PRINCIPAIS DOENÇAS INFECCIOSAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS

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1 3 PRINCIPAIS DOENÇAS INFECCIOSAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS Ana Paula Morais Fernandes, Susana Segura Muñoz 3.1 Introdução 3.2 Bactérias classificadas de acordo com a coloração de Gram Cocos Gram-positivos Aeróbios ou Facultativos Staphylococcus Streptococcus Streptococcus pyogenes Streptococcus pneumoniae Cocos Gram-negativos Aeróbios ou Facultativos Neisseria gonorrhoeae Neisseria meningitidis Bacilos Gram-positivos Aeróbios ou Facultativos Corynebacterium diphtheriae Listeria monocytogenes Bacillus anthracis Bacilos Gram-positivos Anaeróbios Clostridium tetani Clostridium botulinum Clostridium perfringens Bacilos Gram-negativos Aeróbios ou Facultativos Escherichia Coli Shigella Salmonella Yersinia pestis Peste bubônica Peste septicêmica primária Peste pneumônica Principais doenças infecciosas e parasitárias e seus condicionantes em populações humanas Licenciatura em Ciências USP/ Univesp

2 3.2.6 Bacilos Gram-negativos Anaeróbios ou Facultativos Vibrio cholerae Haemophilus Bordetella 3.3 Bactérias que não são classificadas de acordo com a coloração de Gram Micobactérias M. tuberculosis Mycobacterium leprae Espiroquetídeos Treponema pallidum Leptospira Borrelia Rickettsia Chlamydia 3.4 Conclusão Referências Bibliográficas

3 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 53 Objetivos da Aula: Identificar as principais doenças infecciosas causadas por bactérias, abordando aspectos microbiológicos, clínicos e preventivos dessas infecções. 3.1 Introdução A seguir, o texto descreve as bactérias patogênicas de maior relevância, causadoras de doenças infecciosas humanas. Tais bactérias são classificadas de acordo com suas características fenotípicas, seja de suas necessidades físicas para seu crescimento e reprodução (aeróbias, anaeróbias facultativas ou anaeróbias), de sua morfologia (cocos, bacilos ou espiroquetídeos), e de suas estruturas externas de parede celular e sua coloração (Gram-positiva, Gram-negativa ou BAAR). E as doenças infecciosas, associadas à infecção bacteriana, são descritas de acordo com as manifestações clínicas. Para a melhor compreensão deste texto, é necessária a leitura do texto da aula anterior Caracterização das bactérias causadoras de doenças humanas, que aborda as principais características das bactérias, e também a leitura do material complementar Sistema imune. 3.2 Bactérias classificadas de acordo com a coloração de Gram Cocos Gram-positivos Aeróbios ou Facultativos Staphylococcus a. Infecções cutâneas estafilocócicas: Impetigo: é uma piodermite superficial, que acomete menos adultos do que crianças. Primeiramente, são observadas vesículas contendo líquido purulento pouco turvo. Principais doenças infecciosas e parasitárias e seus condicionantes em populações humanas

4 54 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 Tais vesículas se expandem até que o seu líquido se torna turvo e se rompem. Após o rompimento das bolhas, há o surgimento de crostas amareladas/acastanhadas sobre as lesões. Normalmente, essas lesões desaparecem sem formar cicatrizes. A face e as extremidades são os locais mais atingidos, sendo que qualquer área pode ser afetada em crianças. Foliculite e furúnculo: São infecções um pouco mais aprofundadas na pele. Enquanto o impetigo é uma infecção que se apresenta apenas horizontalmente, a foliculite (a infecção ataca unicamente a parte superior do folículo piloso) e o furúnculo (acomete todo o folículo piloso e a sua glândula sebácea anexa) são infecções que têm a tendência de se estender verticalmente, alastrando-se em camadas mais profundas da pele. b. Infecções profundas: Bacteremias: O S. aureus é uma das causas mais comuns de bacteremias, isto é, presença de bactérias na circulação sanguínea. A bacteremia é um processo de caráter secundário a infecções cutâneas ou de outras áreas e pode originar diferentes tipos de infecções, como endocardites, osteomielites e abscesso em vários órgãos. Pode também evoluir para a sepse, com mortalidade elevada. Pericardite e endocardite: O S. aureus é o agente mais frequente da pericardite aguda purulenta, podendo também ocasionar endocardite aguda. Em usuários de drogas injetáveis, a endocardite é causada pela injeção intravenosa e a válvula mais comprometida é a tricúspide. Nos não usuários de drogas, a infecção ocorre devido ao alastramento a partir de uma infecção ou de cateteres intravenosos colonizados. Pneumonia: As pneumonias estafilocócicas podem ser de dois tipos: primárias ou secundárias. Nas primárias, o agente etiológico atinge o pulmão através da via traqueobronquial, e nas pneumonias secundárias, pela disseminação hematogênica de um foco infeccioso à distância. Osteomielite: Pode-se manifestar primeiro como infecção em fraturas múltiplas, sendo mais comum que decorra da disseminação hematogênica de estafilococos a partir de um foco inicial (furúnculo ou infecção superficial). Sepse: O estafilococo que, frequentemente, produz infecções localizadas pode, por vários fatores, romper as barreiras naturais do hospedeiro, cair na circulação e fixar-se 3 Principais doenças infecciosas causadas por bactérias

5 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 55 no sangue, produzindo infecção sistêmica grave. Se não for estabelecido o diagnóstico clínico e instituído tratamento adequado nessa fase, a sepse desenvolve-se rapidamente com o surgimento de abscessos metastáticos em vários órgãos. Calafrios, febre, sudorese, anorexia, náuseas e vômitos, irritabilidade e agitação seguidos por coma e delírio são sintomas gerais da fase inicial da doença. c. Toxi-infecções: Intoxicação alimentar estafilocócica: Deve-se à ação de enterotoxinas liberadas por estafilococos que penetram no alimento antes de sua ingestão. Se contaminado, e se o alimento permanecer sem refrigeração, ocorrerá o crescimento da bactéria. As amostras de S. aureus que contaminam os alimentos são normalmente vindas de indivíduos que manuseiam esses alimentos, podendo ser portadores assintomáticos ou que apresentam algum tipo de infecção. Nem a cocção do alimento as destrói, visto que as enterotoxinas são termoestáveis. Os sintomas manifestam-se em uma hora ou até seis horas após a ingestão do alimento e compreende náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia, sudorese e prostração. Síndrome do Choque Tóxico: Infecção comumente causada por estafilococos, e ela pode ter uma evolução rápida para o choque grave e não tratável. Os sintomas iniciam-se subitamente com febre de 39º C a 40,5 C. De maneira rápida o indivíduo passa a apresentar cefaleia, dor de garganta, hiperemia dos olhos, cansaço extremo, confusão mental, vômito, diarreia aquosa e profusa e erupção cutânea generalizada, parecida à queimadura solar. Em um período de 48 horas, ele também pode apresentar desmaios e evoluir para o choque. Ocorre descamação da pele, sobretudo da palma das mãos e da planta dos pés, entre o terceiro e o sétimo dia. A síndrome causa anemia, comumente há ocorrência de lesão renal, hepática e muscular, especialmente durante a primeira semana. Também podem ocorrer problemas cardíacos e pulmonares. Há recuperação completa da maioria dos órgãos após o desaparecimento dos sintomas. Esta síndrome está bastante ligada a mulheres que, no período menstrual, utilizam absorventes íntimos. Principais doenças infecciosas e parasitárias e seus condicionantes em populações humanas

6 56 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo Streptococcus Streptococcus pyogenes a. Faringite Estreptocócica: O Streptococcus pyogenes é causador de mais de 90% das faringoamigdalites bacterianas. A doença tem como características um curto período de incubação (2 a 3 dias), febre alta (39º C a 40º C), calafrio, dor de cabeça e, frequentemente, vômitos. As amígdalas (tonsilas) ficam avermelhadas, podendo apresentar exsudado supurativo e os nódulos linfáticos cervicais aumentam de tamanho, tornando-se doloridos. b. Piodermites: O impetigo e a erisipela fazem parte do grupo das piodermites estreptocócicas, que podem também evoluir para sequelas. Impetigo: tem início como uma vesícula, que se desenvolve rapidamente para uma lesão recoberta por crosta espessa. De forma aparente, o S. pyogenes se introduz pela pele através de lesões determinadas por trauma, escoriações, mordedura de insetos ou por dermatoses. Erisipela: infecção estreptocócica aguda de pele, que envolve mucosas adjacentes algumas vezes. A perna e a face são os locais mais frequentemente comprometidos. A lesão apresenta coloração vermelha intensa, é dolorosa, com aparência lisa e brilhante, e de forma e extensão variáveis. Muitas vezes, há descolamento da epiderme, formando bolhas volumosas e tensas com conteúdo amarelo-citrino não purulento, podendo evoluir para ulceração superficial. O meio de transmissão não é conhecido, mas a bactéria parece ter origem nas vias aéreas superiores do próprio paciente. Naturalmente, a duração do processo é de alguns dias, raramente atingindo uma semana, quando então se inicia o período de regressão da doença até o retorno da pele ao aspecto normal. Em indivíduos idosos, a erisipela pode ser acompanhada de bacteremia. Sequelas nas infecções por estreptococos: Febre Reumática: é caracterizada por lesões inflamatórias não supurativas, envolvendo coração, articulações, tecido celular subcutâneo e sistema nervoso central. Os indivíduos que passam por um episódio de febre reumática são particularmente predispostos a mais episódios, por causa de infecções estreptocócicas subsequentes das vias aéreas superiores. Certas evidências indicam que a febre reumática é uma doença imunológica, sendo que infecções estreptocócicas não tratadas são seguidas de febre reumática em até 3% dos casos. 3 Principais doenças infecciosas causadas por bactérias

7 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 57 Glomerulonefrite: há possibilidade de aparecer depois da faringoamigdalite e das piodermites. É também uma doença de natureza imunológica. A frequência de aparecimento é bastante variável, dependendo muito do sorotipo M do estreptococo causador da infecção prévia. Se a infecção cutânea for causada por um tipo altamente nefritogênico, a frequência pode ser superior a 20% Streptococcus pneumoniae a. Pneumonia: Podem ser encontrados no trato respiratório superior de seres humanos, normalmente, os pneumococos. A partir daí, há a possibilidade de serem aspirados para os alvéolos, onde a bactéria prolifera e desencadeia a reação inflamatória característica da pneumonia. Isso só pode acontecer se a bactéria for capaz de fugir da fagocitose. Em pacientes que não são tratados e que sobrevivem à infecção, a pneumonia segue o curso típico que termina em cura uma semana após o seu início. Cerca de 30% dos pacientes com pneumonia apresentam bacteremia e, em alguns casos, a pneumonia pode causar complicações como artrite, endocardite e meningite. b. Otites e sinusites pneumocócicas: São geralmente infecções secundárias a alterações funcionais no ouvido médio e seis paranasais, sendo causadas por pneumococos normalmente presentes nas vias aéreas superiores. Atenção! Esta é uma doença imunoprevenível, ou seja, existe a vacina contra pneumococo, que previne essas doenças Cocos Gram-negativos Aeróbios ou Facultativos Neisseria gonorrhoeae Para infectar, o gonococo deve-se fixar às células mucosas da parede epitelial, por meio de fímbrias, auxiliando o micróbio a colonizar as membranas mucosas. O patógeno invade os espaços que separam as células epiteliais colunares, que são encontradas na área Principais doenças infecciosas e parasitárias e seus condicionantes em populações humanas

8 58 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 orofaríngea, olhos, reto, uretra, abertura da cérvice uterina e genitais externas. A invasão desencadeia uma inflamação e, quando os leucócitos se dirigem à área inflamada, ocorre a formação de pus característica. As infecções gonocócicas do olho ocorrem mais frequentemente em recém-nascidos. Se a mãe está infectada, os olhos do bebê podem ser infectados quando ele passa através do canal do parto. Esta condição, oftalmia neonatal, pode resultar em cegueira. As infecções gonorreicas podem ser adquiridas em qualquer momento do ato sexual; a gonorreia de faringe e a de ânus não são incomuns. Os sintomas da gonorreia faríngea frequentemente lembram os da dor de garganta bacteriana usual. A gonorreia anal pode ser dolorosa e acompanhada por secreções de pus. Em alguns casos, contudo, os sintomas são limitados ao prurido. O risco de contágio para o sexo masculino, após contato sexual com parceira infectada, é de 20% e, no caso de reexposição, esse índice poderá elevar-se a 90%. Nos homens, e em cerca de 20% das mulheres, os sintomas surgem cerca de 2 a 8 dias após o contágio. Para o sexo feminino, o risco de infecção é em torno de 80%. Quando as mulheres são reexpostas, esse número aumenta para mais de 90%. Entre as mulheres infectadas, cerca de 60% a 80% não apresentam sintomas, ressaltando a importância do controle da população infectada para a interrupção da cadeia de transmissão. A gonorreia no homem, quando não tratada, evolui para complicações do tipo epididimite e prostatite, uma condição dolorosa que pode ocasionar infertilidade se não for tratada, e outras, culminando com o quadro de esterilidade. Já, na mulher, as complicações são mais severas, evoluindo para Doença Inflamatória Pélvica (DIP), esterilidade e, em alguns casos, a morte Neisseria meningitidis A meningite meningocócica é causada pela Neisseria meningitidis. A meningite meningocócica, tipicamente, começa com uma infecção da garganta, levando à bacteremia e, eventualmente, à meningite. Ocorre, em geral, em crianças com menos de 2 anos, principalmente após enfraquecer a imunidade materna, com cerca de 6 meses. A maioria dos sintomas é causada por endotoxinas. A morte pode ocorrer em algumas horas. A Neisseria meningitidis é revestida com uma cápsula polissacarídica, que a torna resistente ao ataque dos leucócitos. Os vários tipos meningococos incluem os três sorotipos principais A, B e C. O meningococo infecta pessoas saudáveis e é transmitido por intermédio de um contato muito próximo entre pessoas através de secreções respiratórias, ao tossir, e de secreções salivares. 3 Principais doenças infecciosas causadas por bactérias

9 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 59 Embora muitas pessoas transportem a bactéria no nariz e garganta sem qualquer tipo de problema, podem transmiti-la aos outros, provocando a doença. Mal entra nas vias respiratórias, pode-se espalhar a outras áreas do corpo através da circulação sanguínea até atingir o líquido da coluna vertebral e chegar à meninge. O risco de contaminação é enorme, o período de incubação é de 2-10 dias até começarem a aparecer os sintomas. Inicialmente, os sintomas são resultantes do aumento na pressão intracraniana e incluem: Febre alta; Náuseas e vômitos; Cefaleia e irritabilidade; Rigidez da nuca, ombro ou das costas; Aparecimento de manchas (geralmente nas pernas), podendo evoluir até a grandes lesões; Resistência à flexão do pescoço. Atenção! Esta é uma doença imunoprevenível, ou seja, existe a vacina contra meningococo sorotipo C, que previne esta doença Bacilos Gram-positivos Aeróbios ou Facultativos Corynebacterium diphtheriae Corynebacterium diphtheriae é o agente causador da difteria, doença transmissível aguda, toxi-infecciosa quando determinada por bacilos diftéricos toxigênicos, e caracterizada pela formação de placas pseudomembranosas, que se instalam nas vias aéreas superiores, mais frequentemente nas amígdalas e estruturas vizinhas. Clinicamente, a doença típica manifesta-se por comprometimento acentuado do estado geral do paciente, que se mostra prostrado e pálido (toxemia); a queixa de dor de garganta pode ser discreta, independentemente da localização ou quantidade de placas existentes, a febre normalmente não é muito elevada, variando entre 37,5º C a 38 C. Pode-se também observar hipertrofia e edema periganglionar nas cadeias cervicais e submandibulares (pescoço). Principais doenças infecciosas e parasitárias e seus condicionantes em populações humanas

10 60 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 Atenção! A difteria é uma doença imunoprevenível, ou seja, existe a vacina antidiftérica, que previne esta doença Listeria monocytogenes L. monocytogenes é o agente etiológico da listeriose, uma infecção grave associada à ingestão de leite contaminado (pasteurizado de fontes não seguras ou cru), queijos, sorvetes, água, vegetais crus, patês de carnes, molhos de carne crua fermentada, aves cruas ou cozidas, peixes (inclusive defumados) e frutos do mar. Listeriose é a denominação de um grupo geral de desordens que incluem septicemia, meningite (ou meningoencefalite), encefalite, infecção do colo do útero ou intrauterina em gestantes, que podem provocar aborto (no segundo ou terceiro trimestre) ou nascimento prematuro. Podem ocorrer outros danos como endocardite, lesões granulomatosas no fígado e outros órgãos, abscessos internos ou externos, e lesão cutânea papular ou pustular. Essas desordens comumente são precedidas por sintomas semelhantes aos da gripe com febre persistente. Sintomas gastrointestinais como náusea, vômitos e diarreia, podem preceder ou acompanhar as manifestações mais graves da doença Bacillus anthracis O carbúnculo ou antraz é uma doença causada pela bactéria Bacillus anthracis, um bacilo Grampositivo, formador de esporos (germes resistentes) e que pode ser encontrado em todo o mundo. Os esporos são muito resistentes ao calor e a dessecação, e podem sobreviver durante décadas conforme as condições do solo. É uma doença infectocontagiosa de origem animal. Ataca principalmente animais ruminantes herbívoros que pastam em áreas com solo contaminado. O nome da doença faz referência à mancha negra formada na pele em caso de contaminações cutâneas. A palavra anthrax vem do grego e significa carvão. Apesar de a doença estar mais relacionada à medicina veterinária, no início da década de 1980, durante uma epidemia no leste de Moscou, foram notificados casos de pessoas que desenvolveram carbúnculo gastrointestinal e cutâneo. Em condições normais, o homem é infectado através do manuseio 3 Principais doenças infecciosas causadas por bactérias

11 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 61 de produtos como lã, couro, ossos e pelo, vindos de animais infectados. Também pode ser contraída por ingestão de alimentos contaminados, inalação de esporos, picada de insetos que se alimentam de sangue e que tenham picado animais contaminados. Não é transmitida de forma direta de uma pessoa a outra. O Bacillus anthracis é um antigo conhecido. Acredita-se até que o antraz tenha sido o responsável por doenças e pragas no antigo Egito e entre os romanos. Recentemente, a bactéria entrou em evidência por sua utilização como arma biológica em atentados terroristas decorrentes da guerra entre o Afeganistão e os Estados Unidos. Há três formas de antraz: 1. Cutânea: Em contato com a pele, o antraz forma uma lesão, que evolui do estado de uma pequena irritação, como se fosse uma picada de mosquito, para bolhas purulentas, que evoluem para uma cicatriz negra profunda. É a forma mais frequente, mas também a mais fácil de tratar. 2. Inalatória: Inicialmente se assemelha a um resfriado comum, mas logo apresenta graves problemas de respiração. A segunda fase se manifesta de maneira repentina com aumento da febre, dificuldade para respirar e parada cardíaca. 3. Intestinal: É caracterizada por uma inflamação intestinal aguda. Os sintomas são náuseas, vômito sanguinolento, perda de apetite e, na sequência, febre, dores abdominais e forte diarreia. É fatal em 50% dos casos Bacilos Gram-positivos Anaeróbios Clostridium tetani O tétano é causado pelo Clostridium tetani, que é um bacilo Gram-positivo esporulado, anaeróbico, que produz esporos que lhe permitem sobreviver no meio ambiente por vários anos; comumente encontrado na natureza, sob a forma de esporo, na pele e trato intestinal dos animais (especialmente do cavalo, sem causar doença), terra, reino vegetal, águas putrefatas, instrumentos perfurocortantes enferrujados, poeira das ruas etc. A infecção ocorre pela introdução dos esporos em lesões da pele ou mucosas (ferimentos superficiais ou profundos de qualquer natureza). Essa porta de entrada podem ser as queimaduras, uso de drogas injetáveis, feridas cirúrgicas, infecção do ouvido médio, aborto, úlceras, Principais doenças infecciosas e parasitárias e seus condicionantes em populações humanas

12 62 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 mordeduras. Em meio a condições favoráveis de anaerobiose, os esporos transformam-se em formas vegetativas, que são as responsáveis pela produção de tetanospasminas. A presença de tecidos desvitalizados, corpos estranhos e isquemia contribuem para a evolução da doença. O período requerido pelo esporo para germinar, elaborar as toxinas e permitir que estas atinjam o sistema nervoso central é de 3 a 21 dias. Clinicamente, o tétano se manifesta por: hipertonia dos músculos masseteres (o que causa trismo e riso sardônico), pescoço (rigidez de nuca), faringe (ocasionando dificuldade de deglutição e disfagia), contratura muscular progressiva e generalizada dos membros superiores e inferiores (hiperextensão de membros), retoabdominais (abdome em tábua), paravertebrais (opistótono) e diafragma, levando à insuficiência respiratória; os espasmos são desencadeados ao menor estímulo (luminoso, sonoro ou manipulação do paciente) ou surgem espontaneamente. Saiba mais! O tétano neonatal tem como foco o coto umbilical e resulta da sua manipulação inadequada. Em locais do interior do Brasil, nos quais a doença é denominada mal de sete dias ou mal do umbigo, ainda é comum o parto domiciliar, com a colocação de diversas substâncias sobre o coto umbilical, tais como terra, café e teia de aranha, visando à cicatrização. Atenção! O tétano é uma doença imunoprevenível, ou seja, existe a vacina antitetânica, que previne esta doença Clostridium botulinum O Clostridium botulinum é um bacilo Gram-positivo, que se desenvolve em meio com baixa concentração de oxigênio (anaeróbio), produtor de esporos, encontrado com frequência no solo, em legumes, verduras, frutas, fezes humanas e excrementos animais. São descritos 7 tipos de Clostridium botulinum (de A a G), os quais se distinguem pelas características antigênicas das neurotoxinas que produzem. Os tipos A, B, E e o F (este último, mais raro) são os responsáveis pela maioria dos casos humanos. Os tipos C e D são causas da doença do gado e outros animais. 3 Principais doenças infecciosas causadas por bactérias

13 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 63 A toxina é uma exotoxina ativa (mais que a tetânica), de ação neurotrópica (ação no sistema nervoso), e a única que tem a característica de ser letal por ingestão, comportando-se como um verdadeiro veneno biológico. Muitos são os alimentos descritos como responsáveis pelo botulismo, tais como embutidos de carnes em geral, ou conservas em lata e vidro de doces, hortaliças, legumes (palmitos, aspargos, cogumelos, alcachofra, pimentões, berinjelas, alho, picles etc.), peixes, frutos do mar e outros, especialmente acondicionados em embalagens submetidas a vácuo, sem oxigênio, que favorecem o desenvolvimento do microrganismo Clostridium perfringens Clostridium perfringens é responsável por dois tipos diferentes de toxinfecção alimentar. Cepas do tipo A causam a intoxicação alimentar na forma clássica e as do tipo C causam a enterite necrótica, bem mais grave. A intoxicação alimentar é causada pela ingestão de alimentos conservados de maneira imprópria, principalmente alimentos que já foram esquentados uma vez. Os sintomas da intoxicação alimentar por C. perfringens do tipo A são dores abdominais agudas, diarreia com náuseas e febre, sendo raros os vômitos. Os sintomas aparecem mais frequentemente entre 8 a 12 horas após a ingestão de alimentos contendo número elevado de bactérias, e a duração dos sintomas é frequentemente de 12 a 24 horas. Normalmente, esta intoxicação é muito comum em todas as partes do mundo. A enterite necrótica, causada por C. perfringens tipo C, é rara. Os sintomas são dores abdominais agudas muito intensas, diarreia sanguinolenta, algumas vezes vômitos, e inflamação necrótica do intestino delgado, sendo frequentemente fatal. Os casos descritos na literatura têm sido associados ao consumo de carne de porco mal cozida Bacilos Gram-negativos Aeróbios ou Facultativos Escherichia Coli A Escherichia coli é a bactéria aeróbia facultativa mais comum encontrada no intestino humano. Entretanto, pode causar infecções quando presente em outros locais, como no trato urinário e pneumonias. As diarreias são as manifestações mais comuns desta bactéria. Existem Principais doenças infecciosas e parasitárias e seus condicionantes em populações humanas

14 64 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 várias cepas diferentes de E. coli responsáveis por quadros de gastroenterites, com diferentes graus de gravidade. Todas elas são adquiridas após ingestão de água contaminada com fezes. A contaminação através de alimentos também é comum e se dá por vegetais regados ou lavados com água contaminada ou alimentos crus ou mal cozidos, preparados por cozinheiros ou açougueiros que não lavam as mãos adequadamente após evacuarem. A carne também pode ser contaminada no momento do abate, ainda antes de chegar ao açougue ou supermercado. Existem 5 cepas de E. coli que causam gastroenterites: 1. EPEC - E. coli Enteropatogênica: Causa comum de diarreia em crianças. A E. coli Enteropatogênica é uma cepa capaz de aderir à parede do intestino, causando inflamação e alterando a capacidade deste de absorver água e alimentos, o que resulta em diarreia aquosa. Adultos costumam ganhar imunidade contra esta cepa, daí o motivo de essa diarreia ser mais comum em crianças e bebês. 2. ETEC - E. coli Enterotoxinogênica: Causa a diarreia conhecida como diarreia dos viajantes. A E. coli Enterotoxinogênica é uma cepa que produz uma toxina semelhante à da bactéria da cólera, que causa uma diarreia aquosa profusa. Esta Escherichia coli é comum nos países tropicais, sendo causa frequente de diarreia em crianças nativas ou em turistas vindos de países de clima temperado. Geralmente, o paciente desenvolve imunidade após a infecção, motivo pelo qual ela só costuma acontecer uma vez. 3. EIEC - E. coli Enteroinvasiva: Causa quadro semelhante à disenteria. A E. coli Enteroinvasiva é uma cepa com uma virulência parecida com a da bactéria Shigella, causadora da disenteria. O quadro clínico desta infecção é de profusa diarreia, geralmente com sangue, intensa dor abdominal e febre alta. 4. EHEC - E. coli Êntero-hemorrágica: Causa grave diarreia e síndrome hemolítica urêmica. A E.coli Êntero-hemorrágica é uma cepa que também se comporta de modo semelhante à bactéria Shigella, sendo capaz de produzir uma toxina altamente agressiva, que leva à colite hemorrágica. O quadro da E. coli Êntero-hemorrágica é também de diarreia sanguinolenta e intensa dor abdominal, porém, com um fator agravante: esta cepa de Escherichia coli pode levar a um quadro de síndrome hemolítica urêmica, uma complicação grave, que crusa com anemia e queda das plaquetas por destruição maciça delas, além de insuficiência renal aguda. 3 Principais doenças infecciosas causadas por bactérias

15 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo EAEC E. coli Enteroagregativa: Causa diarreia persistente. A E. coli enteroagregativa é definida como uma estirpe de E. coli que não produz enterotoxinas termolábeis ou termoestáveis e que adere às células da mucosa intestinal num padrão agregativo. A EAEC tem sido implicada como causa de diarreia persistente em crianças, bem como de diarreia aguda dos viajantes nos países em desenvolvimento Shigella É um gênero de microrganismos em forma de bastão, Gram-negativo, aeróbio facultativo, não formador de esporos, pertencente à família Enterobacteraceae. O gênero contém 4 espécies que causam a shigelose (Shigella flexneri; Shigella sonnei; Shigella dysenteriae; Shigella boydii). A forma mais comum de transmissão da shigelose ocorre através do contato com pessoas infectadas. O microrganismo encontra-se nas fezes das pessoas quando elas estão doentes e, mesmo depois de curadas, por até duas semanas. A transmissão ocorre quando os hábitos de higiene são inadequados. A infecção pode acontecer também através da ingestão de alimentos contaminados, que podem ter aparência e odor normais. Os alimentos são contaminados através da manipulação em condições higiênicas insatisfatórias, do uso de água contaminada e através de insetos. Beber ou nadar em água contaminada também pode causar shigelose. A infecção pode-se manifestar de formas desde assintomáticas ou subclínicas (50% dos casos), episódios benignos de diarreia aquosa, até de formas severas e tóxicas denominadas disenteria bacilar clássica. Os mecanismos que causam as formas clínicas de disenteria severa em alguns pacientes e as formas diarreicas brandas em outros são provavelmente dependentes da natureza e do tamanho do inóculo infectante, bem como do estado imune do hospedeiro. A disenteria bacilar clássica é uma doença aguda toxêmica causada por S. dysenteriae, caracterizada por diarreia aquosa (que pode ser volumosa), febre, cólicas abdominais e tenesmo, bem como a emissão permanente de fezes mucopurulentas e sanguinolentas. Além da febre alta, podem estar presentes outras manifestações, como anorexia, náuseas, vômitos, cefaleia, calafrios, estado toxêmico, convulsões e sinais meningíticos. Principais doenças infecciosas e parasitárias e seus condicionantes em populações humanas

16 66 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo Salmonella As salmonelas são bactérias Gram-negativas pertencentes à família Enterobacteriaceae, gênero Salmonella, e constituem um gênero extremamente heterogêneo, composto por duas espécies, Salmonella bongori e Salmonella entérica, esta última possuindo quase sorotipos. Entre os de maior importância para a saúde humana destacam-se Salmonella entérica sorotipo typhi (S. typhi ), que causa infecções sistêmicas e febre tifoide (doença endêmica em muitos países em desenvolvimento), e o sorotipo paratyphi (S. parathyphi ), que causa a febre paratifoide (uma doença semelhante e relacionada, mais rara que a febre tifoide). A maioria das infecções resulta da ingestão de alimentos contaminados e, nas crianças, de disseminação orofecal direta. A incidência da doença é máxima em crianças com menos de 5 anos de idade e adultos com mais de 60 anos, que são infectados durante os meses de verão e outono, quando são consumidos alimentos contaminados em reuniões sociais fora de casa. As fontes mais comuns de infecção humana incluem aves domésticas, ovos, laticínios e alimentos preparados em superfícies contaminadas (por exemplo, tábuas de cortar onde são preparadas aves não cozidas). A febre tifoide é causada pela Salmonella Typhi, e a febre paratifoide é considerada uma doença similar, geralmente de menor gravidade, sendo ocasionada pela bactéria Salmonella Paratyphi A, B ou C. Ambas estão associadas a baixos níveis socioeconômicos, relacionando-se, principalmente, com precárias condições de saneamento e de higiene pessoal e ambiental. A sintomatologia clínica clássica consiste em febre alta, cefaleia, mal-estar geral, dor abdominal, falta de apetite, bradicardia relativa (dissociação pulso-temperatura), esplenomegalia, manchas rosadas no tronco (roséolas tíficas), obstipação intestinal ou diarreia e tosse seca. Atualmente, o quadro clínico completo é de observação rara, sendo mais frequente um quadro em que a febre é a manifestação mais expressiva, acompanhada por alguns dos demais sinais e sintomas citados. Nas crianças, o quadro clínico é menos grave do que nos adultos, e a diarreia é mais frequente. Como a doença tem uma evolução gradual, embora seja uma doença aguda, a pessoa afetada é muitas vezes medicada com antimicrobianos, simplesmente por estar apresentando uma febre de etiologia não conhecida. Dessa forma, o quadro clínico não se apresenta claro e a doença deixa de ser diagnosticada precocemente. 3 Principais doenças infecciosas causadas por bactérias

17 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo Yersinia pestis Yersinia pestis é o agente etiológico da peste. Esta doença ficou conhecida após dizimar um terço da população europeia na Idade Média. Era chamada de peste negra graças às manchas escuras que surgiam na pele dos infectados. Os reservatórios da bactéria são predominantemente os ratos e outros roedores, mas gatos e cachorros domésticos também podem abrigar a bactéria. Os principais vetores são pulgas do gênero Xenopsylla cheopis, comum a roedores. O principal modo de transmissão da peste bubônica para o homem é a picada de pulga contaminada. No caso da peste pneumônica, a transmissão aérea é a mais frequente entre os humanos. A seguir, uma descrição dos diferentes tipos de peste Peste bubônica É a mais comum no Brasil. Apresenta calafrios, cefaleia intensa, febre alta, dores generalizadas, mialgias, anorexia, náuseas, vômitos, confusão mental, congestão das conjuntivas, pulso rápido e irregular, taquicardia, hipotensão arterial, prostração e mal-estar geral. Os casos da forma bubônica podem, com certa frequência, apresentar sintomatologia moderada ou mesmo benigna. No 2º ou 3º dia de doença, aparecem as manifestações de inflamação aguda e dolorosa dos linfonodos (ínguas) da região próxima à entrada da Y. pestis. É o chamado bubão, formado pela conglomeração de vários linfonodos inflamados. O tamanho varia de 1 cm a 10 cm; a pele do bubão é brilhante, distendida e de coloração vermelho-escura; é extremamente doloroso e frequentemente se fistuliza, com drenagem de material purulento. Podem ocorrer manifestações hemorrágicas e necróticas devido à ação da endotoxina bacteriana sobre os vasos Peste septicêmica primária É uma forma muito rara, na qual não há reações ganglionares visíveis. É caracterizada pela presença permanente do bacilo no sangue. O início é fulminante, com febre elevada, pulso rápido, hipotensão arterial, grande prostração, dispneia, fácies de estupor, dificuldade de fala, hemorragias cutâneas, às vezes serosas e mucosas e até nos órgãos internos. De modo geral, a peste septicêmica aparece na fase terminal da peste bubônica não tratada. Principais doenças infecciosas e parasitárias e seus condicionantes em populações humanas

18 68 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo Peste pneumônica Pode ser secundária à peste bubônica ou septicêmica, por disseminação hematogênica. É a forma mais grave e mais perigosa da doença, pelo seu quadro clínico e pela alta contagiosidade, podendo provocar epidemias explosivas. Inicia-se com quadro infeccioso grave, de evolução rápida, com abrupta elevação térmica, calafrios, arritmia, hipotensão, náuseas, vômitos, astenia, obnubilação mental. No início, os sinais e sintomas pulmonares são discretos e ausentes. Depois surge dor no tórax, respiração curta e rápida, cianose, expectoração sanguinolenta ou rósea fluida, cheia de Y. pestis. Surgem fenômenos de toxemia, delírio, coma e morte, se não houver tratamento Bacilos Gram-negativos Anaeróbios ou Facultativos Bacilos Gram-negativos Anaeróbios ou Facultativos contendo espécies frequentemente associadas a infecções humanas são: Vibrio, Haemophilus, Bordetella Vibrio cholerae O Vibrio cholerae, ao exame microscópico de esfregaços corados pelo método de Gram é um bacilo Gram-negativo, móvel e se apresenta na forma de bastonete encurvado (virgula). É o agente causador do cólera, doença infecciosa intestinal aguda, de transmissão predominantemente hídrica, que se caracteriza, em sua forma mais evidente, por diarreia aquosa súbita, profusa e sem dor, vômitos ocasionais, desidratação rápida, acidose e colapso circulatório. A infecção assintomática é muito mais frequente do que a aparição do quadro clássico, somente com diarreia, particularmente em crianças. Em casos graves não tratados, a pessoa pode morrer em horas e a taxa de mortalidade exceder a 50%. Com tratamento adequado, a taxa é menor que 1%. O vibrião colérico produz enterotoxina, que parece ser totalmente responsável pela perda maciça de líquidos. Os bacilos penetram no organismo humano por via oral e, após ultrapassar a barreira gástrica, colonizam o intestino delgado, produzindo a toxina colérica, seu principal fator de virulência. Vibrio cholerae é eliminado pelas fezes e vômitos de pessoas infectadas, sintomáticas ou não, e pode ser transmitido a outras pessoas de dois modos: 3 Principais doenças infecciosas causadas por bactérias

19 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo Transmissão indireta - via mais frequente e responsável pelas epidemias. A ocorrência de casos se deve à ingestão de água ou de alimentos contaminados. 2. Transmissão direta - menos frequente, pode ocorrer em ambiente domiciliar ou institucional, através de mãos contaminadas (do próprio infectado ou de alguém responsável por sua higiene pessoal, ou de sanitários) levadas à boca Haemophilus O Haemophilus influenzae é uma bactéria Gram-negativa, que pode ou não ter cápsula antifagocítica. Dos seis tipos capsulados de H. influenzae (a, b, c, d, e, f ), o tipo b (Hib) é o principal causador de doença invasiva na infância, inclusive meningites, epiglotites, septicemias, osteomielites, artrites e doenças não invasivas, como pneumonias e otites. A Haemophilus influenzae coloniza o aparelho respiratório. A transmissão da Hib ocorre pelo contato com pessoas infectadas com a bactéria, ainda que elas não apresentem manifestações clínicas. Os germes passam de pessoa a pessoa através das secreções da mucosa nasal. Se permanecerem no nariz e na garganta, provavelmente a pessoa não ficará doente. Algumas vezes os germes se localizam nos pulmões ou na corrente sanguínea e, então, a Hib pode causar problemas graves. Atenção! Esta é uma doença imunoprevenível, ou seja, existe a vacina contra Hib, que previne esta doença Bordetella A bactéria Bordetella pertussis, um cocobacilo Gram-negativo e aeróbico, é o agente etiológico da coqueluche. A transmissão da Bordetella pertussis é respiratória e ocorre na fase catarral, por meio do contato direto com gotículas da saliva de pessoas infectadas. A contaminação pode ocorrer por meio do beijo, do compartilhamento de alimentos, de bebidas ou de cigarros, assim como por contato próximo a pessoas infectadas, que estejam tossindo ou espirrando. Principais doenças infecciosas e parasitárias e seus condicionantes em populações humanas

20 70 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 A coqueluche evolui em três fases: 1. Catarral: inicia-se com febre, mal-estar, coriza, tosse e expectoração de muco claro e viscoso; 2. Paroxística: apresenta tosse seca comprida, de acordo com a posição do doente, finalizada por inspiração forçada, acompanhada de um ruído característico ( guincho ) e seguida não raramente de vômitos (dura cerca de dois meses); 3. Convalescência: os episódios de tosse desaparecem e dão lugar à tosse comum (dura de uma a três semanas). Atenção! Esta é uma doença imunoprevenível, ou seja, existe a vacina que previne esta doença. 3.3 Bactérias que não são classificadas de acordo com a coloração de Gram Agora vamos descrever bactérias de interesse médico que não são classificadas de acordo com a coloração de Gram, mas apresentam outras características Micobactérias As micobactérias diferem das bactérias que se coram pelo método de Gram, e dos demais grupos de bactérias, pela quantidade e natureza dos lipídeos que apresentam na parede. Graças a essa característica, as micobactérias são álcool-acidorresistentes, porque, quando coradas pela fucsina, não se deixam descorar por uma mistura de álcool e ácido. Por isso, as micobactérias são também denominadas bacilos álcool ácido resistentes (BAAR) M. tuberculosis Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch, é o agente causador da tuberculose, uma doença infecciosa crônica, cuja característica principal é a preferência pelo 3 Principais doenças infecciosas causadas por bactérias

21 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 71 parênquima pulmonar e a transmissão de pessoa para pessoa através da inalação de partículas infectadas por este bacilo. Enquanto a maioria das micobactérias é encontrada na natureza como saprófitas de animais ou de seres humanos, o Mycobacterium tuberculosis é um agente eminentemente patogênico. Ele vive parasitando o ser humano - o seu único reservatório. Por ser um microrganismo aeróbio estrito, o bacilo de Koch procura microambientes aerados, que contenham altas tensões de oxigênio, daí a preferência pelo tecido pulmonar. Cerca de 5%-10% dos indivíduos infectados pelo bacilo adoecem, muitos deles tornando-se fontes de infecção, sendo representados especialmente pelos adultos com a forma cavitária da tuberculose pulmonar. Estima-se que cada indivíduo bacilífero, ou seja, que elimina o bacilo, infecte cerca de pessoas, mantendo-se assim o ciclo vital do bacilo de Koch. Quando uma pessoa inala as gotículas contendo os bacilos de Koch, muitas delas ficam no trato respiratório superior (garganta e nariz), onde a infecção é improvável de acontecer. Contudo, quando os bacilos atingem os alvéolos, a infecção pode se iniciar. Em primeiro lugar, os bacilos multiplicam-se nos alvéolos e um pequeno número entra na circulação sanguínea, disseminando-se por todo o corpo. Dentro de 2 a 10 semanas, o sistema imune impede que os bacilos continuem a se multiplicar, prevenindo disseminação posterior. A infecção tuberculosa, sem doença, significa que os bacilos estão no corpo da pessoa, mas o sistema imune está mantendo-os sob controle. O sistema imune faz isso produzindo células chamadas macrófagos, que fagocitam os bacilos e formam uma barreira - o granuloma, que mantém os bacilos sob controle. Uma vez infectada, a pessoa pode desenvolver tuberculose doença em qualquer fase da vida. Isso acontece quando o sistema imune não pode mais manter os bacilos sob controle e eles se multiplicam rapidamente. Todos os órgãos podem ser acometidos pelo bacilo da tuberculose, porém, ocorre mais frequentemente nos pulmões, gânglios, pleura, rins, cérebro e ossos. Os principais sintomas e sinais sugestivos de tuberculose pulmonar são a tosse seca ou produtiva por três semanas ou mais, febre vespertina, perda de peso, sudorese noturna, dor torácica, dispneia e astenia. Atenção! Esta é uma doença imunoprevenível, ou seja, existe a vacina que previne esta doença. Principais doenças infecciosas e parasitárias e seus condicionantes em populações humanas

22 72 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo Mycobacterium leprae Hanseníase, antes conhecida como lepra, causada pelo Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen), é uma doença infectocontagiosa, de evolução lenta, que se manifesta principalmente através de sinais e sintomas dermatoneurológicos: lesões na pele e nos nervos periféricos, principalmente nos olhos, mãos e pés. O comprometimento dos nervos periféricos é a característica principal da doença e lhe dá um grande potencial para provocar incapacidades físicas que podem até evoluir para deformidades. Essas incapacidades e deformidades podem acarretar alguns problemas, como a diminuição da capacidade de trabalho, limitação da vida social, bem como problemas psicológicos. São responsáveis, também, pelo estigma e preconceito contra a doença. A principal via de eliminação do bacilo, pelo indivíduo doente de hanseníase, e a mais provável via de entrada do bacilo, no organismo passível de ser infectado, são as vias aéreas superiores. Existe, também, a possibilidade de penetração do bacilo através da pele, quando esta não se apresenta íntegra. No entanto, para que a transmissão do bacilo ocorra, é necessário um contato direto com a pessoa doente não tratada. O aparecimento da doença na pessoa infectada pelo bacilo e suas diferentes manifestações clínicas dependem da resposta do sistema imunológico do organismo atingido e pode ocorrer após um longo período de incubação, de 2 a 7 anos. Entre as pessoas que adoecem, algumas apresentam resistência ao bacilo, constituindo os casos Paucibacilares (PB), que abrigam um pequeno número de bacilos no organismo, insuficiente para infectar outras pessoas. Os casos Paucibacilares, portanto, não são considerados importantes fontes de transmissão da doença devido à sua baixa carga bacilar. Algumas pessoas podem até se curar espontaneamente. Um número menor de pessoas não apresenta resistência ao bacilo, que se multiplica no seu organismo, passando a ser eliminado para o meio exterior, podendo infectar outras pessoas. Estas pessoas constituem os casos Multibacilares (MB), que são a fonte de infecção e manutenção da cadeia epidemiológica da doença. A doença, inicialmente, se manifesta através de lesões de pele: manchas esbranquiçadas ou avermelhadas que apresentam perda de sensibilidade, sem evidência de lesão nervosa. Essas lesões de pele ocorrem em qualquer região do corpo, mas com maior frequência na face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas. Podem, também, acometer a mucosa nasal. Com a evolução da doença, manifestam-se as lesões nos nervos, principalmente nos troncos periféricos. 3 Principais doenças infecciosas causadas por bactérias

23 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 73 Podem aparecer nervos engrossados e doloridos, diminuição de sensibilidade nas áreas inervadas por eles: olhos, mãos e pés, e diminuição da força dos músculos inervados pelos nervos comprometidos. Essas lesões são responsáveis pelas incapacidades e deformidades características da hanseníase. Saiba mais! Sinais e sintomas dermatológicos: A hanseníase manifesta-se através de lesões de pele que se apresentam com diminuição ou ausência de sensibilidade as lesões dormentes. As lesões mais comuns são: manchas esbranquiçadas ou avermelhadas alterações na cor da pele; placas alterações na espessura da pele, de forma localizada, com bordas elevadas; infiltrações alterações na espessura da pele, de forma difusa, sem bordas; tubérculos caroços externos; nódulos caroços subcutâneos. Sinais e sintomas neurológicos: A hanseníase manifesta-se não apenas através de lesões de pele, mas também de lesões nos nervos periféricos. Essas lesões são decorrentes de processos inflamatórios dos nervos periféricos (neurites), que podem ser causados tanto pela ação do bacilo nos nervos como pela reação do organismo ao bacilo. Elas podem provocar incapacidades e deformidades pela alteração de sensibilidade nas áreas inervadas pelos nervos comprometidos e se manifestam através de: dor nos nervos periféricos; perda de sensibilidade nas áreas inervadas por esses nervos, principalmente nos olhos, mãos e pés; perda de força nos músculos inervados por esses nervos, principalmente nas pálpebras e nos membros superiores e inferiores Espiroquetídeos Treponema pallidum Treponema pallidum, agente etiológico da sífilis, é uma bactéria helicoidal de forma espiralada, com movimento característico em forma de saca-rolhas e tem como único hospedeiro natural o homem, causando uma infecção transmitida sexualmente. A sífilis apresenta três fases: Principais doenças infecciosas e parasitárias e seus condicionantes em populações humanas

24 74 Licenciatura em Ciências USP/Univesp Módulo 5 1. Sífilis primária O período de incubação, ou seja, o intervalo de tempo entre o contágio e os primeiros sintomas, é em média de 2 a 3 semanas. Todavia, há casos em que esse intervalo pode ser tão curto quanto três dias ou tão longo quanto três meses. Sua principal característica é a lesão primária, uma pápula (pequena elevação na pele) nos órgãos genitais que em poucas horas se transforma em uma úlcera não dolorosa. Nas mulheres, esta lesão pode passar despercebida, uma vez que é pequena (em média 1 cm de diâmetro), indolor e costuma ficar escondida entre os pelos pubianos ou dentro da vagina. Não há outros sintomas associados à lesão da sífilis primária; o paciente apresenta no máximo aumento dos linfonodos da virilha (ínguas). Em alguns casos, a úlcera pode surgir na boca ou na faringe, caso a transmissão tenha ocorrido através do sexo oral. A úlcera da sífilis recebe o nome de cancro duro, que após 3 a 6 semanas desaparece, mesmo sem tratamento, levando à falsa impressão de cura espontânea. Portanto, a sífilis inicialmente é uma doença indolor, que costuma frequentemente passar despercebida e que parece desaparecer espontaneamente após algum tempo. O problema está no fato de que o desaparecimento do cancro duro não significa cura; pelo contrário, a bactéria agora está se multiplicando e se espalhando pelo organismo silenciosamente. 2. Sífilis secundária Algumas semanas ou meses após o desaparecimento do cancro duro, a sífilis retorna, agora disseminada pelo organismo e se manifesta com erupções na pele, classicamente nas palmas das mãos e nas solas dos pés. Também são comuns febre, mal-estar, perda de apetite, dor nas articulações, queda de cabelo, lesões oculares e aumento dos linfonodos (ínguas) difusamente pelo corpo. As lesões nas solas dos pés, palmas das mãos e mucosa oral são características, mas as erupções de pele podem ocorrer em qualquer local do corpo. Há casos em que a sífilis secundária apresenta poucos sintomas, fazendo com que o paciente não dê muita importância ao quadro. Cerca de 20% dos pacientes com sífilis secundária não consideram seus sintomas incômodos o bastante para procurarem ajuda médica. Assim como ocorre na sífilis primária, os sintomas da sífilis secundária desaparecem espontaneamente sem qualquer tratamento. 3. Sífilis terciária Os pacientes podem ficar de um a vários anos, e até por décadas, assintomáticos antes de um novo retorno da doença. A forma terciária é a mais grave. 3 Principais doenças infecciosas causadas por bactérias

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