XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental
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- Giovanni Gabeira Covalski
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1 III DIAGNÓSTICO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE PROVENIENTES DE HOSPITAIS E CENTROS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA/PB BRASIL: RESULTADOS PRELIMINARES Claudia Coutinho Nóbrega (1) Engenheira Civil pela Universidade Federal da Paraíba UFPB/1989. Mestre em Engenharia Sanitária. Professora Assistente III do DTCC da UFPB/Campus I. Doutoranda em Recursos Naturais na UFPB. Consultora da Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana EMLUR de João Pessoa/PB Roberta Falcão de Cerqueira Paes Aluna de graduação do Curso de Engenharia Civil da UFPB. Bolsista PIBIC/CNPq/UFPB Josué Peixoto Flores Neto Engenheiro Civil pela UFPB/1988. Mestrando em Engenharia Sanitária na UFPB. Coordenador Técnico e de Planejamento da EMLUR. Membro de Equipe Executora do Projeto de Desenvolvimento do Rio Formoso UNICAP/AVINA. José Dantas de Lima Engenheiro Civil pela UFPB/1988. Mestrando em Engenharia Sanitária na UFPB. Diretor de Operações da EMLUR. Claudia Ruberg Arquiteta pela UFPB/1994. Mestre em Estruturas Ambientais Urbanas pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo FAUUSP. Professora Adjunta do Centro Universitário de João Pessoa UNIPÊ. Arquiteta da Coordenadoria de Planejamento da EMLUR. Endereço (1) : Av. Oceano Atlântico, 198/101 - Intermares - Cabedelo - PB - CEP: Brasil - Tel: (83) Fax: (83) claudian@base.com.br RESUMO Os resíduos sólidos (lixo) são rejeitos resultantes das mais diversas atividades dos aglomerados urbanos domésticas, industriais, agrícolas, serviços de saúde entre outras. Os resíduos de serviços de saúde (r.s.s.) representam uma pequena parcela do lixo urbano coletado, mas necessitam de um gerenciamento adequado devido aos riscos que podem causar à saúde pública e ao meio ambiente. De acordo com o IBGE (1991) - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - João Pessoa possui quarenta e seis (46) centros de saúde e quarenta e três (43) hospitais. Nesta etapa preliminar da pesquisa foram cadastrados vinte e sete (27) postos de saúde e trinta e seis (36) hospitais. Este cadastro foi elaborado através de dados obtidos na Vigilância Sanitária, ISS da Prefeitura, Conselho Regional de Medicina, Catálogo Telefônico e Cadastro de Cooperativas Médicas (UNIMED, SUL AMÉRICA). Em cada estabelecimento foi aplicado um questionário que abordava as mais diversas questões sobre resíduos sólidos e em seguida foram analisados os resultados obtidos, onde constatou-se que a maioria dos postos de saúde e hospitais não gerenciam seus resíduos e não cumprem as Normas Técnicas Brasileiras da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e nem a Resolução CONAMA 05/93 Conselho Nacional do Meio Ambiente. Atualmente o destino final para a maioria dos resíduos sólidos de serviços de saúde gerados pelos centros de saúde e hospitais é uma vala séptica localizada no Lixão do Róger, uma área de mangue localizada no estuário do rio Paraíba, causando séries problemas de ordem sanitária, ambiental, social e econômica. PALAVRAS-CHAVE: Diagnóstico, Resíduos Sólidos, Serviços de Saúde. INTRODUÇÃO Os resíduos sólidos de serviços de saúde possuem várias classificações, variando conforme os parâmetros adotados e o objetivo ao qual se destinam. Estes resíduos são divididos em três categorias: resíduos infecciosos, especiais e comuns. As etapas envolvidas no trato desses resíduos são importantes, desde o acondicionamento e o transporte no interior dos estabelecimentos de saúde até as operações envolvidas na ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 1
2 coleta externa, tratamento e destino final. Sendo assim é de grande importância garantir a eficiência nos aspectos técnicos operacionais, bem como as formas de controle e avaliação do processo. A área de saúde do município de João Pessoa, no âmbito da Prefeitura conta com sua principal unidade, o Hospital de Pronto Socorro Municipal, o Hospital Maternidade Cândida Vargas e a Maternidade Santa Maria, além de vários postos de saúde espalhados pelos bairros da capital. O Município dispõe de um total de dois mil, novecentos e vinte e quatro (2.924) leitos hospitalares divididos da seguinte maneira: um mil, trezentos e cinco (1.305) leitos de estabelecimentos públicos e um mil, seiscentos e dezenove (1.619) leitos de estabelecimentos privados (IBGE,1991). O quadro 1 apresenta os tipos de estabelecimentos de saúde que se encontram efetivos na cidade de João Pessoa, segundo o Censo de 1991, realizado pelo IBGE. Quadro 1: Tipos de Estabelecimentos de Saúde. Cidade Centro de Saúde Unidade Mista Ambulatório Clínica Hospital Complementação Diag. e Terapêutica João Pessoa Fonte: IBGE in PAES (2000) A coleta é diferenciada diferenciada em alguns hospitais e, em seguida os resíduos sólidos são dispostos em uma vala no Lixão do Róger. Este lixão possui uma área de 17 hectares, sendo uma parte em uma área de mangue, próxima ao centro da cidade, agravando ainda mais os problemas ambientais e de saúde pública para a população pessoense. OBJETIVOS Objetivo Geral Elaborar um diagnóstico dos resíduos sólidos de serviços de saúde, provenientes dos hospitais e postos de saúde de João Pessoa, ou seja, fazer um levantamento quali-quantitativo. Objetivos Específicos Elaborar um inventário de resíduos sólidos de serviços de saúde (hospitais e postos de saúde); Fazer um levantamento dos resíduos sólidos produzidos pelos mesmos; Fazer um levantamento das formas de acondicionamento, coleta, transporte, armazenamento, tratamento e/ou disposição final pelos estabelecimentos em estudo. DEFINIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE A NBR /1993 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) define lixo hospitalar da seguinte maneira: Resíduos de serviços de saúde é o produto residual, não utilizável, resultante de atividades exercidas por estabelecimento prestador de serviço de saúde. Segundo MOREL (1991) resíduo de serviço de saúde é todo aquele gerado por prestadores de assistência médica, odontológica, laboratorial, farmacêutica, instituições de ensino e pesquisa médica, relacionados à população humana, bem como veterinário, possuindo potencial de risco, em função da presença de materiais biológicos capazes de causar infecção, produtos químicos perigosos, objetos perfuro-cortantes efetiva ou potencialmente contaminados, e mesmo rejeitos radioativos, necessitando de cuidados específicos de acondicionamento, transporte, armazenagem, coleta e tratamento. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 2
3 CLASSIFICAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE Deve-se classificar o lixo hospitalar com a finalidade de gerenciá-los de maneira adequada. Existem algumas classificações dos r.s.s. como as da OMS (Organização Mundial de Saúde) e ABNT. Segundo a OMS: Resíduo geral; Resíduo patológico; Rejeito radioativo; Resíduo químico perigoso e não perigoso; Resíduo infeccioso; Resíduo perfuro-cortantes; Resíduo farmacêutico; Embalagens pressurizadas. De acordo com a ABNT (NBR ): Tipo A Infectante Tipo B Especial Tipo C Comum Tipo A Resíduo Infectante: todo aquele que por sua característica de maior virulência, infectividade e concentração de patógenos, apresenta risco potencial adicional à saúde pública. A 1 Material Biológico: cultura ou inócuo de microrganismos, meio de cultura inoculado, mistura ou inoculação de microrganismos provenientes de laboratório clínico ou de pesquisa, vacina vencida. A 2 Sangue e Hemoderivados: bolsas de sangue com prazo de utilização vencido ou sorologia positiva, amostras de sangue para análise, soro, plasma e outros subprodutos. A 3 Resíduos Cirúrgicos e Anátomo-Patológico: tecido, órgão, feto, peça anatômica, produtos de biopsia, sangue e outros líquidos orgânicos resultantes de atos cirúrgicos, produtos de necrópsia, bem como material contaminado daí resultante. A 4 Resíduo Pérfuro-Cortante: composto por agulhas, ampolas, pipetas, lâminas de barbear e vidros quebrados ou que se quebrem facilmente. A 5 Animais Contaminados: carcaça ou parte de animal inoculado, exposto a microrganismos patogênicos ou portador de doença transmissível, bem como a forração da cama e restos de alimentos deste animal. A 6 Resíduos de Assistência ao Paciente: todo aquele que não se enquadra nos tipos acima descritos e que provenha da assistência ao paciente. Cita-se como exemplo as sobras de alimentos servidos aos pacientes. Tipo B Especial: aquele cujo o potencial de risco, associado à sua natureza físico-química, requer cuidados especiais de manuseio e tratamento. B 1 Rejeito Radioativo: qualquer material resultante de laboratórios de análises clínicas, unidades de medicina nuclear e radioterapia, que contenha radionuclídeos, em quantidades superiores aos limites de isenção especificados na Norma do Conselho Nacional de Energia Nuclear CNEN-NE-6.05 Gerência de Rejeitos Radioativos em Instalações Radiativas, e cuja reutilização seja imprópria ou não prevista. B 2 Resíduo Farmacêutico: medicamentos vencidos, interditado ou não utilizados. B 3 Resíduo Químico Perigoso: Resíduo tóxico, corrosivo, inflamável, explosivo, reativo, genotóxico ou mutagênico, segundo NBR ABNT. Tipo C Resíduo Comum: todo o resíduo que não se enquadra em nenhum dos tipos anteriores, e que por sua semelhança aos resíduos domésticos, não oferecem risco adicional à saúde pública. Por exemplo: resíduos das atividades administrativas, de jardins, de pátios e resto de preparo de alimentos. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 3
4 MATERIAIS E MÉTODOS Para o desenvolvimento da pesquisa foi necessário elaborar um questionário para cada tipo de estabelecimento e fazer um levantamento junto ao cadastro da Secretaria de Finanças da Prefeitura (ISS), Vigilância Sanitária, Conselho Regional de Medicina, Catálogo Telefônico, Cadastros de Cooperativas Médicas. De posse desses dados, foi elaborado o cadastro dos estabelecimentos, e em seguida foi feita a aplicação dos questionários. Para a realização deste trabalho, contou-se com o apoio da EMLUR, empresa prestadora de serviços de limpeza urbana, a qual cedeu quatro (04) funcionários para a prestação de auxílio na aplicação dos questionários. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Atualmente no município de João Pessoa estão cadastrados vinte e sete (27) postos de saúde e trinta e seis (36) hospitais. A seguir será feita uma análise e discussão dos resultados para cada tipo de estabelecimento e apresentados alguns gráficos. POSTOS DE SAÚDE Foram analisados 27 (vinte e sete) postos de saúde. Quanto a esfera de competência, 81,48% são municipais, 11,11% estaduais, 3,7% filantrópicos e 3,7% privados. Apenas 25,93% dos postos possuem plano de gerenciamento, enquanto 74,07% não o possui. Apenas 18,52% dos estabelecimentos afirmaram que já foram fiscalizados por órgão competente (Vigilância Sanitária e/ou SUDEMA). Com relação aos funcionários encarregados da coleta, apenas 18,52% receberam treinamento, enquanto que 81,48% não o recebeu, demonstrando que apesar de serem estabelecimentos prestadores de serviços de saúde não estão preocupados com a saúde de seus funcionários. Quanto ao acondicionamento interno 59,26% dos estabelecimentos não informaram como é feito o mesmo, e dos que informaram 29,63% acondicionam em sacos plásticos adequados, 3,70% em saco e tambor, 3,70% em latão com saco plástico inadequado e 3,70% em latas e sacos plásticos. Menos da metade (29,63%) acondicionam os resíduos de acordo com a NBR da ABNT. Quanto ao armazenamento externo 18,52% dos postos utilizam latão sem saco plástico e sem tampa para armazenar seus resíduos, 14,81% utilizam sacos plásticos adequados, 11,11% não informou como armazenam seus r.s.s., o restante armazena de diversas maneiras: latão com saco plástico inadequado, latão com saco e sem tampa, no jardim, na garagem, saco e tambor, tambor com saco plástico, casa de lixo, recipiente adequado entre outros. Estes resultados demonstram que as pessoas encarregadas destes estabelecimentos não são informados quanto às questões dos r.s.s., pois nenhum destes estabelecimentos possui abrigo externo de acordo com a NBR da ABNT. Para o acondicionamento dos pérfuro-cortantes 59,26% dos postos de saúde utilizam lata com etiqueta, 22,22% lata sem etiqueta, 7,41% sacos plásticos, 3,70% caixa de papel sem etiqueta e o restante não informou como acondicionam esses resíduos. Mais da metade destes estabelecimentos acondicionam esses resíduos de acordo com as recomendações da NBR da ABNT. Para 55,56% dos estabelecimentos existe uma coleta pública diferenciada. Quanto a freqüência, 48,15% dos estabelecimentos afirmaram ser a coleta pública em dias alternados, 22,22% diária, 11,11% semanal, 3,70% não informou e o restante em 15 em 15 dias, quando faz a reclamação e não tem dia certo para passar. O veículo utilizado para a coleta pública em 25,93% dos estabelecimentos é o tipo compactador, 22,22% utiliza tipo saveiro com cabine em fibra de vidro, 11,11% tipo basculante, 11,11% tipo baú com trator, 14,81% não informou, o restante utiliza caçamba, caminhão, triturador, carro normal entre outros, ou seja, grande parte dos resíduos dos postos de saúde são coletados junto com o resíduo domiciliar que vai de contra com a Resolução 05/93 do CONAMA e a NBR da ABNT. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 4
5 Quanto a freqüência da coleta interna 37,04% dos estabelecimentos a fazem uma vez ao dia, 25,93% duas vezes ao dia, 25,93% três vezes ao dia e 11,11% não informou. Quanto a separação dos resíduos, 59,26% o separam e 81,48% fazem a coleta interna manualmente utilizando saco. Apenas 11,11% dos estabelecimentos afirmaram que tratam seus resíduos antes da coleta interna, embora não explicaram que processo utilizam. O destino final dos resíduos líquidos em 77,78% dos postos de saúde é o lançamento pela pia na rede de esgoto, 7,41% o lançam na fossa, 3,70% o queimam, 3,70% não possui resíduo líquido e 7,41% não informou. Sendo que estas formas são inadequadas, tendo em vista que os resíduos devem ser autoclavados para depois serem lançados na rede coletiva ou fossa. E quanto a queima, também é outra prática inadequada pois gera problemas ambientais e saúde pública. Quanto ao destino final dos resíduos sólidos, 74,07% dos estabelecimentos utilizam a coleta pública, que destina os resíduos para uma vala no Lixão do Róger, causando uma série de transtornos para a população. Os demais estabelecimentos utilizam a coleta particular, e destinam seus resíduos para o Lixão do Róger ou em terrenos particulares. Quanto ao tratamento de resíduos biológicos, 48,15% dos estabelecimentos não possuem nenhum tipo de tratamento, 18,52% não informou, apenas 11,11% incineram no próprio centro de saúde, 3,70% sepultam em valas sépticas, 14,81% não possuem resíduos biológicos e 3,70% lançam na rede de esgoto ou fossa. O quê demonstrando assim, que nenhum centro de saúde trata os resíduos biológicos, tendo em vista que afirmaram que o incineram, apenas queimam (que é perigoso) pois em nenhum posto de saúde existe incinerador. Para os resíduos comuns gerados nas áreas endêmicas, em 59,12% dos centros de saúde esses resíduos não recebem nenhum tipo de tratamento, 7,41% o incinera, 3,70% o separa, e 29,63% não informaram. Nenhum centro de saúde possui incinerador, portanto os resíduos são queimados a céu aberto, trazendo sérios problemas a população vizinha. Apenas 25,93% dos centros de saúde afirmaram que possuem local de armazenamento externo, no entanto, como explicado anteriormente, nenhum o possui. HOSPITAIS Foram analisados 36 (trinta e seis) hospitais. Quanto a esfera de competência, 50% dos hospitais são privados, 13,89% estaduais, 11,11% filantrópicos, 11,11% municipais, 5,56% federais e 8,33% são públicos mas não especificaram a que categoria pertencem. Apenas 11,11% dos estabelecimentos não segrega os resíduos na origem. O acondicionamento nos hospitais é feito da seguinte maneira: 30.56% utilizam sacos plásticos adequado, 22,22% saco plástico adequado e latão com tampa, o restante utiliza tambor aberto ou saco plástico e vasilha com tampa ou latão com saco plástico adequado ou latão com saco plástico com tampa ou tambor com saco plástico adequado com tampa. Mais da metade dos estabelecimentos hospitalares utilizam sacos plásticos de acordo com as recomendações da NBR da ABNT. Quanto ao recipiente que coloca os sacos alguns não possuem como preconiza a norma supra citada. O transporte interno em 52,79% dos hospitais é manual utilizando carrinho fechado em 36,11% e em 11,11% carrinho aberto. Quanto à pessoa encarregada da coleta, em 94,44% dos estabelecimentos são serventes, em 2,78% atendente de enfermagem e 2,78% os próprios internos. Apenas 11,11% dos encarregados com o lixo trabalham em outra atividade no hospital. Quanto ao treinamento, 77,78% o recebeu. Com relação ao uso de equipamentos de proteção individual, 97,22% o utilizam. Quanto ao armazenamento intermediário, 44,44% dos hospitais o possuem. Apenas 13,89% dos estabelecimentos não possuem armazenamento final, dos que possuem 75% afirmaram ser em local apropriado. Sendo a freqüência de limpeza diária em 44,44% dos hospitais, em dias alternados ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 5
6 em 22,22%, semanal em 2,78%, sempre após o recolhimento do lixo em 2,78%, o restante não informou ou não possui armazenamento externo. Quanto ao tratamento prévio dos resíduos de serviços de saúde, 86,11% não utilizam nenhum tipo de tratamento, 5,56% esterilizam em autoclaves, 8,33% não informaram. A maioria dos hospitais não cumpre a determinação da RESOLUÇÃO CONAMA 05/93. A coleta externa em 91,67% dos hospitais é a pública, ou seja é feita pela EMLUR, apesar da Resolução 05/93 do CONAMA determinar que quem deve realizá-la é o próprio estabelecimento de saúde, em 2,78% dos hospitais a coleta é particular, o restante não informou. O destino final para os resíduos de serviços de saúde líquidos em 80,56% dos estabelecimentos hospitalares é o lançamento na rede de esgotos, 11,11% não informou, o restante afirmou não possuir esse tipo de resíduo (o quê não é verdade) ou não trata os resíduos. Quanto ao destino do sangue, urina, fezes e meio de cultura, 22,22% são autoclavados e lançados em esgoto, 19,44% são triturados e lançados na rede de esgotos, 16,67% lançado na rede de esgoto, 16,67% para a coleta pública, 2,78% lançado na fossa, 2,78% autoclavados e lançados na rede coletora de esgoto e coleta pública, 2,78% incinerado, 5,56% não possui esse tipo de resíduo (não é verdade) e 11,11% não informou o tipo de tratamento que utilizam com esses resíduos. Com relação aos membros amputados, 19,44% dos hospitais enterram esses resíduos, 8,33% colocam para a coleta pública, 44,44% não informaram o destino, 16,67% não possui esse tipo de resíduo, o restante incinera ou entrega a familiares ou colocam na fossa séptica ou utilizam a autoclavagem e em seguida destinam a coleta pública. O destino da placenta em 13,89% dos estabelecimento é a coleta pública, em 5,56% enterrados, em 2,78% são colocados em placentário, em 2,78% fossa séptica, em 2,78% triturado e lançado na rede de esgoto, 16,67% dos hospitais não possuem esse tipo de resíduo e 55,56% não informaram o tipo de tratamento e/ou destino final. Para as peças anatômicas, 16,67% dos hospitais encaminham para exame em laboratório, 8,33% coleta pública, 8,33% enterrados, 2,78% fossa séptica, 2,78% autoclavados e enviados a coleta pública, 16,67% não possui esse tipo de resíduo e 41,67% não informou o tipo de tratamento e/ou destino final para esses resíduos. Quanto a incineração, apenas um (01) hospital no município o possui que é o Napoleão Laureano (Hospital do Câncer). Nos demais hospitais os resíduos são encaminhados para uma vala no Lixão do Róger através da coleta pública ou particular, que acarretando em uma série de transtornos de ordem ambiental, social e sanitária. GRÁFICOS Postos de saúde que possuem plano de gerenciamento 26% 74% Sim Gráfico 1: Postos de saúde que possuem plano de gerenciamento. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 6
7 Hospitais que segregam seus resíduos 11% Sim 89% Gráfico 2: Hospitais que segregam seus resíduos. Funcionários que receberam treinamento 19% Sim 81% Gráfico 3: Funcionários dos postos de saúde que receberam treinamento. Funcionários dos hospitais que receberam treinamento 22% Sim 78% Gráfico 4: Funcionários dos hospitais que receberam treinamento. Postos de saúde que possuem coleta pública diferenciada 44% Sim 56% Gráfico 5: Postos de saúde que possuem coleta pública diferenciada. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 7
8 Tipo de coleta dos postos de saúde 26% 74% Coleta pública Coleta particular Gráfico 6: Tipo de coleta dos postos de saúde. Tipo de coleta dos hospitais 8% Coleta particular Coleta pública 92% Gráfico 7: Tipo de coleta dos hospitais. Tratamento dado aos resíduos biológicos pelos postos de saúde possuem tratamento 15% informaram 4% Incineram 4% 47% Sepultam em valas sépticas 11% 19% Gráfico 8: Tratamento dado aos resíduos biológicos pelos postos de saúde. Lançam na rede de esgotos ou fossa possuem resíduos Tratamento prévio dado pelos hospitais aos resíduos de serviços de saúde 6% 8% tratam 86% Esterilizam em autoclaves informaram Gráfico 9: Tratamento prévio dado pelos hospitais aos resíduos de serviços de saúde. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 8
9 Tipo de veículo utilizado na coleta dos resíduos dos postos de saúde Tipo compactador 15% 11% 15% 11% 26% 22% Tipo saveiro com cabine em fibra de vidro Tipo basculante Tipo baú com trator informou Outros Gráfico 10: Tipo de veículo utilizado na coleta dos resíduos dos postos de saúde. CONCLUSÕES Do exposto podemos concluir que: Dos postos de saúde cadastrados podemos observar que produzem resíduos infectantes, especiais e comuns e que o tratamento para esses resíduos é igual, o que não deveria ser, mostrando o total descaso dos responsáveis com relação aos r.s.s. Os resíduos de serviços de saúde deveriam receber um tratamento adequado devido aos riscos de contaminação, porém são poucos os estabelecimentos que utilizam formas adequadas de tratamento como incineração, esterilização, processo de tratamento de resíduos radioativos entre outros. Mais da metade armazenam seus resíduos de acordo com a NBR da ABNT. destino final para a maioria dos resíduos sólidos gerados pelos estabelecimentos é o Lixão do Róger, o que causa uma série de problemas de ordem sanitária, ambiental, social e econômica. As pessoas encarregadas da coleta, na maioria dos estabelecimentos, pertencem ao próprio estabelecimento, alguns receberam treinamento. Quanto ao uso de equipamento de proteção individual a maioria afirma usar, porém utilizam apenas luvas (deveriam utilizar uniforme completo, bota, boné, máscara facial, óculos e colete refletivo), podendo contrair sérios problemas de saúde. Dos estabelecimentos hospitalares cadastrados podemos observar que produzem resíduos infectantes, especiais e comuns e que o destino final para esses resíduos sem nenhum tratamento é o Lixão do Róger, causando uma série de problemas para a sociedade e o meio ambiente. Os resíduos sépticos dos hospitais deveriam receber um tratamento adequado devido aos riscos de contaminação, porém são poucos os estabelecimentos que tratam seus resíduos de maneira adequada. As pessoas encarregadas da coleta, na maioria dos estabelecimentos, pertencem ao próprio estabelecimento, alguns receberam treinamento. Quanto ao uso de equipamento de proteção individual a maioria afirma utilizar, porém usam apenas luvas. Através desses dados levantados junto aos estabelecimentos hospitalares, pode-se verificar que como nos postos de saúde há total descaso pelos resíduos sólidos produzidos. Verificou-se que não existe uma fiscalização pelos órgãos ambientais competentes e que os estabelecimentos não estão colocando em prática a Resolução CONAMA 05/93 e as Normas Brasileiras (NBR 9.190, , , e ) da ABNT. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. BERTUSSI FILHO, L. A. - Curso de Resíduos de Serviços de Saúde: Gerenciamento, Tratamento e Destino Final. Apostila do Curso de Lixo Hospitalar da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária. Curitiba PR. 60p CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente Resolução 05 de PAES, R. F. C. Caracterização dos Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde (Hospitais, Postos de Saúde e Clínicas Médicas) do Município de João Pessoa PB. Relatório Parcial do PIBIC/CNPq/Universidade Federal da Paraíba p. ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental 9
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