1 CONCEITO E ESPÉCIES
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- Marco Gorjão das Neves
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1 RESUMO DA AULA DIREITO PENAL Concurso de Pessoas 1 CONCEITO E ESPÉCIES; 2 AUTORIA; 3 AUTORIA MEDIATA; 4 FORMAS E NATUREZA JURÍDICA DO CONCURSO DE AGENTES; 5 COMUNICABILIDADE E INCOMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS; 6 QUESTÕES COMENTADAS 1 2 CONCURSO DE PESSOAS 1 CONCEITO E ESPÉCIES ART QUEM, DE QUALQUER MODO, CONCORRE PARA O CRIME INCIDE NAS PENAS A ESTE COMINADAS, NA MEDIDA DE SUA CULPABILIDADE. 3 4 ENTÃO, CONCURSO DE PESSOAS É A REUNIÃO VOLUNTÁRIA E CONSCIENTE DE DUAS OU MAIS PESSOAS PARA A PRÁTICA DE CRIMES. TAMBÉM É CONHECIDO POR CONCURSO DE AGENTES, CO-DELINQUÊNCIA OU CONCURSO DE DELINQUENTES. PARA QUE EXISTA O CONCURSO DE AGENTES, SÃO NECESSÁRIOS OS SEGUINTES REQUISITOS: 1 PLURALIDADE DE CONDUTAS (OU DE COMPORTAMENTOS); 2 RELEVÂNCIA CAUSAL DE CADA UMA DAS AÇÕES (APLICA-SE A TEORIA DA CONDITIO SINE QUA NON); 5 6 1
2 PARA QUE EXISTA O CONCURSO DE AGENTES, SÃO NECESSÁRIOS OS SEGUINTES REQUISITOS: 3 LIAME SUBJETIVO ENTRE OS AGENTES (NÃO SE EXIGE PRÉVIO ACORDO DE VONTADE, MAS SOMENTE QUE OS PARTICIPANTES ATUEM COM VONTADE HOMOGÊNEA, NO SENTIDO DE TODOS VISAREM A REALIZAÇÃO DO MESMO TIPO PENAL); 4 IDENTIDADE DE FATO (OU IDENTIDADE DE CRIME). IMPORTANTE AUSÊNCIA DE LIAME SUBJETIVO NA HIPÓTESE DE NÃO HAVER LIAME SUBJETIVO (OU RECIPROCIDADE CONSENSUAL), A PRÁTICA DA CONDUTA CRIMINOSA POR DIVERSOS AGENTES, QUE REALIZAM CONDUTAS CONVERGENTES OBJETIVANDO A EXECUÇÃO DA MESMA INFRAÇÃO PENAL, RECEBE O NOME DE AUTORIA COLATERAL, OU CO-AUTORIA IMPRÓPRIA OU CO-AUTORIA LATERAL, OU AUTORIA PARELHA. 7 8 ENTÃO... NESSE CASO NÃO HÁ CONCURSO DE AGENTES, DE MODO QUE CADA UM RESPONDE PELO ATO QUE EXECUTOU. EXEMPLO A E B EXECUTAM SIMULTANEAMENTE A VÍTIMA, SEM QUE UM CONHEÇA A CONDUTA DO OUTRO IMPORTANTE SE A VÍTIMA MORREU APENAS EM DECORRÊNCIA DA CONDUTA DE UM DOS AGENTES, O OUTRO RESPONDERÁ POR TENTATIVA DE HOMICÍDIO. IMPORTANTE CASO HAJA DÚVIDA INSANÁVEL QUANTO AO AUTOR DO DISPARO FATAL HAVERÁ AUTORIA INCERTA E AMBOS SERÃO PUNIDOS PELA TENTATIVA EM VIRTUDE DA INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO DO IN DUBIO PRO REO
3 TEMOS, AINDA, A POSSIBILIDADE DA AUTORIA IGNORADA QUE OCORRE QUANDO NÃO É POSSÍVEL APURAR QUEM FOI O REALIZADOR DA CONDUTA. PRESTE ATENÇÃO CO- AUTORIA SUCESSIVA A REGRA É QUE TODOS OS CO-AUTORES INICIEM, JUNTOS, A EMPREITADA CRIMINOSA. PODE, NO ENTANTO, ACONTECER QUE ALGUÉM OU MESMO QUE UM GRUPO DE PESSOAS, JÁ TENHA COMEÇADO A PERCORRER O ITER CRIMINIS, QUANDO OUTRA ADERE A SUA CONDUTA À SUA CONDUTA, PASSANDO A PRATICAR A INFRAÇÃO. QUEM ADERE À CONDUTA CRIMINOSA, APÓS O INÍCIO DO ITER CRIMINIS, CONSIDERAR-SE-Á CO-AUTOR SUCESSIVO AINDA... DE ACORDO COM A QUANTIDADE DE AGENTES ENVOLVIDOS COM A PRÁTICA CRIMINOSA, OS CRIMES RECEBEM A SEGUINTE CLASSIFICAÇÃO: 1 CRIMES UNISSUBJETIVOS (OU DE CONCURSO EVENTUAL); 2 CRIMES PLURISSUBJETIVOS (OU DE CONCURSO NECESSÁRIO). CRIMES UNISSUBJETIVOS SÃO AQUELES QUE PODEM SER PRATICADOS POR UM OU MAIS AGENTES. EXS:ROUBO, FURTO, HOMICÍDIO, ETC CRIMES PLURISSUBJETIVOS SÃO AQUELES QUE SÓ PODEM SER PRATICADOS POR DOIS OU MAIS AGENTES. SUBDIVIDEM-SE EM: 1 DE CONDUTAS PARALELAS; 2 DE CONDUTAS CONVERGENTES; 3 DE CONDUTAS CONTRAPOSTAS. DE CONDUTAS PARALELAS (OU CRIMES COLETIVOS EM SENTIDO PRÓPRIO) SÃO AQUELES EM QUE AS CONDUTAS DOS AGENTES ATUAM LADO A LADO, EM COLABORAÇÃO, VISANDO A PRODUÇÃO DE UM RESULTADO COMUM. EX:QUADRILHA OU BANDO ART.288, CP
4 ART.288 DO C.P. QUADRILHA OU BANDO ART ASSOCIAREM-SE MAIS DE TRÊS PESSOAS, EM QUADRILHA OU BANDO, PARA O FIM DE COMETER CRIMES: PENA - RECLUSÃO, DE 1 (UM) A 3 (TRÊS) ANOS. DE CONDUTAS CONVERGENTES (OU CRIMES RECÍPROCOS) SÃO AQUELES EM QUE AS CONDUTAS DOS AGENTES PARTEM DE PONTOS OPOSTOS, EMBORA SE DESENVOLVAM EM COLABORAÇÃO, INDO UMA AO ENCONTRO DA OUTRA PARA QUE, DESSE ENCONTRO, SEJA PRODUZIDO O RESULTADO. EX: ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO ART.126, CP ART.126 DO C.P. ART PROVOCAR ABORTO COM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE: PENA - RECLUSÃO, DE 1 (UM) A 4 (QUATRO) ANOS. DE CONDUTAS CONTRAPOSTAS (OU CRIMES BILATERAIS) SÃO AQUELES EM QUE AS CONDUTAS DOS AGENTES SE DESENVOLVEM UMA CONTRA A OUTRA, MOVENDO-SE DE PONTOS OPOSTOS. EX: RIXA ART.137, CP ART.137 DO CP RIXA ART PARTICIPAR DE RIXA, SALVO PARA SEPARAR OS CONTENDORES: 2 - AUTORIA PENA - DETENÇÃO, DE 15 (QUINZE) DIAS A 2 (DOIS) MESES, OU MULTA. 23 4
5 CONCEITO AUTOR É SOMENTE AQUELE QUE PRATICA A CONDUTA TÍPICA INSCRITA NA LEI, OU SEJA, É AQUELE QUE EXECUTA O VERBO PREVISTO NO TIPO LEGAL. EX:SUBTRAIR, MATAR, ETC. TEORIA FORMAL OBJETIVA (OU RESTRITIVA) ADOTADA PELO CP IMPORTANTE AQUELES QUE PRATICAM AÇÕES FORA DO TIPO, MAS QUE, DE ALGUMA FORMA, CONCORREM PARA A PRODUÇÃO DO RESULTADO, SÃO CONSIDERADOS PARTÍCIPES (NÃO REALIZAM O VERBO) IMPORTANTE TAMBÉM DESTACAR A TEORIA NORMATIVA-OBJETIVA (OU TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO) QUE É COMPLEMENTO À TEORIA RESTRITIVA ADOTADA PELO CP (SÃO COMPATÍVEIS). AUTOR É QUEM TEM O CONTROLE FINAL DOS FATOS E DECIDE SOBRE A SUA PRÁTICA, INTERRUPÇÃO E CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME. 3 AUTORIA MEDIATA PARTÍCIPE É AQUELE QUE APENAS COLABORA NO FATO SEM O DOMÍNIO SOBRE ELE AUTORIA MEDIATA SEGUNDO A TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO, É AQUELA EM QUE O AGENTE NÃO REALIZA O NÚCLEO DO TIPO PORQUE SE SERVE DE OUTRA PESSOA, QUE AGE COMO MERO INSTRUMENTO PARA ISSO. NESSE CASO... A PESSOA UTILIZADA COMO INSTRUMENTO (EXECUTOR) NÃO RESPONDE POR NENHUM CRIME (NEM COMO PARTÍCIPE). EX: ENFERMEIRA QUE, POR ORDEM DO MÉDICO QUE DESEJA MATAR SEU PACIENTE, MINISTRA VENENO SUPONDO QUE SE TRATAVA DE MEDICAMENTO
6 A AUTORIA MEDIATA PODE RESULTAR: A) DA AUSÊNCIA DE CAPACIDADE PENAL DA PESSOA UTILIZADA COMO INSTRUMENTO. NÃO HAVERÁ AUTORIA MEDIATA QUANDO O SUJEITO UTILIZA ANIMAIS OU COISAS, POIS NESSA HIPÓTESE ESTARÁ EXECUTANDO DIRETAMENTE O DELITO. A AUTORIA MEDIATA PODE RESULTAR: B)DE COAÇÃO MORAL IRRESISTÍVEL; C) DA PROVOCAÇÃO DE ERRO DE TIPO ESCUSÁVEL; D) DE OBEDIÊNCIA HIERÁRQUICA À ORDEM SUPERIOR NÃO MANIFESTAMENTE ILEGAL EM TODAS ESSAS SITUAÇÕES... SÓ RESPODERÁ PELO CRIME O AUTOR MEDIATO. NÃO SE ADMITE ESSA ESPÉCIE DE AUTORIA NOS CRIMES CULPOSOS, NOS CRIMES DE MÃO PRÓPRIA E NOS CRIMES PRÓPRIOS. A AUTORIA MEDIATA NÃO SE CONFUNDE COM A AUTORIA INTELECTUAL. A AUTORIA INTELECTUAL OCORRE QUANDO O AGENTE PROMOVE OU ORGANIZA A COOPERAÇÃO NO CRIME OU DIRIGE A ATIVIDADE DOS DEMAIS SEM, CONTUDO, REALIZAR A CONDUTA TÍPICA (O VERBO DO TIPO) NESSE CASO... O AUTOR INTELECTUAL ATUA COMO PARTÍCIPE PELA INSTIGAÇÃO, INDUZIMENTO OU AUXÍLIO, MUITO EMBORA TENHA SUA PENA AGRAVADA (ART.62,I,CP) PELA SUA MAIOR PARTICIPAÇÃO NA EMPREITADA CRIMINOSA. ART.62, INC.I, DO CP AGRAVANTES NO CASO DE CONCURSO DE PESSOAS ART A PENA SERÁ AINDA AGRAVADA EM RELAÇÃO AO AGENTE QUE: (...) I - PROMOVE, OU ORGANIZA A COOPERAÇÃO NO CRIME OU DIRIGE A ATIVIDADE DOS DEMAIS AGENTES; (...)
7 JÁ O DELINQUENTE MERCENÁRIO... QUE É AQUELE QUE EXECUTA O CRIME, OU NELE PARTICIPA, MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA, TAMBÉM RESPONDE COM A PENA AGRAVADA(ART.62,IV,CP). ART.62, INC.IV, DO CP AGRAVANTES NO CASO DE CONCURSO DE PESSOAS ART A PENA SERÁ AINDA AGRAVADA EM RELAÇÃO AO AGENTE QUE: (...) IV - EXECUTA O CRIME, OU NELE PARTICIPA, MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA. (...) ALÉM DESSAS, O DISPOSITIVO AINDA PREVÊ OUTRAS DUAS HIPÓTESES DE AGRAVANTES: ART A PENA SERÁ AINDA AGRAVADA EM RELAÇÃO AO AGENTE QUE: (...) II - COAGE OU INDUZ OUTREM À EXECUÇÃO MATERIAL DO CRIME; III - INSTIGA OU DETERMINA A COMETER O CRIME ALGUÉM SUJEITO À SUA AUTORIDADE OU NÃO-PUNÍVEL EM VIRTUDE DE CONDIÇÃO OU QUALIDADE PESSOAL; 4 FORMAS E NATUREZA JURÍDICA DO CONCURSO DE AGENTES (...) O CONCURSO DE AGENTES PODE ASSUMIR AS SEGUINTES FORMAS: 1 CO-AUTORIA; 2 PARTICIPAÇÃO. CO-AUTORIA CO-AUTOR É AQUELE QUE AGE EM COLABORAÇÃO RECÍPROCA E VOLUNTÁRIA COM O OUTRO (OU OS OUTROS)PARA A REALIZAÇÃO DA CONDUTA PRINCIPAL (O VERBO DO TIPO PENAL). A CO-AUTORIA NÃO É ADMITIDA NOS CRIMES DE MÃO PRÓPRIA E NOS OMISSIVOS PRÓPRIOS
8 CO-AUTORIA PARCIAL (OU FUNCIONAL) OCORRE QUANDO OS AGENTES REALIZAM ATOS DE EXECUÇÃO DISTINTOS, QUE, UMA VEZ CONJUGADOS, PRODUZEM A CONSUMAÇÃO. EX: A APONTA A ARMA PARA A VÍTIMA, ENQUANTO B SUBTRAI OS BENS. CO-AUTORIA DIRETA OCORRE QUANDO TODOS OS AGENTES REALIZAM A MESMA CONDUTA TÍPICA. EX: A E B ESFAQUEIAM A VÍTIMA ATÉ A MORTE PARTICIPAÇÃO PARTÍCIPE É AQUELE QUE, NÃO PRATICANDO A CONDUTA PRINCIPAL (O VERBO DO TIPO PENAL), CONTRIBUI, DE QUALQUER MODO, PARA A REALIZAÇÃO DO CRIME. A PARTICIPAÇÃO PODE SER: a) MORAL; b) MATERIAL PARTICIPAÇÃO MORAL (OU INSTIGAÇÃO EM SENTIDO AMPLO) PARTICIPAÇÃO MATERIAL (OU CUMPLICIDADE) OCORRE QUANDO O PARTÍCIPE AGE SOBRE A VONTADE DO AUTOR INDUZINDO (PROVOCA-O PARA QUE SURJA A VONTADE DE COMETER O CRIME) OU INSTIGANDO (ESTIMULA A IDÉIA CRIMINOSA JÁ EXISTENTE) A PRÁTICA DO CRIME. OCORRE QUANDO O PARTÍCIPE CONTRIBUI MATERIALMENTE PARA O CRIME, POR MEIO DE UM COMPORTAMENTO POSITIVO OU NEGATIVO
9 PRESTE ATENÇÃO... A PARTICIPAÇÃO, SÓ PODE OCORRER ANTES OU DURANTE A EXECUÇÃO DO CRIME. É UMA CONDUTA ACESSÓRIA, QUE DEPENDE DA PRINCIPAL (REALIZADA PELO AUTOR). IMPORTANTE PARA QUE A CONDUTA DO PARTÍCIPE SEJA PUNÍVEL EXIGE- SE QUE O FATO PRINCIPAL SEJA TÍPICO E ANTIJURÍDICO (TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA) DESTAQUE-SE QUE... O AJUSTE, A DETERMINAÇÃO OU INSTIGAÇÃO E O AUXÍLIO, SALVO DISPOSIÇÃO EXPRESSA EM CONTRÁRIO, NÃO SÃO PUNÍVEIS, SE O CRIME NÃO CHEGA, PELO MENOS, A SER TENTADO, CONFORME ART.31 DO CP. CASOS DE IMPUNIBILIDADE ART O AJUSTE, A DETERMINAÇÃO OU INSTIGAÇÃO E O AUXÍLIO, SALVO DISPOSIÇÃO EXPRESSA EM CONTRÁRIO, NÃO SÃO PUNÍVEIS, SE O CRIME NÃO CHEGA, PELO MENOS, A SER TENTADO DESTA FORMA... LEMBRE-SE... SE A CONDUTA PRINCIPAL NÃO CHEGA A INGRESSAR EM SUA FASE EXECUTÓRIA, NÃO HÁ QUE SE FALAR EM PUNIÇÃO DO PARTÍCIPE. EM RELAÇÃO AOS CRIMES CULPOSOS NÃO SE ADMITE A PARTICIPAÇÃO, SOMENTE A CO-AUTORIA
10 EXEMPLOS SÃO CO-AUTORES DOIS EMPREGADOS QUE LANÇAM IMPUDENTEMENTE UMA TÁBUA DO ANDAIME, FERINDO UM TRANSEUNTE. SÃO CO-AUTORES DUAS PESSOAS QUE PREPARAM UMA FOGUEIRA, CAUSANDO POR NEGLIGÊNCIA UM INCÊNDIO. IMPORTANTE CONCURSO DE PESSOAS E CRIMES POR OMISSÃO É POSSÍVEL A PARTICIPAÇÃO EM CRIME OMISSIVO PURO, OCORRENDO O CONCURSO DE AGENTES POR INSTIGAÇÃO OU DETERMINAÇÃO EXEMPLOS SE O AGENTE INSTIGA OUTREM A NÃO EFETUAR O PAGAMENTO DE SUA PRESTAÇÃO ALIMENTÍCIA, RESPONDERÁ PELA PARTICIPAÇÃO NO CRIME DE ABANDONO MATERIAL. SE O PACIENTE CONVENCE O MÉDICO A NÃO COMUNICAR À AUTORIDADE COMPETENTE A MOLÉSTIA DE QUE É PORTADOR E CUJA NOTIFICAÇÃO É COMPULSÓRIA. PORÉM... NÃO SE PODE FALAR EM CO-AUTORIA EM CRIME OMISSIVO PRÓPRIO. CASO DUAS PESSOAS DEIXEM DE PRESTAR SOCORRO A UMA PESSOA FERIDA, PODENDO CADA UMA DELAS FAZÊ-LO SEM RISCO PESSOAL, AMBAS COMETERÃO O CRIME DE OMISSÃO DE SOCORRO, ISOLADAMENTE, NÃO SE CONCRETIZANDO HIPÓTESE DE CONCURSO DE AGENTES AINDA... TAMBÉM É POSSÍVEL A PARTICIPAÇÃO POR OMISSÃO EM CRIME COMISSIVO. EX.: SE UM EMPREGADO QUE DEVE FECHAR A PORTA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL NÃO O FAZ, PARA QUE TERCEIRO POSSA MAIS TARDE PRATICAR UMA SUBTRAÇÃO, HÁ PARTICIPAÇÃO CRIMINOSA NO FURTO EM DECORRÊNCIA DO NÃO-CUMPRIMENTO DO DEVER JURÍDICO DE IMPEDIR A SUBTRAÇÃO. PORÉM, PRESTE ATENÇÃO,... NÃO SE PODE FALAR EM PARTICIPAÇÃO POR OMISSÃO, QUANDO NÃO CONCORRA O DEVER JURÍDICO DE IMPEDIR O CRIME. TAMBÉM NÃO PARTICIPA DO CRIME AQUELE QUE, NÃO TENDO O DEVER JURÍDICO DE AGIR, NÃO COMUNICA O FATO À POLÍCIA PARA QUE POSSA ESTA IMPEDI-LO
11 SOBRE A NATUREZA DO CRIME PRATICADO MEDIANTE O CONCURSO DE PESSOAS, EXISTEM AS SEGUINTES TEORIAS: 1 TEORIA UNITÁRIA; 2 TEORIA PLURALÍSTICA; 3 TEORIA DUALÍSTICA. 1 - TEORIA UNITÁRIA (OU MONISTA, OU MONÍSTICA) MESMO HAVENDO DIVERSIDADE DE AGENTES E DE CONDUTAS, CONSIDERA-SE EXISTIR SOMENTE UM DELITO. FOI A ADOTADA PELO ART. 29 DO CP TEORIA DA PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA 1º - SE A PARTICIPAÇÃO FOR DE MENOR IMPORTÂNCIA, A PENA PODE SER DIMINUÍDA DE UM SEXTO A UM TERÇO. A PARTICIPAÇÃO DE MENOR IMPORTÂNCIA... SÓ PODE SER A COLABORAÇÃO SECUNDÁRIA, DISPENSÁVEL, QUE, EMBORA DENTRO DA CAUSALIDADE, SE NÃO PRESTADA NÃO IMPEDIRIA A REALIZAÇÃO DO CRIME. EX: COZINHEIRA DA EXTORSÃO MEDIANTE SEQUESTRO IMPORTANTE... TRATA-SE DE UMA REDUÇÃO FACULTATIVA DA PENA, PODENDO O JUIZ DEIXAR DE APLICÁ-LA, MESMO CONVENCIDO DA POUCA IMPORTÂNCIA DA CONTRIBUIÇÃO CAUSAL PARA O DELITO. DESTA FORMA, PODERÁ OCORRER EM RELAÇÃO AO SUJEITO QUE, EMBORA EMPRESTANDO UM MODESTO E DESNECESSÁRIO AUXÍLIO, REVELE UMA VONTADE DIRIGIDA AO DELITO EM INTENSIDADE SEMELHANTE À DOS DEMAIS SUJEITOS, CIRCUNSTÂNCIA QUE PODE AUTORIZAR UM JUÍZO DE EQUIPARAÇÃO NO PLANO DA CULPABILIDADE. TEORIA DA PARTICIPAÇÃO DOLOSAMENTE DISTINTA 2º - SE ALGUM DOS CONCORRENTES QUIS PARTICIPAR DE CRIME MENOS GRAVE, SER-LHE-Á APLICADA A PENA DESTE; ESSA PENA SERÁ AUMENTADA ATÉ METADE, NA HIPÓTESE DE TER SIDO PREVISÍVEL O RESULTADO MAIS GRAVE
12 EXEMPLO A DETERMINA A B QUE DÊ UMA SURRA EM C. POR SADISMO, B MATA C, NO QUE SE CONVENCIONOU CHAMAR DE EXCESSO DE MANDATO. 2 TEORIA PLURALÍSTICA CADA AGENTE RESPONDE POR DELITO INDEPENDENTE, MESMO QUE AS CONDUTAS ESTEJAM UNIDAS PELO NEXO DE CAUSALIDADE. ADOTADA EXCEPCIONALMENTE PELO C.P. NOS CASOS DE CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA; ABORTO COM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE E ABORTO NA FORMA DO ART. 126 DO CP.(EXCEÇÕES PLURALÍSTICAS) TEORIA DUALÍSTICA HÁ UM CRIME ÚNICO PARA OS AUTORES E OUTRO PARA OS PARTÍCIPES. 5 COMUNICABILIDADE E INCOMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS (ART.30 DO CP) CIRCUNSTÂNCIAS INCOMUNICÁVEIS ART NÃO SE COMUNICAM AS CIRCUNSTÂNCIAS E AS CONDIÇÕES DE CARÁTER PESSOAL, SALVO QUANDO ELEMENTARES DO CRIME. ELEMENTARES SÃO OS DADOS ESSENCIAIS QUE COMPÕEM A PRÓPRIA DESCRIÇÃO DO FATO TÍPICO E CUJA AUSÊNCIA EXCLUI OU ALTERA O CRIME. FIXAM A QUALIDADE E O TÍTULO DO DELITO E ESTÃO SITUADAS NO CAPUT DO TIPO INCRIMINADOR (TIPO FUNDAMENTAL)
13 CIRCUNSTÂNCIAS SÃO OS DADOS ACIDENTAIS E ACESSÓRIOS DO CRIME QUE AGRAVAM OU ATENUAM A PENA E CUJA AUSÊNCIA NÃO EXCLUI O CRIME. FIXAM A QUANTIDADE DA PENA E ESTÃO SITUADAS NOS PARÁGRAFOS DOS TIPOS (TIPO DERIVADO). PARA ENTENDER E FIXAR... HOMICÍDIO ART MATAR ALGUÉM: (ELEMENTARES) PENA - RECLUSÃO, DE 6 (SEIS) A 20 (VINTE) ANOS. (TIPO FUNDAMENTAL) CASO DE DIMINUIÇÃO DE PENA 1º - SE O AGENTE COMETE O CRIME IMPELIDO POR MOTIVO DE RELEVANTE VALOR SOCIAL OU MORAL, OU SOB O DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO, LOGO EM SEGUIDA A INJUSTA PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA, O JUIZ PODE REDUZIR A PENA DE UM SEXTO A UM TERÇO. (CIRCUNSTÂNCIAS TIPO DERIVADO) NECESSÁRIO, AINDA, EXPLICAR QUE AS CIRCUNSTÂNCIAS CLASSIFICAM-SE EM: 1 CIRCUNSTÂNCIAS SUBJETIVAS (OU PESSOAIS); 2 CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS (OU REAIS, OU MATERIAIS). CIRCUNSTÂNCIAS SUBJETIVAS SÃO AQUELAS QUE DIZEM RESPEITO ÀS QUALIDADES PESSOAIS DO AGENTE, ÀS RELAÇÕES COM A VÍTIMA E OS DEMAIS ENVOLVIDOS (CO-AUTORES E PARTÍCIPES) E AOS MOTIVOS DETERMINANTES DA PRÁTICA CRIMINOSA. EX: REINCIDÊNCIA, MOTIVO TORPE, ANTECEDENTES, PERSONALIDADE, MENORIDADE RELATIVA, MOTIVOS DO CRIME, ETC CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS SÃO AQUELAS QUE DIZEM RESPEITO AOS MEIOS E MODOS DE EXECUÇÃO DO FATO CRIMINOSO, QUALIDADES DA VÍTIMA, LUGAR, TEMPO, OCASIÃO E NATUREZA DO OBJETO MATERIAL DO CRIME. EX: VENENO, FOGO, EMBOSCADA, ETC. PARA ENTENDER E FIXAR... ART.121.(...) HOMICÍDIO QUALIFICADO 2º - SE O HOMICÍDIO É COMETIDO: I - MEDIANTE PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA, OU POR OUTRO MOTIVO TORPE; CIRCUNSTÂNCIAS SUBJETIVAS II - POR MOTIVO FÚTIL; CIRCUNSTÂNCIA SUBJETIVA III - COM EMPREGO DE VENENO, FOGO, EXPLOSIVO, ASFIXIA, TORTURA OU OUTRO MEIO INSIDIOSO OU CRUEL, OU DE QUE POSSA RESULTAR PERIGO COMUM; CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS IV - À TRAIÇÃO, DE EMBOSCADA, OU MEDIANTE DISSIMULAÇÃO OU OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO; CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS V - PARA ASSEGURAR A EXECUÇÃO, A OCULTAÇÃO, A IMPUNIDADE OU VANTAGEM DE OUTRO CRIME. CIRCUNSTÂNCIAS SUBJETIVAS
14 IMPORTANTE AS CIRCUNSTÂNCIAS (OBJETIVAS E SUBJETIVAS) PODEM SER, AINDA, JUDICIAIS E LEGAIS. CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS SÃO AQUELAS NÃO ELENCADAS PELA LEI, CUJA FIXAÇÃO SERÁ REALIZADA PELO JUIZ, DE ACORDO COM OS CRITÉRIOS PREVISTOS NO ART. 59 DO CP. TAMBÉM SÃO CONHECIDAS COMO CIRCUNSTANCIAS GENÉRICAS OU CIRCUNSTANCIAS INOMINADAS ART.59 DO C.P. ART O JUIZ, ATENDENDO À CULPABILIDADE, AOS ANTECEDENTES, À CONDUTA SOCIAL, À PERSONALIDADE DO AGENTE, AOS MOTIVOS, ÀS CIRCUNSTÂNCIAS E CONSEQÜÊNCIAS DO CRIME, BEM COMO AO COMPORTAMENTO DA VÍTIMA, ESTABELECERÁ, CONFORME SEJA NECESSÁRIO E SUFICIENTE PARA REPROVAÇÃO E PREVENÇÃO DO CRIME: I - AS PENAS APLICÁVEIS DENTRE AS COMINADAS; II - A QUANTIDADE DE PENA APLICÁVEL, DENTRO DOS LIMITES PREVISTOS; III - O REGIME INICIAL DE CUMPRIMENTO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE; IV - A SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DA LIBERDADE APLICADA, POR OUTRA ESPÉCIE DE PENA, SE CABÍVEL. CIRCUNSTÂNCIAS LEGAIS SÃO AQUELAS DISCRIMINADAS PELA LEI E PODEM ESTAR PREVISTAS TANTO NA PARTE GERAL (AGRAVANTES, ATENUANTES, CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO DA PENA) COMO NA PARTE ESPECIAL (QUALIFICADORAS E CAUSAS DE DIMINUIÇÃO E AUMENTO DE PENA) DESTA FORMA: 1) AS ELEMENTARES COMUNICAM-SE AOS DEMAIS AUTORES, DESDE QUE SEJAM CONHECIDAS PELOS DEMAIS; 2) AS CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS (DE CARÁTER NÃO-PESSOAL) COMUNICAM-SE, DESDE QUE SEJAM CONHECIDAS PELOS AUTORES, CO- AUTORES E PARTÍCIPES; DESTA FORMA: 3) AS CIRCUNSTÂNCIAS SUBJETIVAS (DE CARÁTER PESSOAL) NUNCA SE COMUNICAM AOS DEMAIS AGENTES
15 IMPORTANTE A CONDIÇÃO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO, APESAR DE SE REFERIR A UM DADO PESSOAL DO AGENTE, É ELEMENTAR DO TIPO DE PECULATO E, POR ISSO, DEVE COMUNICAR-SE AO PARTÍCIPE, DESDE QUE ELE TENHA CONHECIMENTO DESSA CONDIÇÃO. AINDA... É IMPORTANTE QUE TODOS OS AGENTES TENHAM CONHECIMENTO DA INCIDÊNCIA DAS ELEMENTARES E DAS CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS PORQUE O ATUAL ORDENAMENTO NÃO ADMITE A RESPONSABILIDADE PENAL OBJETIVA, OU SEJA, AQUELA SEM A VERIFICAÇÃO DA CULPABILIDADE QUESTÕES COMENTADAS 87 (FCC-2012-TRE-CE- Analista Judiciário Área Judiciária) José, João e Mario praticam um determinado delito. Contudo, José, um dos concorrentes, queria participar de delito menos grave daquele cometido pelos agentes. Neste caso, para José, será aplicada a pena do crime a) menos grave, aumentada de 1/6 a 2/3, independentemente da previsibilidade do resultado mais grave. b) mais grave diminuída de 1/6 a 1/3. c) mais grave em qualquer hipótese. d) menos grave, que será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. e) menos grave, em qualquer hipótese, sem nenhuma majoração ou redução. 88 D (FCC-2012-TRE-CE- Analista Judiciário Área Administrativa) Rodolfo, empresário, presidente de uma empresa de engenharia, atua em parceria com Felipe, Prefeito de um determinado Município brasileiro, e ambos conseguem desviar em proveito próprio a quantia de R$ ,00 da verba destinada à construção de uma escola do referido município. Rodolfo a) responderá por crime de peculato. b) não responderá por nenhum delito, pois não é funcionário público. c) responderá por crime de corrupção ativa. d) responderá por crime de emprego irregular de verbas públicas. e) responderá por crime de concussão. MENSAGEM FINAL O SUCESSO É IR DE FRACASSO EM FRACASSO SEM PERDER ENTUSIASMO. WINSTON CHURCHILL A
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