Incidência de lesões em atletas de diferentes modalidades esportivas durante os Jogos Regionais de Sertãozinho SP de 2016

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1 Incidência de lesões em atletas de diferentes modalidades esportivas durante os Jogos Regionais de Sertãozinho SP de Paulo César Lisboa de ABREU 1 Larissa Suelen da SILVA 2 Guilherme TAMANINI 3 Edson Alves de Barros JUNIOR 4 Carmem Aparecida Malagutti de BARROS 5 Resumo: As exigências que os atletas enfrentam para alcançar sua melhor performance dependerá da sua condição física, técnica e psicológica. Os fatores intrínsecos, extrínsecos e a ausência de prevenção estão diretamente associados a incidência de lesões. Na literatura verificam-se relatos de alta incidência de lesões nos diferentes esportes, sendo que, em cada modalidade, se apresenta um local de maior acometimento; a fisioterapia pode direcionar seu trabalho, a fim de evitar ou minimizar as causas dessas lesões. O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo epidemiológico das lesões em atletas de diferentes modalidades esportivas nos 60º Jogos Regionais na cidade de Sertãozinho SP. Foram incluídos no estudo atletas de ambos os sexos com idade entre 16 e 50 anos. Os resultados obtidos foram o número de lesões ocorridas em cada segmento corporal nas suas respectivas modalidades, juntamente com uma pesquisa bibliográfica correlacionando os principais segmentos lesionados em cada modalidade. Foram registradas 142 lesões, sendo 35 lesões no futebol de campo nos segmentos: (11) coxa, (10) tornozelo, (5) joelho, (2) panturrilha, (2) falanges, (1) ombro, canela, membros inferiores. No futsal, foram 26 lesões nos segmentos: (12) tornozelo, (10) joelho, (1) lombar, ombro, panturrilha e coxa. No voleibol, foram 26 lesões nos segmentos: (12) joelho, (4) tornozelo, (3) coxa, (2) ombro e mão, (1) lombar, panturrilha e falanges. No basquete, foram 16 lesões nos segmentos: (8) joelho, (2) lombar, tornozelo e coxa, (1) ombro e panturrilha. No handebol, foram 13 lesões nos segmentos: (3) falanges, (2) joelho e membros inferiores recuperação muscular, (1) tornozelo, coxa, punho, cotovelo, canela e mão. No atletismo, foram 12 lesões nos segmentos: (5) coxa, (3) joelho, (1) trapézio e pé. No voleibol de praia, foram 4 lesões nos segmentos: (2) joelho, (1) tornozelo e ombro. No judô, foram 2 lesões nos segmentos: (1) cotovelo e clavícula. Em relação às lesões no futebol, futsal, voleibol e basquete, os resultados obtidos foram similares aos achados na literatura. Já no handebol, por mais que os resultados tenham sido contraditórios, houve uma relação com alguns seguimentos corporais. No atletismo, ciclismo, voleibol de praia e judô, a amostra foi pequena, porém os resultados, comparados com os outros autores, têm uma relação com a incidência de lesões nessas modalidades. Conclui-se que, em cada modalidade, as lesões apresentadas, em comparação com os estudos pesquisados, apresentam uma associação com os locais de acometimento. Palavras-chave: Atletas. Esportes. Lesões. Fisioterapia. 1 Paulo César Lisboa de Abreu. Bacharelando em Fisioterapia do Claretiano Centro Universitário de Batatais. 2 Larissa Suelen da Silva. Discente do Curso de Fisioterapia do Claretiano Centro Universitário de Batatais. 3 Guilherme Tamanini. Mestre em Reabilitação e Desempenho Funcional pela Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto (2009). Atualmente trabalha como Docente no Claretiano Centro Universitário, em cursos de Graduação e Pós-graduação. <guilhermetamanini@claretiano.edu.br>. 4 Edson Alves de Barros Junior. Doutorando em Bioengenharia pela Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto (SP) e mestre em Ciências da Saúde Aplicada ao Aparelho Locomotor pela mesma Instituição. Graduado em Fisioterapia pela Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Coordenador e Docente do curso de Graduação em Fisioterapia do Claretiano Centro Universitário. <fisioterapia@claretiano.edu.br>. 5 Carmem Aparecida Malagutti de Barros. Mestre em Bioengenharia pela Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto (SP). Atualmente trabalha como Docente no Claretiano Centro Universitário, em cursos de Graduação e Pós-graduação. <carmen.malaguti@hotmail.com>.

2 64 Injury incidence in athletes of different sports during the Sertaozinho Regional Games SP 2016 Paulo César Lisboa de ABREU Larissa Suelen da SILVA Guilherme TAMANINI Edson Alves de BARROS JUNIOR Carmem Aparecida Malagutti de BARROS Abstract: The demands that athletes face to achieve their best performance will depend on their physical, technical and psychological condition. The intrinsic, extrinsic factors and the absence of prevention are directly associated with the incidence of injuries. In the literature there are reports of high incidence of injuries in different sports, and in each modality, there is a place of major involvement; Physiotherapy may direct their work in order to avoid or minimize the causes of these injuries. The present study aimed to conduct an epidemiological study of injuries in athletes of different sports modalities at the 60th Regional Games in the city of Sertãozinho - SP. The study included athletes of both sexes aged between 16 and 50 years. The results obtained were the number of lesions occurred in each body segment in their respective modalities, together with a bibliographical research correlating the main lesion segments in each modality. A total of 142 lesions were recorded, 35 of which were football field injuries in the following segments: (11) thigh, (10) ankle, (5) knee, (2) calf, (2) phalanges, (1) shoulder, cinnamon, lower limbs. In futsal, there were 26 injuries in the segments: (12) ankle, (10) knee, (1) lumbar, shoulder, calf and thigh. In volleyball, there were 26 injuries in the segments: (12) knee, (4) ankle, (3) thigh, (2) shoulder and hand, (1) lumbar, calf and phalanges. In basketball, there were 16 injuries in the segments: (8) knee, (2) lumbar, ankle and thigh, (1) shoulder and calf. In the handball, there were 13 injuries in the segments: (3) phalanges, (2) knee and lower limbs muscle recovery, (1) ankle, thigh, wrist, elbow, cinnamon and hand. In athletics, there were 12 lesions in the segments: (5) thigh, (3) knee, (1) trapezius and foot. In beach volleyball, there were 4 injuries in the segments: (2) knee, (1) ankle and shoulder. In judo, there were 2 lesions in the segments: (1) elbow and clavicle. In relation to injuries in soccer, futsal, volleyball and basketball, the results obtained were similar to those found in the literature. In handball, however much the results were contradictory, there was a relationship with some body parts. In athletics, cycling, beach volleyball and judo, the sample was small, but the results, compared with the other authors, have a relation with the incidence of injuries in these modalities. It is concluded that, in each modality, the lesions presented, in comparison with the studies studied, have an association with the sites of affection. Keywords: Athletes. Sports. Injuries. Physiotherapy.

3 65 1. INTRODUÇÃO As exigências que os atletas enfrentam para alcançar sua melhor performance dependerão da sua condição física, técnica e psicológica. Alguns atletas se submetem a grandes esforços, que os fazem chegar muitas vezes próximos dos seus limites fisiológicos, expondo-os a vários riscos de lesões. Os fatores intrínsecos, extrínsecos e a ausência de prevenção estão diretamente associados a essa incidência (GANTUS; ASSUMPÇÃO, 2002). Cada modalidade especificamente apresenta um nível de complexidade, o que torna distintas algumas lesões no que tange aos locais de acometimento. Nas modalidades em que a disputa envolve vários integrantes, o contato corporal é constante, diferentemente das modalidades individuais; portanto, cada esporte tem suas características próprias de espaço, tempo, dinâmica e exigências físicas (ROSE; TA- DIELLO; ROSE JÚNIOR, 2006). A fisioterapia vem sendo indispensável na reabilitação e/ou prevenção de lesões em atletas, sendo cada vez mais frequente a sua presença no esporte (CONSTANTE, 2005). Os Jogos Regionais tiveram início em 1950, na cidade de Presidente Prudente-SP, e conta com um grande número de atletas e municípios inscritos, com o objetivo de promover a prática e o intercambio esportivos. O evento é o segundo mais importante dentro do estado de São Paulo, superado apenas pelos Jogos Abertos do Interior. Os Jogos Regionais das diferentes regiões são classificatórios para os Jogos Abertos do Interior, a maior competição da América Latina (SELISTRE et al., 2009). O presente trabalho teve como objetivo realizar um estudo epidemiológico das lesões em atletas de diferentes modalidades esportivas durante os 60º Jogos Regionais realizados na cidade de Sertãozinho SP no ano de 2016, apresentando de maneira quantitativa as lesões constatadas em cada modalidade, correlacionando com o local de acometimento. 2. METODOLOGIA Os dados foram coletados durante os 60º Jogos Regionais na cidade de Sertãozinho SP por alunos graduandos do curso de Fisioterapia do Claretiano Centro Universitário de Batatais SP, supervisionados por docentes do curso. Os atendimentos eram realizados nos locais onde ocorriam as partidas e no ambulatório fisioterapêutico em que, mediante uma ficha de avaliação, eram registrados nome, data de nascimento, modalidade esportiva e local da lesão. Foram incluídos no estudo atletas de ambos os sexos, com idade entre anos. As modalidades participantes foram futsal, futebol de campo, handebol, voleibol, voleibol de praia, basquete, atletismo, ciclismo e judô. De acordo com a coleta dos dados, foram analisados o numero de lesões ocorrida em cada segmento corporal nas suas respectivas modalidades por meio de gráficos no programa Excel (Microsoft Office 2010), juntamente com uma pesquisa bibliográfica no site Google Acadêmico, correlacionando os principais segmentos lesionados em cada modalidade. 3. RESULTADOS Foram registradas 142 lesões, sendo 35 lesões no futebol de campo nos segmentos: (11) coxa, (10) tornozelo, (5) joelho, (2) panturrilha, (2) falanges, (1) ombro, (1) canela, (1) membros inferiores recuperação muscular.

4 66 Figura 1. Segmentos acometidos por lesões no futebol durante os Jogos Regionais de Resultados No futsal, foram 26 lesões nos segmentos: (12) tornozelo, (10) joelho, (1) lombar, (1) ombro, (1) panturrilha, (1) coxa. Figura 2. Segmentos acometidos por lesões no futsal durante os Jogos Regionais de Resultados No voleibol, foram 26 lesões nos segmentos: (12) joelho, (4) tornozelo, (3) coxa, (2) ombro, (2) mão, (1) lombar, (1) panturrilha, (1) falanges.

5 Figura 3. Segmentos acometidos por lesões no voleibol durante os Jogos Regionais de Resultados 67 No basquete, foram 16 lesões nos segmentos: (8) Joelho, (2) Lombar, (2) tornozelo, (2) coxa, (1) ombro, (1) panturrilha. Figura 4. Segmentos acometidos por lesões no basquete durante os Jogos Regionais de Resultados No handebol, foram 13 lesões nos segmentos: (3) falanges, (2) joelho, (2) membros inferiores recuperação muscular, (1) tornozelo, (1) coxa, (1) punho, (1) cotovelo, (1) canela, (1) mão.

6 68 Figura 5. Segmentos acometidos por lesões no handebol durante os Jogos Regionais de Resultados No atletismo, foram 12 lesões nos segmentos: (5) coxa, (3) joelho, (1) trapézio, (1) pé. Figura 6. Segmentos acometidos por lesões no atletismo durante os Jogos Regionais de Resultados No ciclismo, foram 8 lesões nos segmentos: (6) membros inferiores recuperação muscular, (2) lombar.

7 Figura 7. Segmentos acometidos por lesões no ciclismo durante os Jogos Regionais de Resultados 69 No voleibol de praia, foram 4 lesões nos segmentos: (2) joelho, (1) tornozelo, (1) ombro. Figura 8. Segmentos acometidos por lesões no voleibol de praia durante os Jogos Regionais de Resultados No judô foram 2 lesões nos segmentos: (1) cotovelo, (1) clavícula.

8 70 Figura 9. Segmentos acometidos por lesões no Judô durante os Jogos Regionais de Resultados 4. DISCUSSÃO Neste estudo, que avaliou lesões em atletas, o futebol de campo foi a modalidade com maior número de lesões, sendo os segmentos acometidos: coxa, tornozelo, joelho, panturrilha, falanges, ombro, canela, membros inferiores recuperação muscular, pé e púbis. Resultado semelhante foi encontrado por Powell e Barber-Foss (2000 apud ARENA, 2014, p. 27) que realizaram um estudo sobre lesões esportivas com jovens secundaristas de diferentes modalidades por um período de três anos, e que na modalidade futebol de campo a região mais acometida foi a do pé/tornozelo com (33,3% no sexo masculino e 33,5% no sexo feminino), seguida da região coxo-femoral (28,0% no sexo masculino, e 33,5% no sexo feminino). Segundo Bare e Smeltzer (2002) e Leite e Cavalcante Neto (2003 apud BARBOSA; CARVALHO, 2008), as lesões mais comuns relacionadas ao futebol são entorse de joelho e tornozelo, distensões da coxa, da virilha e da região lombar, fraturas, contusões, luxações. Diante dos estudos analisados em relação ao presente estudo, as lesões apresentadas na Figura 1 aparentam ter um consenso nessa modalidade, visto que os segmentos mais afetados foram a coxa, tornozelo e joelho. Os autores Gayardo, Matana e Silva (2002) fizeram um estudo que identificou a prevalência de lesões em atletas do futsal feminino brasileiro. A amostra correspondeu a atletas que participaram da Liga Nacional de Futsal 2011, totalizando 135 atletas. Investigou-se a prevalência de lesões apresentadas durante toda a temporada de Os resultados nos membros inferiores corresponderam a 86,5% do total, com 28,9% (n = 30) no tornozelo, 24% (n = 25) na coxa e o joelho correspondeu a 23,1% (n = 24). Já no estudo de Van Hespen et al. (2011 apud SERRANO et al., 2013, p. 124) registraram maior incidência de entorses do tornozelo (38% do total) e lesões dos ligamentos do joelho (38% do total). Ribeiro et al. (2003 apud SERRANO et al., 2013, p. 124) também verificaram no Futsal uma maior incidência de lesões no tornozelo (45% do total) e do joelho (19% do total). No futsal, cujas lesões constam na Figura 2, houve uma prevalência de lesões no tornozelo e joelho, o que nos faz pensar que se confirma o grande número de lesões nesses segmentos comparando aos outros estudos.

9 No estudo de Carazzato (1992 apud MORAES; BASSEDONE, 2007,) os locais apontados como os de maior incidência de lesões foram: o joelho (26%), o tornozelo (19%), a coluna (13%), a mão (13%) e o ombro (7%). Já no estudo de Schafle et al. (1990 apud ARENA, 2014, p. 17), durante o torneio da Associação Nacional de Voleibol Americano de 1987, foram identificadas 154 lesões em participante de ambos os sexos, sendo as regiões mais acometidas tornozelo (17,6%), a lombar (14,2%) e a do Joelho (11%). No voleibol, os segmentos mais atingidos, conforme a Figura 3, foram joelho e tornozelo, apontando uma relação com os achados na literatura, as lesões do ombro, mão e lombar também foram citadas pelos autores. O estudo de Moreira, Gentil e Oliveira (2003), que apresentou a prevalência, provável etiologia e localização das lesões da Seleção Brasileira de Basquete masculina adulta durante a fase de preparação e o 14 Campeonato Mundial de Basquetebol, em 2002, descobriu que, dentre as lesões traumáticas, em relação ao local de acometimento, as maiores queixas também foram nos membros inferiores, com 48,0% (49/102), e membros superiores, com 13,7% (14/102). Já o estudo de Silva, Abdalla e Fisberg (2007) teve como objetivo determinar a incidência de lesões musculoesqueléticas em atletas de elite do basquetebol feminino e foram analisadas 66 atletas de 18 a 37 anos e 5 equipes. Foram computadas 78 lesões, em 47 atletas, e os segmentos mais lesados foram joelho, com 21%, mão/dedos, com 17%, perna/ coxa e tornozelo, com 14% cada. Conforme apresentado na Figura 4, em comparação com os achados na literatura, o basquete também apresentou supremacia de acometimentos em membros inferiores, com predomínio no joelho. Os segmentos tornozelo e coxa foram citados pelos autores. Kamonseki et al. (2015), em um trabalho sobre incidência de lesões musculoesqueléticas em atletas masculinos de handebol, realizaram um estudo observacional prospectivo, em atletas do gênero masculino, com idade de 16 a 20 anos, durante a temporada de A incidência total foi de 13,06 lesões a cada 1000 horas de exercício, sendo que, durante os jogos, ela foi de 40,81 lesões, e nos treinos, 8,24. A região mais acometida foi o tornozelo (41,66%), seguido por ombro (25%), joelho (12,5%), cabeça (8,33%) e mão (4,16%). Conforme demostrado na Figura 5, houve resultados contrários em comparação aos do presente estudo, visto que a incidência foi maior na região das falanges. Porém os segmentos do tornozelo e joelho também foram citados pelos autores. O texto de Feitoza e Martins Júnior (2000) sobre lesões desportivas decorrentes da prática do atletismo teve como objetivo analisar os tipos e as causas das lesões decorrentes da prática do atletismo. A amostra foi constituída por quarenta e três atletas e foi utilizado, como instrumento de medida, um questionário contendo cinco questões abertas e cinco questões fechadas e observou-se que os músculos da coxa (posteriores, mediais e anteriores) são os que mais sofrem lesões (37,3%), seguidos pelo joelho, com 18,5%, e pelo tornozelo, com 18,5%. Segundo o estudo realizado por Pastre et al. (2005) os atletas de elite do atletismo brasileiro apresentaram prevalência de lesões na coxa de 49,1% nos exercícios de velocidade e de 44,4% nos de resistência. Ao observar a Figura 6 no presente estudo, o resultado foi semelhante, sendo também os locais mais acometidos coxa e joelho. Rienda et al. (2012) realizaram um estudo sobre prevalência de lesões em praticantes de ciclismo indoor, utilizando um Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares (QNSO). Participaram do estudo 150 indivíduos de ambos os sexos com média de idade de 31,3 (±10,7) anos e tempo médio de prática do ciclismo indoor de 4,13 (±1,4) meses, porém apenas 52 foram utilizados devido aos critérios de inclusão propostos. Os autores observaram que a maior parte dos voluntários apresentou maior prevalência de lesões relacionadas à prática nos joelhos (26,9%), seguido por lombar e músculos locais (17,3%), tórax e músculos locais (7,6%), coxa (7,6%), ombros e braços (ambos, 3,8%) e perna (1,9%). No presente estudo, a maioria dos atletas de ciclismo apresentou lesões de origem muscular, sendo afetada toda a musculatura nos membros inferiores, conforme consta na Figura 7. A região lombar também foi citada pelos autores. Em um estudo feito por Menezes, Menezes e Santos (2008) sobre análise das lesões mais frequentes nos atletas de voleibol de praia masculino de elite, é ressaltado que o maior número de lesões insidiosas foi relacionado à articulação do joelho, com 8 lesões ao todo, seguido da região lombar, com 6 lesões, e da articulação do ombro, também com 6 lesões. O cotovelo apareceu com apenas uma lesão. 71

10 72 Segundo Chiappa (2001 apud MARQUES JUNIOR, 2004, n.p.), as lesões mais frequentes dos membros superiores acontecem no ombro dos jogadores de voleibol, sendo mais comuns em jogadores de voleibol de praia cerca de 42% (AAGAARD et al., 1997 apud MARQUES JUNIOR, 2004, n.p.). Comparando com o presente estudo, apesar de a amostra ser pequena, conforme Figura 8, houve semelhança nos segmentos joelho e ombro. Barsottini, Guimarães e Morais (2006) realizaram um estudo sobre a relação entre técnicas e lesões em praticantes de judô, e foram 78 relatos de casos, obtidos por meio da aplicação de questionário fechado, em 46 atletas do sexo masculino, com idade média de 23 ± 10 anos, e em 32 atletas do sexo feminino com idade média de 19 ± 7 anos. Houve um total de 23% de ocorrências em joelho, sendo a região com maior índice de lesão. Em seguida, está a articulação do ombro, com 16% de ocorrências. Já no presente estudo, foram relatados, na Figura 9, lesões nos segmentos: cotovelo e clavícula. Porém, houve perda de dados, visto que muitos desses atletas foram levados até a UPA Unidade de Pronto Atendimento pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que as lesões no futebol, futsal, voleibol e basquete, os resultados obtidos foram similares aos achados na literatura. Já no handebol, por mais que os resultados tenham sido contraditórios, houve uma relação com alguns segmentos corporais. No atletismo, ciclismo, voleibol de praia e judô, a amostra foi pequena, porém os resultados comparados aos dos outros autores têm uma relação com a incidência de lesão nessas modalidades. REFERÊNCIAS ARENA, S. S. Estudo epidemiológico das lesões esportivas no basquetebol, futsal e voleibol ocorridas em atletas jovens: aspectos de treinamento e acompanhamento médico f. Tese (Doutorado em Ciências) Departamento de Ortopedia e Traumatologia, Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo (USP), Disponível em: < teses/disponiveis/5/5140/tde /pt-br.php>. Acesso em: 10 set BARBOSA, B. T. C.; CARVALHO, A. M. Incidência de lesões traumato-ortopédicas na equipe do Ipatinga Futebol Clube- MG. Movimentum Revista digital de Educação Física, Ipatinga: Unileste, v. 3, n. 1, p , fev./jul Disponível em: < casoti_2_2007.pdf>. Acesso em: 24 nov BARSOTTINI, D.; GUIMARÃES, A. E.; MORAIS, P. R. Relação entre técnicas e lesões em praticantes de judô. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, Niterói, v. 12, n. 1, p , jan./fev Disponível em: < rbme/v12n1/v12n1a11.pdf>. Acesso em: 14 set CONSTANTE, S. F. Incidência de lesões em atletas de handebol participantes dos jogos abertos de Santa Catarina do ano de Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia). Universidade do Sul de Santa Catarina. Tubarão, Disponível em: < Acesso em: 14 set FEITOZA, J. E.; MARTINS JÚNIOR, J. M. Lesões desportivas decorrentes da prática do atletismo. Revista da Educação Física/UEM, Maringá, v. 11, n. 1, p , Disponível em: < view/3806>. Acesso em: 14 set GANTUS, M. C.; ASSUMPÇÃO, J. D. Epidemiologia das lesões do sistema locomotor em atletas de basquetebol. Acta Fisiátrica, São Paulo, v. 9, n. 2, p , Disponível em: < Acesso em: 24 nov GAYARDO, A.; MATANA S. B.; SILVA, M. R. Prevalência de lesões em atletas do futsal feminino brasileiro: um estudo retrospectivo. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, São Paulo, v. 18, n. 3, p , maio/jun Disponível em: < Acesso em: 14 set KAMONSEKI, D. H. et al. Incidência de lesões musculoesqueléticas em atletas masculinos de handebol. Revista de Atenção à Saúde, São Paulo, v. 13, n. 46, p , out./dez Disponível em: < saude/article/view/3000/pdf >. Acesso em: 14 set

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