2017, UNIFESSPA Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará / Instituto de Geociências e Engenharias.

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2 MATERIAL DIDÁTICO PARA EDUCAÇÃO BÁSICA UNIFESSPA-ANA-CAPES Construindo Soluções Sustentáveis MARABÁ - PA 2017

3 2017, UNIFESSPA Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará / Instituto de Geociências e Engenharias. Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que citada a fonte e não seja para venda ou qualquer fim comercial. Natureza: Cartilha de Educação Ambiental (EA) Elaboração: Antônio Carlos Santos do Nascimento (UNIFESSPA) Denilson Costa da Silva (UNIFESSPA) Thulla Cristina Esteves (UNIFESSPA) Vânia Carla Dias Martins (UFPA) Apoio: Agência Nacional de Águas (ANA) Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

4 O projeto ÁGUA E COMUNIDADE: CONSTRUINDO SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS O projeto foi pensado e desenvolvido com o objetivo de difundir o conhecimento em forma material didático, de caráter interdisciplinar, para uso nas escolas de educação básica (Ensino Fundamental II e no Ensino Médio), sobre água e sustentabilidade nas comunidades. Este box é composto por uma cartilha de Educação Ambiental (EA), por quatro de vídeos de apoio do tipo tutorial, e um jogo de tabuleiro. As fases do ciclo de aprendizagem do material, foram pensadas para a seguinte ordem de aplicação: cartilha de Educação Ambiental (EA), Vídeos e Jogo de tabuleiro. A cartilha é dividida em quatro capítulos; que dão o aporte teórico e literário ao projeto: Capítulo 1: O caminho das águas: Ciclo hidrológico e meio ambiente; Capítulo 2: A capitação e o abastecimento de água; Capítulo 3: O valor, custo e o consumo da água; Capítulo 4: Economia e reuso da água na comunidade. Os vídeos do tipo tutorial acompanham os capítulos da cartilha, tem a função de ensinar aos alunos o passo-a-passo para reproduzir da teoria trabalhada nos capítulos. Enquanto a cartilha de E.A apresenta a teoria, os vídeos demonstram ações observadas no dia-a-dia das comunidades. As técnicas ensinadas nos vídeos deverão ser praticadas nos laboratórios das escolas, como atividade interdisciplinar, formando assim replicadores do conhecimento dentro das comunidades. Os vídeos ensinam, sobre:

5 Vídeo 1: Quais os caminhos percorridos pelas águas no mundo? Vídeo 2: De onde vem a água que chega em nossas casas? Vídeo 3: Qual o valor da água que consumimos? Vídeo 4: Uso sustentável: Como economizar e reutilizar água? O jogo de tabuleiro fecha o ciclo de aprendizagem trazendo as funções de construir e replicar, em suas comunidades, o conhecimento adquirido pelos alunos, o jogo delega aos jogadores tarefas que materializem e reproduzam os conceitos de economia e reuso da água, ensinados na cartilha e nos vídeos. As tarefas são direcionadas para execução em casa, na escola, na igreja e outros locais da comunidade. A aplicação desse box de materiais nas escolas, dará aos professores suporte para promover; discursões e debates sobre a importância da água; disseminação do conhecimento sobre o uso sustentável; aplicação de técnicas para alcançar o uso sustentável nas comunidades; e formação de grupos replicadores do conhecimento. O projeto tem como eixo principal de sua concepção os Parâmetros Curriculares Nacionais sobre Meio Ambiente, segundo o qual a perspectiva ambiental deve remeter os alunos à reflexão sobre os problemas que afetam a sua vida, a de sua comunidade, a de seu país e a do planeta. Para que essas informações os sensibilizem e provoquem o início de um processo de mudança de comportamento, é preciso que o aprendizado seja significativo, isto é, os alunos possam estabelecer ligações entre o que aprendem e a sua realidade cotidiana, e o que já conhecem.

6 O caminho das águas: Ciclo hidrológico e meio ambiente A capitação e o abastecimento de água O valor, custo e o consumo da água Economia e reuso da água na comunidade

7 Quais os caminhos percorridos pelas águas no mundo? De onde vem a água que chega em nossas casas? Qual o valor da água que consumimos? Uso sustentável: Como economizar e reutilizar água?

8 O caminho das águas: Ciclo hidrológico e meio ambiente Antônio Carlos Santos do Nascimento

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10 9 Você sabe quais os caminhos percorridos pelas águas no mundo? Talvez nem todos tenham a oportunidade de beber das fontes térreas em que borbulha a água, ou seja, estar próximo de um olho d água, que permita matar a sede nos dias quentes. Muitos possuem seu contato com a água, apenas pelas torneiras encontradas em casa, as quais estão conectadas as tubulações, que, a grande maioria das pessoas, não sabe onde começa acostumando-se a conviver apenas com o seu fim, que fornece o líquido, o qual usamos diariamente para múltiplas finalidades. Mas, seja a água ainda em contato mais próxima com a natureza, como na realidade que Marcolina conviveu (Figura 1), ou saindo das mangueiras ligadas em torneiras que alegram as brincadeiras nos sábados ensolarados, a água percorre um longo percurso até chegar em nossas casas, e esse longo percurso, podemos chamar de ciclo hidrológico. Marcolina divertindo-se com o pai. O caminho das águas: Ciclo Hidrológico Podemos entender o ciclo hidrológico como os múltiplos caminhos que a água percorre no nosso planeta. Como um ciclo, ele não tem um início e um fim, ele

11 10 apenas é contínuo. Entretanto, para falar dele, precisamos escolher um ponto para tomar de começo, e esse ponto, será a chuva. Quando nas sestas do verão saudoso A sombra cai nos laranjais do vale, Onde o vento adormece e se perfuma... E os raios d'oiro, cintilando vivos, Como chuva encantada se gotejam Nas folhas do arvoredo recendente, Parece que de afã dorme a natura E as aves silenciosas se mergulham No grato asilo da cheirosa sombra. (ÁLVARES DE AZEVEDO) A chuva, pode ser encarada em termos mais científicos como a precipitação da água na superfície do nosso planeja. Uma vez que, as gotas de água encontram o solo, elas podem seguir dois caminhos, infiltrar no solo, ou escoar sobre ele. A água que escoar sobre o solo percorrerá diversos caminhos, dependendo da drenagem do local. Esses diversos caminhos levarão essa água aos corpos hídricos (rios, lagos, igarapés, mares, e mesmo o oceano). A porção de água que infiltrou no solo, pode percorrer no interior do solo por meio de lenções freáticos (aglomerações de água que existem abaixo da superfície) até os corpos hídricos, porém, de forma mais lenta do que a água que escoa na superfície. Uma outra parcela dessa água que infiltrou, pode estar em porções especiais da superfície do nosso planeta, as quais chamamos de zonas de recarga, essas áreas apresentam uma comunicação com aglomerações de água mais isoladas do interior existente abaixo de nós, essas aglomerações mais isoladas (por isso são

12 11 diferentes dos lenções freáticos, pois esses são, em geral, rasos) são chamadas de aquíferos. A água que conseguiu chegar as zonas de recarga e alimentam os aquíferos, irão compor as reservas de água para as gerações futuras ou mesmo, no caso de algumas cidades que já usam esses aquíferos como fonte de abastecimento de água, irão recarregar tais reservas, auxiliando na sustentabilidade do sistema. Nisso tem-se a importância de preservar essas áreas. Uma parte dessa água no seu percurso até chegar aos corpos hídricos pode evaporar e assim chegar a atmosfera para agrupar-se, formando nuvens, que novamente irão cair em forma de chuva (ou granizo) sobre a superfície e, uma vez no corpo hídrico, juntamente as porções de água lá presentes, também poderá evaporar, ajudando a formas novas chuvas, e dando continuidade a esse ciclo vital de manutenção da vida no nosso planeta. Na Figura a seguir, temos a representação simplificada do ciclo hidrológico: CHUVA EVAPORAÇÃO ZONA DE RECARGA INFILTRAÇÃO ESCOAMENTO LENÇOL FREÁTICO RIO AQUÍFERO OCEANO Esquema simplificado do Ciclo Hidrológico.

13 12 Vamos exercitar! Existem palavras em negrito no corpo do texto, e são de suma importância para a compreensão do ciclo hidrológico, assim: Em um dicionário, procure qual significado ele apresenta para as palavras em negrito no texto. Caso alguma delas não esteja no seu dicionário, não desanime, procure o professor mais próximo e continue. Você poderia citar dez formas diferente de uso para água? Qual sua opinião sobre o uso da água para o lazer?

14 QUER SABER MAIS? ASSISTA: Quais os caminhos percorridos pelas águas no mundo?

15 A capitação e o abastecimento de água Thulla Cristina Esteves

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17 17 Você sabe de onde vem a água que chega em nossas casas? A água que chega em nossas casas pode ser captada dos rios (capitação de água superficial), ou dos aquíferos subterrâneos (captação de água subterrânea), mas, são os rios as principais fontes de abastecimento das cidades, e também, os receptores dos esgotos. A água superficial Segundo Di Bernardo (2008), a água doce representa 2,5% do total disponível no mundo, desses 2,5% somente 0,3% estão em mananciais superficiais. A água de superfície, encontrada em rios, lagos e etc., ainda é a forma mais fácil para captação e a fonte de abastecimento mais utilizada, porém, para captação, deve-se sempre observar cursos d água que não estejam contaminados e/ou poluídos, e que possuam volume suficiente para abastecer a população sem prejudicar o ecossistema local. De forma geral após a captação na natureza, a água passa por uma etapa de tratamento, para remover possíveis contaminantes, e depois é encaminhada para reservatórios, que irão armazenar certo volume d água para depois distribuí-lo à comunidade, essa distribuição se dará por meio de uma rede de tubulações que, por vezes, chega em nossas casas. A esse conjunto de equipamentos e estruturas, que levam a água dos rios até as nossas casas, damos o nome de sistema de abastecimento de água. Na figura abaixo, temos a representação de um sistema de abastecimento de água, que tem como fonte de abastecimento águas superficiais. Sistema de Abastecimento de Água RESERVATÓRIO DE ÁGUA TRATADA CAPTAÇÃO DE ÁGUA ADUÇÃO DE ÁGUA BRUTA TRATAMENTO DE ÁGUA BRUTA DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA TRATADA

18 18 Além das águas superficiais, os sistemas de abastecimento de água podem ter como fonte de captação as águas subterrâneas, através dos poços, como veremos em mais detalhes a seguir. A água subterrânea O abastecimento das cidades também pode ser feito através da exploração dos Aquíferos Subterrâneos, que são rochas capazes de armazenar e transmitir/libertar água em quantidades que tornem sua extração viável economicamente. Estas rochas podem armazenar a água em seus poros, ou em suas fraturas. Quando a água é armazenada nos poros das rochas, os aquíferos são chamados de porosos ou sedimentares, e quando este armazenamento ocorre nas fraturas das rochas, de fissurais ou fraturados. Na Figura a seguir, podemos visualizar a representação dos poros que são espaços entre os grãos minerais, podendo ou não estar preenchidos por água ou ar. POROSO FISSURAL Principais tipos de Aquíferos Subterrâneos Os Aquíferos Subterrâneos também podem ser classificados quanto à sua localização na subsuperfície em dois tipos: em livres ou confinados. A ilustração abaixo, representa um sistema de aquíferos livres, que são aqueles que estão em contato direto com a superfície e, consequentemente, mais sujeitos à poluição e contaminação. As principais fontes de poluição destas águas são as indústrias; minerações, águas superficiais; atividades agrícolas; poços mal construídos ou abandonados; poços de combustível; lixões ou aterros mal construídos ou operados; dentre outras.

19 19 RIO AQUÍFERO LIVRE CAMADA IMPERMEÁVEL AQUÍFERO CONFINADO Classificação dos aquíferos quanto à localização As águas podem ser captadas destes aquíferos subterrâneos de duas formas: fontes e poços. As fontes, nascentes, minas d água, olhos d água, dentre outras expressões utilizadas nas mais diversas regiões do Brasil, são as águas subterrâneas que afloram na superfície formando os rios. A mata ciliar, ou zona ripária, é a vegetação encontrada no entorno das nascentes, e deve ser preservada, pois protege o solo da erosão, e filtra os sedimentos e poluentes que chegam até estes locais, por isso, é também conhecida por Zona Tampão. Para Simões (2001 apud PINTO et al. 2005), a recuperação da zona ripária constitui um dos fatores que, conjuntamente com outras práticas conservacionistas, compõem o manejo adequado da bacia hidrográfica, para fins de garantir a quantidade e qualidade da água e a biodiversidade. NASCENTE Nascente

20 20 MATA CILIAR RIO AQUÍFERO LIVRE CAMADA IMPERMEÁVEL AQUÍFERO CONFINADO Mata Ciliar Os poços para a captação das águas subterrâneas podem ser do tipo escavado ou tubular. Os poços escavados, por serem de mais simples execução, geralmente, não atingem o aquífero propriamente dito, ou seja, não atingem a camada rochosa que possui todos os seus poros preenchidos por água, também chamada de zona saturada. Além da produção, Bear (1979) ainda cita as seguintes funções para os aquíferos subterrâneos: armazenamento; filtragem; transporte; e ambiental. A função ambiental dos aquíferos está relacionada à manutenção dos ecossistemas e da biodiversidade, por isso, a necessidade do uso sustentável dessas águas. Vamos exercitar! O texto fornece diversas informações sobre as formas de acesso a água. Vamos exercitar sobre o que aprendemos? Você poderia citar três principais diferenças entre capitação de água superficial e subterrânea? Qual sua opinião sobre os tipos de capitação? Quais os tipos de poços existentes para capitação de água subterrânea? Desenvolva uma discussão sobre quando os tipos de poços.

21 QUER SABER MAIS? ASSISTA: De onde vem a água que chega em nossas casas?

22 O valor, custo e o consumo da água Denilson Costa da Silva

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24 25 Você sabe qual o valor da água que consumimos? Sabemos que a água é um elemento indispensável à sobrevivência da raça humana, apesar disso podemos nos espantar com o quão recente é a preocupação da Humanidade com o consumo e o destino da água no mundo. Nesse capítulo iremos levantar uma reflexão a respeito do consumo responsável da água, levando você a aprender sobre: economia no consumo de água e o custo necessário para que a água potável chegue em nossas torneiras. Mas antes de seguirmos em frente, devemos saber a diferença entre custo e consumo. O custo da água, pode ser definido como todo gasto em dinheiro necessário para que a água saía da natureza e chegue em nossas casas, com boa qualidade. Já o consumo é definido como toda água utilizada por nós nas atividades do dia-a-dia. A água pode ser consumida na quantidade necessária para à sobrevivência ou em quantidades além da necessária, a água utilizada além da necessidade é chamada de desperdício. O consumo da água na comunidade A água que chega na nossa comunidade, é consumida de diversas maneiras como por exemplo, na rotina da casa (banho, lavagem de roupa, limpeza de casa, no jardim, na descarga), nos comércios (restaurantes, bares, escritórios), nas indústrias (produção de sucos e refrigerantes), na agricultura (irrigação), na manutenção de espaços públicos (escolas, igrejas, praças, jardins), no lazer (piscina, esportes), e na segurança contra incêndios. Libânio (2010) diz que, do total de água utilizada para consumo humano no mundo, apenas 10% é usado no abastecimento doméstico, enquanto que 21% é utilizado em atividades industriais. No Brasil, o consumo doméstico de água representa 27% do total de água consumida, contra 18% do uso industrial.

25 26 Sendo assim, uma vez que o uso dessa água beneficia um conjunto de pessoas ou uma comunidade, dizemos que a água é de uso coletivo. Um exemplo de uso coletivo é a água que é utilizada na produção de alimentos; por exemplo: macarrão, feijão, carne e etc. Estes serão comprados e consumidos por diversas pessoas. Além do uso coletivo da água, há o uso individual ou doméstico, que representa a água consumida por cada um de nós, e de forma individual. Você sabia? A agricultura é atividade coletiva que mais consome água doce, cerca de 70%. Já o banho é atividade individual que consome a maior quantidade de água, 56% de toda água utilizada por dia por pessoas. Dar descarga, é a segunda atividade que mais gasta água. CONSUMO DE ÁGUA DOCE Agrícola 70% Doméstico 10% Industrial 20% Você sabe como uma pessoa gasta água potável no dia-a-dia? Usamos água todos os dias para cozinhar, tomar banho, escovar os dentes, lavar as mãos, lavar louça, etc. Nós Brasileiros consumimos em média 187 litros de água por dia. A questão é, como saber quanto realmente consumimos de água em nossas atividades do dia-a-dia? Vejamos alguns exemplos:

26 27 Banho de 8 minutos = 24 litros Descarga (acoplada) 3 vezes ao dia = 18 litros Lavar as mãos 4 vezes ao dia = 3,2 litros Escovar os dentes 3 vezes ao dia = 2,4 litros Água potável para beber por dia = 2 litros Lavar louça (15 minutos) = 117 litros Lavar roupa: Tanque por 15 min = 279 litros/ Lavadora de 5 Kg = 135 litros Você sabia? Segundo a Organização das Nações Unidas - ONU, cada indivíduo precisa de 110 litros de água por dia para atender as necessidades de consumo e higiene, porém como vimos, nós Brasileiros usamos água em quantidade maior que a necessária. Gastar mais de 120 litros de água/dia, é jogar dinheiro fora e desperdiçar nossos recursos naturais. O custo da água para a comunidade Nesse capítulo falamos muito sobre consumo, e falar sobre consumo é falar sobre custo, ou seja, dinheiro. Os serviços de abastecimento de água prestados à população pelas companhias de saneamento, são pagos por nós sob a forma de tarifas.

27 28 Segundo dados do SNIS (2016), a tarifa média paga pelo Brasileiro para ter água em sua torneira é de 2,75 R$/m³ de água utilizada, além do custo da exploração da água como um recurso natural, a tarifa conta com os custos de manutenção do sistema de abastecimento (captação, tratamento e distribuição da água). Quer dizer que todos nós pagamos a mesma tarifa? Não. O valor citado refere-se um a tarifa média, na realidade a cobrança é feita por categorias de consumo, essas categorias classificam os consumidores segundo as características de seus imóveis e faixa de consumo. Vamos entender melhor, como isso funciona! Então qual o custo real da água que consumimos? Para calcular o valor da conta de água de uma residência, uma companhia de saneamento aplica cálculos considerando as faixas de consumo em metros cúbicos (1 metro cúbico é igual a litros de água). Por exemplo: Faixas de Consumo em metros cúbicos de Água (m³) Até 10 m³ por mês De 11 a 20 m³ por mês De 21 a 50 m³ por mês Acima de 50 m³ por mês Valor em reais (R$) R$ 13,10 (valor fixo) + R$ 2,25 por m³ a mais + R$ 5,10 por m³ a mais + R$ 5,70 por m³ a mais

28 29 A lógica para calcular o consumo em reais é padrão, o que muda são as tarifas empregadas pelas companhias de saneamento de cada estado Brasileiro. A tarifa não está associada à abundância de água na região, mas sim aos custos de exploração, manutenção e operação dos sistemas públicos de abastecimento. Como fazer o cálculo da sua conta de água? Para calcular a tarifa de seus usuários, uma companhia de saneamento aplica os seguintes cálculos: a) Vamos considerar uma residência com consumo mensal de 15 m³: Até 10m³: R$ 13,10 (valor fixo); De 11 a 20m³: R$ 2,25 (15-10) = 5 x 2,25 = R$ 11,25 Total da conta de água: R$ 13,10 (valor fixo) + R$ 11,25 = R$ 24,35 2 x [total da conta de água para taxa de esgoto] = 2 x 24,35 = R$ 48,70 b) Com base nos dados apresentadas, têm-se o cálculo por pessoa. 187 litros por dia= 187/ 1000 = 0,187 m³ por dia Considerando 30 dias de consumo 0,1653 x 30 = 5,61 m³ por pessoa/mês c) Considerando uma família com 5 pessoas. 5 x 5 = 28,05 m³ de consumo de água de uma família (residência) d) Consultando a tarifa praticada pela concessionária (De 21 a 50 m³ por mês). Até 10m³: R$ 13,10 (valor fixo); De 21 a 50 m³: R$ 5,10 (28,05-10) = 18,05 5,10 = R$ 92,05 Total da conta de água: R$ 13,10 (valor fixo) + R$ 76,50 = R$ 105,15.

29 30 Vamos exercitar! Vamos exercitar sobre o consumo e o custo da água na sua casa? Reproduza os cálculos ensinados neste capítulo, para o número de pessoas que moram em sua casa. Assim, determine o consumo e o valor da conta de água mensal para sua residência.

30 QUER SABER MAIS? ASSISTA: Qual o valor da água que consumimos?

31 Economia e reuso da água na comunidade Vânia Carla Dias Martins

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33 35 Você sabe como economizar e reutilizar água? No capítulo anterior aprendemos de que forma a água é consumida em nossa comunidade e como pagamos por isso. Nesse capítulo vamos discutir a relação entre o desperdício de água e consumo consciente, e assim aprender como economizar e reutilizar a água nas nossas casas e na comunidade. Mas que tipo de água podemos economizar e reutilizar?; e O que acontece com a água depois que usamos? Para responder essas questões vamos aprender um pouco mais sobre qualidade da água. Qualidade da água antes do uso Para garantir saúde e bem-estar, a água que usamos para beber, cozinhar, escovar os dentes e etc., precisa ser potável. A água potável é aquela que pode ser consumida sem risco a saúde, e possui as seguintes características: Ela é inodora, isto é, sem cheiro; Ela é incolor, isto é, sem cor; Ela é insipida, isto é, sem sabor; Ela é fresca e limpa, dependendo da temperatura ambiente; Ela não pode conter organismos causadores de doenças; Ela não pode conter produtos tóxicos; Para evitar doenças, a água deve ser sempre tratada antes do consumo. Você sabia? A água contaminada, tem presença de microrganismos vivos que podem causar de doenças, isto é, vermes, bactérias, etc, podendo causar doenças como: Ameba; giárdia; gastroenterite; febre tifoide; hepatite A; cólera; entre outras.

34 36 Nem todas as águas são potáveis, mesmo que pareçam limpas. Então, devemos ter cuidado em beber água direto de cisternas, poços, rios, lagos, igarapés e etc. Qualidade da água depois do uso De acordo com Von Sperling (1996), o esgoto são as águas que, após a utilização humana, tem a sua qualidade natural alterada. As águas que vem dos banheiros, das cozinhas, da área de serviço e etc. é chamada de esgoto doméstico. As águas do esgoto doméstico podem ser divididas em dois tipos: Águas negras, são águas vindas de: Vasos sanitários; Cozinhas (pias, máquina de lavar louça e etc.). Água cinzas, são águas vindas de: Lavatórios; Chuveiros; Pias de banheiro; Tanques; Máquinas de lavar roupa.

35 37 As águas negras contem fezes, urina, papel higiênico e restos de comidas. Assim encontra-se principalmente compostos como óleos, gorduras, produtos químicos e microrganismos, por isso é mais difícil de ser reutilizada. As águas cinzas são ideias para reuso, são formadas principalmente de produtos químicos encontrados em materiais de limpeza. Você sabia? O esgoto com ou sem tratamento é devolvido ao meio ambiente, pelo despejo em rios, lagos, igarapés ou mares. Por isso não devemos consumir água sem conhecer a fonte, que pareça limpa. Você sabe como economizar água? No Banheiro: Não use o vaso sanitário como lixeira, dê descarga apenas quando necessário. Tome banhos rápidos, desligue o chuveiro ao se ensaboar.

36 38 Dica: Evite usar o chuveiro nos horários entre 5 e 10 horas da noite Na Cozinha: Antes de lavar pratos e panelas, limpe os restos de comida no lixo. Encha a pia de água e deixe a louça de molho, e depois abra a torneira apenas para enxaguar a louça. Na hora de lavar frutas, legumes e verduras, use uma tigela com água, em vez de água corrente. Use aeradores nas torneiras, ele misturar ar à água, diminuindo a quantidade de água, mas mantendo a sensação de volume. Na Lavanderia: Use a lavadora de roupas apenas quando tiver roupa suficiente para enche-la ou ajuste o nível d água para à quantidade de roupa que você está lavando.

37 39 Dica: Após a lavagem reaproveite a água da máquina para lavar a área de serviço, banheiros ou usar na descarga de vasos sanitários. Nas áreas externas: Ao limpar pátios e calçadas, use a vassoura e se precisar de água use o balde em vez da mangueira. Na hora de lavar o carro, troque a mangueira por um balde, assim você economiza Ao molhar as plantas e o jardim, use o regador em vez da mangueira e evite as horas mais quentes do dia. Em toda casa: Não deixe torneiras abertas. Troque ou concerte torneiras pingando. Na comunidade: Nunca jogue água pelo ralo quando tiver outro uso para ela! Converse com sua família e amigos sobre a necessidade de economizar água.

38 40 Seja o porta voz da água na sua comunidade, dê ideias para conservação da água e ajude a colocar em prática. Seja o fiscal da água, avise aos vizinhos, ou à autoridade local sobre perda de água, encanamentos rompidos, caixas d água transbordando, poços abandonados e etc. Na sua escola participe de projetos e oficinas para uso de água reciclada. Não desperdice quando estiver na casa de um amigo ou em outra cidade, sempre lembre de economizar. Seja o exemplo para sua comunidade, a boa pratica começa em casa, mostre aos seus amigos como é simples e importante economizar e reutilizar água. Dica: A cada dia tente fazer uma coisa que ajude a economizar mais água. Não se preocupe se a economia é pequena. Cada gota conta e cada pessoa faz a diferença. Então diga a sua comunidade: Vamos economizar para não faltar. Você sabe como reutilizar água?

39 41 Colete água durante o banho. Enquanto você toma banho, colete a água que respinga do chuveiro, colocando uma vasilha na área de banho próxima ao chuveiro. Essa água pode ser reutilizada para dar descarga, lavar o próprio banheiro ou áreas externas, como quintais e pátios. Dica: Mantenha um recipiente com tampa no banheiro para que ao final de cada banho, todos da família possam depositar sua água. Utilize a água armazenada por no máximo dois dias, para evitar mau cheiro. Balde no pinga-pinga do ar-condicionado! O seu ar-condicionado fica pingando água? Coloque um balde embaixo da goteira e utilize a água para regar plantas, limpar pisos e banheiros ou lavar o carro. Captar água da chuva: a céu aberto ou do telhado. Coletar água da chuva é uma ótima dica para economizar água, você pode fazer isso usando baldes ou bacias colocadas a céu aberto, coletando a chuva direto da atmosfera, ou ainda pode coletar a água que escoa das calhas e telhados. É muito importante que o local de armazenamento esteja sempre bem tampado, para evitar a proliferação de mosquitos, nada de tampas soltas, lona, madeiras ou telhas para cobrir.

40 42 A água da chuva pode ser reutilizada para dar descarga, limpeza de modo geral, lavar carro, regar plantas e etc. Esse tipo de água não pode ser usada por humanos e animais, para matar a sede. Apesar de parecer pura, ela contém diversos contaminantes, vindos da atmosfera e principalmente de telhados e calhas, como fezes de animais e poeira de rodovias. Ferve-la simplesmente não adianta! Água da máquina de lavar roupas: uma ótima ideia! Podemos aproveitar a água usada na lavagem de roupa, despejandoa com a mangueira da máquina de lavar em um recipiente de armazenamento de sua preferência. Veja que prático, essa água já vem com sabão, por isso é uma ótima opção para lavagem de pisos e banheiros, lavagem de embalagens que serão recicladas e para descarga. Dica: para quem usa dois ciclos de lavagem, a água do segundo enxague, mais limpa, pode ser usada para abastecer a próxima lavagem. Vamos exercitar! As técnicas ensinadas neste capitulo são muito importantes para colocar em prática o uso racional da água, assim vamos exercitar: Cite três ou mais formas que você utilizaria para economizar água em sua casa, explique como você faria? Cite três ou mais formas que você utilizaria para reutilizar água em sua casa, explique como você faria?

41 QUER SABER MAIS? ASSISTA: Uso sustentável: Como economizar e reutilizar água?

42 43 REFERÊNCIAS BEAR, J. Hidraulics of Groundwater. Mcgraw-Hill Inc p. CLARKE, R.; KING, J. O atlas da água. São Paulo: Publifolha, LIBÂNIO, M. Fundamentos de Qualidade e Tratamento de Água. Campinas SP: Editora Átomo, PINTO, Lilian Vilela Andrade et al. Estudo da vegetação como subsídios para propostas de recuperação das nascentes da bacia hidrográfica do Ribeirão Santa Cruz, Lavras, MG. Revista Árvore, v. 29, n. 5, p , SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO SNIS. Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos, referente ao ano de Ano: TEIXEIRA, Wilson. FAIRCHILD, Thomas Rich. TOLEDO, M. Cristina Motta de. TAIOLI, Fabio. Decifrando a Terra 2a edição. Companhia Editora Nacional. São Paulo UNESCO. Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, 2016 VON SPERLING, M. Introdução à qualiddade das águas e o tratamento de esgotos. 2 ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental, ////universidade Federal de Minas Gerais, 1996.