CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL
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- Maria das Neves Amaral Molinari
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1 Le f is c L e g i s l a c a o F i s c a l CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL MINÁRIO DE ASSUNTOS CONTÁBEIS DE PORTO ALEGRE SEMINÁRIO ASSUNTOS CONTÁBEIS DE PORTO ALEGRE SEMINÁRIO DE ASSUNTOÁBEIS DE PORTO ALEGRESEMINÁRIO PALESTRA ROTINAS TRABALHISTAS - II PALESTRANTE: ALEXANDRE JAENISCH CORREA, Consultor da LEFISC nas áreas Trabalhista e Previdenciária, Redator de Matérias do Portal LEFISC, Instrutor de Cursos e Palestras da LEFISC. ATUALIZAÇÃO DE ANO 2013 APOIO: PARA OBTER UMA SENHA CORTESIA DO PORTAL LEFISC ENVIE UM PARA comercial@lefisc.com.br (51) ou consulte os números locais em nosso Portal Fone:(51) cursos@lefisc.com.br
2 PROGRAMA HORAS EXTRAS (Base Legal: CLT art. 58 a 71, Lei nº 605/49, Decreto /49) _ Remuneração do Serviço Extraordinário _ Serviço Externo e Cargo de Confiança _ Comissionista _ Hora Extra Noturna _ Intervalo para Repouso ou Alimentação - Não Concessão _ Período Entre Jornadas _ Repouso Semanal Remunerado _ Integração ao Salário (no Aviso Prévio, 13º Salário e Férias) _ Supressão das Horas Extras _ Banco de Horas BENEFÍCIO ALIMENTAÇÃO (Base Legal: Lei 6.321/76, Decreto 05/1991, Portaria 03/2002, NR 24, Decreto 3.049/99) _ Conceito _ Incidência tributária _ PAT Programa de Alimentação do Trabalhador _ A quem se destina _ Modalidades de execução do PAT _ Desconto do beneficio VALE TRANSPORTE (Base Legal: Lei 7.418/85 e Decreto /87) _ Conceito _ Vale-Transporte em Dinheiro Vedação _ Exercício do Direito do Vale-Transporte _ Custeio do Vale Transporte _ Base de Cálculo para o Desconto _ Vale-Transporte - Natureza Salarial 2
3 HORAS EXTRAS A legislação trabalhista estabelece que a duração normal do trabalho, salvo os casos especiais, é de 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, no máximo. A jornada diária de trabalho dos empregados maiores de idade, pode ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente a 2 (duas), no máximo, para efeito de serviço extraordinário, mediante acordo individual e acordo coletivo, convenção coletiva ou sentença normativa. Excepcionalmente, ocorrendo necessidade imperiosa, poderá ser prorrogada além deste limite legalmente permitido. Precedente Administrativo do MTE nº 33: "JORNADA. PRORROGAÇÃO. EFEITOS DO PAGAMENTO RELATIVO AO TRABALHO EXTRAORDINÁRIO. O pagamento do adicional por serviço extraordinário não elide a infração pela prorrogação de jornada além dos limites legais ou convencionais, uma vez que o serviço extraordinário deve ser remunerado, independentemente de sua licitude. Isso porque as normas limitadoras da jornada visam a evitar males ao trabalhador, protegendo-lhe a saúde e o bem-estar, não se prestando a retribuição pecuniária como substituta da proteção ao bem jurídico. REMUNERAÇÃO DO SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO Consideram-se extras as horas trabalhadas diariamente ou semanalmente além da jornada normal contratada. A remuneração do serviço extraordinário, a partir da Constituição Federal de 1988, é de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) superior à da hora normal. Súmula do TST nº 264: "A remuneração do serviço suplementar é composta do valor da hora normal, integrado por parcelas de natureza salarial e acrescido do adicional previsto em lei, contrato, acordo, convenção coletiva ou sentença normativa." TRABALHO DO MENOR A prestação de serviço extraordinário pelo empregado menor de dezoito anos somente é permitida em casos excepcionais, por motivo de força maior e desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento. NECESSIDADE IMPERIOSA Na ocorrência de necessidade imperiosa, por motivo de força maior, realização ou conclusão de serviços inadiáveis cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto, a duração do trabalho poderá exceder ao limite legal ou convencionado, independentemente de acordo ou contrato coletivo, devendo, contudo, ser comunicado à Delegacia Regional do Trabalho - DRT no prazo de 10 (dez) dias no caso de empregados maiores e 48 (quarenta e oito) horas no caso de empregados menores. Nesse caso, a jornada de trabalho não poderá exceder de 12 (doze) horas, devendo a remuneração da hora suplementar ser, pelo menos, 50% (cinqüenta por cento) superior à da hora normal. 3
4 SERVIÇO EXTERNO INCOMPATÍVEL COM REGISTRO DE HORÁRIO Os empregados que prestam serviços externos totalmente incompatíveis com a fixação de horário, com registro desta situação em CTPS e na ficha ou livro de registro de empregados, não têm direito a Horas Extras. CARGO DE CONFIANÇA GERENTE Os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, com gratificação de função superior a 40% (quarenta por cento) do salário efetivo, aos quais se equiparam os diretores e chefes de departamentos ou filial, e desde que não sujeitos ao controle de horário, não fazem jus à remuneração pelo serviço extraordinário, pois não lhes aplicam as normas relativas à duração normal do trabalho. Precedente Administrativo do MTE nº 49 "JORNADA. CONTROLE. GERENTES. O empregador não está desobrigado de controlar a jornada de empregado que detenha simples título de gerente, mas que não possua poderes de gestão nem perceba gratificação de função superior a 40% do salário efetivo. SALÁRIO COMPLESSIVO O salário complessivo é a estipulação ilegal de um valor salarial total, que engloba todos os adicionais e demais parcelas de natureza salarial a que o empregado faria jus em qualquer situação, tais como adicional de insalubridade, adicional de periculosidade, adicional noturno, horas extras, comissões, etc. Súmula do TST nº 91: "Nula é a cláusula contratual que fixa determinada importância ou percentagem para atender englobadamente vários direitos legais ou contratuais do trabalhador". COMISSIONISTA O empregado que percebe salário à base de comissões e sujeito a controle de horário, quando prestar serviço extraordinário, tem direito ao adicional de horas extras de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento), calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas. Súmula do TST nº 340: "O empregado sujeito a controle de horário, remunerado à base de comissões, tem direito ao adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) pelo trabalho em horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês, considerando-se como divisor o número de horas efetivamente trabalhadas." Exemplo: Empregado auferiu entre horário normal e extraordinário de trabalho R$ 928,00 de comissões durante o mês, tendo trabalho 232 horas, sendo 220 normais e 12 horas extras. Adicional de hora extra 50% (cinqüenta por cento). Então: - comissões recebidas no mês: R$ 928,00 - número de horas trabalhadas: 232 horas (220 normais e 12 extras) - número de Horas Extras: 12 horas R$ 928, = R$ 4,00 de comissões por hora trabalhada 4
5 R$ 4,00 x 50% = R$ 2,00 (valor do adicional) R$ 2,00 x 12 = R$ 24,00 (valor do adicional correspondente às 12 horas extras trabalhadas) Este empregado receberá R$ 24,00 (vinte e quatro reais) de adicional de Horas Extras, além das comissões e o respectivo descanso semanal remunerado. ATIVIDADE INSALUBRE Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros mencionados no Capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", da CLT, ou que neles venham a ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho e Emprego, quaisquer prorrogações só poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de Medicina do Trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos de trabalho. Quando prestado serviço extraordinário em local insalubre, o adicional de horas extras deverá incidir sobre o valor da hora normal acrescida do respectivo adicional de insalubridade (Súmula do TST nº 264). Exemplo: Salário = R$ 800,00 Insalubridade (20% s/ Piso da Categoria R$ 800,00) = R$ 160,00 Carga horária = 220 horas mensais Horas extras a 50% = 25 horas Cálculo: R$ 800,00 + R$ 160,00 = R$ 960,00 220h = R$ 4,36 x 50% = R$ 6,54 x 25h = R$ 163,50 HORA EXTRA NOTURNA Nos termos da legislação vigente, a remuneração do trabalho noturno e do serviço extraordinário deve ser superior, no mínimo, em 20% e 50%, respectivamente, à hora normal, (Súmula nº 264, do TST). Havendo prestação de Horas Extras no horário noturno, o empregado fará jus aos adicionais noturno e extra (20% - vinte por cento + 50% - cinqüenta por cento - vide convenção coletiva no que diz respeito ao valor dos percentuais), cumulativamente. Jurisprudência "HORAS EXTRAS. BASE DE CÁLCULO. ADICIONAL NOTURNO. Para as horas extras laboradas em período noturno, incide o adicional noturno na sua base de cálculo, sob pena de estar sendo remunerada a hora extra noturna com o mesmo valor da diurna, o que feriria o disposto no inciso IX, do artigo 7º, da Constituição Federal. Esta também é a orientação jurisprudencial emanada da SDI do C. TST, sob nº 97. Exemplo: Salário = R$ 900,00 Carga horária = 220h mensais Horas extras/noturnas a 50% = 25h Adicional noturno = 20% Cálculo: R$ 900,00 220h = R$ 4,09 x 50% x 20% = R$ 7,37 x 25h = R$ 184,25 5
6 HORA "IN ITINERE" É o tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso ou não servido por transporte público, e para o seu retorno, conforme Súmula nº 90 do TST. Súmula do TST nº 90: "O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de trabalho de difícil acesso ou não servido por transporte regular público, e para o seu retorno, é computável na jornada de trabalho." Então, se o tempo de percurso mais as horas efetivamente trabalhadas excederem à jornada normal de trabalho, o excesso deverá ser remunerado como serviço extraordinário, relativo às horas "in itinere". Havendo transporte público regular em parte do trajeto percorrido em transporte do empregador, o pagamento das horas "in itinere" se limita apenas ao percurso não servido por transporte público. Art. 58 CLT: 2º - O tempo despendido pelo empregado até o local de trabalho e para o seu retorno, por qualquer meio de transporte, não será computado na jornada de trabalho, salvo quando, tratando-se de local de difícil acesso ou não servido por transporte público, o empregador fornecer a condução. INTERVALO PARA REPOUSO OU ALIMENTAÇÃO - NÃO CONCESSÃO O empregador que não conceder ao empregado os intervalos legais para repouso e alimentação, previstos no artigo 71 da CLT, ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de, no mínimo, 50% (cinqüenta por cento) sobre o valor da hora normal de trabalho. INTERVALO NÃO PREVISTO EM LEI Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos no final da jornada (Súmula nº 118 do TST). Súmula do TST nº 118: "Os intervalos concedidos pelo empregador, na jornada de trabalho, não previsto em Lei, representam tempo à disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada." PERÍODO ENTRE JORNADAS Entre 2 (duas) jornadas de trabalho deve haver um intervalo mínimo de 11 (onze) horas consecutivas. E também, todo empregado tem direito a um repouso semanal remunerado de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, preferencialmente aos domingos. Então, quando da concessão do repouso semanal remunerado, o intervalo entre o término de uma jornada diária de trabalho e o início de outra deverá ser de, no mínimo, 35 (trinta e cinco) horas. 6
7 REPOUSO SEMANAL REMUNERADO As horas extraordinárias trabalhadas deverão ser computadas no cálculo do repouso semanal remunerado, (Súmula nº 172, do TST). Súmula do TST nº 172 Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras habitualmente prestadas. A elaboração do cálculo do repouso semanal remunerado, deverá ter como base o número de horas extras laboradas durante o mês, dividido pelo número de dias úteis do mês, considerados de segunda a sábado, multiplicado pelo número de domingos e feriados do mês, multiplica-se o resultado pelo valor da hora extra atual. Então: DSR = Horas Extras do mês x domingos e feriados do mês x valor da Hora Extra atual número de dias úteis Obs: O sábado é considerado dia útil, exceto se recair em feriado. Caso as horas extras feitas durante o mês tenham percentuais diferentes, a média terá que ser feita separadamente. Exemplo: Salário = R$ 800,00 Carga horária = 220h mensais Mês = 25/5 (vinte e cinco dias úteis e cinco domingos) Horas extras a 50% = 25h Valor da hora extra a 50% = R$ 5,46 Cálculo: 25h 25 dias (úteis) x 5 dias (domingos) = 5 horas de integração no repouso x R$ 5,46 (valor da hora extra) = R$ 27,30 INTEGRAÇÃO AO SALÁRIO As horas extras prestadas com habitualidade integram o salário para todos os efeitos legais, inclusive aviso prévio indenizado, 13º salário e férias, pela média aritmética dos períodos correspondentes, observados o salário e o adicional vigentes por ocasião do pagamento de cada direito. Aviso Prévio Indenizado No aviso prévio indenizado calcula-se da seguinte forma: - Considera-se para a média o número de horas dos últimos 12 (doze) meses ou período inferior ao desligamento, multiplicada pelo valor do salário-hora atual acrescido do adicional de hora extra. Décimo Terceiro Salário A integração das horas extras no décimo terceiro salário far-se-á pela: - média do número de horas extras realizadas no respectivo ano, multiplicada pelo valor do salário-hora da época do pagamento, acrescido do adicional de hora extra. Súmula do TST nº 45: "A remuneração do serviço suplementar, habitualmente prestado, integra o cálculo da gratificação natalina prevista na Lei nº 4.090, de 1962." 7
8 Férias A integração nas férias far-se-á da seguinte forma: - média do número de horas extras realizadas durante o período aquisitivo, integral ou proporcional, multiplicada pelo valor do salário-hora da época da concessão, acrescido do adicional de hora extra. SUPRESSÃO DAS HORAS EXTRAS As horas extraordinárias prestadas com habitualidade, durante pelo menos um ano, se suprimidas, assegura ao empregado o direito a uma indenização correspondente ao valor de um mês das horas suprimidas para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal, (Súmula nº 291, do TST). Súmula nº 291 do TST A supressão, pelo empregador, do serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas para cada ano ou fração igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média das horas suplementares efetivamente trabalhadas nos últimos 12 (doze) meses, multiplicada pelo valor da hora extra do dia da supressão. Exemplo: Salário = R$ 800,00 Insalubridade = R$ 135,60 ( 20% s/ R$ 678,00 Salário Mínimo ) Carga horária = 220h mensais Média das horas extras a 50% nos últimos 12 meses = 40h Período trabalhado com horas extras = 2 anos e 8 meses Valor da hora extra/insalubre a 50% = R$ 6,38 Cálculo: 40 horas extras x R$ 6,38 = R$ 255,20 x 3 (anos) = R$ 765,60 Obs: Este mesmo cálculo deverá ser feito para o DSR sobre as horas extras. BANCO DE HORAS A Lei nº 9.601/98 alterou o parágrafo segundo do artigo 59 da CLT, criando o Banco de Horas. O Parágrafo 2º do artigo 59 da CLT prevê: Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de convenção ou acordo coletivo de trabalho, o excesso de horas de um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, a soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, na forma do parágrafo anterior, fará o trabalhador jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão. PRESCRIÇÃO O prazo prescricional para pleitear pagamento de horas extras, no caso de empregados maiores, é de 5 (cinco) anos após a extinção do contrato de trabalho. 8
9 BENEFÍCIO ALIMENTAÇÃO CONCEITO O beneficio alimentação é uma forma de fornecimento de alimentação pela empresa ao seu trabalhador. Constitui-se de um determinado valor concedido ao empregado para que o utilize comprando refeições (o vale ou tíquete refeição) ou comprando alimentos (o vale ou tíquete alimentação). Em ambos os casos, o trabalhador recebe um cartão ou bloco de tíquetes que poderá utilizar em estabelecimentos conveniados, ou seja, que aceitem o cartão ou tíquete. Esses cartões ou tíquetes são fornecidos por empresas especialmente contratadas pelo empregador para fornecê-los e que funcionam como intermediadoras do processo. DA OBRIGATORIEDADE DO FORNECIMENTO A alimentação, não é uma obrigação legal imposta ao empregador, ou seja, não há lei que estabeleça que o empregador deva fornecer refeição ao empregado. A mesma vem sendo tratada por força de ajuste individual com o empregador ou de normas coletivas (convenções e acordos coletivos e sentenças normativas). Por lei, o empregador só é obrigado a fornecer local adequado para as refeições, e não as refeições em si, e somente no caso de possuir mais de 30 funcionários, de acordo com a Norma Regulamentadora nº. 24, item INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA O beneficio alimentação poderá tanto ser considerado como salário (fazendo parte integrante da remuneração do funcionário), bem como ser considerado como uma parcela de caráter indenizatório (livre das incidências legais tributárias e verbas salariais), desde que a empresa possua o cadastro no PAT Programa de Alimentação do Trabalhador, de acordo com o Decreto 3.048/99, Art. 214, 9º, III. A empresa que possuir o cadastro no PAT, de acordo com as normas do Ministério do Trabalho, a parcela paga in natura pela empresa não tem natureza salarial, não se incorpora à remuneração para quaisquer efeitos, não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) nem se configura como rendimento tributável do trabalhador (art. 6º do Decreto 05/1991). PAT PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR O Programa de Alimentação do Trabalhador - PAT, foi instituído pela Lei 6.321/76 e regulamentado pelo Decreto 05/1991, com o objetivo de melhorar as condições nutricionais e de qualidade de vida dos trabalhadores, a redução de acidentes e o aumento da produtividade, tendo como unidade gestora a Secretaria de Inspeção do Trabalho/Departamento da Saúde e Segurança no Trabalho. É permitido às pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, a dedução das despesas com a alimentação dos próprios trabalhadores em até 4% do Imposto de 9
10 Renda (IR) devido, e está regulamentado pelo Decreto nº. 05, de 14 de janeiro de 1991, e pela Portaria nº. 03, de 1º de março de A QUEM SE DESTINA O PAT é destinado, prioritariamente, ao atendimento dos trabalhadores de baixa renda, isto é, aqueles que ganham até cinco salários mínimos mensais. Entretanto, as empresas beneficiárias poderão incluir no Programa, trabalhadores de renda mais elevada, desde que esteja garantido o atendimento da totalidade dos trabalhadores que percebam até cinco salários-mínimos e o benefício não tenha valor inferior àquele concedido aos de rendimento mais elevado, independentemente da duração da jornada de trabalho (art. 3º, parágrafo único, da Portaria nº. 03/2002). MODALIDADES DE EXECUÇÃO DO PAT 1. Serviço Próprio (auto-gestão): A empresa beneficiária assume toda a responsabilidade pela produção das refeições, desde a contratação de pessoal até a distribuição aos usuários. Ela mesma prepara a alimentação do trabalhador no próprio estabelecimento ou faz a distribuição de alimentos, inclusive não preparados (cesta de alimentos). 2. Terceirização (serviços terceirizados): O fornecimento das refeições, cestas de alimentos ou documentos de legitimação (impressos, cartões eletrônicos ou magnéticos) é contratado pela empresa beneficiária junto às fornecedoras ou prestadoras de serviços de alimentação coletiva. Nessa modalidade, a empresa beneficiária deverá certificar-se de que a fornecedora ou prestadora de serviços de alimentação coletiva está registrada no PAT, conforme o art. 8º da Portaria nº. 03/2002. Os serviços terceirizados são: a) Administração de Cozinha: a alimentação é preparada por uma empresa fornecedora, dentro do refeitório da empresa beneficiária. b) Alimentação-Convênio: a empresa beneficiária contrata uma empresa prestadora de serviços de alimentação coletiva para o fornecimento de documento de legitimação (impressos, cartões eletrônicos, magnéticos ou oriundos de tecnologia adequada). O trabalhador utiliza este documento para aquisição de gêneros alimentícios em supermercados. c) Refeição-Convênio: a empresa beneficiária contrata uma empresa prestadora de serviços de alimentação coletiva para o fornecimento de documento de legitimação (impressos, cartões eletrônicos, magnéticos ou oriundos de tecnologia adequada). O trabalhador utiliza este documento para aquisição de refeições em restaurantes. d) Refeições Transportadas: a empresa fornecedora prepara a alimentação e leva até o local de trabalho dos trabalhadores da empresa beneficiária. e) Cestas de alimentos: a empresa beneficiária compra cestas de alimentos de empresas fornecedoras e fornece aos seus funcionários. DESCONTO DO BENEFÍCIO A empresa devidamente inscrita no PAT, poderá determinar a participação do trabalhador nas despesas com o PAT, sendo esta participação financeira do trabalhador limitada, no entanto, a 20% (vinte por cento) do custo direto do benefício concedido. 10
11 VALE TRANSPORTE CONCEITO O Vale-Transporte constitui benefício que o empregador antecipará ao trabalhador para utilização efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-versa. Entende-se como deslocamento a soma dos segmentos componentes da viagem do beneficiário, por um ou mais meios de transporte, entre sua residência e o local de trabalho. A legislação não determinação distância mínima para que seja obrigatório o fornecimento do Vale-Transporte, portanto, o empregado terá direito mesmo utilizando-se de transporte coletivo por mínima que seja a distância. UTILIZAÇÃO O Vale-Transporte é utilizável em todas as formas de transporte coletivo público urbano ou, ainda, intermunicipal e interestadual com características semelhantes ao urbano, operado diretamente pelo poder público ou mediante delegação, em linhas regulares e com tarifas fixadas pela autoridade competente. Excluem-se das formas de transporte mencionadas os serviços seletivos e os especiais. BENEFICIÁRIOS São beneficiários do Vale-Transporte os seguintes trabalhadores: - os empregados definidos pela CLT; - os empregados domésticos; - os trabalhadores de empresas de trabalho temporário; - os empregados a domicílio, para os deslocamentos indispensáveis à prestação do trabalho, percepção de salários e os necessários ao desenvolvimento das relações com o empregador; - os empregados do subempreiteiro, em relação a este e ao empreiteiro principal, conforme determina o artigo 455 da CLT; - os atletas profissionais; - os servidores da União, do Distrito Federal, dos Territórios e suas autarquias, qualquer que seja o regime jurídico, a forma de remuneração e da prestação de serviços. DESOBRIGAÇÃO DO EMPREGADOR O empregador que proporcionar, por meios próprios ou contratados, em veículos adequados ao transporte coletivo, o deslocamento, residência-trabalho e vice-versa, de seus trabalhadores, está desobrigado do fornecimento de Vale-Transporte. COBERTURA PARCIAL DO TRAJETO Caso o empregador forneça ao beneficiário transporte próprio ou fretado que não cubra integralmente os deslocamentos deste, o Vale-Transporte deverá ser fornecido para os segmentos da viagem não abrangidos pelo referido transporte. 11
12 VALE - TRANSPORTE EM DINHEIRO VEDAÇÃO É vedado ao empregador substituir o Vale-Transporte por antecipação em dinheiro ou qualquer outra forma de pagamento. No caso de falta ou insuficiência de estoque de Vale-Transporte (dos fornecedores), necessário ao atendimento da demanda e ao funcionamento do sistema, o beneficiário será ressarcido pelo empregador, na folha de pagamento imediata, da parcela correspondente, quando tiver efetuado, por conta própria, a despesa para seu deslocamento. EXERCÍCIO DO DIREITO DO VALE-TRANSPORTE Para o exercício do direito de receber o Vale - Transporte o empregado informará ao empregador, por escrito: - seu endereço residencial; - os serviços e meios de transporte mais adequados ao seu deslocamento residênciatrabalho e vice-versa. Essas informações deverão ser atualizadas anualmente ou sempre que ocorrer alteração em um dos dados, sob pena de suspensão do benefício até o cumprimento dessa exigência. O beneficiário firmará compromisso de utilizar o Vale-Transporte exclusivamente para o seu efetivo deslocamento residência-trabalho e vice-versa. FALTA GRAVE A utilização por parte do beneficiário de declaração falsa ou o uso indevido do Vale- Transporte constitui falta grave, o que poderá levá-lo a demissão por justa causa. CUSTEIO DO VALE TRANSPORTE O Vale-Transporte será custeado: - pelo beneficiário, na parcela equivalente a 6% (seis por cento) de seu salário básico ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens; - pelo empregador, no que exceder à parcela referida no item anterior. PROPORCIONALIDADE NO DESCONTO O valor da parcela a ser suportada pelo beneficiário será descontado proporcionalmente à quantidade de Vales-Transporte concedida para o período a que se refere o salário ou vencimento e por ocasião de seu pagamento, salvo estipulação em contrário, em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho que favoreça o beneficiário. BASE DE CÁLCULO PARA O DESCONTO A base de cálculo para determinação da parcela a ser descontada do beneficiário será: I - o salário básico ou vencimento, excluídos quaisquer adicionais ou vantagens; e II - o montante percebido no período, para os trabalhadores remunerados por tarefa ou serviço feito ou quando se tratar de remuneração constituída exclusivamente de comissões, percentagens, gratificações, gorjetas ou equivalentes. 12
13 EXEMPLO: O empregado utiliza 2 (dois) Vales-Transporte para o seu deslocamento residência-trabalho e vice-versa. Salário mensal do mês de julho R$ 800,00 - nºde dias de trabalho no mês de julho: 23 - nºde Vales-Transporte necessários: 46 - custo unitário: R$ 3,00 - valor dos Vales-Transporte: R$ 138,00 (R$ 3,00 x 46) - 6% do salário básico: R$ 48,00 Então: - do empregado será descontado: R$ 48,00 - a empresa custeará: R$ 90,00 AQUISIÇÃO DE VALE-TRANSPORTE - OBRIGAÇÃO DO EMPREGADOR A concessão do benefício obriga o empregador a adquirir Vale-Transporte em quantidade e tipo de serviço que melhor se adequar ao deslocamento do beneficiário. A aquisição deve ser feita antecipadamente e à vista, proibidos quaisquer descontos e limitada à quantidade estritamente necessária ao atendimento dos beneficiários. COMPROVAÇÃO DA COMPRA A venda de Vale-Transporte será comprovada mediante recibo seqüencialmente numerado, emitido pela vendedora em 2 (duas) vias, uma das quais ficará com a compradora, contendo: - período a que se referem; - quantidade de Vale-Transporte vendida e de beneficiários a quem se destina; - nome, endereço e número de inscrição da compradora no CNPJ. VALE-TRANSPORTE - NATUREZA SALARIAL O Vale-Transporte, no que se refere à contribuição do empregador e desde que concedido na forma da Lei: - não tem natureza salarial, nem se incorpora à remuneração do beneficiário para quaisquer efeitos; - não constitui base de incidência de contribuição previdenciária ou do FGTS; - não é considerado para efeito de pagamento da Gratificação de Natal (13º salário); - não configura rendimento tributável do beneficiário. O transporte particular cedido pelo empregador ao empregado também não constitui remuneração, conforme determina o artigo 458, 2º, III, da CLT. 13
HORAS EXTRAS E SEUS REFLEXOS TRABALHISTAS
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO RIO GRANDE DO SUL MINÁRIO DE ASSUNTOS CONTÁBEIS DE PORTO ALEGRE SEMINÁRIO ASSUNTOS CONTÁBEIS DE PORTO ALEGRE SEMINÁRIO DE ASSUNTOÁBEIS DE PORTO ALEERIO PALESTRA HORAS
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