LESSA E A PERSPECTIVA HISTÓRICO-ONTOLÓGICA COMO PERSPECTIVA CIENTÍFICO-FILOSÓFICA DO PROLETARIADO

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1 LESSA E A PERSPECTIVA HISTÓRICO-ONTOLÓGICA COMO PERSPECTIVA CIENTÍFICO-FILOSÓFICA DO PROLETARIADO Estevam Alves Moreira Neto Introdução De acordo com Mészáros (2000, 2007) vivemos uma crise sui generis: em vez de pulsos destrutivos, como na crise de 1929, temos um continuum. Em outras palavras: é uma crise de ordem estrutural do sistema do capital, pois a forma na qual este vem se reproduzindo é caracterizado por uma produção destrutiva. Dessa maneira, a sociabilidade humana passa pela maior ameaça a sua existência em toda a história, pois tal crise estrutural tem revelado os limites de sobrevivência da humanidade no atual sócio-metabolismo. Assim sendo, o cérebro dos vivos vem sendo assombrado pela exigência de soluções a respeito desses problemas fundamentais. Infelizmente, o capital permeou de tal forma a vida cotidiana que as lições que vem sendo tiradas, em sua maioria, têm gerado respostas teórico-práticas as mais fetichizadas e reificadas. Neste contexto de respostas superficiais aos problemas radicais nos quais vivemos, o livro Trabalho e Proletariado no Capitalismo Contemporâneo de Sergio Lessa é tão bem-vindo. Nesta obra o autor procurar demonstrar a validade do pensamento marxiano através do prisma interpretativo instaurado pelo último Lukács - na análise da relação capital/trabalho na forma do tardo capitalismo. Os mais diversos interpretes deste período, a partir de suas analises das reestruturações produtivas ocorridas, anunciaram com mais variados toques de trombeta (tanto de tom neoliberal, quanto de tom dos ditos de esquerda) o fim da sociedade do trabalho e, logo, do proletariado como a classe revolucionária 1. Lessa demonstra corretamente que a não compreensão histórico- Licenciado em Ciências Sociais pela UFAL. Mestrando em Ciências Sociais, linha 3, da Unesp-Marília. estevam@gmail.com. 1 O fato de que as ciências sociais burguesas não consigam superar uma mesquinha especialização é uma verdade, mas as razões não são as apontadas. Não residem na vastidão da amplitude do saber humano, mas no modo e na direção de desenvolvimento das ciências sociais modernas. A decadência da ideologia burguesa operou nelas uma tão intensa modificação, que não se podem mais relacionar entre si, e o estudo de uma não serve mais para promover a compreensão de outra. A especialização mesquinha tornou-se o método das ciências sociais. (Lukács, 1968, p. 63) Lukács define a ciência como (...) o procedimento histórico da consciência, o qual transforma o ser. Deixe-me explicar com maior profundidade: ninguém está ameaçando a objetividade do objeto. É

2 ontológica da centralidade do trabalho foi o que fez (e ainda faz) com que as especificidades entre trabalho concreto e o trabalho abstrato (produtivo/improdutivo) não fossem apreendidas corretamente Objetivo Nossos objetivos específicos são demonstrar: 1) indicaremos que a natureza ontológica da obra marxiana não é consenso na tradição marxista e, a partir disso, rastrearemos os determinantes históricos que impediram a apreensão do arcabouço teórico-metodológico marxiano como uma ontologia racional; 2) que a perspectiva histórico-ontológica proposta por Lessa a partir do Lukács maduro é a mais adequada para o resgate do pensamento de Marx; e, finalmente, 3) que as mudanças causas pela reestruturação produtiva, que levaram alguns dos novos assalariados fora do núcleo industrial a contribuírem no processo de acumulação de capital, através de extração de mais-valia, não assumiram o lugar do agente social revolucionário, o proletariado. Dessa maneira, o objetivo geral de nossa exposição é explicitar os lineamentos histórico-filosóficos que garantem a inteligibilidade interna da tradição inaugurada por Marx, principalmente em sua dimensão ontológica, pois pensamos que qualquer reflexão situada sob as coordenadas da tradição marxista, por mais específica que seja, deve estar sempre condicionada pela centralidade do trabalho e sua direta articulação com a categoria da totalidade. Assim sendo, apresenta a questão de definir Marx como o fundador de uma perspectiva radical e revolucionária de fazer ciência e filosofia 2. Só desnecessário dizer que a objetividade é totalmente independente do sujeito. Ela existe e se desenvolve de acordo com sua lógica, a qual independe da vontade, aspirações, desejos, boa vontade ou das limitações do homem. A explicação do capitalismo de Marx é cientifica porque clarifica a lógica em que o sistema se move e desenvolve-se independente da bondade ou má-vontade dos indivíduos capitalistas. Ciência significa o fim do antropomorfismo, é o reflexo da realidade objetiva. Mas este reflexo não é apenas um simples fato vivido: a contribuição do homem é essencial. Nesse sentido, ciência não tem nada de absoluto, de impessoal. É um produto histórico, produzida por indivíduos operantes na história. Antes de Marx, Hegel já havia reconhecido que os homens literalmente autoconstruíam por si próprios suas atividades produtivas. As categorias cientificas não são imutáveis, como os positivistas e os nepositivistas acreditavam ou ainda acreditam; elas também estão amarradas ao desenvolvimento histórico (...) [A desantropomorfização da ciência e a teorização da auto-construção histórica dos indivíduos E. M.] só é contraditória para um ponto de vista não dialético ou para um realismo ingênuo. O caráter histórico da ciência, descoberto pelo Marxismo, faz dela um empreendimento em sentido completo e um potencial instrumento para libertação. (Ferrarotti, 1989, p. 214) 2 O componente cientifico no Marxismo é fornecido pelo uso da dialética, sem dogmatismo ou conceitos metafísicos e pela sua característica habilidade de captar, pelos fundamentos de sua própria teoria geral, o ponto de vista da totalidade, em contraposição às aproximações setoriais e parciais das ciências burguesa,

3 assim, acreditamos que as questões postas pela problemática da reestruturação produtiva, como também do proletariado como classe revolucionária, possam ser adequadamente resolvidas. Metodologia Como em qualquer outro pensador, entendemos que ao nos debruçarmos sobre a análise da questão do trabalho, como também do proletário como classe revolucionária, em Marx, é necessário demonstrar alguns princípios metodológicos fundamentais: 1) a busca de sua gênese histórico-ontológica do objeto, isto é, o rastreamento de quais eram as condições, as possibilidades e as exigências existentes na realidade objetiva que lhe deram origem. Isto porque, não obstante toda a sua autonomia que é sempre relativa, não há nenhuma ideologia inocente (Lukács, 1968), ou seja, que as idéias são momentos da totalidade social, com funções especificas na reprodução do ser social. 2) a identificação da função social que estas idéias exercem. Se elas exercem influência na reprodução do ser social, é preciso perguntar contra quem e contra o que e em favor de quem e de que essas idéias são gestadas. Isto porque, como explicitamos anteriormente, as idéias não são puros complexos. Explícita ou implicitamente, direta ou indiretamente, com consciência maior ou menor por parte dos seus autores, elas estão profundamente inseridas no processo histórico-social. 3) a leitura imanente da obra em questão, isto é, captar se o autor desenvolve uma teoria de coerência interna e com reconhecimento da prioridade ontológica do objeto, no mesmo sentido seguido por a qual é, certamente, uma falsa ciência. A única ciência verdadeira é fundada na totalidade. (Ferrarotti, 1989, p. 213) Tenho sempre me questionado sobre qual relação existe entre sociologia, filosofia, economia e história. Este relacionamento é importante e é preciso a todo o momento que seja mantido vivo. Se o sentido desta relação for perdido e uma se limitar ao discurso de uma aproximação interdisciplinar na pesquisa sociológica, acredito que não pode evitar em cair numa posição de fragmentação tecnicista (...) Como se pode entender uma sociedade sem tomar sua estrutura econômica em consideração? A sociologia não pode ser uma ciência independente. Não é possível se estudar uma sociedade em pequenas partes (...) É necessário entender como a fragmentação das ciências sociais foi possível. Talvez se devesse tentar recompor suas unidades. Aqui, existe uma precisa tradição burguesa que é possível identificar historicamente sem qualquer dúvida. Acredito que esta tradição burguesa falsifica ao levar a especialização a ponto de separar as ciências. As ciências particulares não são mais capazes de entender a sociedade como um todo unitário; elas tornaram-se instrumentos de mistificação. (Ferrarotti, 1989, p. 208)

4 Marx, pois só assim não se faria uma teoria para especular sobre o mundo, mas sim para transformá-lo 3. Resultados A leitura de que em Marx exista uma ontologia não é questão de ponto pacífico. Em primeiro lugar pelo caráter especulativo freqüentemente ligado à tradição da reflexão ontológica. Primeiro, devido a tradição de ontologias de caráter idealista algumas racionais, outras não - que vão de Aristóteles na Antiguidade, passando Tomás de Aquino na Idade Média e Hegel no início da Modernidade, até chegar a Heidegger na contemporaneidade. Segundo pela tendência gnoseológica, própria do (neo)positivismo e do irracionalismo pós-moderno, que hiperdimensiona o sujeito mesmo quando busca negá-lo. Terceiro, pelo sociocentrismo, que tão preocupado em não atribuir uma natureza fixa ao homem, termina por dissolver a natureza nas relações sociais, ou seja, os homens pensam e fazem o que querem da natureza, não tendo esta, portanto, mais uma existência autônoma. Por último, pela perspectiva de colocar a práxis (unidade entre objeto/causalidade e sujeito/teleologia, onde o primeiro é o momento predominante ) como o núcleo da problemática do marxismo dissociada de sua fundamentação concreta no metabolismo entre o homem e a natureza: sendo o trabalho como ato mediativo entre esses dois momentos. Assim, a afirmação contrária a uma ontologia marxiana pode ser encontrada nas leituras mais diversas entre si dentro da própria tradição marxista 4. 3 (...) Sem uma teoria geral da sociedade e o Marxismo é ainda hoje a única teoria geral da sociedade genuína que temos estes movimentos não podem ser interpretados corretamente. (Ferrarotti, 1989, p. 208). Logo, (...) para o marxismo, em última instância, não há, portanto, uma ciência jurídica, uma economia política e uma história etc. autônomas; mas somente uma ciência histórico-dialética, única e unitária, do desenvolvimento da sociedade como totalidade. (Lukács, 2003, p. 57) Não pode existir nenhuma política revolucionária sem uma análise cientifica preliminar que tenha referencial estruturado em uma teoria geral da história e da sociedade. Para o movimento revolucionário de hoje, esta é a demanda de maior urgência (...) A meu ver, em Marx a concretização da pesquisa sempre depende da e vem depois da teoria geral. Assim, o cientista e o político ajudam um ao outro. (Ferratori, 1989, p ). 4 Sobre o termo tradição marxista cabe observar: no sentido político podemos falar em marxismo, já que o objeto a revolução é o mesmo. Mas cientificamente não, pois existem as mais divergentes interpretações sobre a teoria e método de Max. Por isso, ser necessária a distinção entre pensamento marxiano, o que Marx escreveu, e tradição marxista, o que foi interpretado e feito em seguida. Daí podermos falar mesmo em marxismos e não somente tradição marxista.

5 Para Althusser (2002:52), destacado entre outras coisas por sua concepção na qual os fenômenos ideológicos são contrapostos à ciência, qualquer lineamento ontológico é visto como impostura e pretensão teórica, obstáculos epistemológicos provenientes da ideologia do humanismo teórico. Mesmo para alguns críticos de Althusser e da dualidade materialismo histórico/materialismo dialético, como Benoit (2003:19), a tentativa de encontrar uma ontologia na obra de Marx é algo incongruente do ponto de vista conceitual, pois qualquer determinação ontológica estaria associada à metafísica. Apesar de paradoxais, tais posturas anti-ontológicas são fruto do processo de divulgação e desenvolvimento posterior do pensamento marxiano, que veio a se constituir na denominada tradição marxista, a qual mesmo produzindo significativos avanços históricos, importou também condicionada determinações histórico-sociais especificas, numa série de deformações teóricas provocadas pela importação de elementos, os mais diversos e alheios, à essência da obra marxiana. Caso típico foi o do denominado marxismo da Segunda Internacional, que além de subestimar a função da consciência na constituição do ser social apresentou uma conceituação sociológica de ideologia como sendo uma concepção de mundo, ou seja, existiria uma ideologia burguesa e outra proletária, o que é bastante problemático por sua simplicidade. Pois, se é verdade que a ideologia dominante na sociedade é a da classe dominante, não é correto atribuir distorção ideológica apenas à manipulação das ideações pelos detentores do poder. As limitações ideológicas derivam, também, do fetichismo da mercadoria e da reificação, provenientes da propriedade privada e divisão social do trabalho, da propriedade privada. O determinismo reducionista da Segunda Internacional, que quase naturalizava as leis da sociedade, estava associado a uma postura de negligenciar os aspectos filosóficos presentes na obra marxiana. Tal tendência, além de atrofiar o arcabouço marxiano, tornou marginais as efetivas contribuições de pensadores ortodoxos (críticos e criativos) como Lênin, Trotsky, Rosa, Gramsci e Lukács. Frente ao engessamento do marxismo como filosofia de Estado pela vulgata da burocracia stalinista e a criação de uma escolástica laica pessimamente denominada de marxismo-leninismo, bifurcada em materialismo dialético e materialismo histórico, a teoria revolucionária inaugurada por Marx e Engels retrocedeu e voltou a ser materialismo mecanicista, chegando ao ponto de tornar-se folclore e religião.

6 A problemática ontológica, como aspecto essencial da obra de Marx, é posta definitivamente 5 por Lukács quando este termina sua Estética na década de 60 e, antes de iniciar sua projetada Ética, empreende, num esforço que consumiu aproximadamente seus últimos oito anos de vida, a produção de sua Para um Ontologia do Ser Social como uma ampla introdução à citada Ética. Pois, é a partir desses princípios luckasianos que acreditamos poder resgatar o caráter mais genuíno do pensamento marxiano. Caráter histórico-ontológico, este, que nos permitirá afirmar que o arcabouço teórico, instaurado por Marx, alcançou o patamar mais elevado de conhecimento científico-filosófico até os nossos dias. Que sua estrutura teórico-metodológica, por ser a que melhor apreende as determinações da realidade, é o melhor instrumento para explicitar as possibilidades de transformação do mundo de forma radical e revolucionária. Como será explicitado ao longo de nosso texto, o termo radical no seu sentido marxiano mais preciso significa a busca da raiz dos problemas humanos nas relações estabelecidas pelos próprios seres humanos. Revolucionário, porque, a partir da raiz, explicita a capacidade e a necessidade de transformar a realidade (Marx, 2005). Logo, qualquer tentativa de restituir o caráter radical e revolucionário do pensamento de Marx tem que apreender a sua relação com as exigências, as possibilidades e os limites do mundo em que foi desenvolvido seu arcabouço teórico-metodológico. E só assim, restabelecer sua capacidade de desvelar os nexos mais essenciais de apenas os seres humanos tornarem-se precisamente o que são e de superarem a forma social atualmente existente. Dessa maneira, tem-se como finalidade a captura dos determinantes objetivos e subjetivos que levaram o nosso autor a tal engajamento teórico-prático e, conseqüentemente, a romper, a conservar e a elevar as formas de pensamento que foram desenvolvidas anteriormente a ele. Logo, para compreendermos o que fundamenta a revolução teórica promovida por Marx, ou seja, a instauração de uma nova e radical concepção de mundo e seu estatuto científico-filosófico é imprescindível a análise, ainda que rápida, de três pilares: 1) a perspectiva de classe assumida, 2) a superação dos legados greco-medieval e moderno e 3) a postura histórico-ontológica desse autor (Chasin, 1995; Tonet, 2004, 2005; Lessa, 2007). Primeiramente, a humanidade para sobreviver e reproduzir tem que garantir, antes de 5 Lênin, nos Cadernos Filosóficos, e Gramsci, nos Cadernos do Cárcere, já haviam apreendido a perspectiva ontológica do pensamento de Marx (Gramsci ainda que permeado do idealismo hegelo-

7 qualquer coisa, os bens necessários para tais necessidades vitais. E a forma na qual ela satisfaz essas objetivos é através da transformação da natureza, por isso a esfera econômica possui tamanha importância no surgimento e desenvolvimento das relações sociais. Assim, na sociedade de classes capitalista, a burguesia (que está dotada da posse dos meios de produção e, assim, pode estabelecer a exploração do trabalho daqueles que são despossuídos) assumiu a personificação do capital. Já a classe proletária (colocada na posição de produtora da riqueza social, mas não possui o controle efetivo do processo de reprodução social), possui o estatuto histórico-ontológico de personificação do trabalho. Como podemos observar, é o local que ocupam na estrutura do processo produtivo que é o critério histórico-ontológico decisivo em última instância na determinação do ser das classes sociais. É nele, portanto, que estão delimitadas as potencialidades históricas e os interesses objetivos que forjam o horizonte ideo-político de cada classe envolvida. Dessa maneira, o ser histórico das classes nem é apenas conseqüência do lugar que ocupam no processo de produção e reprodução das sociedades da pré-história da humanidade (Marx e Engels, 2007), nem é apenas uma decorrência da esfera ideológica, mas sim uma síntese de múltiplas determinações (Marx, 1980) dos complexos sociais envolvidos. Desta maneira, são esses condicionantes que estabelecem a classe proletária como aquela que está dotada historicamente da possibilidade de instaurar uma forma de sociabilidade para além do capitalismo e do capital. Em outras palavras: é a classe que, a partir de sua localização no processo produtivo (classe em-si), está oposta diretamente em conflito com a classe burguesa e que, ao longo dos conflitos históricos interclassitas, terminaria por tomar consciência da sua posição no controle do processo de reprodução sócio-metabolico da sociabilidade capitalista e, assim, elaboraria o projeto no qual assumiria em suas mãos a missão histórica (classe para-si) de instaurar uma ordem social fundamentada no trabalho associado, isto é, livre e consciente o comunismo. Clarificando mais ainda a questão: ao contrário da burguesia, que ao longo do processo revolucionário passou a estabelecer como universais os seus interesses particulares e ascender à classe dominante; a classe trabalhadora, ao ser explorada diretamente pela burguesia (ao ponto de tornar-se mercadoria), terminar por adquirir a dimensão de expressar as necessidades mais gerais da humanidade e, logo, os seus interesses particulares terminam também por expressar os interesses universais do gênero humano. croceano), mas devido à morte prematura de ambos e a predominância da leitura de cunho positivista da Internacional, não puderam torna tal descoberta hegemônica.

8 Desta forma, para poder superar a sua degradação como classe deverá libertar toda a humanidade desta mesma divisão classista. Nesta perspectiva, o prisma analítico marxiano, por estar expressando o ponto de vista da classe trabalhadora, é levado a desenvolver um arcabouço teórico-metodológico que configura a nova e radical concepção de mundo exigida por essa classe revolucionária. Portanto, não podemos aceitar a concepção de que as idéias são apenas puras abstrações, mas ao contrário, são momentos da totalidade histórico-ontológica, com funções muito precisas na reprodução da sociabilidade. Para erigirmos uma nova sociabilidade é imprescindível, antes de tudo, a crítica dos pressupostos que fundamentam o agir e o pensar da classe conservadora. É preciso perguntar contra quem e o que e em favor de quem e de que essas idéias são elaboradas. E, paralelamente, instaurar um novo estatuto teórico-prático que apreenda o mundo pela raiz, demonstrando que a humanidade constrói a realidade social, e também é construída por ela, dentro de limites historicamente determinados. Somente dessa forma é possível ultrapassar os limites impostos pela propriedade privada e pelo capital. A classe trabalhadora pode e deve exigir a superação do fetichismo produzido pela ordem do capital, que oculta a raiz dos problemas histórica e socialmente produzidos. Em segundo lugar, mas não menos importante, é necessária a identificação de como nosso autor estabeleceu o diálogo com seus antecessores e contemporâneos. O que é de suma importância para compreendermos o terceiro momento. Para que Marx pudesse desenvolver sua perspectiva, houve a necessidade da crítica aos dois grandes paradigmas existentes, o greco-medieval e o moderno. No primeiro caso, é estabelecida uma perspectiva ontológica de caráter metafísico, cujo mundo era constituído dentro de uma disposição hierárquica e inalterável e ao homem possuía uma essência fixa e, logo, uma posição passiva: cabia a ele reconhecer a leis dadas por essa realidade e agir de acordo com elas. Ou seja, ocorre um hiperdimensionamento da posição do objeto e uma conseqüente atrofia do papel do sujeito. No segundo caso é desenvolvida uma perspectiva gnoseológica, centrada no sujeito, cuja lógica do mundo está posta e que cabe ao homem buscar desvelá-la para sua intervenção. Mas como nesta perspectiva o homem ainda possui uma natureza, uma essência fixa (egoísta, do proprietário privado), esta termina por estabelecer limites a capacidade do homem conhecer o mundo e, logo, intervir radicalmente no mundo. Assim, aparente posição ativa diante da realidade é restrita aos fenômenos imediatos, aquilo que pode ser

9 mensurável 6. Dessa maneira, ambas as perspectivas compreendem o mundo de forma unilateral. Isso acontece porque as imaturidades do mundo e do ser social impedem o reconhecimento da conexão ontológica entre a objetividade e a subjetividade 7, ou seja, a determinação da radical historicidade da sociabilidade humana. E é no terceiro momento em que Marx, ao apreender as questões de interesse material, a partir da análise de como se dão as relações humanas em suas atividades empiricamente verificáveis, desvela o efetivo ponto de partida e fio condutor para apreensão da gênese e devir da humanidade e suas possibilidades de transformação revolucionária: o ato do trabalho. É o desvelar deste ato que se edifica a crítica feita as duas abordagens anteriormente referidas, principalmente à burguesa, por ser o capitalismo a forma social vigente, que Marx abre as portas para uma nova e radical perspectiva de conhecer e transformar o mundo. Para Marx (2004, 2002) o trabalho é o momento fundante do ser social, pois é a partir da análise deste ato - responsável pela mediação entre a natureza e a sociedade - é que Marx pôde demonstrar porque ele, em primeiro lugar, atende à necessidade primeira de toda sociabilidade: a produção dos meios de produção e de subsistência sem os quais nenhuma vida social poderia existir. Em segundo lugar, porque o faz de tal modo que já apresenta, desde o seu primeiro momento, aquela que será a determinação ontológica decisiva do ser social: ao transformar o mundo natural, os seres humanos também transformam a sua própria natureza, o que resulta na radical unidade entre historicidade e sociabilidade na humanidade (Lessa, 2002, 2007). Explicitando melhor a questão: Marx ao desvelar o trabalho como o ato ontológico-primário que estabelece a síntese entre subjetividade/teleologia e objetividade/causalidade, sendo o momento predominante (Lukács, 1981) o segundo, evidencia assim a categoria da práxis como mediação entre eles, demonstra que a realidade social é obra exclusiva ainda que não absoluta dos homens (Tonet, 2005). É através dele que se estabelece o surgimento de diversas categorias (que compõem os momentos gerais da humanidade) necessárias para resoluções de problemas surgidos durante o processo histórico-social. Processo que 6 O melhor autor que representa essa centralidade do sujeito é Kant: este não nega a existência da coisaem-si, mas diz que não é possível apreendê-la, ou seja, a intersubetividade apenas é capaz de conhecer o objeto em seus lineamentos fenomênicos, isto é, a essência permanece desconhecida. Posteriormente, os neokantianos negaram a existência da própria coisa-em-si e determinaram que o ser é a aparência. 7 Entendemos subjetividade no sentido marxiano do termo: como o complexo que sintetiza a razão, os valores e os sentimentos. Logo, de que atribuir autonomia absoluta à razão diante dos valores e dos sentimentos é um dos idealismos mais perigosos, pois ao fim e ao cabo permite ocultar a articulação

10 também explicita a unidade/diversidade e a permanência/mudança da essência e do fenômeno como próprias da edificação de seu ser, produzida pela sua atividade sensível (Marx e Engels, 2007). São esses traços fundamentais do ser social que abrem a possibilidade do conhecimento do ser em si mesmo, isto é, a afirmação de que a objetividade do mundo e dos seres humanos é a base reflexiva e fio condutor para conhecer as coisas em seus próprios nexos, ou seja, que o conheço verdadeiro no sentindo marxiano do termo - é aquele que expressa não a coisa da lógica, mas a lógica da coisa (Marx, 2003). A partir da identificação da prioridade histórico-ontológica do objeto nas relações de conhecimento e, ainda, afirmando o caráter ativo do sujeito 8, é estabelecido o modo essencialmente efetivo ser e ir-sendo da humanidade: o processo de conhecimento é uma atividade teórico-prática, pois necessita do reconhecimento da concreticidade do mundo e da atividade do ser social para a sua transformação. Tais pressupostos, como dirá Marx, só poderão ser negados através dos misticismos lógicos (Idem) da imaginação daqueles que não apreendem o caráter ativo dos seres humanos. Com a priorização ontológica da esfera do ser sobre a do conhecer, a razão deixa de pôr-se de maneira onipotente diante do ser e passa a reconhecer a dinâmica inerente ao mundo. O conhecer passa da especulação para a reprodução teórica e crítica do ser. A teoria deixa de fundar e orientar o ser e o ser passa a fundar e orientar a teoria. Evitando-se, assim, as armadilhas subjetivistas. Na filosofia especulativa tanto nos ideários idealistas (unilateralidade do conhecer), quanto nos mecanicistas (unilateralidade do ser) a razão é o andaime reflexivo de si própria, ou seja, está formalmente auto-sustentada. O pesquisador, por meio de arranjos metodológicos subjetivos, estabelece o ponto de partida de análise do complexo, como surgem seus diversos momentos, quais os seus nexos fundamentais e suas prioridades diante dos outros complexos estudados. Assim sendo, a realidade passa a ser conhecida dentro de uma linha lógico-gnoseológica, ou seja, o empírico é reconhecido de acordo com a forma com que as idéias são organizadas no intelecto do sujeito. histórico-ontológica entre ciência e ideologia, logo, permitindo desenvolver a concepção conservadora da neutralidade axiológica. 8 Relembremos: a essência humana em Marx não é fixa, ou seja, não está dada por deus(es) ou pela natureza, mas sim é constituída ao longo do processo de edificação do gênero humano, tendo o trabalho como ponto de partida e guia: o homem faz a si próprio, é demiurgo de sua história, mas sempre dentro dos limites historicamente determinados.

11 Marx, ao contrário, ao partir de uma perspectiva histórico-ontológica: do fato de que o objeto existe e, logo, possui uma história, ou seja, de que possível rastrear o objeto desde sua origem e, assim, apreender seu devir e função social, pôde superar a unilateralidade da razão de interrogar e organizar o mundo, pois a própria realidade pode explicitar a si própria e, dessa maneira, criticar o processo como a razão conhece e de tal modo estabelecer os limites e possibilidades de inteligibilidade do existente. Deste jeito permite a reconstrução ideal do que é histórico-concreto em sua totalidade processual. Dessa maneira, podemos constatar que, para Marx, a perspectiva ontológica caracterizase, sumariamente, como: a) análise genética das entificações (o que é), b) busca histórica das necessidades levaram ao seu surgimento (como se formou), c) explicitação da processualidade do ser em si mesmo (como se desenvolveu) e d) exposição dos limites e possibilidades de transformação do ser (como ir radicalmente adiante). Como se pode observar em nossa exposição sobre a perspectiva ontológica, para Marx o trabalho é o momento fundante na produção e reprodução da sociabilidade humana e, ao mesmo tempo, faz com que o complexo social esteja articulado em uma totalidade, pois, de acordo com Lessa (2007, p. 132), sem o trabalho: não há qualquer possibilidade de reprodução social sem a transformação da natureza nos meios de produção e meios de subsistência imprescindíveis a cada sociedade. Ou, em outras palavras, a sociedade é impossível sem a natureza esta última é um pressuposto necessário da primeira (...). Isto continua sendo válido mesmo para a sociedade capitalista mais avançada no preciso sentido de que sem a transformação da natureza o capital produzido e valorizado pela exploração do trabalho abstrato não poderia sequer existir. Mas como nos lembra bem Lessa (2007, p ), Marx no Capítulo V, expõe o conceito de trabalho ainda abstratamente, ou seja, ainda não inserido na divisão social do trabalho capitalista. Pois, com o advento das sociedades de classe surge e se intensifica a divisão social do trabalho e, o trabalho manual e o intelectual, antes interligados no sistema natural cabeça e mão, separam-se.... Portanto, Marx reconhece ser necessário, no contexto histórico em que surge o trabalhador coletivo - da mudança da forma, mas não do conteúdo - a clara delimitação tanto da ampliação quanto do estreitamento do conceito de trabalho produtivo e de trabalhador produtivo: é produtivo o trabalho e o trabalhador que produzem mais-valia. Dito nas palavras de Lessa (2007):

12 o desenvolvimento histórico do modo de produção capitalista ampliou o trabalho produtivo porque a reprodução do capital inclui todas as práxis produtoras de mais-valia, sejam elas trabalho (intercâmbio homem/natureza) ou não. E se estreita porque, diferente do trabalho, que produz em geral o trabalho produtivo produz apenas mais-valia. Ao a humanidade atingir o capitalismo, o trabalho produtivo deixou de ser produção em geral para se converter essencialmente em produção de mais-valia (p. 152). Assim, no interior dos trabalhadores produtivos, temos já uma diferença importante: embora todos eles produzam mais-valia, nem todos eles cumprem a função de intercâmbio orgânico com a natureza e nem todos eles pertencem ao trabalhador coletivo (p.154). A partir desse reconhecimento, Lessa (2007, p ) nos indica que se ao trabalhador coletivo cabe o intercâmbio orgânico com a natureza, isto não é aplicado necessariamente para cada um de seus membros, tomados isoladamente. Logo, no interior do trabalhador coletivo existem diferentes práxis sociais, diferentes subfunções e que algumas delas não transforma a natureza. Portanto, ele é tudo menos homogêneo; é composto pelo conjunto heterogêneo de práxis que, mais perto ou mais longe da manipulação do objeto de trabalho, isto é, da transformação da natureza (...) produz mais-valia. Dessa maneira, por mais que o capital absorva na sua reprodução um número cada vez maior atividades sociais, a identidade entre trabalho (transformador da natureza, criador de capital) e trabalho produtivo (produtor de maisvalia) jamais será absoluta. Pois: Por um lado, porque sempre restará alguma atividade de intercâmbio com a natureza não incorporada ao processo de produção do capital. Por outro lado, e isto é ainda mias importante, porque se a maioria (e esta ressalva, a maioria, é fundamental) do trabalho condição eterna está hoje subsumida ao trabalho abstrato, nem todo trabalho produtivo realiza o intercâmbio orgânico com a natureza, portanto nem todo trabalho produtivo é trabalho condição eterna da vida social. Não pode haver, portanto, uma identidade entre o trabalho e o trabalho abstrato (LESSA, 2007:162-3). Em relação ao trabalho proletário, realizador o intercâmbio orgânico com a natureza da sociedade capitalista, apenas ele produz o riqueza material. Assim sendo, agrega riqueza ao capital social global, amplia-o. É isto ao que Marx se refere ao falar do conteúdo material da riqueza social : ao produzir valores de uso pela transformação da natureza, o trabalho (...) produz todo o conteúdo material da riqueza social, seja qual for a forma social desta (LESSA, 2007, p. 166). Com isso Lessa (2007, p. 168) poderá demonstrar o que Marx entende exatamente por proletariado, já que o trabalho proletário que, ao produzir mais-valia, também produz

13 um novo conteúdo material da riqueza social, a atividade do professor apenas possibilita que a riqueza já existente seja concrentrada nas mãos dos capitalista pela conversão do dinheiro em capital. É esta complexa relação entre mais-valia e o capital social total que leva Marx a afirmar que por proletariado só se deve entender economicamente o assalariado que produz e valoriza capital. O proletário exerce uma dupla função: produz e valoriza o capital; o trabalhador produtivo, não proletário, cumpre apenas uma destas duas funções, valorização do capital. O assalariado que não é um proletário, quando produtivo não produz o capital, apenas serve à autovalorização do capital, como é o caso do professor da fábrica de ensinar (LESSA, 2007, p.171). É por isso que se os proletários não forem exercer suas funções a reprodução social pára em pouco tempo, pois sem o conteúdo material da riqueza por eles produzido, sem a conversão da natureza nos bens indispensáveis à reprodução humana, nem mesmo a sociedade capitalista mais avançada pode prosseguir sua reprodução (LESSA, 2007, p.177). Dessa maneira, Lessa (2007, p. 179) pode afirmar que os salários são pagos com a riqueza originalmente produzida pelo proletariado e, nessa medida e sentido, não apenas a burguesia, mas todas as outras classes não proletárias vivem da apropriação do excedente do trabalho proletário, seja diretamente sob a forma de mais-valia, com faz a burguesia, seja indiretamente através de salários pagos pelo Estado ou pelos capitalistas ou, ainda, seja através da renda da terra. Por isso, o proletariado é a classe revolucionária, pois é a única classe que vive do conteúdo material da riqueza produzida pelo seu trabalho. Suas condições de vida e trabalho não decorrem, nem direta nem indiretamente, da exploração de uma outra classe social. E esclarecendo sumariamente a questão sobre a terminologia marxiana, Lessa (2007, p. 194) diz: Quando Marx se refere à contradição mais geral entre capital e trabalho, utiliza o termo trabalhadores. Quanto precisa diferenciar entre os trabalhadores que desdobram relações antagônicas com o capital daqueles outros trabalhadores que não o fazem, emprega o termo proletariado ou operariado. Ou, para dizer o mesmo com outras palavras, quando quer distinguir os trabalhadores que convertem a natureza nos meios de produção e de subsistência e que são o fundamento material de toda riqueza social, dos outros trabalhadores que, sendo ou não produtivos, não produzem este fundamento material, emprega proletários ou operários para nomear os primeiros e, trabalhadores (em O Capital) ou classes de transição (no 18 Brumário de Luis Bonaparte), para os últimos.

14 Conclusão O intuito do nosso trabalho foi de contribuir no debate sobre as transformações do mundo dos homens através da exposição de como a perspectiva histórico-ontológica é a mais adequada para compreender a crise estrutural vigente e indicar a superação do capitalismo e do capital. Assim, a partir das explicações fornecidas por Lessa (2007, p. 197) sobre o fato de o capital poder extrair a mais-valia não apenas da transformação da natureza pelo trabalho manual (o trabalho proletário), mas também dos serviços (educação, lazer etc.), revela[r] a grande novidade histórica da forma de riqueza burguesa se comparada com a das classes dominantes que a antecederam.... Para Marx é apenas o trabalho proletário que produz e valoriza o capital; todas as outras formas de trabalho produtivo apenas valorizam o capital através da conversão do dinheiro em capital. Assim concluímos que mesmo após as profundas mudanças das reestruturações produtivas, que colocaram a imensa maioria dos indivíduos na condição proletária, que estes trabalhadores produtivos não tomaram o posto do proletariado, pois apenas este está ligado à transformação da natureza, fazendo trabalho concreto, criador de capital. Somente nele existe a possibilidade de controle efetivo do processo de reprodução sócio-metabólico, da formação de um núcleo-duro dentre os vários setores das classes subalternas que pretendam estabelecer uma greve geral, o dia em que a terra parou (Raul Seixas), e a partir dela uma revolução social. Referencias ALTHUSSER, Louis. A Querela do Humanismo II (inédito). Crítica Marxista, São Paulo, n. 14, p , abr BENOIT, Hector. Da Lógica com um Grande L à Lógica de O Capital. In: Andréia Galvão et al. Marxismo e Ciências Humanas. São Paulo: Xamã, CHASIN, José. Marx: Estatuto Ontológico e Resolução Metodológica. In: TEIXEIRA, F. J. S. Pensando com Marx. São Paulo: Ensaio, FERRAROTTI, Franco. A Conversation with Lukács. IN: MARCUS, Judith, TARR, Zoltan (ORG.). Georg Lukács: Theory, Culture and Politics. USA (New Brunswick)/UK (Oxford): Transaction Publishers, LESSA, Sergio. Trabalho e Proletariado no Capitalismo Contemporâneo. São Paulo:

15 Cortez: LUKÁCS, Georg. El Assalto a la Razón. Barcelona: Grijalbo, MARX, Karl. A Sagrada Família. São Paulo: Boitempo, Contribuição à Crítica da Economia Política (Prefácio). Coleção Os Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, Crítica à Filosofia do Direito de Hegel - Introdução. In: Crítica da Filosofia do Direito de Hegel. São Paulo: Boitempo, Manuscritos Econômico-Filosóficos. São Paulo: Boitempo, O Capital: Crítica da Economia-Política. Livro I. São Paulo: Civilização Brasileira, MARX, K. e ENGELS, F. A Ideologia Alemã. São Paulo: Boitempo, MÉSZÁROS, István. O Desafio e o Fardo do Tempo Histórico. São Paulo: Boitempo, Para Além do Capital. São Paulo: Boitempo, 2000 TONET, Ivo. Democracia ou Liberdade. 2ª ed. Maceió: Edufal, Educação, Cidadania e Emancipação Humana. Ujuí: Unijuí, 2005.

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