Propriedades e Seleção de Materiais
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- Amadeu Salgado Galindo
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1 Luís Guerra Rosa Área Científica de Projecto Mecânico e Materiais Estruturais Departamento de Engenharia Mecânica Instituto Superior Técnico Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais usando CES EduPack materials education software 2016
2 Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste 1 1 Teste 1 Esta folha deve ser entregue juntamente com as outras folhas utilizadas. - O TESTE É SEM CONSULTA. - Tempo máximo para resolução deste teste: 1h 30min - NÃO É PERMITIDA A UTILIZAÇÃO DE TELEMÓVEIS.- Resolva o Grupo I, o Grupo II e o Grupo III em conjuntos de folhas separados. - Cotações: GRUPO I 1. Na Figura 1 está representada uma curva tensão nominal (σ) versus extensão nominal (ε) obtida em ensaio de tração uniaxial que representa o comportamento típico de um material metálico dúctil. Figura 1 Usando o gráfico da Figura 1, indique/assinale os valores correspondentes a: a) módulo de Young (E) b) tensão de cedência (yield stress, σ y) correspondente a 0.2% de extensão plástica c) tensão de rotura (tensile strength, σ ts) d) extensão após fractura (ε f) e) energia (trabalho) por unidade de volume necessária para deformar o material até a uma extensão ε < ε f. 2. Qual o significado (definição) de tenacidade à fratura, K Ic (em inglês, fracture toughness)? Como se pode determinar o K Ic de um dado material? GRUPO II 3. Usando o método dos índices ponderados de desempenho, determine uma classificação para os materiais indicados na Tabela I, considerando as seguintes prioridades: 1ª prioridade: Tenacidade à fratura alta; 2ª prioridade: Densidade baixa; última prioridade: boa rigidez elástica e boa resistência à fadiga, assumindo para estas duas propriedades fatores de ponderação idênticos. (Nota: Apresente os cálculos que efetuou para chegar ao índice de desempenho de cada um dos três materiais considerados). Tabela I materiais Densidade [kg/m 3 ] Tensão limite de fadiga [MPa] Módulo de Young E [GPa] Tenacidade à fratura K Ic [MPa.m 1/2 ] Ti-6Al-4V (Ni-Mo-Cr alloy) Hastelloy C (Ni-Cr alloy) Inconel Explique o significado (definição) de tensão limite de fadiga de um material (em inglês, fatigue strength ou endurance limit) e diga como se pode determinar experimentalmente.
3 Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste 1 2 GRUPO III 5. As barreiras metálicas de segurança para contenção de veículos destinam-se a absorver energia cinética através da sua deformação plástica. A energia absorvida (por unidade de volume) ao deformar-se um material até à fratura pode ser calculada (aproximadamente) através da expressão: 1 2 W pl y ts f em que: σ y é a tensão de cedência (yield stress); σ ts é a tensão de rotura (tensile strength); f é extensão após fractura (elongation). Explique como através da utilização de uma base de dados e de um software de apoio à seleção de materiais (como, por exemplo, o CES EduPack) poderia escolher o material (ou materiais) mais adequado(s) para o fabrico dos elementos principais das barreiras. 6. No gráfico da Figura 2 ( mapa de Ashby ) cada bolha representa um material diferente. Figura 2 6.1) Para selecionar materiais para o fabrico de um painel rígido e leve o índice de material (em inglês, material index) a 1 E 3 considerar é: M p ; em que E representa o módulo de Young, e representa a densidade. Usando o gráfico da Figura 2, assinale a bolha do material que lhe parece mais adequado para fabricar um painel rígido e leve. Explique (se necessário usando outra folha) como procedeu para fazer esta escolha. 6.2) Para selecionar materiais para o fabrico de um tirante (corpo essencialmente sujeito a tração uniaxial) que se quer rígido e E leve o índice de material a considerar é: M t. Usando o gráfico da Figura 2, assinale a bolha do material que lhe parece mais adequado para fabricar um tirante rígido e leve, explicando como procedeu para fazer esta escolha. 6.3) Que alteração faria nos índices referidos anteriormente em 6.1 e 6.2 se estivesse interessado em minimizar o custo em vez do peso?
4 Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste 1 3 RESOLUÇÃO: GRUPO I 1. Na Figura 1 está representada uma curva tensão nominal (σ) versus extensão nominal (ε) obtida em ensaio de tração uniaxial que representa o comportamento típico de um material metálico dúctil. Usando o gráfico da Figura 1, indique/assinale os valores correspondentes a: a) módulo de Young (E) b) tensão de cedência (yield stress, σ y) correspondente a 0.2% de extensão plástica c) tensão de rotura (tensile strength, σ ts) d) extensão após fractura (ε f) e) energia (trabalho) por unidade de volume necessária para deformar o material até a uma extensão ε < ε f. Resposta(s): tensão de rotura σ y com 0.2% de extensão plástica declive E extensão após fractura εf 2. Qual o significado (definição) de tenacidade à fratura, K Ic (em inglês, fracture toughness)? Como se pode determinar o K Ic de um dado material? A tenacidade à fratura, K Ic (unidades: MPa m 1/2 ou MN m -3/2 ) mede a resistência de um material à propagação de uma fenda. Um material com baixa tenacidade à fratura, se tiver uma fenda, pode fraturar antes de atingir a cedência. Um material com elevada tenacidade à fratura entra primeiro em deformação plástica, endurece por deformação, e só depois entra em rotura, sem que as fendas presentes tenham grande importância. O ensaio, para a determinação experimental da tenacidade à fratura (K Ic) num material metálico, consiste em fraturar um provete (de um dos tipos indicados na figura ao lado) segundo o Modo I por solicitação monótona. O provete possui um entalhe e na ponta deste uma fenda obtida por fadiga de forma a garantir um raio de concordância nulo (fenda idealmente aguçada). A espessura do provete tem de ser suficiente para garantir um estado plano de deformação, de modo a observar-se uma fratura instável com deformação plástica muito limitada. Uma vez determinado o valor de σ* ou F*, usam-se as expressões indicadas na figura para calcular o K Ic.
5 Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste 1 4 GRUPO II 3. Usando o método dos índices ponderados de desempenho, determine uma classificação para os materiais indicados na Tabela I, considerando as seguintes prioridades: 1ª prioridade: Tenacidade à fratura alta; 2ª prioridade: Densidade baixa; última prioridade: boa rigidez elástica e boa resistência à fadiga, assumindo para estas duas propriedades fatores de ponderação idênticos. (Nota: Apresente os cálculos que efetuou para chegar ao índice de desempenho de cada um dos três materiais considerados). Tabela I materiais Densidade [kg/m 3 ] Tensão limite de fadiga [MPa] Módulo de Young E [GPa] Tenacidade à fratura K Ic [MPa.m 1/2 ] Ti-6Al-4V (Ni-Mo-Cr alloy) Hastelloy C (Ni-Cr alloy) Inconel Resolução: Total de decisões positivas Fatores de ponderação 1 - tenacidade à fratura , densidade , módulo de Young 0 0 0,5 0,5 0, tensão limite de fadiga 0 0 0,5 0,5 0,0833 tenacidade à fratura densidade módulo de Young tensão limite de fadiga MPa.m 1/2 kg / m 3 G Pa M Pa Ti-6Al-4V (Ni-Mo-Cr alloy) Hastelloy C (Ni-Cr alloy) Inconel tenacidade à fratura densidade módulo de Young tensão limite de fadiga w i 0,5 0,3333 0,0833 0,0833 índice posição Ti-6Al-4V 67,4 100,0 54,1 100,0 79,9 1º (Ni-Mo-Cr alloy) Hastelloy C ,0 51,2 99,5 45,7 79,2 2º (Ni-Cr alloy) Inconel ,6 53,8 100,0 79,1 79,1 3º 4. Explique o significado (definição) de tensão limite de fadiga de um material (em inglês, fatigue strength ou endurance limit) e diga como se pode determinar experimentalmente. A tensão limite de fadiga de um material (fatigue strength ou endurance limit, e ) representa o valor da amplitude de tensão ( a ) em relação a uma tensão média igual a 0 (zero) abaixo do qual a rotura por fadiga não ocorre, ou só ocorre para um nº de ciclos Nf > A tensão limite de fadiga de um dado material ( e ) é determinada a partir das curvas S-N (ou curvas de Wöhler). Estas curvas são traçadas com base em resultados de nº de ciclos para a rotura (Nf) obtidos em muitos ensaios de fadiga, conduzidos todos da mesma forma, mas cada um deles a um determinado valor da amplitude de tensão ( a ).
6 Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste 1 5 GRUPO III 5. As barreiras metálicas de segurança para contenção de veículos destinam-se a absorver energia cinética através da sua deformação plástica. A energia absorvida (por unidade de volume) ao deformar-se um material até à fratura pode ser calculada (aproximadamente) através da expressão: 1 2 W pl y ts f em que: σ y é a tensão de cedência (yield stress); σ ts é a tensão de rotura (tensile strength); f é extensão após fractura (elongation). Explique como através da utilização de uma base de dados e de um software de apoio à seleção de materiais (como, por exemplo, o CES EduPack) poderia escolher o material (ou materiais) mais adequado(s) para o fabrico dos elementos principais das barreiras. Utilizando uma base de dados e um software de apoio à seleção de materiais. como, por exemplo, o CES EduPack, podemos calcular o valor que adquire a dita expressão 1 2 W pl y ts f para vários materiais metálicos (metal alloys), com a finalidade de selecionar os materiais que absorvem mais energia. Uma vez calculado o valor W pl para os vários materiais metálicos podemos também traçar gráficos, representando por exemplo W pl em função da densidade ou do preço. Por fim, consultando a base de dados, podemos verificar se os materiais selecionados são adequados para a construção/fabrico das barreiras metálicas analisando outras propriedades (nomeadamente, mecânicas), características de processabilidade (adequação aos processos de fabrico), características de resistência ao ambiente, etc.
7 Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste No gráfico da Figura 2 ( mapa de Ashby ) cada bolha representa um material diferente. 6.1) Para selecionar materiais para o fabrico de um painel rígido e leve o índice de material (em inglês, material index) a 1 E 3 considerar é: M p ; em que E representa o módulo de Young, e representa a densidade. Usando o gráfico da Figura 2, assinale a bolha do material que lhe parece mais adequado para fabricar um painel rígido e leve. Explique (se necessário usando outra folha) como procedeu para fazer esta escolha. No gráfico da Figura 2, o índice M p vai ser constante ao longo de retas com declive 3, uma vez que aplicando logaritmos a ambos os membros da equação obtém-se: log M p = ⅓ log E - log log E = 3 log M p + 3 log. Ao subirmos a linha de declive 3 (maximizando a constante C te = 3 log M p, ou seja maximizando o índice M p ) verificamos que há um material que se destaca e que está assinalado na Figura 2. linha com declive 3 Material para painel rígido e leve 6.2) Para selecionar materiais para o fabrico de um tirante (corpo essencialmente sujeito a tração uniaxial) que se quer rígido e E leve o índice de material a considerar é: M t. Usando o gráfico da Figura 2, assinale a bolha do material que lhe parece mais adequado para fabricar um tirante rígido e leve, explicando como procedeu para fazer esta escolha. Idem, mas neste caso no gráfico da Figura 2 o índice M t vai ser constante ao longo de retas com declive 1. linha com declive 1 Material para tirante rígido e leve
8 Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste ) Que alteração faria nos índices referidos anteriormente em 6.1 e 6.2 se estivesse interessado em minimizar o custo em vez do peso? Em vez da densidade,, usaria o custo por unidade de volume (eventualmente por unidade de massa). Para representar o custo por unidade de volume, usaria os valores do produto C m em que C m representa o custo em EUR/kg. Estando em kg/m 3, assim teria os valores do custo em EUR/m 3.
9 Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste 2 8 Teste 2 Esta folha deve ser entregue juntamente com as outras folhas utilizadas. - O TESTE É SEM CONSULTA. - Tempo máximo para resolução deste teste: 1h 30min - NÃONumere e - Resolva o Grupo I, o Grupo II e o Grupo III em conjuntos de folhas separados. - Cotações: GRUPO I 1. Vários tipos de descontinuidades ou defeitos concentradores de tensão podem ser introduzidos durante o processamento das matérias-primas ou em operações de vazamento/fundição. Escreva as designações técnicas de 3 tipos desses defeitos: Escreva aqui as Respostas: 1). 2). 3). 2. Os materiais usados nos permutadores de calor têm de ser capazes de transferir calor e simultaneamente serem capazes de resistir às elevadas pressões geradas pelos fluidos. Os melhores materiais para essas funções são os que apresentam os valores mais altos do índice M = λ.σ y ; sendo λ a condutividade térmica e σ y a tensão de cedência (yield stress). No gráfico da Figura A ( mapa de Ashby ) cada bolha representa um material diferente. Foram apenas representados metais e ligas metálicas. Figura A 2.1) Assinale no gráfico da Figura A a bolha do material que lhe parece mais adequado para um permutador de calor. Explique (usando outra folha) como procedeu para fazer esta escolha. 2.2) Haverá alguma razão especial para que a pesquisa esteja a ser limitada à família dos metais e ligas metálicas? 2.3) Explique a diferença entre condutividade térmica (thermal conductivity) e difusividade térmica (thermal diffusivity)? GRUPO II 3. Trace uma curva extensão (strain, ) versus tempo (t) que represente o comportamento em fluência de um provete de uma liga metálica sujeito a um esforço de tração aplicado a alta temperatura. Assinale na curva os 3 regimes possíveis de comportamento ( primary strain ; steady-state creep ; tertiary creep ). 4. Uma determinada liga metálica sujeita a tensão = 30 MPa e a temperatura T = 650 C (923 K) apresenta uma velocidade de deformação em regime de fluência estacionária (steady-state creep) s -1. Usando a lei exponencial para o regime de fluência estacionária e considerando para a liga em questão: Q = 160 kj/mol, n = 5, calcule a velocidade de deformação ( ) para um novo par de condições: = 25 MPa e T = 620 C (893 K). Relembra-se que R = 8.31 J mol -1 K -1.
10 Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste Para efeitos de adequada caracterização/comparação entre diferentes materiais, explique o que significam cada uma destas propriedades/parâmetros de comportamento térmico: temperatura de fusão (melting point, T m ), temperatura de transição vítrea (glass transition temperature, T g ) e máxima temperatura de serviço (maximum service temperature, T max ) Explique por que razão para alguns polímeros se pode definir uma temperatura de fusão (melting point, T m ) e também uma temperatura de transição vítrea (glass transition temperature, T g ) Os materiais que aparecem na Figura B (obtida através do software CES EduPack 2015) são todos eles termoplásticos. Figura B a) Explique por que razão o polietileno (PE) e o polipropileno (PP) são adequados para processos de moldação por injeção. b) Explique por que razão o PEEK é um polímero que resiste bem a 250 C durante longos períodos de tempo (e até pode ser usado a 300 C durante um curto intervalo de tempo). GRUPO III 6.1. Entre as caraterísticas ou atributos de cada processo de fabrico contam-se os tipos de formas geométricas (shapes) que o processo permite obter. A base de dados CES EduPack separa as formas (shapes) em 3 classes genéricas, as quais por seu turno se subdividem cada uma em duas sub-classes. Complete a Figura C escrevendo as designações que faltam nos espaços em branco. (Nota as designações em falta são: Circular; Hollow; Non-circular; Sheet; Solid; 3-D ) Figura C. Classificação da forma. Figure Explique as diferenças entre os conceitos de tolerância dimensional (tolerance) e rugosidade (roughness) Considerando o processo de fabrico de um dado produto, defina o que é o mínimo lote económico (economic batch size) Dê exemplo de um produto cujo consumo de energia durante o seu ciclo de vida seja maioritariamente derivado da fase de utilização (product use) Como se designam as restantes 3 fases em que normalmente se divide o ciclo de vida de um produto?
11 RESOLUÇÃO: Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste 2 10 GRUPO I 1. Vários tipos de descontinuidades ou defeitos concentradores de tensão podem ser introduzidos durante o processamento das matérias-primas ou em operações de vazamento/fundição. Escreva as designações técnicas de 3 tipos desses defeitos: Escreva aqui as Respostas: 1). Inclusões 2) Segregações. 3) Porosidades. 2. Os materiais usados nos permutadores de calor têm de ser capazes de transferir calor e simultaneamente serem capazes de resistir às elevadas pressões geradas pelos fluidos. Os melhores materiais para essas funções são os que apresentam os valores mais altos do índice M = λ.σ y ; sendo λ a condutividade térmica e σ y a tensão de cedência (yield stress). No gráfico da Figura A ( mapa de Ashby ) cada bolha representa um material diferente. Foram apenas representados metais e ligas metálicas. 2.1) Assinale no gráfico da Figura A a bolha do material que lhe parece mais adequado para um permutador de calor. Explique (usando outra folha) como procedeu para fazer esta escolha. No gráfico da Figura A, o índice M = λ.σ y vai ser constante ao longo de retas com declive -1, uma vez que aplicando logaritmos a ambos os membros da equação obtém-se: log M = log λ + log σ y log λ = - log + log M. Ao subirmos a linha de declive -1 (maximizando a constante C te = log M, ou seja maximizando o índice M = λ.σ y ) verificamos que há um material que se destaca e que está assinalado na Figura A. Material para permutador de calor linha com declive -1 Figura A 2.2) Haverá alguma razão especial para que a pesquisa esteja a ser limitada à família dos metais e ligas metálicas? A principal razão para a pesquisa ter sido limitada à família dos metais e ligas metálicas tem a ver com as características de processabilidade (adequação aos processos de fabrico) que os materiais têm de possuir para serem adequados para a construção/fabrico dos permutadores de calor. Os permutadores de calor são habitualmente constituídos por tubagens e chapas finas (ver exemplo na Figura) cuja construção/fabrico exige a utilização de materiais dúcteis. Os materiais cerâmicos são demasiado frágeis. Os polímeros e os elastómeros não são bons condutores térmicos.
12 Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste ) Explique a diferença entre condutividade térmica (thermal conductivity) e difusividade térmica (thermal diffusivity)? A condutividade térmica é a propriedade que mede a capacidade de um material conduzir/transferir calor em condições estáveis de temperatura (ou seja, quando o perfil de temperaturas não muda com o tempo): sendo q o fluxo de calor por unidade de área (unidades do fluxo de calor: J s -1 m -2 = W m -2 ); T 1 e T 2 são as temperaturas separadas pela distância d. No Sistema Internacional, as unidades da condutividade térmica são: W m -1 K -1. A difusividade térmica (símbolo a ) é a propriedade que governa o fluxo de calor no material em condições transientes (ou seja, quando a temperatura varia com o tempo) estando relacionada com a condutividade térmica, a densidade e o calor específico através da expressão: No Sistema Internacional, as unidades da difusividade térmica são: m 2 s -1.
13 Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste 2 12 GRUPO II 3. Trace uma curva extensão (strain, ) versus tempo (t) que represente o comportamento em fluência de um provete de uma liga metálica sujeito a um esforço de tração aplicado a alta temperatura. Assinale na curva os 3 regimes possíveis de comportamento ( primary strain ; steady-state creep ; tertiary creep ). 4. Uma determinada liga metálica sujeita a tensão = 30 MPa e a temperatura T = 650 C (923 K) apresenta uma velocidade de deformação em regime de fluência estacionária (steady-state creep) s -1. Usando a lei exponencial para o regime de fluência estacionária e considerando para a liga em questão: Q = 160 kj/mol, n = 5, calcule a velocidade de deformação ( ) para um novo par de condições: = 25 MPa e T = 620 C (893 K). Relembra-se que R = 8.31 J mol -1 K -1. Primeiro vamos calcular o efeito da tensão, mantendo a mesma temperatura: para = 30 MPa e T 1 = 650 C = 923 K: para = 25 MPa e T 1 = 650 C = 923 K: s s Agora vamos calcular o efeito da temperatura (passando de T 1 para T 2 ) mas mantendo a mesma tensão ( = 25 MPa): -12 s ln 2 ln ln Assim, para = 25 MPa e T 2 = 620 C = 893 K: s (Em alternativa, podemos calcular a constante A da lei exponencial, usando na equação os valores: -12 s , = 30 MPa, T = 923 K, n = 5, Q = 160 kj/mol, R = 8.31 J mol -1 K -1. Uma vez determinado o valor de A, podemos então calcular para o novo par de condições: = 25 MPa e T = 893 K).
14 Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste Para efeitos de adequada caracterização/comparação entre diferentes materiais, explique o que significam cada uma destas propriedades/parâmetros de comportamento térmico: temperatura de fusão (melting point, T m ), temperatura de transição vítrea (glass transition temperature, T g ) e máxima temperatura de serviço (maximum service temperature, T max ). Temperatura de fusão: Em sólidos cristalinos ou fases cristalinas, é a temperatura de passagem de uma fase sólida a fase líquida. Temperatura de transição vítrea: Em sólidos não-cristalinos ou fases não-cristalinas (vítreas), é temperatura que caracteriza a transição de um verdadeiro estado sólido a um estado líquido muito viscoso (alta viscosidade). Máxima temperatura de serviço: É a temperatura mais alta à qual um dado material pode ser usado sem problemas, ou seja, sem apresentar oxidação, modificação química ou deformação excessiva causada por fluência Explique por que razão para alguns polímeros se pode definir uma temperatura de fusão (melting point, T m ) e também uma temperatura de transição vítrea (glass transition temperature, T g ). Tudo depende do grau de cristalinidade que o polímero apresenta. Se um polímero apresentar regiões cristalinas e regiões nãocristalinas, então ele tem efetivamente temperatura de transição vítrea para as regiões não-cristalinas; e tem temperatura de fusão nas regiões cristalinas Os materiais que aparecem na Figura B (obtida através do software CES EduPack 2015) são todos eles termoplásticos. Figura B a) Explique por que razão o polietileno (PE) e o polipropileno (PP) são adequados para processos de moldação por injeção. Como se pode constatar na Figura B, o polietileno (PE) e o polipropileno (PP) são os polímeros com mais baixa temperatura de transição vítrea pelo que são facilmente moldáveis, apresentando viscosidade mais baixa e adequada a processos de moldação por injeção. b) Explique por que razão o PEEK é um polímero que resiste bem a 250 C durante longos períodos de tempo (e até pode ser usado a 300 C durante um curto intervalo de tempo). Como se pode constatar na Figura B, o PEEK é o polímero com mais altos valores de temperatura de transição vítrea ( C) e de temperatura de fusão ( C) pelo que se explica que resiste a 250 C durante longos períodos de tempo.
15 Exercícios sobre Propriedades e Seleção de Materiais Teste 2 14 GRUPO III 6.1. Entre as caraterísticas ou atributos de cada processo de fabrico contam-se os tipos de formas geométricas (shapes) que o processo permite obter. A base de dados CES EduPack separa as formas (shapes) em 3 classes genéricas, as quais por seu turno se subdividem cada uma em duas sub-classes. Complete a Figura C escrevendo as designações que faltam nos espaços em branco. (Nota as designações em falta são: Circular; Hollow; Non-circular; Sheet; Solid; 3-D ). Respostas: Sheet 3-D Circular Non-circular Solid Hollow Figura C. Classificação da forma. Figure Explique as diferenças entre os conceitos de tolerância dimensional (tolerance) e rugosidade (roughness). A tolerância dimensional representa a gama de precisão (por ex., 0.5 mm) que se exige às dimensões da peça. A rugosidade é uma medida da amplitude das irregularidades próprias de todas as superfícies dos materiais e, por isso, tem de ser bastante inferior à tolerância dimensional. Ambos os parâmetros (tolerância dimensional e rugosidade) dependem do processo de fabrico Considerando o processo de fabrico de um dado produto, defina o que é o mínimo lote económico (economic batch size). O mínimo lote económico (economic batch size) é definido como sendo o output mínimo necessário para tornar um processo competitivo. Processos de fabrico com custos de ferramentas altos só se tornam económicos para lotes de grande dimensão; enquanto os processos com custos de ferramentas baixos tornam-se económicos (competitivos) para pequenos lotes Dê exemplo de um produto cujo consumo de energia durante o seu ciclo de vida seja maioritariamente derivado da fase de utilização (product use). Por exemplo: - um avião; - um veículo automóvel; - um eletrodoméstico Como se designam as restantes 3 fases em que normalmente se divide o ciclo de vida de um produto? Extração ou produção do material ( material production or extraction ) Manufatura ou fabrico do produto ( product manufacture ) (Utilização do produto, product use ) Fim de vida ( product disposal ).
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