residente; MM Migrante Marinho; AD Água Doce) e (MT Muito Tolerante; I Intolerante). Espécies Habito Alimentar Tolerância Categoria Bioecológica Achirus lineatus Carnívoro - EO Amphiarius rugispinis Carnívoro MT ER Anableps anableps Onívoro MT ER Anchovia clupeoides Detritívoro - EO Aspredinichthys tibicen Onívoro MT MM Bairdiella ronchus Carnívoro - EO Batrachoides surinamensis Onívoro - ER Caranx latus Carnívoro - EO Centropomus parallelus Carnívoro MT EO Centropomus pectinatus Carnívoro MT EO Cetengraulis edentulus Detritívoro I MM Chaetodipterus faber Carnívoro - EO Colomesus psittacus Onívoro MT ER Cynoscion acoupa Carnívoro - EO Cynoscion leiarchus Carnívoro - EO Diapterus rhombeus Carnívoro - EO 245

269 Espécies Habito Alimentar Tolerância Categoria Bioecológica Diodon holocanthus Onívoro - EO Echeneis naucrates Detritívoro - MM Elops saurus Carnívoro MT EO Epinephelus itajara Carnívoro - EO Eucinostomus gula Carnívoro - EO Genyatremus luteus Onívoro EO Hexanematichthys bonillai Onívoro MT ER Lutjanus jocu Carnívoro MT EO Macrodon ancylodon Carnívoro - EO Megalops atlanticus Carnívoro - EO Micropogonias furnieri Carnívoro EO Mugil curema Detritívoro MT EO Mugil gaimardianus Detritívoro MT EO Nebris microps Carnívoro MT EO Oligoplites palometa Carnívoro - EO Oreochromis niloticus Onívoro MT AD Polydactilus virginicus Onívoro - MM Pseudauchenipterus nodosus Detritívoro MT ER Rypticus randalli Carnívoro - EO Sciades herzbergii Onívoro MT ER Sphoeroides testudineus Carnívoro - ER Stellifer naso Carnívoro - EO Stellifer rastrifer Carnívoro - EO Symphurus plagusia Carnívoro - MM Trichiurus lepturus Carnívoro - MM A diversidade de espécies dos estuários mostrou os maiores valores para o estuário do rio Paciência, seguido pelos do Anil, Rios dos Cachorros e Tibiri, conforme resultados apresentados na Tabela

270 Tabela Índices de Diversidade dos estuários dos rios Paciência, Anil, Cachorros e Tibiri. Índices Estuários Paciência Anil Rio dos Cachorros Tibiri Riqueza S Indivíduos Dominância D 0,2278 0,4033 0,8037 0,8892 Shannon H 2,123 1,512 0,5564 0,3118 Simpson 1-D 0,7722 0,5967 0,1963 0,1108 Evenness e^h/s 0,2459 0,2387 0,1454 0,1518 Menhinick 0,7023 0,6521 0,4736 0,3877 Margalef 4,253 2,669 1,702 1,272 Equitabilidade J 0,6021 0,5135 0,2239 0,1419 Fisher alpha 5,636 3,448 2,095 1,535 Berger-Parker 0,4334 0,6184 0,8956 0,9425 A estratégia de vida das espécies quanto ao hábito alimentar, grau de resiliência e fragilidade são apresentadas na Tabela

271 Tabela Características (Hábito alimentar, Resiliência, Vulnerabilidade e Importância Comercial) das espécies da ictiofauna encontradas na área de influencia direta do empreendimento. Espécie Hábito alimentar Resiliência Vulnerabilidade Achirus achirus Zoobentos (crustáceos bentônicos) e necton (peixes) Amphiarius rugispinis - Anableps anableps Anchovia clupeoides Zoobentos (invertebrados bentônicos); necton (peixes pequenos); fitoplâncton (diatomáceas) e invertebrados terrestres (insetos) Zooplâncton (invertebrados) Médio, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Média, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos (Preliminary K or Fecundity.) Média, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Elevada, tempo mínimo de duplicação da população menor que 15 meses Aspredinichthys tibicen - - Bairdiella ronchus Batrachoides surinamensis Zooplâncton (ovos e larvas de peixes); zoobentos (caranguejo, camarão e vermes) e necton (peixes ósseos) Zoobentos (caranguejo, camarão e moluscos) e necton (peixes ósseos) Elevada, tempo mínimo de duplicação da população menor que 15 meses Baixa, tempo mínimo de duplicação da população 4,5 - K 14 Moderada (36 de 100) Moderada (40 de 100) Baixa a moderada (33 de 100) Baixa a Moderada (25 de 100) Baixa (16 de 100) Baixa a moderada (27 de 100) Alta (60 de 100) Importância Comercial Não Não Não Não Não Sim Não 248

272 Espécie Hábito alimentar Resiliência Vulnerabilidade Caranx latus Centropomus parallelus Centropomus pectinatus Cetengraulis edentulus Colomesus psittacus Chaetodipterus faber Cynoscion acoupa Cynoscion leiarchus Zoobentos (moluscos, curstáceos) e nectos (peixes ósseos) Zoobentos (camarão) e necton (peixes ósseos) Zoobentos (crustáceos) e necton (peixes ósseos) Zooplâncton e fitoplâncton (diatomáceas e dinoflagelados) Zoobentos (moluscos) Zoobentos (anfipodas, polipos, hidras, moluscos, outros invertebrados) Zoobentos (camarão) e necton (peixes ósseos) Zoobentos (camarão) e necton (peixes ósseos) anos Médio, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Média, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Elevada, tempo mínimo de duplicação da população menor que 15 meses Média, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Média, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Médio, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Média, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Médio, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Alta (57 de 100) Muito alta (55 de 100) Baixa a Moderada (26 de 100) Moderada a alta (52 de 100) Moderada (37 de 100) Moderada Moderada a alta (54 de 100) Moderada a alta (37 de 100) Importância Comercial Não Sim Sim Não Não Não Sim Sim 249

273 Espécie Hábito alimentar Resiliência Vulnerabilidade Diapterus rhombeus Diodon holocanthus Zoobentos (moluscos, anelideos) e Plantas (algas bentônicas) Zoobentos (carangueijos, ouriços-domar, gatropodes, outros invertebrados) Elevada, tempo mínimo de duplicação da população menor que 15 meses Echeneis naucrates Zooplancton e Zoobentos - Elops saurus Epinephelus itajara** Eucinostomus gula Genyatremus luteus Hexanematichthys bonillai Lutjanus jocu Zoobentos (insetos, carangueijos, camarões) e necton (peixes ósseos) Necton (peixes), Bentos (Carangueijos e Lagostas) e Repteis (Tartarugas Marinhas) Zoobentos (anfípodas, anelideos, copépodos, isópodes, moluscos, poliquetas, outros crustáceos) e Algas (algas bentônicas) Zoobentos (crustáceos bentônicos) Zoobentos (crustáceos bentônicos e vermes) Necton (cefalopodes, peixes ósseos), Zoobentos (carangueijos, camarões e - Médio, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Baixo, tempo Mínimo de duplicação da População 4,5-14 anos Médio, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Média, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Média, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Baixo, tempo mínimo de duplicação da população 4,5-14 anos Baixa (18 de 100) Baixa a Moderada (28 de 100) Moderada a alta (54 de 100) Moderada e (38 de 100) Alta a muito alta (70 de 100 Baixa a moderada (25 de100) Baixa a moderada (35 de 100) Baixa a moderada (34 de 100) Alta a Muito Alta (66 de 100) Importância Comercial Não Não Não Não Não Não Sim Não Sim 250

274 Espécie Hábito alimentar Resiliência Vulnerabilidade Macrodon ancylodon ** Megalops atlanticus Micropogonias furnieri Mugil curema gastropodes) Zoobentos (camarão); necton (peixes ósseos) e zooplâncton Zooplâncton (copépodes e outros plânctons ); necton (peixes pequenos); zoobentos (caranguejo e camarão); algas bentônicas e insetos Zoobentos (copépodes, carangueijos, poliquetas, outros crustáceos), Detritos, Necton (Peixes) Detritos e fitoplâncton (diatomáceas) Mugil gaimardianus - Nebris microps Oligoplites palometa Oreochromis niloticus Zoobentos (camarões) Zoobentos (camarão) e necton (peixes ósseos) Detritos, Plantas (fitoplâncton algas azuis, algas verdes, algas pardas, dinoflagelados, Média, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Baixa, tempo mínimo de duplicação da população 4,5-14 anos Médio, tempo Mínimo de duplicação da População: 1,4-4,4 anos Média, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Elevada, tempo mínimo de duplicação da população menor que 15 meses Médio, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Médio, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Médio, tempo Mínimo de duplicação da População: 1,4-4,4 Baixa a moderada (30 de 100) Muito alta (77 de 100) Alta a Muito Alta (66 de 100) Alta (59 de 100) Baixa (11 de 100) Baixo a moderada (30 de 100) Baixa a moderada (31 de 100) Baixo a moderada (34 de 100) Importância Comercial Sim Sim Sim Sim Não Sim Não Sim 251

275 Espécie Hábito alimentar Resiliência Vulnerabilidade Polydactilus virginicus diatomáceas, outras algas), Zooplâncton (crustáceos, copépodos, rotíferos, outros invertebrados), Zoobentos (insetos) Zoobentos anos Alta, tempo mínimo de duplicação da população de 15 meses Baixa (22 de 100) Importância Comercial Pseudauchenipterus nodosus - - Baixa (17 de 100) Não Elevada, tempo mínimo Rypticus randalli - de duplicação da Baixo a moderada população menor que (27 de 100 Não 15 meses Sciades herzbergii Sphoeroides testudineus Zoobentos (crustáceos bentônicos e vermes) Zoobentos (crustáceos bentônicos,moluscos eoutros invertebrados bentônicos) Stellifer naso - Stellefer rastrifer - Symphurus plagusia Trichiurus lepturus Zoobentos (crustáceos e anelídeos) Zoobentos e Necton Média, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Baixa, tempo mínimo de duplicação da população 4,5-14 anos Elevada, tempo mínimo de duplicação da população menor que 15 meses Elevada, tempo mínimo de duplicação da população menor que 15 meses Médio, tempo mínimo de duplicação da população 1,4-4,4 anos Médio, tempo mínimo de duplicação da Baixa a moderada (34 de 100) Baixa a moderada (26 de 100) Baixa (13 de 100) Baixa (16 de 100) Baixo a moderada (33 de 100 Alta (57 de 100) Não Sim Não Não Não Não Sim 252

276 Espécie Hábito alimentar Resiliência Vulnerabilidade população 1,4-4,4 anos ** Espécies sobreexplotadas ou ameaçadas de sobreexplotação (Instrução Normativa Nº 5, 2004). Importância Comercial FONTE: Fishbase,

277 Dados Secundários Estuário do Rio Paciência SOARES (2007) caracterizando a ictiofauna do estuário do rio Paciência em amostragens efetuadas bimestralmente no período de janeiro/06 a novembro/07 obtendo resultados apresentados abaixo. Durante as 11 coletas efetuadas nos três igarapés do estuário do rio Paciência, capturou-se um total de indivíduos, sendo registradas 55 espécies de peixes, distribuídas em 11 ordens, 27 famílias e 48 gêneros. A composição percentual das espécies mostrou que 72,6% pertencem às ordens Perciformes, Siluriformes e Clupeiformes (Figura ). 27,27% 47,20% 9,09% 16,30% Perciformes Clupeiformes Siluriformes Outras Figura Composição percentual das espécies por ordens de peixes capturados no estuário do rio Paciência - MA. Dentre as famílias mais abundantes que ocorreram no estuário destacaram-se as famílias Ariidae (40,6%), Sciaenidae (17,25%) e Engraulidae (16,23%) (Figura ). 25,92% 40,60% 16,23% Ariidae Engraulidae 17,25% Sciaenidae Outras Figura Composição percentual do número de indivíduos das famílias de peixes do estuário do rio Paciência - MA. 254

278 Das 55 espécies identificadas no estuário do rio Paciência, 41 apresentam número de indivíduos inferior a 1% e 40 mostraram peso inferior a 1%. A tabela apresenta o número de indivíduos e peso com seus respectivos percentuais das espécies capturadas no estudo de SOARES (2007) no estuário do rio Paciência. Tabela Número de indivíduos (n), peso e participação relativa dos peixes capturados no estuário do rio Paciência. Espécie N % Peso (g) % Hexanematichthys bonillai , ,003 24,42 Cetengraulis edentulus , ,1 6,71 Scides herzbergii , ,03 10,49 Diapterus rhombeus , ,32 4,78 Cathorops spixii 719 5, ,84 2,50 Stellifer naso 713 5, ,33 3,38 Mugil curema 682 4, ,57 5,17 Bairdiella ronchus 566 4, ,93 3,54 Cynoscion acoupa 542 3, ,34 9,79 Genyatremus luteus 394 2, ,31 2,58 Stellife rastrifer 218 1, ,48 0,81 Cynoscion leiarchus 200 1, ,07 2,18 Colomesus psittacus 181 1, ,78 5,74 Aspredinichthys tibicen 173 1, ,4 0,53 Pseudauchenipterus nodosus 132 0, ,40 Oligoplites palometa 131 0, ,23 0,94 Anchovia clupeioides 112 0, ,04 0,27 Anableps anableps 104 0, ,17 1,52 Batrachoides surinamensis 102 0, ,11 3,58 Pomadasys corvinaeformis 80 0, ,67 0,57 Micopogonias furnieri 79 0, ,36 0,63 Chaetodipterus faber 71 0, ,93 0,44 Arius rugispinis 63 0, ,35 0,39 Mugil gaimardianus 61 0, ,72 0,53 Spheroides testudineus 60 0, ,6 0,80 Centropomus pectinatus 57 0, ,16 0,94 Symphurus plagusia 56 0, ,42 0,24 Achirus lineatus 47 0, ,76 0,58 Centropomus parallelus 45 0, ,14 0,43 Thachinotus falcatus 43 0, ,96 0,32 Macrodon ancylodon 40 0, ,06 0,49 Elops Saurus 31 0, ,15 0,50 255

279 Espécie N % Peso (g) % Caranx latus 28 0,20 911,07 0,14 Lutijanus jocu 28 0, ,85 0,35 Nebris microps 28 0, ,29 0,46 Trichurus lepturus 28 0, ,34 1,26 Pterengraulis atherinoides 16 0,12 345,37 0,05 Cynoscion microlepidotus 12 0, ,26 0,20 Anchoa spinifer 9 0,06 196,83 0,03 Aspistor quadriscutis 8 0, ,18 0,18 Glyptoperichthys joselimaianus 8 0, ,09 0,25 Sardinella janeiro 6 0,04 130,07 0,02 Thalassophryne nattereri 6 0,04 452,44 0,07 Chlorascombrus chryssurus 4 0,03 43,17 0,01 Epinephelus itajara 3 0,02 179,79 0,03 Gymnothorax funebris 3 0, ,56 0,19 Polydactilus virginicus 3 0,02 141,2 0,02 Strongylura marina 3 0,02 409,95 0,06 Bagre bagre 2 0,01 149,18 0,02 Mugil incilis 2 0,01 799,71 0,12 Mugil liza 2 0, ,65 0,29 Crenicichla reticulata 1 0,01 12,1 0,004 Megalops atlanticus 1 0,01 593,79 0,09 Menticirrhus americanus 1 0,01 122,34 0,02 Selene vomer 1 0,01 26,92 0,004 Total , , ,00 As espécies mais abundantes no estuário do rio Paciência em percentual do número de indivíduos foram: Hexanematichthys bonillai - 26,78% da captura total, Cetengraulis edentulus - 15,25%, Scides herzbergii - 8,13%, Diapterus rhombeus -7,39%, Cathorops spixii - 5,17% e Stellifer naso - 5,13%, somando 67,85% de todos os indivíduos capturados, demonstrando sua dominância quantitativa. Com relação à biomassa as espécies que contribuíram no estuário do rio Paciência foram: Hexanematichthys bonillai - 24,42% da captura total, Scides herzbergii - 10,49%, Cynoscion acoupa - 9,79%, Cetengraulis edentulus - 6,71%, Colomesus psittacus - 5,74% e Mugil curema - 5,17%. As espécies com maior frequência de ocorrência para os três igarapés estudados foram: Bairdiella ronchus, Cetengraulis edentulus, Cynoscion 256

280 acoupa, Cynoscion leiarchus, Diapterus rhombeus, Genyatremus luteus, Hexanematichthys bonillai, Scides herzbergii, Mugil curema e Stellifer naso. As estações de coleta do estuário do rio Paciência apresentaram as seguintes espécies exclusivas: igarapé Cristóvão Anchovia clupeoides, Chloroscombrus chrysurus e Selene vômer; Igarapé Grande Bagre bagre, Megalops atlanticus, Mugil incilis; Igarapé Iguaíba, Crenicichla reticulata, Epinephelus itajara, Menticirrhus americanus e Strongylura marina. Todos os táxons exclusivos ocorreram em baixa freqüência, representando cada um abaixo de 1% do total em número. A análise de agrupamento feito sobre matriz de presença-ausência das espécies revelou três grupos distintos em nível de 0,30 de distância que estiveram relacionados à sazonalidade (Figura ). As amostragens que apresentaram maior similaridade foram às realizadas no igarapé Grande nos meses de julho (G-4) e setembro/2006 (G 5), ambas no período de estiagem. Análise de Cluster Método de Ward Distância euclidiana ao quadrado C I G I 1 2 Grupo 1 C C I 2 4 G 4 C I 5 6 G I 5 G I 6 7 Grupo 2 C 7 I 11 C 11 G 1 G 11 C I G I I 10 C 10 Grupo 3 C 9 G 10 G C I Coeficiente de distância Figura Agrupamento da matriz de presença e ausência. Cada objeto LN provém do local L (I Iguaíba, G Grande, C Cristóvão) no mês N (1 janeiro/2006, 2 março/2006, 3 maio/ setembro/2007). 257

281 A diversidade de espécies no estuário mostrou os maiores valores para os meses de novembro/06 no igarapé Grande (0,896), julho/06 no Cristóvão (0,895) e setembro/07 para o Iguaíba (0,872), enquanto que os menores índices ocorreram em março/07 para o Cristóvão (0,202) e Grande (0,236) e janeiro/07 no o igarapé Iguaíba (0,652), como mostra a Figura Com relação à eqüitabilidade de Simpson a (Figura ) mostrou que, os maiores valores ocorreram nos meses de março/06 no igarapé Iguaíba (0,931), novembro/06 no Grande (0,896) e julho/06 no Cristóvão (0,895) e os menores corresponderam ao mês de março/06 para os igarapés Cristóvão (0,202) e Grande (0,260) e em janeiro/06 no igarapé Iguaíba (0,675). Assumindo um tamanho padronizado da amostra foi possível estimar a riqueza de espécies de cada local. Os valores de riqueza de espécies do dos igarapés Cristóvão, Grande e Iguaíba foram comparados através da curva de rarefação (Figura ). Por este método, o igarapé Iguaíba apresentou maior riqueza, com um número de espécies esperadas em torno de 41, enquanto que o igarapé Grande foi de 39 e o igarapé Cristóvão de N de espécies esperadas Iguaíba Grande Cristóvão N de Indivíduos Figura Curva de rarefação dos igarapés estudados no estuário do rio Paciência - MA, mostrando o número de espécies esperadas para uma amostra padrão. 258

282 1 Igarapé Iguaíba Diversidade Equitabilidade 1 0,9 0,9 Diversidade de Simpson 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 Eqüitabilidade de Simpson 0,1 0, Igarapé Grande 1 0,9 0,9 Diversidade de Simpson 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 Equitabilidade de Simpson 0,1 0,1 0 0 Igarapé Cristóvão 1 1 Diversidade de Simpson 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 Eqüitabilidade de Simpson 0,1 0,1 0 jan/06 mar/06 mai/06 jul/06 set/06 nov/06 jan/07 mar/07 mai/07 jul/07 set/07 Meses 0 Figura Valores de diversidade e equitabilidade nos igarapés Iguaíba, Grande e Cristóvão, estuário do rio Paciência - MA. 259

283 Estuário do Rio Anil Em estudo realizado por PINHEIRO-JR (2003) foram efetuadas amostragens bimestrais entre os meses de maio de 2000 e março de 2002 nas regiões estuarinas do Rio Anil, em quatro igarapés, denominados Camboa, Vinhais, Jaracati e Sara, os quais foram estabelecidos em função da salinidade, penetração da maré e caudal fluvial. Foram capturados indivíduos, pertencentes a 43 espécies, distribuídos em 23 famílias e 35 gêneros, sendo que as ordens Siluriformes e Mugiliformes ocorreram com maior frequência, correspondendo a 63% e 26%, respectivamente. A Tabela apresenta o número de indivíduos, peso, percentagem da captura total, comprimento total das espécies da região estuarina do rio Anil no período entre maio de 2000 e março de Tabela Número de indivíduos, peso, percentagem da captura total, comprimento total das espécies da região estuarina do rio Anil no período entre maio de 2000 e março de Espécies Nº Indivíduos Peso Amplitude do Comprimento N % Kg % Comprimento (mm) Médio (mm) Sciades herzbergii ,3 42, ,53 Mugil curema ,29 Sciades sp ,1 9, ,33 Pseudauchenipterus ,4 8, ,39 nodosus Mugil gamaimardianus , ,04 Cetengraulis edentulus 576 2,5 12,44 1, ,02 Colomesus psittacus 323 1,4 30, ,97 Cynoscion acoupa ,64 1, ,57 Genyatremus luteus 169 0,7 4,35 0, ,31 Mugil inciles 164 0,7 8,76 0, ,29 Centropomus parallelus 142 0,6 6,18 0, ,9 Ophioscion 118 0,5 2,08 0, ,21 punctatissimus Batrachoides 110 0,5 10, ,85 surinamensis Micropogonias furnieri 86 0,4 1,77 0, ,7 Anableps anableps 86 0,4 4,16 0, ,02 Oligoplites saurus 58 0,3 0,94 0, ,31 Sphoeroides testudineus 55 0,2 7,27 0, ,33 Diapterus rhombeus 53 0,2 0,95 0, ,75 Macrodon ancylodon 51 0,2 3,61 0, ,14 Polydactilus virginicus 47 0,2 1,29 0, ,2 Chaetodipterus faber 47 0,2 1,11 0, ,11 Lutijanus synagris 26 0,1 2,48 0, ,62 260

284 Espécies Nº Indivíduos Peso Amplitude do Comprimento N % Kg % Comprimento (mm) Médio (mm) Cynoscion leiarchus 26 0,1 0,91 0, ,5 Eucinostomus argenteus 25 0,1 0,48 <0, ,32 Achirus achirus 23 0,1 0,46 <0, ,87 Stellifer naso 20 0,1 0,56 0, ,85 Isopisthus parvipinnis 19 0,1 0,94 0, ,47 Anchoa spinifer 15 0,1 0,22 <0, ,86 Cynoscion steindachneri 14 0,1 0,51 0, ,43 Pterengraulis atherinoides 13 0,1 0,36 <0, ,69 Trichiurus lepturus 12 0,1 1,2 0, ,42 Stellifer brasiliensis 09 <0,1 0,19 <0, ,56 Sardinella brasiliensis 08 <0,1 0,18 <0, ,63 Stellifer rastrifer 06 <0,1 0,15 <0, ,5 Caranx hippos 05 <0,1 0,07 <0, ,8 Megalops atlanticus 04 <0,1 3,67 0, Bairdiella ronchus 03 <0,1 0,09 <0, ,67 Rypticus randalli 03 <0,1 0,21 <0, ,67 Cynoscion microlepidotus 02 <0,1 0,04 <0, Epinephelus itajara 02 <0,1 0,31 <0, ,5 Elops saurus 02 <0,1 0,12 <0, Lobotes surinamensis 01 <0,1 0,03 <0, Strongylura marina 01 <0,1 0,003 <0, Do total das espécies identificadas, 12 apresentaram número de indivíduos inferior a 0,1% e 15 mostraram peso inferior a 0,1%. O estuário do Rio Anil apresenta cinco espécies que são representadas por muitos indivíduos, caracterizando-se como dominantes: Sciades herzbergii, Mugil curema, Arius sp., Pseudauchenipterus nodosus e Mugil gaimardianus representaram 87% das espécies capturadas. As espécies com maior freqüência de ocorrência, conforme os valores de constância em todo o estuário foram: Sciades herzbergii, Mugil curema, Arius sp, Pseudauchenipterus nodosus, Colomesus psittacus, Genyatremus luteus e Centropomus parallelus. Quanto à participação relativa das famílias em número de indivíduos, destacaram-se as famílias Ariidae, Mugilidae, Auchenipteridae e Engraulididae. No que se referem à participação numérica das espécies, as famílias que apresentaram dominância foram Sciaenidae (12), Engraulididae (3) e Mugilidae (3). A diversidade ictiofaunística do estuário do Rio Anil teve uma representação numérica bastante expressiva nos igarapés Vinhais (0,859) e Camboa (0,844). Os valores menores foram registrados para os igarapés Jaracati (0,814) e Sara 261

285 (0,767), com o índice de uniformidade mantendo a mesma tendência em relação aos valores de diversidade Estuário do rio Tibiri Os dados pretéritos referentes ao estuário do rio Tibiri (Latitude 02º42 S e Longitude 44º13 W) foram extraídos de estudos realizados por BATISTA & RÊGO (1996), onde foram realizadas coletas mensais no período de setembro de 1987 e agosto de 1988, em 4 igarapés (Panacuí, Coquilho, Ribeira e Santa Bárbara) do respectivo estuário, utilizando-se de redes de tapagem. No estudo, foram capturadas indivíduos, pertencentes a 24 espécies, representadas por 22 famílias (Tabela ), onde destacaram-se Sciaenidae com 7 espécie, e os da Ariidae com 4 espécies. Estas famílias também possuem as espécies mais capturadas: Cathorops spixii, Sciades herzbergii, Cynoscion acoupa, e Macrodon ancylodon, as do total numérico. Doze espécies ocorreram em menos de 10% das amostras, sendo consideradas raras no estuário. Os comprimentos médios e respectivos intervalos de confiança apresentados pelas espécies na região, não superaram os 33 cm em nenhum caso, variando conforme a espécie entre este limite superior, obtido com Megalops atlanticus, e a média mínima de 11 cm, obtida para Stellifer rastrifer. 262

286 Tabela Relação das espécies capturadas no estuário do rio Tibiri e suas respectivas frequências nas coletas. Espécie Peso Número Absoluto(g) % Absoluto % Cathorops spixii , ,17 Cynoscion acoupa , ,14 Sciades herzbergii , ,94 Macrodon ancylodon , ,06 Mugil curema , ,23 Epinephelus itajara ,35 6 0,11 Batrachoides surinamensis , ,98 Genyatremus luteus , ,31 Colomesus psittacus , ,19 Stellifer naso , ,25 Cetengraulis edentulus , ,24 Anableps anableps , ,83 Mugil incilis , ,45 Stellifer rastrifer 38,68 1, ,23 Rypticus randalli ,11 5 0,09 Bagre bagre , ,64 Achirus achirus , ,59 Cynoscion microlepidotus ,71 7 0,13 Pseudauchenipterus nodosus , ,27 Megalops atlanticus ,64 7 0,13 Cynoscion leiarchus , ,57 Opisthonema oglinum ,44 3 0,06 Hypotomos verres ,41 8 0,15 Arius rugispinnis 692 0, ,3 Anchoa spinnifer 483 0, ,28 Oligoplites saurus 334 0, ,28 Centropomus parallelus 200 0,08 4 0,08 Micropogonias furnieri 129 0,05 3 0,06 Aspredinichthys tibicen 80 0,03 7 0,13 Elops saurus 70 0,03 1 0,02 Peprilus paru 64 0,03 1 0,02 Ageneiosus sp. 62 0,02 1 0,02 Selener vomer 18 0,01 2 0,04 Chaetodipterus faber 9 0,01 1 0,02 263

287 Estuário do Rio dos Cachorros Os dados do estuário do Rio dos Cachorros são referentes ao estudo de CASTRO (2003) que em sua pesquisa analisou o sistema estuarino compreendido pelo Rio dos Cachorros e o Estreito do Coqueiro, situado entre os paralelos de (2 38' S ' S) e seus meridianos (44 17 W ' W). Neste trabalho, foram realizadas amostragens bimestrais no período de maio de 2002 a março de 2003 utilizando-se para a captura da ictiofauna redes de emalhar do tipo tapagem. Foram amostrados quatro igarapés situados ao longo do estuário do rio dos Cachorros, estreito do Coqueiro e baía do Arraial, denominados: Andiroba, Boa Razão, Pajé e Anajatiua. Foi capturado um total de indivíduos, pertencentes a 44 espécies, distribuídos em 12 ordens e 25 famílias, sendo que as ordens Perciformes e Cyprinodontiformes predominaram com 31,3% e 22,3 %, respectivamente. A tabela contém o número, peso total e as participações relativas das espécies capturadas no estuário. As espécies mais abundantes, em percentual do número de indivíduos foram: Anableps anableps (22,2%), Colomesus psittacus (12,4%), Genyatremus luteus (8,9%) e Sciades herzbergii (Bloch, 1794) (8,0%). No que se refere ao percentual de peso total, predominaram as espécies Colomesus psittacus (27,6%), Sciades hezbergii (10,9%) e Anableps anableps (9,1) que representaram 51,7% das capturas em peso. Conforme a tabela , as famílias que apresentaram maior número de espécies foram. Sciaenidae (11) e Ariidae (6). Considerando-se as categorias de constância adotadas, observou-se que as espécies com maior freqüência nas quatro áreas de captura foram: Colomesus psittacus, Cynoscion leiarchus, Cynoscion acoupa, Macrodon ancylodon e Genyatremus luteus, enquanto que as espécies Anchoa spinifer, Cynoscion steidachneri e Nebris microps foram enquadradas na categoria de pouco constantes. 264

288 Tabela Número total, peso (Kg), participação relativa e constância das espécies capturadas nos igarapés investigados CLUPEIDAE Sardinella brasilienses C ENGRAULIDIDAE Anchoa spinifer M Pterengraulis atherinoide C ELOPIDAE Elops Saurus M MEGALOPIDAE Megalops atlanticus M MURAENIDAE Lycodontys funebris PC AUCHENIPTERIDAE Pseudauchenipterus C ARIIDAE Hexanematichthys bonillai AC Scides hezhergii AC Arius proops PC Arius rugispinnis M Bagre bagre AC Catrops sp C ASPREDINIDAE Aspredinichthys tibicen C BELONIDAE Strongylura timucu C BATRACHOIDIDAE Batrachoides surinamensis AC MUGILIDAE Mugil curema AC Mugil incilis AC Mugil gaimardianus AC ANABLEPIDAE Anableps anableps AC CENTROPOMIDAE Ceniropumus parallelus AC SERRANIDAE Epinephelus itajara M Caranx latus C Oligoplites saunus AC GERREIDAE Diapterus olisthostomus C HEMULIDAE Genvatremus luteus AC SCIANIDAE Baierdiella ronchus C Cynoscion acoupa AC Cynoscion leiarchus AC Cynoscion microlepidotus PC Cynoscion steidachneri PC Macrodon ancylodon AC Micropogonias furnieri M Stellifer brasiliensis AC Stellifer naso PC Isopisthus parvipinnis M Nebris microps PC EPHIPPIDAE 265

289 Chaetodipterus faber C POLYNEMIDAE Polydactilus virginicus PC TRICHIURIDAE Trichiurus lepturus M ACHIRIDAE Achiurus achiurus AC CYNOGLOSSIDAE Symphurus plagusia PC TETRAODONTIDAE Colomesus psittacus AC GYMNURIDAE Gymnura micrura PC Total 44 espécies Família/Espécie; 2 Número de Indivíduos; 3 - %Número de Indivíduos; 4 Peso Total; 5 - %Peso Total; 6 Frequência ( AC-altamente constante; Constante; M moderado; Pc-pouco constante ). Tabela Número de indivíduos, número de espécies e respectivas participações relativas das famílias em toda a área estudada. Família N de indivíduos % N de espécies % Scianidae Anablepidae Ariidae Mugilidae Tetradonidae Hemulidae Carangidae Centropomidae Eugraulidae Batrachoididae Ephippidae Auchenipteridae Achiridae Gerreidae Aspredinidae Clupeidae Megalopidae Polynemidae Trichiuridae Serranidae Elopidae Belonidae Muraenidae Cynoglossidae Gymnuridae Total

290 Análise Biogeográfica Uma das principais características da região costeira, localizada entre São Luís e Belém, é a presença de extensos manguezais, considerados os mais importantes do Brasil (Morrison et al., 1987). Os manguezais atuam como um conversor de energia, disponibilizando nutrientes que podem ser utilizados por outros organismos. De acordo com CINTRÓN & SCHAEFFER-NOVELLI (1983), cerca de 10% da matéria orgânica gerada nos manguezais é transformada em tecidos de peixes e outros organismos marinhos. Assim, boa parte da diversidade de espécies de peixes que ocorrem nessas áreas está relacionada com a disponibilidade de alimentos (Mchugh, 1985). Além disso, os estuários servem como complemento nos padrões de migração, proporcionando proteção para jovens e adultos em reprodução (Yañez- Arancíbia, 1985). O padrão de distribuição geográfica das comunidades ictiofaunísticas na costa norte do Brasil foi estudado por CAMARGO & ISAAC (2003). De acordo com os autores, as espécies de peixes que ocorrem nas reentrâncias maranhenses são similares às das reentrâncias paraenses, diferenciando-se de um grupo formado pela fauna da baía de Marajó, foz do Amazonas e litoral da costa do Amapá. Das 280 espécies listadas pelos autores, 33% são mais abundantes na região das reentrâncias maranhenses-paraenses, 30% são mais abundantes na região entre o estuário do rio Amazonas e o litoral do Amapá e 33% são consideradas cosmopolitas para a região norte do Brasil. A Tabela lista as espécies mais importantes, em termos de abundância, nas áreas zoogeográficas identificadas por CAMARGO & ISAAC (2003). 267

291 Tabela Lista das espécies mais abundantes de acordo com a região zoogeográfica no litoral norte do brasil. Baseado em Camargo & Isaac (2003). Espécie Reentrâncias Amazonas-Amapá Cathorops arenatus X X Bagre bagre X X Aspistor quadriscutis X X Arius parkerii X X Anchoa spinifer X X Cynoscyon acoupa X X Peprilus paru X X Stellifer rastrifer X X Micropogonias furnieri X X Macrodon ancylodon X X Aspredo aspredo X X Aspredinichthys filamentosus X X Pellona flavipinnis X X Dasyatis guttata X X Thalassoprhyne nattereri X Strongylura timucu X Hemiramphus brasiliensis X Anchoviella elongata X Mugil gaimardianus X Mugil trichodon X Membras dissimilis X Atherinella brasiliensis X Alectis ciliaris X Caranx bartholomaei X Myrophis puntatus X Synodus foetens X Anableps microlepis X Albula vulpes X Cynoscion leiarchus X Cynoscion virescens X Larimus breviceps X Larimus fasciatus X Paralonchurus brasiliensis X Scomberomorus cavalla X Bagre marinus X As diferenças observadas entre as duas regiões quanto às espécies mais abundantes ocorrem, principalmente, em resposta às diferenças de salinidade e à disponibilidade de nutrientes. As espécies mais abundantes nas reentrâncias são típicas de áreas de baixa salinidade, com poucos nutrientes, enquanto que as espécies da área do Amazonas até o Amapá são típicas de regiões próximas às desembocaduras de rios. Os padrões de distribuição das espécies na AII estão associados com os padrões de utilização dos estuários (Castro, 1997). Nos estuários estudados, as espécies de peixes podem ser classificadas em quatro categorias 268

292 bioecológicas, seguindo a classificação adotada por POTTER et al. (1997): 1) Espécies migrantes-marinhas, são as espécies que ocorrem ocasionalmente na região estuarina, apresentando baixa regularidade ao longo do ano e pouca abundância; 2) Espécies estuarino-oportunistas, são as espécies tipicamente marinhas que entram nos estuários onde completam apenas uma etapa do ciclo de vida, utilizando este como área de alimentação ou de reprodução; 3) Espécies estuarino-residentes, são as espécies que efetuam todo o ciclo de vida nos estuários utilizando a região estuarina como área de alimentação, reprodução e crescimento; 4) Espécies de água doce, são espécies que se mantém na maior parte do ano próximas às desembocaduras do rios, mas que ocasionalmente são capturadas em locais com alta salinidade (Tabela ). Tabela Espécies de peixes presentes nos estuários da Ilha de São Luís, classificadas de acordo com sua categoria bioecológica. Espécies Tallassophryne nattereri Ogcocephalus vespertilio Scorpaena plumieri Echeneis naucrates Caranx crysos Lutjanus synagris Scomberomorus regalis Alutera monoceros Chilomycterus antillarum Rhinoptera bonasus Aspredinichthys tibicen Aspredo aspredo Hexanematichthys proops Aspistor quadriscutis Chloroscombrus chrysurus Hexanematichthys couma Notarius grandicassis Trinectes aff paulistanus Dasyatis guttata Dasyatis geijskesi Guavina guavina Opisthonema oglinum Cetengraulis edentulus Lycengraulis grossidens Synodus foetens Symphurus plagusia Strongylura marina Strongylura timucu Diplectrum radiale Sphoeroides greeleyi Rypticus randalli Migrantes - Marinhas X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Estuarino- Oportunista Estuarino- Residente Água doce 269

293 Espécies Hemicaranx amblyrhynchus Trachinotus falcatus Lobotes surinamensis Eucinostomus melanopterus Eugerres brasilianus Orthopristis ruber Polydactilus oligodon Polydactilus virginicus Peprilus paru Paralichthys sp Trichiurus lepturus Etropus crossotus Lagocephalus laevigatus Pomadasys corvinaeformis Archosargus probatocephalus Genyatremus luteus Macrodon ancylodon Mugil curema Mugil incilis Achirus achirus Elops saurus Megalops atlanticus Centropomus parallelus Centropomus undecimalis Epinephelus itajara Caranx hippos Caranx latus Caranx chrysus Caranx sp Oligoplites palometa Oligoplites saurus Selene vomer Lutjanus jocu Diapterus olisthostomus Diapterus rhombeus Diapterus sp Eucinostomus argenteus Eucinostomus gula Eucinostomus sp Cynoscion acoupa Micropogonias furnieri Chaetodipterus faber Citharichthys spilopterus Cynoscion leiarchus Cynoscion microlepidotus Cynoscion steindachneri Isopisthus parvipinnis Menticirrhus americanus Stellifer brasiliensis Stellifer rastrifer Stellifer naso Mugil trichodon Stellifer stellifer Bagre bagre Anchoa spinifer Anchovia clupeoides Pterengraulis atherinoide Cathorops spixii Migrantes - Marinhas X X X X X X X X X X X X X X X Estuarino- Oportunista X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Estuarino- Residente X Água doce 270

294 Espécies Cathorops sp Anableps anableps Bairdiella ronchus Mugil gaimardianus Sciades herzbergii Amphiarius rugispinnis Pseudauchenipterus nodosus Batrachoides surinamensis Colomesus psittacus Sphoeroides testudineus Pellona flavipinnis Rhinosardinia amazonica Serrasalmus nattereri Agneiosus sp Hypostomus aff verres Callichthys callichthys Migrantes - Marinhas Estuarino- Oportunista Estuarino- Residente X X X X X X X X X X Água doce X X X X X X Padrões gerais de distribuição de algumas espécies capturadas na área de estudo podem ser observadas na Tabela As informações apresentadas nesta tabela são baseadas nos trabalhos de MARTINS-JURAS (1989), FIGUEIREDO & MENEZES (1978), NOVOA et al. (1992), MENEZES & FIGUEIREDO (1980), WHITEHEAD (1978), WILEY (1978), CERVIGÓN (1985), STEHMANN (1978), FISCHER (1978), CERVIGÓN et al. (1993). Tabela Padrões gerais de distribuição de algumas espécies de peixes, comuns nas áreas estuarinas da Ilha de São Luís, MA. Espécies Arius proops Arius quadriscutis Cetengraulis edentulus Lycengraulis grossidens Trichiurus lepturus Genyatremus luteus Macrodon ancylodon Achirus achirus Elops saurus Tarpon atlanticus Centropomus parallelus Centropomus undecimalis Epinephelus itajara Caranx hippos Lutjanus jocu Micropogonias furnieri Padrão de distribuição Tipicamente estuarina Águas túrbidas de estuários e águas costeiras próximas às desembocaduras de rios. Pelágica, em águas costeiras. Ao longo de praias e profundidades de até 25m. Águas de baixa salinidade, penetrando em rios costeiros. Águas costeiras rasas sobre fundos lodosos, entrando frequentemente em estuários. Tipicamente estuarina Jovens em águas estuarinas. Adultos em áreas costeiras sobre fundo de areia e lama. Tipicamente estuarina Adultos em mar aberto. Larvas em marismas e manguezais. Águas costeiras salobras, estuários, manguezais e rios. Águas marinhas costeiras, águas salobras e água doce. Juvenis em águas hipersalinas, marinhas e preferencialmente salobras entre as raízes dos manguezais. Jovens em lagunas costeiras e manuezais. Adultos em mar aberto. Jovens em águas rasas de baías, lagoas estuarinas, fundos rochosos e coralinos da zona entre-marés. Indivíduos maiores em águas de maior profundidade. Jovens no estuário. Adultos em área costeira. 271

295 Espécies Chaetodipterus faber Cynoscion leiarchus Cynoscion microlepidotus Stellifer brasiliensis Bagre bagre Anchoa spinifer Cathorops spixii Anableps anableps Arius herzbergii Arius rugispinnis Batrachoides surinamensis Padrão de distribuição Jovens em águas rasas de manguezais. Adultos marinhos. Águas estuarinas sobre fundos de lama e areia, podendo ocorrer em ambiente marinho. Tipicamente estuarina Fundos de areia ou lama. Águas marinhas costeiras e águas salobras em frente a estuários. Águas rasas costeiras, lagunas e desembocaduras de rios, entre 5 e 30m de profundidade. Águas estuarinas e água doce, durante o período de desova. Águas doce, costeira rasa e estuarina. Tipicamente estuarina Águas túrbidas de estuários e águas costeiras próximas às desembocaduras de rios, em fundos lodosos. Tipicamente estuarina CONSIDERAÇÕES FINAIS Para investigar a qualidade de ecossistemas aquáticos, podem ser empregadas várias técnicas direcionadas a diferentes níveis de organização biológica. Entretanto a comunidade é o nível de investigação mais popular para avaliação ambiental, e tem sido sugerida como o nível mais importante para estudos de impactos (Warwick apud Attrill & Depledge, 1997). O estudo em nível de comunidades reflete respostas de um conjunto de espécies demonstrando possíveis alterações em cadeias alimentares, relações inter e intra-específicas que influenciam diretamente em toda a fauna existente na área, enquanto em níveis de organização menores, as investigações tendem a refletir o efeito em uma única espécie. Nesta perspectiva, a comunidade de peixes em ecossistemas aquáticos apresenta numerosas vantagens para a avaliação ambiental em relação a outras biotas como invertebrados, se comparado o tamanho das comunidades e sua posição na cadeia trófica. A alta mobilidade das espécies de peixes permite que este grupo possa acessar em larga escala efeitos regionais, pois como muitas espécies podem cobrir uma larga área durante seu ciclo de vida, elas são influenciadas pela saúde do sistema como um todo, e não apenas por um impacto localizado. No presente estudo, ainda que empregando o método de Avaliação Ecológica Rápida, que desconsidera as limitações impostas pela sazonalidade, observouse uma acentuada redução na riqueza de espécies nos estuários investigados em relação aos estudos anteriores nesses mesmos ambientes. 272

296 Este cenário encontrado recomenda um acompanhamento permanente da ictiofauna nos estuários da Ilha de São Luís, pois o conhecimento da resposta de peixes estuarinos a mudanças nas condições ambientais, os padrões de distribuição e abundância, além de aumentar o entendimento científico dos processos biológicos da fauna estuarina, contribui também para a compreensão dos potenciais efeitos dos impactos antropogênicos sobre ecossistemas costeiros. 273

297 5.6. Cetáceos Os cetáceos são componentes vitais da biodiversidade aquática marinha e fluvial. Sua importância ecológica no ecossistema se relaciona, entre outros aspectos, com a manutenção de equilíbrio da estrutura trófica, com a relação comensal que outros organismos mantêm com eles e com a atividade alimentar compartilhada desenvolvidada com aves marinhas e algumas espécies de peixes. Os dados obtidos foram gerados com base em avistagens embarcadas. A avistagem foi realizada por quatro pesquisadores durante um período de 5 horas, a uma altura de aproximadamente 2 metros acima da superfície da água. Para o monitoramento dos animais foram utilizados binóculos (Bushnell 12X50), câmara digital e GPS, bem como o registro de tamanho e composição do grupo, descrição do comportamento e presença de embarcações próximas, com o uso de planilhas padronizadas. Por estimativa visual os animais foram classificados como filhote, juvenil e adulto de acordo com o tamanho e coloração. Ao longo da ilha do Maranhão, ocorre o boto cinza, Sotalia guianensis, espécie de hábito costeiro/estuarino encontrada ao longo de todo o litoral brasileiro. O boto cinza é um odontoceto pertencente à família Delphinidae, sendo registrado como um dos delfinídeos mais comum da América do Sul. Estudos ecológicos têm confirmado que as áreas preferencialmente utilizadas por cetáceos possuem características físicas e oceanográficas que estimulam a alta densidade de alimento, sugerindo que a disponibilidade de presas é o principal fator influenciador da distribuição desses animais (Hastle et al., 2004). A distribuição costeira de S. guianensis o torna bastante vulnerável às ações antrópicas, não só por conta das atividades pesqueiras, principal ameaça à espécie, mas também por degradação dos ambientes em que vivem. A perda de habitat natural e a poluição química e sonora constituem outros impactos para a espécie. 274

298 No Brasil, registros sobre interações entre as atividades de pesca e cetáceos vêm sendo efetuados ao longo de todo o litoral. Dentre os tipos de interações registradas em águas brasileiras, o emalhe é o mais comum e expressivo em termos de mortalidade das espécies envolvidas. Embora a Lei n o de 18 de dezembro de 1987 proíba o molestamento de cetáceos em águas jurisdicionais brasileiras, as atividades de pesca acidental de cetáceos (Figura 5.6-1) e a comercialização de alguns órgãos e dentes têm sido registradas, principalmente para o litoral Norte, com ênfase nos estados do Maranhão e Pará (Sholl, 2006; Tosi et al., 2007). Figura 5.6-1: Pesca acidental do boto cinza, Sotalia guianensis (Diniz, 2007). O S. guianensis é listado como insuficientemente conhecido apesar de apresentar uma contínua distribuição no litoral brasileiro. A espécie é qualificada como altamente suscetíivel pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis IBAMA em sua publicação sobre mamíferos aquáticos. A espécie é listada também nos Apêndices I & II de CITES (Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Flora e da Fauna Selvagens em Perigo de Extinção) e no Apêndice II de CMS (Convenção para a Conservação de Espécies Migratórias de Animais 275

299 Selvagens). Atualmente existe uma grande preocupação quanto ao estado de conservação dos cetáceos na costa brasileira, especialmente para espécies como o boto-cinza que habitam áreas costeiras, as quais tendem a sofrer maior impacto humano. No Maranhão, apesar de dados escassos envolvendo cetáceos, diversos registros sobre a utilização de carne de boto para consumo humano têm sido observados, sendo atualmente uma atividade em questão (Magalhães et al., 2005). De acordo com Tosi et al. (2005), as carcaças dos animais encontrados encalhados ou capturados em rede de pesca no Maranhão, tem várias utilidades para as comunidades. Além do consumo e da isca para pesca de tubarão, também se utiliza os dentes para fabricação de utensílios como colares e brincos, os olhos e as gônadas possuem valores folclóricos e são vendidos como amuletos e como utensílios de magia negra e ainda há uma utilização dos ossos caudais como uma ferramenta artesanal para pilar os alimentos Ocorrência e distribuição do boto cinza, Sotalia guianensis, na Baía de São Marcos, Ilha do Maranhão (Diniz, 2007). A rota para avistagem dos botos foi estabelecida partindo da praia da Ponta D areia até o Porto do Itaqui (Figura 5.6-2), com velocidade média de 12 nós. Das 22 expedições de avistagem embarcada, sendo quinze realizadas em 2006 e cinco em 2007, observou-se a presença dos botos principalmente no Porto do Itaqui (Figura 5.6-3) e nas proximidades da Ilha do Medo (Figura 5.6-4). 276

300 Figura 5.6-2: Rota para avistagem dos botos, Diniz, (Fonte: Google Earth, 2007). Figura 5.6-3: Avistagem de Sottalia guianenses no Porto do Itaqui (Foto: Mariana Soares, 2007). 277

301 Figura 5.6-4: Avistagem de Sottalia guianensis na Ilha do Medo (Foto: Mariana Soares, 2007). As coordenadas obtidas por meio do GPS foram plotadas na imagem LANDSAT 1990 (Figura 5.6-5), para caracterizar a rota, a distribuição e a ocorrência da espécie na região. Figura 5.6-5: Mapa de distribuição e ocorrência de Sotalia guianensis na Baia de São Marcos. Referência: percurso do catamarã (em azul) e avistagem do boto cinza (em amarelo). (Diniz 2007). 278

302 Entre fevereiro de 2006 a novembro de 2007 foram realizadas 20 amostragens totalizando 62 horas e 28 minutos de esforço amostral e 7 horas e 15 minutos de esforço efetivo (observação direta dos animais). Em 85% (n= 17) das saídas, os botos estiveram presentes na área de estudo. Verificou-se a presença dos botos principalmente no Porto do Itaqui (55% das avistagens), provavelmente estes dados indicam que a costa nesse ponto, seja uma área que apresenta locais de águas mais calmas e ideais para refúgio e cuidado parental. A intensa ocorrência dos animais na área portuária pode ser inferida possivelmente pelo grande numero de embarcações carregadas de soja, que atraem os peixes e conseqüentemente os botos, apesar de não ter sido registrada atividade de forrageio Analise dos Fatores Climáticos e Ambientais Os resultados analisados, a cada duas horas, como cobertura do céu, visibilidade, condições do mar, direção e força do vento, são resumidos na Tabela Tabela 5.6-1: Dados de Fatores Climáticos coletados a cada duas horas, durante a avistagem embarcada (Diniz, 2007). Cobertura Visibilidade do céu Condição do mar Direção do vento Força do vento (Beaufort) Moda Mínimo Máximo Condições do Mar No período de estudo, observou-se a presença dos botos em maior porcentagem quando o mar apresentava-se liso o que representou 50% (n=38), enquanto que as avistagem dos animais foram menores com o mar muito mexido 28,95% (n=22) e com carneirinho (21%) (n=16) (Figura 5.6-6). A análise estatística demonstrou haver diferença significativa na porcentagem de 279

303 avistagens em relação às condições do mar ( χ 2 = 7,13; g. 1= 2; p 0,05). Por meio desses dados podemos perceber que os animais têm uma preferência por águas mais calmas. Figura 5.6-6: Condições do mar durante a avistagem de Sotalia guianensis na Baia de São Marcos Força do Vento (Escala de Beaufort) As observações dos animais, de acordo com a força do vento (Escala de Beaufort), ocorreram em maior porcentagem quando o vento apresentava o aspecto de bafagem (51,31%, n=39), seguidos de moderado (26,32%, n=20), fraco (10,53%, n=8), fresco (9,21%, n=7) e aragem (2,63%, n=2) (Figura 5.6-7). As análises comprovaram que existe diferença significativa na porcentagem de observações em relação à força do vento ( χ 2 = 42,28; g. 1= 4; p 0,05). 280

304 Figura 5.6-7: Força do vento registrada (de acordo com a Escala de Beaufort), durante a observação. Apesar de tornar-se difícil as observações diretas dos animais acima da Escala de Beaufort 3, também foram observados botos na Escala 4, sendo um total de vinte indivíduos em cinco saídas embarcadas Na Escala 5, também foram registrados animais, sendo um total de sete indivíduos em uma saída embarcada. A porcentagem de botos observados durante os vinte embarques de acordo com a Escala de Beaufort seguem na Tabela Tabela 5.6-2: Porcentagem de avistagens de Sotalia guianensis, de acordo com a Escala de Beaufort.(Diniz, 2007). N" de Saídas Avistagens (%) Escala de Beaufort Designação Bafagem Aragem Fraco Moderado Fresco 281

305 Sazonalidade Em relação à sazonalidade, foram realizadas onze saídas durante o período chuvoso e nove durante o período seco. Verificou- se que os botos foram observados ao longo do ano, com maior freqüência no período chuvoso representando 72,37% (n=55); já no período seco a ocorrência foi de 27,63% (n=21) (Figura 5.6-8). Os testes demonstraram que existe uma diferença significativa na porcentagem de avistagens em relação à sazonalidade ( χ 2 15,2; gl. 1= 1; p 0,05) Figura 5.6-8: Porcentagem de observação dos animais de acordo com a sazonalidade. Daura-Jorge (2005), em sua pesquisa realizada em Santa Catarina, no sul do Brasil, também registrou ocorrência maior de botos no período chuvoso, segundo o autor, isso ocorre provavelmente devido ao índice de abundância de presas, que torna- se maior no período chuvoso. Domit (2006), em seu estudo sobre o repertório comportamental de S. guianensis para a região do Complexo Estuarino-Lagunar de Cananéia/Paranaguá, também registrou que a maior freqüência de estratégias de pesca ocorreu na estação chuvosa. Do mesmo modo, Garcia e Trujilo (2004) observaram diferenças sazonais nos comportamentos dos botos, na região da Colômbia, para eles, isso parece ser resultado da variação na disponibilidade e da distribuição das presas; supostamente devido à disponibilidade de recursos durante as estações 282

306 chuvosas, por isso ocorre uma maior freqüência dos grandes grupos e das estratégias cooperativas. Em nosso estudo, apesar de terem sido observados animais em maior quantidade no período chuvoso, não podemos correlacionar a ocorrência dos mesmos com o índice de abundância de presas, pois durante as saídas não foram registradas atividades de forrageio. Pesquisas mais aprofundadas, contínuas e com maior esforço amostrai devem ser realizadas para que possamos analisar o comportamento alimentar na área de estudo e principalmente no Porto do Itaqui, onde foram observados os maiores índices de animais Fase Lunar Com relação à fase lunar, constatou-se que durante as embarcações os animais foram observados em maior porcentagem durante a lua cheia (35.52%) (n=27) e nova (31.58%) (n=24), quando comparado com as luas minguante (25%) (n-19) e crescente (7.9%) (n-6) que apresentaram um menor índice de observação de botos (Figura 5.6-9). Os testes registraram que não houve diferença significativa na porcentagem de observações em relação ás fases lunares ( χ 2 = 6.74: g.. 1=3: p 0.05) Figura 5.6-9: Avistagem de Sotalia guianensis de acordo com a variação lunar. 283

307 Rossi-Santos (2006) em estudo realizado com Sotalia guianensis na Bahia registrou também que as avistagens dos animais ocorreram principalmente nas fases de lua cheia ou nova; onde a amplitude da maré é maior, os bolos foram observados durante a maré enchente, entretanto durante as fases de lua crescente ou minguante, onde a amplitude da maré é menor, foi registrado um numero inferior de animais durante a maré enchente. Na pesquisa realizada na Baía de São Marcos, obtivemos resultados similares, pois todos os embarques foram realizados na maré enchente e os botos foram observados nas quatro fases lunares com maior ocorrência de indivíduos durante a lua cheia ou nova, ao contrário das fases, crescente e minguante, que a ocorrência foi menor Composição e tamanho do grupo Em todos os embarques foram observados a presença das diferentes faixas etárias (filhote, juvenil e adulto). Registrou-se a ocorrência de 11,84% de filhotes (n=9), 7,90% de juvenis (n=6) e 57,90% de adultos (n=44). Em 22,36% (n=17) dos indivíduos não foi possível identificar a faixa etária (Figura ). Figura : Composição do grupo Sottallia guianensis na Baía de São Marcos. 284

308 Em 70% (n=14) dos embarques não foram observados filhotes. Registrou-se um número pequeno de filhotes, sendo um único filhote em 15% (n=3) das avistagens e apenas dois em 15% (n=3) dos grupos (Figura ). Figura : Porcentagem de ocorrência de filhotes de Sotallia guianensis durante as 20 horas embarcadas. Os filhotes foram observados no período chuvoso (abril, maio e junho de 2006 e abril de 2007) com uma porcentagem de 78% (n=7) e no período seco (agosto e dezembro de 2006) com uma porcentagem de 22% (n=2). O número máximo de filhotes registrados foi de dois indivíduos sempre acompanhados por um juvenil ou um adulto. Durante o trabalho foram avistados 76 indivíduos. O tamanho do grupo variou de 2 a 10 golfinhos, mas os registros mais freqüentes foram de 2 a 4 animais (Figura ), com tamanho médio de 3,85 indivíduos. 285

309 Figura : Tamanho do grupo mais freqüente observado durante os embarques (Foto: Mariana Soares, 2007). Vários autores indicaram que o tamanho do grupo nesta espécie é pequeno, variando entre 2 a 10 indivíduos (Geise et al, 1999; Torres & Beasley, 2003; Azevedo et al, 2005) como o registrado neste estudo. Entretanto, Oliveira et al. (1995) e Torres e Beasley ( 2003) reportaram que o S.guianensis na costa norte e nordeste do Brasil apresentam grupos de 20 ou menos indivíduos. Santos (2007) constatou em seu estudo realizado no litoral leste do Maranhão, que o número total de indivíduos registrados foi de 15 a 20, entretanto, para o respectivo estudo, foi observado um tamanho menor, de 2 a 10 indivíduos Atividades Comportamentais Durante o monitoramento dos botos, ao longo de 30 minutos a uma hora, observou -se que as atividades comportamentais mais freqüentes na baía foram: deslocamento (74%), socialização (13,65%) e, por último, atividade aérea (12,35%) (Figura ). Dentre as atividades acima da superfície da água observamos com maior freqüência diferentes tipos de saltos (parcial (n=19, total (n=11) e na socialização registrou-se dezessete vezes o padrão comportamental de periscópio (spyhop) principalmente em grupos de filhotes e juvenis. No periscópio o animal emerge verticalmente, fazendo um ângulo de 90 com a superfície da água, realizando um giro no seu próprio eixo. (Nascimento, 2006) 286

310 Das 20 saídas embarcadas não foi observado comportamento de forrageio. Figura : Porcentagem das atividades comportamentais realizadas pelo boto cinza na Baía de São Marcos. As atividades comportamentais observadas na Baia de São Marcos encontramse nas Figuras (A, B, C e D). 287

311 Figura (A, B, C e D): Principais atividades comportamentais observadas na Baía de São Marcos (Foto: Mariana Soares, 2007) Análise do Fator Antrópico (Presença de embarcações) Inúmeras embarcações pesqueiras como barco a motor e a vela e embarcações de grande porte como navios e lanchas turísticas foram observadas próximas aos locais onde os animais se encontravam (Figura A, B e C). Com a presença e aproximação das embarcações e com o ruído dos motores constatou- se que os animais se afastavam do local deslocando - se em diversas direções. Através das observações diretas, podemos perceber que a chegada de uma lancha alterava o comportamento dos botos. Em uma ocasião ocorreu que a chegada de uma embarcação motorizada, um grupo composto por 7 animais no Porto do Itaqui, sendo este, formado por 02 filhotes e 05 adultos, dispersouse, se deslocando para várias direções.quando a embarcação aproximou- se dos animais, sem desligar o motor, os mesmos entraram em apnéia( não foram 288

312 cronometradas). Posteriormente, com o afastamento da lancha, somente 2 botos regressaram à área de observação em questão. Este trabalho infere que a presença de embarcações influencia o comportamento dos animais. Segundo Valle e Melo (2006) em trabalho realizado na Baia dos Golfinhos em Pipa/RN, indicaram o afastamento dos animais devido ao ruído produzido pelos motores das embarcações. Os autores mencionaram que freqüentemente os golfinhos se aproximam a menos de 10 metros de embarcações que estejam desligadas ou com motor em baixa rotação. Valle e Melo (2006) concluíram que a aproximação das embarcações é responsável pelas alterações no tempo de submersão dos animais. Os autores verificaram que a distância de 100 a 200 metros entre o barco e o golfinho gerou alterações comportamentais significativas. Para o estudo em questão, observou-se que os indivíduos demonstraram alteração no padrão comportamental e costumavam evitar a proximidade de embarcações provavelmente pelo fato de se sentirem ameaçados. Supostamente os ruídos (poluição sonora) produzidos pelos motores dos barcos afastavam os botos, entretanto, quando o motor era desligado, eles se aproximavam normalmente. 289

313 Figura (A, B e C): Presença de embarcações na Baía de São Marcos durante as avistagens dos botos. A- lancha. B- Ferry boat, C- Catamarã e navio (Foto: Mariana Soares, 2007). 290

314 Considerações Finais O grupo dos cetáceos, demostrou possuirem ocorrência registrada na região. Estudos pretéritos têm mostrado que os cetáceos são sensíveis a ruídos de embarcação motorizada, apresentando alterações comportamentais. Esta característica deve ser levada em consideração para um correto manejo da área portuária, uma vez que são nessas áreas onde ocorreram os maiores índices de ocorrência destes indivíduos. Vale ressaltar o registro de filhotes nestas áreas, demostrando ser esta, uma possível área de berçário para a espécie em questão. Portanto, é imprecidível um constante monitoramento destes indivíduos ao longo da ilha do Maranhão, associado a uma proposta de manejo mais adequado do Porto do Itaqui e da Vale em função da rota destes indivíduos. Além da necessidade de uma maior concientização dos pescadores a respeito da pesca predatória destes organismos pertencentes ao grupo dos cetáceos, tais como o boto cinza, o que poderá ocorrer através de um constante Programa de Educação Ambiental voltado à preservação dos organismos pertencente ao grupo dos cetáceos que ocorrem no Maranhão. 291

315 5.7. Quelôneos INTRODUÇÃO Os quelônios são facilmente reconhecíveis por sua forma única no reino animal. São constituídos por uma carapaça ou casco (fusão da sua coluna vertebral achatada com as costelas) e plastrão (porção ventral) formando uma caixa óssea rígida, revestida por placas de queratina, servindo de proteção contra predadores (TAMAR, 2010/Nov. 27). São animais de ciclo de vida longo, baixo crescimento populacional e bem sucedidos desde a Era Mesozóica, quando a Terra ainda era unida por um super continente. É um grupo pouco diversificado devido à sua característica mais marcante, o casco. Pertence à Ordem Chelonia e está divido em duas Sub Ordens: Cryptodira aqueles que retraem o pescoço em forma de S, na qual estão as tartarugas marinhas; e Pleurodira, aqueles que retraem o pescoço horizontalmente. Os Cryptodira possuem dez famílias das quais duas são de tartarugas marinhas: Chelonidae, com seis espécies, e Dermochelidae, com apenas uma espécie representante (POUGH, 2003). Segundo Martins & Molina (2008) responsáveis pela elaboração do Livro Vermelho das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção (répteis), todas as cinco espécies de tartarugas que ocorrem no Brasil encontram-se no status de ameaçadas, com algumas ressalvas para alguns estados brasileiros. São estas as espécies: Caretta caretta, conhecida como tartaruga-cabeçuda (Figura 5.7-1), distingue-se das demais espécies por possuir a cabeça marcadamente grande em relação ao corpo. No Brasil, o litoral norte da Bahia e o litoral de Sergipe constituem o principal sítio de reprodução da espécie (MARCOVALDI & MARCOVALDI, 1999 apud MARTINS & MOLINA, 2008). As principais causas de ameaça às suas populações são a captura incidental em práticas de pesca, a destruição de locais utilizados para nidificação, predação de ninhos e poluição marinha. 292

316 Figura 5.7-1: Tartaruga-cabeçuda. TAMAR (2007). Chelonia mydas, conhecida como tartaruga-verde (Figura 5.7-2), é uma espécie herbívora e que possui ampla distribuição, especialmente as pastagens tropicais e subtropicais (HIRTH, 1997 apud MARTINS & MOLINA, 2008). Suas principais áreas de reprodução no Brasil são: o arquipélago de Fernando de Noronha, Trindade e Atol das Rocas. Além das ameaças comuns à tartaruga-cabeçuda, esta espécie também é dizimada pela redução na fonte de alimento e ocorrência de doenças. Figura 5.7-2: Tartaruga-verde. TAMAR (2007) 293

317 Eretmochelys imbricata, conhecida como tartaruga-de-pente (Figura 5.7-3), é a mais tropical das espécies marinhas, distribuindo-se principalmente no Norte-Nordeste do Brasil. A descaracterização dos ambientes costeiros (áreas de desova), pesca incidental e poluição, são as principais ameaças a esta espécie. Figura 5.7-3: Tartaruga-de-pente. TAMAR (2007). Lepdochelys olivacea, conhecida como tartaruga-oliva (Figura 5.7-4), é considerada uma das menores tartarugas marinhas do mundo. Sua distribuição é ampla ocorrendo nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. No Brasil há registros desde o Ceará até o Rio Grande do Sul. Alimenta-se essencialmente de camarões, moluscos, peixes e algas. A pesca, a descaracterização ou destruição de seus habitats reprodutivos, a poluição marinha e a captura indiscriminada de seus ovos, são as principais ameaças às suas populações. 294

318 Figura 5.7-4: Tartaruga-oliva. TAMAR (2007). Dermochelys coriacea, é conhecida como tartaruga-de-couro (Figura 5.7-5), devido ao revestimento coriáceo que apresenta seu casco e não ósseo como as demais espécies. É representante única de sua família sendo a maior das espécies de tartarugas marinhas. Há registro desta espécie para todo o litoral brasileiro. As ameaças para a tartaruga-de-couro não divergem das demais espécies, apenas enfatiza-se o número reduzido de sua população, onde a predação nos ninhos acaba gerando um forte impacto. Figura 5.7-5: Tartaruga-de-couro. TAMAR (2007). 295

319 Além de todas as ameaças sofridas pelas espécies de tartaruga marinha, ainda existe outro componente ainda mais preocupante devido a sua escala global. As mudanças climáticas irão promover impactos diretos e indiretos em inúmeras espécies e ecossistemas gerando desafios para a conservação e manejo dos recursos naturais (HELLER & ZAVALETA, 2009). Podem trazer três impactos diretos para as populações de tartarugas marinhas: a elevação da temperatura da areia, o aumento do nível do mar e a atividade de ciclones. A temperatura à qual os ovos são submetidos durante o terço médio do período de incubação influencia na determinação do sexo (GOMES et. al, 2006). A temperatura determinante para que ocorra a distribuição do sexo, tendo 50% de machos e 50% de fêmeas é denominada de pivotal. Se a média da temperatura durante o terço médio de incubação for mais elevada que a temperatura pivotal, há prevalência no nascimento de fêmeas, ao passo que, se a média da temperatura for mais baixa, há prevalência de machos (HAMANN et.al, 2003). A elevação da temperatura da areia implica um impacto duas vezes maior que o aumento do nível do mar e cerca de três vezes a atividade de ciclones (FUENTES & CINNER, 2010) demonstrando que no futuro, espera-se que as populações de tartarugas marinhas tenham número de fêmea muito maior que o de machos. No Maranhão existe um projeto voltado para o estudo de quelônios de água doce e tartarugas marinhas chamado QUEAMAR (Quelônios Aquáticos do Maranhão). Criado em 2004 pela Professora da Universidade Federal do Maranhão, Dr.ª Larissa Barreto, atua nas linhas de pesquisa em Ecologia, Biologia Reprodutiva, Conservação e Manejo de espécies estando vinculado à UFMA através do Departamento de Oceanografia e Limnologia, tendo o CNPq e a FAPEMA como parceiros. Antes deste projeto, não foram encontrados registros para o Estado do Maranhão de trabalhos que focassem as tartarugas marinhas, portanto, as informações mais atuais encontram-se nos bancos de dados do QUEAMAR. 296

320 QUEAMAR E AS TARTARUGAS MARINHAS Até o ano de 2006, o Estado do Maranhão ainda não possuía trabalhos sendo realizados com tartarugas marinhas. Sob a orientação da Professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Doutora Larissa Barreto, a então aluna, Ana Beatriz Nunes Ribeiro desenvolveu com os demais membros da equipe QUEAMAR o trabalho Avaliação do uso do recurso e conservação de tartarugas de água doce e marinhas em São Luís e áreas adjacentes, Maranhão, Brasil onde pôde, junto à comunidade pesqueira, monitorar os encalhes nas praias e outras áreas costeiras da ilha do Maranhão. O trabalho aplicou dois métodos para o levantamento das espécies de tartarugas marinhas com ocorrência para o litoral maranhense. Um deles foi o acompanhamento e registros de encalhes de indivíduos vivos ou mortos entre os anos de 2006 e Obtinha-se os dados de localização, identificação da espécie com auxílio de guias de campo e possível causa da morte quando os indivíduos encontrados apresentavam-se em tal circunstância. O local do primeiro avistamento do indivíduo era fotografado. Outro método aplicado foi o de questionários semi-estruturados com foco para a pesca acidental de tartarugas marinhas nas principais comunidades pesqueiras da ilha do Maranhão (São Luís, Raposa e São José de Ribamar). Também foram visitadas as principais feiras da ilha do Maranhão (Raposa, São José de Ribamar, Timbuba, João Paulo, Mercado Central, Mercado do Peixe, Feira da Vicente Fialho e Feira da Cohab) para o levantamento do comércio ilegal. O conhecimento popular dos pescadores mais velhos também foi alvo das entrevistas para que pudesse ser feito o acompanhamento evolutivo do uso dos recursos provenientes das tartarugas marinhas para consumo ou comércio, na ilha de Curupu AS TARTARUGAS MARINHAS DO MARANHÃO Segundo o trabalho desenvolvido pelo QUEAMAR, o Maranhão apresenta ocorrências das cinco espécies com registro para o litoral do Brasil: Caretta carreta, Chelonia mydas, Eretmochelys imbricata, Lepdochelys olivacea e Dermochelys coriacea. 297

321 O método de registros de encalhes na ilha do Maranhão totalizou 11 indivíduos sendo 1 de tartaruga-de-couro, 1 de tartaruga-oliva, 1 de tartaruga-cabeçuda e 8 para tartaruga-verde. Além dos encalhes também foi diagnosticado pelo trabalho dois ninhos de tartaruga-de-pente, na ilha de Curupu no ano de 2007, demonstrando a importância deste local para reprodução desta espécie. A distribuição das espécies pode ser observado na figura A tabela 5.7-1, a seguir representa os registros dos encalhes: Tabela 5.7-1: Registro dos encalhes na ilha do Maranhão entre os anos de 2006 e 2007 (Ribeiro, 2006). Espécie Local do Encalhe Status do indivíduo Ano Chelonia mydas Araçagy Morta 2006 Chelonia mydas Araçagy Morta 2006 Chelonia mydas Ponta D areia Morta 2006 Chelonia mydas Araçagy Morta 2007 Lepdochelys olivacea São Marcos Viva 2007 Chelonia mydas Panaquatira Morta 2007 Chelonia mydas Panaquatira Morta 2007 Chelonia mydas Curupu Morta 2006 Chelonia mydas Curupu Viva 2006 Eretmochelys imbricata Curupu Ninho 2007 Eretmochelys imbricata Curupu Ninho 2007 Caretta caretta Raposa Morta 2007 Dermochelys coriacea Curupu Morta

322 Figura Mapa com a distribuição das espécies de quelônios registrados na Ilha do Maranhão e áreas adjacentes segundo Ribeiro (2007). Os questionários sócio-econômicos foram aplicados em 43 pessoas que vivem direta ou indiretamente da pesca nas localidades de São José de Ribamar (22 pessoas), Raposa (15 pessoas) e São Luís (Mercado do Peixe e Mercado do Portinho) (6 pessoas). Dos 43 entrevistados, 32 vivem da pesca diretamente. Destes, 28 afirmaram utilizar a rede como arte de pesca, 5 o puçá, 6 a linha, 3 espinhel e 1 curral. Os entrevistados também foram questionados sobre os nomes populares das espécies e os citados foram: Vovô de Aruanã para Caretta caretta, Tartaruga Verdadeira para Eretmochelys embricata, Oliva para Lepdochelys olivacea, Coruda para Dermochelys coriacea e Aruanã para Chelonia mydas. Quanto ao último avistamento os entrevistados das diferentes localidades responderam ter visto tartarugas há anos (3 pessoas) em São Luís; há dias (4 pessoas), há meses (13 pessoas) e há anos (4 pessoas) na localidade de S. José de 299

323 Ribamar; há dias (1 pessoa), há meses (1 pessoa), há anos (pessoas) na região da Raposa. O questionário contemplava perguntas sobre o estágio de desenvolvimento dos indivíduos avistados pelos pescadores, considerando seu conhecimento, ou seja, o conhecimento de pessoas que vivem e subsidem dos recursos do mar. Além disso, o comportamento do indivíduo no momento do avistamento era outra preocupação dos pesquisadores que desenvolveram o trabalho, pois poderia justificar a ocorrência das espécies no litoral maranhense. A tabela a seguir mostra o resultado das respostas: Tabela 5.7-2: Estágio do desenvolvimento e comportamento observados pelos entrevistados na ocasião do último avistamento em São Luís, S. José de Ribamar e Raposa (Ribeiro, 2007). Comportamento Comércio Desovando Emalhada Encalhada Respirando Estágio desenvolvimento Adulto Filhote Juvenil Dos 43 entrevistados 26 disseram não consumir carne ou ovos de tartarugas marinhas quando questionados. Onze pessoas disseram já ter consumido ovos e carne como fonte de alimento; 4 disseram ter consumido carne mas nunca ovos e 2 pessoas alegaram já ter consumido ovos mas não a carne. Embora os resultados mostrem que os entrevistados não consomem os recursos provenientes das espécies marinhas, o trabalho realizado pelo QUEAMAR registrou diversos relatos de pescadores indicando que este dado pode ter sido influenciado pelo conhecimento que os pescadores têm de que a venda e 300

324 consumo de tais recursos é proibida, deixando-os pouco à vontade para responderem seguramente a esta pergunta. Questionados sobre o aumento ou declínio dos avistamentos em sua localidade, os entrevistados responderam para as regiões de São Luís (2 pessoas) e Raposa (11 pessoas) que os avistamentos diminuíram em relação ao passado. Apenas para São José de Ribamar os pescadores acreditam que os avistamentos estão em franco crescimento (15 pessoas). Outro aspecto importante abordado no trabalho foi quanto à comercialização de carne de tartaruga marinha. Os entrevistados foram taxativos ao responder que não comercializavam. Das 43 pessoas que responderam ao questionário apenas 1 confessou já ter comercializado, embora há muito tempo e por necessidade para aumentar a rendar familiar. Além disso, chamou a atenção dos pesquisadores que realizaram o estudo o amplo conhecimento sobre a legislação ambiental que proíbe a pesca, comercialização de recursos provenientes das tartarugas marinhas CONSIDERAÇÕES FINAIS O Maranhão apresenta uma das maiores extensões de litoral do Brasil além de umas das maiores áreas contínuas de manguezal do mundo, demonstrando a importância para diversos grupos marinhos de ampla distribuição. Este Diagnóstico de Tartarugas Marinhas apresentou a ocorrência de todas as cinco espécies que possuem registro no litoral brasileiro: Caretta caretta Eretmochelis imbricata, Chelonia mydas, Lepdochelys olivacea e Dermochelys coriácea. O trabalho desenvolvido pelo QUEAMAR, grupo de pesquisa da Universidade Federal do Maranhão vinculado ao Departamento de Oceanografia, sob a coordenação da Prof.ª Dra. Larissa Barreto, tem sido tem sido pioneiro para o levantamento de dados e registros das tartarugas marinhas do Maranhão, sendo necessário maior apoio das Instituições fomentadoras de pesquisa para ampliação dos bancos de dados sobre este grupo tão pouco estudado pelo Estado. 301

325 A fiscalização por parte dos órgãos competentes sobre os agentes causadores da diminuição das populações de espécies marinhas é fundamental para que estas espécies possam permanecer conservadas no litoral maranhense. Além disso, as áreas de desova devem ser delimitadas e ter seu acesso restrito para que as tartarugas marinhas possam crescer e se desenvolver diminuindo o risco de ameaça às suas populações. 302

326 5.8. MACROFAUNA BENTONICA APRESENTAÇÃO Os organismos bentônicos Os bentos representam a biota dos organismos ligados aos fundos e à interface da água com materiais sólidos como algas, corais, esponjas, etc.; constituídos de uma ampla variedade de filos envolvidos no ciclo dos elementos no mar, portanto, de reconhecida importância no fluxo de energia nas cadeias tróficas dos ambientes marinhos e estuarinos (BELÚCIO et al., 1999). Os bentos marinhos apresentam variadas formas de classificação: 1. Quando ao trofismo: fitobentos (fotossintetizantes) e zoobentos (animais); 2. Quanto à relação com o substrato: epifauna/epiflora (organismos que vivem sobre o substrato) e infauna (os que vivem entre os sedimentos; ocorrem apenas em substratos inconsolidados); 3. Quanto à locomoção: sésseis e pivotantes (vivem aderidos a superfície de substratos), sedentários (baixo poder de locomoção, vivem restritos a uma pequena área), cavadores (locomovem-se entre os sedimentos, construindo ou não galerias) e vágeis (possuem locomoção eficiente, podem migrar longas distâncias); 4. Quanto ao tipo de dieta: omnívoros (dieta alimentar bastante variada, adaptam- se aos recursos mais facilmente disponíveis), comedores de depósito (alimentam-se indiscriminadamente de sedimentos, fazendo a seleção dos compostos nutritivos internamente) suspensívoros (alimentamse de compostos orgânicos em suspensão na coluna d água), herbívoros, carnívoros, detritívoros (compostos orgânicos em decomposição) e necrófagos (organismos mortos). Estes grupos podem ser estabelecidos, ecologicamente, de acordo com o tamanho dos indivíduos. Esta é uma classificação pragmática baseada no tamanho da malha de peneiras usadas para separá-los do sedimento. Animais 303

327 retidos por uma peneira de malha de 0,5 mm compreendem o macrobentos. Animais pequenos o bastante para passar por uma peneira com malha de 0,5 mm más grandes o suficiente para ficarem retidos por uma malha de 0,062 mm, são referidos como meiobentos. Os membros do meiobentos não são grandes nem fortes o suficiente para se enterrar no sedimento, mas vivem dentro destes, frequentemente nos espaços intersticiais entre as partículas que compõem o sedimento. Os nematódios estão entre os grupos mais freqüentes, podendo ser encontrados centenas por centímetro quadrado. Muitos desses organismos são consumidores de depósito, outros "pastam" sobre organismos fixos as partículas do sedimento e outros predam os animais intersticiais, Outros táxons importantes são os copépodos harpacticóides, arquianelidas, poliquetas, turbelários, gastrotricos, tardígrados, etc. Existe, ainda, uma população temporária de larvas e juvenis de membros da macrofauna que passam seus estágios iniciais do ciclo de vida nesse ambiente. O microbentos, incluindo bactérias, protozoários e microalgas, que passam por uma peneira de 0,062 mm de malha. Nesta classificação o grupo mais importante são as diatomáceas epipsâmicas (PEREIRA & SOARES-GOMES, 2002). A terminologia megafauna é usada para aqueles organismos capturados com rede de arrasto e que possuem dimensões avantajadas. Alguns autores determinam que nesta categoria estariam incluídos organismos maiores que 2 cm (PEREIRA & SOARES-GOMES, 2002). No geral, os organismos bentônicos desempenham importante papel ecológico dentro dos ecossistemas aquáticos, pois, são consumidores de plâncton; participam intensamente da atividade de decomposição da matéria orgânica; da ciclagem de nutrientes no substrato; além de ocupar uma posição importante dentro da teia trófica (LANA et al., 1996; NYBAKKEN, 1997). Muitas espécies constituem-se no principal item alimentar de muitos peixes demersais e outras desempenham importante papel na ciclagem de nutrientes através do processo de biorrevolvimento do sedimento, que acelera os processos de remineralização de nutrientes (LANA et al., 1996; NYBAKKEN, 1997). 304

328 Existem muitas razões que levam ao interesse pelo conhecimento dos bentos, principalmente costeiros. Uma delas é o fato de uma enorme gama de organismos bentônicos, ou associados de alguma forma aos fundos marinhos, ter importância econômica direta para o homem, como é o caso de muitas espécies de crustáceos e moluscos (LANA et al., 1996). Além disso, a produção secundária gerada pelo zoobentos suporta a pesca comercial do mundo (RAMOS, 2002). As relações que se estabelecem entre os organismos bentônicos e o substrato diferem de acordo com a sua natureza, e distinguem-se basicamente em duas categorias: a) substratos duros, que estão constituídos pelas formações rochosas, estruturas fabricadas pelo homem (cascos de embarcações, obras portuárias, plataformas petroleiras, etc.), arenitos, argilitos, siltitos entre outros, e b) substratos moles são aqueles cujos elementos constituintes são livres uns dos outros e sua granulometria está compreendida de partículas às vezes inferiores de 1 micrometro chegando até a medidas de 1cm (CIENCIAS DEL MAR, 2006). Os habitats bentônicos costeiros estão entre os ambientes mais produtivos do planeta. Segundo PEREIRA & SOARES-GOMES (2002), dentre os ecossistemas presentes na região entre-marés e habitats da zona costeira, os substratos duros, no geral, são considerados alguns dos mais importantes por abrigarem um grande número de espécies de grande importância ecológica e até econômica, tais como mexilhões, ostras, crustáceos e algumas espécies de peixes. Por receberem grandes quantidades de nutrientes de sistemas terrestres, estes ecossistemas apresentam uma grande biomassa, assim como uma elevada produção primária de microfitobentos e de macroalgas. Como consequência, estes habitats são locais de alimentação, crescimento e reprodução de um grande número de espécies. Em ambientes marinhos, habitats estruturalmente complexos, alojam maior número de espécies do que outros mais simples ou mais homogêneos, fornecendo maior número de microambientes além de refúgios eficientes contra predadores. Em substrato duro muitos desses habitats são representados por macrófitas e invertebrados sésseis (LUBCHENCO & MENGE, 1978). 305

329 Em particular, os organismos, da macrofauna bentônica, exercem importantes papéis nos processos do ecossistema, como reciclagem de matéria orgânica, convertendo material vegetal em nutrientes para outros organismos, metabolismo de poluentes e produção secundária, sendo presas essenciais para predadores demersais (SNELGROVE, 1998). Certos zoobentos, tais como os poliquetas, escavam o substrato para se proteger da predação e para procurar comida. Esta bioturbação tem impacto na redistribuição da matéria orgânica, estimulando o metabolismo do sedimento, provocando a oxigenação do substrato e melhorando a respiração animal no ecossistema (HUTCHINGS, 1998). A macrofauna possui inquestionável importância econômica, atuando como fonte direta de alimentos altamente protéicos para a população humana (ostras, siris, sarnambis, etc), fonte de renda para as comunidades ribeirinhas e alimento principal de aves e peixes comercialmente relevantes. Em determinados casos, poliquetas podem compor até 80% da dieta de alguns peixes (AMARAL & NONATO, 1996). O estudo da macrofauna bêntica é significante não só pela relevância ecológica que desempenha no meio, como também pela interferência que exerce na sustentabilidade das comunidades ribeirinhas. Os Bentos e o biomonitoramento: Os ecossistemas aquáticos têm sido alterados de maneira significativa devido a múltiplos impactos ambientais resultantes de atividades mineradoras; construção de barragens e represas; retificação e desvio do curso natural de rios; lançamento de efluentes domésticos e industriais não tratados; desmatamento e uso inadequado do solo em regiões ripárias e planícies de inundação; exploração de recursos pesqueiros e introdução de espécies exóticas (GOULART & CALLISTO, 2003). O resultado dessas alterações representa uma queda acentuada da biodiversidade aquática, em função da desestruturação do ambiente físico, químico e alterações na dinâmica e estrutura das comunidades biológicas (CALLISTO et al., 2001b). Os rios recebem materiais, sedimentos e poluentes de toda sua bacia de drenagem, refletindo os usos e ocupação do solo nas 306

330 áreas vizinhas. Os principais processos degradadores, resultantes das atividades humanas nas bacias de drenagem, causam o assoreamento e homogeneização do leito de rios e córregos, diminuição da diversidade de hábitats e microhábitats e eutrofização artificial (enriquecimento por aumento nas concentrações de fósforo e nitrogênio e conseqüente perda da qualidade ambiental) (CALLISTO et al., 2002; GOULART & CALLISTO, 2003). São considerados bioindicadores são espécies, grupos de espécies ou comunidades biológicas cuja presença, quantidade e distribuição indicam a magnitude de impactos ambientais em um ecossistema aquático e sua bacia de drenagem 2 (Callisto & Gonçalves, 2002). Sua utilização permite a avaliação integrada dos efeitos ecológicos causados por múltiplas fontes de poluição. Além disso, o uso dos bioindicadores é mais eficiente do que as medidas instantâneas de parâmetros físicos e químicos (p.ex. temperatura, ph, oxigênio dissolvido, teores totais e dissolvidos de nutrientes, etc) que são normalmente medidos no campo e utilizados para avaliar a qualidade das águas. A Agência de Controle Ambiental dos Estados Unidos (U.S. Environmental Protection Agency USEPA) e a Diretriz da União Européia (94C 222/06, 10 de agosto de 1994) recomendam a utilização de bioindicadores como complemento às informações sobre a qualidade das águas. O monitoramento biológico baseia-se em mudanças na estrutura e composição de comunidades de organismos aquáticos. Entretanto, como o tempo necessário para se conhecer as respostas dos vários grupos de organismos presentes pode serconsideravelmente longo (anos a décadas), grupos específicos têm sido selecionados (protozoários, ciliados, algas, macroinvertebrados bentônicos e peixes) e utilizados em diferentes métodos de avaliação ambiental (ROSENBERG & RESH, 1993). Macroinvertebrados bentônicos têm sido utilizados como indicadores das condições ambientais em inventários de biodiversidade (GALDEAN et al., 2001), no uso de índices de biodiversidade (CALLISTO et al., 2001; COMPIN & CÉRÉGHINO, 2003; ILIOPOULOU GEORGUDAKI et al., 2003), na utilização em experimentos in situ (HARE & CAMPEBELL, 1992) e em Programas de Biomonitoramento Ambiental (Rosenberg & Resh, 1993; BARBOSA et al., 307

331 1997; KELLY & WHITTON, 1998). CAIRNS & PRATT (1993) abordam a importância histórica desse tema e salientam as bases para o estudo da fauna aquática, especialmente os macroinvertebrados bentônicos como bioindicadores de qualidade de água. Vários pesquisadores têm levantado argumentos para o uso de macroinvertebrados bentônicos como ferramenta biológica em Programas de Biomonitoramento (ROSENBERG & WIENS, 1976; MYSLINSKI & GINSBURG, 1977; LYNCH et al., 1988; HARE, 1992; HARE & CAMPBELL, 1992; GOODYEAR & MCNEILL, 1999): 1. Cosmopolitas e abundantes; 2. Grande tamanho de corpo (muitos são visíveis a olho nu); 3. A maioria possui características ecológicas bem conhecidas; 4. Viabilidade de utilização em estudos laboratoriais (p.ex. testes ecotoxicológicos, experimentos de bioturbação); 5. São sedentários (ou com mobilidade restrita) sendo representativos de condições locais; 6. São bentônicos, permitindo a associação com as condições do sedimento; 7. Alguns podem acumular metais pesados, permitindo avaliar o nível de impacto através de bioacumulação e biomagnificação; 8. Têm a vantagem de caracterizar a qualidade das águas não apenas no instante de sua coleta mas refletindo também sua situação em um período de tempoconsideravelmente mais longo, permitindo avaliar os efeitos de um poluente de forma segura e precisa em diferentes escalas temporais; 9. A concentração de substâncias tóxicas na biomassa corporal não é afetada por ciclos reprodutivos ou diferenças sexuais, uma vez que estes organismosinúmeras vezes são coletados enquanto formas imaturas de insetos aquáticos e semi-aquáticos; 10. Participam das cadeias alimentares e cadeia de detritos, podendo atuar como agentes vitais de entrada de metais pesados ou outros contaminantes nas cadeias alimentares aquáticas. 308

332 Mudanças na estrutura de comunidades macrobentônicas em uma escala espacial têm sido utilizadas como importantes ferramentas ecológicas em monitoramento de fontes poluidoras (SANDIN & JOHNSON, 2000). Além disso, esses estudos têm sido úteis na descrição de alterações no estado trófico de ecossistemas aquáticos continentais (CALLISTO et al., 2004). As mudanças que se sucedem na estrutura das comunidades bentônicas alternam-se, de complexas e diversas com organismos próprios de águas limpas e, portanto, intolerantes à poluição, a simples e de baixa diversidade, com organismos capazes de viver em águas contaminadas, variando como reflexo direto dos efeitos da contaminação doméstica e industrial (WARD, 1992). Essas características nos permitem identificar um gradiente de tolerância à poluição nas comunidades bentônicas METODOLOGIA: Campo As coletas foram realizadas nos dias 09, 10, 11, e 12 de novembro de 2010 nos rios Anil, Cachorros, Tibiri, e Paciência respectivamente. Em cada uma das áreas foram realizadas quatro amostragens, sendo P01 o ponto mais a montante e P04 a foz. Em cada ponto amostral foram feitos lançamentos com draga tipo Van Veen com volume total de 0,003 m 3 (3 litros). Após retirar o sedimento da draga, este era armazenado em sacos plásticos, etiquetados e imersos em formol a 10% para garantir a integridade dos organismos nele presente. Laboratório Já em laboratório as amostras foram triadas em peneiras geológicas sobrepostas com malhas 1 e 0,5 mm de diâmetro. O material retido nas peneiras foi acondicionado em potes juntamente com a etiqueta, contendo formol a 4%. Após 48 horas de fixação, o conteúdo biológico foi colocado em novos frascos identificados contendo álcool etílico a 70% para conservação. Já em laboratório, realizou-se a triagem fina, na qual as amostras foram triadas com o auxílio de microscópio estereoscópico e pinças, separando-se a macrofauna dos pedaços de raízes, folhas e pedras. Concomitante a 309

333 amostragem de sedimento, os dados abióticos de Salinidade e Temperatura (ºC). Os grupos foram identificados através de chaves e de guias de identificação (Amaral et al, 2005; Amaral & Nonato, 1996; Costa et al, 2006; Melo, 1996; Melo,1999; Rios, 1994). Tratamento dos dados Para o tratamento estatístico dos dados foi utilizado o Pacote estatístico PRIMER 6.0, onde primeiramente do número de indivíduos encontrados em cada ponto foi tirada a Raiz Quarta de forma a minimizar a discrepância entre os dados. Logo após foram determinados os seguintes itens: Riqueza (S): refere-se à abundância numérica de uma determinada área geográfica, região ou comunidade. Eqüitabilidade ou Índice de Uniformidade de Pielou (J ): é um índice de eqüitabilidade ou uniformidade, em que a uniformidade refere-se ao padrão de distribuição dos indivíduos entre as espécies O Índice de Shannon (H ): mede o grau de incerteza em prever a que espécie pertencerá um indivíduo escolhido, ao acaso, de uma amostra com S espécies e N indivíduos. Quanto menor o valor do índice de Shannon, menor o grau de incerteza e, portanto, a diversidade da amostra é baixa. A diversidade tende a ser mais alta quanto maior o valor do índice. Assim como a eqüitabilidade o índice de Shannon também pode ser medido em escala onde valores maiores que 3 representam diversidade muito alta; valores de 2-3 representam diversidade alta; e 1-2 representam diversidade baixa RESULTADO E DISCUSSÃO Dados Abióticos Os dados abióticos de Salinidade e Temperatura aferidos em campo estão dentro do esperado para o atual período climático da região, a estiagem. Os maiores valores de Salinidade para todas as áreas, como já esperado para rios, estão concentrados na região da foz devido a mistura com a água do mar. 310

334 A evidencia a variação sazonal e espacial da salinidade também é verificada por vários autores, entre eles CALADO (2004), GRECO (2004), SILVA (2004), SILVA et al. (2004), e LIRA (2008). Verificou-se o maior valor em P04 no Rio Anil com 41, seguido de P04 no Rio Paciência com 38. O Rio Anil também se destaca com a menor salinidade no P01 com 8. As variações de Salinidade entre os pontos de coleta e localidades estão presentes na figura Figura 5.8-1: Variação da salinidade nas áreas de amostragem. A temperatura motrou-se pouco variavel, apresentando menor valor em P02 no Rio dos Cachorros com 28,9 e o maior valor para o P01 no Rio Paciência com 31,1. Assim como a salinidade, a temperatura dos ambientes aquáticos pode variar de forma horizontal ou vertical e sazonal na coluna d água, sendo fundamental para o comportamento dos organismos vivos e das massas de água. Para muitos propósitos, a temperatura e a salinidade não devem ser tratadas separadamente, uma vez que interagem em diversos processos nos ecossistemas aquáticos, influenciando na variação de outros parâmetros abióticos como Ph e O 2 dissolvido (SCHMIEGELOW, 2004). Os valores de temperatura estão presentes na Figura abaixo. 311

335 Figura 5.8-2: Variação da salinidade nas áreas de amostragem. Dados bióticos Durante o presente estudo foram amostrados 278 indivíduos, a saber: Gastropoda (09), Bivalvia (09), Polychaeta (242), Crustáceo Decapoda (04), Nematoda (4), Nemertea (1), e Larva de Díptera [Tabanidae] (9) distribuídos em 16 pontos amostrais sendo 4 para cada área de estudo (Tabela 5.8-1). 312

336 Tabela 5.8-1: Macrofauna bentônica amostrada nas áreas de estudo. ANIL CACHORROS PACIÊNCIA TIBIRI P01 P02 P03 P04 P01 P02 P03 P04 P01 P02 P03 P04 P01 P02 P03 P04 TOTAL Capitellidae Hesionidae Lumbrineridae Polychaeta Nephyitidae Nereidae Polynoidea Spionidae Syllidae Gastrópoda Melampus coffeus Neritinia virginea Mytella charruana Bivalvia Nuculana acuta Tellina probrina Decápoda Uca rapax Diptera Larva Tabanidae Nematoda Nematoda Nemertea Nemertea TOTAL

337 A baixa representatividade de famílias de poliquetas no presente estudo, como Lumbrineridae, Nephtyidae e Syllidae, deve-se ao comportamento errante, hábito onívoro/predador e a preferência por substratos de partículas grosseiras, pouco se favorecendo com a grande quantidade de nutrientes em suspensão e contínua deposição de sedimentos finos no meio, impossibilitando-os de se locomoverem entre os espaços instersticias e diminuindo a proliferação de potenciais presas que ocorrem nestes espaços (Coelho, 2005; Maurer & Leathem, 1981 e Muniz & Pires, 1999). Outros fatores que explicam a baixa quantidade de poliquetas nas amostragens pode ser explicada por Wells (1984 apud Sheridan, 1997), onde afirma que os detritívoros como Capitellidae, Ampharetidae e Ocypodidae entre outros formam o taxa dominante no interior do mangue devido a alta oferta de matéria orgânica, enquanto os carnívoros Nereidae, Syllidae, Lumbrineridae e Nemertea tendem a se abrigar em localidades fora do manguezal em substrato arenoso. As amostragens neste estudo foram realizadas ao longo dos rios, em pontos representativos próximos da nascente até a foz onde o sedimento era predominantemente lamoso. Outro fato a ser levado em consideração é o pequeno número de amostras que não é suficiente para representar toda a macrofauna bentônica local. Lanza Espino et al. (2000) explica que, entre todas, três familias de poliquetos são evidentemente boas bioindicadoras de presença de materia orgânica (natural ou anrópica), sendo elas Spionidae, Nereididae, e Capitellidae. O mesmo afirma que estas famílias são largamente usadas em estudos relacionados a contaminação por matéria orgânica em e estuários. Porém os maiores números são encontrados no rio Tibiri e Paciência, os quais são voltados para a baia de São José, enquanto as demais localidades que são voltadas a baía de São Marcos apresentam quantidade muito inferior. Este fato pode ser explicado o se analisar as características das duas baias. A baía de São José, quando comparada com a baía de São Marcos, é considerada pouco impactada e menos vulnerável aos derrames de óleo, devido (1) à grande quantidade de tensores antrópicos agindo sobre a baía de São Marcos, como a desembocadura do Rio Anil (MOREIRA et al, 2001) e Bacanga, os quais se encontram altamente comprometidos do ponto de vista sanitário, (2) a 314

338 recepção de grande volume de água de lastro, (3) a possibilidade de acidentes com transporte de óleo e derivados, devido ao grande tráfego de cargas no complexo portuário da Baía de São Marcos, e (4) a grande velocidade de corrente dificulta a fixação de larvas de invertebrados. Outro aspecto importante que torna a baía de São José mais rica é a existência de trocas de massas d água entre as baías de São Marcos e São José através da maré, pelos estreitos dos Mosquitos e do Coqueiro, bem como, pela boca da baía de São José que se encontra com a de São Marcos na ponta da Raposa (ALCÂNTARA & SANTOS, 2005). Esta troca de massas de água carreiam as larvas de organismos que não conseguem se fixar em São Marcos levando-as a um ambiente mais protegido e preservado, o que explica o maior número de organismos principalmente os poliquetas Nephtyidae e Nereidae. A Baía de São José é considerada uma das mais importantes da zona costeira do Maranhão tanto pelos aspectos fisiográficos, por ser desaguadouro dos maiores rios do estado (Itapecurú e Munim) que contribuem com enorme quantidade de matéria orgânica (FEITOSA & TROVÃO, 2006). Os gastrópodes Melampus coffeus e Neritinia virgínea têm em comum seu modo de vida, pois geralmente são encontrados nas partes mais elevadas e desce ao solo durante a baixa-mar para forrageamento (Carvalho et al, 2007), sendo dependente da vegetação dos manguezais. A distribuição desses gastrópodes é condicionada diretamente pelas zonas de alimentação. Nas camadas mais baixas de influência da maré, o maior tempo de submersão e a quantidade de detritos carreados das camadas altas aumentam a oferta alimentar, e, portanto atraem mais gastrópodes. Possivelmente por este motivo estes organismos foram encontrados em pequeno número, visto que o estudo ocorreu nas camadas onde não há exposição do sedimento (PROFFITT et al., 1993; PROFFITT & DEVLIN, 2005). Ambas as espécies são abundantes nos estuários maranhenses o que os torna um importante componente da cadeia alimentar desse ecossistema. Logo a presença destes organismos foi acidental. Segundo Oliveira (1996), alguns Diptera alimentam-se exclusivamente de espécies do gênero Avicennia, vegetação presente nos locais de amostragem, 315

339 ou possuem fase larval dependente de espécies restritas ao manguezal. As larvas de Tabanidae, no entanto, são predadoras, alimentando-se dos líquidos corpóreos de suas presas, e podem ser vistas freqüentemente praticando canibalismo na ausência de alimento disponível, sendo compreensível a necessidade de associação com substratos/habitats que possibilitem suporte alimentar, seja em ambiente aquático, semi-aquático ou terrestre (Ferreira & Rafael, 2006). Esta associação com o substrato pode ser explicada pela quantidade de matéria orgânica presente no substrato do ecossistema manguezal, já que em solos mais ricos em nutrientes a probabilidade de encontrar presas aumenta (SANTOS, 2007). Tellina probrina no geral são organismos que se alimentam de uma rica película de detritos que recobre o substrato. Têm preferência por substratos arenosos onde se torna mais fácil se enterrar (RAMOS, 2002; BARNES & HUGHES, 1982). Os vermes Nematódeos são organismos que ficam associados a sedimentos preferencialmente com elevada taxa de silte/argila concordando com a preferência destes animais por ambientes onde o espaço intersticial é menor, pois eles apresentam o corpo vermiforme e estariam bem adaptados a este tipo de ambiente (COULL, 1988; GIERE, 1993; SANTOS, 2007). HICKS & COULL (1983) complementam esta informação afirmando que o microfitobentos é uma importante fonte alimentar para os animais da Nematódea. O decápode, Uca rapax distribui-se, no Brasil, do Pará até Santa Catarina, sendo uma das espécies mais abundantes do gênero. Vive em galerias cavadas na lama ou na areia lamosa, nas proximidades dos manguezais, ao longo de rios e riachos tendo tolerância a amplas variações de temperatura e salinidade. (MELO, 1996; SANTOS, 2007). Estatística Após o tratamento estatístico dos dados verificou-se que nas localidades Rio Anil e Cachorros obtiveram diversidade média, com valores 1,782 e 2,184 respectivamente. Os valores de equitabilidade seguem a mesma tendência, com 0,9158 e 0,8791 respectivamente para o rio Anil e Cachorros (Tabela 2). 316

340 O rio Paciência e Tibiri apresentaram valores de diversidade inferiores às demais localidades, com 0,596 e 0,7955 respectivamente, classificando-as como de baixa diversidade. Os valores de equitabilidade tem comportamento similar, tendo 0,4299 para o Paciência e 0,4088 para o Tibiri (Tabela 5.8-2). Há uma aparente contradição no que diz respeito aos dados de diversidade, pois os Rios Anil e Cachorros estão localizados em regiões com grandes aglomerados populacionais e sujeitos a impactos antrópicos diversos. Neste caso, os valores de riqueza (S) mostram que as áreas em questão apresentam números maiores em relação ao Paciência e Tibiri. Outra questão a ser evidenciada é que nestes últimos a maior parte dos espécimes (N) são representados apenas por poliquetas Nereidae, Nephtyidae, e em menor número por Capitellidae. Tabela 5.8-2: Valores de Riqueza (S), diversidade (Shannon), e Equitabilidade (J ) para as área de estudo. S N H' J' ANIL ,782 0,9158 CACHORROS ,184 0,8791 PACIENCIA ,596 0,4299 TIBIRI ,7955 0,4088 Estudando a macrofauna bentica na Ilha de Tauá-Mirim (localizada próximo a Ilha de São Luis), Santos (2007) apresentou dados de diversidade e equitabilidade de médio a altos se comparados ao presente estudo (1.548 e respectivamente), porém em suas amostragens obteve a presença de 20 táxons em 6 meses de coleta. Quando se verifica cada ponto amostral em separado não se notam padrões na distribuição dos valores de diversidade equitabilidade e riqueza. Destacam-se apenas como maiores valores de diversidade (1,561 e 1,488) P04 e P01 do rio dos cachorros. A equitabilidade teve seu ápice em P04 do rio dos Cachorros 317

341 (0,9697). Os maiores valores de riqueza também estão apresentados em P01 (15) e P04 (6) no mesmo rio (Tabela 5.8-3). Tabela 5.8-3: Valores de Riqueza (S), diversidade (Shannon), e Equitabilidade (J ) para as os pontos de coleta. PONTOS S N H' J' P ANIL P ,31 0,9446 P P ,9503 0,865 P ,488 0,8304 CACHORROS P P ,099 1 P ,561 0,9697 P ,4382 0,6321 PACIÊNCIA P ,6002 0,5463 P ,5623 0,8113 P ,9003 0,8194 P ,1659 0,151 TIBIRI P ,8767 0,6324 P ,013 0,7305 P ,8359 0,7609 Nota-se também a pequena riqueza de espécies no P01 nos rios Paciência e Tibiri (2 e 3, respectivamente), porém com grande quantidade de poliquetas da família Nereidae. Segundo estudo de Wells (1984 apud Sheridan, 1997) os polyquetos carnívoros, a exemplo dos Nereidae, tendem a se abrigar das fortes correntes e predadores em locais onde existe substrato grosso ou arenoso. Alguns estudos sobre recuperação e rios como o de Dillenburg (2007) mostram que a porção a montante dos mesmos, a qual abrange as nascentes, possuem substrato grosseiro formado principalmente por areia grossa e até mesmo 318

342 seixos. Este fato corrobora com a presença do grande número de Nereideos em pontos de nascentes CONCLUSÃO É nota a diferença entre o número de espécimes nos rios estudados, e este fato é notado ainda mais quando se verifica o somatório dos rios localizados na mesma baia. Os 234 indivíduos amostrados para os rios Tibiri e Paciência (Baia de São José) corresponde a 84% de toda a fauna bentônica amostrada no presente estudo, evidenciando que o nível de preservação dos manguezais e a menor densidade populacional do entorno tendem a colaborar com o maior número de indivíduos amostrados. Os rios Anil e Cachorros estão sobre influencia de vários tipos de impactos antrópicos, que vão desde despejo de lixo e esgoto a desmatamento dos manguezais, despejo de óleos e graxas oriundos de pequenas embarcações de pesca, resíduos de minérios, substancias cáusticas, fertilizantes, e derivados de petróleo oriundas dos navios, portos e industrias localizadas na baia de São Marcos. Todos estes resíduos influenciam de diversas formas os organismos bentônicos indo desde mudanças comportamentais até a morte. O curto tempo não permitiu uma amostragem temporal ao longo dos meses e períodos climáticos, os quais poderiam tanto evidenciar organismos sazonais e dinâmica populacional dos bentos em relação aos fatores ambientais, quanto ser numericamente mais produtivo. A continuidade do estudo torna-se assim de extrema necessidade tanto para gerar respostas no âmbito científico quanto no social, visto que com a utilização de organismos bioindicadores já conhecidos pode-se gerar um diagnóstico da real das condições atuais da zona costeira do estado do Maranhão DADOS PRETÉRITOS Os estudos sobre a macrofauna bentônica da ilha de São Luis são conhecidos desde a década de 80, porém foram intensificados na ultima década. Segundo alguns estudos realizados na região a exemplo de Feres (et al, 2006), Santos (et al, 2006) e Santos (et al, 2006) a composição da macrofauna bentônica local é formada bascamente pelos seguintes táxons: Bivalvia, Gastropoda, 319

343 Crustacea, Polychaeta, Ophiuroidea, Nematoda e Nemertinea, o que é considerado comum entre as regiões estuarinas. Abaixo estão listados (Tabelas e 5.8-5) organismos presentes em estudos realizados no Golfão Maranhense com seus respectivos locais de coleta. Tabela 5.8-4: Famílias de anelídeos poliquetas (22 famílias) encontrados na ilha de São Luis seguidas das devidas citações científicas. FAMILIAS (POLYCHAETA) LOCALIDADE CITAÇÕES CIÊNTIFICAS Capitelidae Cossuridae Crhysopetalidae Dorvillidae Eulepethidae Glyceridae Goniadidae Hesionidae Lumbrinerida Magelonidae Maldanidae Nephtydae Nereidae Panaquatira Ponta d Areia Araçagy Tauá-Mirim Raposa ARAUJO (1991) BARROS (et al, 2006) FERES (2007) FERES (2010) FERES (et al, 2006) FERES (et al, 2007) LOPES (et al, 2007) SANTOS (2007) SANTOS (et al, 2005) SANTOS (et al, 2006) SANTOS (et al, 2006) SANTOS (et al, 2007) Onuphiidae Opheliidae Orbiniidae Paraonidae 320

344 Polynoidae Sabellariidae Sabellidae Serpulidae Syllidae Tabela 5.8-5: Espécies de inveterados bentônicos (101 espécies) encontrados na ilha de São Luis seguidas das devidas citações científicas. ESPÉCIES LOCALIDADE CITAÇÕES CIÊNTIFICAS Anomalocardia brasiliana Crossostrea rizophora Cyrtopleura costata Donax striatus Glycymeris pectinata Iphigenia brasiliana FERES & SANTOS (2008) BIVALVES (23 sp.) Lucina pectinata Lucina sombrerensis Macoma sp. Nuculana acuta Panaquatira Tauá-Mirim Raposa FERES (2010) SANTOS (et al, 2007) SANTOS (et al, 2008) COSTA (2005) Ostrea sp. COSTA (2007) Pholas campechiensis Protothaca pectorina Semele profícua Semele purpurascens Sphenia fragilis 321

345 Tagelus plebeius Tellina Strigilla pisiformes Tivela mactroides Anadara notabilis Mytella guyanensis Ctena orbiculata Corbula caribaea HYDROZOA (3 sp.) Eudendrium sp. Dynamena crisioides Microcosmus exasperatus Raposa FERES (2010) Isolda pulchella Laeonereis acuta Lumbrineris sp. Neanthes succinea Nephtyidae sp. Nereidae sp. LOPES (1993) LOPES et al (2004) LOPES (1997) FERES (et al, 2007) SANTOS (et al, 2008) Notomastu saberans Odontosyllis heterofachaeta Tauá-Mirim Raposa SANTOS (2007) COSTA (2005) COSTA (2007) POLYCHAETA (21 sp.) Onuphidae sp. Ophelia formosa Nematonreis hebes Diopatra cúprea Glycera capitata Padarke agilis COSTA (2000) COSTA (2003) SILVA (2002) BARROS (2007) SETUBAL (2008) 322

346 Branchiomma sp. Capitella capitata Polyophthalmus pictus Paraonis agilis Magelona cincta Inermonephtys sp. POLYCHAETA Hemipodus sp. (Cont.) Caecum achironum Casmaria ponderosa Vitrinella filifera GASTROPODA (25 sp.) Natica sp. Acilis underwoodae Olivella sp. Volvarina sp. Odostomia sp. Tauá-Mirim Raposa SANTOS (et al, 2008) SANTOS (et al, 2008) FERES & SANTOS (2008) FERES & SANTOS (2007) COSTA (2005) Turbonilla sp. Panaquatira COSTA (2007) Ceratia rustica COELHO & MOCHEL Charonia lampas (2003) Faciolaria tulipa COSTA & SILVA-MELLO Littorina angulifera (1984) Melampus coffeus Murexiela glypta Pisania tincta 323

347 Pleuroploca aurantiaca Pugilina morio S. costatus, S. goliath S. raninus Solariorbis schumoi Strombus gallus Thais trinitatensis Turbinella leavigata Acidops cessacii Amphibalanus amphitrite Amphibalanus improvisus Amphibalanus reticulatuss CASTRO (1986) Axiopsis serratifrons FERES & SANTOS (2008); Clibanarius foresti SANTOS (et al, 2008); CRUSTACEA Clibanarius tricolor Panaquatira FERES (et al, 2007); (19 sp.) Clibanarius vittatus Tauá-Mirim FERES & SANTOS (2007); Exocorallana ocullata Raposa FERES (et al, 2008); Fistulobalanus citerosum Barreirinhas FERES (2007); Goniopsis cruentata FERES (2010); Libinia ferreirae FERES (et al, 2006); Panulirus leavicauda FAUSTO-FILHO (1976); Pilumnus quoyi Striatobalanus amaryllis Uca cumulanta 324

348 Uca rapax CRUSTACEA (Cont.) ECHINODERMATA (1 sp.) ANTHOZOA (1 sp.) Ucides cordatus Ocypode quadrata Oreaster reticulatus Raposa FERES & SANTOS (2008) Renilla sp. Panaquatira SANTOS (et al, 2007) PORIFERA (3 sp.) Haliclona sp. Halichondria sp. Mycale sp. Raposa FERES (2010) Alcyonidium sp. BRYOZOA (5 sp.) Amathia distans Bowerbankia sp. Conopeum reticulum Raposa FERES (2010) Pedicellina sp. 325

349 5.9. Avifauna APRESENTAÇÃO O Brasil abriga uma das mais diversas avifaunas do mundo, com um número estimado em mais de espécies (CBRO, 2010). Entretanto, o país enfrenta graves problemas com a extinção dessas espécies, as quais sofrem principalmente com a perda e a fragmentação de habitats, além de serem ameaçadas por espécies exóticas, poluição e perturbações antrópicas (MARINI e GARCIA, 2005). O Maranhão possui alta riqueza de aves, com mais de 600 espécies registradas (OREN, 1991). Existem informações abundantes sobre as aves limícolas para a região costeira (Morrison et al, 1986; Morrison e Ross, 1989; RODRIGUES, 2000, 2001, 2007). Por sua importância em abrigar milhares de aves migratórias vindas do Hemisfério Norte (Morrison et al, 1986; Morrison e Ross, 1989), as Reentrâncias Maranhenses, no Estado do Maranhão, Brasil, foram incluídas em maio de 1993, como Sítio Hemisférico na Rede Hemisférica de Reservas de Aves Praieiras. Embora as Reentrâncias Maranhenses façam parte da Rede Hemisférica, os habitats de invernada para as aves costeiras no Brasil estão hoje sob forte pressão antrópica. Embora todo o litoral do Maranhão e parte do Pará sejam designados como APAs Áreas de Proteção Ambiental, essa proteção aparentemente não tem garantido a conservação dos ambientes costeiros e da fauna que o habita. A zona costeira amazônica também conta com reservas extrativistas já implementadas e outras a serem implementadas. Essas reservas parecem ser mais restritivas e objetivam preservar estilos de vida artesanais dos pescadores locais. As aves aquáticas são fundamentais para estudos ecológicos, pois estão entre os componentes mais importantes dos ecossistemas aquáticos. Passando inclusive, a serem utilizadas como ícone no gerenciamento de áreas úmidas de importância ecológica (SCHIKORR e SWAIN, 1995), devido suas populações 326

350 serem influenciadas por mínimas alterações do habitat (FURNESS et al., 1993) OBJETIVO GERAL Desenvolver o levantamento qualitativo e quantitativo de aves aquáticas em áreas de ocorrência na zona costeira da ilha de São Luis, a fim de contribuir com o Gerenciamento Costeiro do Estado do Maranhão METODOLOGIA O Estudo foi realizado na ilha de São Luis situada no interior do Golfão Maranhense. Toda a ilha é uma área estuarina proveniente do encontro das águas salgadas do Oceano Atlântico com as águas dos rios Mearim, Pindaré, Itapecuru e Munim. Na ilha de São Luis, existem diversos habitats disponíveis para o pouco e alimentação das aves. Considerando a extensão da área, foram priorizados alguns setores costeiros para os levantamentos da avifauna para que se possa ter uma idéia aproximada da importância da ilha de São Luis para a conservação dos habitats costeiros e da avifauna que abriga. Portanto, a base de dados desse trabalho se refere a um extenso levantamento bibliográfico da avifauna costeira da ilha de São Luis (Morrison e Ross, 1989; Rodrigues, 2000, 2001, 2007), bem como informações de outras localidades costeiras do Estado do Maranhão. Uma das praias de maior ocorrência de aves costeiras é a praia de Panaquatira que é classificada como arenosa, com moderada energia de maré. A ponta norte da praia de Panaquatira, onde muitas observações foram feitas, é a zona menos perturbada da praia, sem residências e a localidade que se observa bandos de aves costeiras (Rodrigues, 2000). Outra área de grande importância para aves costeiras é a área do Canal da Raposa entre a ilha de São Luis e ilha de Curupu, que se constitui num estuário, com zonas de deposição e erosão de sedimentos. O hidrodinamismo origina diversificados habitats na área: dunas móveis, zonas com vegetação como manguezais, marismas e restinga, e zonas sem vegetação (zona entre- 327

351 marés), com três tipos diferentes de substrato: arenoso, areno-lamoso e lamoso (Silva e Rodrigues, 2010). Ao sul da ilha de São Luis podem-se observar extensas áreas lamosas, especialmente nas proximidades do porto do Itaqui. Nesse setor há um predomínio da vegetação mangue, fornecendo habitat de alta importância para uma grande comunidade de aves costeiras. Os levantamentos específicos das espécies de aves aquáticas foram realizados utilizando-se binóculos e guias de identificação específica Os censos populacionais foram realizados através de binóculos (9x35). Todos os indivíduos presentes por espécie foram estimados. Os esforços de censos foram maximizados para que as estimativas ocorressem durante a preamar ou pelo menos duas horas antes ou depois da preamar. Em geral, nesse período, as aves permanecem nas áreas de descanso como praias arenosas, bancos de areia ou empoleiradas na vegetação de mangue aguardando a maré vazar para um deslocamento em direção às áreas de alimentação RESULTADOS A costa maranhense é de alta importância para a conservação de diversas espécies de aves (Rodrigues, 2007). Um recente estudo georeferenciou 44 localidades de importância para aves costeiras. Nesse mesmo estudo, foram censadas aves costeiras (Figura 5.9-1). Os municípios de Cururupu (MA), Viseu (PA) e Maracanã (PA) apresentaram as maiores concentrações de aves costeiras com 75% do total e foram consideradas como áreas prioritárias para a conservação na costa amazônica brasileira (Rodrigues, 2007). Na ilha de São Luis, foram registradas 50 espécies de aves aquáticas, distribuídas em 8 ordens e 16 famílias (Tabela 5.9-1). 328

352 Cururupu Viseu Maracanã Calçoene Bragança Augusto Correa Curuça Parazinho Santarém Novo Figura 5.9-1: Censos de aves costeiras na costa amazônica brasileira, no período de 1998 a Tabela 5.9-1: Espécies de aves aquáticas registradas na ilha de São Luis no período de (Morrison e Ross, 1989; Rodrigues, 2000, 2001, 2007, Rodrigues et al 2010). FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME VULGAR PELECANIFORMES PHALACROCORACIDAE Phalacrocorax brasilianus Biguá CICONIIFORMES ARDEIDAE Casmerodius albus Garça-branca-grande Egretta thula Egretta caerulea Nyctanassa violacea Nycticorax nycticorax Ardea cocoi Garça-branca-pequena Garça morena Taquiri Socó Garça-real 329

353 Bubulcus ibis Garça vaqueira Butorides striatus Socozinho THRESKIORNITHIDAE Eudocimus ruber Guará Platalea ajaja Colhereiro ANSERIFORMES ANATIDAE Cairina moschata Pato do mato Dendrocygna autumnalis Dendrocygna viduata Marreca pé vermelho Viuvinha CATHARTIFORMES ACCIPITRIDAE Buteogallus aequinoctialis Rostramus sociabilis Gavião caranguejeiro Gavião-caramujeiro PANDIONIDAE GRUIFORMES Pandion haeliatus Águia pescadora RALLIDAE Aramides mangle Siricora do mangue Aramides cajanea Siricora-três-potes CHARADRIIFORMES HAEMATOPODIDAE Haematopus palliatus Piru-piru JACANIDAE Jacana jacana Jaçanã CHARADRIIDAE Vanellus chilensis Quero-quero Pluvialis squatarola Charadrius Batuiraçu-de-axila-preta Batuíra-de-bando 330

354 semipalmatus Charadrius collaris Charadrius wilsonia Batuira-de-coleira Maçarico LARIDAE Numenius phaeopus Tringa semipalmata Arenaria interpres Calidris pusilla Calidris canutus Calidris alba Calidris minutilla Actitis macularius Tringa melanoleuca Tringa flavipes Gallinago SP Larus atricilla Croicocephalus cirrocephalus SCOLOPACIDAE Limnodromus griseus Maçarico-de-costasbrancas Maçaricão Maçarico-asa-branca Vira pedras Maçarico rasteirinho Maçarico-do-peitovermelho Maçarico-branco Maçariquinho Maçarico-bate-bunda Maçarico-grande-deperna amarela Maçarico-pequeno-deperna amarela Narceja Gaivota-de-cabeçapreta Gaivota-de-cabeçacinza STERNIDAE Phaetusa simplex Sternula antillarum Gaivota de bico amarelo Trinta-réis-miúdo 331

355 Gelochelidon nilotica Thalasseus sandvicensis eurygnathus Thalasseus maximus Trinta-réis-de-bico-preto Trinta-réis-de-bicoamarelo Trinta-réis-real RYNCHOPIDAE Rynchops niger Talha mar CORACIFORMES ALCEDINIDAE Ceryle torquata Martim-pescadormatraca Chloroceryle amazona Chloroceryle americana Martim-pescador-verde Ariramba PASSERIFORMES HIRUNDINIDAE Tachycineta albiventer Andorinha-do-rio Na praia de Panaquatira, a maior abundância de aves limícolas ocorreu durante a preamar, caracterizando-se a área como área de descanso. Picos migratórios ocorreram, onde o maior se deu nos períodos entre a primeira quinzena de setembro e a primeira quinzena de outubro, caracterizando o período de chegada das aves migrantes. Os menores números de abundância foram registrados entre a primeira quinzena de abril e a segunda quinzena de maio, dentro do período de partida das aves para a América do América do Norte (Figura 5.9-2). 332

356 Figura Abundância sazonal de aves limícolas na Praia de Panaquatira entre abril de 2008 e março de O canal da Raposa é utilizado como área de forrageio das espécies de aves aquáticas. Na caracterização dos diferentes de substratos utilizados pela comunidade de aves limícolas, o substrato lamoso, apresentou densidade média de 180,95 ± 18,83 ind/ha (n = ), maior do que o substrato arenolamoso e o substrato arenoso (Teste de Tukey, p = 0,001 e p = 0,000, respectivamente). O substrato areno-lamoso também teve maior densidade de aves (100,25 ± 15,05 ind/ha) que o arenoso (27,10 ± 4,20 ind/ha) (Teste de Tukey, p = 0,000) (Figura 5.9-3). 333

357 250 Densidade média (ind/ha) Lamoso Areno-lamoso Arenoso Figura Densidade média (ind/ha) de aves limícolas em três diferentes substratos no Canal da Raposa de fevereiro a novembro de No setor sul da ilha de São Luis, em áreas de influência de marés os igarapés Irapapaia, Irinema e Buenos Aires apresentaram uma riqueza de 12 espécies de aves aquáticas com um total de 1420 indivíduos censados (Tabela 5.9-2). Os três igarapés estudados apresentaram diferenças quanto a abundância de aves (ANOVA; F = 0,239; gl =2; p = 0,79), provavelmente devido a diferentes quantidades na disponibilidade de recursos tróficos entre as áreas. Ressalta-se a importância da área para o forrageio e descanso de aves aquáticas de grande porte, tanto para residentes (garças, guarás e taquiris), como para migratórias (maçaricos). 334

358 Tabela 5.9-2: Censos populacionais de aves aquáticas observadas nos igarapés Irinema, Buenos Aires e Irapapaia. Espécie Igarapé Igarapé Irinema Buenos Aires Igarapé Irapapai Comportamento ARDEIDAE Egretta thula Forrageando Nyctanassa violacea Forrageando Ardea alba Forrageando Egretta caerulea Forrageando THRESKIORNITHIDAE Eudocimus ruber Forrageando CHARADRIIDAE Charadrius semipalmatus* Forrageando Tringa semipalmata* Forrageando Pluvialis squatarola* Forrageando Egretta tricolor Forrageando SCOLOPACIDAE Actitis macularia* Forrageando Numenius phaeopus* Forrageando Calidris pusilla* Forrageando Total Obs. Aves migratórias estão marcadas com * 335

359 CONCLUSÃO As áreas estudadas na ilha de São Luis apresentaram alta importância para aves costeiras migratórias e residentes, sendo, portanto de alta prioridade para a conservação. Os dados obtidos através dos censos mostraram claramente que algumas localidades, como, por exemplo, a praia de Panaquatira e o canal da Raposa são de excepcional importância internacional. Os sítios ao sul da ilha de São Luis também são de extrema importância para um grande número de espécies migratórias e residentes, como o guará Eudocimus ruber, espécies que já foi incluída na lista das ameaçadas de extinção do IBAMA. As aves migratórias provenientes da América do Norte e que não reproduzem na América do Sul (Charadriidae e Scolopacidae) utilizam a ilha de São Luis como área de invernada, permanecendo pelo menos 10 meses a cada ano na busca de alimento e áreas de descanso. As espécies residentes reproduzem nas áreas de manguezal conservadas e utilizam a vegetação mangue como substrato para a construção de ninhos (Rodrigues 2007). A integridade dos igarapés em estudo incluindo o canal da Raposa devem ser considerados como de alta prioridade na conservação e manutenção das populações de aves aquáticas de ocorrência nesse setor da costa brasileira. Portanto, os esforços de conservação em termos prioritários devem ser conduzidos e direcionados com urgência na ilha de São Luis. 336

360 5.10. Vegetação INTRODUÇÃO A ilha de São Luis conta com uma grande quantidade de cursos d água de pequeno volume, desembocando em superfícies inundáveis pela maré e área cobertas de mangues. Ao longo do ano esses cursos d água sofrem reduções de seus volumes, devido ao clima da região, porém não chegam a caracterizar rigores de uma seca (ESPÍRITO SANTO, 2006). A hidrografia de São Luis é formada pelos rios Anil, Bacanga, Tibiri, Paciência, Maracanã, Calhau, Pimenta, Coqueiro, Cachorros e Represa Bacanga. São rios de pequeno porte que deságuam em várias direções, abrangendo áreas de dunas e praias, sendo o rio Anil, com m de extensão e Bacanga com m, drenam para a Baía de São Marcos, tendo em seus estuários áreas cobertas de mangues, cuja hidrodinâmica é influenciada pelas marés que chegam a atingir 7 metros (GERCO, 1998 apud ESPÍRITO SANTO, 2006). Nesse aspecto, a vegetação constitui-se num elemento importante do meio ecológico, tendo um papel decisivo na preservação do ambiente, de tal modo que a sua devastação, com a drenagem de energia e consequente redução de biomassa, pode comprometer seriamente o equilíbrio da biosfera (SANTOS, 1993). Dentre os vários fatores que influem nos estádios de desenvolvimento e na distribuição dos vegetais, merece maior destaque o clima, o solo, o relevo, a hidrografia, a fauna e naturalmente a interferência antrópica (SANTOS, 1993). Na ilha de São Luís, em geral, o padrão de ocupação e uso do solo tem sido ditado pelo crescimento populacional e consequente urbanização. Este crescimento vem, gradativa e consistentemente, pressionando a vegetação natural, ampliando o grau de fragmentação e afetando a riqueza e diversidade das formações remanescentes. A região, portanto, constitui, atualmente, em sua maior porção, um mosaico vegetacional de sucessão. Manguezais, Restingas, Babaçuais, Florestas Secundárias (Capoeiras), Matas de Várzeas e Matas de Galeria são as principais tipologias vegetais da ilha de São Luís. Capoeiras de diferentes idades e Babaçuais aparecem nas partes mais altas; 337

361 as Matas de Galeria (áreas brejosas), nas partes mais baixas, especialmente no entorno de rios e córregos; as Matas de Várzeas, nas áreas marginais de rios; as Restingas perturbadas e Manguezais nas áreas costeiras; além de numerosas áreas de agricultura de subsistência e sítios com espécies variadas de frutíferas e ornamentais (PINHEIRO, 2010) OBJETIVO GERAL Diagnosticar o estado de conservação da vegetação costeira da ilha de São Luis - MA OBJETIVOS ESPECÍFICOS Identificar as principais espécies que ocorrem na área costeira das bacias dos rios Anil, Cachorros, Paciência, Tibiri e Outras Bacias; Mapear as formações vegetais da região costeira; Descrever as tipologias vegetacionais costeiras encontradas em cada uma das bacias hidrográficas MATERIAL E MÉTODOS Área de estudo A área objeto de estudo está inserida numa faixa insular do Golfão Maranhense, formada por um arquipélago distribuído entre as ilhas do Maranhão (onde se localiza as sedes de São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa), Tauá-Mirim, Tauá-Redondo, Guarapirá, do Medo, Duas Irmãs, das Pombinhas e Curupu (GERCO, 1998). A referida área de estudo é regionalizada como Microrregião Geográfica da Aglomeração Urbana de São Luís e possui conforme IBGE (1997) uma área de 1.453,1 km 2 correspondente a 0,44% da superfície estadual ( ,6 km 2 ); distribui-se políticoadministrativamente como segue: Raposa 63,9 km 2 ; Paço do Lumiar 121,4 km 2 ; São José de Ribamar 436,1 km 2 e São Luís 831,7 km 2. Tomando-se como base a ilha do Maranhão, esta pode ser localizada segundo Silva (1995), entre as coordenadas de 02º e 02º de latitude Sul e 44º e 44º de longitude W de Greenwich, estando encravada entre as baías 338

362 de São Marcos (W), de São José (E), o estreito dos Mosquitos (S) e o Oceano Atlântico (N) Elaboração do banco de dados para cobertura vegetal do município de São Luis Para elaboração do mapa temático utilizou-se a imagem do satélite Landsat 5 instrumento TM, datada de 04 de fevereiro de 2010, cuja órbita 220 e ponto 62. A imagem foi obtida através do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Apresentando nível de correção padrão 1, como datum padrão World Geographic System 1984 (WGS 84) e projeção padrão Universal Tranversa de Mercator (UTM). A imagem Landsat apresenta uma resolução espacial de 30m em seis bandas espectrais distintas. Foram escolhidas as bandas 3,4,5 levadas para o Spring versão 5.1onde foi possível fazer o processamento digital da imagem. A composição utilizada foi 3R4B5G Processamento digital de imagens Contraste: inicialmente foi feito o contraste para melhorar a qualidade das imagens sob os critérios subjetivos do olho humano. Consiste numa transferência radiométrica em cada "pixel", com o objetivo de aumentar a discriminação visual entre os objetos presentes na imagem. Realiza-se a operação ponto a ponto, independentemente da vizinhança. A opção utilizada para o contraste foi a Equalização de histograma que parte do princípio que o contraste de uma imagem seria otimizado se todos os 256 possíveis níveis de intensidade fossem igualmente utilizados ou, em outras palavras, todas as barras verticais que compõem o histograma fossem da mesma altura. Obviamente isso não é possível devido à natureza discreta dos dados digitais de uma imagem de sensoriamento remoto. Contudo, uma aproximação é conseguida ao se espalhar os picos do histograma da imagem. Esse processo é obtido através de uma função de transferência que tenha uma alta inclinação toda vez que o histograma original apresentar um pico, e uma baixa inclinação no restante do histograma. 339

363 Filtragem: após o contraste foi feita a filtragem. O tipo de filtro foi o Linear e a opção Realce de imagem TM. Suas técnicas consistem em transformações da imagem "pixel" a "pixel", que não dependem apenas do nível de cinza de um determinado "pixel", mas também do valor dos níveis de cinza dos "pixels" vizinhos, na imagem original. Restauração de Imagem: o procedimento de restauração consiste na correção radiométrica cujo objetivo é corrigir as distorções inseridas pelo sensor óptico no processo de geração das imagens digitais, visando reduzir este efeito de borramento Elaboração do banco de dados Para elaboração do banco foram criados arquivos no formato shapefile para iniciar a vetorização das unidades vegetacionais baseadas na visualização dos pixels através da categoria Temática deste mesmo software. As tipologias foram classificadas segundo o relatório do GERCO (1998), são elas: Área Verde, Mangue e Mata de Galeria (Figura ). 340

364 Figura : Mapa das Bacias Hidrográficas, tipologias vegetacionais e pontos de coleta, São Luís-MA Metodologia Para verificação do estado de conservação dos fragmentos estudados, utilizouse o método conhecido por diagrama de perfil descrito por Santos (2004), onde foram constatados os tipos de estrato presentes, bem como, verificadas as espécies do estrato dominante das áreas amostradas, além de suas unidades de paisagem e respectivas tipologias vegetacionais, incluindo o estado de conservação das mesmas (ANEXO ). No que se refere aos parâmetros para verificação dos estágios de conservação, a metodologia buscou através da identificação das espécies mais abundantes dos estratos que dominam a paisagem, trazer informações através das espécies principais desses estratos, tendo como base o conhecimento de plantas indicadoras de sucessão ecológica. 341

365 Caracterização das principais unidades de paisagem. Áreas inundáveis: Correspondem às áreas de apicuns, manguezais, matas de várzeas e matas de galeria, sofrem influência de rios, mar ou ambos, como as várzeas e manguezais, por exemplo. Apicuns: Os apicuns equivalem aos ambientes deposicionais para onde convergem sedimentos de origem marinha e continental carreados principalmente por agentes geomórficos de origem climática e oceanográfica (FEITOSA, 1996), que se particularizam pela expressiva salinidade em relação à camada mais superficial do solo, bem como pelo predomínio de vegetação representada por gramíneas e arbustos. Dominam gramíneas e vegetação de junco com inflorescência apical. Esses ambientes podem ser descritos como salinas naturais, desenvolvendo-se entre o nível das preamares equinociais e o nível das preamares de quadradura (GERCO, 1998; ESPÍRITO SANTO, 2006). Terra Firme: o termo terra firme se aplica a todas as florestas que não são sazonalmente inundadas pelas cheias dos rios, diferenciada assim das florestas de várzea e igapó (RIBEIRO et al.,1999 apud FERREIRA, 2006). Segundo Gama et al., (2005), definem a terra firme como sendo um ecossistema de maior expressividade e de grande complexidade na composição, distribuição e densidade das espécies. Apresenta relevo pouco ondulado e solo mais arenoso, dando assim condições de crescimento a uma grande quantidade de espécies. Na terra firme as principais tipologias vegetacionais são as matas secundárias e os babaçuais. Várzea: de maneira geral, as várzeas amazônicas podem ser definidas como áreas alagadas basicamente por dois regimes de inundação, que são enchentes periódicas dos rios resultantes da alta pluviosidade e as enchentes diárias resultantes das marés (ARIMA & UHL, 1996; LIMA & TOURINHO, 1996 apud FERREIRA, 2006) Caracterização das principais tipologias vegetacionais Segundo relatório do Gerenciamento Costeiro Gerco (1998), a área verde, corresponde atualmente ao que hoje se denomina de Florestas Secundárias (Capoeiras) e Babaçual. 342

366 Babaçuais: Ainda na terra firme, a palmeira babaçu (Orbignya phalerata Mart.) tornou-se, em muitos pontos, também dominante na fitofisionomia. Trata-se também de uma floresta secundária, que substitui a floresta tropical subperenifólia anteriormente existente. Os Babaçuais constituem uma cobertura vegetal que vem sofrendo acelerado processo de devastação, pela perda de seu valor econômico (extração e venda de amêndoas para a produção de óleo) quanto pelo fato de se localizar em áreas propícias à ocupação. (Orbignya phalerata Mart.) é a espécie de maior distribuição, de maior variação morfológica, e de maior importância econômica. Ela ocorre em parte da Bolívia, Suriname e no Brasil, nos estados do Maranhão (cerca de 60% da área de ocorrência), Piauí, Ceará, Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Pará. A área total de ocorrência do babaçu no Brasil é estimada em 15,4 milhões de hectares. A área de cobertura pelo babaçu no Maranhão, levantada em 1980, foi de 10,3 milhões de hectares (MIC/STI, 1982). Com a descaracterização de vários ambientes onde originalmente não ocorre como as Matas de Galeria, Restingas e Várzeas, esta palmeira avança também sobre estes ambientes (LINHARES, 2010). Florestas Secundárias (Capoeiras): Nas áreas de terra firme, a paisagem geral é dominada pela vegetação secundária e associações variadas em relação à composição de espécies. A composição de espécies destas formações vegetais varia em função da idade, em geral hoje entre 3-10 anos, pelo uso continuado para agricultura. Embora levantamentos neste tipo de vegetação revelem sempre um número considerável de espécies arbóreas, a maioria dos indivíduos encontra-se na maioria em estágios iniciais de crescimento ou juvenis, em função dos distúrbios continuados sobre a vegetação (particularmente desmatamentos), com muito poucos indivíduos na fase adulta. Estas formações secundárias, em associação ou não com o babaçu (Orbignya phalerata Mart.), representam hoje, o tipo de vegetação mais comum (LINHARES, 2010). Manguezais: Os manguezais da costa norte brasileira, na qual está inserido o Estado do Maranhão, possui uma área de 8.616, 216 Km 2 e apresentam como características marcantes sedimento bastante fino, localização próxima a estuários, alta turbidez da água e grande variação de salinidade (SILVA, 1998). 343

367 Na linguagem brasileira, mangue significa tanto as diversas árvores que ocorrem em terreno pantanoso e sofre influência das marés, quanto qualquer uma das espécies que compõem a cobertura vegetal (MESQUITA; SILVA; PINHEIRO; BRENHA, 1984). Matas de Galeria: Vegetação característica das margens de pequenos cursos d água e nascentes (portanto ciliares e, portanto, de preservação permanente, segundo a legislação ambiental), áreas pantanosas, com vegetação higrófila característica, como buriti (Mauritia flexuosa L. f.; Palmae), juçara (Euterpe oleraceae Mart.; Palmae), o guarimã (Ischnosiphon arouma (Aublet) Koern.; Marantaceae), várias espécies de Araceae, Heliconiaceae, Musaceae, entre outras. Estes ambientes se caracterizam por manterem umidade mesmo no verão, quando, em algumas áreas, são chamados de brejos secos. Estas formações vegetacionais também vêm passando por consistente processo de pressão e descaracterização, principalmente, pelo crescimento urbano, restando alguns fragmentos ainda relativamente conservados nas áreas rurais (LINHARES, 2010). Matas de Várzeas: Tipo de vegetação ciliar inundada por períodos curtos e frequentes, sob a influência de rios e marés. As matas de várzeas constituem um tipo vegetacional pouco estudado. São poucos os estudos sobre esta tipologia vegetacional, o que resulta em pouco conhecimento sobre a composição florística dos remanescentes das matas de várzea no Maranhão. O guanandi (Symphonia globulifera L.; Clusiaceae), o mamuí ou mamorana (Pachira aquatica Aubl.; Bombacaceae ) e a ucuuba (Virola surinamensis Warb.; Myristicaceae) são espécies vegetais características deste tipo de vegetação (ARIMA & UHL, 1996; LIMA & TOURINHO, 1996 apud FERREIRA, 2006; LINHARES, 2010). Restinga: Nome dado ao conjunto de comunidades vegetais, distribuídas em mosaico, associado aos depósitos arenosos costeiros quaternários e aos ambientes rochosos litorâneos também considerados comunidades edáficas por dependerem mais da natureza do solo do que do clima. São encontradas nos ambientes de praia, cordões arenosos, dunas, depressões e transições para ambientes adjacentes, podendo apresentar, de acordo com a 344

368 fitofisionomia predominante, estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado (BRASIL, 2009). No Estado do Maranhão, são constituídas por formações pioneiras que ocorrem com maior destaque nos municípios de Barreirinhas, Humberto de Campos, Icatu, Primeira Cruz e Tutóia. Em vários trechos observam-se os contatos da restinga com dunas móveis quase sem vegetação. As restingas são arbustivas ou arbóreas, com espécies principais das restingas como guajeru (Chrysobalanus icaco L.), alecrim-da-praia (Polygala sp.) salsa da praia (Ipomea sp.) (LIMA, 1999 apud LINHARES, 2010). O autor faz menção de contatos da restinga com dunas móveis, somente a municípios pertencentes à região dos Lençóis Maranhenses (LINHARES, 2010). Segundo Pinheiro (2010), na ilha de São Luis nas áreas mais baixas, próximas ao mar aparecem faixas de uma Restinga antropizada. A composição atual indica continuadas modificações neste ambiente. O papel atribuído à vegetação de Restinga (estabilização de sedimentos e a manutenção da drenagem natural), parece comprometido pela sua composição atual; as mudanças na Restinga da área parecem também associadas à expansão de faixas de Manguezais Áreas amostradas Os pontos de amostragem na ilha de São Luis foram definidos a partir da escolha das bacias hidrográficas como unidades de planejamento ambiental; e posteriormente a partir de imagens de satélite, foram escolhidos fragmentos de cobertura vegetal que se apresentavam mais contínuos (QUADRO ). 345

369 Quadro : Localização e Características Gerais dos Pontos de Amostragem. Bacia Hidrográfica Anil Anil Local Coordenadas Tipologia Vegetacional Elevação (m) Ponte do S ; Mangue 7 Caratatiua W Ponte S ; Mangue 9 Bandeira W Tribuzzi Mangue 3 W Capoeira 9 W Mata de Galeria 8 W Mata de Galeria 12 W Duna 2 W Capoeira 8 W Dunas 4 W Praia do S ; Mangue 2 Arraial W Porto da S ; Mangue 7 Salina W Mangue 4 W Cachorros Porto Grande S ; Cachorros Porto Grande S ; Cachorros Taim S ; Cachorros Taim S ; Outras bacias Araçagi S ; Outras bacias Araçagi S ; Outras bacias Panaquatira S ; Outras bacias Paciência Tibiri Tibiri S ; Tibiri Tibiri S ; W Capoeira

370 RESULTADOS Bacia do Rio Anil Mangue - A formação de mangue do Rio Anil, próximo à ponte do Caratatiua, apresentou como espécie mais preponderante o mangue vermelho (Rhizophora mangle L.) e branco (Laguncularia racimosa GAER). Entretanto, ocorreu também a presença de mangue Siriba (Avicenia germinans JACQUES). O mangue vermelho (R. mangle L.) apresentou apenas um estrato (arbóreo) com altura em torno de 6 m (metros) e a circunferência variando de cm (centímetros). O local apresentou-se muito antropizado com vegetação esparçada com clareiras (FIGURA ). Figura : Vegetação esparçada com clareiras, Rio Anil. Na transição do mangue para a terra firme, observou-se a presença de amendoeiras (Terminalia Catapa L.) como espécie invasora desse ambiente. Observou-se a presença de lixo nas margens (FIGURA ). 347

371 Figura : Lixo nas margens do Rio Anil, Ponte do Caratatiua. Mais a jusante do Rio Anil, na localidade próxima a ponte Bandeira Tribuzi também foi predominante a presença de mangue vermelho (R. mangle L.) e branco (L. racimosa GAER), no entanto, observou-se uma vegetação de maior porte e menos esparçada, apresentando altura em torno de 10 m e circunferência entre cm. Nas margens observou-se uma consistente pressão antrópica caracterizada por ocupações desordenadas (FIGURA ). Figura : Porte elevado da vegetação de mangue. A esquerda da figura, ocupações desordenadas. 348

372 Segundo Rodrigues (1988) o manguezal do Rio Anil próximo à ponte do Caratatiua, é uma área que se caracteriza pela preponderância de mangue vermelho (R. mangle L.) e a presença de siriba (A. germinans JACQUES) e mangue branco (L. racimosa GAER). A preponderância de mangue vermelho (R. mangle) já está parcialmente comprometida pelo desmatamento indiscriminado já que ela, por ter madeira melhor, é a preferida na construção de casas (palafitas) e como lenha nas panificadoras Bacia do Rio dos Cachorros Mangue - A formação de mangue situada em Porto Grande no Rio dos Cachorros, apresentou como espécie predominante o mangue vermelho (R. mangle L.), mas também foi encontrado o siriba (A. germinans JACQUES) e o mangue branco (L. racimosa GAER). Na margem direita onde se localiza o porto, a vegetação encontrou-se muito antropizada e em estágio de regeneração inicial (FIGURA ). Muito embora na outra margem, o mangue vermelho (R. mangle L.) apresentou altura variando de m e circunferência entre cm (FIGURA ). Figura : Plantas jovens de siriba (A. germinans JACQUES). Porto Grande, Rio dos Cachorros. 349

373 Figura : Margem esquerda do Rio dos Cachorros, Porto Grande. Costa (1996) identificou-se a ocorrência de quatro espécies de mangue na localidade de Parna Açu, situada na bacia do Rio dos Cachorros, são eles o mangue branco (L. racimosa GAERTN), siriba com duas espécies (Avicennia schaueriana STAPF & LEECHMAN), (A. germinans (L.) STEARN) respectivamente e mangue vermelho (R. mangle L.) e adicionalmente, a presença da espécie de mangue de botão (Conocarpus erectus L.). Florestas Secundárias (Capoeiras) Dentre as espécies predominantes, estavam as consideradas indicadoras de áreas perturbadas, como o tuturubá (Pouteria ramifllora (Mart.) Radlk. - Sapotaceae), lacre (Vismia brasiliensis Choisy Clusiaceae) e embaúba (Cecropia pachystachia Trec. - Cecropiaceae) (TABELA ). O estado de conservação foi considerado muito antropizado, com variados estádios sucessionais distribuídos em dois estratos (arbóreoherbáceo). A altura das plantas variou entre 5-6 m e com circunferência entre cm, o que caracteriza pressão continuada sobre a vegetação, tendo em vista a baixa estatura e pequena circunferência (FIGURA ). 350

374 TABELA : Listagem das espécies encontradas em capoeiras adjacentes a áreas de transição (mangue-terra firme) em área situada na localidade de Porto Grande, Rio dos Cachorros. Nome comum Identidade botânica Família Hábito de crescimento anajá Maximiliana maripa (Correa Arecaceae palmeira da Serra) Drude. ariri Syagrus cocoides Mart. Arecaceae palmeira babaçu Orbignya phalerata Mart. Arecaceae palmeira bacuri Platonia insignis Mart. Clusiaceae árvore cajá Spondias mombin L. Anacardiaceae árvore caju Anacardium occidentale L. Anacardiaceae árvore cedro Cedrela odorata L. Meliaceae árvore embaúba Cecropia pachystachia Cecropiaceae árvore Trec. jacarandá Jacaranda cuspidifolia Fabaceae árvore Mart. janaúba Himatantus drasticus Apocynaceae árvore (Mart.) Plumel lacre Vismia brasiliensis Choisy Clusiaceae árvore macaúba Acrocomia aculeata Mart. Arecaceae palmeira murta Myrcia spp Myrtaceae arbusto piqui Caryocar brasiliense Camb. Cariocaraceae árvore quiriba Eschweilera coriacea (DC) Lecythidaceae árvore Mori sucupira Diplotropis purpurea (Rich.) Fabaceae árvore Amsh. tamanqueiro Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae árvore tapiririca Stryphnodendron sp. Fabaceae árvore tucum Astrocaryum vulgare Mart. Arecaceae palmeira tuturubá Pouteria ramifllora (Mart.) Sapotaceae árvore Radlk. vassoura de botão Spermacoce verticillata L. Rubiaceae erva visgueiro Sapium glandulatum (Vell.) Pax Euphorbiaceae árvore 351

375 Figura : Área de Florestas Secundárias (Capoeiras), Porto Grande. Pinheiro (2010) relata que são poucas as espécies que ostentam indivíduos adultos, principalmente as espécies arbóreas. A redução ou perda total de valor de algumas espécies (e.g. Babaçu) e/ou substituição de outras por modernidades (e.g. a Cuia por recipientes plásticos) determinam evidente queda no cuidado e na preservação dessas espécies, levando à depredação e, muitas vezes, ao seu desaparecimento. Pinheiro (2010), utilizando método de transecto (400 m x 20 m) em área de Vegetação Secundária (Capoeira) Terra Firme em Rio dos Cachorros, amostrou um total de 40 espécies (TABELA ). O levantamento realizado nesse estudo se deteve tão somente às áreas de terra firme associadas aos manguezais. De acordo com o relatório do Zoneamento Costeiro do Estado do Maranhão, os principais ecossistemas costeiros associados aos manguezais são os estuários, várzeas, marismas, apicuns, campos inundáveis, praias lamosas e arenosas, dunas e transição para terra firme (sendo mais comum as restingas) (MARANHÃO, 2003). Comparando as espécies encontradas nesse estudo com as levantadas por Pinheiro (2010), observa-se relativa semelhança de espécies. Porém, a menor diversidade em termos de espécies levantadas no presente trabalho é decorrente da proximidade da terra firme com área de manguezal, levando a 352

376 uma esperada redução de espécies, sendo que o levantamento realizado pelo referido autor não se restringiu tão somente a áreas de transição. TABELA : Espécies Levantadas em Transecto (400 m x 20 m) em Área de Vegetação Secundária (Capoeira) Terra Firme - Rio dos Cachorros, São Luis MA. Nome comum Identidade botânica almésca Protium heptaphyllum (Aubl.) March ameju Duguetia sp. anajá Maximiliana maripa (Correa da Serra) Drude angelim Andira sp. bordão de velho Samanae tubulosa (Benth.) Barneby & Grimes cacaraúba Aspidosperma sp. cajazeiro Spondias mombin L. carrasco Aspidosperma subincanum Mart. cipó croapé Paullinia sp. cipó michila/cipó de fogo Doliocarpus dentatus (Aubl.) Standl. cipó mucunã Mucuna rostrata Benth. cipó traquá Philodendron cordatum Kunth cravo Sclerolobium sp. croaçu Bathysa meridionalis Smith & Downs embaúba Cecropia spp. embira preta Bocageopsis multiflora (Mart.) R.E. Fries escada de jaboti Bauhinia glabra Jacq. esporão de galo ainda não identificada goiabeira braba Psidium sp. ingá de macaco Inga fagifolia Will. Ex Benth. janaúba Himatanthus sucuuba (Spruce) Wood. jatobá Hymenaea courbaril L. mamuí Pachira aquatica Aubl. maracanã Lonchocarpus sp. maria mole Dendropax sp. murta Myrcia selloi (Spreng) N. Silveira nhaúba Abarema jupunba (Willd.) Britt. & Killip pau de forca ainda não identificada piquizeiro Caryocar brasiliense Camb. pimenta longa Piper aduncum L. pururuqueira Casearia sp. pustemeira ainda não identificada sapucaia Lecythis pisonis Camb. sororoca Phenakospermum guyanensis Endll. sumaúma Ceiba pendranda (L.) Gaertn. taquari Mabea sp. tarimã Vitex cymosa Bert. tucum Astrocaryum vulgare Mart. tuturubá Pouteria sp. visgueiro Sapium glandulatum (Vell.) Pax 353

377 Mata de Galeria - A formação de mata de galeria situada no Taim, teve como espécie predominante o buriti (Mauritia flexuosa L. - Arecaceae), tanto em fase adulta (palmeiras com frutos), quanto em fase de regeneração. A altura ficou variou de m e com circunferência de cm. Essa tipologia vegetacional apresentou dois estratos (palmeira-herbáceo), no estrado referente às herbáceas foi notória a presença de pteridófitos. O estado de conservação foi considerado muito antropizado, em razão de processo contínuo de assoreamento e de interrupção parcial do curso d água (FIGURA ). Figura : Em primeiro plano, interrupção parcial do curso d água, com buritizal em segundo plano, via de acesso ao povoado do Taim. Outras espécies observadas foram, o abacateiro bravo (Virola surinamensis (Rol.) Warb. Myristicaceae), embaúba (C. pachystachia Trec. Cecropiaceae), juçara (Euterpe oleracea Mart.- Arecaceae), lacre (V. brasiliensis Choisy- Clusiaceae), maria mole (não identificada),salsa (Ipomoea asarifolia (Des.) Ro Convolvulaceae), samambaia (Acrostichum danaeifolium Langs - Pteridaceae), sororoca (Phenakospermum guyanensis Endl - Musaceae), tamanqueiro (Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae, tracoá (Philodendron cordatum Kunth. Araceae). 354

378 Segundo Pinheiro (2010), as espécies características destes ambientes mais frequentemente presentes são o guarimã, ucuuba ou abacateiro bravo e o guanandi. Aparecem, também, nesses ambientes mais úmidos, espécies de ingá (Inga spp - Fabaceae), várias espécies de Heliconia (Heliconiaceae), além de aningas (Montrichardia arborescens (L.) Shott ; Philodendron sp - Araceae) e sororoca (Phenakospermum guyanensis Endll. - Musaceae). Contudo, as perturbações continuadas nestas formações têm mudado a condição higrófila da vegetação, tornando o ambiente mais reduzido em sua faixa ciliar e em consequência de umidade, possibilitando o aparecimento de espécies secundárias de ambientes menos úmidos Outras bacias Vegetação de dunas A vegetação de dunas foi composta predominantemente por herbáceas como a salsa da praia (I. asarifolia (Des.) Ro Convolvulaceae), seguidas por espécies arbustivo-arbóreas, como o guajuru (Chrysobalanus icaco L Chrysobalanaceae), murici (Byrsonima crassifólia L. Kunt. - Malpighiaceae) e caju (Anacardium humile St. Hill. Anacardiaceae). Os fatores abióticos, tais como escassez de água, baixos teores de nutrientes, altos índices de salinidade, ventos constante, e alta radiância, constitui-se em fatores adversos para a maioria das plantas e determinam a pequena variedade de espécies (WAISEL, 1972; RIZZINI, 1979; SEELIGER, 2003 apud SOUSA, 2008). Apesar do pequeno número de espécies encontradas nesses ambientes, o seu papel na estabilização de dunas é primordial. O processo de ocupação desordenada tem comprometido esses ecossistemas e, por conseguinte a diminuição das espécies típicas de dunas, e permitindo que outras atípicas a esses ambientes, encontrem condições de colonização, a exemplo da embaúba, tucum, e vassoura de botão (FIGURA ). 355

379 Figura : Vegetação de duna em primeiro plano. Ao fundo, presença de embaúba, e ao lado exemplo de ocupação desordenada De acordo com Santos (1993) as principais espécies observadas desde a linha de costa em direção ao continente, são o Pirix (Iresine portulacoides (A. St.- Hil.) Moq.- Amaranthaceae), alecrim da praia (Hybantus ipecacuamba), capim da praia (panicum racemosum), capim paraturá (Spartina alternifólia), fava-depraia (Canavalia obtusifolia), salsa-da-praia (Ipomea pes-caprae), grama da praia (Sporobulus virginicus), Ipomea stolononifera, Cassia sp., cajueiro (Anacardium occidentale L. Anacardiaceae), murici (Byrsonima crassifólia L. Kunt. Malpighiaceae), goiaba selvagem (Psidium goyavum L. Myrtaceae), guajiru (C. icacu L. Chrysobalanaceae). Florestas Secundárias (Capoeiras) No local conhecido popularmente como Projeto Marrom, (localizado em um trecho da praia do Araçagi), foi observado que o estágio de degradação da capoeira aumentava à medida que se distanciava do mangue e do cordão arenoso, inclusive, alguns pontos serviam como depósito de lixo. Portanto, foi considerada como muito antropizada. A estrutura arbóreo-arbustiva foi predominante, e encontraram-se em diversos estágios de desenvolvimento, os fragmentos mais desenvolvidos possuíam em torno de 8 m de altura e cm de circunferência. (FIGURA ). No entanto, constatou-se a ocorrência de alguns trechos considerados mais íntegros apresentaram uma variedade de espécies sem predominância de nenhuma destas (TABELA ). 356

380 Figura : Vista parcial da capoeira degradada com indivíduos de ingá e tuturubá em fase inicial de regeneração, ao fundo pindova de babaçu. 357

381 TABELA : Listagem das espécies encontradas em capoeiras adjacentes a áreas de transição (mangue-terra firme) em área situada na localidade Projeto Marrom, Praia do Araçagi. Nome comum Identidade botânica Família Hábito de crescimento atracadeira Ficus dendrocida H.B.K. Moraceae árvore babaçu Orbignya phalerata Mart. Arecaceae palmeira bacuri Platonia insignis Mart. Clusiaceae árvore carrasco Aspidosperma subincanum Mart. Apocynaceae árvore croaçu-da-folhagrossa Coccoloba latifolia Lam. Polygonaceae árvore croaçu-da-folhamole Coccoloba mollis Casar. Polygonaceae árvore embacuruba embira branca Apeiba tibourbou Aubl. Tiliaceae árvore embira china Xylopia emarginata Mart. Annonaceae árvore embira preta Bocageopsis multiflora (Mart.) R.E. Annonaceae árvore Fries ingá rabo de macaco Inga edulis Mart. Fabaceae árvore janaúba Himatantus drasticus (Mart.) Plumel Apocynaceae árvore jatobá Hymenaea courbaril L. Fabaceae árvore jeniparana Gustavia augusta L. Lecythidaceae árvore lacre Vismia brasiliensis Choisy Clusiaceae árvore macaúba Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. Arecaceae palmeira ex Mart. mamona Ricinus cuminis l. Euphorbiaceae arbusto manga Mangifera indica L. Anacardiaceae árvore marfim Agonandra brasiliensis Miers Opiliaceae árvore maria mole Não identificada Bombacaceae árvore murici Byrsonima crassifolia (L.) H.B.K. Malpighiaceae arbusto mutamba Guazuma ulmifolia Lam. Sterculiaceae árvore pau d arco Tabebuia vellosoi Tol. Bignoniaceae árvore pau de gafanhoto não identificado não identificado árvore pau pombo Margaritaria sp. Euphorbiaceae árvore sabiá Mimosa bimucronata (DC) Kuntze. Fabaceae arbusto tamanqueiro Tapirira guianensis Aubl. Anacardiaceae árvore tapiririca Stryphnodendron sp. Fabaceae árvore tucum Astrocaryum vulgare Mart. Arecaceae palmeira tuturubá Pouteria ramifllora (Mart.) Radlk. Sapotaceae árvore urucurana Croton urucurana Baill. Euphorbiaceae árvore visgueiro Sapium glandulatum (Vell.) Pax. Euphorbiaceae árvore Bacia do Rio Paciência Mangue - A vegetação de mangue situada em Porto de Salina, teve como espécies predominantes os mangues vermelho (R. mangle L.), e branco (L. racimosa GAER), seguidos pelo siriba (A. germinans JACQUES). Foram observados neste trecho, poucos exemplares de mangue preto (Conocarpus erectus L.). Segundo Costa (1996) o mangue preto (C. erectus L.) é uma espécie típica de transição entre o médio e supra litoral. A tipologia 358

382 vegetacional apresentou apenas um estrato (arbóreo). Na margem esquerda onde se localiza o porto, a vegetação encontrou-se muito antropizada em estágio de regeneração inicial. Muito embora na outra margem, o mangue vermelho (R. mangle L.) apresentou uma altura média de 12 m e circunferência entre cm. Florestas Secundárias (Capoeiras) A vegetação de terra firme imediatamente superior a faixa de mangue localizada na área do Porto de Salina, encontrou-se muito antropizada, em razão de grande parte das residências estarem situadas às margens do manguezal. Diante desta situação foram observados poucos indivíduos, dentre eles o angelim (Andira fraxinifolia Benth. Fabaceae), janaúba (Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel. - Apocynaceae), caraoba (não identificada), tucum (Astrocaryum vulgare Mart. Arecaceae), babaçu (Orbignya phalerata Mart. Arecaceae), murici (Byrsonima crassifolia (L.) H.B.K. Malpighiaceae), juçara (Euterpe oleracea Mart..), cajá (Spondias monbim L. Anacardiaceae), pitomba (Talisia esculenta(st. Hill.) Radik. Sapindaceae), caju (Anacardium occidentale L. Anacardiaceae), embaúba (C. glaziovi Snethlage Cecropiaceae), buriti (M. flexuosa L. Arecaceae), jatobá (Hymenaea courbaril L. Fabaceae) Bacia do Rio Tibiri Mangue - O mangue branco (L. racimosa GAER) foi a espécie predominante, (FIGURA ), mas também ocorreu o mangue vermelho (R. mangle L.), e o siriba (A. germinans JACQUES). O estrato de mangue branco apresentou em torno de 15 m de altura e cm de circunferência. O fragmento apresentouse pouco antropizado, muito embora, observou-se a trechos de mangue em regeneração, ocasionado por supressão (FIGURA ). 359

383 Figura : Vista parcial de mangue branco na margem esquerda do Rio Tibiri. Figura : Mangue branco em estágio de regeneração, Rio Tibiri. 360

384 Florestas Secundárias (Capoeiras) Dentre as espécies predominantes, estão o babaçu (O. phalerata Mart. Arecaceae) e a macaúba (Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. Arecaceae) (TABELA ). O estado de conservação das capoeiras foi considerado bastante antropizado, apresentando vários trechos da vegetação queimada. Foi observada uma constante presença de espécies arbóreas associadas a palmeiras (estrato arbóreo-palmeira). A altura do estrato arbóreo foi de 5-8 m em média e com circunferência de cm em média, o que caracteriza pressão continuada sobre a vegetação, tendo em vista a baixa estatura e pequena circunferência dos indivíduos. Já as palmeiras, apresentaram altura média de m e cm de circunferência em média, em idades avançadas e algumas delas apresentavam estipe danificada (FIGURA ). TABELA : Listagem das espécies encontradas em capoeiras situadas em Tibiri. Nome comum Identidade botânica Família Hábito de crescimento aracirana não identificado Não identificado árvore ariri Syagros coccoides Mart. Arecaceae palmeira babaçu Orbignya phalerata Mart. Arecaceae palmeira bordão de velho Samanae tubulosa (Benth.) Fabaceae árvore Barneby & Grimes buragi branco Lecythis lurida (Miers.) Mori Lecythidaceae árvore cajá Spondias mombin L Anacardiaceae árvore embaúba Cecropia pachystachia Trec. cecropiaceae árvore embira branca Apeiba tibourbou Aubl. Tiliaceae árvore jacarandá Machaerium brasiliense Vog. Fabaceae árvore janaúba Himatantus drasticus (Mart.) Apocynaceae árvore Plumel jatobá Hymenaea courbaril L. Fabaceae árvore jenipapo Genipa americana L. Rubiaceae árvore jurema Mimosa artemisiana Heringer Fabaceae árvore & Paula lacre Vismia brasiliensis Choisy Clusiaceae árvore macaúba Acrocomia aculeata (Jacq.) Arecaceae palmeira Lodd. ex Mart. maçaranduba Manilkara huberi (Ducke) Sapotaceae árvore Cheval. mutamba Guazuma ulmifolia Lam. Sterculiaceae árvore pitomba Talisia esculenta (St. Hill.) árvore Sapindaceae Radik. pau d arco Tabebuia vellosoi Tol. Bignoniaceae árvore tucum Astrocaryum vulgare Mart. Arecaceae palmeira tuturubá Pouteria ramifllora (Mart.) Sapotaceae árvore Radlk. visgueiro Sapium glandulatum (Vell.) Pax. Euphorbiaceae árvore 361

385 Figura : Sinais da ação do fogo sobre pindoveira, Tibiri Considerações Finais De uma forma geral, todas as tipologias vegetacionais amostradas na ilha de São Luis, juntamente com estudos anteriormente realizados apontam para uma crescente tendência do processo de degradação, ocasionada pela ocupação desordenada do território, pressão imobiliária, prática da agricultura predatória, notadamente a roça de toco com diminuição dos tempos de pousio, instalação de indústrias (Setor Industrial), que sinergicamente comprometem os ecossistemas. Faz-se, portanto, necessário o cumprimento do plano diretor para disciplinamento do uso do território, bem como, a preservação e conservação dos ecossistemas representativos da ilha de São Luís. 362

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415 biomassa fitoplanctônica e dos parâmetros hidrológicos no estuário do rio Formoso(Rio Formoso, Pernambuco, Brasil). Tropical Oceanography, v. 32, n. 1, p , SILVA, Quésia D. da. Dinâmica do processo de periferização em São Luís Ma. São Luís, Monografia. DG-UFMA p. SILVEIRA, J. D. da. Morfologia do Litoral e o Atlântico Sul. In: AZEVEDO, Aroldo de. Brasil: a Terra e o Homem. São Paulo: Cia. Ed. Nacional, v. 1, 619 p. SILVEIRA, P. C. A. da. (2003). Ictionêuston da Zona Econômica Exclusiva referente ao Estado do Maranhão (Região Norte do Brasil). Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Oceanogra a da UFPE. 56f. SILVEIRA, P. C. A. da Impact of Oceanographic Conditions on Distribution and Abundance of Larval Fish in Northern Brazil. Tese de Doutorado. ZMT-Uni-Bremen, Alemanha. SILVEIRA, P. C. A. da.; SANTOS, G. S. dos ; COSTA, D. S. do N. da Estudo da Biodiversidade do Ictioplâncton na Área de Influência da Usina Termoelétrica (ute) do Itaqui, São Luís-MA. Relatório técnico. São Luis - MA. SIPAÚBA-TAVARES, L. H. & ROCHA, O. Produção de plâncton (fito e zooplâncton) para alimentação de organismos aquáticos. São Carlos: Rima, p. SIQUEIRA, A.M.F. Efeitos da Poluição por efluentes domésticos e industriais sobre o rio Anil. Monografia. Universidade Federal do Maranhão, São Luís, SMIRNOV, N. N. & TIMMS B.V A Revision of the Australian Cladocera ( Crustácea).Record of Australian Museum, Suppl., 132p. SMITH, D. G Guide to the Leptocephali (Elopiformes, Anguilliformes and Notacanthiformes). NOAA Techmical Report NMFS Circular 424. Texa. 35p. 392

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419 Anexos 396

420 ANEXO 3-1: Principais equipamentos utilizado nas campanhas de campo, novembro de Kit multiparâmetro, utilizado para a coleta dos parâmetros abióticos. Draga de Van Veen, utilizado na coleta da Macrofauna Betônica. 397

421 Procedimento de arrasto de Fitoplâncton, Zooplâncton e Ictioplâncton. Rede utilizada no arrasto da fauna zooplanctônica. 398

422 Local de coleta das Macroalgas. Rede utilizada na coleta do Ictioplâncton. 399

423 Rede utilizada na coleta de Fitoplâncton (microalgas). 400

424 ANEXO Espécies dominantes registradas na Ilha do Maranhão, São Luís MA. 09/11 a 12/11 de Opisthonema oglinum Anchovia clupeoides Cynoscion sp. 401

425 Anexo 5.5-1: Imagens de algumas espécies de peixes capturados nos igarapés dos rios Anil, Cachorros, Tibiri e Paciência. Colomesus psittacus Baiacú de espinho Trichiurus lepturus Guaravira Micropogonias furnieri Cururuca 402

426 Oligoplites palometa Tibiro Amarelo Cynoscion leiarchus Pescada branca Caranx latus Xaréu 403

427 Lutjanus jocu Carapitanga Cynoscion acoupa Pescada Amarela Mugil curema Tainha Sajuba 404

428 Elops saurus Urubarana Anableps anableps Tralhoto Rypticus randalli Peixe Sabão 405

429 Achirus lineatus Solha Stellifer brasiliensis Cabeçudo Branco 406

430 Centropomus parallelus Camurim Branco Centropomus pectinatus Camurim Preto Stellifer naso Cabeçudo Preto 407

431 Genyatremus luteus Peixe Pedra Mugil gaimardianus Tainha pitiu Batrachoides surinamensis Pacamão 408

432 Cetengraulis edentulus Sardinha Verdadeira Eucinostomus gula Escrivão Hexanematichthys bonillai Uriacica 409

433 Peixe Prata Diapterus rhombeus Bairdiella ronchus Cororoca 410

434 Chaetodipterus faber Paru Sphoeroides testudineus Baiacú pininga Echeneis naucrates Rêmora 411

435 Megalops atlanticus Perapema 412

436 Anexo 5.8-1: Imagens de algumas espécies pertencentes a macrofauna bentônica, que foram capturados nos igarapés dos rios Anil, Cachorros, Tibiri e Paciência. Nereidae Nephtyidae Lumbrieridae Capitellide Melampus coffeus Larvas de Tabanidae 413

437 Uca rapax 414

438 Figura 5.9-1: Registro fotográfico de algumas espécies de aves encontradas na ilha do Maranhão. Aves aquáticas em forrageiro Ilha do Maranhão. Maçaricos migratórios em forrageios - Ilha do Maranhão. 415

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