DELEUZE E BERGSON: DESEJO COMO PROBLEMA DO INCONSCIENTE-MULTIPLICIDADE

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "DELEUZE E BERGSON: DESEJO COMO PROBLEMA DO INCONSCIENTE-MULTIPLICIDADE"

Transcrição

1 DELEUZE E BERGSON: DESEJO COMO PROBLEMA DO INCONSCIENTE-MULTIPLICIDADE Hélio Rebello Cardoso Jr 1 RESUMO O conceito de problema, que Deleuze desenvolve em vários momentos-chave de seu pensamento, tem em sua alçada bergsoniana um ponto forte. No presente artigo, procuraremos mostrar de que modo Deleuze vale-se do caminho de Bergson neste âmbito para propor e articular, em torno da idéia de problema, dois dos conceitos originais pelos quais ficou conhecido, ou seja, a multiplicidade e o inconsciente. Veremos que o conceito de problema está na base de uma tipologia deleuzeana das multiplicidades, assim como lhe permite elaborar uma idéia de inconsciente como multiplicidade onde o desejo responde pela instância problemática. Desse modo, conclui-se pela importância determinante da filosofia bergsoniana para Deleuze, particularmente quanto à passagem de sua ontologia para um dos concietos que a realizam e aplicam. Palavras-chave: Deleuze; Bergson; problema; multiplicidade; inconsciente. 1 Professor de Filosofia UNESP - C.V. - Líder de Grupo - herebell@hotmail.com. 1

2 RÉSUMÉ La notion de problème, que Deleuze développe dans plusieurs moments clés de sa pensée, a dans son ressort bergsonienne un point fort. Dans ce document, nous cherchons à montrer comment Deleuze se fonde sur le chemin de Bergson dans ce contexte, de proposer et d'articuler, autour de l'idée de problème, deux des concepts originaux pour lesquels il était connu, à savoir, la multiplicité et l'inconscient. Nous allons voir que le concept de problème est la base d'une typologie des multiplicités deleuzienne, ainsi que vous permettant de développer une idée de l'inconscient comme une multiplicité où le désir est responsable de l'instance de problème. Ainsi, il apparaît l'importance vitale de la philosophie de Bergson à Deleuze, en particulier dans le changement de son ontologie à l'une des concepts qui la portent et appliquent. Mots-clés: Deleuze, Bergson problème, la multiplicité; inconscient. INTRODUÇÃO Conceito de multiplicidade e o problema do uno e do múltiplo: Deleuze e a formulação bergsoniana a partir do conceito de problema A multiplicidade é apresentada por Deleuze como conceito no livro dedicado a Bergson de Por um lado, ele procura definir nesta oportunidade tipos de multiplicidade, tendo em vista a teoria físico-matemática de Riemann e o uso filosófico que lhes confere Bergson 2. Trata-se, portanto, de uma aliança filosófica com Bergson, e outra, de feição transdisciplinar, com a ciência. Por outro lado, o nascimento do conceito de multiplicidade em sua relação com a física relativista e com a filosofia da duração de Bergson, nas quais fica em destaque sua acepção temporal, não esgota a teoria deleuzeana das multiplicidades. Sendo assim, para entendermos por que esta última não fica restrita ao registro da filosofia de Bergson nem ao da teoria físicomatemática de Riemann, é necessário averiguar quais as linhas de força que Deleuze 2 comentadores do pensamento de Deleuze assinalam a importância de Bergson (cf. MACHADO, 1990, p. 3-4; MARTIN,, 1993, p e MENGUE, 1994, p ); essa importância seria particularmente sensível para uma ontologia deleuzeana, ver HARDT, 1993, p. xiv. 2

3 recolhe dessas tentativas de definir o conceito de multiplicidade, e que, afinal, lhe fornecem um ponto de partida. Segundo Deleuze, a primeira regra do método filosófico de Bergson seria a de fazer a prova do verdadeiro e do falso nos próprios problemas, antes de submeter à mesma prova as soluções desses problemas. Não se trata, absolutamente, de qualificar como verdadeiro o problema que oferece uma solução, e como falso o que não a oferece. Todo problema merece a solução que a sua posição proporciona. Assim, os problemas verdadeiros são aqueles que reconciliam a verdade e a criação no nível de sua formulação (DELEUZE, 1966, p. 3). Mas, de que maneira a posição dos problemas atuaria sobre o conceito de multiplicidade? Justamente, a definição do conceito de multiplicidade foi bloqueada na história da filosofia porque sua formulação se inicia com um problema mal colocado, qual seja, o da relação do par uno-múltiplo. A fim de precisar melhor este aspecto, pode-se dizer que o conceito de multiplicidade não se autonomiza enquanto as relações entre o uno e o múltiplo forem compreendidas como um misto de suas respectivas determinações, isto é, quando o múltiplo é dito expor o que o uno já contém ou quando o uno é tomado como o recolhimento do que o múltiplo dele expõe. Enquanto o conceito de multiplicidade definir-se por esse caráter das relações entre o múltiplo e o uno, estaremos presos à pseudo-multiplicidade (BUYDENS, 1990, p ). A tentativa de Bergson, segundo Deleuze, teria sido a de demonstrar que as determinações recíprocas do uno e do múltiplo podem misturar indevidamente elementos que diferem em natureza, de modo que seria possível desfazer esse misto, separando os termos que nele aparecem confusos. Quando essa depuração do misto se completasse, as determinações do par uno-múltiplo poderiam ser finalmente colocadas sob os auspícios de um problema verdadeiro que explicaria a gênese do uno e do múltiplo sob o campo de forças do conceito de multiplicidade. Isto é, os termos do par uno-múltiplo, ao contrário de sua vigência na história da filosofia, não seriam considerados de modo que o primeiro, o uno, aparecesse como originário, já que princípio ontológico ou essência do ser, e este, o múltiplo, como derivativo, fenomênico, como uma dispersão empírica em que o uno se estilhaça ou se ofusca, mas para se difundir, para se manter latente, e, enfim, ser recolhido ou reencontrado nos cacos do múltiplo. Ou, em outras palavras, pode-se dizer que com o conceito de 3

4 multiplicidade, o múltiplo deixa de ser o adjetivo que qualifica ou manifesta o substantivo uno, para receber, ele também, uma definição substancial (DELEUZE & GUATTARI, 1980, p. 14).. Desde que o conceito de multiplicidade opera essa reviravolta no par unomúltiplo surge não mais o dualismo substantivo-adjetivo, mas uma tipologia das multiplicidades. De fato, Bergson define dois tipos de multiplicidade, a saber, "a de termos justapostos no espaço e a dos estados que se fundem na duração", ou seja, as multiplicidades numéricas ou extensas e as multiplicidades qualitativas ou de duração (DELEUZE, 1966, p. 8). Por isso, precisamos perguntar a Deleuze, porque esses dois tipos de multiplicidade são definidos exatamente pela determinação justaposição de termos no espaço e pela determinação fusão de estados na duração e, por que, enfim, tais determinações se confundiram, constituindo um empecilho, na história da filosofia, para a emergência do conceito de multiplicidade. Por que o dualismo do uno-múltiplo é uma confusão entre dois tipos de multiplicidade e por que essa confusão é posta em evidência desde que o conceito de multiplicidade exerce sua função depuradora? problema. Para responder a estas questões devemos colocar em pauta o conceito de PROBLEMA E MULTIPLICIDADES O alcance da relação entre os conceitos de multiplicidade e o de problema pode ser já apreendido no nível mais geral de sua caracterização terminológica, pois se a multiplicidade é um sistema de diferenças (virtual e atual), o problema equivale ao conjunto de um sistema de diferenças/singularidades (DELEUZE, 1968, p ). É suficiente, tendo em vista os objetivos a serem cumpridos no presente artigo, afirmarmos que as diferenças são os elementos das multiplicidades. Como elementos, pode-se também afirmar que as diferenças convivem na multiplicidade, mas o problema é o que faz as diferenças coexistirem. Não basta que as diferenças/singularidades apareçam juntas, é necessário ainda que o único elo de ligação entre elas seja a própria diferença ou o díspar, o que equivale a dizer, de acordo com Deleuze e Guattari, que os elementos de uma multiplicidade podem ser ligados precisamente pela ausência de 4

5 liame (DELEUZE & GUATTARI, 1972, p ). Então, o elo entre as diferenças é um problema fundamental de toda e qualquer multiplicidade 3. Nesta perspectiva é que Deleuze irá definir sua posição em face da filosofia da matemática. De fato, ele transforma o cálculo diferencial em elemento dinâmico de sua filosofia. Isto porque o cálculo diferencial deve deixar de ser a expressão matemática das soluções para se tornar o elemento do problema por excelência (DELEUZE, 1968, p. 235). Como já observáramos, a atribuição de verdade e falsidade não começa com os casos de solução, mas com a posição do próprio problema, sendo que o fator essencial para a posição verdadeira de um problema é o modo como ele apresenta a diferença. A posição poderá ser colocada sob os auspícios do uno (pseudomultiplicidade); ou poderá ser colocada por si mesma, caso em que temos um genuíno conceito de multiplicidade. Tal afirmação possui dois sentidos importantes. Em primeiro lugar, cada problema tem a solução que merece de acordo com o caráter de sua posição. Em segundo lugar, e a seu turno, as condições de posição de um problema não desaparecem com a sua solução. Ambas as conseqüências daquela afirmação procuram indicar, então, que os problemas nunca são dados, são sim "objetidades ideais", o que lhes confere um alcance transcendental, isto é, trata-se de um ato do pensamento pelo qual, nas palavras de Deleuze, "o problema ou o sentido é, ao mesmo tempo, o lugar de uma verdade originária e a gênese de uma verdade derivada" (DR, 1968b, p. 207). Convém, portanto, indagar a Deleuze: de que maneira convivem a origem e a derivação da verdade no problema que fundamenta um conceito de multipliciade? Tal convivência é possível desde que o condicionamento de um problema não lhe seja exterior. O rompimento dessa cláusula de condicionamento intrínseco ocorre, em primeiro lugar, quando imaginamos que os casos de solução de um problema são dados nas proposições, de maneira que se retroage destas para perguntas que lhes correspondem. Assim, haveria tantos problemas quantos seriam as proposições enunciáveis. A essa exterioridade no condicionamento do problema Deleuze denomina de ilusão lógica. Não obstante, essa ilusão lógica ainda é duplicada por uma ilusão filosófica. Esta última perfaz uma exterioridade de condicionamento segundo a qual a 3 ZOURABICHVILI, 1994, p. 108: talvez a mais profunda idéia de Deleuze seja a seguinte: que a diferença é também comunicação, contágio de heterogêneos. ORLANDI, 1990, p , , destaca o papel do díspar como diferenciante do problema. 5

6 forma dos problemas depende da forma da possibilidade das proposições, isto é, os problemas devem ser formulados de acordo com a sua resolubilidade variável, dependente de um determinado elemento que pode ter uma feição intrínseca, porém define um universal, seja ele a opinião do senso comum ou uma opinião científica baseada no cálculo matemático de probabilidades (DELEUZE, 1968, p ; DELEUZE, 1969, p. 147). Em nenhum desses casos, com efeito, o problema define um sentido intrínseco que esteja de acordo com a "produção do verdadeiro no pensamento", pois ambas as ilusões caracterizam a recognição da verdade, isto é, uma realimentação entre a solução como possível e o problema como dado ou falso problema 4. Deleuze, justamente, procura reverter essas duas espécies de ilusão indicando que, ao se decalcar os problemas dos casos de solução, o máximo que lhe pode ser conferido é uma generalidade abstrata correspondente à reunião das respostas particulares de cada proposição. Assim, por exemplo, Kant, se, por um lado, concebe a Idéia como problemática, por outro, descaracteriza o seu alcance ao submeter a série das hipotéticas (proposições particulares) à série das categóricas(proposições gerais). A fim de dirimir essa superposição entre problema e solução, os problemas devem ser entendidos eles próprios como idéias, conferindo às soluções universalidade (DELEUZE, 1968, p ). a universalidade do problema-ideia, como não é abstrata, é formada por relações que, determinando as condições do problema, transformam-na em uma singularidade concreta (MENGUE, 1994, p ). O universal e o singular encontram-se como um problema que determina uma multiplicidade, de maneira que os casos de solução passam a ser avaliados pela repartição das condições do problema, e não pelo dualismo do falso/verdadeiro, valor de verdade que transfere ao problema a extensão das soluções (hipotético ou categórico). Devido a essa caracterização das multiplicidades problemáticas, Deleuze pode afirmar que "elas não são essências simples, mas complexas, multiplicidades 5 relações e singularidades correspondentes" (DELEUZE, 1968, p. 212). Reponhamos, portanto, tendo em vista os esclarecimentos precedentes sobre a noção de problema, a caracterização do conceito de multiplicidade, observando por via de que procedimentos o encontro entre o singular e o universal define uma tipologia das multiplicidades que de 4 de acordo com ZOURABICHVILI, op. cit., p.11-14, 27-29, uma lógica dos problemas seria uma pluralização do conceito de verdade. 5 grifo nosso 6

7 está isenta do dualismo em que incorreram as tentativas de filósofos e cientistas em definir o conceito de multiplicidade, como assinalamos acima. A distribuição das singularidades ou diferenças que determinam as condições de um problema, não são ainda a solução, mas a gênese dela. Por isso é necessário distinguir, para o conceito de multiplicidade, três componentes: ligações ideais ou multiplicidade virtual como condições do problema, e distribuição de singularidades como determinação dessas condições e relações atuais ou multiplicidade atual, como casos de solução (DELEUZE, 1969, p ). O conceito deleuzeano de multiplicidade somente se estabeleceria, definitivamente, quando as multiplicidades virtual e atual fossem imanentes uma a outra, sendo o princípio dessa imanência uma multiplicidade substantiva. A noção bergsoniana de problema, como se está observando, é de importância fundamental para esse acabamento do conceito. O importante é, de que forma, no conceito de multiplicidade, esses componentes aparecem juntos. Um problema é simultaneamente transcendente e imanente em relação aos casos de sua solução. Transcendente, porque, antes de mais nada, corresponde a um "sistema de ligações ideais", que define a "instância transcendente". Imanente, porque essas ligações especificam-se em relações atuais, definindo o "campo de resolubilidade científica". Mas, não existe qualquer semelhança entre esses dois componentes, de maneira que a instância transcendente pudesse decalcar suas ligações das relações do campo de resolubilidade, pois o segundo componente (distribuição de singularidades), que define o "campo problemático, vem estabelecer a coexistência entre transcendência e imanência do problema, com relação às suas soluções. O estatuto do problema torna o campo transcendental equivalente a um plano de imanência. Com efeito, a distribuição das singularidades no campo problemático determina as condições (ligações ideais) da instância transcendente, ao mesmo tempo em que é a gênese das relações atuais que define o problemático. Sendo assim, quais as conseqüências da convivência desses três fatores do problema como componentes do conceito de multiplicidade? Problema e solução são unívocos sem que por isso sejam idênticos, semelhantes ou análogos e, justamente devido a esse caráter, a sua convivência corresponde a um 7

8 conceito de multiplicidade onde não há oposição nem contradição entre o uno e o múltiplo ou entre os dois tipos de multiplicidades (virtual e atual). Um problema, como alerta Deleuze, não desaparece com as soluções. Pelo contrário, os problemas "persistem", eles "insistem" nelas (DELEUZE, 1968, p. 212). Quanto a isso, a teoria das multiplicidades volta-se para a tarefa de lembrar que toda a solução que parece ter apaziguado ou elidido o problema que a gerou, é uma solução inadequada, mas, em contrapartida, não é também uma solução falsa, pois a redistribuição dos pontos singulares de uma multiplicidade pode, não apenas oferecer uma solução adequada, como também reativar um problema que nunca deixa de insistir. Recolocar o problema significa livrar-se das ilusões do pensamento e, portanto, como nos diz Deleuze, "reverter as relações ou as repartições supostas do empírico e do transcendental" (DELEUZE, 1968, p. 216). Tal reversão é tarefa do conceito de multiplicidade, a começar pelo par unomúltiplo. A definição de novas relações entre o empírico e o transcendental, entre o atual e o virtual, é essencial para a filosofia de Deleuze, pois ela preenche uma questão que caracteriza sua originalidade em termos ontolológicos, a saber, com que finalidade um ser uno sairia de si mesmo para diferenciar-se como ser múltiplo, se ele vai depararse com o que ele já era ou estava como que depositado em sua origem? Essa finalidade somente pode ser exterior a seu princípio ontológico ou ela erige em princípio alguma coisa que está programada para aparecer em sua exteriorização, para que o ser, enfim, se reencontre. Ao contrário, um ser da multiplicidade interiorizou a diferença, a diferença está no ser, de modo que, no momento em que se exterioriza apenas reproduz a diferenciação que já envolve como princípio. O ser da multiplicidade, de fato, tem um motivo para sair de si mesmo; é que não precisa comprovar sua unidade original, pois a unidade da diferença no ser já implica que ele não pode permanecer num estado de recolhimento 6. Essa transformação do par uno-múltiplo em um conceito de multiplicidade somente é possível através do problema. Sendo assim, Deleuze estabelece uma importante cláusula ontológica de seu pensamento e, por isso, torna-se apto a entender a realidade como múltipla e, por isso mesmo, dotada de uma instância problemática. 6 MENGUE, p. 139, assinala que um dos aspectos mais originais do pensamento de Deleuze, e que perfaz o caráter de seus estudos dedicados à história da filosofia, seria a definição do ser segundo a multiplicidade, o que comportaria uma filosofia da diferença. 8

9 Trataremos a seguir do inconsciente, como um dos principais e mais originais exemplos que, ao longo da obra de Deleuze, a referida cláusula se aplica. Veremos que o desejo é para é a instância problemática do inconsciente. DESEJO COMO PROBLEMA E AS SÍNTESES DO INCONSCIENTE O desejo é o problema do inconsciente porque ele é o "princípio imanente" que mantém coexistentes a diferenças como uma máquina desejante (DELEUZE & GUATTARI, 1972, p ). Desejo e problema são dois conceitos que se abrem e se articulam um ao outro, na medida em que o operador da consistência interna de cada um, bem como o elo que permite sua aliança, é a diferença ou o díspar, que, no caso, são as singularidades formadoras do inconsciente como multiplicidade. Em primeiro lugar, o desejo problematiza porque, do ponto de vista da produção, realiza a identidade entre produto (subjetividade) e produzir (diferença), sem a qual a máquina desejante somente funcionaria de acordo com alguma transcendência que, ao menos, desse partida em seu mecanismo. É que, realizando o acoplamento das sínteses do inconsciente, o desejo indiferencia a máquina que toma a produção de outra como objeto (produto) e a máquina que funciona como produtora em relação a outra que vem cortar seu fluxo. Isso significa que, do ponto de vista do desejo, as conexões entre quaisquer elementos são possíveis. Essa continuidade é a base das sínteses do inconsciente; é ela que faz com que o desejo seja, ele mesmo, um problema ou defina um campo problemático como condição de imanência das máquinas e de suas sínteses em multiplicidades-devires 7. O desejo, como instância problemática do inconsciente, desloca-se e, em cada situação, determina as sínteses do inconsciente. Conforme nos informam os autores, o motor da síntese conectiva do desejo é o desejo como trabalho próprio ao seu funcionamento (seleção de fluxos/cortes), ou seja, a "libido". Contudo, esse trabalho produtivo despende uma determinada energia que recobre as sínteses conectivas com sínteses disjuntivas que distribuem as máquinas em uma superfície de permutações ou 7 cf. ORLANDI, 1990, p , noção de problema seria importante não só em vista de uma abertura para a noção de desejo como também em vista de um elemento de continuidade na inflexão que faz Deleuze na teoria freudiana do inconsciente, antes e depois de L Anti-Oedipe (cf. ORLANDI, Pulsão e Campo Problemático, op. cit., p ). 9

10 "corpo sem órgãos", percorrido por uma outra energia desejante ou "Númem". Quer dizer, o problema suscitado pelo desejo envolve uma dinâmica que destaca o caráter pragmático próprio ao inconsciente. Se extrairmos as consequências psicanalíticas da idéia de conexões em disjunção no inconsciente, o triângulo edipiano passa a ser visto como nada mais de que um bloqueio das permutações, de modo a demarcar um percurso costumeiro -em que pese os deslocamentos dos papéis na transferência- sobre o corpo disjuntivo do inconsciente. Se fosse assim, as transformações deste último ficariam empobrecidas (DELEUZE & GUATTARI, 1972, p. 20). A função de bloqueio assumida pela triangulação edipiana neste caso não quer dizer, no entanto, que o desejo nada tenha a ver com o pai e a mãe. Do ponto de vista da síntese disjuntiva na multiplicidade-multiplicidade, o triângulo edipiano é uma figura muito ótica e geométrica. O triângulo somente aparece de maneira transitória como inclusão dentro de passagens muito mais complexas cuja fluidez não permite estabilidade para meras transferências, mas sim para verdadeiras transformações do desejo. Pois bem, devemos agora solicitar o auxílio de Deleuze para entender como o princípio problemático que o desejo constitui, envolve uma síntese conjuntiva, que produz uma subjetividade enquanto resultado das sínteses. Assim como uma parte da energia do trabalho conectivo passava à energia de transformação disjuntiva, uma parte desta última torna-se energia residual conjuntiva - "voluptas"- que recolhe uma determinada gama de variações, deslizando por entre certas disjunções do corpo sem órgãos. Desta forma, qualquer coisa se deixa conjugar sobre a superfície disjuntiva, desde que com isso esses rastros que sintetizam o sujeito não percam a fluidez, pois como caracterizam Deleuze e Guattari: a terceira síntese do inconsciente é "um estranho sujeito, sem identidade fixa, errante sobre o corpo sem órgãos, sempre ao lado das máquinas desejantes, definido pela parte que ele toma ao produto, recolhendo por toda a parte o tributo de um devir ou de um avatar, nascendo de estados que ele consome e renascendo a cada estado" (DELEUZE & GUATARI, 1972, p. 23). O sujeito, como mostra Deleuze referindo-se a Leibniz, pertence a um ponto de vista, uma perspectiva que não desmente a continuidade da disjunção. Ele abarca todo o 10

11 inconsciente, mas como depende de uma posição, somente reflete com clareza algum de seus percursos, de modo que para que outros percursos sejam iluminados, um outro sujeito deverá ocupar o ponto de vista. O sujeito inclui todo o inconsciente em seu ponto de vista parcial, e com isso pode atualizá-lo. Quer dizer, a multiplicidade no inconsciente necessita de um sujeito nômade e residual para revelar-se. A síntese conjuntiva é o acabamento do princípio problemático do inconsciente, não só porque o sujeito apenas se constitui no fim da cadeia do desejo, mas também porque seu caráter residual significa uma "reconciliação efetiva" entre a síntese conectiva e a síntese disjuntiva. Ou seja, a síntese conjuntiva não forma um mundo distinto, mas um mesmo mundo situado em um nível diverso e autônomo daquele formado pelas sínteses conectiva e disjuntiva. As duas primeiras sínteses estão como que dobradas uma sobre a outra por uma terceira síntese. CONSIDERAÇÕES FINAIS O enraizamento da filosofia de Bergson no pensamento de Deleuze e Guattari é mais extenso do que se pode constatar pelo livro O Bergsonismo, de Neste artigo, justamente, procurou-se mostrar que a triangulação conceitual multiplicidade-problemainconsciente faz jus a esse complexo envolvimento de dois pensamentos. Se, por um lado, os elos que pudemos coligir desse encontro conceitual carecer de especificação, tal a sua abrangência, por outra lado, terá ficado estabelecido que, que a particiapação de Bergson, é importante para Deleuze, não apenas quanto à formulação dos conceitos destacados e para suas articulações recíprocas, como também, para entender-se o modo de passagem da ontologia deleuzeana das multiplicidades para a vigência e aplicação de um conceito inovador de inconsciente, através do par problema-desejo. 11

12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BUYDENS, Mirreille. Sahara: L Esthétique de Gilles Deleuze, Paris: Vrin, DELEUZE, Gilles. Le Bergsonisme, 2e. éd. Paris, PUF, 1968[1966]. DELEUZE, Gilles. Différence et Répétition, 2e. éd. Paris, PUF, 1972[1968]. DELEUZE, Gilles. Logique du Sens. Paris: Minuit, DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix. Capitalisme et Schizophrénie: L Anti-Oedipe. Paris: Minuit, 1973 [1972]. DELEUZE, Gilles & GUATTARI, Félix. Capitalisme et Schizophrénie: Mille Plateaux. Paris: Minuit, HARDT, Michael. Gilles Deleuze. An Apprenticeship in Philosophy, University of Minnesota Press, MACHADO, Roberto. Deleuze e a Filosofia. Rio de Janeiro: Graal, MARTIN, Variation: La philosophie de Gilles Deleuze. Paris: Payot & Rivages, MENGUE, Philippe. Gilles Deleuze ou le Système du Multiple. Paris: Kimé, ORLANDI, Luiz B.L. Desejo e problema: Articulação por reciprocidade de aberturas, História e Perspectiva, nº 3, jul./dez., Uberlândia, ZOURABICHVILI, François. Deleuze: Une Philosophie de l Événement, Paris: PUF,

DELEUZE E BERGSON: DESEJO COMO PROBLEMA DO INCONSCIENTE-MULTIPLICIDADE

DELEUZE E BERGSON: DESEJO COMO PROBLEMA DO INCONSCIENTE-MULTIPLICIDADE DELEUZE E BERGSON: DESEJO COMO PROBLEMA DO INCONSCIENTE-MULTIPLICIDADE Hélio Rebello Cardoso Jr 1 Introdução: conceito de multiplicidade e o problema do uno e do múltiplo: Deleuze e a formulação bergsoniana

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO TEORIA DAS CIÊNCIAS HUMANAS I 1º Semestre de 2012 Disciplina Obrigatória Destinada: alunos de Filosofia Código: FLF0278 Pré-requisito: FLF0113 e FLF0114 Prof. Dr. Vladimir Pinheiro Safatle Carga horária:

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO TEORIA DAS CIÊNCIAS HUMANAS III 2º Semestre de 2015 (período noturno) Disciplina Optativa Destinada: alunos de Filosofia e de outros departamentos Código: FLF0462 Pré-requisito: FLF0113 e FLF0114 Prof.

Leia mais

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura

O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura O caráter não-ontológico do eu na Crítica da Razão Pura Adriano Bueno Kurle 1 1.Introdução A questão a tratar aqui é a do conceito de eu na filosofia teórica de Kant, mais especificamente na Crítica da

Leia mais

Introdução GILLES DELEUZE

Introdução GILLES DELEUZE 11 Introdução A história da filosofia deve não redizer o que disse um filósofo, mas dizer o que ele subentendia necessariamente, o que ele não disse e, no entanto, estava presente no que ele disse. GILLES

Leia mais

AS RELAÇÕES CONSTITUTIVAS DO SER SOCIAL

AS RELAÇÕES CONSTITUTIVAS DO SER SOCIAL AS RELAÇÕES CONSTITUTIVAS DO SER SOCIAL BASTOS, Rachel Benta Messias Faculdade de Educação rachelbenta@hotmail.com Os seres humanos produzem ações para garantir a produção e a reprodução da vida. A ação

Leia mais

TECNOCIÊNCIA E SUBJETIVIDADE: CONEXÕES ENTRE SIMONDON, DELEUZE E WHITEHEAD

TECNOCIÊNCIA E SUBJETIVIDADE: CONEXÕES ENTRE SIMONDON, DELEUZE E WHITEHEAD TECNOCIÊNCIA E SUBJETIVIDADE: CONEXÕES ENTRE SIMONDON, DELEUZE E WHITEHEAD Resumo Bruno Vasconcelos de Almeida 1 O trabalho Tecnociência e Subjetividade: conexões entre Simondon, Deleuze e Whitehead investiga

Leia mais

Ética e política da subjetividade: hermenêutica do sujeito e parrhesía em Michel Foucault.

Ética e política da subjetividade: hermenêutica do sujeito e parrhesía em Michel Foucault. Ética e política da subjetividade: hermenêutica do sujeito e parrhesía em Michel Foucault. André Pereira Almeida Os últimos cursos e trabalhos de Foucault acerca da constituição do sujeito ético e político

Leia mais

Roberto Machado NIETZSCHE E A VERDADE. 3ª edição Edição revista

Roberto Machado NIETZSCHE E A VERDADE. 3ª edição Edição revista Roberto Machado NIETZSCHE E A VERDADE 3ª edição Edição revista São Paulo / Rio de Janeiro 2017 Sumário Introdução 7 Esclarecimento 19 I Arte e ciência 1 A arte trágica e a apologia da aparência 23 2 Metafísica

Leia mais

A ORIGEM DO CONCEITO DE MULTIPLICIDADE SEGUND O GILLES DELEUZE. Pesquisas deleuzeanas visando ao conceito de multiplicidade

A ORIGEM DO CONCEITO DE MULTIPLICIDADE SEGUND O GILLES DELEUZE. Pesquisas deleuzeanas visando ao conceito de multiplicidade A ORIGEM DO CONCEITO DE MULTIPLICIDADE SEGUND O GILLES DELEUZE Helio Rebello CARDOSO JUNIORl RESUMO : Para que 0 conceito de multiplicidade se tornasse um elemento central em seu pensamento, Deleuze se

Leia mais

Na filosofia de Espinosa, há certo equacionamento entre aprender e alegria. Trata-se

Na filosofia de Espinosa, há certo equacionamento entre aprender e alegria. Trata-se 1 ESPINOSA: ALEGRIA E INTELIGÊNCIA 1 Hélio Rebello Cardoso Júnior 2 Na filosofia de Espinosa, há certo equacionamento entre aprender e alegria. Trata-se de uma cláusula prática que parte da proposição

Leia mais

A ilusão transcendental da Crítica da razão pura e os princípios P1 e P2: uma contraposição de interpretações

A ilusão transcendental da Crítica da razão pura e os princípios P1 e P2: uma contraposição de interpretações A ilusão transcendental da Crítica da razão pura e os princípios P1 e P2: uma contraposição de interpretações Marcio Tadeu Girotti * RESUMO Nosso objetivo consiste em apresentar a interpretação de Michelle

Leia mais

Uma análise ontológica sobre a Relação de Identidade entre Produção, Distribuição, Troca e Consumo

Uma análise ontológica sobre a Relação de Identidade entre Produção, Distribuição, Troca e Consumo Uma análise ontológica sobre a Relação de Identidade entre Produção, Distribuição, Troca e Consumo José Pereira de Sousa Sobrinho 1 Paula Emanuela Lima de Farias 2 A apreensão de Marx a respeito da natureza

Leia mais

filosofia, 2, NORMORE, C. Some Aspects of Ockham s Logic, p. 34.

filosofia, 2, NORMORE, C. Some Aspects of Ockham s Logic, p. 34. Introdução Na Idade Média, a lógica foi concebida como a ciência da razão (scientia rationalis) ou como a ciência do discurso (scientia sermocinalis). Em geral, a primeira concepção distingue-se por identificar

Leia mais

Michael Pontes de Abreu. As percepções inconscientes no pensamento de Gottfried W. Leibniz

Michael Pontes de Abreu. As percepções inconscientes no pensamento de Gottfried W. Leibniz Michael Pontes de Abreu As percepções inconscientes no pensamento de Gottfried W. Leibniz Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Pontifícia Universidade

Leia mais

CATÁLOGO OBJETIVO: METODOLOGIA: O desenvolvimento da proposta será por meio da exposição da história narrada no livro Grande Sertão veredas.

CATÁLOGO OBJETIVO: METODOLOGIA: O desenvolvimento da proposta será por meio da exposição da história narrada no livro Grande Sertão veredas. CATÁLOGO ÁREA: Estética TEMA: As multiplicidades Virtuais HISTÓRIA DA FILOSOFIA: Filosofia Contemporânea. INTERDISCIPLINARIDADE: Literatura Pós-moderna brasileira DURAÇÃO: 1 aula de 50 AUTORIA: Caroline

Leia mais

1 Introdução. 1 Foucault, M. O sujeito e o poder. In: Dreyfus, e Rabinow, P. Michel Foucault. Uma trajetória

1 Introdução. 1 Foucault, M. O sujeito e o poder. In: Dreyfus, e Rabinow, P. Michel Foucault. Uma trajetória 1 Introdução Pretende-se, neste estudo, demonstrar a coerência interna do percurso filosófico de Michel Foucault, quando considerado desde o ponto de vista utilizado pelo filósofo, ao definir toda a sua

Leia mais

ARISTÓTELES ( )

ARISTÓTELES ( ) ARISTÓTELES (384 322) Nascido em Estagira; Juntamente com seu mestre Platão, é considerado um dos fundadores da filosofia ocidental; Professor de Alexandre O Grande. METAFÍSICA Uma das principais obras

Leia mais

1. A dialética de Hegel a) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, friocalor).

1. A dialética de Hegel a) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, friocalor). Exercícios sobre Hegel e a dialética EXERCÍCIOS 1. A dialética de Hegel a) envolve duas etapas, formadas por opostos encontrados na natureza (dia-noite, claro-escuro, friocalor). b) é incapaz de explicar

Leia mais

FILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS

FILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS FILOSOFIA - ENADE 2005 PADRÃO DE RESPOSTAS QUESTÕES DISCURSIVAS QUESTÃO - 36 Esperava-se que o estudante estabelecesse a distinção entre verdade e validade e descrevesse suas respectivas aplicações. Item

Leia mais

Revista Sul-Americana de Filosofia da Educação RESAFE 66

Revista Sul-Americana de Filosofia da Educação RESAFE 66 Revista Sul-Americana de Filosofia da Educação RESAFE 66 Em Torno da Interpretação Deleuzeana do Conceito de Multiplicidade em Bergson e a Relação Duração-Espaço i Zamara Araújo dos Santos ii Resumo O

Leia mais

J. Gil 9/5/08 9:56 Página 13. Introdução

J. Gil 9/5/08 9:56 Página 13. Introdução J. Gil 9/5/08 9:56 Página 13 Introdução Este livro começa sob o signo do paradoxo: a presente Introdução pode e talvez mesmo «deva» ser lida depois de lido o livro. E, no entanto, para o leitor familiarizado

Leia mais

Aristóteles. 4

Aristóteles. 4 Aristóteles 4 causas @yamaelice professorayamaelice @yamaelice O que nos distingue como seres racionais é a capacidade de conhecer "Nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos Para Aristóteles,

Leia mais

IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari

IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari IDEALISMO ESPECULATIVO E A FENOMENOLOGIA DO ESPÍRITO CURSO DE EXTENSÃO 22/10/2011 - Prof. Ricardo Pereira Tassinari TEXTO BASE 1 20 Se tomarmos o pensar na sua representação mais próxima, aparece, α) antes

Leia mais

4 - Considerações finais

4 - Considerações finais 4 - Considerações finais Eduardo Ramos Coimbra de Souza SciELO Books / SciELO Livros / SciELO Libros SOUZA, ERC. Considerações finais. In: Schopenhauer e os conhecimentos intuitivo e abstrato: uma teoria

Leia mais

O FIM DA FILOSOFIA EM M. HEIDEGGER. Universidade Federal da Bahia Programa de Pós-Graduação em Filosofia Mestrado em Filosofia

O FIM DA FILOSOFIA EM M. HEIDEGGER. Universidade Federal da Bahia Programa de Pós-Graduação em Filosofia Mestrado em Filosofia Universidade Federal da Bahia Programa de Pós-Graduação em Filosofia Mestrado em Filosofia Eduardo Boaventura de Souza O FIM DA FILOSOFIA EM M. HEIDEGGER Salvador 2005 Eduardo Boaventura de Souza O FIM

Leia mais

COLÉGIO SHALOM ENSINO MEDIO 1 ANO - filosofia. Profº: TONHÃO Disciplina: FILOSOFIA Aluno (a):. No.

COLÉGIO SHALOM ENSINO MEDIO 1 ANO - filosofia. Profº: TONHÃO Disciplina: FILOSOFIA Aluno (a):. No. COLÉGIO SHALOM ENSINO MEDIO 1 ANO - filosofia 65 Profº: TONHÃO Disciplina: FILOSOFIA Aluno (a):. No. ROTEIRO DE RECUERAÇÃO ANUAL 2016 Data: / / FILOSOFIA 1º Ano do Ensino Médio 1º. O recuperando deverá

Leia mais

Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas PROJETO DE PESQUISA. Pós-Doutorado

Universidade de São Paulo. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas PROJETO DE PESQUISA. Pós-Doutorado Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas PROJETO DE PESQUISA Pós-Doutorado O empirismo transcendental como descoberta das multiplicidades e atividade criadora do pensamento

Leia mais

TEMA: Ética, Responsabilidade e Consumo Sustentável: uma aproximação necessária

TEMA: Ética, Responsabilidade e Consumo Sustentável: uma aproximação necessária TEMA: Ética, Responsabilidade e Consumo Sustentável: uma aproximação necessária No cenário dos debates e reflexões sobre a problemática ambiental hodierna, o consumo configura-se como uma perspectiva analítica

Leia mais

Mariana Rodrigues Pimentel. FABULAÇÃO A memória do futuro TESE DE DOUTORADO

Mariana Rodrigues Pimentel. FABULAÇÃO A memória do futuro TESE DE DOUTORADO Mariana Rodrigues Pimentel FABULAÇÃO A memória do futuro TESE DE DOUTORADO Tese apresentada ao Programa de Pósgraduação em Letras da PUC-Rio como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em

Leia mais

Heidegger: da pergunta pela filosofia à essência da poesia

Heidegger: da pergunta pela filosofia à essência da poesia Antônio Wagner Veloso Rocha Heidegger: da pergunta pela filosofia à essência da poesia DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Departamento de Filosofia Programa de Pós-graduação em Filosofia CTCH Centro de Teologia e

Leia mais

INSTRUÇÃO N.º 27/ (BO N.º 9, )

INSTRUÇÃO N.º 27/ (BO N.º 9, ) INSTRUÇÃO N.º 27/2012 - (BO N.º 9, 17.09.2012) Temas ESTATÍSTICAS Estatísticas das Operações com o Exterior ASSUNTO: Estatísticas de Operações e Posições com o Exterior No uso das competências atribuídas

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO TEORIA DAS CIÊNCIAS HUMANAS II 2º Semestre de 2004 Disciplina Optativa Destinada : alunos de Filosofia e de outros departamentos Código : FLF0279 Pré-requisito : FLF0278 Prof. Vladimir Pinheiro Safatle

Leia mais

Filosofia COTAÇÕES GRUPO I GRUPO II GRUPO III. Teste Intermédio de Filosofia. Teste Intermédio. Duração do Teste: 90 minutos

Filosofia COTAÇÕES GRUPO I GRUPO II GRUPO III. Teste Intermédio de Filosofia. Teste Intermédio. Duração do Teste: 90 minutos Teste Intermédio de Filosofia Teste Intermédio Filosofia Duração do Teste: 90 minutos 20.04.2012 11.º Ano de Escolaridade Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de março 1. 2. COTAÇÕES GRUPO I 1.1.... 10 pontos

Leia mais

IDEALISMO ESPECULATIVO E ESPÍRITO ABSOLUTO ARTE, RELIGIÃO E FILOSOFIA CURSO DE EXTENSÃO 24/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari TEXTO BASE 1

IDEALISMO ESPECULATIVO E ESPÍRITO ABSOLUTO ARTE, RELIGIÃO E FILOSOFIA CURSO DE EXTENSÃO 24/10/ Prof. Ricardo Pereira Tassinari TEXTO BASE 1 IDEALISMO ESPECULATIVO E ESPÍRITO ABSOLUTO ARTE, RELIGIÃO E FILOSOFIA CURSO DE EXTENSÃO 24/10/2011 - Prof. Ricardo Pereira Tassinari TEXTO BASE 1 535 O Estado é a substância ética autoconsciente - a unificação

Leia mais

3 Tempo e Espaço na Estética transcendental

3 Tempo e Espaço na Estética transcendental 3 Tempo e Espaço na Estética transcendental 3.1. Exposição metafísica dos conceitos de tempo e espaço Kant antecipa então na Dissertação alguns argumentos que serão posteriormente, na Crítica da razão

Leia mais

Filosofia e Ética. Prof : Nicolau Steibel

Filosofia e Ética. Prof : Nicolau Steibel Filosofia e Ética Prof : Nicolau Steibel Objetivo do conhecimento: Conteúdo da Unidade 2.1 Moral, Ética e outras formas de comportamentos humanos Parte I No 1º bimestre o acadêmico foi conduzido à reflexão

Leia mais

NOTAS DE AULA. O conceito familiar de Trabalho em Mecânica pode servir como ponto de partida: O trabalho elementar realizado por uma força F r

NOTAS DE AULA. O conceito familiar de Trabalho em Mecânica pode servir como ponto de partida: O trabalho elementar realizado por uma força F r Trabalho e Calor Departamento de Engenharia Naval e Oceânica EPUSP PNV-3 Termodinâmica e Transferência de Calor NOTAS DE AULA Introdução Vamos aqui introduzir os conceitos de Trabalho e Calor em Termodinâmica.

Leia mais

Carbone, M. La chair des images: Merleau- Ponty entre peinture et cinéma. Paris: Vrin, coll. Matière Etrangère, 2011.

Carbone, M. La chair des images: Merleau- Ponty entre peinture et cinéma. Paris: Vrin, coll. Matière Etrangère, 2011. Carbone, M. La chair des images: Merleau- Ponty entre peinture et cinéma. Paris: Vrin, coll. Matière Etrangère, 2011. 327 Mariana Larison (Pós-doutoranda, USP, São Paulo, São Paulo, Brasil) malarison@hotmail.com

Leia mais

5 Referências biliográficas

5 Referências biliográficas 298 5 Referências biliográficas ABREU, Ovídio de. O combate ao julgamento no empirismo transcendental de Deleuze. 2003. Tese (Doutorado em Filosofia) - Departamento de Filosofia, UFRJ, Rio de Janeiro,

Leia mais

Ítaca 27. Defesas Doutorado Doutorado

Ítaca 27. Defesas Doutorado Doutorado Defesas Doutorado 2013 Doutorado 2013 242 Imaginação e Ideologia na Política de Spinoza Alexandre Arbex Valadares Esta tese propõe uma leitura da política de Spinoza a partir dos conceitos de corpo e imaginação.

Leia mais

Ar infinito: indeterminado, não tem uma forma clara.

Ar infinito: indeterminado, não tem uma forma clara. FILOSOFIA ANTIGA Ar infinito: indeterminado, não tem uma forma clara. Está presente na água de Tales: H20. Essencial para a vida dos seres vivos. É a causa do movimento da natureza: vento move nuvens,

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INTRODUÇÃO À FILOSOFIA 1º Semestre de 2011 Disciplina Obrigatória Destinada: alunos de Filosofia Código: FLF0113 Sem pré-requisito Prof. Dr. João Vergílio Gallerani Cuter Prof. Dr. Maurício de Carvalho

Leia mais

Husserl, Heidegger e a

Husserl, Heidegger e a Husserl, Heidegger e a fenomenologia Mariângela Areal Guimarães, professora de Filosofia do Instituto Federal do Rio de Janeiro - IFRJ, Doutora em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

Leia mais

Método fenomenológico de investigação psicológica

Método fenomenológico de investigação psicológica Método fenomenológico de investigação psicológica Método de investigação filosófico versus psicológico Teoria F Descrição Reduções Essência Intencionalidade P Descrição de outros sujeitos Redução fenomenológica

Leia mais

sábado, 11 de maio de 13 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

sábado, 11 de maio de 13 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO LEITURA, INTERAÇÃO E PRODUÇÃO DE SENTIDOS Introdução l A linguagem, por realizar-se na interação verbal dos interlocutores,

Leia mais

SUMÁRIO PORMENORIZADO DA LIÇÃO

SUMÁRIO PORMENORIZADO DA LIÇÃO MARIA GABRIELA COUTO TEVES DE AZEVEDO E CASTRO SUMÁRIO PORMENORIZADO DA LIÇÃO A arte como imitação da natureza, em Aristóteles, Kant e Ricoeur Apresentado à Universidade dos Açores, para Provas de Agregação

Leia mais

FERNANDO PESSOA [Professor de filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo e organizador dos Seminários Internacionais Museu Vale]

FERNANDO PESSOA [Professor de filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo e organizador dos Seminários Internacionais Museu Vale] A arte como princípio de transformação FERNANDO PESSOA [Professor de filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo e organizador dos Seminários Internacionais Museu Vale] Se a própria existência

Leia mais

PERCEPÇÃO E SUBJETIVIDADE EM BERGSON

PERCEPÇÃO E SUBJETIVIDADE EM BERGSON PERCEPÇÃO E SUBJETIVIDADE EM BERGSON Solange Bitterbier Mestrado Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Bolsista CAPES solbitter@yahoo.com.br Buscando superar as dificuldades relacionadas à concepção

Leia mais

Sumário. Notas escolares, suas distorções e a busca de soluções... 9

Sumário. Notas escolares, suas distorções e a busca de soluções... 9 7 Sumário Introdução Notas escolares, suas distorções e a busca de soluções... 9 Capítulo I Distorção epistemológica: contrabando entre qualidade e quantidade nas notas escolares... 19 1. A questão posta...

Leia mais

SIGNOS DELEUZEANOS DA DIFERENÇA E AS APORIAS DO EU EM PROUST

SIGNOS DELEUZEANOS DA DIFERENÇA E AS APORIAS DO EU EM PROUST 1 SIGNOS DELEUZEANOS DA DIFERENÇA E AS APORIAS DO EU EM PROUST Roberto Duarte Santana Nascimento Universidade Estadual de Campinas RESUMO: A filosofia de Deleuze sempre se efetivou a partir de uma relação

Leia mais

Da Arqueologia à Genealogia a questão do sujeito no percurso filosófico de Michel Foucault

Da Arqueologia à Genealogia a questão do sujeito no percurso filosófico de Michel Foucault Fabiane Marques de Carvalho Souza Da Arqueologia à Genealogia a questão do sujeito no percurso filosófico de Michel Foucault Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós-graduação em Filosofia

Leia mais

A ciência deveria valorizar a pesquisa experimental, visando proporcionar resultados objetivos para o homem.

A ciência deveria valorizar a pesquisa experimental, visando proporcionar resultados objetivos para o homem. FRANCIS BACON Ocupou cargos políticos importantes no reino britânico; Um dos fundadores do método indutivo de investigação científica; Saber é poder ; A ciência é um instrumento prático de controle da

Leia mais

22. Análise Combinatória - Permutação - Repetição - Circular - Condicional Análise Combinatória - Combinação e Arranjo

22. Análise Combinatória - Permutação - Repetição - Circular - Condicional Análise Combinatória - Combinação e Arranjo Conteúdo 1. Conceitos Iniciais... 6 2. Proposições [1]... 7 3. Proposições [2] Tautologia - Contradição - Contigência... 8 4. Não são Proposições... 9 5. Lógica argumentativa Negação... 10 6. Lógica argumentativa

Leia mais

Introdução ao pensamento de Marx 1

Introdução ao pensamento de Marx 1 Introdução ao pensamento de Marx 1 I. Nenhum pensador teve mais influência que Marx, e nenhum foi tão mal compreendido. Ele é um filósofo desconhecido. Muitos motivos fizeram com que seu pensamento filosófico

Leia mais

PACHUKANIS, Evguiéni B. Teoria geral do direito e marxismo. São Paulo: Boitempo, 2017.

PACHUKANIS, Evguiéni B. Teoria geral do direito e marxismo. São Paulo: Boitempo, 2017. PACHUKANIS, Evguiéni B. Teoria geral do direito e marxismo. São Paulo: Boitempo, 2017. Thais Hoshika 1 Não há dúvidas de que Evguiéni B. Pachukanis (1891-1937) foi o filósofo que mais avançou na crítica

Leia mais

Kant e o Princípio Supremo da Moralidade

Kant e o Princípio Supremo da Moralidade Kant e o Princípio Supremo da Moralidade ÉTICA II - 2017 16.03.2018 Hélio Lima LEITE, Flamarion T. 10 Lições sobre Kant. Petrópolis: Vozes, 2013 O Sistema kantiano Estética Transcendental Experiência Lógica

Leia mais

FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS DE MACEIÓ FAMA NÚCLEO DE PESQUISA E EXTENSÃO NUPE CURSO DE DIREITO. Priscilla Cordeiro

FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS DE MACEIÓ FAMA NÚCLEO DE PESQUISA E EXTENSÃO NUPE CURSO DE DIREITO. Priscilla Cordeiro 1 FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS DE MACEIÓ FAMA NÚCLEO DE PESQUISA E EXTENSÃO NUPE CURSO DE DIREITO Maceió/AL 2017 2 Artigo científico apresentado à banca examinadora do Curso de Graduação em

Leia mais

Preocupações do pensamento. kantiano

Preocupações do pensamento. kantiano Kant Preocupações do pensamento Correntes filosóficas Racionalismo cartesiano Empirismo humeano kantiano Como é possível conhecer? Crítica da Razão Pura Como o Homem deve agir? Problema ético Crítica da

Leia mais

Aula 19. Bora descansar? Filosofia Moderna - Kant

Aula 19. Bora descansar? Filosofia Moderna - Kant Aula 19 Bora descansar? Filosofia Moderna - Kant Kant (1724-1804) Nasceu em Könisberg, 22/04/1724 Estudos Collegium Fredericiacum Universidade Könisberg Docência Inicialmente aulas particulares Nomeado

Leia mais

RESENHA. HUSSERL, Edmund. A ideia da Fenomenologia. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, p.

RESENHA. HUSSERL, Edmund. A ideia da Fenomenologia. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, p. RESENHA HUSSERL, Edmund. A ideia da Fenomenologia. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 2008. 133 p. Mauro Sérgio de Carvalho TOMAZ A ideia da fenomenologia reúne cinco lições pronunciadas em Göttingen,

Leia mais

Sócrates: após destruir o saber meramente opinativo, em diálogo com seu interlocutor, dava início ã procura da definição do conceito, de modo que, o

Sócrates: após destruir o saber meramente opinativo, em diálogo com seu interlocutor, dava início ã procura da definição do conceito, de modo que, o A busca da verdade Os filósofos pré-socráticos investigavam a natureza, sua origem de maneira racional. Para eles, o princípio é teórico, fundamento de todas as coisas. Destaca-se Heráclito e Parmênides.

Leia mais

LEONARDO RITTER SCHAEFER. NATUREZA E OTIMISMO: Sobre Dor e Sofrimento em Arthur Schopenhauer

LEONARDO RITTER SCHAEFER. NATUREZA E OTIMISMO: Sobre Dor e Sofrimento em Arthur Schopenhauer LEONARDO RITTER SCHAEFER NATUREZA E OTIMISMO: Sobre Dor e Sofrimento em Arthur Schopenhauer Dissertação de Mestrado em Filosofia realizada como exigência para a obtenção do título de Mestre em Filosofia,

Leia mais

Grupo I Para cada uma das questões que se seguem assinala a opção correta

Grupo I Para cada uma das questões que se seguem assinala a opção correta Grupo I Para cada uma das questões que se seguem assinala a opção correta 1. A filosofia é: a) Um conjunto de opiniões importantes. b) Um estudo da mente humana. c) Uma atividade que se baseia no uso crítico

Leia mais

Trabalho 2 da UC Teoria do Conhecimento I Camila Cardoso Diniz 9 de maio de 2008

Trabalho 2 da UC Teoria do Conhecimento I Camila Cardoso Diniz 9 de maio de 2008 Camila Cardoso Diniz Universidade Federal De São Paulo Unifesp -Campus Guarulhos A verdade é índice de si mesma e do falso. UC Teoria do Conhecimento Prof. Dr. Fernando Dias Andrade. Guarulhos, 27 de junho

Leia mais

A ciência deveria valorizar a pesquisa experimental, visando proporcionar resultados objetivos para o homem.

A ciência deveria valorizar a pesquisa experimental, visando proporcionar resultados objetivos para o homem. FRANCIS BACON Ocupou cargos políticos importantes no reino britânico; Um dos fundadores do método indutivo de investigação científica; Saber é poder ; A ciência é um instrumento prático de controle da

Leia mais

Kant e a filosofia crítica. Professora Gisele Masson UEPG

Kant e a filosofia crítica. Professora Gisele Masson UEPG Kant e a filosofia crítica Programa de Pós-Graduação em Educação Professora Gisele Masson UEPG Immanuel Kant (1724-1804) Principais obras Crítica da razão pura - 1781 Fundamentação da Metafísica dos Costumes

Leia mais

LEANDRO CAETANO DOS SANTOS JUSTIÇA E VERDADE: A INTERPRETAÇÃO HEIDEGGERIANA DA ALEGORIA DA CAVERNA DE PLATÃO

LEANDRO CAETANO DOS SANTOS JUSTIÇA E VERDADE: A INTERPRETAÇÃO HEIDEGGERIANA DA ALEGORIA DA CAVERNA DE PLATÃO LEANDRO CAETANO DOS SANTOS JUSTIÇA E VERDADE: A INTERPRETAÇÃO HEIDEGGERIANA DA ALEGORIA DA CAVERNA DE PLATÃO Dissertação apresentada à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo para obtenção do

Leia mais

A ESCOLA RECONHECENDO SEU PODER COMO ESPAÇO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL. Géssica Dal Pont

A ESCOLA RECONHECENDO SEU PODER COMO ESPAÇO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL. Géssica Dal Pont A ESCOLA RECONHECENDO SEU PODER COMO ESPAÇO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL Géssica Dal Pont gessica.edmar@gmail.com RESUMO: O presente artigo se trata de uma pesquisa bibliográfica qualitativa a respeito das

Leia mais

Teoria do Conhecimento:

Teoria do Conhecimento: Teoria do Conhecimento: Investigando o Saber O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer,

Leia mais

5 Conclusão. ontologicamente distinto.

5 Conclusão. ontologicamente distinto. 5 Conclusão Considerando a força dos três argumentos anti-materialistas defendidos por Chalmers e a possibilidade de doutrinas alternativas não materialistas, devemos definitivamente abandonar o materialismo?

Leia mais

A presença da psicanálise na obra de Gilles Deleuze

A presença da psicanálise na obra de Gilles Deleuze Juliana Martins Rodrigues A presença da psicanálise na obra de Gilles Deleuze DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica do Departamento de Psicologia

Leia mais

O dinheiro como forma do valor

O dinheiro como forma do valor O dinheiro como forma do valor Gentil Corazza* Este texto procura avaliar as críticas feitas a meus textos por Claus Germer em O caráter de mercadoria do dinheiro segundo Marx uma polêmica, publicado nesta

Leia mais

Ψ AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE OLIVEIRA

Ψ AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE OLIVEIRA Ψ AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE OLIVEIRA DE FRADES PSICOLOGIA B 12º ANO 4º Teste Ano lectivo 2010/2011 A prova é constituída por três grupos de itens: - O Grupo I testa objectivos de conhecimento, de compreensão

Leia mais

Encontro 6a. Pós-estruturalismo

Encontro 6a. Pós-estruturalismo Encontro 6a Pós-estruturalismo Plano da aula Pós-estruturalismo, pósmodernismo Foucault Deleuze Outros pós-modernistas Crítica de Habermas Fontes Postmodernism Stanford Encyclopedia on Critical Theory

Leia mais

OBRA DA ÉPOCA MODERNA: FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES, DE KANT

OBRA DA ÉPOCA MODERNA: FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES, DE KANT Ano lectivo de 2004 / 2005 FILOSOFIA 12º ANO PLANIFICAÇÃO OBRA DA ÉPOCA MODERNA: FUNDAMENTAÇÃO DA METAFÍSICA DOS COSTUMES, DE KANT ESCOLA SECUNDÁRIA ALBERTO SAMPAIO 1 Ano lectivo de 2004 / 2005 FILOSOFIA

Leia mais

NIETZSCHE E A HISTÓRIA: A RELAÇÃO COM O PASSADO

NIETZSCHE E A HISTÓRIA: A RELAÇÃO COM O PASSADO NIETZSCHE E A HISTÓRIA: A RELAÇÃO COM O PASSADO Dagmar Manieri Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); professor Adjunto de História (Teoria da História) da Universidade

Leia mais

O DASEIN E SUA CONDIÇÃO ONTOLÓGICA DE ANGÚSTIA. Greyce Kelly de Souza Jéferson Luís de Azeredo

O DASEIN E SUA CONDIÇÃO ONTOLÓGICA DE ANGÚSTIA. Greyce Kelly de Souza Jéferson Luís de Azeredo O DASEIN E SUA CONDIÇÃO ONTOLÓGICA DE ANGÚSTIA Greyce Kelly de Souza greycehp@gmail.com Jéferson Luís de Azeredo jeferson@unesc.net Resumo: Neste artigo pretende-se analisar a relação ontológica entre

Leia mais

Alexandre Pinto Mendes. O que pode a multidão? Constituição e instituição em Espinosa. Tese de Doutorado

Alexandre Pinto Mendes. O que pode a multidão? Constituição e instituição em Espinosa. Tese de Doutorado Alexandre Pinto Mendes O que pode a multidão? Constituição e instituição em Espinosa Tese de Doutorado Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Direito da PUC-Rio como requisito parcial para a

Leia mais

PERSPECTIVAS DO ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO.

PERSPECTIVAS DO ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO. UNIVERSIDADE DO CONTESTADO CANOINHAS I FÓRUM DE PROFESSORES DE FILOSOFIA E SOCIOLOGIA DO PLANALTO NORTE CATARINENSE - 2007 PERSPECTIVAS DO ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO. Sandro Luiz Bazzanella sandroba@terra.com.br

Leia mais

Procedimentos e Algorítmos Programas e Linguagens de Programação Tese de Church-Turing Formas de Representação de Linguagens

Procedimentos e Algorítmos Programas e Linguagens de Programação Tese de Church-Turing Formas de Representação de Linguagens Procedimentos e Algorítmos Programas e Linguagens de Programação Tese de Church-Turing Formas de Representação de Linguagens 1 Introdução Estudar computação do ponto de vista teórico é sinônimo de caracterizar

Leia mais

Unidade II. A notação de que a proposição P (p, q, r,...) implica a proposição Q (p, q, r,...) por:

Unidade II. A notação de que a proposição P (p, q, r,...) implica a proposição Q (p, q, r,...) por: LÓGICA Objetivos Apresentar regras e estruturas adicionais sobre o uso de proposições. Conceituar implicação lógica, tautologias, e as propriedade sobre proposições. Apresentar os fundamentos da dedução,

Leia mais

TÍTULO E SUBTÍTULO DO TRABALHO

TÍTULO E SUBTÍTULO DO TRABALHO UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS Departamento de Filosofia TÍTULO E SUBTÍTULO DO TRABALHO Nome do aluno: Número: Disciplina: - Professor: Data: ÍNDICE: Noções de metodologia As citações e as

Leia mais

OPERADORES MODAIS (NA INTERFACE LÓGICA E LINGUAGEM NATURAL)

OPERADORES MODAIS (NA INTERFACE LÓGICA E LINGUAGEM NATURAL) OPERDORES MODIS (N INTERFCE LÓGIC E LINGUGEM NTURL) Jorge Campos & na Ibaños Resumo: É muito comum que se fale em lógica em seu sentido trivial e no uso cotidiano da nossa linguagem. Mas, como se supõe

Leia mais

3 Metodologia de pesquisa

3 Metodologia de pesquisa 3 Metodologia de pesquisa Este trabalho procurou investigar como aconteceu o processo de internacionalização de uma empresa brasileira de comércio eletrônico motivações para internacionalização, processo

Leia mais

Sumário. 1 CAPÍTULO 1 Revisão de álgebra

Sumário. 1 CAPÍTULO 1 Revisão de álgebra Sumário 1 CAPÍTULO 1 Revisão de álgebra 2 Conjuntos numéricos 2 Conjuntos 3 Igualdade de conjuntos 4 Subconjunto de um conjunto 4 Complemento de um conjunto 4 Conjunto vazio 4 Conjunto universo 5 Interseção

Leia mais

A VIA 1NVESTIGATIVA DA FILOSOFIA DO SER E O FENÔMENO JURÍDICO

A VIA 1NVESTIGATIVA DA FILOSOFIA DO SER E O FENÔMENO JURÍDICO A VIA 1NVESTIGATIVA DA FILOSOFIA DO SER E O FENÔMENO JURÍDICO Jeannette Antonios Maman Professora Doutora do Departamento de Filosofia e Teoria Geral do Direito da Faculdade de Direito da Universidade

Leia mais

Roteiro de leitura da Percepção da Fenomenologia do Espírito

Roteiro de leitura da Percepção da Fenomenologia do Espírito Roteiro de leitura da Percepção da Fenomenologia do Espírito Introdução 1-6: Introdução Primeira experiência 7: Primeira experiência; 8: Comentário acerca desta primeira experiência. Segunda experiência

Leia mais

Apresentação do curso

Apresentação do curso Folha 1 Matemática Básica Humberto José Bortolossi Departamento de Matemática Aplicada Universidade Federal Fluminense Apresentação do curso Parte 1 Parte 1 Matemática Básica 1 Parte 1 Matemática Básica

Leia mais

FILOSOFIA E A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE ESTADO E GOVERNO DE ESTUDANTES DE DIREITO Dr. Humberto César Machado Dr. Pedro Humberto Faria Campos Resumo

FILOSOFIA E A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE ESTADO E GOVERNO DE ESTUDANTES DE DIREITO Dr. Humberto César Machado Dr. Pedro Humberto Faria Campos Resumo FILOSOFIA E A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE ESTADO E GOVERNO DE ESTUDANTES DE DIREITO Dr. Humberto César Machado Dr. Pedro Humberto Faria Campos Resumo Essa pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de contribuir

Leia mais

A IMPORTÂNCIA DA CONCEPÇÃO ONTOLÓGICA PARA A TEORIA DO ESTADO

A IMPORTÂNCIA DA CONCEPÇÃO ONTOLÓGICA PARA A TEORIA DO ESTADO A IMPORTÂNCIA DA CONCEPÇÃO ONTOLÓGICA PARA A TEORIA DO ESTADO Maria Edna Bertoldo UFAL edna_bertoldo@hotmail.com Mário André Pacifico UFAL macp_crvg@hotmail.com RESUMO O objetivo desse artigo é analisar

Leia mais

Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen

Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen 1 Vocabulário Filosófico Dr. Greg L. Bahnsen Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto / felipe@monergismo.com GERAL Razão: capacidade intelectual ou mental do homem. Pressuposição: uma suposição elementar,

Leia mais

MESTRADO EM ESTÉTICA E FILOSOFIA DA ARTE

MESTRADO EM ESTÉTICA E FILOSOFIA DA ARTE MESTRADO EM ESTÉTICA E FILOSOFIA DA ARTE Deleuze e as Artes Prof. ª Cíntia Vieira da Silva Terça-feira: 14:00às 18:00 O curso pretende mostrar como a filosofia deleuziana pode ser vista como um dos momentos

Leia mais

DISCIPLINA. Requisitos do pesquisador

DISCIPLINA. Requisitos do pesquisador DISCIPLINA Requisitos do pesquisador PAPEL DA UNIVERSIDADE Extensão Serviço à comunidade local Ensino Transmissão do conhecimento científico UNIVERSIDADE Pesquisa Revisão e produção do conhecimento dito

Leia mais

NODARI, Paulo César. Sobre ética: Aristóteles, Kant e Levinas. Caxias do Sul: Educs, 2010

NODARI, Paulo César. Sobre ética: Aristóteles, Kant e Levinas. Caxias do Sul: Educs, 2010 NODARI, Paulo César. Sobre ética: Aristóteles, Kant e Levinas. Caxias do Sul: Educs, 2010 12 Daniel José Crocoli * A obra Sobre ética apresenta as diferentes formas de se pensar a dimensão ética, fazendo

Leia mais

O INCONSCIENTE ENTENDIDO À LUZ DA OBRA DE GILLES DELEUZE E FÉLIX GUATTARI: CONTRAPONTOS EM RELAÇÃO À PSICANÁLISE DE MELANIE KLEIN

O INCONSCIENTE ENTENDIDO À LUZ DA OBRA DE GILLES DELEUZE E FÉLIX GUATTARI: CONTRAPONTOS EM RELAÇÃO À PSICANÁLISE DE MELANIE KLEIN 1 O INCONSCIENTE ENTENDIDO À LUZ DA OBRA DE GILLES DELEUZE E FÉLIX GUATTARI: CONTRAPONTOS EM RELAÇÃO À PSICANÁLISE DE MELANIE KLEIN Silva, Dayse P. Da Resende, Vera Da Rocha Júnior, Hélio Rebello Cardoso

Leia mais

PARADIGMAS, METODOLOGIA E CAMINHOS DA CIÊNCIA

PARADIGMAS, METODOLOGIA E CAMINHOS DA CIÊNCIA Universidade Estadual Paulista Faculdade de Ciências e Tecnologia Presidente Prudente - SP PARADIGMAS, METODOLOGIA E CAMINHOS DA CIÊNCIA ALBERTO ALBUQUERQUE GOMES FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA PROGRAMA

Leia mais

ANÁLISE MATEMÁTICA I. Curso: EB

ANÁLISE MATEMÁTICA I. Curso: EB ANÁLISE MATEMÁTICA I (com Laboratórios) Curso: EB Lógica - Resumo Ana Matos DMAT Noções básicas de Lógica Consideremos uma linguagem, com certos símbolos. Chamamos expressão a qualquer sequência de símbolos.

Leia mais

PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02

PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02 PROFESSOR: MAC DOWELL DISCIPLINA: FILOSOFIA CONTEÚDO: TEORIA DO CONHECIMENTO aula - 02 2 A EPISTEMOLOGIA: TEORIA DO CONHECIMENTO Ramo da filosofia que estuda a natureza do conhecimento. Como podemos conhecer

Leia mais