Tropa de Elite - Polícia Civil Legislação Penal Especial Código de Defesa do Consumidor - Parte Criminal Liana Ximenes
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- Ana Luiza Monteiro Valgueiro
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1 Tropa de Elite - Polícia Civil Legislação Penal Especial Código de Defesa do Consumidor - Parte Criminal Liana Ximenes 2012 Copyright. Curso Agora eu Passo - Todos os direitos reservados ao autor.
2 Código de Defesa do Consumidor - Parte Criminal -Partimos do pressuposto de que existe uma vulnerabilidade do consumidor no mercado, portanto deve haver uma maior proteção para o mesmo. -A defesa do consumidor é uma necessidade que transcende interesses individuais, é um imperativo para o bom funcionamento da economia -Dada a relevância da proteção do consumidor foi promulgada a Lei 8078/90. -De uma visão liberal e individualista que se tinha, passamos a uma visão social. -Ao Estado coube portanto intervir nas relações de consumo, reduzindo o espaço da autonomia da vontade. -A proteção do consumidor não se restringe à seara civil ou administrativa, é também completada com medidas no âmbito penal, com a previsão de figuras criminais. -Tipos Penais no CDC: ARTS. 63 A 74 do CDC. -Bem juridicamente protegido -Crimes de perigo abstrato -Crimes de APP -Infrações de menor potencial ofensivo -Conceitos do CDC: Art. 2 Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Art. 3 Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Prof. Liana Ximenes 2
3 Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens, nos invólucros, recipientes ou publicidade: Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. 1 Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de alertar, mediante recomendações escritas ostensivas, sobre a periculosidade do serviço a ser prestado. 2 Se o crime é culposo: Pena Detenção de um a seis meses ou multa. -Esse crime se configura com a omissão por parte do fornecedor em destacar nas embalagens ou publicidade os riscos inerentes ao produto e que não estão evidentes. Sujeito Ativo: Fornecedor(vendedor, produtor) Sujeito passivo: Coletividade e o consumidor Bem juridicamente tutelado: -Diretamente: o direito à informação nas relações de consumo. -Indiretamente: a vida, a saúde e a segurança das pessoas -Elemento subjetivo: Dolo -Consumação: Ocorre com a mera omissão -Tentativa: Não cabe, pois trata-se de crime omissivo próprio. Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. Prof. Liana Ximenes 3
4 Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. -A tutela penal deriva da obrigação civil estabelecida no CDC: Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. 1 O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários. 2 Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço. -Sujeitos -Conduta: Trata-se de crime omissivo próprio. A conduta do parágrafo único também é omissiva. -Elemento subjetivo: dolo -Consumação -Tentativa -Bem juridicamente tutelado -Elementos normativos do tipo: O parágrafo único contém o elemento normativo do tipo imediatamente. Prof. Liana Ximenes 4
5 Art. 65. Executar serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de autoridade competente: Pena Detenção de seis meses a dois anos e multa. Parágrafo único. As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à lesão corporal e à morte. -Sujeitos -Conduta: -Elemento subjetivo -Consumação: Com a prática da ação. Trata-se de crime de mera conduta. -Tentativa Prof. Liana Ximenes 5
6 Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços: Pena - Detenção de três meses a um ano e multa. 1º Incorrerá nas mesmas penas quem patrocinar a oferta. 2º Se o crime é culposo; Pena Detenção de um a seis meses ou multa. -Sujeitos -Conduta: Fazer afirmação falsa ou enganosa e omitir informações -Tentativa: EX: Agente que vende produto diverso do anunciado. Prof. Liana Ximenes 6
7 Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva: Pena Detenção de três meses a um ano e multa. Parágrafo único. -Norma penal em branco: Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 1 É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. 2 É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. 3 Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado essencial do produto ou serviço. 4 (Vetado). -Sujeito Ativo: o profissional que faz a publicidade abusiva ou enganosa ou que a promove -Sujeito Passivo -Conduta Prof. Liana Ximenes 7
8 -Consumação: Com a veiculação da publicidade. É crime formal -Tentativa -Obs: O crime do art. 67 do CDC é crime de perigo abstrato, punindo a enganosidade potencial. Já o crime do art. 7, VII da lei 8137/90 é crime material, devendo haver induzimento a erro. Ex: Agente que usa nome igual ao de instituição de ensino, para fazer publicidade por correspondência. Art. 68. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa a sua saúde ou segurança: Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa: -Norma Penal em branco: Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 1 É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. 2 É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores Prof. Liana Ximenes 8
9 ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. -Sujeitos -Conduta -Elemento Subjetivo -Consumação: Crime formal -Tentativa Art. 69. Deixar de organizar dados fáticos, técnicos e científicos que dão base à publicidade: -Sujeitos -Conduta: Deixar de organizar -Elemento subjetivo -Consumação -Tentativa Art. 70. Empregar na reparação de produtos, peça ou componentes de reposição usados, sem autorização do consumidor: Pena Detenção de três meses a um ano e multa. Art. 21. No fornecimento de serviços que tenham por objetivo a reparação de qualquer produto considerar-se-á implícita a obrigação do fornecedor de empregar componentes de reposição originais adequados e novos, ou que mantenham as especificações técnicas do fabricante, salvo, quanto a estes últimos, autorização em contrário do consumidor. Prof. Liana Ximenes 9
10 -Especial em relação aos artigos 171 e 175 do CP. -Sujeito ativo: -Sujeito Passivo: -Conduta:Empregar(Fazer uso de, utilizar, aplicar) -Causa supralegal de exclusão da antijuridicidade: Se houver acordo prévio entre fornecedor e consumidor, inexiste crime -Elemento Subjetivo -Consumação: Com a entrega ao consumidor do produto reparado, independentemente de prejuízo. -Tentativa: Trata-se de crime de perigo abstrato. Art. 71. Utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça, coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas incorretas ou enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor, injustificadamente, a ridículo ou interfira com seu trabalho, descanso ou lazer: Pena Detenção de três meses a um ano e multa. -Sujeito ativo: Fornecedor que efetue a cobrança -Sujeito passivo: -Conduta: -Elemento Subjetivo: -Consumação: com a cobrança da dívida empregando procedimento abusivo -Tentativa: Prof. Liana Ximenes 10
11 Art. 72. Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros: Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa. -Sujeito ativo: qualquer pessoa que exerça o controle das informações -Sujeito Passivo -Conduta -Elemento Subjetivo -Consumação: com o mero impedimento, independente de resultado danoso. É crime de mera conduta. -Tentativa: Não cabe Prof. Liana Ximenes 11
12 Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata: Pena Detenção de um a seis meses ou multa. Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes. 3 O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas. 5 Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. -Sujeito ativo: pessoa responsável pela correção do cadastro -Sujeito passivo: -Conduta: -Elemento Subjetivo: Dolo direto e dolo eventual -Consumação: Com a omissão da correção da informação -Tentativa: Não se admite Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificação clara de seu conteúdo; Pena Detenção de um a seis meses ou multa. Prof. Liana Ximenes 12
13 -Garantia Legal: prevista no art.24 do CDC, prescinde de termo expresso e não pode ser afastada por cláusula contratual. Decorre de lei. -Garantia Contratual: Prevista no art.50 do CDC e complementar à legal. -Sujeito Ativo: -Sujeito Passivo: -Elemento Subjetivo: Dolo -Consumação: com a mera omissão na entrega -Tentativa: Prof. Liana Ximenes 13
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