Faculdades Integradas de Taquara
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- Manuel Nunes Bandeira
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1 AUDITORIA OPERACIONAL NAS AÇÕES DE CAPACITAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DO ENSINO FUNDAMENTAL DA REDE PÚBLICA ESTADUAL Ana Paula Bueno Camargo Ana Paula Coelho Brocker Alessandro Ludiere Faiz Daiana Cristina Brodbeck Glasimone dos Santos Jairo Muniz Leonardo Hennemann Monique Marques Moraes Tamara Ramona Kern Tiago Rafael Lucas RESUMO A auditoria realizada objetivava verificar a eficácia das capacitações oferecidas aos professores de ensino fundamental da rede estadual, no período de Sendo compreendido de que as capacitações não eram padronizadas, e que eram ofertadas por diversos órgãos, como secretarias de educação, coordenadorias, escolas entre outros. Deste modo a informação obtida pela secretaria de educação não era adequada quanto aos gastos realizados e o impacto pedagógico. Recursos Alocados à Ação As ações de capacitação ofertadas pela Secretária da Educação, entre , foram apurados gastos em recursos superiores à R$ 9,3 milhões, sendo que parte desses recursos foram para ensino médio, não havendo uma separação orçamentária entre investimentos em ensino fundamental e médio. O que o TCE avaliou O TCE avaliou planejamento, coordenação e implementação das ações de formação continuada, além do controle, monitoramento e a avaliação das ações desenvolvidas pela Secretaria da Educação Estadual.
2 Por que foi avaliado Atualmente com a tecnologia e informação que temos em nosso alcance, o professor deve estar se aperfeiçoando continuadamente. Tendo esta visão os governantes devem focar na profissionalização de qualidade dos professores de ensino público. Como se desenvolveu o trabalho Identificaram os aspectos que compunham o processo de gestão, ou seja, o planejamento da ação, a organização e estrutura. Os principais procedimentos de auditoria adotados foram: entrevistas com os responsáveis das ações, pesquisas, consultas a legislação, revisão bibliográfica, e consultas aos portais temáticos da internet. O que o TCE encontrou: Deficiência no planejamento e execução das ações de capacitação: Planejamento e a execução das ações de capacitações, onde muitas vezes os cursos não condizem com as necessidades dos professores e as escolhas eram feitas pelo critério de simples adesão. Ausência de normatização que estabeleça diretrizes, objetivos e metas para ações de capacitação continuada de professores: Verificou-se a falta de normatização das ações de capacitação continuadas de professores, na qual um Plano de Educação enviado pelo Poder Legislativo não foi apreciado até a data da auditoria e o Poder Executivo não enviou outro projeto de Lei, assim o Departamento Pedagógico da SE promovia capacitações sem normas e técnicas. Inexistência de processo estruturado/coordenado das ações de capacitação: A consecução dos cursos de capacitação não tinha um processo padronizado/ ordenado, onde não havia registros completos das capacitações e dos professores qualificados. Muitas vezes eram realizados
3 diretamente pelas escolas sem a supervisão dos conteúdos aplicados, dos professores qualificados e dos custos. Deficiência na divulgação das capacitações oferecidas: Enquanto que para alguns cursos a divulgação mostrava-se eficiente, para outros pode se dizer que não atendia adequadamente as necessidades do programa. Nem sempre havia divulgações das capacitações realizadas, enquanto que para outras as informações eram disponibilizadas intempestivamente. Constatouse que as divulgações das capacitações sofriam reflexo da falta de articulação entre escolas, as CRES e a Secretaria da Educação, assim como da ausência de processo padronizado / ordenado que normatizasse o fluxo de divulgação. Inexistência de procedimentos e rotinas formalmente estabelecidas e de amplo conhecimento acerca da escolha do professor para participar de capacitação: verificou-se que não existiam procedimentos e rotinas formalmente estabelecidas para a escolha e forma de participação dos professores nas capacitações, conforme relatos colhidos em entrevistas não estruturadas com responsáveis pelo Departamento Pedagógico da SE. Em síntese, ficou evidenciado que inexistia critério formalmente estabelecido para escolha dos capacitando, bem como não havia canal adequado de escuta dos professores acerca das suas necessidades, que permitisse direcionar os cursos de capacitação de acordo com as carências existentes. Deficiência de suporte (incentivos e condições) para a participação nas capacitações: detectou-se que o suporte administrativo de Secretaria para viabilizar a participação dos professores nas capacitações era deficiente. Muitas vezes o professor tinha que arcar com as despesas de deslocamento e alimentação. Destaca-se também que 40% pedagógicos consultados afirmam que a múltipla jornada de trabalho dos professores dificultava a
4 participação em cursos de capacitação. Em parte, pode se afirmar que essa deficiência reflete a insuficiência de recursos financeiros para a educação. Ausência de banco de dados formal e informatizado que identifique os professores que receberam capacitação: Inexistia um banco de dados contendo informações sobre os cursos e treinamentos realizados pelos professores do ensino fundamental da rede estadual de ensino. Na inconsistência das relações de professores capacitados fornecidas pela SE à equipe de auditoria, que em diversas oportunidades apresentou listas contendo nomes de profissionais de áreas diversas ao magistério, com o pressuposto que fosse professor. Deficiências na Avaliação e monitoramento das ações de capacitação: No que se refere à avaliação e ao monitoramento das ações de capacitação, foram identificadas as seguintes oportunidades de melhoria. Ausência de clareza e objetividade na previsão e execução dos gastos com capacitação: Os gastos efetuados para a consecução dos cursos de capacitação não eram identificados de forma clara, impossibilitando a mensuração com exatidão. Inexistência de um sistema de custos: Constatou-se outra ineficiência de gestão que é a inexistência de um sistema de custos com parâmetros bem definidos e custo padrão. Isso impede que a instituição tenha um controle de que os recursos estão sendo devidamente empregados, com economicidade e eficiência na alocação dos recursos gastos pelo Órgão. Monitoramento insuficiente, assistemático e com baixa qualidade: Não existiam informações gerenciais administrativas no que envolve as ações e atividades de aperfeiçoamento dos professores, sendo impossível avaliar os resultados dessas ações e o reflexo em sala de aula. Não havia prestação
5 das ações de capacitação e não se sabia quanto à utilização dos recursos humanos. Concluiu-se em entrevistas e grupos focais que a Secretaria de Educação não tinha informações gerencias tempestivas, fidedignas e relevantes e consistentes para a tomada decisão, dificultando a obtenção da economicidade, eficiência, eficácia e efetividade nas ações de formação continuada dos professores de educação estadual. Não há esse monitoramento porque não existe um setor responsável que acompanhe todas as ações. Deficiências dos indicadores de desempenho: Constatou-se a não utilização dos indicadores de desempenho pela Secretaria de Educação, com a finalidade de comparação com as metas preestabelecidas. Não era possível nenhum tipo de avaliação e controle das ações pela falta de informação administrativa. Percepção do beneficiário quanto ao impacto dos treinamentos Segundo a avaliação com os professores que receberam o beneficio de fazer os cursos de aperfeiçoamento, a grande maioria diz utilizar o que aprendeu nos cursos em seu trabalho, e que seu trabalho melhorou muito, e que passou a planejar de maneira melhor suas aulas. Ou seja, através da pesquisa, conclui-se que o curso foi útil e de grande proveito para os beneficiários. O que pode ser feito para melhorar o desempenho da ação O TCE-RS indicou diversas oportunidades de melhoria, tais como: centralizar o comando de ações de capacitação para o Departamento Pedagógico da SE, a fim de controlar periodicidade de cursos, eficiência e programação antecipada para poder realizar os cursos; Implantar processo estruturado, mecanismos de articulação entre SE, CREs, escolas e professores; Delinear e definir procedimentos e critérios objetivos; Elaborar cronograma de capacitação, regionalizar os cursos a fim de reduzir custos; Controle de professores/gestores que realizaram o aperfeiçoamento;
6 Gerenciamento e controle de gastos; Implementar sistemática de utilização efetiva de relatórios periódicos. A fim de facilitar o procedimento para melhorar o desempenho, o TCE-RS elaborou fórmulas onde se obtém gasto médio por professor capacitado, percentual de gastos com capacitação em relação ao total de gastos com educação, percentual de professores capacitados em relação à meta, e, percentual de professores capacitados em relação a demanda por capacitação. Benefícios da implementação das recomendações do TCE Este trabalho de Auditoria Operacional para a Secretaria da Educação Estadual proporcionou algumas recomendações para assim buscar as devidas ações de capacitação continuada de professores de ensino fundamental da rede pública estadual, bem como criar condições para o exercício do controle social. Os principais benefícios são: Melhorar o serviço disponível em termos quantitativos e qualitativos e o que diz respeito à capacidade de promover resultados. Aperfeiçoar a gestão para ocorrer maior satisfação dos professores. É relevante o funcionamento de banco de dados informatizados para controle de custos e suporte no planejamento de novas capacitações. Também com a correta informação de gastos de capacitação realizada, agilizará o processo de gestão e maior transparência. Efetivar o processo de monitoramento e de avaliação sistemático para contribuir na tomada de decisão quanto a educação e formação dos professores. Dispor dos indicadores para acompanhar o desempenho do ensino fundamental. Decisão TCE Com o propósito de facilitar o procedimento para melhorar o desempenho, o TCE-RS elaborou fórmulas onde se obtém gasto médio por professor capacitado, percentual de gastos com capacitação em relação ao total de gastos com educação,
7 percentual de professores capacitados em relação à meta, e, percentual de professores capacitados em relação à demanda por capacitação. Sendo assim, conclui-se que o trabalho de auditoria operacional para a Secretaria da Educação Estadual adaptou algumas recomendações para assim buscar as devidas ações de capacitação continuada de professores de ensino fundamental.
Brasília, 04/04/2013
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