A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO DESIGN EM UMA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO.

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Ana Laura Santiago Corte-Real
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1 A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DO DESIGN EM UMA INDÚSTRIA DE CONFECÇÃO. THE IMPORTANCE OF DESIGN MANAGEMENT IN A FASHION INDUSTRY. Rodrigues, Desiree Fernanda N., Design de Moda, Universidade Estadual de Londrina desiree.fernanda@hotmail.com Miotto, Thassiana de Almeida, Especialista em Gestão do Design, Universidade Estadual de Londrina thassi@hotmail.com Resumo Este trabalho apresenta o resultado parcial de um trabalho de conclusão de curso. Mostra os resultados da contratação de um designer de moda e da aplicação da gestão do design em uma indústria de confecção e os benefícios que esta ação trouxe para a mesma. Palavras-chave: Gestão do design; design de moda; planejamento de coleção. Abstract This paper presents the partial results of a study of completion. Shows the results of hiring a fashion designer and the application of design management in an apparel industry and the benefits it has brought this action for the same. Key-words: Design management; fashion design; collection planning. 1. Introdução Esta pesquisa é parte de um trabalho de conclusão de curso, e trata da importância da aplicação da gestão do design em uma indústria de confecção e como o designer de moda pode auxiliar nos processos de desenvolvimento de produto e planejamento de produção. A empresa estudada neste trabalho vem passando por mudanças em sua estrutura organizacional, e a presença de um designer em seu quadro de

2 funcionários tornou-se indispensável para que esta transição ocorra de maneira eficaz. 2. Metodologia Para dar início ao trabalho, foi realizado um diagnóstico da empresa para identificar suas principais atividades, área de atuação, pontos fortes e fracos. Após esta etapa, foi feita uma pesquisa bibliográfica sobre gestão do design e planejamento de coleções. E, por fim, foram desenvolvidas algumas propostas e ferramentas. A empresa estudada é de pequeno porte e produz camisetas e bolsas estampadas, com referências em filmes e bandas do estilo Cult. Divulga e comercializa seus produtos através da internet e tem grande parte dos processos produtivos terceirizados, realizando internamente apenas o desenvolvimento de artes para estamparia e acabamento das peças. Por oferecer apenas camisetas, não tem um cronograma de coleções definido, visto que as peças são produzidas conforme a demanda de vendas pelo site. O empresário é o atual gestor da marca A e quem desenvolve as estampas para as camisetas. Com a intenção de expandir sua atuação no mercado, criou uma segunda marca (B), com características diferentes da primeira, para oferecer um maior número de produtos a seus consumidores. Para que essa mudança pudesse acontecer de maneira eficaz, notou-se a necessidade da contratação de um profissional da área de design de moda para auxiliar no desenvolvimento da coleção, já que a marca B ofereceria peças mais elaboradas e diferenciadas que a primeira. Logo, notou-se que além dos produtos, os processos também precisariam ser modificados, pois para oferecer esta nova linha, a empresa precisaria desenvolver um planejamento de coleções, a fim de organizar o fluxo de informações e a produção dos produtos de ambas as marcas. Antes de qualquer tomada de decisão, seria necessário que as marcas tivessem um planejamento estratégico bem definido, porque segundo Honorato: Nenhuma empresa pode ter sucesso se não souber onde está, para onde quer ir e como vai chegar lá. Ou seja, é preciso

3 planejar, definir objetivos e determinar estratégias de como alcançálas (Honorato, 2004, p.57). Estas ações ajudariam a definir a identidade da marca B, que segundo Rigueiral (2002) é a mensagem que ela projeta de si mesma. Com as identidades bem definidas, cada marca teria seu conceito de produtos e isso facilitaria no desenvolvimento das coleções e na divulgação das mesmas, visto que as estratégias de marketing seriam especificamente planejadas para o público de cada uma delas. Após traçar o planejamento estratégico, a empresa precisa definir seus processos produtivos. Segundo Treptow (2003), a definição de todas as etapas a serem realizadas e seus responsáveis é essencial, desde as pesquisas até a comercialização, bem como público-alvo, a quantidade de peças na coleção, a distribuição das mesmas no mix de produtos, o cronograma, etc. Além de não possuir um planejamento de coleção, a empresa não trabalha com ficha técnica de produto. Isso gera problemas de comunicação entre os prestadores de serviço que trabalham na confecção das camisetas. Para Duarte e Saggese (2008), a ficha técnica deve conter todas as informações sobre o produto e acompanhar a peça desde a modelagem até o final da linha de produção, acrescentando-se informações necessárias a cada etapa, para que o fabricante possa calcular o custo final do produto. Entendendo o design como um instrumento utilizado para o desenvolvimento da inovação e qualidade, e uma das ferramentas estratégicas para a competitividade, é fundamental que o designer responsável pelo desenvolvimento de produtos trabalhe junto ao empresário, para auxiliá-lo na tomada de decisões e no planejamento dos processos. 3. Resultados Com a inserção do designer de moda dentro da empresa, foram detectados os pontos fortes e fracos da marca já existente e analisadas as ameaças e oportunidades que poderiam surgir com o lançamento da marca B. Após o diagnóstico, foi definido, junto à direção, o público-alvo da marca B e algumas estratégias de divulgação em redes sociais e no site da marca A. Com a definição do público, foi possível identificar a linguagem da marca e dos produtos que seriam oferecidos.

Além do planejamento estratégico, foi proposto um planejamento de coleção, em que foram apresentadas algumas ferramentas de projeto como: painel semântico para guiar o conceito da coleção (figura 1),

4 Além do planejamento estratégico, foi proposto um planejamento de coleção, em que foram apresentadas algumas ferramentas de projeto como: painel semântico para guiar o conceito da coleção (figura 1), cronograma de desenvolvimento de coleção (figura 2), ficha técnica de produto (figura 3). Figura 1: Painel semântico de conceito de coleção. Fonte: própria Figura 2: Cronograma de desenvolvimento de coleções proposto. Fonte: própria

5 Figura 3: Ficha-técnica de produto proposta. Fonte: Própria A princípio o empresário apresentou resistência às idéias, porém no decorrer do período de teste das propostas, percebeu a importância do planejamento estratégico e as possíveis soluções para problemas ocorridos na empresa. Isto fez com que ele se tornasse mais receptivo às idéias apresentadas pelo designer. Dentro do setor de produção, também foram notadas melhorias a partir do momento em que todas as ferramentas passaram a ser utilizadas. Isso possibilitou aperfeiçoar algumas etapas da produção, bem como diminuiu erros entre as fases de desenvolvimento e viabilização das peças. A definição dos conceitos de marca e coleção possibilitou o desenvolvimento de produtos coerentes, e a aplicação das ferramentas propostas permitiu o controle dos recursos e processos de produção, possibilitando prever e corrigir possíveis falhas. Percebeu-se, assim, que a inserção de um profissional de design de moda em uma indústria de confecção é fundamental, e que a aplicação do planejamento estratégico e operacional, mesmo que em uma empresa de pequeno porte, traz grandes vantagens para a mesma.

6 Referências DUARTE, Sonia; SAGGESE, Sylvia. Modelagem Industrial Brasileira. 4ª ed. Rio de Janeiro: Editora Guarda-Roupa, EHONORATO, Gilson. Conhecendo marketing. São Paulo : Manole, RIGUEIRAL, Carlota. Design & Moda: como agregar valor e diferenciar sua confecção. s.l. : IPT, TREPTOW, Doris Inventando Moda: Planejamento de coleção. Brusque, 2003.

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